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1 
 
Paschoal Piragine Jr 1 31/10/16 
AS 5 SOLAS DA REFORMA PROTESTANTE 
Culto da Reforma -499 anos -30/10/2016 
INTRODUÇÃO 
1. Antes da reforma protestante do século XVI, os ensinos, as ações 
e a postura da igreja Católica Romana, incomodavam aqueles 
que procuravam pautar suas vidas nos ensinos das Escrituras 
Sagradas. 
2. Homens como John Wycliffe, Jerônimo Savanarola, João Huss e 
tantos outros foram mortos por defenderem seus ideais de 
conduta e fé. No cárcere, sentenciado pelo papa para ser 
queimado vivo, João Huss disse: 
 
"Podem matar o ganso (em alemão, sua língua natal, 
huss é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará 
um cisne que não poderão queimar". 
 
3. No dia 31 de outubro de 1517, cento e dois anos após a morte de 
João Huss, o monge agostiniano Martinho Lutero, seguindo o 
mesmo ideal de Huss, de lealdade às Escrituras, afixa à porta da 
igreja do castelo de Witenberg, as suas 95 teses, 
4. Cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento, a 
tristeza pelo pecado, e não a penitência. 
5. Com o desenvolvimento dos estudos de Lutero e suas teses 
surgem os cinco pilares da reforma protestante que são também 
conhecidos como as cinco solas da reforma, 
6. São princípios fundamentais da reforma sintetizando o credo dos 
teólogos protestantes. 
7. Nosso objetivo hoje é relembrar a história comentando as 5 
príncipios da fé evangélica. 
I . SÓ A FÉ 
 
2 
 
Paschoal Piragine Jr 2 31/10/16 
1. Lutero era um homem que decidiu ir para a vida monástica 
como uma busca pela vida eterna. 
2. Havia dentro dele um senso de pecado tanto que ele se 
confessava o quanto podia, e as vezes , logo depois da 
confissão, ele voltava ao confessionário para acrescentar um 
pecado que havia acabado de lembrar . 
3. Ele pensava que se esquecesse de confessar um pecado e 
morresse , não haveria salvação para ele , pois estava em dívida 
com Deus 
4. Tentava viver a perfeição mas sabia que não podia faze-lo. 
5. Tentou a prática dos místicos , mas não preencheu o seu coração 
6. Tentou até formas de penitencia corporal , mas lhe pesava a 
alma . 
7. Por causa de sua criação severa, a justiça de Deus lhe parecia 
demasiada e que ninguém poderia livrar-se dela. 
8. No entanto quando começou a lecionar o livro de Romanos ele 
fez uma descoberta maravilhosa no texto : 
Romanos 1:17 (RA) 17 visto que a justiça de Deus se revela no 
evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. 
9. Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa 
passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus, 
pela fé como dádiva. 
10. Era a justiça de Deus , revelada no evangelho, a boa notícia de 
que Jesus morrera pelos nossos pecados e que o todo poderoso 
preparara uma salvação que só poderia ser recebida pela fé. 
11. Não são penitências, sacrifícios, boas obras ou a compra de 
indulgências, que livrarão o homem da condenação eterna, mas a 
salvação é através da fé na obra redentora de Jesus. 
Efésios 2:8-9 (RA) 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a 
fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para 
que ninguém se glorie. 
3 
 
Paschoal Piragine Jr 3 31/10/16 
12. Ele sabia que Jesus perdoava pecados mediante a confissão e 
a penitencia , mas não que a obra de Jesus era maior do que 
isto. 
13. Ele pensava que poderia mitigar, compensar pecados com as 
suas boas obras, mas não entendera até aquele momento que 
Jesus já havia nos comprado pelo seu sangue e que a salvação 
era um presente de Deus que pode ser apropriado pela fé 
14. E a fé não era uma obra meritória , era simplesmente o meio 
pelo qual nos apropriamos da dádiva divina . 
15. Esta verdade central das escrituras foi a razão principal de 
Lutero ter afixado as suas 95 teses ( afirmações de fé na porta da 
Igreja. 
16. Isto se deu porque Tetzel , um padre dominicano , iniciou a sua 
venda de Indulgencias promulgadas pelo Papa Leão X , fruto de 
um acordo com a poderosíssima casa dos Hohenzollern, que 
aspirava à hegemonia da Alemanha. Um dos membros dessa 
casa, Alberto de Brandeburgo. 
17. Este acordo envolvia um pagamento adiantado de dez mil 
ducados para financiar o termino da Basílica de São Pedro, em 
Roma . 
18. Posto que esta era uma soma considerável, o Papa autorizou 
Alberto a proclamar uma grande venda de indulgências em seus 
territórios, em troca de que a metade do produto fosse enviada ao 
erário papal e a outra metade ficaria para ele. 
19. Tetzel e seus subalter-nos proclamavam que a indulgência 
que vendiam 
a. deixava o pecador "mais limpo do que saíra do batismo", 
b. ou "mais limpo do que Adão antes de cair", 
c. que "a cruz do vendedor de Indulgências tinha tanto poder 
como a cruz de Cristo" 
d. e que, no caso de alguém comprar uma indulgência para 
um parente já morto, "tão pronto a moeda caísse no cofre, a 
alma saía do purgatório". 
4 
 
Paschoal Piragine Jr 4 31/10/16 
e. E que a indulgencia papal tinha o poder de perdoar inclusive 
os pecados futuros 
20. Como se calar quando as escrituras afirmam que a salvação é 
obra de Cristo que se obtem pela fé ? 
21. O que Jesus espera é que você e eu entendamos que só ele 
salva e que o que ele espera de nós é a fé na suficiência da sua 
obra na cruz . 
22. Você já fez a oração da fé salvadora? 
II SÓ A GRAÇA 
 
1. O Segundo pilar da fé evangélica está intrinsicamente ligado ao 
primeiro . 
2. Se a fé é o meio humano pelo qual podemos ser salvos , então a 
graça é o recurso divino no qual colocamos a nossa fé . 
Romanos 1:17 (RA) 17 visto que a justiça de Deus se revela no 
evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. 
3. Como a justiça divina poderia ser cumprida se ainda somos 
pecadores ? 
4. Como poderíamos ser salvos se como pecadores , somos 
condenados pela lei de Deus ? 
5. Mas a graça de Deus foi ele cumprir a sua justiça por nós. 
6. O segredo do céu ! a encarnação, a morte, o hades , a 
ressurreição, e a oferta de graça . 
7. Graça é a justiça do evangelho que só pode ser alcançada por 
meio da fé . 
8. Ao entender isto Lutero não podia se conformar com o absurdo 
da venda das indulgências. 
9. Porque ninguém será salvo por mérito próprio, por obras, 
sacrifícios penitências ou compra de indulgências. A única causa 
eficaz da salvação é a graça de Deus sobre o pecador. 
5 
 
Paschoal Piragine Jr 5 31/10/16 
10. Você não pode comprar um terreno no céu , nem com dinheiro, 
nem com qualquer outra coisa . Só a graça pode lhe dar a 
salvação eterna . 
Efésios 2:8-9 (RA) 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a 
fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para 
que ninguém se glorie. 
11. Hoje é dia em que a graça de Deus precisa ser recebida com 
fé. 
12. Menos do que isto é um ultraje diante da bondade de Deus . 
Hebreus 10:29 (NTLH) 29 Então, o que será que vai acontecer 
com os que desprezam o Filho de Deus e consideram como 
coisa sem valor o sangue da aliança de Deus, que os purificou? 
E o que acontecerá com quem insulta o Espírito do Deus, que o 
ama? Imaginem como será pior ainda o castigo que essa 
pessoa vai merecer! 
13. O Senhor quer que você receba o seu presente gracioso. 
III SÓ CRISTO 
 
1. O terceiro pilar da fé evangélica é só Cristo 
2. A crise das indulgencias fez com que Lutero percebesse que 
homem algum , nem o Papa, nem os santos , nem os padres 
poderiam intermediar a nossa relação com Deus . Só cristo 
Lutero disse que as indulgências não removiam a culpa e que o 
papa poderia remitir somente as penalidades que ele próprio 
tinha imposto sobre a Terra e que ele não tinha nenhuma 
jurisdição sobre o purgatório. Ele negou que os santos tivessem 
crédito excedente acumulado.1 
 
1 Uma História do Cristianismo 1500 a.D. a 1975 a.D., 1a. ed, vol. 2, 2 vols., Uma História do Cristinanismo 
(São Paulo -SP: Hagnos, 2006). 
6 
 
Paschoal Piragine Jr 6 31/10/16 
Ele sustentou que as indulgências produziam um falsosenso de 
segurança e, assim, eram definitivamente prejudiciais.2 
3. Sua conclusão foi baseada em vários textos das ecrituras que 
nos afirmam 
a. Só Jesus tem poder para salvar 
Atos 4:12 (NTLH) 12 A salvação só pode ser conseguida por 
meio dele. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que 
Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual 
possamos ser salvos. 
b. Só ele tem poder para nos levar a presença de Deus 
João 14:6 (NTLH) 6 Jesus respondeu:— Eu sou o caminho, a 
verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por 
mim. 
c. Só ele pode mediar a nossa comunhão com o Pai 
1 Timóteo 2:5-6 (NVI-PT) 5 Pois há um só Deus e um só 
mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 
6 o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse 
foi o testemunho dado em seu próprio tempo. 
d. Ele é o nosso sumo sacerdote que nos leva ao trono da 
graça de Deus 
Hebreus 4:14-16 (NVI-PT) 14 Portanto, visto que temos um 
grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho 
de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que 
professamos, 15 pois não temos um sumo sacerdote que não 
possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém 
que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem 
pecado. 16 Assim, aproximemo-nos do trono da graça com 
toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e 
 
2 Ibidem. 
7 
 
Paschoal Piragine Jr 7 31/10/16 
encontrarmos graça que nos ajude no momento da 
necessidade. 
4. Somente Cristo foi a reação da Reforma contra a igreja 
secularizada e contra os sacerdotes que afirmavam sua posição 
especial para mediar a graça e o perdão de Deus por meio dos 
sacramentos. 
5. A reforma defendeu que a mediação entre o homem e Deus é 
feita somente por Jesus Cristo. 
6. Cristo é central na reforma protestante. 
7. Se o temos podemos ir direto ao pai sem qualquer intermediário 
8. Oramos ao pai, confessamos e pedimos perdão ao pai através de 
Jesus . 
9. Os santos , ainda que tenham sido cristãos piedosos , não tem o 
poder de mediar a nossa fé . Só Jesus ! 
10. Os lideres servem apenas para guiar seus liderados para o 
caminho da salvação. Cristo é a verdade e ninguém pode se 
achegar ao Pai sem Ele (Jesus). 
11. Hoje Jesus quer que você, exclusivamente pela fé, aproprie-se 
da graça e receba o privilégio de ter acesso ao pai, diretamente 
pela mediação de Jesus . 
IV SÓ A BÍBLIA 
1. O quarto pilar da fé evangélica é que só a bíblia é a regra de fé e 
prática de um cristão. 
2. Isto porque a Igreja católica entendia que existiam duas regras de 
fé para um cristão: a bíblia e a tradição da igreja , formada pelos 
seus documentos , bulas e encíclicas papais. 
3. Por isso muitas das doutrinas que faziam a igreja nos dias de 
Lutero terem se desviado tanto dos valores essenciais do 
Cristianismo, não nasceram dos escritos sagrados 
4. Nem eram , muitos deles , interpretações das escrituras, eram 
instrumentos do poder centralizado da igreja para produzir os 
efeitos que necessitavam . 
5. Este era o caso das indulgencias ! arrecadar mais. 
8 
 
Paschoal Piragine Jr 8 31/10/16 
6. Os reformadores , quase todos eram padres piedosos que não 
podiam mais conviver com a manipulação da fé e entendiam que 
para voltar a essência da fé era indispensável voltar a bíblia. 
7. Você sabia que até o concilio vaticano II ( metade do sec XX) , a 
leitura da bíblia era proibida ao leigo? 
8. Mas de onde veio este entendimento que todos poderiam ler as 
escrituras e meditar nelas ? 
9. Da própria palavra de Deus . 
2 Timóteo 3:16-17 (NTLH) 16 Pois toda a Escritura Sagrada é 
inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o 
erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. 17 E 
isso para que o servo de Deus esteja completamente preparado 
e pronto para fazer todo tipo de boas ações. 
a. A bíblia é inspirada por Deus 
b. É o recurso deixado pelo Senhor para que pudéssemos 
conhecer a sua vontade de modo objetivo. 
c. Quando a lemos o Espírito Santo nos ilumina, fala ao nosso 
coração e revela a sua vontade 
i. Esta foi a promessa de Jesus 
João 14:26 (NTLH) 26 Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o 
Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas 
e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês. 
ii. Esta foi o ensino dos apóstolos 
Efésios 1:18 (NVI-PT) 8 Oro também para que os olhos do 
coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês 
conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas 
da gloriosa herança dele nos santos 
 
1 João 2:20 (RA) 20 E vós possuís unção que vem do Santo e 
todos tendes conhecimento. 
10. Uma das críticas de Jesus aos judeus de seu tempo era que 
eles tinham tantas doutrinas que ele chamou de “doutrinas de 
homens” que haviam se afastado da palavra de Deus 
9 
 
Paschoal Piragine Jr 9 31/10/16 
Marcos 7:6-8 (NTLH) 6 Jesus respondeu:— Hipócritas! Como 
Isaías estava certo quando falou a respeito de vocês! Ele 
escreveu assim: “Deus disse: Este povo com a sua boca diz 
que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de 
mim. 
7 A adoração deste povo é inútil, pois eles ensinam leis 
humanas como se fossem mandamentos de Deus.” 
8 E continuou:— Vocês abandonam o mandamento de Deus e 
obedecem a ensinamentos humanos. 
11. Só a bíblia é a palavra de Deus e fiel testemunha da verdade . 
12. Leia a bíblia . 
13. Viva a bíblia 
14. Deixe o Espírito Santo iluminar você através da bíblia . 
V SÓ A DEUS GLÓRIA 
 
 
1. O quinto pilar da fé evangélica é: Só a Deus seja a glória. 
2. O homem foi criado para a glória de Deus, portanto, tudo que ele 
faz deve ser destinado à glória de Deus. 
3. Este foi o ensino tanto do NT como do Vt 
4. Vejam o que as escrituras ensinam : 
Isaías 43:7 (NVI-PT) 7 todo o que é chamado pelo meu nome, a 
quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz”. 
 
Romanos 11:36 (RA) 36 Porque dele, e por meio dele, e para ele 
são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! 
 
5. Isto parece tão normal ! 
6. Mas na prática não era tão normal assim. 
a. A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e 
aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus 
10 
 
Paschoal Piragine Jr 10 31/10/16 
para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os 
homens. 
i. Quando se estava na presença do papa e dos cardeais 
a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de 
adoração, onde se demonstraria uma total submissão a 
estes. 
ii. Não podemos dispensar glórias a homens, pois todos 
não passam de míseros pecadores e carecem da 
misericórdia de Deus. 
iii. Este foi o ensino do AT. 
Jeremias 9:23-24 (RA) 23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o 
sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, 
nas suas riquezas; 24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em 
me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço 
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me 
agrado, diz o SENHOR. 
 
Salmos 4:2 (RA) 2 Ó homens, até quando tornareis a minha 
glória em vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira? 
b. Ensinava também a devoção aos santos , mas só a Deus 
glória 
Isaías 42:8 (NVI-PT) 8 “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! 
Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor. 
 
Êxodo 20:4-5 (NTLH) 4 — Não faça imagens de nenhuma coisa 
que há lá em cima no céu, ou aqui embaixo na terra, ou nas 
águas debaixo da terra. 5 Não se ajoelhe diante de ídolos, nem 
os adore, pois eu, o SENHOR, sou o seu Deus e não tolero 
outros deuses. Eu castigo aqueles que me odeiam, até os seus 
bisnetos e trinetos. 
CONCLUSÃO 
1. Os 5 pilares da fé evangélica são : 
a. Só a fé 
b. Só a graça 
11 
 
Paschoal Piragine Jr 11 31/10/16 
c. Só Cristo 
d. Só a bíblia 
e. Só a Deus glória 
2. Hoje queria convidá-lo a construir a sua vida espiritual sobre 
estes pilares. 
3. Os reformadores foram só homens , e a história é capaz de nos 
apresentar alguns de seus defeitos,mas as verdades que eles 
nos transmitiram , pautadas nas escrituras sagradas , nos 
permitem buscar a essência do verdadeiro cristianismo. 
4. Você quer experimentar ? 
 
12 
 
Paschoal Piragine Jr 12 31/10/16 
A História de Lutero e a Reforma 
Baseado no texto de Justo Gonzales3 
Lutero nasceu em 1483, em Eisleben, Alemanha, onde 
seu pai, de origem camponesa, trabalhava nas minas. 
A infância do pequeno Martinho não foi feliz. Seus pais 
eram extremamente severos com ele e muitos anos 
mais tarde ele mesmo contava com amargura alguns 
dos castigos que lhe tinham sido impostos. 
Em julho de 1505, pouco antes de completar os 22 
anosde idade, Lutero ingressou no mosteiro agostinho 
de Erfurt. A razão principal que levou Lutero a tomar o 
hábito foi o seu interesse pela própria salvação. 
O tema da salvação e da condenação permeava todo o 
ambiente da época. A vida presente não parecia ser 
mais que uma preparação e prova para a vida vindoura. 
Lutero entrou no mosteiro como fiel filho da igreja, com 
o propósito de utilizar os meios de salvação que a igreja 
lhe oferecia e dos quais o mais seguro lhe parecia ser a 
vida monástica. 
Supunha-se que as boas obras e a confissão fossem a 
resposta para a necessidade que aquele jovem monge 
tinha de justificar-se diante de Deus. Porém não 
bastavam nem uma coisa nem outra. Lutero tinha um 
sentimento muito profundo de sua própria 
pecaminosidade e cada vez mais tratava de sobrepor-se 
a ela, mas cada vez mais se apercebia que o pecado era 
muito mais poderoso do que ele. Isto não quer dizer que 
não fosse um bom monge, ou que levasse uma vida 
licenciosa ou imoral. Pelo contrário, Lutero se esforçou 
em ser um monge perfeito. 
 
3 Justo L. Gonzalez, Uma História Ilustrada do Crisitianismo - A Era dos Reformadores Vol 6, 1a. 5a. 
reimpressão, vol. 6, História Ilustrada do Cristinismo (São Paulo -SP: VIDA NOVA, 2001), 43–80. 
13 
 
Paschoal Piragine Jr 13 31/10/16 
 Repetidamente castigava seu corpo, segundo lhe 
ensinaram os grandes mestres do monaquismo. 
E sempre socorria-se do confessionário com tanta 
frequênciaquanto fosse possível. Porém tudo isso não 
bastava. 
Se para que os pecados fossem perdoados, era 
necessário confess-los, o grande medo de Lutero era 
esquecer alguns de seus pecados. Portanto, uma e 
outra vez repassava cada uma de suas ações e 
pensamentos e, quanto mais os repassava, mais 
pecado encontrava. 
Os místicos diziam que bastava amar a Deus, visto que 
tudo mais era uma conseqü.ncia do amor. Isto pareceu 
a Lutero como uma palavra de libertação, pois não era 
necessário levar em conta todos os seus pecados, 
como até então fizera. Porém não tardou muito para 
aperceber-se de que amar a Deus não era assim tão 
fácil. Se Deus era como seus pais e mestres que o 
haviam surrado até tirar-lhe sangue, como poderia ele 
amá-Lo? Por último, Lutero chegou até a confessar que 
não amava a Deus mas sim que o odiava. 
Nessa encruzilhada, seu confessor, que era também seu 
superior, tomou uma medida surpreendente. Ordenou a 
Lutero, que não esperava tal coisa, que se preparasse 
para ir dirigir cursos sobre as Escrituras na 
universidade de Wittenberg. 
O que é certo é que quando se viu obrigado a preparer 
conferências sobre a Bíblia, nosso monge começou a 
ver nela uma possível resposta para suas angústias 
espirituais. 
Lutero interpretava os Salmos cristologicamente. Neles, 
era Cristo quem falava. Eassim, viu Cristo passando 
14 
 
Paschoal Piragine Jr 14 31/10/16 
pelas angústias semelhantes às que passava. Este foi o 
princípio de sua grande descoberta. 
A grande descoberta veio provavelmente em 1515, 
quando Lutero começou a dar conferências sobre a 
epístola de Romanos, pois ele mesmo disse, depois, 
que foi no primeiro capítulo dessa epístola onde 
encontrou a resposta para as suas dificuldades. 
Segundo Lutero conta, ele odiava a frase "a justiça de 
Deus" e esteve meditando nela dia e noite para 
compreender a relação entre as duas partes do 
versículo que, começa afirmando que "no evangelho a 
justice de Deus se revela" e conclui dizendo que "o 
justo viverá pela fe '". 
A resposta foi surpreendente. A "justiça de Deus" não 
se refere aqui, como pensa a teologia tradicional, ao 
fato de que Deus castigue aos pecadores. Refere-se, 
sim, a que a "justiça" do justo não é obra sua, mas dom 
de Deus. A "justiça de Deus" é a que tem quem vive 
pela fé, não porque seja em si mesmo justo, ou porque 
cumpra as exigências da justiça divina, mas porque 
Deus lhe dá esse dom. A "justificação pela fé" não quer 
dizer que a fé seja uma obra mais sutil que as boas 
obras, e que Deus nos paga por essa obra. Quer dizer 
sim que, tanto a fé como a justificação do pecador, são 
obrasde Deus, dom gratuito. 
Em consequência, continua comentando Lutero sobre 
sua descoberta, "senti que havia nascido de novo e que as 
portas do paraíso me haviam sido abertas. As Escrituras 
todas tiveram um novo sentido. E a partir de então a frase 
"a justiça de Deus" não me encheu mais de ódio, mas se 
tornou indizivelmente doce em virtude de um grande amor". 
15 
 
Paschoal Piragine Jr 15 31/10/16 
Sua grande descoberta embora tivesse lhe trazido uma 
nova compreensão do evangelho, não o levou a protestar 
de imediato contra o modo em que a igreja entendia a fé 
cristã. 
Ele ensinou e até convocou um debate que só alcançou os 
alunos da universidade que atuava , até que ele veio a 
condenar a venda de indulgencias. 
O surgimento da venda das indulgências nos séculos 11 e 
12 e a crença que, por intermédio delas, o papa poderia 
contar com o tesouro dos santos para remitir as 
penalidades temporais pelo pecado não somente para os 
vivos, mas também para as almas no purgatório.4 
A questão foi trazida a Lutero pela concessão das 
indulgências pelo papa para aqueles que viam, em um dia 
específico, uma coleção famosa de relíquias que o Eleitor 
Frederico reunira em Wittenberg, contanto que eles também 
fizessem as contribuições exigidas. Nos sermões, em 1516, 
para o desconforto do Eleitor, Lutero questionou a eficácia 
das indulgências e declarou que o papa não tinha poder 
para libertar as almas do purgatório.5 
Lutero fixou na porta da igreja de Wittenberg, uma 
espécie de quadro de avisos da universidade, 95 teses 
que ele preparara para debate. Era esse o procedimento 
normal, nos círculos acadêmicos, para se obter um 
debate. Em linguagem vigorosa e nítida, Lutero desafiou 
 
4 K. S. Latourette, Uma História do Cristianismo 1500 a.D. a 1975 
a.D., 1a. ed, vol. 2, 2 vols., Uma História do Cristinanismo (São 
Paulo -SP: Hagnos, 2006). 
5 Ibidem. 
16 
 
Paschoal Piragine Jr 16 31/10/16 
as indulgências. Ele protestou contra o despojamento 
dos alemães para pagarem pela construção da Catedral 
de São Pedro, dizendo que poucos alemães poderiam 
adorar ali, que o papa era rico o suficiente para fazer a 
construção com o seu próprio dinheiro, e que ele faria 
melhor designando um bom pastor para uma Igreja do 
que dar indulgência a todos eles. Lutero disse que as 
indulgências não removiam a culpa e que o papa 
poderia remitir somente as penalidades que ele próprio 
tinha imposto sobre a Terra e que ele não tinha 
nenhuma jurisdição sobre o purgatório. Ele negou que 
os santos tivessem crédito excedente acumulado.6 
Ele sustentou que as indulgências produziam um falso 
senso de segurança e, assim, eram definitivamente 
prejudiciais.7 
Ao opor-se ao lucro e aos desígnios de vários 
personagens muito mais poderosos do que ele a 
tempestade irrompeu. 
A venda de indulgências que Lutero atacou tinha sido 
autorizada pelo papa Leão X e nela estavam envolvidos 
os interesses econômicos e políticos da poderosíssima 
casa dos Hohenzollern, que aspirava à hegemonia da 
Alemanha. Um dos membros dessa casa, Alberto de 
Brandeburgo, tinha já duas sedes episcopais e 
desejavaocupar também o arcebispado de Mainz, que 
era o mais importante da Alemanha. Para issose pôs 
em contato com Leão X, um dos piores papas daquela 
época de papas indolentes, avarentos e corrompidos. 
 
 
Leão X fez saber que estava disposto a conceder a 
Alberto o que ele lhe pedia, em troca de dez mil 
 
6 Ibidem. 
7 Ibidem. 
17 
 
Paschoal Piragine Jr 17 31/10/16 
ducados. Posto que esta era uma soma considerável, o 
Papa autorizou Alberto a proclamar uma grande venda 
de indulgências em seus territórios, em troca de que a 
metade do produto fosse enviada ao erário papal. 
Parte do que sucedia era que Leão X sonhava com o 
término da Basílica de São Pedro, iniciada por seu 
predecessor Júlio II, cujas obras marchavam lentamente 
por falta de fundos. 
Logo, a grande basílica que hoje é o orgulho da Igreja 
romana foi uma das causas indiretas da reforma 
protestante. 
Quem se encarregou da venda das indulgências na 
Alemanha Central foi o dominicano João Tetzel, homem 
sem escrúpulos que com o fim de promover sua 
mercadoria, fazia afirmações escandalosas. Por 
exemplo: Tetzel e seus subalter-nos proclamavam que 
a indulgência que vendiam deixava o pecador "mais 
limpo do que saíra do batismo", ou "mais limpo do que 
Adão antes de cair", que "a cruz do vendedor de 
Indulgências tinha tanto poder como a cruz de Cristo" e 
que, no caso de alguém comprar uma indulgência para 
um parente já morto, "tão pronto a moeda caísse no 
cofre, a alma saía do purgatório". 
Foi então que Lutero fixou suas famosas noventa e 
cincoteses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. 
 
 
 
Essas noventa e cinco teses, escritas acaloradamente 
com um sentimento de indignação profunda, punham o 
dedo sobre a chaga do ressentimento alemão contra os 
exploradores estrangeiros. E além do mais, ao atacar 
concretamente a venda das indulgências, punha em 
perigo os projetos dos poderosos. Algumas das teses 
iam mais além da mera questão da eficácia e dos limites 
18 
 
Paschoal Piragine Jr 18 31/10/16 
das indulgencies e apontavam para a exploração da 
qual o povo era objeto. 
Segundo Lutero, se era verdade que o papa tinha 
poderes para tirar uma alma do purgatório, tinha que 
utilizer esse poder, não por razões tão triviais como a 
necessidade de fundos para construir uma igreja, mas 
simplesmente por amor, e assim fazê-lo gratuitamente 
(tese 82). E ainda mais, o certo é que o papa deveria dar 
do seu próprio dinheiro aos pobres de quem os 
vendedores de indulgências tiravam, mesmo que para 
isso tivesse que vender a Basílica de São Pedro (tese 
51). 
Lutero deu a conhecer suas teses na véspera da festa 
de Todos os Santos, e seu impacto foi tal que 
freqüentemente se marca essa data, 31 de outubro de 
1517, como o começo da reforma protestante. Os 
impressores produziram um grande número de cópias 
das teses e as distribuíram por toda a Alemanha, tanto 
no original latino, como em tradução alemã. 
 
 
 
 
O próprio Lutero havia mandado uma cópia a Alberto de 
Brandeburgo, acompanhada com uma carta muito 
respeitosa. Alberto enviou as teses e a carta para Roma, 
pedindo a Leão X que intervíesse.O imperador 
Maximiliano se encolerizou diante das atitudes e dos 
ensinos daquele monge impertinente, e também pediu a 
Leão X que interviesse. 
 
Nesse meio tempo, Lutero publicou uma explicação de 
suas noventa e cinco teses, na qual, além de esclarecer 
o que tinha sido escrito em breves proposições, 
19 
 
Paschoal Piragine Jr 19 31/10/16 
aguçava seu ataque contra a venda das indulgências e 
contra a teologia que servia para apoiá-la. 
 
A resposta do papa foi pôr a questão debaixo da 
jurisdição dos agostinhos, cuja próxima reunião 
capitular, teria lugar em Heidelberg, e Lutero foi 
convocado. Para lá foi nosso monge, temendo por sua 
vida, pois se dizia que seria condenado e queimado. 
Porém para grande surpresa sua, muitos dos monges 
se mostraram favoráveis a sua doutrina. 
Alguns dos mais jovens a acolheram entusiasticamente. 
Para outros a disputa entre Lutero e Tetzel era um caso 
a mais na velha rivalidade entre os agostinhos e os 
dominicanos, e portanto não estavam dispostos a 
abandonar seu campeão. Em consequência, Lutero 
regressou a Wittenberg fortalecido pelo apoio de sua 
ordem e feliz por haver ganhado vários conversos para 
sua causa. 
 
O papa então tomou outro caminho. Em breve deveria 
se reunir em Augsburgo a dieta do Império, isso é, a 
assembléia de todos os potentados alemães, sob a 
presidência do imperador Maximiliano. O legado papal a 
essa dieta era o cardeal Cajetano, homem de grande 
erudição, cuja missão principal era convencer os 
príncipes alemães da necessidade de empreender uma 
cruzada contra os turcos, que ameaçavam a Europa, e 
de promulgar um novo imposto para esse fim. A ameaça 
dos turcos era tal que Roma estava tomando medidas 
para reconciliar-se com os husitas da Boêmia, mesmo 
que isso implicasse em acatar várias de suas 
demandas. Portanto, a cruzada e o imposto eram a 
principal missão de Cajetano, a quem o papa 
comissionou para se entrevistar com Lutero e o obrigar 
20 
 
Paschoal Piragine Jr 20 31/10/16 
a retratar-se. Se o monge se negasse, deveria ser 
levado prisioneiro a Roma. 
O leitor Frederico, o Sábio da Saxônia, dentro de cuja 
jurisdição vivia Lutero, obteve do imperador 
Maximiliano um salvo-conduto para o frade, a quem se 
dispôs a ajudar em Augsburgo, mesmo sabendo que 
pouco mais de cem anos atrás e, em circunstâncias 
muito parecidas, João Huss tinha sido queimado em 
violação a um salvo-conduto imperial. 
A entrevista com Cajetano não produziu o resultado 
desejado. O cardeal se negava a discutir com o monge e 
exigia sua renúncia. O frade, por sua vez, não estava 
disposto a retratar-se caso não fosse convencido de 
que estava errado. Quando por fim se inteirou de que 
Cajetano tinha autoridade para arrastálo, ainda que em 
violação do salvo-conduto imperial, abandonou a 
cidade às escondidas no meio da noite, regressou a 
Wittenberg e apelou a um concílio geral. 
Frederico, não protegia Lutero porque estava 
convencido de suas doutrinas, mas sim porque lhe 
pareceu que a justiça exigia um julgamento correto. A 
principal preocupação de Frederico era ser um 
governante justo e sábio. Com esse propósito fundou a 
Universidade de Wittenberg, muitos de cujos 
professores lhe diziam que Lutero tinha razão, e que se 
enganavam aqueles que o acusavam de heresia. 
 
Pelo menos, enquanto Lutero não fosse condenado 
oficialmente, Frederico estava disposto a evitar que se 
cometesse com ele uma injustiça semelhante a que 
havia acontecido no caso de João Huss. 
 
Entretanto, a situação se tornava cada vez mais difícil, 
pois cada vez mais eram mais numerosos os que 
21 
 
Paschoal Piragine Jr 21 31/10/16 
diziam que Lutero era herege, tornando a posição de 
Frederico bastante precária. 
Assim estavam as coisas, quando a morte de 
Maximiliano deixou vago o trono alemão, e era 
necessário eleger um novo imperador. Visto que se 
tratava de uma dignidade eletiva, e não hereditária, 
imediatamente se começou a discutir sobre quem seria 
o novo imperador. 
O candidato ideal era Frederico o Sábio, respeitado por 
todos os demais senhores alemães. Se Frederico fosse 
eleito, as potências européias ficariam suficientemente 
divididas para permitir ao papa gozar de certo poder. 
Portanto, desde antes da morte de Maximiliano, Leão X 
tinha decidido aproximar-se de Frederico e apoiar a sua 
candidatura. 
Porém, Frederico protegia a Lutero, pelo menos até que 
o frade revolucionário fosse devidamente julgado. 
Portanto, Leão decidiu que o melhor era prorrogar a 
condenação de Lutero e tratar de aproximar-se do 
monge e do eleitor que o defendia. Com essas 
instruções enviou Karl von Miltitz, parente de Frederico 
à Alemanha, com uma rosa de ouro para o eleitor em 
sinal de favor papal e, por assim dizer, com um ramo de 
oliva para o monge. 
 
Miltitz se entrevistou com Lutero e conseguiu deste a 
promessa de não continuar a controvérsia, desde que 
seus inimigos fizessem o mesmo.Isto trouxe uma breve 
trégua, até que o teólogo conservador João Eck, 
professor da universidade de Ingolstadt, interveio no 
assunto. Em lugar de atacar Lutero, o qual se fizera 
aparecer como aquele que quebrara a paz, Eck atacou a 
Carlstadt, outro professor da universidade de 
Wittenberg que tinha se convencido das doutrinas de 
Lutero, e que era muito mais impetuoso e exagerado do 
que o Reformador. Eck propôs a Carlstadt um debate 
22 
 
Paschoal Piragine Jr 22 31/10/16 
que teria lugar na universidade de Leipzig. Dadas e 
estabelecidas as questões, ficava claro que o propósito 
de Eck era atacar Lutero através de Carlstadt e, 
portanto, o Reformador declarou que devido a serem 
discutidas as suas doutrinas em Leipzig, ele também 
participaria do debate. 
 
 
 
A discussão se conduziu com todas as formalidades 
dos exercícios acadêmicos e durou vários dias. Quando 
chegou o momento de Lutero e Eck se enfrentarem, 
ficou claro que o primeiro era melhor conhecedor das 
Escrituras, porém que o segundo se achava mais à 
vontade no direito canônico e na teologia medieval. 
Ecom toda a esperteza, Eck levou o combate para seu 
próprio campo, e por fim obrigou a Lutero declarer que 
o Concílio de Constanza se enganara ao condenar 
Huss, e que um cristão com a Bíblia, no seu entender, 
tem mais autoridade que todos os papas e os concílios 
contra ela. Isso bastou. Lutero tinha se declarado 
defensor de um herege condenado por um concílio 
ecuménico. 
 
Mesmo que os argumentos do reformador se 
mostrassem melhores do que os do seu oponente em 
vários pontos, foi Eck quem ganhou o debate, pois nele 
conseguiu demonstrar aquilo a que se propusera: que 
Lutero era um herege, pois defendia as doutrinas dos 
hussitas. 
 
Ainda que umas semanas antes do debate de Leipzig, 
Carlos I da Espanha tinha sido eleito imperador (com o 
voto de Frederico, o Sábio) e, portanto, o papa não 
tinha que andar com mesuras como antes, a posição de 
23 
 
Paschoal Piragine Jr 23 31/10/16 
Lutero tinha se fortalecido. Muitos cavaleiros alemães 
chegaram a enviar-lhe mensagens prometendo-lhe 
apoio armado, se o conflito chegasse a estourar. 
 
 
Quando por fim o papa resolveu atuar, sua ação 
resultou demasiadamente tardia e ineficiente. Na bula 
Exsurge domine, Leão X declarou que um javali selvage 
havia penetrado na vinha do Senhor e ordenava que os 
livros de Martinho Lutero fossem queimados, e dava ao 
monge rebelled sessenta dias para submeter-se à 
autoridade romana, sob pena de excomunhão e 
anátema. 
A bula demorou muito tempo para chegar às mãos de 
Lutero, pois as circunstâncias políticas eram 
sobremodo complexas. 
Em vários lugares, ao receber cópias da bula, as obras 
do Reformador foram queimadas. Porém em outros, 
alguns estudantes e outros partidários de Lutero, 
preferiram queimar algumas das obras que se opunham 
ao movimento reformador. 
Quando enfim a bula chegou às mãos de Lutero, este a 
queimou, junto com outros livros que continham as 
doutrinas papistas. O rompimento era definitivo e não 
havia modo de se voltar atrás. 
Faltava ver, entretanto, que atitudes tomariam os 
senhores alemães e particularmente o Imperador, pois 
sem eles era pouco o que o papa poderia fazer contra 
Lutero. 
Ainda que Carlos V fosse católico convicto, não deixou 
de utilizar a questão de Lutero como uma arma contra o 
papa quando este pareceu inclinar-se para o seu rival, 
Francisco I, da França. 
24 
 
Paschoal Piragine Jr 24 31/10/16 
Posteriormente, depois de muitas idas e vindas, se 
resolveu que Lutero compareceria diante da dieta elo 
Império, reunida em Worms no ano de 1521. 
Quando Lutero chegou a Worms, foi levado diante do 
Imperador e vários dos principais personagens do 
Império. 
 
Quem estava encarregado de interrogá-lo lhe 
apresentou um montão de livros e lhe perguntou se os 
havia escrito. Depois dele examiná-los Lutero confirmou 
que os havia escrito todos e vários outros que não 
estavam ali. Então seu interlocutor lhe perguntou se 
continuava sustentando tudo o que havia ditto neles ou 
se estava disposto a retratar-se de algo. 
 
No dia seguinte correu a notícia de que Lutero 
compareceria diante da dieta e a assistência foi grande. 
A presença do Imperador em Worms, rodeado de 
soldados espanhóis que abusavam do povo, havia 
exacerbado ainda mais o sentiment nacional. Uma vez 
mais, em meioao maior silêncio, se perguntou a Lutero 
se se retratava. O monge respondeu dizendo que o que 
havia escrito não era mais que a doutrina cristã que 
tanto ele como seus inimigos sustentavam, e portanto 
ninguém deveria pedir-lhe que se retratasse daquilo. 
Outra parte tratava sobre a tirania e as injustiças a que 
estavam submetidos os alemães, e também disto não se 
retrataria, pois tal não era o propósito da dieta, e tal 
negação somente contribuiria para aumentar a injustiça 
que se cometia. A terceira parte, que consistia em 
ataques a certos indivíduos e em pontos de doutrina 
que seus oponentes refutavam, certamente não havia 
sido escrita com demasiada aspereza. Eassim tão 
25 
 
Paschoal Piragine Jr 25 31/10/16 
pouco dela se retrataria, a não ser que lhe 
convencessem de que estava enganado. 
Seu interlocutor insistiu: "Retratas-te, ou não"? E 
Lutero lhe respondeu, em alemão, e desdenhando 
portanto o latim dos teólogos: "Não posso nem quero 
retratar-me de coisa alguma, pois ir contra a 
consciência não é justo nem seguro. Deus me ajude. 
Amém". 
 
Em Worms, ao negar a retratar-se, mostrou-se 
igualmente firme diante do poder do imperador. Este 
não estava disposto permitir que um frade rebelde o 
desobedecesse e, portanto, se preparou para 
acrescentar a condenação civil à eclesiástica de que 
Lutero já fora objeto. Entretanto isto não se tornou tão 
fácil, porque vários dos principais membros da dieta se 
opuseram ao imperador. 
 
Mas quando, finalmente, forçada pelo imperador, a dieta 
promulgou o edito que citamos no início deste capítulo, 
Lutero já se encontrava a salvo no castelo de 
Wartburgo. 
 
O que havia sucedido era que Frederico, o Sábio, 
inteirado de que o imperador forçaria a dieta a condenar 
Lutero, tinha-o colocado a salvo. Um grupo de homens 
armados, debaixo de instruções de Frederico, 
seqüestrou o frade e levou-o até Wartburgo. Devido às 
suas próprias instruções, nem o próprio Frederico sabia 
onde o tinham escondido. 
 
 
 
26 
 
Paschoal Piragine Jr 26 31/10/16 
Escondido em Wartburgo, Lutero deixou crescer sua 
barba, escreveu a alguns de seus colaboradores mais 
íntimos dizendo-lhes que não temessem por seu 
paradeiro e dedicou-se a escrever. 
 
De todas as suas obras nesse período, nenhuma é tão 
importante quanto a tradução da Bíblia. O Novo 
Testamento, começado em Wartburgo, foi terminado 
dois anos mais tarde, e o Antigo Testamento demorou 
mais de dez (10) anos. 
 
Pela importância da obra, bem valia o tempo empregado 
nela, pois a Bíblia de Lutero, além de dar um novo 
ímpeto ao Movimento Reformador, deu forma ao idioma 
e, portanto, à nacionalidade alemã. 
 
Enquanto Lutero estava no exílio, vários de seus 
colaboradores se ocuparam em continuar o trabalho 
reformador em Wittenberg. Deles, os mais destacados 
foram Carlstadt e Felipe Melanchthon, um jovem 
professor de grego, de temperament muito diferente de 
Lutero, porém, convencido das opiniões de seu colega. 
Até então, a reforma que Lutero tinha preconizado não 
havia tomado forma concreta na vida religiosa de 
Wittenberg. Lutero era um homem tão temente a Deus 
que tinha vacilado em dar os passos concretos que 
seguiam sua doutrina. Porém agora, na sua ausência, 
estes passos foram dados rapidamente, um após o 
outro. 
 
 
27 
 
Paschoal Piragine Jr 27 31/10/16 
Muitos monges e freiras deixaram seus conventos e se 
casaram. O culto foi simplificado e começou-se a usar o 
alemão ao invés do latim. Aboliram as missas pelos 
mortos. Cancelaram os dias dejejum e abstinência. 
Melanchthon começou a oferecer a comunhão de 
ambos os modos, isto é, deu o cálice aosleigos. 
Visto que Carlos V teve de ausentar-se imediatamente 
depois da dieta de Worms, e que o edito dessa dieta 
havia sido obra sua, a Câmara Imperial que governava 
em seu lugar, não tratou de aplicá-lo. Quando se reuniu 
de novo a dieta em Nuremberg, em 1523, foi adotada 
uma política de tolerância para com o luteranismo, 
apesar dos protestos dos legados do papa e do 
Imperador. 
Em 1526, quando Carlos V viu-se obrigado a enfrentar 
de uma só vez o papa e o rei da França, a dieta de Spira 
declarou que, devido às novas circunstâncias, o edito 
de Worms não era mais válido, e que, portanto, cada 
estado tinha liberdade de seguir o curso religioso que 
sua consciência ditasse. Vários dos territorios do Sul da 
Alemanha, e mais a Áustria, optaram pela fé católica, 
todavia, muitos outros preferiram a luterana. A partir 
daí Alemanha foi transformada num mosaico religioso. 
 
Em 1529, a segunda dieta de Spira tomou um curso 
muito distinto. Naquele momento o Imperador era mais 
poderoso e vários príncipes que antes tinham sido 
moderados passaram para o lado católico. Ali se 
reafirmou o edito de Worms. Foi então que os príncipes 
luteranos protestaram formalmente e, por isso, a partir 
desse momento, começaram a chamá-
los"protestantes". 
Finalmente, Carlos V regressou à Alemanha em 1530, 
para a celebração da dieta de Augsburgo. Na dieta de 
28 
 
Paschoal Piragine Jr 28 31/10/16 
Worms, o Imperador não tinha desejado ouvir sobre o 
que tratava o debate. Porém agora, tendo em vista o 
curso dos acontecimenlos, pediu que lhe 
apresentassem uma exposição ordenada dos pontos 
em discussão. Esse documento, preparado 
primeiramente por Melanchthon, é o que se conhece 
como a "Confissão de Augsburgo". 
 
No princípio representava somente os protestantes da 
Saxônia. Porém, pouco a pouco outros foramfirmando-o 
e logo chegou a servir para apresentar ao Imperador 
uma frente quase que totalmente unida (havia outras 
duas confissões minoritárias que não concordavam 
com esta da maioria dos protestantes). 
 
Novamente, o Imperador encolerizou-se e deu aos pro-
testantes um prazo até abril do ano seguinte para se 
retratarem. 
 
Francisco I se preparava de novo para a guerra, e os 
turcos davam mostras de querer vingar o fracasso da 
campanha anterior. Sob tais circunstâncias, Carlos V 
tinha que contar com o apoio de todos os seus súditos 
alemães. Assim, começaram as negociações entre 
protestantes e católicos e se chegou, finalmente, à paz 
de Nuremberg, firma-da em 1532. 
 
 
Segundo esse acordo, era permitido aos protestantes 
continuar com sua fé, porém estaria proibido a eles 
estendê-la a outros territórios. O edito Imperial de 
Augsburgo seria sus-penso e os protestantes ofereciam 
ao Imperador seu apoio contra os turcos, ao mesmo 
29 
 
Paschoal Piragine Jr 29 31/10/16 
tempo que se comprometiam a não ir além da Confissão 
de Augsburgo. 
Como antes, as condições políticas tinham operado em 
prol do protestantismo, que continuava estendendo-se 
para no-vos territórios, apesar do que fora firmado em 
Nuremberg.

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