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PRÁTICAS DE ENFERMAGEM 2 Exame físico Sistema Cardiovascular Docente: Deyvisson Ribeiro https://www.unp.br/ COMO É FORMADO O SISTEMA CARDIOVASCULAR? 2 3 COMO OCORRE A PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO? 4 PRINCIPAL FUNÇÃO DO APARELHO CARDIOVASCULAR Levar sangue oxigenado e nutrientes aos tecidos, além de hormônios, e transportar o sangue com dióxido de carbono (CO2) e metabólicos, para que seja novamente depurado e iniciado o processo de arterialização. 5 CONSIDERAÇÕES INICIAIS •Principais sinais e sintomas cardiovasculares: podem se originar no próprio coração ou em outros órgãos que sofram repercussão do mau funcionamento desse órgão; 6 •A avaliação do paciente deve ser realizada a partir dos dados obtidos na anamnese, no exame físico e em outros recursos diagnósticos; •As queixas manifestadas permitem estabelecer prioridades na procura de sinais no exame físico e nas intervenções que serão realizadas. 7 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Manifestações clínicas mais comuns: • Dispneia • Fadiga • Precordialgia • Desconforto no peito • Palpitações • Síncope • Edemas • Variações na PA e FC CONSIDERAÇÕES INICIAIS 8 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO 9 •É necessário obter informações precisas sobre cada um dos sintomas referidos e verificar: • O início (desde quando ele existe?!); • O quanto é desconfortável; • O motivo que desencadeia as crises de dor ou falta de ar; •O quanto as atividades diárias são alteradas (Consegue cuidar das atividades domésticas? Interferiu no desempenho sexual? Nos cuidados de higiene?); •As atitudes tomadas para que diminuam, aliviem ou cessem os sintomas (ex.: deitar-se; sentar-se; levantar-se; interromper a atividade iniciada; etc). 10 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO •Dentre os sintomas relatados, a investigação da dor é fundamental. É importante sempre caracterizar: • O tipo (em aperto, pontada, facada, latejante) •A localização (valorização da queixa precordial) •A intensidade (escala de 0 a 10) ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO 11 •A irradiação (pescoço, braço esquerdo, região epigástrica, costas); •A duração (início e término, se é contínua ou intermitente); •Os fatores relacionados ao desencadeamento ou à piora (pequenos, médios e grandes esforços ou emoções); 12 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO • Os fatores relacionados à melhora (repouso e/ou medicamentos); •Além da associação com náuseas, vômitos, sudorese, palpitação, tontura, pré- síncope ou síncope. •P.S (post scriptum).: A avaliação da dor deve também ser feita quando a queixa for o desconforto no peito. 13 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO Palpitações •Também referidas como “batedeira”, “coração pulando” e etc, devem ser investigadas quanto à duração e aos fatores que desencadeiam; • Há outros sintomas associados ao momento da palpitação? •As síncopes podem estar associadas às palpitações – investigar a relação palpitação-síncope. 14 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO Fadiga e dispneia • Costumam estar relacionadas e podem ser 15 relatadas como sintomas ou doapresentam-se como sinais objetivamente detectados pela observação paciente; • Sempre verificar: ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO Fadiga e dispneia • Fatores de desencadeamento e melhora; • Duração do episódios (quando não se tratar de uma queixa contínua) • Outros dados que se relacionam: queda da pressão arterial diminuição da filtração glomerular diminuição da diurese ganho de peso edemas. ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO 16 •Correlacionar esses sintomas com a fisiologia normal do organismo é uma condição imprescindível na identificação de padrões de normalidade que deverão ser confrontados , levando à identificação de “pistas” ou indicadores que, quando agrupados, permitirão a inferência diagnóstica da enfermagem. 17 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO Além das queixas, deve-se coletar: •Antecedentes familiares e pessoais • Dados clínicos sobre tratamentos anteriores ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO CLÍNICOS: medicamentos, dietas, radioterapia? CIRÚRGICOS: Qualquer cirurgia que tenha se submetido PROCEDIMENTOS INVASIVOS: Cateterismo cardíaco com angioplastia, diálise. Etc. IMPLANTES DE DISPOSITIVOS: Marca-passo, desfibrilador, etc 18 Quanto aos antecedentes pessoais e familiares: •Se os parentes de linhagem direta estão vivos (se mortos, qual a causa e a idade do falecimento) e se são portadores de doenças crônicas cuja herança familiar representa um fator de risco para cardiopatias (diabetes, hipertensão, etc); 19 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO • Se o paciente é portador de doenças crônicas; • Tabagista (quantidade / tempo) • Sedentarismo 20 • Se é (ou foi) obeso •Histórico de dislipidemia triglicerídeos); (níveis elevados de lipídeos – colesterol, ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO • Se está em idade de risco (H: mais de 40 anos / M: mais de 45 anos) • Vive estressado? •Uso de anticoncepcionais/medicamentos (prescritos ou não, doses, horários, uso regular ou não); • Reposição hormonal; • Oriundo de regiões endêmicas da Doença de Chagas – cardiopatia chagásica. 06/04/2021 FERNANDA ALVES DA SILVA RIBEIRO 21 ANAMNESE DO APARELHO CIRCULATÓRIO EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR •Habitualmente dividido em: geral e específico (diversos sistemas); • Passos propedêuticos: inspeção, palpação e ausculta. 22 Inspeção inicial (atenção a dados subjetivos) •Como o paciente encontra-se no leito? Está confortável? Qual sua posição? Parece tranquilo ou inquieto? Apresenta sinais claros de desconforto respiratório (dispneia) ou de cansaço ao responder as perguntas? OBS.: Essa inspeção inicial já dá uma ideia da capacidade funcional do coração. 23 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL • Sinais vitais EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL Permitem estabelecer valores básicos • Dados antropométricos •Pressão arterial, pulso e volume de diurese em determinado tempo, fornecem informações importantes pois traduzem eventuais alterações hemodinâmicas que possam estar acontecendo. 24 •Os dados antropométricos (peso, altura, circunferência abdominal e relação cintura-quadril) são uteis para avaliação do estado nutricional do paciente; • Sobrepeso e obesidade podem representar um fator de risco cardíaco e a perda ponderal, um agravamento da condição cardíaca (insuficiência cardíaca). 25 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Atualmente, a circunferência abdominal e a relação cintura-quadril são consideradas indicadores melhores do que o IMC para determinar o risco de doenças cardiovasculares. 26 • Levam em consideração a localização da gordura; EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •O corpo humano possui dois tipos de gordura: a subcutânea (distribuída por todo organismo, e a visceral, acumulada principalmente na cintura); •Gordura visceral: responsável por produzir hormônios que alteram a circulação e a inflamação, além de aumentar a resistência a insulina e o aparecimento de aterosclerose. 27 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 28 29 •Aumento do risco cardiovascular de acordo com circunferência abdominal: homens, superior a 94 e mulheres, medidas superiores a 80. • Nível de consciência, avaliação da pele e mucosas, edemas, estase jugular. •A pressão arterial deve ser medida em ambos os braços; •Avaliar todos os pulsos possíveis (carotídeo, braquial, radial, femoral, pedioso, tibial posterior); 30 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Se na anamnese ou no exame de membros forem verificadas alterações nos pulsos ou sinais de comprometimento vascular (diminuição da perfusão e alterações na cor e na temperatura), deve-se realizar a mensuração da PA nos membros inferiores, observado se há variações •A diferença de PA entre membros superiores e inferiores pode ser sugestiva de aneurisma da aorta. 31 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL Classificação da dispneia de acordo com o tipo de exercício: •Dispneia aos grandes esforços: provémde atividades realizadas sem qualquer desconforto anteriormente ao desenvolvimento da cardiopatia (andar depressa, subir lances de escada...) 32 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Dispneia aos médios esforços: resultante de andar em locais planos, subir alguns degraus lentamente e realizar exercícios de média intensidade. • Dispneia aos pequenos esforços: manifesta-se com movimentos de pequena magnitude (comer, tomar banho, falar, trocar de roupa...). 33 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Dispneia de decúbito: surge quando o paciente se deita. O paciente necessita colocar mais de um travesseiro para dormir ou descansar, ou mesmo adotar a posição sentada para dormir. 34 Congestão pulmonar causada pelo retorno venoso prejudicado, oriundo dos MMII. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Dispneia paroxística noturna: o paciente acorda com dispneia intensa e súbita , com sensação de sufocação, opressão no peito, tosse seca, pele fria e pálida, sudorese, taquicardia e tórax expandido. • Pode haver broncoespasmo, com aparecimento de sibilos. •A avaliação da capacidade funcional dos cardiopatas toma como referência a dispneia. 35 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Tipo morfológico (aspecto físico): indivíduos longilíneos são mais suscetíveis a aneurisma da aorta. Síndromes de Marfan, Down, Tuner e Pickwiki. • Nível de consciência: uma das primeiras manifestações da diminuição do débito cardíaco – alteração da consciência em decorrência do hipofluxo cerebral. 36 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Pele, mucosas e anexos: Por meio delas, é possível detectar alterações hemodinâmicas e hidroeletrolíticas, cuja rápida correção é vital para esses pacientes. •Fadiga: oferta diminuída de O2 causada pelo débito cardíaco diminuído consequente à insuficiência cardíaca. 37 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL •Alterações do sono: a insônia ocorre com frequência em pacientes com insuficiência ventricular esquerda, devido a estase sanguínea encefálica. • Estase Jugular ou ingurgitamento: dado importante para portadores de cardiopatia. Inspeção das veias do pescoço. Avaliar estase à 45°. 38 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 39 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 40 •Ascite: pode indicar cardíaca direita crônica. insuficiência EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 41 •Edemas: fornece indicação de insuficiência ventricular direita, que eleva o aumento de líquido, elevando a pressão hidrostática vascular, causando edemas. •Em portadores de cardiopatias, os edemas aparecem o dia todo. Em portadores de varizes, ocorre ao final do dia. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 42 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL 43 Cacifo •Membros: avaliação da perfusão capilar e da coloração das extremidades fornece indícios para avaliação da função ventricular esquerda e do débito cardíaco. •Tendo em vista que pacientes cardiopatas são considerados de alto risco devido a instabilidade hemodinâmica, as condições da rede venosa passam a ser uma informação prioritária. 44 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: GERAL Inspeção: •Avaliar precórdio em decúbito dorsal com tórax exposto; • Posicionar-se a direita do paciente; • Ictus cordis: ou choque de ponta, corresponde ao movimento mais externo do coração a cada sístole ventricular. 45 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: ESPECÍFICO DO TÓRAX Palpação: •É mais facilmente observado em indivíduos magros que têm cardiomegalia; •Localiza-se no 5° espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular (palpação) – decúbito dorsal ou lateral. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: ESPECÍFICO DO TÓRAX 46 Invisível e impalpável: •Portadores de enfisema, obesidade, musculatura muito desenvolvida, grandes mamas. 47 Deslocado: • Dilatação e/ou hipertrofia VE, Estenose aórtica, etc. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: ESPECÍFICO DO TÓRAX Pode está deslocado pra cima (ascite ou gravidez); Em casos de hipertrofia: deslocado para baixo. 48 FOCOS OU ÁREAS DE AUSCULTA 49 ▪ FOCO MITRAL (FM) - localiza-se na sede do ictus cordis.No 4 ou 5° espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular esquerda; ▪ FOCO AÓRTICO (FA) - localiza-se no 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal. ▪ FOCO PULMONAR (FP) - localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal. ▪ FOCO TRICÚSPIDE (FT) - localiza-se na base do apêndice xifóide. EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR: ESPECÍFICO DO TÓRAX 50 ALTERAÇÕES DA BULHAS CARDÍACAS 51 ▪ Os sons cardíacos normais (chamados de bulhas cardíacas NORMOFONÉTICAS) são: ▪ B1-conhecida como “lub”, representa o início da sístole. É o som do tum. Causada pelo fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide). Mais audível na área mitral; ▪ B2 - conhecida como “dub”, representa o inicio da diastole. É o som do tá. Produzida pelo fechamento das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar). Mais audível nas áreas aórtica e pulmonar. ▪ Hiperfonese/Bulhas hiperfonéticas (som alto). Exemplo – atividade física e taquicardia causa um ↑da pressão nos ventrículos – B1 hiperfonética. ▪ Hipofonese/Bulhas hipofonéticas (som baixo). Acontece em distúrbios que colocam uma maior quantidade de tecido entre o coração e a parede torácica. Exemplo – enfisema, obesidade, pericardite. RUÍDOS CARDÍACOS 52 B3 (galope ventricular) pode ocorrer fisiologicamente até os 40 anos de idade. A partir disso, é patológico e assinala uma função sistólica prejudicada. B3 segue o B2 – numa cadência tum- tá-ta. Exemplo – insuficiência cardíaca; B4 – (galope atrial) ocorre após a contração atrial. Assinala um disfunção diastólica. Ocorre no final da diástole ventricular e é imediatamente ouvido antes de B1. Soa como tum-tum-ta. Exemplo – infarto do miocárdio, estenose aórtica. ▪ Sopro: produzidos pelo fluxo sangüíneo turbulento; ✓ Detecta-se ao ouvir um som sibilante, de assobio ou vento soprando no começo,no meio ou no final da fase sistólica ou diastólica; ✓ Caso o sopro ocorra entre B1 e B2, é sistólico; ✓ Se ocorre entre B2 e B1, é diastólica. 53 REFERÊNCIAS Aula disponibilizada pela Prof. FERNANDA ALVES DA SILVA RIBEIRO 54 BARROS, A. L. B. L. Anamnese e Exame Físico-:Avaliação Diagnóstica de Enfermagem no Adulto. Artmed Editora, 3 ed., cap. 9, pag. 187-203. 2016. POTTER, P. A. Fundamentos de enfermagem. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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