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Branquitude e Poder na Sociedade

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Laura Lima Silva
Psicologia Social – 4º período do Bacharelado em Psicologia (UPE)
SCHUCMAN, L. V. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Apresente e discuta criticamente a ideia ou argumentação principal do texto.
A sessão sob análise traz como tema central a abordagem da raça branca e da branquitude como conteúdos passiveis de estudo e aprofundamento teórico nas últimas décadas. A autora traça inicialmente uma linhagem histórica dos autores de diversos países que se debruçaram sobre esse tema, a maioria deles pioneiros na discussão dessa temática e na delimitação de conceitos que passaram a ser utilizados posteriormente. Além disso, também é estabelecido, de certa maneira, o que é a branquitude e algumas implicações da existência desse conceito de maneira prática. Atrelado a esta ideia, Schucman também explana as características próprias dessa branquitude no que se refere a posição de poder na qual as pessoas que estão inseridas nesse “contexto branco”. Questões como privilégios de ordem material e simbólica, invisibilidade e lócus social são analisadas e descritas através das perspectivas de diversos autores, sendo alguns deles brasileiros. 
O modo como as ideias são organizadas no texto, partindo de uma explanação teórica com bases históricas até a conceituação da branquitude, traz um caráter didático as explicações, o que atua de maneira positiva na compreensão da temática abordada. Outrossim, a autora também apresenta diversos autores brasileiros como fundamentação das ideias expostas, além das interligações por ela realizadas com o contexto do país. Esses movimentos na construção do texto ajudam em uma certa adequação do que está sendo exposto a realidade dos leitores, que convivem com as situações apresentadas diariamente, facilitando, dessa forma, o entendimento e a identificação das aplicações empíricas do conceito apresentado no cotidiano dos mesmos. 
 
De que modo este texto contribui à sua formação profissional ou à Psicologia como ciência e profissão?
Ter contato com diferentes teorias e formas de entender o mundo é de grande importância para a formação em Psicologia. É observável o foco dos estudos e das abordagens teóricas voltadas para a temática de raça apenas sob a perspectiva do negro, porém, a compreensão de outras formas de entender e analisar o conceito de raça e as suas implicações é necessário cada vez mais. No que se refere à branquitude, compreender as relações de poder que perpassam essa questão e as suas reverberações para a sociedade vista como um todo, pode ajudar a identificar preconceitos e relações baseadas nas desigualdades (de diversas ordens) que podem existir, seja de modo facilmente visível ou velado. Ao nos depararmos com essas questões, nota-se a necessidade para que desenvolvamos um olhar crítico sobre a sociedade, porém que este seja perpassado de empatia, para que possamos, mesmo que de forma simples, tentar entender os sofrimentos que podem estar atrelados a estas temáticas. Situações baseadas em crises de identidade e também em conflitos de raça requerem do psicólogo este olhar humanizado, ter conhecimento acerca das diferenças que são comuns a população do país e das raízes dessas diferenças – assim como de suas consequências – pode ajudar no desenvolvimento deste olhar e auxiliar nos desdobramentos para uma prática psicológica igualitária e baseada no respeito. 
 Destaque um trecho do texto que mais tenha lhe chamado a atenção e discuta-o, refletindo criticamente.
“[...] há uma parcela de brancos que obtém privilégios de sua identidade racial, não por exercer conscientemente o racismo, nem tampouco concordar com ele, mas sim por estar inserida em uma sociedade de estrutura racista [...] ” (SCHUCMAN, 2012, p.27)
O racismo está incrustado em nossa sociedade de maneira tão arraigada que passou a ser definido por alguns autores como sendo estrutural, essa concepção pode ser analisada de maneira prática ao nos depararmos com situações nas quais o que Schucman cita pode ser observado. Diversas vezes reproduzimos discursos e práticas preconceituosas sem nos darmos conta disso, apenas porque naturalizou-se algo não há uma reflexão crítica acerca daquilo, apenas a reprodução impensada e suficiente. No entanto, estas ações de certa forma alienadas auxiliam a perseverar a supremacia ideal branca que compõe a sociedade atualmente, fazendo o mesmo também em direção oposta, no que se refere a reafirmação do racismo e da marginalização das diferenças que vão de encontro aos padrões impostos. Pode ser observada, então, a necessidade de se construir consciências críticas que analisem as realidades, buscando identificar e compreender as desigualdades que perpassam o cotidiano da sociedade brasileira, assim como os privilégios que são próprios a determinadas populações. Assim, com o reconhecimento destas diferenças, analisar a partir de quais situações estas são decorrentes, como por exemplo da branquitude e do racismo. No entanto, apenas compreender todas essas reverberações das divisões raciais não se mostra suficiente, para que o racismo estrutural possa ser alterado é preciso que ações possam ser tomadas, que mudanças reais e concretas possam ser estimuladas e desenvolvidas, auxiliando na desconstrução das divisões por cor da pele. 
Formule uma pergunta crítico-reflexiva acerca do texto e responda-a.
Schucman cita a influência da mídia sobre a construção de imagens estereotipadas acerca de populações baseadas na sua raça. Tendo em vista o cenário midiático atual, analise as mudanças que ocorreram no passar dos anos e nas suas implicações. 
Durante muito tempo, o negro foi retratado no meio midiático através de personagens marginalizados, trabalhadores braçais, pessoas humilhadas pelos brancos sempre ricos, famosos e com ótima qualidade de vida. Porém, nos últimos anos puderam ser observadas algumas mudanças nessas representações. Os negros começaram a ganhar papeis de destaque nas atrações televisivas, seriados de alcance mundial passaram a retratar o negro de maneira positiva e até mesmo denunciando o racismo e o preconceito, além de tantos outros meios em que essa população especifica passou a ter voz e a ser retratada de maneira adequada. No entanto, apesar destas mudanças significativas, ainda há muito a ser feito e alterado. Ainda persiste a representação do negro como o bandido pobre que vem da favela, como a pessoa sem instrução e incapaz de “vencer na vida” – tendo em vista o olhar da sociedade capitalista sobre sucesso. Algumas dessas mudanças ocorreram apenas depois de atos públicos de grande repercussão de racismo, nos levando a pensar se todas as vezes será necessário que alguém (ou alguma população) seja desrespeitada – por simplesmente existir ou possuir uma identidade própria que não fere a existência do outro – para que mudanças ocorram ou atitudes sejam tomadas. A mídia, devido seu grande alcance na era moderna e tecnológica, deveria ser um agente precursor de mudanças benéficas, utilizando seu alcance para propagar olhares ampliados sobre o mundo e sobre os indivíduos, não se limitando a reprodução massificada dos estigmas e das construções sociais baseadas na discriminação. Mesmo com as mudanças já mencionadas, esse agenciamento de informações e olhares diversificados ainda precisa ser ampliado, e apenas com a possível mudança daqueles que manejam os meios midiáticos poderá ser observada uma alteração significativa nesse âmbito.

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