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A hipomineralização molar

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A hipomineralização molar - incisivo (HIM) é uma patologia de origem sistêmica caracterizada pela diminuição da mineralização de um até 4 primeiros molares permanentes e que surge frequentemente associada aos incisivos permanentes, os quais podem estar, igualmente, afetados.
A HMI apresenta-se como um grande desafio clínico para o cirurgião-dentista, uma vez que as alterações na estrutura do elemento dentário acarretam inúmeras consequências clínicas como: fraturas pós-eruptivas do esmalte, maior susceptibilidade à lesão cariosa, hipersensibilidade dentária, adesão deficiente do material restaurador ao esmalte dentário e necessidade de retratamento com frequência. Além disso, os pacientes relatam problemas estéticos quando os incisivos são afetados.
Clinicamente, o esmalte dos dentes afetados apresenta zonas de descoloração branca / opaca, amarela ou castanha, consoante o grau de severidade, bem delimitadas, e geralmente assimétricas. 
É necessário estabelecer critérios para o diagnóstico diferencial entre a HMI e condições semelhantes como: fluorose dentária, amelogênese imperfeita, hipoplasia do esmalte e cárie dentária. Na fluorose as opacidades são difusas e estão presentes em dentes homólogos. A amelogênese imperfeita é uma alteração genética que pode envolver todos os dentes e estar associada a taurodontia e a mordida aberta anterior. Fraturas de esmalte pós-eruptivas devido à HMI apresentam bordas irregulares, ao contrário de quebras relacionadas à hipoplasia que têm arestas lisas e arredondadas. Por fim, as lesões de cárie dentária aparecem como manchas brancas, opacas e irregulares localizadas em áreas de acúmulo de biofilme.
É importante o diagnóstico precoce desta patologia no sentido da implementação de medidas rigorosas de higiene, que permitam a remineralização das superfícies dentárias hipomineralizadas, devendo, ao mesmo tempo, ser desaconselhada uma dieta criogênica, assim como a exposição a fatores considerados abrasivos / erosivos.
 Portanto, é importante que o cirurgião-dentista tenha um adequado conhecimento sobre esta condição e esteja devidamente preparado para o manejo do paciente pediátrico, como também saiba diferenciar essa patologia de outras alterações do esmalte dentário.
Além de uma dieta e higiene oral destacadas, a aplicação tópica de Flúor e uma utilização de pastas dessensibilizantes são uma opção na prevenção da cárie e no alivio da sensibilidade dentária.
Como possibilidades de tratamento de dentes com HMI são diversas, variando desde a prevenção ate a restauração ou mesmo uma extração dentária. A decisão do a seguir é complexa e depende de inúmeros fatores, sendo que a severidade da condição, a idade dentária do paciente, o contexto socioeconômico da criança / pais e as suas expectativas são os mais considerados.

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