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SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA

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NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA 
 
INSPEÇÃO GERAL 
- Observar a face e a postura como um todo → 
observar se ele está bem vestido se possui 
aparência adequada 
- Observar se o paciente está triste, eufórico, 
atento ou distraído 
- Observar se o paciente é receptivo, faz contato 
visual, se aperta sua mão com firmeza e se as 
palmas estão úmidas 
- Já na inspeção é possível obtar dados 
referentes ao estado mental 
 
Observar no paciente: 
▪ Presença de ptose, estrabismo ou 
cicatrizes 
▪ Se os dentes estão conservados 
▪ Vê se há queda parcial das sobrancelhas 
→ (mandarose) ? 
▪ Verificar se há paralisia ou paresia facial 
▪ Observar manchas: Manchas vinhosas 
(Doença de Sturge-Weber), mancha 
hipercrômica (Neurofibromatose), 
equimoses (traumas) ou queimadura 
retrátil 
 
▪ Observar se os olhos, nariz ou orbitas são 
malformados → Observar se há baixa 
implantação das orelhas ou dos cabelos 
▪ Observar se tem palato em ogiva, se tem 
hipertelorismo 
 
 
Fácies do paciente: 
▪ Fáscies em machadinha → Distrofia 
miotônica de Steinert 
▪ Fáscies características de síndrome de 
down 
▪ Fácies macilenta do hipotireoidismo, 
pregueada do sofredor de cefaleia em 
salvas com extremidades aumentas na 
acromegalia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem: Fácies em machadinha (Doença de 
Steinert) e Acromegalia com macroglossia 
 
Observar presença de movimentos involuntários: 
▪ Tremores → movimento oscilatório 
rítmico 
▪ Mioclonias → abalos envolvendo um ou 
mais músculos, arrítmico e semelhante à 
reação ao choque elétrico 
▪ Coreia → movimentos sem propósitos, 
rápidos, breves, leves, irregulares e 
assimétricos associados a hipotonia 
▪ Balismo → semelhante a corea, mas é 
mais proximal e mais explosivo 
▪ Atetose → são movimentos lentos e 
contínuos e ondulantes acompanhados de 
hipertonia 
▪ Distonia → movimentos torcionais 
envolvendo porções maiores do corpo 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
- Considerando apenas as aferências, o equilíbrio 
depende fundamentalmente da integridade da: 
▪ Propriocepção 
▪ Visão 
▪ Função vestibular 
 
Sinal de Romberg: 
▪ Teste: Paciente sem calçados, tornozelos 
encostados um ao outro, braços cruzados 
na frente do tórax → Possui duas etapas: 
(1) Permanecer de olhos abertos por 30 
segundos observado um alvo a sua frente 
a cerca de 60cm (2) Fechar os olhos, 
permanecendo na mesma posição, e ficar 
por mais 30 segundos 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
▪ Esse teste afere a PROPRIOCEPÇÃO com 
o sem controle visual → mesmo idosos 
com 79+ anos conseguem se manter 
nessa posição com os olhos fechados por 
30 segundos 
▪ Alteração no teste: Não é necessário que o 
paciente caia, basta observar se ele abre 
olho, se ele da uma passada lateral, se 
afasta os pés, se afasta os braços do corpo 
→ basicamente observar se há alguma 
oscilação que denuncie eminencia de 
queda 
▪ SINAL DE ROMBERG POSITIVO: Se for 
positivo para um dos lados após prevê 
latência sugere DISFUNÇÃO VESTIBULAR 
HOMOLATERAL, caso haja queda imediata 
para qualquer direção sem latência é 
sugestivo de DISFUNÇÃO CORDONAL 
POSTERIOR (lembra que a propriocepção 
se dá pela via aferente cordonal posterior) 
▪ O paciente com LESÃO CEREBELAR já 
encontra dificuldade em juntar os pés → O 
paciente apenas com lesão cerebelar não 
encontra mais dificuldade se fechar os 
olhos, mas caso a sua dificuldade 
aumente, isso é sugestivo de prejuízo 
concomitante de PROPRIOCEPÇÃO ou na 
FUNÇÃO VESTIBULAR 
 
 
Romberg pé ante pé (Romberg Tandem ou 
Sharpened): 
▪ Também analisa o sistema proprioceptivo, 
porém é um teste de maior grau de 
dificuldade → o paciente deve recorrer a 
outras estratégias para manter o 
equilíbrio 
▪ Teste: Mesma posição do sinal de romberg 
(braços cruzados na frente do tórax com o 
olhar fixo em um alvo proximo), mas o 
paciente deve colocar os pés em linha um 
na frente do outro → deve ficar assim por 
30 segundos de olhos abertos, e em 
seguida mais 30 segundos só que com os 
olhos fechados 
▪ A perna que fornece 
estabilidade é a detrás, mas 
independente disso, o paciente 
normal consegue permanecer na 
mesma posição por pelo menos 30 
segundos 
▪ Alteração: O paciente 
modifica a posição dos pés, abre os 
olhos na segunda etapa, afasta os 
braços do corpo 
▪ Esse teste pode ser positivo 
nas vestibulopatias crônicas e em 
pessoas acima de 65 anos 
 
 
Teste clinico de integração sensorial e equilíbrio: 
▪ É uma extensão do sinal de romberg, 
avaliando as funções proprioceptivas, 
vestibulares e visuais no controle postural 
▪ É um dos testes mais importantes e reúne 
em uma mesma prova quadro posições 
▪ É prospectivo quanto ao risco de quedas e 
não necessita de treinamento prévio 
▪ Necessita-se de uma ESPUMA de alta 
densidade que atenda os padrões 
requeridos pelo teste 
▪ Teste: Exatamente igual ao teste de 
romberg, deve ser realizado com o 
paciente em duas etapas (olhos fechados 
e olhos abertos), mas agora é realizado 
primeiramente com o paciente numa 
superfície lisa e em seguida na espuma 
▪ Avaliar: Oscilação em cada posição e em 
quanto tempo o paciente consegue se 
manter em uma das posições 
▪ Cada posição deve ser mantida 3 vezes, e 
considerar o melhor ESCORE 
 
 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
Escore (GRADUAÇÃO DE OSCILAÇÕES): 
1. = Mínima 
2. = Leve 
3. = Moderada 
4. = Perda do equilíbrio 
 
▪ Alteração: Parar o cronometro quando o 
indivíduo mover os braços da posição 
original, abrir os olhos nas fases de olhos 
fechados ou afastar os pés a qualquer 
momento 
▪ Pacientes com disfunção ou perda da 
função vestibular unilateral 
descompensada tem grandes dificuldades 
para permanecer de pé sobre a espuma e 
de olhos fechados 
▪ Na disfunção vestibular este teste tem 
uma sensibilidade de 90% e uma 
especificidade de 95% 
 
Teste de alcance funcional (TAF): 
▪ Afere a margem de estabilidade no inicio 
da atividade e se correlaciona muito bem 
com os centros de pressão feridos em 
uma plataforma de estabilometria 
▪ Material necessário: régua de 1m de 
comprimento fixada na parede e deve 
estar na altura do ombro do paciente 
▪ Teste: Paciente de pé, em posição paralela 
à parede, com a régua na posição 
horizontal fixada no velcro e na altura do 
ombro → paciente eleva o membro 
superior mais próximo da parede com a 
mão fechada (ou segurando uma objeto), 
sendo esse o MARCADOR INICIAL na 
régua → O tronco deve ser flexionado para 
frente em uma maior distância possível e 
em seguida aferir na régua → O paciente 
não deve encostar o corpo ou o braço na 
parede e nem levantar seus pés durante o 
movimento 
▪ A prova deve ser repetida 3 VEZES, para 
então aplicar o valor do TAF 
 
Graduação: 
▪ Alcance de +25cm = Normal 
▪ Alcance de 15 – 25cm = 2x mais risco de 
quedas 
▪ Alcance de até 15cm = 4x mais risco de 
quedas 
▪ Alcance de 2cm = 8x mais risco de quedas 
 
EXAME DA MARCHA OU EQUILIBRIO DINÂMICO 
 
- O modo de andar do indivíduo é único e possui 
influencia da personalidade e do seu estdo 
funcional 
- Na marcha normal o individuo que se desloca, 
mas na patológica “a doença gera o andar” → ou 
seja, as marchas típicas de certas doenças são 
respostas adaptativas de limitações impostas 
pela própria doença 
- A marcha do paciente deve ser avaliada assim 
que ele adentra o recinto 
 
Marcha normal ou atípica: 
▪ O olhar do indivíduo é dirigido para frente, 
e só se volta para baixo quando há 
situações em que se exijamaior cautela e 
atenção 
▪ O ritmo é regular e as passadas são 
homogêneas → dá pra comparar as 
distancia contando passos 
▪ Partindo da posição em pé com os pés 
juntos, o centro de gravidade é deslocado 
para frente e ao mesmo tempo avançamos 
com um dos pés 
▪ Ocorre flexão da coxa sobre o quadril, 
sendo o avanço acompanhado de suave 
flexão do joelho e flexão dorsal do pé 
▪ O pé que avança pousa primeiramente 
com o calcanhar, e a medida em que o 
corpo se desloca para frente, o restante do 
pé se apoia no chão 
▪ Ao mesmo tempo o segundo pé começa a 
se deslocar do chão: primeiro o calcanhar 
e depois a ponta → O segundo pé não se 
desloca para frente do primeiro, mas sim 
avança o dobro do primeiro pé 
▪ Quando o pés vão se afastando, a distância 
vertical do quadril para o chão é menor 
que o comprimento do membro inferior, 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
determinando uma flexão ainda maior do 
joelho do membro que avança 
▪ Quando o segundo pé pousa no chão, o 
ciclo se reinicia: Um pé avança enquanto o 
outro serve de apoio 
▪ Quando o indivíduo para, os pés são 
apoiados um do lado do outro e não há 
deslocamento do corpo 
▪ Os membros superiores durante a marcha 
balançam de maneira alternada e oposta 
aos pés → O braço direito avança com a 
perna esquerda, resultando em otimização 
do equilíbrio 
 
 
Marcha hemiplégica (ou ceifante): 
▪ Típica da síndrome piramidal unilateral 
▪ Resulta principalmente da hipertonia 
espástica e da paresia(restrição do 
movimento)/plegia (ausência de 
movimento) do membro afetado 
▪ O individuo só avança com 
um lado, enquanto o membro 
parético só serve de apoio 
▪ Devido a espasticidade e a 
diminuição de força, o paciente 
não consegue flexionar o 
joelho do membro afetado, e 
então passa a deslocar o 
membro parético em uma 
circundução (que é o 
movimento ceifante) 
 
Marcha bipiramidal (ou em tesoura ou espástica): 
▪ Encontrada nas paraparesias 
espásticas como na infecção por: HTLV-1, 
diplegia de Little, paraparesia espástica 
familial e mielopatia secundária à 
espondilose cervical 
▪ A velocidade de progressão é 
bastante lenta com passadas curtas, dada 
a espasticidade que afeta os dois MMII 
▪ O aspecto mais característico é o 
envolvimento dos adutores da coxa → 
Resulta em uma tendencia dos joelhos 
cruzarem a linha média a cada passo (por 
isso também é chamado de marcha em 
tesoura) 
 
Marcha atáxica sensitiva (ou talonante): 
▪ Características de doenças que envolvem 
o cordão posterior (ex. avitaminose B12 ou 
a Tabes Dorsalis), e também nas 
neuropatias periféricas que envolvem as 
fibras mielínicas grossas com 
consequente perda da propriocepção 
▪ O paciente tem uma estrita dependência 
da visão → se os olhos estiverem 
fechados ou se o ambiente tem baixa 
luminosidade, a marcha se torna 
impossível 
▪ A base é alargada e os 
braços se afastam do corpo, sendo 
utilizados como balancins para 
melhorar o equilíbrio 
▪ Levanta exageradamente 
os pés e golpeia fortemente o chão 
quando os repousa 
▪ O pouso do pé no chão é 
com toda a planta do pé ou mais 
caracteristicamente com o 
calcanhar, provocando um ruído 
com o impacto no solo → por isso 
tem o nome de marcha talonante 
 
Marcha atáxica motora (ou ebriosa): 
▪ Típica das doenças cerebelares 
▪ Devido ao déficit de coordenação motora, 
o paciente sente dificuldade de posicionar 
cada passo como planejado → acaba 
andando em ziguezague 
▪ Nas lesões unilaterais do 
cerebelo, há tendencia de o 
paciente se desviar para o 
mesmo lado do hemisfério 
afetado (LATEROPULSÃO) → 
Para verificar isso, é 
solicitado que o paciente ande 
em torno de uma cadeira, 
sendo observado se ele fica 
“se aproximando e se 
afastando” da cadeira no 
sentido da lateropulsão 
(SINAL DO COMPASSO) 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
▪ A lateropulsão também ocorre no paciente 
com acometimento vestibular → a 
presença de ataxia unilateral no doente 
cerebelar ajuda na diferenciação 
 
Marcha vestibular (ou em estrela ou bússola): 
▪ O aspecto mais relevante é a lateropulsão 
▪ Realiza-se o Tesde de Babinski-Weil → 
Solicitamos que o paciente ande de cinco a 
oito passos para frente e para atrás de 
forma alternada 
▪ Resultado: O paciente quando anda para 
frente desvia para o lado comprometido, 
quando anda para trás se desvia para o 
lado são → O paciente depois de idas e 
vindas, “desenhará” uma estrela (por isso 
o nome dado também é marcha em estrela 
ou bussóla) 
▪ O sinal do descompasso também está 
presente 
 
Marcha parkinsoniana: 
▪ A síndrome parkinsoninana é muito 
expressiva na deambulação 
▪ O paciente tem a tendencia de flexionar o 
tronco, com passos curtos e lentos, sem 
balançar os braços 
▪ A inclinação para frente, quando é muito 
acentuada, recebe o nome de 
CAMPTOCORMIA 
▪ Com certa frequência, há uma aceleração 
dos passos (festinação) → o paciente 
“persegue seu próprio centro de 
gravidade” 
▪ Pode ocorrer congelamento da marcha, 
principalmente ao contornar obstáculos 
ou cruzar portas, e a virada em bloco → 
observamos isso nos testes de marcha 
▪ O quadro é completo com a hipomimia 
facial e o tremor “girando pílulas” das 
mãos 
 
 
Marcha miopática (ou anserina): 
▪ As miopatias quase sempre acometem 
dominantemente a musculatura proximal, 
gerando postura e marcha anormal 
▪ Há um envolvimento da cintura pélvica na 
deambulação 
▪ Normal: Quando andamos, os músculos 
glúteos médio e mínimo da perna que esta 
de apoio se contraem, evitando que o 
quadril se incline para o lado em que o 
membro esta avançando 
▪ Há um déficit de força nestes músculos, e 
o paciente assume aspecto rebolativo (o 
paciente anda rebolando basicamente) → 
é também denominado marcha anserina 
pois lembra o caminhar dos patos e dos 
marrecos 
 
 
Marcha de trendelemburg: 
▪ Ocorre nos casos de 
fraqueza unilateral dos 
músculos glúteos médio e 
mínimo (nervo glúteo superior, 
raízes L4-S1) que são 
abdutores da coxa e 
estabilizam a pelve 
▪ Quando apoia no chão o lado 
comprometido, a pelve se 
inclina para o lado oposto 
▪ Ocorre inclinação do ombro 
para o lado dos músculos 
comprometidos 
▪ O tronco se inclina para o 
lado afetado num esforço 
compensatório 
 
Marcha com fraqueza de glúteo máximo: 
▪ Ocorre na falência do glúteo máximo 
(nervo glúteo inferior, raízes L5-S2), 
responsável pela extensão e rotação 
lateral da coxa 
▪ Ao caminhar o paciente se inclina para 
trás com o adiantamento das pernas 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
 
 
Marcha escarvante: 
▪ Surge por 
comprometimento do músculo 
tibial anterior → o paciente NÃO 
consegue flexionar o dorso do pé, 
correndo o risco de arrastar ou 
tropeçar sobre a ponta do mesmo 
▪ Nessa situação o paciente 
precisa levantar muito a perna e a 
coxa, promovendo um ligeiro 
açoite com a ponta do pé 
▪ O paciente NÃO pisa no chão 
com o calcanhar (é impossível 
para ele) → ele sempre pisará 
com a ponta do pé ou com a planta 
 
 
 
Marcha cautelosa: 
▪ Trata-se de um padrão de marcha 
inespecífico e aparentemente reacional a 
percepção por parte do paciente, que se 
tem pouco equilíbrio 
▪ Pode ser uma resposta a desordens 
artríticas, disfunções sensitivas ou 
motoras, ou a fase inicial das alterações 
de nível alto 
▪ É um padrão de marcha anormal mais 
comum apresentado pelos idosos 
▪ Ocorre aumento da base de sustentação, 
passada curta, andar vagoroso e rotação 
do corpo em bloco 
▪ Não há dificuldade de iniciara marcha, 
confusão ou congelamento 
▪ A cadência é normal e a resposta postural 
reativa (resposta ao ser empurrado) é 
pobre 
▪ Muitos pacientes com esse tipo de marcha 
expressam a necessidade de tomar 
cuidado para não cair 
▪ É necessário diferencia-la dos estados 
astasobasofóbicos que é representaado 
pelo medo incapacitante de ficar de pé e 
andar →. Ocorre em idosos com síndrome 
pós-queda 
 
Marcha funcional ou conversiva: 
▪ Possui expressões extremamente 
variáveis mas todas se relacionam pelo 
fato de não apresentar correlação 
anatomofuncional 
▪ Frequentemente demandam mais força e 
coordenação do que a marcha normal 
▪ O paciente conversivo também pode 
apresentar um comprometimento 
neurológico genuíno 
▪ A marcha denominada helxípode exprime 
o andar na hemiplegia funcional, 
cognominada marcha de Todd, na qual o pé 
paralítico se arrasta linearmente, ao 
contrário da circundução da paralisia 
orgânica. 
▪ Deve-se sempre solicitar que o indivíduo 
caminhe para o lado, a fim de diferenciar a 
marcha hemiplégica orgânica da simulada 
ou pitiática. 
▪ No primeiro caso, o paciente locomove-se 
perfeitamente bem em direção ao lado 
parético, porém encontra dificuldade para 
o lado indene. 
▪ Na hemiplegia (ou paresia) funcional, 
assim como também na paralisia 
simulada, de modo geral, observa-se o 
mesmo grau de dificuldade em ambas as 
direções. 
 
Apraxia da marcha: 
▪ Paciente apresenta perda de habilidade 
para utilizar seus MMII para caminhar, 
sem evidencia de alteração na 
sensibilidade, coordenação ou da força 
muscular 
▪ O paciente apresenta dificuldade para 
iniciar a sequência automática de 
movimentos próprios do andar 
▪ Quando há locomoção é com extrema 
dificuldade e em pequenos passos 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
▪ O paciente pode levantar o pé sem que 
ocorra o passo 
▪ Essa apraxia ocorre em pacientes com 
lesão cerebral extensa, principalmente 
nos lobos frontais 
 
TESTES DE MARCHA 
Velocidade da marcha (preferencial e máxima): 
▪ Cronometrar o tempo necessário para o 
indivíduo caminhar uma distância de 6 
metros 
▪ Primeiro o individuo deve caminhar na 
velocidade preferencial (VP) e 
posteriormente na velocidade máxima 
(VM) 
Velocidade de marcha = Distância (6m) /tempo(s) 
 
Sexo Idade VP (m/s) VM (m/s) 
Homem 20 anos 1,09 1,95 
70 anos 0,94 1,35 
Mulher 20 anos 1,06 1,96 
70 anos 0,85 1,19 
 
Marcha tandem: 
▪ Caminhar 10 passos pé ante pé (tandem) 
▪ Esta prova se encontra alterada nos 
pacientes com lesão cerebelar ou 
vestibular 
▪ É um bom marcador diferencial entre 
doença de Parkinson e parkinsonismo 
atípico → inclui-se também atrofia de 
múltiplos sistemas, paralisia 
supranuclear progressiva e 
parkinsonismo vascular 
▪ Alterado: Mais de 2 passos laterais 
enquanto executa a tarefa → aponta para 
parkinsonismo atípico ao invés de doença 
de Parkinson 
 
 
Índice dinâmico da marcha: 
▪ Afere a marcha em 6 metros e em oito 
diferentes situações 
 
Teste: 
1. Ande confortável e livremente na velocidade 
normal. 
2. Ande mudando a velocidade da marcha: normal, 
rápido e lento. 
3. Ande virando a cabeça para direita ou esquerda 
ao comando. 
4. Ande virando a cabeça para cima e para baixo 
ao comando. 
5. Ande, pare e volte-se no sentido contrário ao 
comando. 
6. Ande e passe por cima de uma caixa de sapato 
(não em volta dela). 
7. Ande entre dois cones (pela direita do primeiro 
e pela esquerda do segundo). 
8. Suba degraus como faz em casa. Caso não 
tenha uma escada, pergunte como faz em casa. 
Sobe cada degrau individualmente alternando os 
pés? Apoia-se no corrimão? 
 
Graduação: 
Normal 3 pontos 
Comprometimento leve 2 pontos 
Comprometimento 
moderado 
1 ponto 
Comprometimento 
grave 
0 pontos 
Total de pontos = 24 pontos 
Pontuações abaixo de 19 pontos = risco de quedas 
 
Tempo de levanta e anda (TUG): 
▪ Medida de tempo para o paciente se 
levantar, caminhar o mais rápido possível 
por 3 metros, girar, caminhar de volta e se 
sentar novamente → o paciente tem que 
fazer esses passos sem comprometer sua 
segurança 
▪ Cronometrar o tempo em que ele se 
levanta da cadeira, caminha os 3 metros e 
em seguida volta pra cadeira → quando ele 
voltar para cadeira ai desliga o 
cronometro 
Tempo < 10 segundos Normal 
 
Tempo entre 11 e 20s 
Dentro do limite normal 
para idoso frágil ou 
dependente de auxilio 
Tempo > 20 segundos Indicativo de disfunção 
da mobilidade funcional 
 
Tempo > 30 segundos 
Dependência na maioria 
das atividades diárias 
com mobilidade 
prejudicada 
 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
Tempo de levanta e anda com atenção dividida: 
▪ A marcha é um processo automático em 
que processos cognitivos, especialmente 
atenção e função executiva, exercem 
significativa influência 
▪ idências recentes sugerem que a 
execução de dupla tarefa simultânea, 
cognitiva e manual, gera grande 
dificuldade em alocar atenção específica 
ao equilíbrio enquanto se caminha, 
podendo contribuir significativamente 
para aumentar o risco de quedas em 
adultos idosos. 
▪ Risco esse que pode não ser aparente 
durante o EN convencional de rotina. 
 
Tempo de levanta e anda – Cognitivo: 
▪ Mesmo método de avaliação do get up and 
go 
▪ Cronometrar o tempo em que o paciente 
faz todo aquele processo, mas agora ele 
deve fazer os passos falando em voz alta 
→ pode ser as letras do alfabeto de modo 
alternado ou fazendo subtrações seriadas 
a partir de 90 de 3 em 3 
▪ A inabilidade de caminhar falando é um 
fator preditivo para quedas 
 
Tempo de levanta e anda – Manual 
▪ Mesmo método do get and up and go, mas 
o paciente deve realizar os passos 
carregando um copo cheio de água nas 
mãos 
▪ Tempo > 4,5 segundos é um indicativo de 
risco de quedas 
 
Andar enquanto fala: 
▪ Variante do andar do levante e anda 
cognitivo 
▪ Avalia se o paciente consegue caminhar 
confortavelmente (natural) por 6 metros 
→ não tem a fase de sentar ou levantar 
Apenas andar em > 18s Risco de quedas. 
Andar verbalizando a 
sequência das letras do 
alfabeto em > 20 
 
Risco de quedas 
Andar dizendo cada 
outra letra do alfabeto 
em > 33 s 
 
Risco de quedas 
 
Teste de Fukuda: 
▪ Acessa a estabilidade durante o inicio do 
movimento da marcha 
▪ Não é um teste especifico para disfunção 
vestibular, não devendo ser considerado 
isoladamente 
▪ Teste: Paciente de olhos fechados e braços 
estendidos anteriormente a 90º, deve 
marchar sem sair do lugar (ou seja, ficar 
elevando o joelho um de cada vez, como se 
estivesse marchando) → O examinador se 
coloca atrás do paciente e conta até 50 
(cada número um membro inferior é 
elevado) 
▪ Alterado: Paciente com disfunção 
vestibular unilateral, quando tenta 
marchar sem sair do lugar, gira em um 
ângulo > 45º para o lado que está 
comprometido, e pode adiantar-se por 
mais de um metro 
 
 
 
 
FORÇA MUSCULAR 
- A avaliação da força muscular se dá pela analise 
da capacidade do paciente em movimentar 
voluntariamente o sistema osteoarticular 
utilizando seus músculos 
- O exame da força analisa a contração muscular 
voluntária ou ativa, e não a contração reflexa 
- A avaliação pode ser realizado de duas 
principais maneiras: 
▪ O paciente fixa um determinado segmento 
e o médico tenta demovê-lo 
▪ O paciente tenta movimentar um 
segmento, contra a resistência que está 
sendo imposta pelo médico → testes por 
confrontação 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
- Fatores quepodem interferir no exame da força 
muscular envolve: 
▪ Fadiga, 
▪ doenças sistêmicas, ortopédicas, 
musculares, cardíacas, 
▪ Não compreensão do que está sendo 
solicitado 
▪ Falta de cooperação com o teste 
A avaliação da força é quase sempre comparativa com 
o examinador 
Por isso, sempre é necessário cuidado e bom senso 
quando o paciente e o examinador possuem 
compleições físicas muito distintas. 
Eventualmente, quando se torna necessária avaliação 
quantitativa da força muscular, podemos recorrer aos 
dinamômetros, ergômetros e miômetros. 
 
- Uma das escalas de força mais utilizadas é a do 
Medical Research (MRC): 
▪ 0 ausência de força. Nenhuma contração 
▪ 1 abalo muscular sem movimento 
articular efetivo 
▪ 2 move a articulação se a gravidade é 
eliminada 
▪ 3 vence a gravidade 
▪ 4 vence pequena resistência 
▪ 4 vence resistência moderada 
▪ 4+ vence resistência forte 
▪ 5 força normal 
 
- Observar se o paciente movimenta seus 
segmentos nos planos: 
▪ Plano vertical: Força grau 3 
▪ Plano horizontal: Força grau 2 
▪ Se testado no plano horizontal não houver 
movimento efetivo, mas somente 
contração muscular: Força grau 1 
▪ Não tem contração: Força grau 0 
 
Roteiro mínimo sugerido para o exame contra a 
resistência: 
o Segmento cefálico – Flexão, extensão, 
flexão lateral e rotação do pescoço 
o Segmento braquial – Abdução e adução do 
ombro, flexão e extensão do antebraço, 
flexão e extensão do punho, preensão 
palmar e abdução dos dedos 
o Segmento crural – Flexão e extensão da 
coxa, perna, do pé, do hálux 
- Ambos os lados devem ser testados e se tiver 
déficit, pode ser necessário examinar outros 
grupamentos musculares 
- O parâmetro mais objetivo no exame da força é 
comparar a força normal do membro não 
comprometido, com a força do membro afetado 
- Comparar a força dos segmentos proximais e 
distais, superiores e inferiores 
Regra geral: Assimetria sugere enfermidade, 
enquanto simetria sugere normalidade 
 
DÉFICIT MOTOR DOS MEMBROS SUPERIORES 
Sinal de strumpbel (FENÔMENO DA PRONAÇÃO): 
▪ Ocorre em pacientes com lesão piramidal 
▪ A resposta obtida contribui para 
diferenciar paresia orgânica da paresia 
funcional 
▪ O paciente de pé ou sentado, de olhos 
fechados deve manter o braço estendido a 
frente do corpo por pelo menos 30 
segundos 
▪ O membro parético deve derrear, ou fletir, 
ou pronar ou efetuar os três movimentos 
simultaneamente 
 
- No caso de uma lesão piramidal, os músculos 
que expressam um déficit motor sutil são: 
Extensores, supinadores e abdutores → 
pronadores, bíceps e rotadores internos do ombro 
- A fraqueza leve dos músculos inervados pelo 
trato cortico-medular acometido gera a pronação 
da mão, flexão do cotovelo e derreamento do 
braço 
 
 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
MANOBRAS DEFICITÁRIAS TRADICIONAIS 
Teste de Mingazzini para membros superiores: 
▪ Paciente de pé ou sentado, de olhos 
fechados, eleva seu braço à frente do 
corpo com as mãos voltadas para baixo, e 
assim permanece durante alguns 
segundos 
▪ O membro parético, devido principalmente 
a força proximal, derreara um pouco 
 
 
Teste de Mingazzini para os membros inferiores: 
▪ Paciente em decúbito dorsal com os dois 
MMII elevados e fletidos no quadril e nos 
joelhos, em curto prazo 
▪ Devido a força muscular, o membro 
parético ira derrear parcial ou totalmente 
▪ Deixar as coxas mais estendidas (fora do 
eixo de gravidade) aumenta a 
sensibilidade ao teste 
 
 
TESTES DE BARRÉ PARA OS MEMBROS 
SUPERIORES E INFERIORES 
Prova de Barré para os membros superiores 
(Teste da distância do alinhamento entre os 
dedos): 
▪ Braços estendidos, 
cotovelos fletidos e palmas 
voltadas umas para a outra, bem 
próximas mas sem encostar 
▪ Os dedos devem estar bem 
estendidos e abduzidos 
▪ O teste é positivo quando, do 
lado parético, a distância entre 
os dedos se reduz, não 
permitindo o perfeito 
alinhamento com o lado normal 
 
Prova de Barré para os membros inferiores: 
▪ O paciente em decúbito ventral deve 
manter as pernas flexionadas a 90º por 
alguns segundos 
▪ Deve ocorrer o derreamento do membro 
parético 
▪ Devido a ação da gravidade, a 
sensibilidade do teste aumenta quando as 
pernas estão fletidas a 60º 
 
 
 
DÉFICIT MOTOR SUTIL (DMS) 
Sinal de Souques: 
▪ Paciente de pé ou sentado deve ficar com 
ambos os braços elevados em direção ao 
teto 
▪ No lado parético há um abdução 
(afastamento) dos dedos 
 
 
Sinal do quinto dedo: 
▪ O paciente de olho fechado deve estender 
os braços e os dedos para frente com as 
palmas das mãos voltadas para baixo 
▪ O sinal é positivo quando o quinto dedo 
abduzir se separando dos outros 
▪ Eventualmente o quinto dedo se afasta 
bilateralmente → caso aconteça isso, você 
deve aproximar delicadamente o quinto 
dedo de cada lado e soltar → caso os dois 
se afaste o teste perde valor de 
localização 
 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
Sinal do rolamento do antebraço e dos dedos: 
▪ Antebraços: O paciente com os antebraços 
em frente ao tronco, afastado cerca de 5 
cm um do outro, e com o cotovelo fletido, 
deve rolar um antebraço sobre o outro por 
5 – 10 segundos 
▪ Dedos: O paciente deve rolar os dedos 
indicadores, um sobre o outro (e somente 
eles), ambos estendidos lado a lado, em 
frente ao tronco, distantes aproxim. 2cm 
um do outro, com a ponta dirigida para 
articulação metacarpofalângea oposta → 
os demais dedos permanecem fletidos, 
assim como os cotovelos que se mantem 
fixos ao lado do corpo 
- Os testes são positivos quando ocorre 
assimetria dos movimentos rotatórios e quando o 
lado saudável orbita o lado parético 
 
Teste de rolamento da moeda (TRM): 
▪ Solicitar que o paciente gire uma moeda de 
25 centavos em sequencia entre os dedos 
polegar, indicador e médio 
▪ Este teste afere não somente a destreza 
(habilidade de realizar movimento fino) 
como a velocidade do processamento 
psicomotor → apresenta 0,80% de 
sensibilidade e 0,62% de especificidade 
quando executado pela mão dominante 
▪ Considere um cut-score de 13 ou menos 
rotações de 180° no tempo de 10 segundos. 
 
 
LOCAIS PRIMÁRIOS DE DISTÚRBIOS MOTORES 
Lesão do córtex motor: 
▪ Pode ser causada por acidentes 
vasculares encefálicos, traumas ou 
tumores 
▪ Os achados neurológicos dependem da 
região afetada 
▪ Lesão no giro pré-central → paresia 
braquiofacial 
▪ Lesão no lobo paracentral → paraparesia 
▪ Lesão na capsula interna → paresia 
completa (braquiofacial e também do 
membro inferior) 
▪ Lesão na base do pedúnculo cerebral → 
paresia braquiofacial e crural do lado 
contra-lateral, estrabismo convergente 
(ipsilateral) por lesão do nervo oculomotor 
(síndrome de weber) 
▪ Os reflexos de estiramento muscular 
estarão rápidos e o sinal de Babinski 
estará presente 
 
Lesão nos gânglios da base: 
▪ Pode ser consequente da doença de 
Parkinson 
▪ Produz achados característicos do 
parkinsonismo: tremores no repouso, 
rigidez, movimentos em “roda dentada”, 
passos curtos, espasmo facial, postura 
em flexão 
 
Lesão dos nervos cranianos motores: 
▪ Dependendo do nervo afetado, há um 
quadro semiológico bem diversificado: 
paralisia facial, desvio da língua para o 
lado lesado, disfagia, disfonia... 
▪ Consequente de neuropatias cranianas 
múltiplas 
 
Lesão no cerebelo: 
▪ Tumores cerebelares como o 
meduloblastomas podem causar ataxia 
cerebelar de marcha ou das extremidades, 
dismetria, disdiadococinesia, tremores de 
intenção (ou de movimento), rechaço 
▪ Exames de imagens são necessários para 
identificar a lesão 
 
Lesão na medula espinal: 
▪ Pode ser causada portraumas, esclerose 
múltipla, abcessos, tumores... 
▪ Dependendo do segmento afetado e das 
estruturas lesadas, podemos encontrar 
perdas sensitivas, aumento dos reflexos 
tendinosos profundos e o sinal de Babinski 
▪ Os sinais neurológicos podem causar a 
síndrome do neurônio motor superior: 
paralisia severa, espasticidade ou 
hipertonia muscular, reflexos musculares 
profundos exagerados, reação do canivete 
(resistência à movimentação passiva ao 
movimento devido a uma espasticidade) 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
 
 
TÔNUS MUSCULAR 
- Tônus muscular é o estado de tensão 
permanente do musculo esquelético, mesmo em 
um estado de completo repouso e relaxamento 
- O tônus muscular é um fenômeno reflexo e 
variável, e sua função é a de ajuste das posturas 
locais e da atividade geral 
- Todo musculo com conexão ao SN apresenta um 
tônus constante 
- O tônus muscular é uma resistência reflexa que 
se opõe à distensão muscular, sendo maior nos 
músculos extensores 
- A abolição completa do tônus muscular se dá 
pela desnervação muscular: 
▪ Pode ser uma secção integral das raízes 
sensitivas (posteriores) ou das raízes 
motoras (anteriores) 
 
FIBRAS ENVOLVIDAS NO SISTEMA DE FEEDBACK 
REGULADOR DO TONUS MUSCULAR 
Fibra Ia (FIBRA AFERENTE): 
▪ São oriundas dos receptores intrafusais, 
tanto dos músculos antigravitários 
(extensores) e também dos músculos 
antagonistas (flexores) 
▪ Fazem conexão monossináptica com os 
motoneuronios alfa do musculo 
procedente e de seus músculos sinérgicos 
▪ Realizam também dois tipos de ligação: 
1. Indireta – Por meio de um neurônio 
intercalar de ação inibidora, com 
um motoneurônio alfa dos 
músculos antagonistas 
2. Direta e indireta – Por meio de 
neurônios intercalares, inibores, 
com as células da coluna de Clarke 
(origem do feixe espinocerebelar 
dorsal direto de Fleschig) 
 
Fibra II (FIBRA AFERENTE): 
▪ Originadas dos polos receptores 
intrafusais, especialmente os receptores 
em cadeias 
▪ Procedem tanto dos músculos extensores 
quanto dos flexores 
▪ Possuem conexão polissináptica 
EXCITADORA sobre motoneuronios alfa 
dos FLEXORES 
▪ Possuem conexões polissinápticas 
INIBITÓRIAS sobre os motoneuronios alfa 
dos EXTENSORES 
▪ Possui conexões diretas e indiretas, por 
meio de neurônios intercalares de ação 
inibitória, sobre a coluna de Clarke 
▪ Possui ações excitatórias e inibitórias por 
meio dos neurônios intercalares, 
determinando fenômeno de excitação e 
inibição em fascículos espinais 
ascendentes sobre influencia das 
aferências nociceptivas 
 
Fibra 1b (FIBRA AFERENTE): 
▪ Originam-se nos receptores do complexo 
muscular de golgi que é incapaz de 
distinguir entre estiramento passivo e 
tensão por contração ativa da massa 
muscular 
▪ Os órgãos de Golgi são detectores da 
tensão muscular global, eles reagem por 
meio de reflexo polissináptico 
▪ Mantém conexões polissináptica 
EXCITATÓRIA sobre os motoneuronios alfa 
dos músculos flexores, mantém conexões 
polissináptica INIBITÓRIA sobre os 
motoneuronios alfa do músculos 
extensores 
▪ Possui conexões monossinápticas 
excitatórias sobre as células de origem do 
fascículo espinocerebelar ventral, 
espinocerebelar cruzado, de Gowers, e 
sobre as células da coluna de Clarke 
▪ Possui conexões indiretas (por meio de 
neurônios intercalares) de ação inibitória, 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
sobre as mesmas células de origem de 
ambos fascículos espinocerebelares. 
 
- Todo o músculo encontra-se sob o controle de 
dois sistemas de feedback: 
1. Controle do seu tamanho por um sistema 
no qual os fusos atuam como sensores de 
medida do comprimento 
2. Controle da tensão onde os órgãos 
tendineos de Golgi atuam como sensor da 
medida de tensão 
 
Fibra alfa (EXTRAFUSAL) – Eferente: 
▪ Grossas e rápidas originadas na coluna 
anterior da medula 
▪ Atuam nas fibras musculares extrafusais 
▪ As fibras gama são mais finais que a alfa, 
e tem seu ponto de chegada nos 
receptores intrafusais “em bolsa” 
(maiores) e “em cadeia” (menores e mais 
finos) 
▪ Estes motoneuronios estão sob influencia 
de fibras descendentes localizadas na 
porção rostral do SNC: Via piramidal, via 
retículo-espinal e os tratos vestíbulo-
espinais 
▪ A tensão muscular pode ser influenciada 
pelo cérebro, com ação fundamental para 
qualquer movimento voluntário 
▪ Devido ao predomínio destas finas fibras 
gama, é possível modificar o movimento 
voluntário e sutilmente alterar o seu 
propósito. 
▪ Toda vez que o neurônio alfa é estimulado 
pelo córtex motor, ou alguma outra área 
do cérebro, na maior parte das vezes as 
fibras gamas são ativadas 
simultaneamente. 
▪ Este fenômeno denomina-se de 
coativação dos neurônios motores alfa e 
gama, o qual promove ao mesmo tempo a 
contração das fibras musculares intra e 
extrafusais. 
 
Fibras gama (EXTRAFUSAIS) – Eferente: 
▪ Existem dois tipos de fibras gama: Uma 
inerva as fibras intrafusais com núcleo em 
bolsa (GAMA DINÂMICA) e a outra inerva 
as fibras intrafusais com núcleo em cadeia 
(GAMA ESTÁTICA) 
▪ A esmulação das fibras em bolsa pelos 
gama dinâmicos provoca contração forte, 
dinâmica e resposta estática de pequena 
monta 
▪ A estimulação das fibras em cadeia, pelos 
gama estáticos resulta em reação 
estática, tônica e levemente dinâmica 
O tono muscular é fácil de ser examinado e difícil de 
ser avaliado, pois se trata de matéria de julgamento, e 
que somente é aprendida por exames repetidos. 
Quando o avaliamos, a experiência prévia contribui 
sobremaneira não somente no exame propriamente 
como na interpretação do estado emocional e de 
relaxamento do paciente. 
O paciente tenso ou apreensivo pode apresentar 
resistência voluntária ou involuntária ao movimento 
passivo, que pode perfeitamente simular aumento do 
tono. 
 
PESQUISA DO TÔNUS MUSCULAR 
- É feita preferencialmente em decúbito dorsal, 
com o paciente o mais tranquilo possível 
- A pesquisa envolve três itens básicos: 
▪ Inspeção 
▪ Palpação muscular 
▪ Mobilização passiva 
 
Inspeção: 
▪ A avaliação do tônus se inicia pela 
observação da postura do paciente 
▪ Características dos movimentos 
espontâneos das extremidades, 
anormalidades da postura ou da posição 
dos membros podem indicar alteração do 
tônus 
▪ Na posição ortostática, a diminuição do 
tônus dos MMII é representado pelo GENU 
RECUVATUM (curvatura para trás da 
articulação do joelho) e no MMSS é 
representado pelo CUBITUM RECUVATUM 
que é notado ao apoiar a mão do paciente 
sobre a mesa com o braço verticalizado → 
é uma hiperextensão dos membros 
 
▪ Para avaliar a hipotonia deve-se elevar e 
sustentar o antebraço do paciente que 
manterá as mãos relaxadas → No 
paciente normal ocorre uma leve 
angulação do antebraço com o carpo, 
enquanto no individuo hipotônico essa 
angulação se aproxima dos 90º (mão em 
gota) 
▪ O mesmo sinal pode ser visto nos pés 
(sinal do pé em gota), ao ficar sentado em 
uma cadeira alta e sem apoio plantar 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
▪ O paciente deitado é possível observar o 
musculo “aplastado” no leito firme ou 
perda da aparência roliça do musculo 
▪ Na hipertonia pode haver um relevo 
proeminente das massas musculares, 
com sua definição artificial bem delimitada 
(ou seja, “desenhado na pele”) → 
indivíduos eutônicos ou atléticos também 
pode ter uma boa definição da massa 
muscular superficial, portanto o 
diagnóstico pela simples inspeção é bem 
difícil 
 
Palpação: 
▪ Observar consistênciada massa 
muscular, elasticidade passiva e o tugor 
▪ Analisar principalmente, mas não 
somente, os músculos apendiculares 
▪ No individuo hipotônico: Músculos estão 
flácidos e amolecidos 
▪ No individuo hipertônico: O musculo tem a 
consistência é aumentada 
▪ No individuo eutônico: O músculo tem 
consistência elásticas 
▪ A palpação deve ser realizada em 
diferentes posições pois cada postura tem 
uma distribuição especial do tônus 
 
Mobilização passiva: 
▪ Afere a resistência do músculo à 
manipulação passiva quando os mesmos 
estão relaxados e sem o controle 
voluntário 
▪ Deve-se realizar movimentos alternados 
de flexão e extensão nos diversos 
segmentos articulados 
▪ Examina-se: Pescoço, ombro, cotovelos, 
punhos, quadril, joelho e tornozelos 
▪ Deve-se aplicar diferentes velocidades em 
diferentes direções e em posições 
distintas 
▪ Normal: Nenhuma resistência é 
encontrada 
▪ Atenção especial: Movimentos produzindo 
DOR → pode originar de uma forte 
resistência, em parte voluntária, e em 
parte reflexa contra movimentos passivos 
 
ALTERAÇÃO DO TÔNUS MUSCULAR 
Hipotonia: 
▪ Pode ter como causa a alteração 
constitucional → hipotonia dos 
contorcionistas 
▪ Pode ser por comprometimento do SNP → 
Colunas anteriores (neuronopatia motora, 
poliomielite), nervos periféricos 
(neuropatias sensitivas, motoras ou 
mistas) 
▪ Pode ser por comprometimento muscular 
(miopatias congênitas) 
▪ Pode ser resultado de comprometimento 
das vias proprioceptivas – ex. Tabelas 
dorsalis 
▪ Pode ser resultante de lesões que afetem 
o cerebelo (atrofias cerebelares) e 
gânglios basais (coreia mole) 
 
Hipertonia muscular: 
▪ Ocorre em virtude da ausência do controle 
exercido pelas vias piramidal e 
extrapiramidal sobre as colunas 
anteriores, mais precisamente sobre os 
corpos dos neurônios motores com 
consequente alteração do equilíbrio das 
fibras alfa e gama 
▪ Pode se expressar duas maneiras: 
1. Tono elástico (espasticidade) – 
Disfunção na via piramidal → 
Comum no AVE 
2. Tono rígido (plástica) – Disfunção 
na via extrapiramidal → Comum no 
Parkinson 
 
Hipertonia elástica (espasticidade): 
▪ Exagera-se no movimento ativo e 
abranda-se no repouso 
▪ Na mobilidade passiva: Grau variável de 
resistência inicial com posterior 
facilitação → SINAL DO CANIVETE (ele 
abre e depois fecha quando você para de 
colocar força → o paciente volta a 
flexionar o braço depois que você para) 
▪ Predomínio nos músculos flexores do 
MMSS e nos músculos extensores do MMII 
▪ Quase sempre esta acompanhada de 
exaltação dos reflexos miotáticos 
 
Hipertonia plástica (rigidez): 
▪ Habitualmente cede com os movimentos 
ativos e exacerba-se com o repouso 
▪ Afeta sobretudo os músculos proximais e 
por igual → agonistas, antagonistas, 
flexores, extensores tudo é afetado... 
▪ Pode ser expressa por duas formas 
semióticas: 
1. Sinal da roda dentada – Intercala 
resistência e facilitação na 
realização do movimento passivo 
(SINAL DE NEGRO) 
2. Sinal do cano de chumbo – 
Continua resistência quando 
NEUROLOGIA Weslley Jonathan P3 
 
realizamos o mesmo movimento 
passivo 
▪ Para facilitar o surgimento do sinal da 
roda dentada, enquanto realizamos 
movimentos passivos de um lado, 
solicitamos ao paciente que efetue o 
mesmo movimento ativamente com o 
membro homólogo, ou que simplesmente 
feche firmemente a mão do lado oposto ao 
examinado (SINAL DE FROMENT) 
▪ Na rigidez os reflexos profundos 
costumam ser normais ou levemente 
exaltados 
 
 
Manobra do polichinelo: 
▪ Paciente em pé, seguro pelos ombros, é 
sacudido de forma alternada para frente e 
para trás 
▪ É observado a amplitude dos movimentos 
dos MMSS 
▪ Hipotonia: Grandes movimentos 
▪ Hipertonia: Movimentos bastante contido 
 
Manobra de rolamento: 
▪ Paciente em decúbito dorsal, o examinar 
com as duas mãos sustenta o musculo 
quadríceps e o movimenta → pode ser 
movimento de vai e vem ou de rolamento 
▪ Observa-se a amplitude de movimento que 
foi imposta ao pé 
▪ Hipotonia: Movimento do pé chega a atingir 
a superfície do leito com suas bordas 
laterais 
▪ Hipertonia: O pé fica mobilizado como um 
bloco rígido 
 
Rigidez paratônica, resistência oposicional ou 
gegenhalten: 
▪ Nesse fenômeno ocorre em certos casos 
de pacientes com lesões pré-frontais 
▪ O paciente se torna incapaz de relaxar um 
grupo muscular quando solicitado 
▪ Ao estirar o musculo passivamente, a 
inabilidade em cooperar interfere com o 
aumento progressivo da resistência

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