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Distúrbios Gastrointestinais Funcionais (Síndrome do Intestino Irritável)

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Thais Alves Fagundes 
DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS FUNCIONAIS 
 DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS FUNCIONANTES (DGIF) 
Distúrbios resultantes da combinação de sintomas diversos do aparelho gastrointestinal. Estes sintomas são 
frequentes e crônicos e não são explicados por anormalidades estruturais ou bioquímicas. 
 Distúrbios gastroduodenais: dispepsia funcional. 
 Distúrbios intestinais: síndrome do intestino irritável. 
 
FISIOPATOLOGIA 
São utilizados 2 modelos para elucidar a fisiopatologia dos DGIF: 
 Neurogastroenterologia 
 Modelo biopsicossocial: 
o Propõe que a doença é resultante da interação em múltiplos níveis dos subsistemas biológicos, 
psicológicos e sociais. 
o Fatores psicossociais apresentam consequências fisiológicas e patológicas diretas. 
Resulta da combinação de vários mecanismos: 
 Distúrbios da motilidade 
 Hipersensibilidade visceral 
 Alteração da função imune da mucosa 
 Alteração da microbiota intestinal 
 Alteração do processamento no SNC 
Fatores psicossociais: 
 Não são mandatórios para o diagnóstico. 
 Influenciam o funcionamento fisiológico do sistema digestório através do eixo cérebro-intestino. 
 DISPEPSIA FUNCIONAL 
 Condição médica com impacto significativo nas atividades usuais do paciente. 
 Prevalência varia de 10 – 30%. 
QUADRO CLÍNICO 
Caracterizada por 1 ou mais dos seguintes sintomas: 
 Plenitude pós prandial 
Thais Alves Fagundes 
 Saciedade precoce 
 Dor epigástrica 
 Queimação epigástrica 
o Ausência de doença orgânica, metabólica ou sistêmica que justifique os sintomas (incluindo EDA – 
endoscopia – para excluir essas outras causas dos sintomas). 
SUBTIPOS: 
 Síndrome do desconforto pós-prandial: 
o Sintomas desencadeados pela refeição. 
 Síndrome da dor epigástrica: 
o Sintomas não ocorrem exclusivamente após alimentação. 
o Podem ocorrer durante o jejum ou até melhorar com a refeição. 
 Pode ocorrer sobreposição de ambas as síndromes. 
SÍNDROME DO DESCONFORTO PÓS-PRANDIAL 
 Presença de 1 ou ambos os sintomas, no mínimo 3x/semana: 
o Plenitude pós prandial, com impacto nas atividades usuais. 
o Saciedade precoce, que impede o término de uma refeição de tamanho regular. 
 Sintomas devem estar presentes nos últimos 3 meses. 
 Início de sintomas 6 meses antes do diagnóstico. 
 DRGE e SII podem coexistir com a dispepsia funcional. 
SÍNDROME DA DOR EPIGÁSTRICA 
 Presença de 1 dos seguintes sintomas, no mínimo 1x/semana: 
o Queimação epigástrica, com impacto nas atividades usuais. 
o Dor epigástrica, com impacto nas atividades usuais. 
 Sintomas nos últimos 3 meses. 
 Início dos sintomas 6 meses antes do diagnóstico. 
 Dor induzida por alimentação ou ocorrência durante o jejum ou alívio da dor após alimentação podem estar 
presentes. 
 Dor não pode preencher critérios de dor biliar. 
FISIOPATOLOGIA 
 Complexa e multifatorial e não é completamente elucidada. 
 Estão implicados os seguintes fatores: 
o Disfunção motora e sensorial gastroduodenal: 
 Hipomotilidade antral 
 Relaxamento inadequado do fundo 
 Hipermotilidade pós-prandial 
 Hipersensibilidade visceral 
o Prejuízo da integridade da mucosa 
o Ativação imune de baixo grau 
o Desregulação do eixo intestino cerebral 
TRATAMENTO 
 Recomendações dietéticas: fracionar refeições, comer quantidade menores mais vezes ao dia, refeição 
pobre em gorduras. 
Thais Alves Fagundes 
 Evitar uso de AINES, café, álcool e tabagismo. 
 Tratamento de H.pylori: 
o Dispepsia era relacionada ao H.pylori, quando há erradicação da bactéria e remissão dos sintomas 
por período superior a 6 meses. 
 IBP e inibidor de H2 (Dor epigástrica – drogas antissecretoras). 
 Procinéticos (Desconforto pós prandial – fármacos procinéticos). 
 Na ausência de melhora, associação com: 
o Utilização de antidepressivos (hipersensibilidade visceral). 
o Montelukast (inflamação da mucosa ou aumento da permeabilidade da mucosa). 
o Antieméticos (atraso de esvaziamento gástrico). 
 
 SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL 
 Desordem funcional intestinal caracterizada por dor abdominal recorrente, associada à mudança do hábito 
intestinal. 
 Desordem dos hábitos intestinais está tipicamente presente (constipação, diarreia, ou ambas as condições). 
 Prevalência 11,2%. 
 Mais frequente em mulheres e jovens. 
DIAGNÓSTICO 
Dor abdominal recorrente (no mínimo 1x/semana, nos últimos 3 meses), associada com 2 ou mais destes: 
 Relacionada à defecação 
 Associada a mudança na frequência das fezes 
 Associada a mudança na forma das fezes 
o Achados comuns, porém inespecíficos: 
 Esforço excessivo para evacuar 
 Urgência para defecar 
 Sensação de evacuação incompleta 
 Fezes com muco. 
Diagnóstico diferencial: doença inflamatória intestinal, doença celíaca, intolerância a lactose/frutose, colite 
microscópica. 
História clínica: 
 Dor abdominal é mandatória, mais comum em abdome inferior, mas podendo estar localizada em qualquer 
região do abdome. 
 Desordem do hábito intestinal (diarreia, constipação ou ambos). 
Thais Alves Fagundes 
 Identificar fatores de alarme. 
o HF para Ca colorretal 
o Sangramento retal não relacionado a sangramento hemorroidário ou fissura anal; 
o Perda de peso não intencional; 
o Anemia. 
 Dieta: alguns alimentos podem exacerbar os sintomas (refrigerante, glúten). 
Exame físico: 
 Serve para excluir doenças orgânicas. 
 Na presença de ascite, hepatoesplenomegalia, massa abdominal  buscar outras etiologias. 
 Exame anorretal para exclusão de causas anorretais de sangramento. 
Laboratório: 
 Hemograma (anemia), leucograma 
 PCR, calprotectina fecal (marcadores inflamatórios). 
 Função tireoidiana 
 Sorologias para doença celíaca 
 EPF: tratamento de parasitose intestinal, independente do resultado dos exames. 
Colonoscopia: 
 > 50 anos na ausência de sinais de alarme. 
 Presença de fatores de alarme. 
 Persistência dos sintomas após terapia empírica. 
FISIOPATOLOGIA 
 Desordem multifatorial com fisiopatologia complexa 
 Mecanismos fisiopatológicos: 
o Distúrbios do eixo cérebrointestino. 
o Alteração da motilidade gastrointestinal. 
o Hiperalgesia visceral. 
o Aumento da permeabilidade intestinal. 
o Ativação imune. 
o Alteração da microbiota. 
ESCALA DE FEZES DE BRISTOL 
Subtipos: 
 SII com predomínio de constipação: 
o Mais de 25% das fezes Bristol 1 ou 2 
o Menos de 25% das fezes Bristol 6 ou 7 
 SII com predomínio de diarreia: 
o Mais de 25% das fezes Bristol 6 ou 7 
o Menos de 25% das fezes Bristol 1 ou 2. 
 SII mista: 
o Mais de 25% das fezes Bristol 6 ou 7 
o Mais de 25% das fezes Bristol 1 ou 2 
 SII indeterminada: 
Thais Alves Fagundes 
o Pacientes que cumprem os critérios para SII, mas não podem ser categorizados nos grupos citados. 
 
TRATAMENTO 
 Tranquilizar o paciente quanto ao caráter benigno da condição. 
 Baseado no tipo de sintoma e na sua severidade. 
 Modificações no estilo de vida: exercícios físicos, redução do estresse, correção de distúrbios do sono. 
 Fibras solúveis 
 Dieta FODMAP ou dieta restrita em glúten → Individualizar de acordo com o relato do paciente. 
 
 Diarreia: agonistas opioides (loperamida), dieta (baixo ou sem glúten, FODMAP), probióticos, antibióticos, 
antagonistas 5-HT3 (ondansetrona). 
 Constipação: psyllium, PEG. 
 Dor abdominal: antiespamódicos (otilonium e mebeverina), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), 
inibidores de recaptação de serotonina (paroxetina, sertralina e citalopram). 
 


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