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APELAÇÃO CRIMINAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX – UF.
PROCESSO Nº XXXX
TÍCIO SOBRENOME... e MÉVIO SOBRENOME..., já qualificado nos autos do processo que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO, acusados como incursos nos artigos 157 do Código Penal e 14 da Lei 10.826/03, por meio de seu advogado abaixo subscrito, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no artigo 593, I do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos constantes nas razões que ora se juntam.
Por ser o recurso cabível e protocolado tempestivamente, requer que seja admitido e remetido o presente recurso ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
Termos em que.
Pede e aguarda deferimento. 
(local... data...)
ADVOGADO OAB/UF... Nº...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: TÍCIO SOBRENOME... E MÉVIO SOBRENOME...
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
ORIGEM: 3ª VARA CRIMINAL DE XXXX – UF
Nº PROCESSO: XXXXX
Egrégio Tribunal
 	Colenda Câmara
		Insignes Julgadores
			Douto Procurador de justiça
DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE
Nos presentes autos, foi proferido pelo juízo a quo, sentença definitiva em que condenou os apelantes às penas de 5 anos, 4 meses re reclusão no regime fechado, mais ao pagamento de 13 dias-multa no patamar mínimo legal, como incursos no artigo 14, caput da Lei 10.826/03. 
É cediço que o recurso cabível portanto é o recurso de apelação, conforme prevê artigo 593, I do Código de Processo Penal. 
Ademais, oportuno apontar que a sentença foi publicada no dia... e que o presente recurso foi interposto tempestivamente no dia..., dentro do prazo de 5 (cinco) dias, conforme também determina o artigo 593,I do CPP.
DOS FATOS E DAS RAZÕES RECURSAIS
Os apelantes foram presos em flagrante no dia 02 de março de 2017, por volta das 03h00, que segundo o auto de prisão em flagrante, consta que ambos roubaram a suposta vítima, a Sra. Josefa com emprego de arma de fogo.
Em 03/03/2017, na audiência de custódia, por serem ambos primários e sem antecedentes criminais, foram liberados. 
No curso do inquérito policial, foram ouvidos os policiais Militares que efetuaram a prisão, que afirmaram que NENHUM DELES VIU NADA EM PODER DOS APELANTES E SOMENTE BASEARAM NA PALAVRA DA VÍTIMA, que no dia da prisão, afirmou que ambos lhes deram voz de assalto e, empunhando revolver, exigiram que Josefa lhe entregasse a bolsa e o aparelho de telefone celular. 
Mas ainda assim, sem ninguém ver nada, sem prova da autoria ou da materialidade do crime, ambos foram condenados. 
Pois bem, quando ouvida a suposta vítima pela Polícia Militar, esta sustentou sua versão, e na ocasião, fez o reconhecimento fotográfico por semelhança dos indiciados. 
Vale ressaltar, que por não serem primários, não possuíam fotografia no acervo da Polícia, sendo utilizada foto de idoneidade duvidosa.
Ora, Cessa Vênia, mas o reconhecimento fotográfico dos indiciados não é o mesmo que reconhecimento pessoal, podendo a suposta vítima, ter se equivocado, dependendo do ângulo que avistou aqueles que lhe cometeram mal que alega ter sofrido, não podendo tal reconhecimento ser utilizado como prova de autoria. 
Mas mesmo assim, o nobre Magistrado a quo de forma errônea condenou os acusados, ora apelantes. 
Insta salientar que conforme consta nos autos, nenhum objeto foi apreendido, sequer arma de fogo relatada pela vítima. 
Entretanto, ainda assim os apelantes foram condenados como incursos no artigo 14, caput da Lei 10.826/03, por porte ilegal de arma de fogo. 
Ora, outro equívoco do magistrado a quo. Como condenar os apelantes por porte ilegal de arma de fogo se qualquer arma de fogo foi apreendida, não sendo constatada qualquer materialidade do crime?
É certo que a condenação não deve ser mantida.
Ainda se assim não fosse, o STF já se posicionou em julgado vinculante de recursos repetitivos, que a apreensão da arma em poder do agente, logo após o roubo praticado com seu emprego deve ser absorvido pelo crime patrimonial, em respeito ao princípio da consunção, conforme se vê:
“EMENTA Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Roubo qualificado e porte ilegal de arma de fogo. Artigo 157, § 2º, I, II e V, do Código Penal, e art. 16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03. Concurso material. Descabimento. Apreensão da arma, em poder do agente, logo após o roubo praticado com seu emprego. Contexto fático único. Princípio da consunção. Absorção do porte ilegal de arma pelo crime patrimonial. Recurso provido.
1. A posse de arma de fogo, logo após a execução de roubo com o seu emprego, não constitui crime autônomo previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei nº 10.826/03, por se encontrar na linha de desdobramento do crime patrimonial.
2. Recurso provido para o fim de absolver o recorrente da imputação de porte ilegal de arma. (STF – RHC: 12339 RJ, Relator Min. Dias Toffoli, Data de Julgamento 30/09/2014, Primeira Turma)”
A respeito do princípio da consunção, Victor Eduardo Rios Gonçalves na obra “Direito Penal – Parte Geral 19.Ed – São Paulo. Saraiva, 2013. V.7, pg. 27 e 28”:
“A relação de consunção ocorre quando um fato definido como crime atua como fase de preparação ou de execução, ou ainda, como exaurimento de outro crime mais grave [...] É um fato menos grave praticado pelo agente antes de um mais grave, como meio necessário à realização deste”
Como se não bastasse, como fundamento para decidir, o juiz afirmou que a prova produzida é sólida para condenar os apelantes, haja vista que a vítima reconheceu os acusados nas duas fases do procedimento.
Contudo, conforme consta nos autos, a vítima reconheceu os Apelantes em juízo, porém sem certeza, afirmando que na data dos fato estaca escuro. 
Está consagrado o entendimento dos Tribunais, que se a vítima não reconhece pessoalmente os acusados, com certeza da autoria, há incidência do princípio “in dubio pro reo” conforme se vê:
“APELAÇÃO. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO TRIPLAMENTE MAJORADO. PLEITO CONDENATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO À AUTORIA DO FATO. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO, EFETUADO NA POLÍCIA, NÃO RATIFICADO EM JUÍZO. AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO PESSOAL. CASACO APREENDIDO NA RESIDÊNCIA DE UM DOS RÉUS ENCONTRADO NO COMÉRCIO, SEM MARCAS DISTINTIVAS QUE COMPROVASSEM A ORIGEM CRIMINOSA. DÚVIDA RAZOÁVEL. IN DUBIO PRO REO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA MANTIDA. APELO DESPROVIDO.(Apelação Crime Nº 70046849436, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Luiz John dos Santos, Julgado em 19/03/2014)”
É o que ocorre no presente caso, a vítima não reconheceu os apelantes como autores do crime, mas somente levantou a possibilidade de serem eles, da mesma forma que poderiam ser outras pessoas. 
Se a própria vítima tem dúvidas da autoria dos Apelantes, como há condenação? Não deve recair condenação alguma aos apelantes. 
Conforme leciona o eminente Professor Aury Lopes Junior, a presunção de inocência é:
“Princípio reitor do processo penal e, em última análise, podemos verificar a qualidade de um sistema processual através do seu nível de observância (eficácia)´(JUNIOR, Aury Lopes. Direito Processual Penal. Tomo I, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011, p. 177)
 Não obstante, em sentença, o magistrado afirmou que o roubo é grave que desassossega a sociedade, especialmente em cidades grandes, bem como afirmou que atualmente o país sofre muitos prejuízos com as ocorrências de crimes violentos contra o patrimônio, em total violação à Sumula 718 do STF:
“Súmula 718
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.”
Assim, não restam dúvidas de que as falhas no julgamento não certeiro, não podem prevalecer, devendo, por falta de provas e pelo princípio do “in dubio pro reo”, os apelantes serem absolvidos, conforme dispõe o artigo 386, VII do Código de Processo Penal. 
DOS PEDIDOS
Ex positis, requer:
A) Que por ser o recurso cabível dassentenças monocráticas condenatória, bem como por ter sido interposto tempestivamente, que o recurso seja admitido e recebido em seu duplo efeito;
B) Provimento do recurso para reformar a sentença a quo a fim de absolver os Apelantes, haja vista a falta de provas de autoria e de materialidade dos crimes a eles imputados, conforme artigo 386, III do Código de Processo Penal e SUBSIDIARIAMENTE afastando causa especial de aumento de pena, caso este juízo não entenda pela absolvição;
Requer a intimação do advogado dos apelantes em nome do advogado... OAB/UF... Nº... no endereço...
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data...
ADVOGADO... OAB/UF...

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