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TEORIA DA PENA Aula 1 - Transformações Históricas da Sanção Penal. TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS DA SANÇÃO PENAL. • Leitura obrigatória: • Leia o artigo de: CALDEIRA. Felipe Machado. A Evolução Histórica, Filosófica e Teórica da Pena. Revista da EMERJ, v. 12, nº 45, 2009, p. 1-18. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revis ta45/Revista45_255.pdf • Leia o artigo de: GONÇALVES, Cleide de Oliveira. A evolução das penas e prisões em um contexto histórico. Multitemas n. 46, jul./dez. 2014. Disponível em: https://www.multitemas.ucdb.br/multitemas/article/view/172 • Aprenda • Assista ao vídeo: Documentário da TV Senado analisa sistema penal desde o Império. (Fonte: Agência Senado). Disponível em: • https://www12.senado.leg.br/noticias /videos/2016/09/documentario-da-tv- senado-analisa-a-pena-de-morte- desde-o-imperio https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista45/Revista45_255.pdf https://www.multitemas.ucdb.br/multitemas/article/view/172 https://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2016/09/documentario-da-tv-senado-analisa-a-pena-de-morte-desde-o-imperio Situação-problema: em Vigiar e Punir, obra de Michel Foucault, o autor demonstra como era a punição do indivíduo que praticava um crime e, relação ao final do século XVIII, destaca que: em 1772, encontram-se sentenças como a seguinte: Uma criada de Cambrai, que matara sua senhora, é condenada a ser levada ao lugar do suplício numa carroça usada para retirar as imundícies em todas as encruzilhadas; lá haverá uma forca a cujo pé será colocada a mesma poltrona onde estava sentada a senhora Laleu, sua patroa, quando foi assassinada; e sendo colocada lá, o executor da alta justiça lhe cortará a mão direita e em sua presença a jogará ao fogo, e lhe dará imediatamente depois quatro facadas com a faca utilizada por ela para assassinar a senhora Laleu, a primeira e a segunda na cabeça, a terceira no antebraço esquerdo, e arrancadas com a faca utilizada por ela para assassinar a quarta no peito; feito o que, será pendurada e estrangulada na dita forca até à morte; e depois de duas horas seu cadáver será retirado, e a cabeça e parada ao pé da dita forca sobre o dito cadafalso, com a mesma faca que ela utilizou para assassinar sua senhora, e a cabeça exposta sobre uma figura de vinte pés fora da porta da dita Cambrai, junto ao caminho que leva a Douai, e o resto do corpo posto num saco, e enterrado perto do dito poste, a dez pés de profundidade (FOUCALT, Michel. Vigiar e Punir. Nascimento da Prisão. Tradução de. Raquel Ramalhete. 26 a. Edição. Petrópolis: Vozes, 1987, p.40).Com base na leitura citada e, a partir de uma análise histórico-evolutiva da sanção penal, responda: No decorrer da história da legislação penal brasileira, a sanção penal vivenciou em algum momento a execução que repousasse no corpo do indivíduo? Você identificou alguma semelhança nos dias atuais? 1- A SANÇÃO PENAL. FINALIDADE. FUNDAMENTO. 1.1 CARACTERÍSTICAS DA PENA: CASTIGO + INTIMIDAÇÃO + REAFIRMAÇÃO DO DIREITO PENAL + RESSOCIALIZAÇÃO. 1.2 TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS... 1.3 O CARÁTER PREVENTIVO DAS PENAS: GERAL: NEGATIVO – Significando o poder intimidativo para a sociedade. POSITIVO – Demonstrando e reafirmando a existência do Direito Penal. ESPECIAL: NEGATIVO – Intimidação ao autor do delito, recolhendo ao cárcere. POSITIVO – Proposta de ressocialização do condenado. • Prevenção especial = Cárcere, pena, prisão, cadeia... • Medida de Segurança = Tratamento, internação em hospital de custódia e tratamento. Art. 97, §1 do CP. • 1.3 O Sistema Penal Brasileiro. A Pena Criminal. Será que temos hoje um sistema capaz de minimizar a violência, aumentando a liberdade? *GARANTISMO PENAL = Um modelo normativo de direito, que obedece a estrita legalidade, típico do Estado Democrático de Direito, voltando a minimizar a violência e maximizar a liberdade, impondo limites à função punitiva do Estado. 1.3.1 Das Teorias das Penas A) ABSOLUTA – Retribuição / Instrumento de Vingança. B) RELATIVA – Prevenção / Controle e Ressocialização. C) MISTA – Busca a retribuição e a prevenção. CAPÍTULO III DA APLICAÇÃO DA PENA Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 1.4 Princípios da Pena A) HUMANIDADE DAS PENAS – Artigo 5º, XLVII e XLIX da CRFB/88. B) LEGALIDADE – Artigo 5º, XXXIX da CRFB/88. C) PERSONALIDADE – Artigo 5º, XLV da CRFB/88. D) PROPORCIONALIDADE – Artigo 5º, XLVI da CRFB/88. E) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - Artigo 5º, XLVI da CRFB/88. 1.4 Princípios da Pena A) HUMANIDADE DAS PENAS – Artigo 5º, XLVII e XLIX da CRFB/88. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 1.4 Princípios da Pena B) LEGALIDADE – Artigo 5º, XXXIX da CRFB/88. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 1.4 Princípios da Pena C) PERSONALIDADE OU PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA– Artigo 5º, XLV da CRFB/88. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 1.4 Princípios da Pena D) PROPORCIONALIDADE – Artigo 5º, XLVI da CRFB/88. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; 1.4 Princípios da Pena F) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - Artigo 5º, XLVI da CRFB/88. O princípio da individualização da pena desenvolve-se em três momentos: a) no legislativo, no momento em que este poder cria o tipo penal, estabelecendo, desta forma, o mínimo e o máximo da pena cominada; c) judicial, quando o julgador fixaa pena ao indivíduo, diante do caso concreto; c) no plano da execução penal, ou seja, quando o magistrado da fase executória adapta a pena ao sentenciado, podendo conceder benefícios ou retirá-los. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; 1.5 Espécies de Pena A) PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE - Reclusão, detenção e prisão simples. As duas primeiras constituem decorrência de prática de crimes, já a terceira é aplicada a contravenções penais. B) PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO – São as seguintes: prestação de serviço à comunidade, interdição temporária de direitos, limitação de fim de semana, prestação pecuniária e perda de bens e valores. C) MULTA – Pune crimes de menor potencial ofensivo com pagamento em dinheiro. CAPÍTULO I DAS ESPÉCIES DE PENA Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. ESTUDO DE CASO: A partir dos temas debatidos em aula, avalie as indagações a seguir: por que são cada vez mais constantes, no Brasil, os linchamentos? O que leva alguém a tirar a vida de um semelhante seu, principalmente, quando se leva em consideração que, por força da nossa história recente são, cada vez mais, lançadas à vala comum da fome e da miséria? A resposta mais comum é bem conhecida: a sede de "justiça pelas próprias mãos", acreditando estar com isso equilibrando a situação entre a conduta sofrida pela vítima e a retribuição dada ao criminoso. O que mais chama a atenção não é, propriamente, que haja reação, mas o tipo e a forma da reação: o sacrifício da vida, totalmente desproporcional, através de morte violenta ou de tortura, quase uma tentativa de afirmar, pela brutalidade dos atos, o absurdo praticado antes pelo criminoso. Absurdo que justificaria outros absurdos como os próprios linchamentos. Essa conduta que parece ser de época remota da história da humanidade, é, infelizmente, cada vez mais presente na atualidade. Com base nos debates realizados em aula, responda justificadamente: a que mais você atribui essa repulsa por meio do linchamento? É possível que os linchamentos falem a linguagem cru e rude dos setores da sociedade que não acreditam ou nunca acreditaram na justiça? Recursos Atividade Autônoma Aura Olá, seja bem-vindo! Sabemos que você quer aprender mais, por isso, selecionamos duas questões que revisam o tema/tópico ministrado nesta aula. Você deve resolvê-las, completando, assim, sua jornada de aprendizagem do dia. Acesse o Plano de Aula da disciplina e encontre-as no campo Aprenda +! ARA 1228 – TEORIA DA PENA Questão 1: O sistema das penas sempre esteve em transformação para acompanhar a evolução social. Sobre a história das penas, assinale a alternativa INCORRETA: A) Nos tempos medievais o castigo tinha a finalidade de provocar o medo coletivo, com a aplicação de penas bárbaras, como torturas, amputação de órgãos e mutilações. B) Para Cesar Beccaria, na sua obra Dos delitos e das penas, a pena tinha como origem o pacto social, ideia originalmente vinda da teoria clássica do contrato social, em que só as leis poderiam decretar as penas dos delitos. C) A caracterização da prisão como sanção penal somente se deu na Idade Média, momento em que se começa a disseminar a utilização de castelos e outros estabelecimentos como verdadeiras casas de recolhimento para o crescente número de delinquentes e mendigos. D) Na vingança pública, a pena de morte é vista como uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. Questão 2: Com base nas transformações históricas da pena e vingança privada, analise assertivas abaixo: I - De todas as fases da evolução da pena, a vingança privada é a fase mais antiga da história da pena, momento em que não havia modelo de administração pertinente a Justiça. II - A sanção era imposta tão somente como vingança, de forma desproporcional à agressão sofrida, podendo, inclusive, atingir membros de sua família ou comunidade. III - Nesta fase, a sanção era comumente aplicada, por delegação divina, pelos sacerdotes e sacerdotisas com penas cruéis, desumanas e degradantes pois guardavam relação com a força do deus lesado. IV - A vingança nesse momento tem um caráter pessoal, pois a própria vítima e/ou familiares realizavam a vingança contra o "criminoso", ou então contra o grupo social a que a vítima pertencia. A) Estão corretos os itens I, II e III. B) Estão corretos os itens II, III e IV. C) Estão corretos os itens I, III e IV. D) Estão corretos os itens I, II e IV. E) Todos os itens estão corretos. SUGESTÃO DE LEITURA DURANTE NOSSO SEMESTRE! PARA PRÓXIMA AULA: • ACESSAR O CONTEÚDO DIGITAL – TEMA 1 – MÓDULOS 1, 2 E 3. • DEBATE EM SALA. OBRIGADA! Prof.ª Ana Paula Pimenta
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