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Tayonara Jesus TXT 06 (1)

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TXT 06 GOLDENBERG, M. Pesquisa Qualitativa em Ciências Sociais. In: A Arte de Pesquisar. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Record. 2000. p. 1-4.
Tayonara Aillana dos Santos Jesus[footnoteRef:0] [0: Graduanda em Ciências Sociais na Universidade Federal da Bahia. Resenha para a Disciplina FCHE95 Metodologia Qualitativa em Ciências Sociais, no semestre 2021.1.] 
Mirian Goldenberg é doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora titular do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É colunista da Folha de S.Paulo. É professora convidada da Casa do Saber do Rio de Janeiro.
No capítulo “Pesquisa Qualitativa em Ciências Sociais” Goldenberg (2000), propõe-se a situar a questão do uso de técnicas e métodos qualitativos nas ciências sociais, começando pela discussão entre “sociologia positivista” e “sociologia compreensiva”. Partindo da perspectiva de que os pesquisadores em ciências sociais afirmam que está tem sua especificidade e pressupõe uma metodologia própria. Na perspectiva da sociologia positivista, que tem como principal fundador Auguste Comte (1798-1857), normalmente recusada pelos pesquisadores qualitativistas, o objetivo das ciências sociais deve ser estudado como as ciências físicas, de modo neutro e objetivo, buscando por leis e regularidades. Durkheim, também se posicionou a favor da unidade das ciências e toma o “fato social” como um fenômeno social, ou melhor toma-o como um fenômeno físico. 
Goldenberg (2000) mais adiante aponta que na metade do século XX pensadores influenciados pelo idealismo Kantiano, reagiram de modo crítico ao modelo positivista, pois acreditava-se que o uso do método de outras ciências para a compreensão da realidade social poderia destruir a essência dessa realidade, pois retira a dimensão de liberdade e individualidade do cenário. Nesse sentido, a “sociologia compreensiva”, busca justamente um procedimento metodológico diferente dos utilizados pelas ciências naturais e físicas. Wilhelm Dilthey (1833-1911) é um dos primeiros a levantar essa noção, defendendo que os fatos sociais não são quantificáveis, tendo sentido próprio, precisando ser compreendido em sua singularidade. Para ele o método das ciências naturais “— erklaren —, que busca generalizações e a descoberta de regularidades, do das ciências sociais — verstehen — , que visa à compreensão interpretativa das experiências dos indivíduos dentro do contexto em que foram vivenciadas” (p.2). 
Max Weber é um dos grandes representantes da sociologia compreensiva, apropriando-se da ideia de verstehen , onde o principal interesse das ciências sociais estaria no comportamento significativo dos indivíduos engajados na ação social. E é dentro dessa discussão mais geral que Goldenberg (2000) contextualiza o surgimento e desenvolvimento do uso de métodos e técnicas qualitativas na pesquisa social. Nesse sentido, a autora cita estudiosos como Frédéric Le Play, contemporâneo de Comte, um dos primeiros a estudar a realidade social sob uma perspectiva científica com observação direta, controlável e objetiva da sociedade. Ela apresenta também os estudos antropológicos nas sociedades “primitivas” realizadas, sobretudo, no final do século XIX e início do século XX. Citando antropólogos como Lewis Henry Morgan, o primeiro antropólogo a conviver com os nativos. Em seguida Traz Franz Boas, Bronislaw Malinowski. Ressaltando-se este último como responsável por grande parte da renovação das ciências sociais com sua obra “Argonautas do Pacífico Ocidental”, que provocou, segundo Goldenberg (2000) uma ruptura metodológica na antropologia, priorizando a observação direta e a experiência pessoal do pesquisador no campo. Mais tarde, a autora ainda traz a antropologia interpretativa que tem como um dos principais representantes Clifford Geertz, que propõe um modelo de análise cultural hermenêutico. Segundo ele, os textos antropológicos, são interpretações sobre as interpretações nativas, segundo ele, o antropólogo faz uma descrição detalhada, densa das culturas. Geertz, inspirou a tendência atual chamada de antropologia reflexiva ou pós-interpretativa, uma antropologia que questiona a autoridade do texto e propõe que o resultado da pesquisa seja fruto de um diálogo e uma negociação de ponto de vista entre pesquisador e interlocutor (Goldenberg, 2000).

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