Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Online: Introdução à Terapia Cognitivo-Comportamental 1 Histórico e Fundamentos da Terapia Cognitivo-Comportamental.......................2 Erros Cognitivos e Pensamentos Automáticos Disfuncionais.............................6 Técnicas Básicas da TCC – RPD e Questionamento Socrático..........................9 Transtornos de Ansiedade com TCC.................................................................13 Transtornos de Humor com TCC – Depressão.................................................18 Transtornos de Humor com TCC – Bipolaridade...............................................21 Terapia Cognitivo-comportamental para Crianças e Adolescentes...................23 Estrutura da terapia...........................................................................................27 Princípios básicos e etiológicos.........................................................................30 Referências Bibliográficas.................................................................................32 2 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de psicoterapia que se baseia no conhecimento empírico da psicologia. Ela abrange métodos específicos e não-específicos (com relação aos transtornos mentais) que, com base em comprovado saber específico sobre os diferentes transtornos e em conhecimento psicológico a respeito da maneira como seres humanos modificam seus pensamentos, emoções e comportamentos, têm por fim uma melhoria sistemática dos problemas tratados. Tais técnicas perseguem objetivos concretos e operacionalizados (ou seja, claramente definidos e observáveis) nos diferentes níveis do comportamento e da experiência pessoal (al. Erleben) e são guiadas tanto pelo diagnóstico específico do transtorno mental como por uma análise do problema individual (ou seja, uma descrição das particularidades do paciente; ver mais abaixo). Nesse contexto representa um papel importante uma análise aprofundada dos fatores de vulnerabilidade (predisposições), dos fatores desencadeadores e mantenedores do problema. A combinação dessas duas vias permite atingir um relativo equilíbrio entre o método padronizado (determinado pelo diagnóstico) e as características individuais do paciente (que determinam a análise do problema). A terapia cognitivo-comportamental encontra-se em constante desenvolvimento e exige de si mesma uma comprovação empírica da sua efetividade. A terapia cognitivo-comportamental possui tanto técnicas da terapia cognitiva como da terapia comportamental, tendo demonstrado ser uma das técnicas mais eficazes no tratamento de vários transtornos como depressão e esquizofrenias. https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicoterapia https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_mental https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamentos https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%B5es https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicodiagn%C3%B3stico https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_comportamental https://pt.wikipedia.org/wiki/Depress%C3%A3o_nervosa https://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia 3 Jürgen Margraf oferece uma lista de dez princípios básicos que caracterizam os diversos métodos conceituais da TCC: TCC se orienta no conhecimento empírico da psicologia científica; TCC se orienta no problema (sintoma) atual do paciente; TCC baseia-se na análise dos fatores de vulnerabilidade (predisposições), fatores desencadeadores e mantenedores dos transtornos mentais; Por se orientar no problema, a TCC é também orientada para um objetivo definido (a modificação do comportamento problemático); TCC é voltada para a ação e não apenas para a tomada de consciência (ing. insight, al. Einsicht) e uma compreensão mais profunda do problema; TCC não se restringe à situação terapêutica, mas se estende à vida diária do indivíduo; TCC é transparente, tanto quanto a seus objetivos quanto a seus meios; TCC procura ser uma ajuda para a autoajuda, ou seja, acentua a responsabilidade do próprio paciente no processo terapêutico e TCC se esforça por estar em desenvolvimento constante. Tradicionalmente a TCC dedica-se especialmente aos fatores mantenedores, sem no entanto perder de vista os demais fatores. A estrutura da TCC pode ser descrita em uma série de cinco passos: Apresentação do problema Primeira orientação a respeito problemática - consiste na coleta e organização dos dados relevantes para a compreensão do paciente e de seu problema: dados pessoais, sintomática e seu desenvolvimento, objetivos do paciente, esclarecimento das condições necessárias para o trabalho psicoterapêutico; Definição do(s) problema(s) e diagnóstico - definição dos diversos problemas envolvidos e da relação entre eles, esclarecimentos diagnóstico (ex. possíveis causas fisiológicas do problema), diagnóstico provisório (segundo CID 10 ou DSM IV) e definição da indicação psicoterapêutica (ou seja, qual método psicoterapêutico é o mais indicado); https://pt.wikipedia.org/wiki/CID_10 https://pt.wikipedia.org/wiki/CID_10 https://pt.wikipedia.org/wiki/DSM_IV https://pt.wikipedia.org/wiki/Indica%C3%A7%C3%A3o 4 Escolha do(s) problema(s) a ser(em) tratado(s) Análise do(s) problema(s) Análise comportamental - escolha do comportamento problemático, análise da sua incidência (em que situações, com que frequência, acompanhado de que pensamentos, emoções, com que consequências); Análise motivacional - análise do valor do comportamento problemático: que objetivos são perseguidos com ele? Quais motivos influenciam a vida da pessoa? O comportamento se origina de conflitos entre objetivos distintos? Análise sistêmica - análise da pertinência do indivíduo a diferentes sistemas sociais, com regras e exigências distintas e, por vezes contraditórias e a influência dessa pertinência sobre seu comportamento; Origem e desenvolvimento do problema: Anamnese, geração de hipóteses sobre a origem do problema; Condensamento do conhecimento ganho até então: geração de um modelo etiológico individual. Análise do objetivo Pré-requisitos da mudança (de comportamento) - consideração dos lados positivo e negativo do comportamento atual (problemático), definição da motivação para a mudança, determinação dos fatores ambientais que auxiliam a mudança e daqueles que a atrapalham; Determinação dos objetivos - quais os objetivos perseguidos pelas partes envolvidas (paciente, terapeuta, terceiros), formulação de objetivos e dos passos necessários para alcançá-los; Relacionamento paciente-terapeuta - o relacionamento entre paciente e terapeuta é tal que permite um trabalho produtivo? Como mantê-lo (ou modificá-lo)? Análise dos meios Pontos de partida: quais pessoas devem ser envolvidas na mudança? Com quais situações, problemas, pessoas começar? https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Motivo_(psicologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema https://pt.wikipedia.org/wiki/Anamnese https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese https://pt.wikipedia.org/wiki/Etiologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_produtivo 5 Princípios da mudança - com base na análise do problema, quais passos devem ser dados? Como? Explicação da lógica do tratamento (dos passos a serem dados) ao paciente Planejamento concreto da terapia - que novos comportamentos devem ser aprendidos, em que situação? Como? Definir os parâmetros formais (frequência das consultas, duração da terapia)e determinar se outros tratamentos (ex. medicamentos) são necessários. Definir exatamente (de forma observável) o que se considera "sucesso". Teste e avaliação dos passos definidos Realização dos passos tal qual definidos anteriormente, sempre levando em conta de que as hipóteses sobre as quais elas se baseiam são provisórias e, assim, modificáveis sempre que necessário. Avaliação permanente de cada um dos passos e dos diferentes objetivos alcançados. Término da terapia. Estudos científicos feitos por Aaron Beck(um dos fundadores da terapia cognitiva) e vários de seus alunos demonstram a eficácia a longo prazo da terapia cognitiva para depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, TOC, agressão sexual, esquizofrenia e transtornos internalizantes na infância. Nos casos de depressão e pânico os resultados foram especialmente promissores e mais duradouros. A TCC também se provou eficaz no tratamento de transtorno bipolar, TDAH aliado à medicação, anorexia nervosa, transtorno dismórfico corporal, colecionismo patológico, jogo patológico, TEPT em crianças que sofreram abuso, TOC em crianças e transtorno afetivo sazonal. Estudos na área da psicologia da saúde também têm demonstrado a eficácia da TCC no apoio psicológico perante condições médicas, incluindo doenças coronarianas, hipertensão, câncer, dor de cabeça, dor crônica, dor lombar crônica, síndrome da fadiga crônica, artrite reumatóide, síndrome pré- menstrual e síndrome do cólon irritável. https://pt.wikipedia.org/wiki/Aaron_Beck https://pt.wikipedia.org/wiki/Depress%C3%A3o_nervosa https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_ansiedade_generalizada https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_ansiedade_generalizada https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_p%C3%A2nico https://pt.wikipedia.org/wiki/Fobia_social https://pt.wikipedia.org/wiki/TOC https://pt.wikipedia.org/wiki/Agress%C3%A3o_sexual https://pt.wikipedia.org/wiki/Agress%C3%A3o_sexual https://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_bipolar https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_bipolar https://pt.wikipedia.org/wiki/TDAH https://pt.wikipedia.org/wiki/Anorexia_nervosa https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_dism%C3%B3rfico_corporal https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_dism%C3%B3rfico_corporal https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo_patol%C3%B3gico https://pt.wikipedia.org/wiki/TEPT https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_sa%C3%BAde https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertens%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ncer https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_de_cabe%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Dor_cr%C3%B4nica https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_da_fadiga_cr%C3%B4nica https://pt.wikipedia.org/wiki/Artrite_reumat%C3%B3ide https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_pr%C3%A9-menstrual https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_pr%C3%A9-menstrual https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_c%C3%B3lon_irrit%C3%A1vel 6 ERROS COGNITIVOS E PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS DISFUNCIONAIS É muito comum termos um pensamento automático diante de situações, sejam elas positivas ou negativas. Este pensamento instantâneo fundamenta-se a partir de nossa interpretação dos fatos e por meio de nossas percepções, sendo o responsável absoluto pelo sentimento consequente do fato vivido e influenciador de ações posteriores. Para ficar mais claro, a razão pelo qual deixamos de iniciar um projeto, investir em um relacionamento amoroso ou terminá-lo, empreender um negócio próprio, ingressar na faculdade, fazer uma viagem dos sonhos é o pensamento automático. Isso acontece devido a nossa tendência a acreditar em nossos pensamentos e, desta forma, preservarmos o nosso controle e até a nossa sobrevivência. Graças à Psicologia e à Terapia Cognitiva Comportamental, existe o Método Cognitivo-Comportamental, em cuja terapia ou processo de coaching estimula as pessoas a identificar e avaliar seus pensamentos automáticos negativos sobre as situações e, e desta forma, verificar e corrigir possíveis pensamentos distorcidos que ele constrói devido a esta avaliação imediata, que estejam alterando o seu humor e até prejudicando a realização dos seus objetivos. Catastrofização Neste caso, a pessoa prevê o futuro negativamente sem considerar outros resultados mais prováveis. Exemplo: “meu filho ainda não chegou, deve ter acontecido alguma coisa ruim. Esperarei mais um pouco, pois não conseguirei dormir mesmo.” Outros exemplos: “meu namorado não atende o celular, deve estar com outra. Tudo está bem entre nós, mas sei que logo começará a me desapontar, pois não chegou ainda”. Minimização do positivo A pessoa diz para si mesmo que experiências, atos ou qualidades positivas não contam. Exemplo: “eu fiz bem aquele projeto, mas isso não significa que eu seja competente; eu apenas tive sorte.” A pessoa rejeita experiências positivas insistindo que elas não contam. Desqualificar o positivo tira a alegria da vida e faz a pessoa se sentir inadequada e não recompensada. Este é o http://www.openmindcoaching.com.br/introducao-ao-metodo-cognitivo-compotamental/ 7 preço que a pessoa paga por não qualificar as coisas que acontecem em seu cotidiano. Argumentação emocional A pessoa pensa que algo deve ser verdade porque “sente” (em realidade, acredita) isso da maneira tão convincente que acaba por ignorar ou desconsiderar fatos e evidências. Vitimização A pessoa tende a se sentir vítima e não responsável pelas suas escolhas. Percebe-se sem sorte ao invés de perceber que “quem faz para si faz!” e que ela mesma é o “comandante do seu navio”, o “diretor da sua novela.” Por exemplo, tende a culpar os outros por sua má sorte no trabalho ou no amor. Personalização Ocorre quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira responsabilidade sobre um evento que não está sob seu controle. Por exemplo: “eu não cuidei bem do meu filho, por isso ele está internado no hospital”. “Meu namorado me traiu porque eu estava estressada.” Esse tipo de distorção cognitiva gera muito sofrimento psicológico, pois está embasado na emoção “culpa”. Supergeneralização A pessoa tira uma conclusão negativa radical que vai muito além da situação atual. Exemplo: “nessa escola não tenho amigos, assim como era no colégio anterior.” A pessoa vê um episódio negativo como uma rejeição amorosa e estabelece um padrão de pensamento para situações similares. Outro exemplo comum: “todos os meus namorados irão me trair”. Pensamento dicotômico É aquele pensamento preto-e-branco ou 8 ou 80, sabe? A pessoa vê uma situação em apenas duas categorias em vez de em várias alternativas. Exemplo: “se eu não for um sucesso total, eu serei um fracasso.” A pessoa perfeccionista normalmente faz uso constante desse erro de pensamento e 8 isso faz com que se sinta inadequada e desvalorizada quando o sucesso esperado não vem. Pensamentos dicotômicos tendem a contribuir para episódios depressivos e separações conjugais. Quando estamos diante de uma situação, a primeira coisa que fazemos é interpretar esta situação a partir das nossas percepções, nós temos um pensamento automático sobre ela. Este pensamento automático vai determinar que tipo de sentimento será despertado pela situação e influenciará qual o comportamento que teremos. Isso acontece devido a nossa tendência a acreditar em nossos pensamentos e desta forma preservarmos o nosso controle e até a nossa sobrevivência. Pensamentos podem ser automáticos e elaborados, positivos ou negativos, verdadeiros ou falsos quanto à situação real. Na TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) o paciente é estimulado a identificar e avaliar seus pensamentos automáticos negativos sobre as situações. E desta forma, verificar e corrigir possíveis pensamentos distorcidos que ele constrói devido a esta avaliaçãoimediata, que estejam alterando o seu humor e até prejudicando a realização dos seus objetivos. De acordo com o CID 10 (2007, p.44), o transtorno de ajustamento refere-se ao sentimento de opressão e de incapacidade de funcionamento, podendo haver "sintomas físicos relacionados a estresse, como insônia, cefaleia, dor abdominal, dor no peito, palpitações". Nesta classificação, cujo código o CID denomina de F-43.2, são identificados os aspectos diagnósticos seguintes: Reação aguda a evento estressante ou traumático recente. Sofrimento extremo resultado de um evento recente ou preocupação com o evento. Os sintomas podem ser primariamente somáticos. Outros sintomas podem incluir: humor deprimido; ansiedade; preocupação; sentimento de incapacidade de funcionar. (CID 10, 2007, p. 44). 9 TÉCNICAS BÁSICAS DA TCC – RPD E QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO As intervenções cognitivo-comportamentais mais empregadas no quadro ora descrito são: a psicoeducação, a identificação dos pensamentos automáticos e das emoções, a identificação das crenças centrais e intermediárias, a reestruturação cognitiva, a resolução de problemas e a avaliação do processo. A psicoeducação é um recurso importante no processo psicoterápico e deve ser o pontapé inicial neste processo. O paciente deve ser informado sobre a funcionalidade ou não das suas reações comportamentais. Segundo Barlow e colaboradores (2009, p. 235), "os pacientes recebem informações em relação às sequelas cognitivas, fisiológicas e comportamentais das reações emocionais e como esses três componentes interagem". O passo seguinte é identificar os pensamentos automáticos e as emoções, avaliando-os posteriormente. Os pensamentos automáticos surgem em função da interpretação dada a uma situação e ocorrem paralelamente a pensamentos manifestos. Todos nós apresentamos pensamentos automáticos, porém, as pessoas que não estão angustiadas normalmente costumam testá-los e verificar sua disfuncionalidade, uma vez que elas enxergam a realidade como ela realmente se apresenta. Beck (1997, p. 87) nos fala que "pessoas com transtornos psicológicos [...], com frequência, interpretam erroneamente situações neutras ou até mesmo positivas e, desse modo, seus pensamentos automáticos são tendenciosos". Ao identificar tais pensamentos, examiná-los e corrigir os seus erros, os pacientes podem se sentir melhor. A atuação clínica da TCC se baseia bastante no questionamento socrático. Na prática, isso significa que o terapeuta vai fazer uma série de perguntas com o objetivo de ajudar o paciente a aprofundar sua compreensão sobre os próprios pensamentos. Como falamos, muitas pessoas se comportam de forma automática, sem perceber os pensamentos e emoções que estão por trás disso. Na terapia, o paciente é colocado diante de perguntas que aprofundam a reflexão e o fazem pensar sobre as relações complexas que a mente dele estabelece. Assim, é possível perceber e modificar distorções cognitivas. A função do psicólogo não é oferecer respostas ou direcionar a forma como as pessoas pensam e se comportam. Ao fazer perguntas, ele constrói possibilidades para que os pacientes compreendam melhor seus pensamentos https://blog.cognitivo.com/6-dicas-para-conquistar-pacientes-para-o-consultorio/ 10 e tomem suas próprias decisões. Com essa técnica, os elementos disfuncionais podem ser questionados e colocados em xeque. Questionamento socrático (ou maiêutica socrática) é questionamento disciplinado que pode ser usado para perseguir o pensamento ainda que em muitas direções e muitos propósitos: explorar ideias complexas, para chegar a verdade das coisas, abrir questões e problemas, descobrir suposições, analisar conceitos, diferenciar o que nós sabemos e o que não sabemos, seguir implicações lógicas do pensamento ou controlar a discussão. A chave para diferenciar o questionamento socrático do questionamento em si é que o questionamento socrático é sistemático, disciplinado, profundo e usualmente foca em conceitos fundamentais, princípios, teorias, questões ou problemas. Questionamento socrático é que se refere em lecionar, e tem circulado como um conceito em educação, particularmente nas duas últimas décadas. Professores, estudantes ou de fato qualquer interessado em explorar o pensamento em um nível mais profundo pode e deve construir questões socráticas e se empenhar nessas questões. Questionamento socrático e suas variantes também tem sido extensivamente usadas em psicoterapia e aconselhamento. No ensino, professores podem usar questionamento socrático para pelo menos dois propósitos: Para sondar mais profundamente o pensamento do estudante, ajudar estudantes a diferenciar o que eles sabem ou entendem do que eles não sabem ou não entendem (e para ajuda-los a desenvolver humildade intelectual no processo). Para criar nos alunos a habilidade de perguntar questões socráticas, para ajudar estudantes a adquirir poderosas técnicas de dialogo socrático, para que então eles possam usar essas técnicas no dia a dia (por questionar a si mesmos e outros). Com esse fim, professores podem modelar os questionamentos estratégicos que eles querem que estudantes simulem empreguem. Além disso, professores precisam ensinar diretamente aos estudantes como construir e perguntar questões profundas. Além disso, estudantes precisam melhorar suas habilidades de questionamento. Questionamento socrático elucida a importância de questionar no aprendizado. Esclarece a diferença entre o pensamento sistemático e fragmentado. https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade https://pt.wikipedia.org/wiki/Implica%C3%A7%C3%A3o_l%C3%B3gica https://pt.wikipedia.org/wiki/Lecionar https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o 11 Nos ensina a escavar debaixo da superfície de nossas ideias. Nos ensina o valor de desenvolver questionamento de nossas mentes em cultivar um aprendizado mais profundo. Integrando questões socráticas da seguinte maneira na classe de aula ajuda a desenvolver aprendizes ativos e independentes. Fazendo com que estudantes esclareçam seus pensamentos e.g., „Por que você diz isso?‟, „Você poderia explicar mais?‟ Desafiando estudantes sobre suposições e.g., „Esse é sempre o caso?‟, „Por que você pensa que essa suposição entra aqui?‟ Evidencia como uma base para argumentar e.g., „Por que diz isso?‟, „Existe algum motivo para duvidar dessa evidência?‟ Pontos de vistas e perspectivas alternativas e.g., „Qual é o contra argumento?‟, „Alguém pode ver isso de outra maneira?‟ Implicações e consequências e.g., „Mas se... aconteceu, o que poderia resultar?‟, „Como... afeta...?‟ Perguntar sobre a questão e.g., „Por que você acha que eu perguntei essa questão?‟, „Por que a questão foi...?‟ A arte do questionamento socrático está intimamente conectada com o pensamento crítico porque a arte de questionamento é importante para a excelência do pensamento. O que a palavra “socrática” adiciona para a arte do https://pt.wikipedia.org/wiki/Suposi%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Evid%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento_cr%C3%ADtico 12 questionamento é sistematicamente profundo e um interesse permanente em acessar a verdade ou plausibilidade das coisas. Ambos pensamento crítico e questionamento socrático procuram o significado e a verdade. O pensamento crítico fornece as ferramentas racionais para monitorar, acessar e talvez reconstituir ou redirecionar nosso pensamento e ação. O questionamento socrático coa explicitamente em enquadrar o auto direcionamento, disciplinar questões para atingir um objetivo. Questionamento socrático também tem sido utilizado em terapia, mais notavelmente como uma técnica de reconstrução cognitiva em terapiacognitiva, Logoterapia e psicoterapia Adleriana clássica. O proposito aqui é ajudar a revelar as suposições e evidencias que sustentam o pensamento das pessoas e respeito de problemas. Um conjunto de questões socráticas em terapias cognitivas para lidar com pensamentos automáticos que angustia o paciente. Revelando o problema: „Que evidencia sustenta essa ideia? E que evidencia é contra ela sendo verdade?‟ Concebendo alternativas razoáveis: „O que poderia ser outra explicação ou ponto de vista para a situação? Por que outra razão isto aconteceu?‟ Examinando várias consequências potenciais: „Quais são os piores, melhores, suportáveis e o resultado mais realistas?‟ Avaliar aquelas consequências: „Qual é o efeito de pensar ou acreditar nisso? O que poderia ser o efeito de pensar diferentemente e não mais segurar nessa crença?‟ Distanciamento: „Imagine um amigo/membro familiar especifico na mesma situação ou se eles visualizassem a situação desse modo, o que eu diria a eles?‟ O uso cuidadoso do questionamento socrático permite ao terapeuta um desafio recorrente ou isolando instancias de um pensamento ilógico de uma pessoa enquanto mantem uma posição aberta que respeita a lógica interna para mesmo o mais aparente pensamento ilógico. https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitiva https://pt.wikipedia.org/wiki/Logoterapia https://en.wikipedia.org/wiki/Classical_Adlerian_psychotherapy 13 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE COM TCC A ansiedade é uma emoção caracterizada por um estado desagradável de agitação interior, muitas vezes acompanhada de comportamento nervoso, como o de se embalar de trás para a frente. É o sentimento desagradável de terror por eventos antecipados, tal como a sensação de morte iminente. Ansiedade não é o mesmo que medo. O medo é uma resposta a uma ameaça real ou percebida, enquanto a ansiedade é a expectativa de uma futura ameaça. A ansiedade é um sentimento de inquietação e preocupação, geralmente generalizado e sem foco, como uma reação exagerada a uma situação que é apenas subjetivamente vista como ameaçadora. É muitas vezes acompanhada por tensão muscular, inquietação, fadiga e problemas de concentração. A ansiedade pode ser apropriada, mas quando experimentada regularmente, o indivíduo pode sofrer de transtorno de ansiedade. A Associação Americana de Psiquiatria criou o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, e em sua 5ª edição, denominada DSM-5, indica alguns critérios para definir o Transtorno de Ansiedade Social, sendo um deles: “o medo ou ansiedade acentuadas acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas”. O Transtorno de Ansiedade Social é, portanto, um desconforto emocional excessivo, que gera uma preocupação ou um medo que a pessoa tem de ser avaliada negativamente pelos outros. É um medo de se expor ao olhar e ao julgamento das outras pessoas, mesmo em grupos relativamente pequenos. Este sentimento é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social, e ocorre quase sempre de forma excessiva e exagerada, gerando um quadro de ansiedade e muito desconforto. Alguns exemplos de Transtorno de Ansiedade Social são situações em que o indivíduo precisa falar em reuniões corporativas, apresentar trabalhos em sala de aula, ser apresentado a pessoas novas em encontros sociais, comer em público, entre outras situações. https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Tanatofobia https://pt.wikipedia.org/wiki/Medo https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_amea%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Fadiga https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_ansiedade https://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_ansiedade https://pt.wikipedia.org/wiki/DSM-5 14 A ansiedade pode ser dividida em diversos tipos de transtornos, cada um com uma causa e um sintoma diferente, não impedindo que ambos aconteçam simultaneamente: Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) É o mais comum. A pessoa passa praticamente o dia todo ansiosa e em alguns momentos tem uns picos de ansiedade. Geralmente acontecem com um nervosismo por uma situação que não aconteceu ainda, ou simplesmente por receios. Estresse pós-traumático Acontece quando os sintomas de ansiedade começam a surgir após algum ocorrido na vida da pessoa que a deixou traumatizada ou marcada. Pode ser por uma perda muito grande, algum tipo de violência sofrida, por exemplo. Esses pensamentos dos momentos ruins retornam a qualquer instante, até mesmo em sonhos. Síndrome do pânico São períodos de crises intensas de ansiedade, que se desencadeiam por algum tipo de trauma e medo agudo. É muito comum se evitar de ficar em locais com pouco fluxo de pessoas, com medo de não conseguir ajuda durante os ataques. Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) São pensamentos, ideias que estão constantes na cabeça da pessoa e ela não consegue viver se não realizar a tarefa, como um ritual. Fobias São apresentações de ansiedades de maneira intensa, podendo ser elas relacionadas a um objeto ou situação, por exemplo medo de baratas (tão intenso de forma que a pessoa não pode nem sequer ver a imagem de uma barata), ou também a fobias sociais, como medo descontrolado de falar em público ou de estar no meio dele. 15 O ser humano sempre pode apresentar algum comportamento diferenciado em alguma parte de sua vida, é totalmente normal. Os sintomas da ansiedade excessiva se apresentam quando você deixa de viver por causa de preocupações ou por medos sem fundamento. Esse tipo de problema psicológico não é algo que passa sozinho com o tempo, ele deve ser tratado. Normalmente é necessário ajuda psicológica e terapêutica para aprender a superar suas limitações e entender os seus traumas. Se você conhece alguém com esse transtorno ou se você passa por esse tipo de problema, procure por um especialista. A nossa mente pode ser o nosso maior aliado ou o nosso pior inimigo, então não deixe de cuidar de sua saúde. O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos, dentre os quais ansiolíticos e antidepressivos. O tratamento é iniciado com ansiolíticos como, por exemplo, os benzodiazepínicos. Logo após a estabilização do paciente, o médico pode prescrever um antidepressivo para o controle da ansiedade. Outra classe de medicamentos também utilizada são a dos betabloqueadores. É sempre importante que o paciente consulte um médico, pois esses medicamentos são normalmente controlados. A terapia cognitivo-comportamental (TCC, REBT), mindfulness, meditação e hipnose são formas de psicoterapia que trazem resultados através de mudanças endógenas, transformando o indivíduo, sua personalidade e quadro psicológico. Uma revisão de estudos sugere que pessoas que experimentam sintomas de ansiedade podem ser ajudadas tomando medidas para regular os microrganismos em seu intestino usando alimentos e suplementos probióticos e não-probióticos. Há evidências crescentes de pesquisa de que, em algumas pessoas, o envolvimento em qualquer religião está associado de forma transversal a uma melhor saúde mental. Segundo o The Journal of Alternative and Complementary Medicine, a eficácia da recitação do rosário para ansiedade resulta de um estudo médico específico. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), esse é um distúrbio que se caracteriza pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva. https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicoterapia https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiol%C3%ADticos https://pt.wikipedia.org/wiki/Antidepressivo https://pt.wikipedia.org/wiki/Benzodiazep%C3%ADnicos https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitivo-comportamentalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Mindfulness https://pt.wikipedia.org/wiki/Medita%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_mental https://pt.wikipedia.org/wiki/Ros%C3%A1rio 16 Quais os principais sintomas do transtorno de ansiedade? Preocupação Excessiva: A pessoa tende a se preocupar demais com as mínimas coisas do dia a dia. E isso se torna algo recorrente e que persiste por semanas e meses. A situação, além de interferir na rotina, traz um desgaste físico, mental e emocional. Dificuldades para dormir: Por mais que esteja cansada, a pessoa tem dificuldades de descansar o corpo e a mente. Revira na cama, não consegue se desligar de problemas e, quando finalmente dorme, tem sonos agitados e que são interrompidos diversas vezes. Dores musculares: Muitas vezes, o estresse e ansiedade são tão intensos que se estendem para uma tensão muscular. Também é comum o chamado bruxismo, que é aquele ranger forte dos dentes, que causa dores de cabeça e na mandíbula. Indigestão: Outros sintomas físicos da ansiedade aparecem no trato digestivo. Algumas pessoas sentem dores de estômago, vontade de vomitar, cólicas, inchaço, gases, constipação e diarreia. Não é apenas a TAG que está ligada à ansiedade patológica. Outros distúrbios que pessoas com esse transtorno podem apresentar: Síndrome do Pânico: É marcada por diversos sintomas, como medo de morte, angústia, medo de sair de casa, tremores, falta de ar, dor no peito, taquicardia, entre outros. Essas manifestações podem durar cerca de 20 minutos ou até serem mais longas. Não precisa de um motivo específico para a pessoa desenvolver o pânico, pode surgir sem razão. Agorafobia: Isso acontece em pessoas que já passaram por crises de ansiedade ou fobia e vivem com medo e tensão de terem novas manifestações. 17 Isso faz com que o paciente evite lugares em que acredita que os sintomas aparecem e pode causar um isolamento social. Estresse Pós- traumático: Ele se manifesta após um evento que causa traumas, como assaltos, violência sexual, sequestro, acidentes, perdas repentinas, entre outros. É comum que a pessoa sofra com flashbacks dessas situações, o que causa sintomas de ansiedade. TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo): Está ligado a pensamentos obsessivos ligados à ansiedade e que geram comportamentos repetitivos, como mania de limpeza, compulsão (seja por jogos, compras ou alimentar), perfeccionismo, entre outros. Fobias: É o medo irracional de diferentes coisas, como altura, voar de avião, lugares fechados, animais, entre outros. Uma mudança no estilo de vida também é essencial para combater a ansiedade e inclui atividades físicas, alimentação rica e balanceada, contatos sociais, momentos de lazer, entre outros. Alimentos naturais que merecem entrar na dieta de pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade: Oleaginosas - As castanhas, nozes e amêndoas são fontes ricas em magnésio, mineral que bloqueia o NMDA, receptor que causa ansiedade e estresse. Quinoa - Esse é um cereal rico em carboidratos complexos, que promovem a saciedade e fornecem energia para o cérebro e o corpo ao longo do dia. Arroz Integral - O arroz é fonte de aminoácidos essenciais, que reduzem a ansiedade, depressão e estresse. Esse é também um cereal que é fonte de melatonina, o hormônio do sono. Chocolate - O cacau, principal ingrediente do chocolate amargo, ajuda a reduzir os níveis de cortisol, hormônio que produz o estresse. https://www.jasminealimentos.com/wikinatural/oleaginosas-os-beneficios-e-diferencas-entre-castanhas-nozes-e-amendoas/ https://www.jasminealimentos.com/wikinatural/quinoa-por-que-vale-a-pena-inserir-esse-super-grao-na-dieta-diaria/ https://www.jasminealimentos.com/wikinatural/arroz-integral-os-beneficios-do-grao-para-a-sua-saude/ 18 TRANSTORNOS DE HUMOR COM TCC – DEPRESSÃO Caballo (2003) traça algumas intervenções específicas para a preocupação. Dentre elas, destaca-se e importa, neste estudo, o treinamento em solução de problemas adaptado (TSP) - este treinamento diz respeito às preocupações com problemas baseados na realidade, os quais podem ser modificados. Para isso, devem-se utilizar dois tipos de estratégias: 1. Orientação em relação ao problema - envolve as reações cognitivas e comportamentais do paciente ao problema. O paciente com transtorno de ansiedade tem orientação deficiente em relação ao problema, o que dificulta a aplicação das habilidades de solução de problemas, uma vez que ele apresenta preocupação excessiva e sensação de falta de controle pessoal. 2. Habilidades de solução de problemas - referem-se aos comportamentos de solução de problemas. Este componente compreende quatro passos: a) definição do problema; b) geração de soluções alternativas; c) tomada de decisão; e d) prática da solução escolhida e avaliação de seus efeitos. O tratamento na abordagem cognitiva comportamental nos casos de ansiedade, tanto de ajustamento quanto generalizada, requer um foco na resolução de problemas e na habilidade de escolhas. Nessa proposta, os ganhos do paciente se direcionam à autonomia, pois ele passa de uma atitude passiva e evitativa em função do sentimento de impotência, de incapacidade e do medo de tomar decisões, a uma postura menos rígida e consciente das suas reais possibilidades de escolha. A depressão é um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as 19 doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens. Causas da depressão Genética: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético. Estima-se que esse componente represente 40% da suscetibilidade para desenvolver depressão; Bioquímica cerebral: há evidencias de deficiência de substancias cerebrais, chamadas neurotransmissores. São eles Noradrenalina, Serotonina e Dopamina que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor; Eventos vitais: eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença. Humor depressivo Sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Muitos se mostram mais apáticos do que tristes, referindo “sentimento de falta de sentimento”. Julgam-se um peso para os familiares e amigos, invocam a morte como forma de alívio para si e familiares. Fazem avaliação negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro Percebem as dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar. Esses pensamentos devem ser sistematicamente investigados 20 A depressão pode ter cura, entretanto, como suas causas ainda não foram totalmente esclarecidas, não existe uma fórmula, e sim, várias alternativas que podem ser usadas para cada caso, para modificar a resposta cerebrale melhorar o humor. Ela é um transtorno psiquiátrico, em que o humor deprimido e a perda de vontade, associado a outros sintomas, como alterações do sono, do apetite, cansaço e sensação de culpa, atrapalham o dia-a-dia da pessoa. Existem fatores que influenciam o desenvolvimento da depressão, como causas genéticas, ou hereditárias, e causas ambientais, como um momento estressante da vida ou a perda de alguém importante, por exemplo. Para entender melhor os sintomas e as causas da desta doença, veja como diferenciar a tristeza da depressão. Os antidepressivos são medicamentos usados para repor os neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina que, normalmente, estão diminuídos na depressão. O uso de remédios é indicado principalmente nos casos moderados e graves, devendo ser usados com regularidade pois, caso contrário, pode ser muito difícil se recuperar da doença. Os remédios passam a fazer efeito em cerca de 2 a 6 semanas, e o tempo de tratamento também pode variar de pessoa para pessoa, sendo, em alguns casos, necessário por apenas um curto período, como 6 meses, como também pode ser necessário por vários anos. O que irá ajudar o médico a determinar o tempo de tratamento, a dose e o tipo do remédio é a melhoria dos sintomas e a forma como a pessoa está reagindo ao tratamento. Além disso, somente o uso de remédios pode não ser suficiente para curar uma depressão, sendo importante que a pessoa trabalhe o seu lado psicológico, através de conversas, sessões de psicoterapia e atividades que estimulem auto-conhecimento, por exemplo. A psicoterapia é feita por um psicólogo ou psicoterapeuta, e é importante para ajudar na resolução de dificuldades emocionais, estimulando o auto- conhecimento e a resolução de conflitos internos da pessoa. Ela é fundamental, mesmo quando a pessoa já utiliza medicamentos, pois ajuda a reorganizar os pensamentos e estimular sentimentos e sensações de alegria. As sessões de psicoterapia costumam ser feitas 8, 4 ou 2 vezes por mês, por exemplo, a depender da necessidade de cada pessoa. 21 TRANSTORNOS DE HUMOR COM TCC – BIPOLARIDADE A característica predominante neste transtorno envolve a presença de oscilações de humor, entre episódios de mania ou hipomania e episódios depressivos. Um episódio maníaco traz como principais sintomas, por pelo menos uma semana: humor distintamente elevado, expansivo ou irritável, autoestima inflada, agitação psicomotora, sensação de bem-estar e energia intensos (SADOCK; SADOCK, 2007). Os pacientes, durante esse episódio, costumam ficar mais excitados e com o pensamento acelerado, comportando-se de modo inconveniente e demonstrando pouca tolerância à frustração. É comum a esses pacientes apresentarem um aumento da libido, uma perda da necessidade de dormir, além de gastos com dinheiro mais elevados do que o normal. A fuga de ideias, as alucinações e os delírios de grandeza também podem estar presentes, especialmente no caso de episódios maníacos (SAFFI; ABREU; NETO, 2011). O episódio hipomaníaco engloba os sintomas maníacos de forma mais branda, visto que os mesmos não são severos o suficiente para produzir psicose. O episódio depressivo tem como características: humor deprimido, melancólico, “para baixo”, acompanhado de desânimo, falta de energia, diminuição da libido, alterações no apetite e no sono, agitação ou retardo psicomotor, sentimentos de inutilidade ou culpa, ideias recorrentes sobre morte / tentativas de suicídio (DELL‟AGLIO JÚNIOR et al., 2007; SADOCK; SADOCK, 2007; AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, APA, 2014). Pesquisas atuais apontam a existência de diversos modelos de tratamentos psicoterápicos para o transtorno bipolar, de forma a abordar as variadas formas de atenção à saúde, em seus aspectos bio-psico-socio-culturais. Caso contrário, a abordagem utilizada estará sujeito ao fracasso (MATTA et al., 2010; LOLICH et al., 2012; MENEZES; SOUZA, 2012). Uma das intervenções psicossociais que mais contam com validade empírica para o transtorno bipolar é a terapia cognitivo-comportamental (TCC) (GONÇALVES; SANTIN; KAPCZINSKI, 2008; CORDIOLI, 2009; SAFFI; SAVOIA; NETO, 2008; LOLICH et al., 2012). O transtorno bipolar resulta de distúrbios na função dos neurotransmissores cerebrais, e a psicoterapia clássica não mostrou benefício no tratamento dessa doença, nos trabalhos já publicados. No entanto, novas abordagens têm provado sua eficácia. Além disso, os especialistas em saúde mental devem fornecer apoio psicológico adequado aos pacientes, pois isso é essencial no tratamento dos mesmos, em todas as fases da doença. 22 Fornecimento de informações ao paciente sobre a sua doença e as opções de tratamento, ajudando-os a seguir o tratamento adequadamente; Os profissionais têm papel importante em ajudar o paciente a se ajustar à realidade da doença, entendendo as consequências de cada fase, mania e depressão; Fornecem apoio aos pacientes com relação aos seus sentimentos de culpa e remorso, que costumam se seguir aos episódios de mania; É importante a monitoração do paciente, de forma a intervir mais precocemente, no início da crise. Isso reduz a gravidade da mesma; Ajudam também o paciente a lidar com sentimentos de imperfeição e desespero, ao compreenderem melhor sua doença. A terapia cognitivo comportamental é um método estruturado, que ajuda o paciente a reconhecer seus pensamentos negativos e seus padrões de comportamento e a modificá-los. O envolvimento dos familiares e dos parceiros é de extrema importância no tratamento dos pacientes com transtorno bipolar. A terapia cognitivo- comportamental também é útil, já que auxilia na aceitação da doença e da necessidade do uso de medicamentos, bem como ensina aos pacientes como proteger-se e precaver-se dos danos financeiros que podem advir dos episódios de mania. Estudos mostram que, quando o(a) companheiro(a) está envolvido no tratamento, a chance de seguimento da terapia proposta é maior. O transtorno bipolar (CID 10 - F31) é uma doença que causa alterações no comportamento e leva uma pessoa a oscilar entre momentos de felicidade e depressão repentinamente. As chamadas "oscilações de humor" significam alternâncias entre a mania (estado eufórico) para um estado depressivo. A frequência é variada, assim como a intensidade do quadro que pode ser leve, moderada ou grave. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-bipolar https://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao 23 TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES O terapeuta cognitivo da infância e adolescência deve exercer sua prática com sensibilidade e criatividade, com a certeza de que cada criança é um ser único e especial e que o trabalho na infância pode contribuir significativamente para o enriquecimento clínico e pessoal do profissional. Integrando aspectos teóricos e práticos e direcionada tanto ao tratamento como à prevenção e à promoção de saúde, esta obra, que reúne capítulos de destacados terapeutas e pesquisadores brasileiros e estrangeiros, aborda a intervenção grupal em terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes. Ao apresentar desafios, demandas e intervenções viáveis, visa a contribuir para a formação de estudantes em saúde mental, bem como para a atualização e o aprimoramento dos profissionais que atuam na área. Leitura complementar: Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo Para crianças e adolescentes Editora: ARTMED Autor: NEUFELD Embora a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) com crianças e adolescentes esteja crescendo significativamente no contexto das psicoterapias, atualmente ainda são poucos os profissionais que têm conhecimento de como é realizada a terapia de crianças e adolescentes na abordagem cognitivo-comportamental.Ao apresentar um panorama geral sobre os aspectos teóricos e práticos da TCC com crianças e adolescentes. São apresentadas as características da TCC com crianças e adolescentes, assim como as principais diretrizes para a avaliação da TCC na infância e adolescência e para o treino de pais. Ainda, http://www.booktoy.com.br/index.php?route=product/manufacturer/info&manufacturer_id=16 24 são descritas as principais intervenções cognitivas e comportamentais na infância e adolescência, de modo a desfazer mitos e confusões acerca da aplicação das técnicas. Em seguida é apresentado o caso clínico de uma criança atendida em TCC, de modo a servir como exemplo ilustrativo e proporcionar um maior entendimento acerca do manejo e adequação das técnicas aos objetivos da TCC com crianças e adolescentes. A TCC com crianças é fundamentalmente semelhante, tanto na teoria quanto na prática, à TCC com adultos. Fundamenta-se na suposição de que o comportamento é adaptativo e de que existe interação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos da pessoa. A TCC com crianças e adolescentes é promissora no sentido de que reconhece explicitamente a importância das variáveis cognitiva, comportamental, afetiva e socioambiental na etiologia e manutenção de transtornos emocionais. Fatores biológicos, genéticos, interpessoais e ambientais influenciam-se reciprocamente. De forma similar, parece haver uma gama de fatores interpessoais, cognitivos e sociais que cumprem uma função protetora e diminuem tais riscos. O desafio do terapeuta consiste em tentar compreender a forma pela qual todos esses fatores interagem na mediação do surgimento da psicopatologia na infância. Dessa forma, a TCC utiliza estratégias e sessões estruturadas, bem como intervenções cognitivas e comportamentais para modificar comportamentos, pensamentos e sentimentos. O modelo dá ênfase na influência das contingências e dos modelos presentes no ambiente da criança, simultaneamente enfatiza o aspecto central que o processamento individual da informação e a experiência emocional têm no desenvolvimento e manutenção dos problemas psicológicos. A literatura sobre saúde mental infantil, ao contrário da literatura sobre tratamento do adulto, é recente e pode ser identificada apenas desde o início do século XX. Apenas no final do século XIX, a adolescência passou a ser vista como um período distinto do desenvolvimento e, somente alguns anos mais tarde, foram propostos os tratamentos psicoterapêuticos para problemas comportamentais e emocionais de crianças e adolescentes. As primeiras tentativas de aplicação da TCC para jovens focalizavam problemas que incomodavam os adultos, como impulsividade na sala de aula, problemas de comportamento e desatenção, hiperatividade. Somente após alguns anos, o tratamento passou a ser aplicado para os chamados “transtornos internalizados”, como depressão e ansiedade. Somente a partir do que passaria a ser considerado a “segunda geração” da TCC para crianças e adolescentes, o tratamento passou a ser aplicado para os chamados 25 “transtornos internalizantes” (como depressão e ansiedade). Jovens com depressão e ansiedade, nessa ordem, passaram a constituir o próximo foco. A TCC para ansiedade, inicialmente, era aplicada para fobias específicas, tais como medos noturnos. Quando as respostas comportamentais e emocionais de uma criança ou adolescente não são funcionais, ou seja, são inadequadas, causam sofrimento e prejudicam de forma significativa sua adaptação social e acadêmica, presume-se que estão faltando habilidades comportamentais mais adequadas e/ou que existem conteúdos cognitivos disfuncionais e/ou a capacidade de resolução de problemas está prejudicada9. A presença de um distúrbio psicológico pode ser percebida quando um ou mais comportamentos se afastam de uma norma social arbitrária e relativa, porque ocorrem com uma frequência ou intensidade que os adultos significativos de seu meio julgam ser muito alta ou muito baixa. Para determinar se o comportamento de uma criança é problemático, é necessário um entendimento das tarefas do desenvolvimento exigidas com que elas se defrontam. Quando o comportamento da criança desvia-se significativamente das expectativas do desenvolvimento, deve ser procurada ajuda de um profissional para corrigir essas falhas. Dessa forma, orientar crianças e suas famílias através desses desvios de desenvolvimento é frequentemente um dos principais focos do tratamento. A Terapia Cognitivo-Comportamental merece elogios, por sua sensibilidade frente aos aspectos do desenvolvimento das crianças e adolescentes, bem como por sua ênfase em validar a eficácia das intervenções que tiveram origem no modelo. A sensibilidade às questões desenvolvimentais da criança é crucial para o sucesso de um trabalho cognitivo-comportamental com estas. Poucas crianças vêm para a terapia por conta própria. Elas são trazidas para tratamento em geral, pelos pais ou responsáveis, devido a problemas que elas podem ou não admitir que têm. Além disso, frequentemente as crianças são encaminhadas para terapia porque suas dificuldades psicológicas criam problemas em algum sistema, geralmente na família ou escola. As crianças raramente iniciam ou terminam o tratamento. Podem gostar da terapia e fazer progressos significativos, contudo, por várias razões, seus pais ou responsáveis é que encerram o tratamento. Em outros casos, as crianças podem até temer ou evitar o processo terapêutico, mas circunstâncias externas (como por exemplo, determinação judicial, exigência da escola etc.) podem forçá-las a fazer. Em nenhum caso, a criança controla o processo. 26 Para iniciar o tratamento, é necessário um bom diagnóstico, o qual inclui uma ampla avaliação com informações de fontes diversas, como a família, a escola e caso haja outros profissionais que atendam a criança ou adolescente (por exemplo, pediatra, fonoaudiólogo). Além de diversificar as fontes, também é importante verificar os métodos, os quais abrangem entrevista com os pais, observação do paciente na sessão, em casa e na escola, desenhos, textos, redações, aplicação de inventários e escalas e monitoramento das atividades diárias. Considerando-se que o meio onde a criança ou adolescente estão inseridos é tão importante na concepção comportamental de distúrbio psicológico, pode-se antecipar que a intervenção será tanto mais efetiva quanto maior for a alteração nos elementos negativos que atuam sobre estes (familiares, institucionais etc.). Consequentemente, a família e/ou escola apoiando o trabalho do psicólogo, além da intervenção ser mais eficaz, poderá também ser mais efetiva, isto é, alcançar mudanças mais duradouras. Educar o paciente e seus pais ou responsáveis sobre o modelo de tratamento é um passo fundamental para desmistificar o processo terapêutico e incentivar uma atitude colaborativa com o tratamento. Precisa-se descrever o processo de forma simples e compreensível para ambos. Embora a TCC deva ser adaptada para adequar-se as características individuais das crianças e adolescentes, vários princípios originalmente estabelecidos através do trabalho com adultos ainda se aplicam. A estrutura da sessão pode ser flexivelmente aplicada com crianças, e tem um formato de “contenção” para elas, pois fornece uma estrutura organizada para a expressão e a modulação de seus pensamentos e sentimentos. Aumentar o senso de controle da criança e diminuir seu senso de imprevisibilidade pode levar a um maior envolvimento e participação no tratamento. A TCC com crianças baseia-se em uma abordagem empírica, de “aqui agora”. Visto que as crianças são orientadas à ação, elas aprendem com facilidade fazendo. A ação na terapia é estimulante, pois a motivação das crianças aumentará quando elas estiverem se divertindo7. Quanto mais as criançasestão envolvidas e comprometidas com o processo, menos a terapia parece um trabalho. O reforço é uma parte fundamental desse trabalho. As crianças são reforçadas a arrumar seus brinquedos na sala de terapia, completar a tarefa de casa, revelar seus pensamentos e sentimentos, e assim por diante. As recompensas comunicam expectativas e correspondem a funções de motivação, atenção e retenção6, ou seja, envolvem as crianças, dirigem-nas ao que é importante e ensinam a elas o que devem lembrar. 27 ESTRUTURA DA TERAPIA Buscar um atendimento psicológico é muito comum e não precisa estar associado diretamente com uma doença. Terapia é para todo mundo e, dentro da psicologia, existem diversos tipos de abordagens terapêuticas. Entre elas a Psicanálise Freudiana, a Psicologia Analítica ou Jungiana, a Psicanálise Lacaniana, Analítico-Comportamental, Gestalt, Psicodrama e também a Terapia Cognitivo Comportamental. Dentro da psicologia, existem ainda diversas abordagens que podem solucionar transtornos psicológicos de todos os tipos. Entre suas abordagens, está a Terapia Cognitivo Comportamental ou TCC. A Terapia Cognitivo Comportamental ou TCC é uma abordagem da psicoterapia baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo radical com teorias cognitivas. A TCC entende a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos como aquilo que nos afeta, e não os acontecimentos em si. Ou seja: é a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação à uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. A Terapia Cognitiva foi fundada no início dos anos 60 por Aaron Beck, Neurologista e Psiquiatra norte-americano. Beck propôs, inicialmente, um “modelo cognitivo da depressão” e que posteriormente evoluiu para a compreensão e tratamento de outros transtornos. Imagem: vittude.com/blog https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicoterapia/ https://www.vittude.com/blog/behaviorismo/ https://www.vittude.com/blog/fala-psico/sobre-a-importancia-de-curar-a-dor/ https://www.vittude.com/blog/depressao/ 28 Entre as técnicas para mudanças de comportamento dentro da Terapia Cognitivo Comportamental estão: Reversão de hábitos para aumentar a percepção do paciente sobre cada episódio que traz desconforto. Gerar a capacidade de interromper isso com uma resposta mais adequada. Aumentar a consciência para identificar os fatores desencadeantes e as sequências de acontecimentos associados com determinado sintoma ou comportamento. Monitoramento e registro de cada ocorrência. Anota-se informações como dia e hora, localização, pensamentos, sentimentos e emoções que podem ser úteis ao tratamento. Utilização de uma resposta adequada para controlar a reação. Controle de stress, ensinando maneiras eficientes de respiração, relaxamento muscular e técnicas cognitivas para ajudar o controle da angústia. Prevenção de recaídas, ensinando o paciente a lidar com os fatores que desencadeiam situações negativas. Todos podem fazer a Terapia Cognitivo Comportamental: homens, mulheres, crianças, adultos, pessoas com algum transtorno mental ou que estão passando por qualquer tipo de conflito interno. Entretanto, a TCC é altamente recomendada principalmente em casos de depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico, fobia social e outras situações que possuem como base fundamental os comportamentos, pensamentos e emoções da pessoa com relação à vida. A estrutura de uma sessão de terapia cognitiva é basicamente a mesma dentre os diversos tipos de diagnóstico, mas as intervenções e as técnicas variam de acordo com cada paciente. No início da sessão é fundamental que o terapeuta estabeleça uma boa aliança terapêutica com o paciente, checando seu o humor e os sintomas que ele experimentou na última semana. Em seguida, o terapeuta deve listar com o paciente quais os assuntos gostaria de abordar naquela sessão. Estes assuntos podem ser eventos novos que aconteceram naquela semana ou temas previamente abordados que estão sendo trabalhados de forma direcionada. https://www.vittude.com/blog/fracasso/ https://www.vittude.com/blog/estressada/ https://www.vittude.com/blog/depressao/ https://www.vittude.com/blog/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo-sinais-sintomas-e-tratamentos/ https://www.vittude.com/blog/sindrome-do-panico-sintomas-fisicos/ 29 O terapeuta pergunta sobre as atividades que deixou prevista para o paciente fazer, avaliando se o seu plano foi executado e se os resultados estão sendo observados. Ao longo da sessão o terapeuta irá colhendo os dados de cada assunto, buscando a conceitualização cognitiva do que está sendo trazido pelo paciente. O terapeuta investiga o que o paciente estava pensando, sentindo e fazendo em cada determinada situação, a fim de estabelecerem um plano de ação, considerando as estratégias de enfrentamento de forma colaborativa. As estratégias incluem resolução objetiva de problemas, processo de tomada de decisão, avaliação dos pensamentos de forma socrática, análise das crenças internas, modificação de crenças nucleares, entre outras. Ao final de cada sessão o terapeuta pede um feedback sobre o que trataram na sessão a fim de avaliar se as estratégias estão sendo aproveitadas pelo paciente. O que dizem as pesquisas científicas sobre a eficácia da Terapia Cognitiva Comportamental? A TCC está em constante evolução pelo que é chamado de "evidência empírica" ou "prática baseada em evidências”. Esta forma de psicoterapia é constantemente alinhada com as últimas recomendações da pesquisa sugerindo o que funciona melhor para cada tipo de diagnóstico. Em um estudo importante de revisão sistemática (Hofmann et al, 2012), foram identificados 269 pesquisas e encontrada uma amostra representativa de 106 meta análises, examinando TCC para diversos problemas. As melhores evidências são para a aplicação da TCC nos transtornos de ansiedade, transtornos somatoformes, bulimia, problemas de controle de raiva e estresse geral. Onze estudos compararam as taxas de resposta entre a TCC e outros tratamentos ou condições de controle, destes a TCC mostrou taxas de resposta mais elevadas do que as outras abordagens em 7 destas revisões. Em geral, a evidência da TCC é muito forte (Warwick at al., 2016; de Hullu et al., 2016). No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para examinar a eficácia da TCC em estudos randomizados controlados. 30 PRINCÍPIOS BÁSICOS E ETIOLÓGICOS A prática clínica da terapia cognitivo-comportamental (TCC) baseia-se em um conjunto de teorias bem-desenvolvidas que são usadas para formular planos de tratamento e orientar as ações do terapeuta. A TCC é uma abordagem de senso comum que se baseia em dois princípios centrais: Nossas cognições têm uma influência controladora sobre nossas emoções e comportamento; e O modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamento e nossas emoções. Os componentes comportamentais do modelo de terapia cognitivo- comportamental tiveram seu início nos anos de 1950 e 1960, quando pesquisadores clínicos começaram a aplicar as idéias de Pavlov, Skinner e outros behavioristas experimentais (Rachman, 1997). Joseph Wolpe (1958) e Hans Eysenck (1966) foram pioneiros na exploração do potencial das intervenções comportamentais, como a dessensibilização (contato gradual com objetos ou situações temidos) e treinamento de relaxamento. Muitas das abordagens iniciais ao uso dos princípios comportamentais para a psicoterapia prestavam pouca atenção aos processos cognitivos envolvidos nos transtornos psiquiátricos. Pelo contrário, o foco era moldar o comportamento mensurável com reforçadores e em eliminar as respostas de medo através de exposição. Foram identificados três níveis básicosde processamento cognitivo por Beck e seus colegas (Beck et al., 1979; D. A. Clark et al., 1999; Dobson e Shaw, 1986). O nível mais alto da cognição é a consciência, um estado de atenção no qual decisões podem ser tomadas racionalmente. A atenção consciente nos permite: Monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente; Ligar memórias passadas às experiências presentes; Controlar e planejar ações futuras (Sternberg, 1996). Na TCC, os terapeutas incentivam o desenvolvimento e a aplicação de processos conscientes adaptativos de pensamento, como o pensamento racional e a solução de problemas. O terapeuta também dedica bastante esforço para ajudar os pacientes a reconhecer e mudar o pensamento patológico em dois níveis de 31 processamento de informações relativamente autônomo: pensamentos automáticos e esquemas (Beck et al., 1979; D. A. Clark et al., 1999; Wright et al., 2003). Pensamentos automáticos são cognições que passam rapidamente por nossas mentes quando estamos em meio a situações (ou relembrando acontecimentos). Embora possamos estar subliminarmente conscientes da presença de pensamentos automáticos, normalmente essas cognições não estão sujeitas à análise racional cuidadosa. Esquemas são crenças nucleares que agem como matrizes ou regras subjacentes para o processamento de informações. Eles servem a uma função crucial aos seres humanos, que lhes permite selecionar, filtrar, codificar e atribuir significado às informações vindas do meio ambiente. Exercício: Reconhecendo os pensamentos automáticos: Um registro de pensamento em três colunas : Desenhe três colunas em uma folha de papel e escreva em cada uma delas “situação”, “pensamentos automáticos” e “emoções”. Agora, relembre uma situação recente (ou uma lembrança de um evento) que pareceu mexer com suas emoções, como ansiedade, raiva, tristeza, tensão física ou alegria. Tente se imaginar estando de volta na situação, exatamente como aconteceu. Quais foram os pensamentos automáticos que ocorreram nessa situação? Escreva a situação, os pensamentos automáticos e as emoções nas três colunas do registro de pensamento. Às vezes, os pensamentos automáticos podem ser logicamente verdadeiros e podem ser uma percepção adequada da realidade da situação. Por exemplo, poderia ser verdade que Martha estivesse em risco de perder seu emprego ou que seu marido estivesse fazendo comentários críticos sobre seu comportamento. A TCC não quer encobrir problemas reais. Se uma pessoa estiver passando por dificuldades substanciais, métodos cognitivos e comportamentais são usados para ajudá-la a enfrentar a situação. Contudo, em pessoas com transtornos psiquiátricos, normalmente há oportunidades excelentes de apontar erros no raciocínio e outras distorções cognitivas que podem ser modificadas com as intervenções da TCC. 32 Referências Bibliográficas Sobre o autor: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_cognitivo-comportamental Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Luciana Viana.Open Mind.Onze erros cognitivos. Disponível em: http://www.openmindcoaching.com.br/onze-erros-cognitivos/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Thaisa.Psicóloga cognitivo comportamental.O que são erros cognitivos? Disponível em: http://psicologathaisa.blogspot.com/2013/03/o-que-sao-erros-cognitivos.html Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Maria Ines Santana de Oliveira. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas.Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de Caso. Disponível em: http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=137 33 Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Cognitivo.Questionamento socrático. Disponível em: https://blog.cognitivo.com/tecnicas-cognitivo-comportamentais/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Questionamento_socr%C3%A1tico Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Maria Inês Paton Ramos, psicóloga.CRP 06/48.803-2 – SP. Nossos Psicólogos. Disponível em: https://blog.nossospsicologos.com.br/crise-de-ansiedade/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 34 Sobre o autor: tatiana.barros.Transtorno de ansiedade: causas, sintomas e como tratar a doença. Disponível em: https://www.jasminealimentos.com/qualidade-de-vida/transtorno-de-ansiedade/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Ministério da Saúde.Depressão: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponível em: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Claudia Faria.Psicóloga.O que fazer para curar a depressão. Disponível em: https://www.tuasaude.com/depressao-tem-cura/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Fábio Riva, Sabrina Zancanella, Olga Iracema Canova, Janaina Mariuzzi, Cristina Pilla Della Méa.Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno Bipolar . Mostra de Iniciação Cirntífica IMED. Disponível em: https://www.imed.edu.br/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 35 Sobre o autor: EQUIPE BOA SAÚDE.Equipe Editorial Bibliomed.Transtorno bipolar – tratamento psicológico e recomendações. Disponível em: https://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/5287/-1/transtorno-bipolar-x- tratamento-psicologico-e-recomendacoes.html Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Redação.Redação Minha Vida.Transtorno bipolar: o que é, sintomas e tratamentos. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-bipolar Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Thais Machado. CRP 03/12331.Psicóloga pela Universidade Salvador – UNIFACS e terapeuta cognitiva pelo Centro de Terapia Cognitiva (CTC). Disponível em: https://www.thaismachadopsicologa.com.br/single-post/2017/02/21/Terapia- Cognitivo-Comportamental-com-crian%C3%A7as-e-adolescentes-FINAL Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: NEUFELD.Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo Para crianças e adolescentes.Editora: ARTMED. Disponível em: https://www.booktoy.com.br/terapia-cognitivo-comportamental-em-grupo-8155 36 Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Pureza, Juliana da Rosa; Ribeiro, Agliani Osório; Pureza, Janice da Rosa; Lisboa, Carolina Saraiva de Macedo.Rev. Bras. Psicoter. (Online).Fundamentos e aplicações da Terapia Cognitivo-Comportamental com crianças e adolescentes. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-847889 Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Elizeth Heldt – Enfermeira psiquiátrica, professora adjunta da Escola de Enfermagem da UFRGS, mestre e doutora em Psiquiatria pela UFRGS.Luciano Isolan – Médico psiquiatra, psiquiatra da infância e adolescência, mestre e doutorando em Psiquiatria pela UFRGS. Maria Augusta Mansur – Psicóloga, especialista em Psicoterapia Cognitivo- comportamental, mestranda em Psiquiatria pela UFRGS.Rafaela Behs Jarros – Psicóloga, mestranda em Psiquiatria pela UFRGS.TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA-por Elizeth Heldt, Luciano Isolan, Maria Augusta Mansur e Rafaela Behs Jarros. In: APRENDIZAGEM, COMPORTAMENTO E EMOÇÕES NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR. Organização: Elisabete Castelon Konkiewitz. Editora UFGD, Dourados, 2013. Disponível em: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=2962 Pesquisaequipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Tainan Morena Baldivia Nogueira.Vittude Blog.Terapia cognitivo comportamental: o que é, como funciona e quando devo procurar? 37 Disponível em: https://www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Maria Alice Fontes, Psy. Ph.D. Plenamente.O que é Terapia Cognitiva Comportamental? Disponível em: http://www.plenamente.com.br/artigo.php?FhIdArtigo=222 Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020 Sobre o autor: Jesse H. Wright, Monica R. Basco & Michael E. Thase.Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental. Princípios básicos da terapia cognitivo- comportamental. Disponível em: https://www.larpsi.com.br/ Pesquisa equipe IEstudar em: 17/02/2020
Compartilhar