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Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Introdução à terapia cognitivo comportamental CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Aspectos que favorecem o surgimento da TCC O berço da psicologia foi com a psicanálise que até hoje tem seu impacto, mas que atualmente é vista muito mais como uma importante parte da psicologia Quando se pensa no avançar da psicologia quanto ciência e profissão, outras abordagens começaram a fazer parte desse cenário, dentro elas, uma abordagem Behaviorismo, uma escola de pensamento comportamental A psicanálise tem uma perspectiva mais fenomenológica que já existia há muito tempo Em meados de 1913, surge uma outra linha teórica importante chamada Behaviorismo, no contexto norte- americano e com motivações importantes - Contexto de guerra onde tinha-se uma necessidade de controle da população, uma questão importante de vender uma ideia de moldar o sujeito da forma como queríamos que ele fosse O Behaviorismo se consolida na década de 1930, de modo que em 1937 há uma outra fase importante dessa escola, com um autor chamado Skinner O Behaviorismo foi uma linha teórica muito importante e hoje, aplicado dentro da clínica, suas influências deram origem à chamada análise experimental do comportamento O Behaviorismo é uma abordagem determinística - A psicanálise tinha como foco de estudo apenas aspectos inconscientes como sendo causa de determinado sintoma ou psicopatologia → objeto de estudo = INCONSCIENTE - O Behaviorismo vem para confrontar abordagens como a psicanálise, visto que estará sustentado no pensamento muito empírico/ científico → ideal de que se deseja- se tornar a psicologia ciência, precisa limitar o estudo ao que é observável por consenso, não fazendo sentido para essa escola aspectos internos, ocultos e inconscientes que não são observáveis - Acreditava-se que só era possível realizar experimentos bem sustentados e com evidência caso limitasse o objeto de estudo da psicologia ao comportamento → objeto de estudo = COMPORTAMENTO OBSERVÁVEL - A nova forma de pensar trazida pelo Behaviorismo colocou a psicologia no campo da ciência de fato, visto que a psicanálise nunca se preocupou com a questão científica O fato de o modelo comportamental defender a ideia de que apenas o comportamento observável pode ser o objeto de estudo da psicologia acaba deixando importantes elementos de lado - Sabe-se que existem aspectos da consciência e do inconsciente que não podem ser negligenciados Em 1950 houve uma Revolução Cognitiva na Califórnia, um movimento que reuniu uma série de pesquisadores de diferentes áreas para defender que estavam deixando de lado uma estrutura muito importante para entender o comportamento humano, o cérebro - Movimento de resgate da cognição e dos aspectos subjetivos como sendo elementos legítimos de investigação → combate muito agressivo com o Behaviorismo e com a psicanálise No resgate do cérebro como sendo um alvo importante para compreender o ser humano, vem também o estudo de aspectos cognitivos e de processos psicológicos básicos como atenção, memória, raciocínio lógico, aspectos conscientes e inconscientes A teoria cognitivo comportamental tem esse nome porque agrupa elementos da abordagem comportamentalista que são importantes Quando se pensa nos aspectos que favoreceram o surgimento da teoria cognitiva, temos a Revolução Cognitiva que favorecerá o estudo do cérebro e o resgate da cognição como sendo algo legítimo Uma outra questão era a insatisfação com os modelos psicoterápicos existentes - Exista uma grande demanda de indivíduos que necessitavam de passar por acompanhamento Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros psicológico, e as abordagens existentes não estavam dando conta de suprir essa demanda - Foi um movimento importante porque a TCC integra intervenções e técnicas para atender a uma diversidade de demandas com uma proposta de intervenção mais breve e focada Um dos princípios de tratamento muito importante da TCC é dar autonomia ao paciente Autores que participaram do movimento para surgir a TCC O principal foi o Aaron Beck que foi o fundador da TCC surgido na década de 1960 O Beck era médico, com base psicanalista que, assim que se forma, começa a testar os conceitos da psicanálise, realizando algumas pesquisas com pacientes que eram, inicialmente, depressivos, para testar um conceito defendido pela psicanálise de que o paciente depressivo tinha uma necessidade de sofrer, chamada raiva retro- reflexa Durante o processo de avaliação e observação dos pacientes, o Beck começa a perceber que o que ele estava observando não era o que tinha sido exposto pela escola, chegando a uma conclusão de que todo o grupo que apresentava transtornos depressivos maiores, eram pacientes que apresentaram uma forma de pensar, de sentir e de se comportar, semelhantes - Foi algo que motivou com que o Beck movesse com a psicanálise - Observou que a partir do momento que o sujeito é acometido com uma depressão, seu funcionamento muda e ele começa a apresentar sintomas semelhantes, mesmo que os motivos que levaram à essa manifestação tenham sido diferentes “[...] encontramos 21 categorias de sintomas diferentes que ocorreram mais frequentemente em pacientes deprimidos do que nos não deprimidos. Os vários sintomas da depressão foram divididos em grupos determinados e agrupados sobre os seguintes títulos: O grupo afetivo inclui os vários adjetivos e frases empregadas pelos pacientes para descrever seus sentimentos: triste, sozinho, vazio/inútil, entediado e infeliz. O grupo motivacional inclui desejos intensificados por ajuda, anseio de fugir, desejo de cometer suicídio e o fenômeno de perda da motivação espontânea. O grupo cognitivo inclui autoconceito negativo, pessimismo e interpretações negativas da experiência. O grupo de sintomas físicos ou vegetativos inclui lentidão, fatigabilidade, perda de apetite, perda da libido e distúrbios do sono.” (Beck, A. T., 1970, p. 254). Quando se fala em TCC, a estrutura da terapia está muito ligada ao que hoje se conhece como os critérios diagnósticos As pesquisas não pararam com os pacientes depressivos → Beck começou a observar outros grupos de pacientes com outros transtornos e começou a perceber que quando se tem pacientes com o mesmo transtorno esses possuem comportamentos comuns - A TCC passa a ser reconhecida como o tratamento de escolha para a maioria dos transtornos emocionais, de eficácia comprovada por inúmeros ensaios clínicos randomizados → 1980/ 1990 - A partir do momento em que o indivíduo apresente um sintoma, consegue-se observar comportamentos comuns, possibilitando pensar em protocolos de tratamento O número de transtornos não aumentou, mas os elementos estressores mudaram → atualmente os pacientes vivem em um contexto diferente e, dessa forma, adoeçam de forma diferente A TCC cresceu a passos largos nas últimas décadas, de forma que hoje não se fala em uma única TCC e sim em várias terapias cognitivo-comportamentais → os teóricos começaram a dividir as abordagens em ondas/ gerações - A abordagem clássica é a TCC do Beck - A partir dessa abordagem clássica, outras abordagens foram surgindo, ampliando o pensamento do Beck A psicologia caminha para a defesa da psicoterapia baseada em evidências → as teorias cognitivas e as teorias comportamentais Atualmente, existem 3 elementos importantes que faz com que as abordagens sejam baseadas em evidências: - Pesquisas robustas → ensaios clínicos randomizados - Individualidades de cada paciente → deve ser considerado quando for avaliar o tipo de intervenção que será usada Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo nãoestá isento de erros - Perícia do profissional → capacidade dos profissionais em dominar a técnica A terapia baseada em evidências na qual a TCC se encontra é sustentada em uma psicopatologia ateórica → CID e DSM, manuais que não são ligados a nenhuma linha teórica, visto que são sustentados em observação de sinais e sintomas, sendo unicamente descritivo Conversão: é um termo cunhado por Freud e atualmente é usado para falar de sinais que não têm uma causa biológica “ONDAS/ GERAÇÕES EM TCC” 1ª onda Modelo comportamental Behaviorismo metodológico e Behaviorismo radical Apesar de que os autores desse modelo possuam bases filosóficas completamente diferentes, entram nessa onda porque se fala em um modelo que, em termos de metodologia, influenciou muito a teoria cognitiva - A base metodológica da TCC é toda da teoria comportamental porque os autores sempre foram muito rigorosos nos aspectos empíricos, nas testagens e nas pesquisas Considera como sendo o ambiente o único determinante do comportamento Os autores acreditavam que dependendo do contexto e do ambiente em que cada indivíduo se encontra, apenas isso irá determinar as respostas comportamentais → o que se nota, pois, na realidade, é que mesmo que se tenha 2 pessoas que são expostas ao mesmo ambiente e aos mesmos estímulos, essas apresentarão características de comportamento muito diferentes O Behaviorismo negligencia as forças genéticas como temperamento, traços de personalidade 2ª onda Se inicia na década de 1960 com os modelos racionalistas → chamado de racionalista porque o foco passa a ser o pensamento, a forma de interpretar as condições de vida TREC, TCC As perspectivas cognitivistas, a partir da década de 60, são sustentadas na ideia de que a personalidade do sujeito é determinada por duas forças, uma genética e outra ambiental, sem nenhuma conclusão sobre qual é mais importante - A base filosófica do Behaviorismo é completamente diferente desse ponto, mas traz influências muito importantes nessa nova onda, como a noção de condicionamento → quem introduz o tema “condicionamento” na psicologia é a perspectiva comportamental Condicionamentos: - Condicionamento clássico (Walton): são aqueles adquiridos de costumes ao longo da vida - Condicionamento operante (Skinner): explica que o ser humano é muito mais complexo do que só responder a estímulos, que a grande maioria dos comportamentos são aprendidos não só de uma forma reflexa, mas de uma forma operante → diz que o comportamento será aprendido dependendo das consequências desse comportamento - O condicionamento é quando se faz a associação de 2 estímulos a ponto de que mesmo que o estímulo incondicionado não esteja presente, terá uma pessoa que responderá a isso - Existe um estímulo incondicionado que dispara uma resposta incondicionada, e um estímulo que anteriormente era neutro e não gerava nenhuma resposta expressiva - A partir do momento em que o indivíduo passa a se expor ao que causou uma resposta expressiva, ocorrerá uma dessensibilização sistemática/ descondicionamento O ser humano não está acostumado a tolerar gratificações tardias A TCC é, então, uma abordagem que pega todos os elementos comportamentais e os integra a um aspecto cognitivo importante → interação entre cognição e o comportamento 3ª onda Abordagens a partir da década de 1990 Existiram ampliações, com abordagens que são diretamente ligadas à TCC tradicional e outras abordagens que têm uma base bem comportamentalista Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros São abordagens, principalmente as abordagens do grupo contextual que integram elementos importantes como, por exemplo, a meditação - Trazem estratégias de intervenção que são contemplativas → mindfulness - Considera os estudos de processos cognitivos um avanço enriquecedor para as abordagens comportamentais - Foco nas emoções reguladas Muito dos focos das abordagens da 3ª onda é o que se chama de regulação emocional As terapias abordadas na 3ª onda devem ser vistas como evoluções das terapias de ondas anteriores Pacientes com transtornos de ansiedade → abordagem de 3ª onda Transtornos clássicos como depressão e ansiedade → abordagem com TCC tradicional TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL É um modelo integrado que mesmo tendo diferenças entre todas as teorias, não existe um muro intransponível entre elas → o que faz com que se escolha uma ou outra teoria são os transtornos atendidos, o objetivo da intervenção A figura do terapeuta é muito importante → pesquisas comprovam que antes de eficácia e dados, é preciso avaliar a figura do profissional para entender se haverá vínculo e se o paciente irá se engajar no tratamento BASES FILOSÓFICAS DA TCC Estoicismo O filósofo era Epictetus “O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que ele faz dos fatos” - É preciso entender que, para que compreendemos sobre psicopatologia e personalidade, cada um de nós interpreta as situações e acontecimentos da vida de uma forma diferente → podemos estar diante da mesma situação e ter respostas cognitivas completamente diferentes Construtivismo Dará uma ênfase importante na proatividade humana e no ordenamento ativo de informações durante a vida Se a TCC tem essa base no construtivismo, tem a ideia de que desde que nascemos, estamos interagindo com o ambiente e, como resultado dessa interação, nós estamos construindo elementos internos importantes que vão fazer com que interpretemos a nós mesmos, ao mundo, ao futuro e às nossas relações - Para o Behaviorismo, o comportamento é determinado apenas pelo ambiente - A TCC colocará que, entre o acontecimento de uma resposta, existe uma situação que será processada A perspectiva cognitivista se baseia no processamento ativo da informação, através de estruturas internas chamadas de esquemas mentais → na perspectiva da TCC, a unidade fundamental da estrutura da personalidade são os esquemas mentais O construtivismo afirma, então, que desde o momento que nascemos, estamos programados a uma série de coisas, com tendências inatas e biológicas, como o comportamento de apego - Nascemos com um aparato biológico importante, programados biologicamente para algumas questões da nossa sobrevivência, mas esse aparato biológico interagirá com o ambiente e, como resultado disso, teremos a formação de memórias Os esquemas mentais são um conjunto de memórias A teoria construtivista dirá que, a partir do momento em que os esquemas/ memórias são formadas, passamos a interagir com o ambiente a partir dessa lente → a partir do momento que somos expostos ao ambiente, internalizaremos memórias importantes e é através dessas memórias que iremos continuar interagindo com o ambiente - Com essa questão, retira a perspectiva Behaviorista da “folha em branco” A forma como enxergamos as situações e a nós mesmos seria construções realizadas a partir do mundo real → cada um de nós constrói modelos internos de representação Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros É baseado em outra base importante que é o realismo → coloca que, talvez, para que uma coisa se torne real, é preciso haver uma verdade por consenso - TCC trabalha na ideia de que, quando temos sofrimento mental, temos distorções da realidade → é como se a lente que foi construída estivesse desfocada, fazendo com que enxerguemos a realidade mais distante do real Quanto mais próximo do real conseguirmos compreender a realidade, menor será o sofrimento emocional Por que interpretamos? Se gera tanto sofrimento, por que existem essas estruturas que fazem com que interpretemos as coisas? - Existem inúmeras vantagensevolutivas: o fato de construirmos as crenças/ memórias/ esquemas, faz com que consigamos ter uma previsibilidade do futuro - Fazer previsões é algo muito importante e que nos mostra uma vantagem de ter essas estruturas e interpretar a vida - Uma outra questão muito importante é a economia psíquica → se já conhecemos a rota, economizados energia nesse processo, mas isso é perigoso em um processo de intervenção com o paciente pela dificuldade de mudar comportamentos, visto que temos uma tendência natural de sempre voltar ao que já conhecemos e é familiar Quando pensamos em sofrimento, nos termos da psicopatologia, devemos associar sempre à distorção cognitiva → cada um de nós tem um diferente filtro para interpretar a realidade O que temos, então, é um sujeito que desconsidera uma série de outras variáveis importantes como alternativa para a situação a qual está exposto → sujeito em modo patológico (depressão, ansiedade, toque) - O que diferenciará o patológico do não patológico é o quanto conseguimos distorcer a realidade Psicologia cognitiva – Piaget Formula um modelo de desenvolvimento cognitivo e construção de conhecimento a partir de conceitos de assimilação e acomodação “Esquema mental” São estruturas mentais pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio São estruturas de significado, que organiza as nossas crenças centrais/ nucleares Os esquemas são formados por processos de assimilação e acomodação que resulta em uma adaptação → são formados desde o momento em que estamos no mundo, são construídos ao longo da vida O termo esquema mental vem de uma área específica da psicologia chamada psicologia cognitiva Existem determinantes genéticos e, principalmente, ambientais na formação dos esquemas Os esquemas irão nos permitir filtrar, codificar e avaliar o ambiente a nossa volta Os esquemas mentais são estruturas estáveis, principalmente aqueles que são formados durante a infância Terapia cognitiva – Beck O Beck irá transpassar o conceito de esquema mental Esquemas são estruturas cognitivas que codificam, avaliam e interpretam, impondo um padrão de percepção de realidade numa espécie de filtro cognitivo aos estímulos a que o organismo é submetido Plano cognitivo abstrato que serve de guia para interpretar informações e resolver problemas Rede estruturada e inter-relacionada de crenças que podem ser ativadas ou desativadas conforme a presença ou ausência de experiências estressantes Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros São padrões cognitivos estáveis e com regras específicas que orientam o processamento de informações e comportamento, podendo ser mal adaptativos ou adaptativos, dependendo do contexto, desempenhando, assim, um papel central na manutenção das psicopatologias e outros problemas psicológicos Os esquemas são compostos por diversos elementos, sendo o principal elemento as crenças → são as verdades absolutas de cada indivíduo, que crescemos acreditando porque sempre fomos expostos a essa realidade A personalidade de cada indivíduo pode sofrer ajustes ao longo da vida → analogia com uma árvore Quando falamos dos nossos esquemas, falamos das nossas “raízes”, ou seja, estruturas que estão no nosso inconsciente Ao longo da nossa vida, muitas mudanças podem acontecer, mas geralmente não acontecem na “raiz” e sim no “tronco” → mudanças de comportamento, pensamento, mas a essência do indivíduo continua preservada, embora não queira dizer que em determinado momento da vida a essência não possa ser ativada novamente Quando se fala de personalidade, fala-se de uma estrutura esquemática → a partir do momento que os esquemas da infância são formados, não existe uma amputação desses esquemas Não tem como, pois, destruir esquemas e sim ativá-los ou desativá-los → esquemas funcionais e disfuncionais Podemos, ao longo da vida, desenvolver esquemas funcionais para compensar os disfuncionais Construímos esquemas ao longo de toda a nossa vida, mas aqueles da infância são os mais potentes para a nossa personalidade Existem memórias afetivas e cognitivas (desenvolvidas mais tardiamente) HIPÓTESE DA VULNERABILIDADE COGNITIVA Predisposições a fazer construções cognitivas falhas específicas Podemos, então, ter esquemas funcionais/ adaptativos quanto esquemas disfuncionais/ mal adaptativos visto que somos vulneráveis → quanto maior o número de esquemas disfuncionais e quanto mais potente forem esses esquemas, maior é a probabilidade de desenvolvimento de uma psicopatologia Esquemas disfuncionais/ mal adaptativos Sistematicamente distorcem a realidade, aplicando um viés negativo Processam seletivamente certos recortes do real, que combinam com seu negativismo, e descartam outros → os nossos esquemas sempre irão “lutar” para sobreviver, de modo que buscamos formas de reafirmar que são reais - Existe uma lógica de que nossos esquemas funcionem como um imã, nos aproximando de situações de vida que vão confirmar o conteúdo esquemático - A partir do momento em que focamos em algo mais negativo, temos mais probabilidade de construir defesas e estratégias para sobreviver → estar alerta ao perigo e ao desafio Uma vez cometida uma distorção, resistem à desconfirmação, são estáveis/ primitivos → tendência em ficar em uma zona de conforto - Para construirmos novas rotas, o gasto de energia é muito grande, havendo uma tendência a retornarmos ao que nos traz uma economia psíquica e ao que conhecemos Sujeito não é desejoso da sua condição → quando o sujeito entra em um processo de tomada de consciência e de autonomia, começa a ser responsável com a mudança Esquemas infantis tem mais valência comparados aos esquemas da vida adulta → na infância, a criança tem muito potencial de aprender e de forma muito rápida - Cronologia será muito importante para o entendimento de personalidade - Esquemas iniciais adaptativos são aqueles formados na infância - Quando nos deparamos com alguns transtornos, precisamos olhar para a história pregressa do paciente e encontrar fatores de vulnerabilidade na infância - Áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, responsável pelo raciocínio lógico, reflexão não está formada na infância Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros NÍVEIS DE COGNIÇÃO As crenças intermediárias e o pensamento automático são estruturas que estão em um nível pré-consciente ou consciente, enquanto as crenças nucleares estão no nível inconsciente Crenças nucleares Ainda se trata de esquemas Se os esquemas são um conjunto de crenças, eles começaram a mostrar um passo a passo desse processamento de informações Quando se fala de um conjunto de crenças, refere-se às crenças nucleares, as quais estão dentro da estrutura organizativa dos esquemas → estão em um nível cognitivo mais profundo → nível inconsciente - Nos níveis cognitivos existem: área inconsciente, área pré-consciente e área consciente - Na grande maioria das vezes, as crenças, sem ajuda terapêutica, não são acessadas com tanta facilidade Desde a infância as pessoas desenvolvem determinadas ideais sobre si mesmas, sobre as outras pessoas e sobre seu mundo. Suas crenças nucleares são compreensões duradouras tão fundamentais e profundas Os indivíduos consideram essas ideais como verdades absolutas Indivíduos bem adaptados possuem de modo preponderante crenças realisticamente positivas na maior parte do tempo, mas todos nós temos crenças negativas latentes que podem ser parciais ou completamente ativadas na presença de vulnerabilidade ou estressores tematicamente relacionados De acordo com beck, dependendo dos fatores que formos expostos ao longo da vida, podemos desenvolvercrenças de grupos diferentes - Crenças de desamparo: sujeito que se percebe como frágil e incapaz de lidar com as adversidades da vida sozinho, que depende de um terceiro ou um apoio, se enxerga como vulnerável - Crenças de desamor: pessoas que se enxergam como sendo incapazes de serem amadas e de amar alguém, com dificuldade de manter vínculos por ter uma visão muito distorcida de si - Crenças de desvalor: alguém que se vê como incapaz, inadequado, perigoso ou pecador Quando se fala de pacientes com transtornos mais graves, geralmente apresentam as 3 categorias de crenças As crenças nucleares é que irão sustentar a nossa forma de pensar, ou seja, o nosso pensamento automático Tríade cognitiva: as crenças nucleares nos levam a desenvolver uma visão de nós mesmos, do mundo e do futuro Pensamento automático A depender das situações às quais estamos expostos, as crenças serão ativadas e reveladas através dos nossos pensamentos automáticos Os nossos pensamentos estão na periferia do nível de cognição, é aquilo que temos mais fácil acesso Os pensamentos automáticos são aqueles disparados de forma rápida, súbita e involuntária diante das situações → são pensamentos disparados através das nossas crenças e dos nossos esquemas, ou seja, são pensamentos intrusivos resultados da ativação de um esquema ou crença específica As palavras ou imagens reais que passam pela mente de uma pessoa, são específicos para a situação e podem ser considerados como o nível mais superficial de cognição Surgem espontaneamente São rápidos e quase imperceptíveis São os mais acessíveis na terapia Podem vir através de palavras ou imagens Mecanismos atencionais Devemos entender, então, que aquilo que se repete com frequência é o que nos sinalizara algo muito maior do que nossa crença → a crença é incondicional, ou seja, é a mesma independente da situação, mas o que irá mudar são os pensamentos automáticos de cada indivíduo Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros - A mesma crença se manifesta de diferentes formas de acordo com a situação a qual o indivíduo estiver exposto É o nível mais superficial e mais acessível à consciência O que diferencia o fluxo de consciência (pensamento natural) do pensamento automático derivado de uma crença disfuncional são as emoções → os pensamentos automáticos são carregados por uma emoção intensa e dolorosa, podendo gerar prejuízo O que diferencia algo patológico de algo do cotidiano é: intensidade, frequência, duração e prejuízo Pensamentos automáticos são específicos às situações, enquanto as crenças são incondicionais Quando os pensamentos automáticos são verdadeiros, deve-se focar na solução do problema, investigar se o paciente chegou a uma conclusão inválida ou disfuncional e trabalhar a aceitação As situações de vida às quais estamos expostos irão disparar nossos pensamentos automáticos, os quais deparam reações comportamentais, fisiológicas, emocionais → essa intepretação resulta em resultados conscientes de mecanismos inconscientes (crenças) Não são todas as situações de vida que irão ativar as crenças, e sim aquelas que irão exigir a interpretação Crenças intermediárias/ pressupostos subjacentes/ crenças regra Direcionam para uma ação e forma de lidar com a crença nuclear As crenças nucleares influenciam o desenvolvimento da classe intermediária de crenças, que consiste em atitudes, regras e pressupostos São crenças baseadas nas nucleares, mas que direcionam o sujeito à uma ação Cria-se regras como tentativa de lidar com as regras nucleares → são desenvolvidas, à princípio, de maneira pré-consciente, como uma tentativa de sobrevivência Exemplos: - Crença central: “sou fracassado” - Crenças intermediárias: • Atitude: “é terrível falhar” • Regra: “devo desistir se um desafio parecer muito grande” • Pressupostos: “se eu tentar fazer alguma coisa difícil, vou fracassar. Se eu evitar fazê-la, vai ficar tudo bem” As crenças intermediárias costumam estar acompanhadas de estratégias compensatórias, as quais são comportamentos sistemáticos adotados com objetivo de tolerar algum desconforto e lidar com a crença nuclear do indivíduo, entretanto, geram grandes prejuízos, fortalecem e perpetuam o que o paciente acredita ser → as estratégias compensatórias são, então, mecanismos de defesa Evitar estar em situações que ativam as crenças acaba por reforçar as nossas crenças Como estratégias, as principais são a evitação, a hipercompensação e a resignação Metacognição: são habilidades que nos levam a pensar sobre o nosso pensamento. Está relacionada a um controle maior sobre aquilo que aprendemos cognitivamente ERROS COGNITIVOS/ DISTORÇÕES COGNITIVAS São os pensamentos automáticos disfuncionais São falhas e equívocos na lógica do pensamento e outras cognições Normalmente, essas distorções estão presentes em peso em pacientes que apresentam algum transtorno Ocorrem quando a avaliação ou atribuição de significado das situações são elaboradas de forma equivocada e consequentemente a resposta comportamental também será exagerada O Beck caracteriza as distorções cognitivas, o que é muito importante para promover uma psicoeducação dos pacientes Não existem evidências que confirmam que o pensamento é real Catastrofização Antecipação do futuro em termos negativos, acreditando que o que acontecerá será tão horrível que não irá suportar Pensamento de que o pior de uma situação irá acontecer, sem levar em consideração a possibilidade de outros desfechos Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Raciocínio emocional Acredita que as emoções refletem o que as coisas geralmente são e deixa que elas guiem as atitudes e pensamentos Presume que os sentimentos são fatos e que algo é verdadeiro porque possui um sentimento muito forte a respeito Deixa os sentimentos guiarem a interpretação da realidade Pensamento dicotômico/ tudo ou nada/ preto e branco/ polarizado O indivíduo vê a situação, a pessoa ou o acontecimento apenas em ternos de “uma coisa ou outra”, colocando- as em apenas duas categoriais externas em vez de um continuum Os julgamentos sobre si mesmo, as experiências pessoais ou com os outros são separados em duas categorias Inferência arbitrária (conclusões precipitadas) Chega-se a uma conclusão a partir de evidências contraditórias ou na ausência de evidências Conclusões são tiradas a partir de nenhuma ou poucas evidências que possam confirmá-la Desqualificação do positivo Experiências positivas e qualidades que conflituam com a visão negativa são desvalorizadas porque “não contam” ou são triviais Abstração seletiva/ filtro mental/ visão em túnel Indivíduo presta atenção em um ou poucos detalhes e não consegue ver o quadro inteiro Chega-se a uma conclusão depois de examinar apenas uma pequena porção das informações disponíveis Uma parte negativa (ou mesmo neutra) de toda uma situação é realçada, enquanto todo o restante positivo não é percebido Os dados mais importantes são ignorados, a fim de confirmar a visão tendenciosa que a pessoa tem da situação Leitura mental Acredita que conhece os pensamentos e intenções de outros (ou que eles conhecem os seus), sem ter evidências suficientes Rotulação Coloca um rótulo fixo, global e geralmente negativo em si e nos outros Imperativos Interpretar eventos em termos de como as coisas deveriam ser, em vez de simplesmente considerar como as coisas são Afirmações absolutistas Demandas feitas a si mesmo, aos outros e ao mundo para evitar as consequências do não cumprimento das demandas Vitimização Considerar-se injustiçado ou não entendido A fonte dos sentimentos negativos éalgo ou alguém, havendo recusa ou dificuldade de se responsabilizar pelos próprios sentimentos ou comportamentos Questionalização Focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se por escolhas futuras Maximização/ minimização Quando avalia a si mesmo, outras pessoas ou uma situação, o indivíduo irracionalmente maximiza o negativo e/ ou minimiza o positivo Desconsidera o impacto e o prejuízo que determinados comportamentos podem gerar Os significados não são corretos ou incorretos em si, sua funcionalidade depende do contexto Pode haver grande superposição entre os erros cognitivos, por isso o indivíduo provavelmente irá apresentar, concomitantemente, mais de uma distorção numa mesma situação Na TCC, os terapeutas ensinam os pacientes que o objetivo mais importante é reconhecer que se está cometendo erros cognitivos. À medida em que o paciente aprende a identificar e nomear as distorções negativas, é trabalhado o desenvolvimento de respostas Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros alternativas para contrapor o impacto negativo das interpretações disfuncionais MODELO TEÓRICO DA TCC O ponto chave de intervenção e para que possamos compreender as patologias, é a forma de enxergar e interpretar Para a TCC tradicional existe uma soberania do pensamento → a nossa forma de pensar é responsável pelas nossas emoções e pela nossa forma de comportamento É a interpretação do evento que influencia o humor e o comportamento Aspectos cognitivos como sendo fator central da psicologia Pensamento como ponto chave para intervenção! Atualmente, sabe-se que as emoções são disparadas muito mais rapidamente do que aspectos cognitivos AXIOMAS FORMAIS DA TEORIA COGNITIVA O principal caminho de funcionamento ou da adaptação psicológica consiste em estruturas de cognição com significado, denominada esquemas A função da atribuição de significado é controlar os vários sistemas psicológicos (comportamental, emocional, atenção, memória). Portanto, o significado ativa estratégia para adaptação As influências entre sistemas cognitivos e outros sistemas são interativas → as emoções dependem de cada sistema cognitivo Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões específicos de emoção, atenção, memória e comportamento Embora os significados sejam construídos pela pessoa, em vez de serem componentes preexistentes da realidade, eles são corretos ou incorretos em relação a um determinado contexto ou objetivo. Quando ocorre distorção cognitiva ou preconcepção, os significados são disfuncionais ou mal adaptativos. As distorções cognitivas incluem erros no conteúdo cognitivo (significado), no processamento cognitivo (elaboração de significado), ou ambos - Na fase adulta, ocorre perpetuação de crenças adquiridas na infância, mesmo sem motivos para que esses esquemas estejam ativados Os indivíduos são predispostos a fazer construções cognitivas falhas específicas (distorções cognitivas) para fins de sobrevivência → essas predisposições são chamadas vulnerabilidades cognitivas A psicopatologia resulta de significados mal adaptativos construídos em relação ao self, ao contexto ambiental (experiência), ao futuro (objetivos), que juntos são denominados tríade cognitiva Há dois níveis de significado - Significado público → forma que a grande maioria das pessoas enxerga as situações - - Significado pessoal ou privado → inclui implicações ou generalizações extraídas da ocorrência do evento Há três níveis de cognição: - Crenças nucleares - Crenças intermediárias - Pensamentos automáticos Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente. Um determinado estado psicológico (construído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem mal adaptativo em si PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DA TCC A TCC está baseada em uma formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos → cada paciente tem sua própria teoria - É importante compreender em que ponto os sintomas do paciente se encontram A TCC requer uma aliança terapêutica sólida - Relações como ponte → confiança nas técnicas do profissional - Relações como veículo de transformação do paciente A TCC monitora continuamente o progresso do paciente - Avaliação sobre ganhos terapêuticos ou não Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros A TCC é culturalmente adaptada e adapta o tratamento ao indivíduo - Questões culturais podem contaminar o processo terapêutico A TCC enfatiza o positivo → não quer dizer que busca sempre pensar de forma positiva, e sim de forma realista A TCC enfatiza a colaboração e participação ativa → abordagem que valoriza o empirismo positivo - Ao invés de impor uma mudança, propor, juntamente ao paciente, alguma alteração que melhore seus hábitos - Fazer com que o paciente faça parte do processo - Favorece a adesão É baseada em valores e orientada para os objetivos Inicialmente enfatiza o presente → no momento oportuno do processo, busca entender a origem dos comportamentos É educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída → psicoeducação - Valorização de fazer com que o paciente entenda o seu comportamento - A TCC parte do princípio que, quanto mais informações o paciente tem, mais conseguirá aprender estratégias a lidar com o problema e conseguirá prevenir recaídas - Na grande maioria das vezes, quando o paciente sabe sobre os sintomas e os transtornos, gera muito alívio → deve tomar cuidado quando os pacientes possuem transtornos egossintônicos Transtornos de características egodistônicas: ansiedade, depressão, bipolaridade, toque, somatização → paciente sabem que apresentam sintomas que são diferentes do que eles são, ou seja, conseguem se perceber disfuncionais Transtornos de características egossintônicas: transtornos de personalidade, são aqueles pacientes que não se percebem disfuncionais Pacientes que não se percebem disfuncionais, buscam ajuda de forma compulsória, pela justiça ou pelas comorbidades como episódios de pânico Transtornos mentais não tem cura → sempre há uma tendência de voltar a esse estado É atenta ao tempo de tratamento → nem sempre a terapia é breve porque, quanto maior a complexidade do caso, maior será o tempo de tratamento As sessões de TCC são estruturadas Utiliza a descoberta guiada e ensina os clientes a responderem às suas cognições disfuncionais → o terapeuta tem que ser um guia para que o paciente acesse suas verdades - A TCC trabalha através de métodos socráticos, utilizando de perguntas para fazer com que o paciente chegue a algumas conclusões Inclui planos de ação Utiliza uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento
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