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Desenvolvimento Neuropsicomotor Introdução: O desenvolvimento neuropsicomotor abrange crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais em uma transformação dinâmica, complexa e contínua. O desenvolvimento compreende alguns domínios de função, todos interligados, sendo eles: sensorial, emocional, adaptativo, motor, cognitivo e linguagem. Acontece nos primeiros anos devido à maior vulnerabilidade e plasticidade. Aquisição de movimentos mais coordenados e complexos nas estruturas e domínios influenciados pelas regiões encefálicas mielinizadas. No lactente nascido a termo, ao nascimento há mielinização no tronco cerebral dorsal, pedúnculos cerebelares e perna posterior da cápsula interna. A substância branca cerebelar se mieliniza por volta do primeiro mês e se completa no 3°. É um processo que acontece de forma crânio-caudal, próximo-distal, das aquisições mais simples até as mais complexas. Desenvolvimento Motor Grosso: Define as atividades dos grandes músculos do corpo e relaciona-se com as funções de sustentação da cabeça, sentar-se, andar. Inicialmente, consiste em contrações descontroladas. O recém- nascido começa com um padrão motor muito imaturo, com reflexo tônico cervical assimétrico, conferindo-lhe uma postura assimétrica; e predomínio do tônus flexor e hipotonia intensa da musculatura paravertebral. Seus movimentos são, geralmente, reflexos, que tendem a desaparecer com o passar dos meses. Progressivamente, o tônus flexor visto no recém-nascido vai sendo substituído pelo padrão extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento acontece na direção craniocaudal, alcançando o quadril e os membros inferiores por último. Assim, a partir do segundo semestre de vida, não há mais predomínio de quaisquer dos dois padrões e, com isso, a criança é capaz de alternar entre flexão e extensão e, consequentemente, rolar. A primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, a musculatura do controle da cabeça e, depois, do tronco. Finalmente, no 3° trimestre o bebê adquire a posição ortostática. O apoio do bebê na musculatura do braço vai levá-lo a posteriormente se apoiar nos antebraços e às tentativas de engatinhar. Desenvolvimento motor fino: Define as atividades relacionadas aos movimentos de preensão e relaciona-se com as etapas do movimento de pinça. Em relação ao desenvolvimento motor fino, este ocorre no sentido proximodistal. Ao nascer, a criança mantém as mãos fechadas pela maior parte do tempo – com as mãos fletidas! (tônus flexor). Com a redução desse tônus flexor, a criança passa a manter as mãos abertas a maior parte do tempo no 3° mês, conseguindo agarrar objetos – embora ainda sejam incapazes de soltá-los. Funções sensoriais: A função sensorial, deve ser avaliada logo nos primeiros atendimentos, em especial a visão e a audição. O recém-nascido é capaz apenas de focalizar um objeto a poucos centímetros e tem preferência por rostos humanos. Logo, durante as avaliações, é importante perguntar aos familiares se a criança focaliza os objetos e os segue com o olhar, além de perguntar se prefere o rosto materno – essas respostas idealmente serão positivas. Aos 9 meses, um marco importante é a conquista da permanência do objeto: ou seja, o bebê sabe que o objeto está lá mesmo quando não pode ser visto. Isso gera mudanças profundas emocionais, dificultando separações. Em relação à audição, o bebê já escuta desde o 5° mês de gestação. Inclusive, ao nascer, já existe familiaridade com vozes materna e familiares, além de sons do organismo materno. Nesse contexto, como parte da avaliação auditiva, é interessante perguntar na consulta se o bebê se assusta, acorda ou chora com sons altos e repentinos, se procura a origem dos sons e se fica mais calmo com a voz da mãe. Já a linguagem é expressa pela mímica facial nos primeiros meses de vida, especialmente o choro. Entre o 2° e o 3° mês, começa emissão de arrulhos e, por volta do 6°, sons bilabiais e balbucio. Entre 9 e 10 meses, já surgem balbucios semelhantes à linguagem do seu meio. No 2° semestre, surge a linguagem gestual, resultante da significação dada por adultos que convivem com o bebê. É comum apontar e obedecer a comandos verbais simples (bater palmas e acenar). Aos 12 meses, surgem as primeiras palavras e, aos 18, se iniciam frases simples. A partir desse momento, o repertório linguístico vai aumentando exponencialmente. O desenvolvimento da linguagem ocorre de maneira exponencial entre 2 e 5 anos de idade. Aos 4 anos, as crianças já usam verbo no passado e, aos 5, verbos no futuro. Existe, inclusive, uma regrinha para guiar a avaliação do desenvolvimento da linguagem: entre 2 e 5 anos, as frases terão tipicamente um número de palavras igual à idade da criança. A aquisição da linguagem responde a estímulos ambientais. É interessante que pais conversem bastante com as crianças, leiam para elas e reforcem o nome dos objetos. Atrasos na linguagem podem significar indícios de deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista ou maus tratos. Marcos do desenvolvimento: 1 MÊS: o Entre 1 e 2 meses predomina tônus flexor, há assimetria postural e preensão reflexa (apoio plantar, sucção e preensão palmar – desaparecem até o 6º mês de vida); o Entre 1 e 2 meses há melhor percepção de um rosto, medido com base na distância entre bebê e seio materno. 2 MESES: o 2-3 meses sorriso social; o 3 meses adquire noção de profundidade; o 2-4 meses fica de bruços, levanta a cabeça e ombros na posição prona; o Em torno dos 2 meses ampliação do campo visual, bebê visualiza e segue objetos com o olhar, ultrapassando a linha média; observa rosto, vocaliza e reage a estímulos sonoros; o Entre os 3 e 6 meses os reflexos primitivos presentes são: sucção, moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-plantar extensor; desaparecem marcha reflexa, apoio plantar, reptação, tônico-cervical assimétrico. 4 MESES: o Aos 4 meses preensão voluntária das mãos – agarra objetos colocados em sua mão; o Observa sua própria mão, segue com o olhar até 180º, grita, senta-se com apoio e sustenta a cabeça; o 4-6 meses volta a cabeça em direção a estímulo sonoro. 6 MESES: o Aos 6 meses começa a ter noções de “permanência do objeto”, procura objetos fora do alcance; o Tenta alcançar um brinquedo, volta-se para o som, rola no leito e inicia interações; o A partir do 7º mês senta-se sem apoio; o 6-9 meses arrasta-se, engatinha; o 6-8 meses apresenta reações a pessoas estranhas; o Entre 6 e 9 meses os reflexos primitivos presentes são preensão plantar, cutâneo plantar extensor; o Desaparecem reflexo de sucção, preensão palmar, moro, mão-boca. 9 MESES: o Aos 9 meses transmite objetos de uma mão para outra, pinça polegar- dedo, balbucia, estranhamento (prefere pessoas do seu convívio), brinca de esconde-achou; o Em torno dos 10 meses fica em pé sem apoio; o 9-12 meses engatinha ou anda com apoio; o Entre 9 e 12 meses os reflexos primitivos presentes são preensão plantar e cutâneo plantar extensor em desaparecimento. 12 MESES: o 12-18 meses bebê anda sozinho; o Em torno de 1 ano acuidade visual de adulto; o Bate palmas, acena, combina silabas, faz pinça completa (polpa- polpa), segura o copo ou mamadeira; o Introdução de um objeto de transição para estimular a independência da criança. 15 MESES: o Primeiras palavras; o Primeiros passos; o É ativo ou curioso. 18 MESES: o 18 meses anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia objetos; o 18-24 meses o bebê corre e sobre degraus baixos. 2 ANOS: o 2-3 anos diz próprio nome e nomeia objetos como sua posse; o Aproximadamente aos 2 anos reconhece-se no espelho, brinca de faz de conta (deve ser estimulado, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional), sobre escadas, corre, formula frases simples, retira peça de roupa,tenta impor sua vontade; o 2-3 anos pais devem começar gradualmente retirar as fraldas e ensinar a usar o penico. 4 A 6 ANOS: o 3-4 anos veste-se com auxílio; o 4-5 anos conta ou inventa histórias; o Comportamento egocêntrico. Com o passar do tempo, passa a considerar outras crianças; o A partir dos 6 anos passa a pensar com lógica, embora seja predominantemente correta. o Memória e habilidade linguística aumentam, ganhos cognitivos aumentam; o Autoimagem se desenvolve e passa a impactar na autoestima; o Amigos assumem importância fundamental e a criança passa a entender a constância de gênero. 7 ANOS: o A partir dos 7 anos começa a desenvolver julgamento global de autovalor, segmentando algumas ideias sobre o que ela é e como deve ser. Reflexos primitivos: REFLEXO TEMPO DE DESAPAREC IMENTO O QUE É? BUSCA Até 2-4 meses É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca. Observa- se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa do mesmo. MARCHA/APOI O Até 2 meses É desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre superfície dura, estando este seguro pelas axilas. Observa-se extensão das pernas. É desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa- se cruzamento das pernas, uma à frente da outra. GALLANT Até 2 meses É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. Observa- se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo. COLOCAÇÃO DAS PERNAS (PLACING) Até 2 meses É desencadeado por estímulo tátil do dorso do pé estando o bebê seguro pelas axilas. Observa-se elevação do pé como se estivesse subindo um degrau de escada. É o único reflexo primitivo com integração cortical. PREENSÃO PALMAR Até 3-4 meses É desencadeado pela pressão da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos. ESGRIMISTA (TÔNICO- CERVICAL ASSIMÉTRICO) Até 4 meses É desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão do examinador estabiliza o tronco do RN. Observa- se extensão do membro superior ipsilateral à rotação e flexão do membro superior contralateral. A resposta dos membros inferiores obedece ao mesmo padrão, mas é mais sutil. SUCÇÃO Até 4-5 meses É desencadeado pela estimulação dos lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave. MORO Até 5/6 meses É desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se extensão e abdução dos membros superiores seguida por choro. PREENSÃO PLANTAR Até 10-11 meses É desencadeado pela pressão da base dos artelhos. Observa-se flexão dos dedos. CUTÂNEO- PLANTAR Até 13/15 meses Caracterizado pela extensão do hálux após estímulo na lateral do pé. Ocorre até o 13° mês, a partir do qual a resposta a esse estímulo deve ser a flexão – sendo a extensão considerada patológica. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor: Se todos os marcos para a respectiva faixa etária estão presentes, estamos diante de um desenvolvimento adequado. Devemos elogiar a mãe ou cuidador, orientá-lo(a) a continuar estimulando a criança, informá-lo(a) sobre sinais de alerta e orientar retorno para acompanhamento conforme rotina do serviço. Se todos os marcos estão presentes, mas há 1 ou mais fatores de risco, trata-se de um desenvolvimento adequado com fator de risco. Devemos informar a mãe ou cuidador sobre sinais de alerta – na presença de algum sinal, a criança deverá ser reavaliada em 30 dias. Se há ausência de um ou mais marcos para a faixa etária, trata-se de alerta para desenvolvimento e devemos orientar a mãe ou cuidador sobre estimulação da criança e marcar retorno em 30 dias. Se o perímetro cefálico for <-2 escores z ou >+2 escores z; ou se houver presença de 3 ou mais alterações fenotípicas; ou ausência de 2 ou mais marcos para a faixa etária anterior, trata-se de provável atraso de desenvolvimento e devemos referir a criança para avaliação neuropsicomotora. No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, do Ministério da Saúde, disponibiliza uma sistematização para a avaliação do desenvolvimento da criança até os 3 anos de idade, contendo os principais marcos do desenvolvimento, facilitando o acompanhamento dos ganhos no desenvolvimento neuropsicomotor conforme a criança vai crescendo. Já nas primeiras consultas, deve-se perguntar à mãe ou cuidador sobre fatores relacionados ao desenvolvimento do bebê, observar detalhes do exame físico e finalizar com a observação da criança quanto a presença dos marcos de desenvolvimento o Em todas as consultas deve-se realizar a avaliação do desenvolvimento infantil. Observar a forma que a mãe a segura, se existe contato visual e verbal de forma afetuosa entre ela e a criança, se a criança faz busca visual ou tem interesse pelo ambiente ao redor, se a criança está em bom estado de higiene e se a mãe ou cuidador presta atenção às orientações. É importante extrair informações a respeito de possíveis fatores de risco ou alterações físicas associados a distúrbios do desenvolvimento, sendo estes: Transtorno do espectro autista: O Transtorno do Espectro do Autismo é considerado um transtorno de neurodesenvolvimento. Nele, a criança tem dificuldade na comunicação social e mantém um interesse limitado e estereotipado. Isso significa que é uma alteração que ocorre dentro do cérebro no qual as conexões entre os neurônios se dão de uma forma diferente. Sendo assim, a pessoa tem dificuldade em interagir com as outras de uma maneira proveitosa. Principais Características: o Dificuldade em manter contato visual; o Pouco interesse por coisas que outras crianças/pessoas propõem: no geral, a criança autista só se atenta a algo de seu próprio interesse; o Sensibilidade a barulhos (principalmente os mais altos) e texturas diferentes; o Dificuldade em manter interações sociais: a criança possui muita dificuldade em fazer trocas durante brincadeira. o Dificuldade em compreender expressões faciais: tristeza, felicidade, raiva, braveza; o Comportamentos estereotipados: podem se fixar objetos específicos, desenvolver comportamentos repetitivos ou até mesmo a fala repetitiva, sendo que estas atitudes estereotipadas ocorrem sem um objetivo ou finalidade; o Repertório restrito por brincadeiras, brinquedos e objetos: os que não sejam do seu interesse não prendem a sua atenção. Por exemplo, se a criança gosta de carrinho, apenas brinquedos com essa características irão cativá-la, e ela brincará apenas com eles. Diagnóstico: O diagnóstico do autismo é essencialmente clínico, realizado por meio de observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Os sintomas característicos dos transtornos do espectro do autismo (TEA) estão sempre presentes antes dos 3 anos de idade, com um diagnóstico possível por volta dos 18 meses. Normalmente os pais começam a se preocupar entre os 12 e os 18 meses, na medida em que a linguagem não se desenvolve. Um diagnóstico de TEA envolve prejuízos na interação social e na comunicação, além da presença de padrões restritos de comportamento e interesses. Há a aplicação de uma escala de triagem para o autismo, denominada M-CHAT. Essa escala, aplicada pelo pediatra, é respondida pelos pais ou responsáveis entre 1 ano e 6 meses e 2 anos de vida (18 a 24 meses). Pode sugerir ou não o autismo, mas precisa da avaliação de um especialista. Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (tdah): O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbiodo Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Principais Características: o Desatenção o Hiperatividade-impulsividade o O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. o Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites. o Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São frequentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande frequência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão. Diagnóstico: Idade pré-escolar, com melhor acuidade na idade escolar. O diagnóstico é feito por meio do exame físico clínico, verificar se há alterações na coordenação fina e por meio de RM. Paralisia cerebral (pc): Paralisia Cerebral (PC), a deficiência mais comum na infância, é caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo, envolvendo o movimento e a postura do corpo. Essas alterações são secundárias a uma lesão do cérebro em desenvolvimento e podem ocorrer durante a gestação, no nascimento ou no período neonatal, causando limitações nas atividades cotidianas. Apesar de ser complexa e irreversível, crianças com PC podem ter uma vida rica e produtiva, desde que recebam o tratamento clínico e cirúrgico adequados às suas necessidades. Uma das principais causas de PC é a hipóxia, situação em que, por algum motivo relacionado ao parto, tanto referentes à mãe quanto ao feto, ocorre falta de oxigenação no cérebro, resultando em uma lesão cerebral. Além da falta de oxigenação, existem outras complicações, menos recorrentes, que podem provocar a PC. Entre elas estão: anormalidades da placenta ou do cordão umbilical, infecções, diabetes, hipertensão (eclampsia), desnutrição, uso de drogas e álcool durante a gestação, traumas no momento do parto, hemorragia, hipoglicemia do feto, problemas genéticos, prematuridade. Principais Características: Há uma grande variação nas formas como a PC se apresenta, estando diretamente relacionadas à extensão do dano neurológico: lesões mais extensas do cérebro tendem a causar quadros mais graves. Os diferentes graus de comprometimento motor e cognitivo podem levar a um leve acometimento com pequenos déficits neurológicos até a casos graves, com grandes restrições à mobilização e dificuldade de posicionamento e comprometimento cognitivo associado. As alterações da parte motora incluem, problemas na marcha (como paralisia das pernas), hemiplegia (fraqueza em um dos lados do corpo), alterações do tônus muscular (espasticidade caracterizada por rigidez dos músculos) e distonia (contração involuntária dos membros). Diagnóstico: Por meio de EEG, TC, RM, avaliação do especialista. Diagnosticar precocemente a lesão neurológica e sua progressão para um quadro clínico de paralisia cerebral é um dos determinantes para um melhor prognóstico. Entende-se que o início de uma intervenção sistematizada durante o período de intensa neuroplasticidade compreendido nos primeiros 2 anos de vida aumente as perspectivas de recuperação funcional. A idade média de diagnóstico é entre 18 e 24 meses de vida. Este é, sem dúvida, um dos nossos maiores limitantes na eficácia de intervenções, uma vez que nestes dois primeiros anos de vida ocorre o período mais adequado do ponto de vista da neuroplasticidade e muitas crianças perdem justamente esta janela preciosa de intervenção. Assim, os sinais precoces devem ser ativamente procurados nas avaliações pediátricas e de seguimento e a incapacidade de alcançar adequadamente um marco do desenvolvimento deve ser encarada com preocupação e jamais negligenciada ou minimizada. Tipos: A PC pode ser classificada por dois critérios: pelo tipo de disfunção motora presente, ou seja, o quadro clínico resultante, que inclui os tipos extrapiramidal ou discinético (atetóide, coréico e distônico), atáxico, misto e espástico; e pelatopografia dos prejuízos, ou seja, localização do corpo afetado, que inclui tetraplegia ou quadriplegia, monoplegia, paraplegia ou diplegia e hemiplegia. Na PC, a forma espástica é a mais encontrada e frequente em 88% dos casos. 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