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TUTORIA - Consultas de crescimento e desenvolvimento, Hidrocefalia e nanismo

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1 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
Problema 5M3 – O Dilema Do Baixo Peso 
Joana levou o seu filho pré-escolar para consulta com pediatra. Na sala de espera encontrou com outra 
mãe Eliza, a qual estava aguardando a consulta do seu filho. Ao conversarem sobre as preocupações 
referentes às crianças, Eliza mencionou que o seu filho apresentava baixo peso, entre outros problemas 
no crescimento e desenvolvimento, era emocionalmente privado, apresentava enurese, encoprese, 
insônia, crises de choro e acessos de raiva. Além disso, era portador de Hidrocefalia devido a 
Toxoplasmose Congênita. 
Eliza entrou no consultório médico com o seu filho, muito ansiosa e questionando à médica se a criança 
era anã. 
EF: mais de 4 desvio-padrão para peso e altura, adiposidade em tronco e o exame da genitália 
evidenciou micropênis. A mãe disse ainda que tinha medo de não ter tratamento com hormônios. 
Instrução: Compreender crescimento e desenvolvimento e seus desvios. Entender hidrocefalia e 
nanismo. 
 
Termos desconhecido: 
o Enurese: é definida como um vazamento 
involuntário de urina que ocorre durante o sono, 
mas que também pode ocorrer em momentos e 
locais inapropriados. Condição fisiológica até 6 
anos nas meninas e 7 nos meninos. 
o Encoprese: é caracterizada pela exoneração 
intestinal em locais inadequados (roupas ou 
chão). 
o Hidrocefalia: (hidro = água + céfalo = cabeça) é 
uma condição que se caracteriza pelo acúmulo do 
líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos 
cerebrais (cavidades intercomunicantes 
localizadas em áreas do encéfalo) e no espaço 
subaracnoide entre as membranas aracnoide e 
pia-mater das meninges. 
o Toxoplasmose congênita: A toxoplasmose 
congênita é causada pela aquisição 
transplacentária do Toxoplasma gondii. As 
manifestações, quando presentes, são 
prematuridade, retardo de crescimento 
intrauterino, icterícia, hepatoesplenomegalia, 
miocardite, pneumonite, exantema, coriorretinite, 
hidrocefalia, calcificações intracranianas, 
microcefalia e convulsões. 
o Anã: Que ou quem tem uma anomalia de 
crescimento que se caracteriza pelo tamanho 
inferior à média dos indivíduos do mesmo sexo e 
idade. 
o Micropênis: corresponde a um pénis 
estruturalmente normal, com um tamanho em 
extensão inferior a 2.5 desvios padrão da média 
para a idade. No recém-nascido de termo, um 
pénis estirado < 2- 2,5 cm é considerado 
micropénis e necessita avaliação. 
 
Definição do problema: 
Reconhecer o crescimento e desenvolvimento normal 
de uma criança e identificar as suas alterações. 
 
Chuva de ideias: 
Consultas de acompanhamento CD: 7 dias, 1 mês, 2 
meses, 4 meses, 6, 8 e nove meses. Acompanhar o 
vínculo, o coto umbilical. Uso do score Z – de 0 a 10 
anos. 
 
Objetivos: 
O1. Descrever como é realizada a avaliação de 
crescimento e desenvolvimento da criança. 
“Curvas de crescimento, reflexos... escalas de 
avaliação neurológica” 
O2. Identificar os principais fatores que alteram a 
evolução normal da criança. (Desenvolvimento) 
O3. Definir conceito, causas e clínica da Hidrocefalia 
na criança. 
O4. Conceituar nanismo e identificar suas causas. 
 
O1. Descrever como é real izada a aval iação de 
crescimento e desenvolv imento da cr iança. 
O termo “desenvolvimento” tem sido o mais 
utilizado para abranger os vários aspectos 
interligados que caracterizam a evolução dinâmica do 
ser humano a partir de sua concepção. 
Outros termos, como “maturação”, por exemplo, 
também concorrem para definir o significado desse 
processo de construção que resulta da interação 
entre a influência biológica da própria espécie e do 
próprio indivíduo e a sua história e seu contexto 
sociocultural. 
É importante enfatizar que, embora a carga genética 
seja fator determinante, o desenvolvimento humano 
emerge a partir da interação com os fatores 
ambientais, portanto, é fundamental que ocorra uma 
ampla e adequada variação de estímulos e 
experiências, para favorecer todo o seu potencial. 
Do ponto de vista biológico, o sucesso do 
desenvolvimento depende da integridade dos vários 
órgãos e sistemas que concorrem para lhe 
condicionar, principalmente o sistema nervoso, que 
participa de toda ordenação funcional que o 
indivíduo irá experimentar. 
Neste aspecto, é importante salientar que o tecido 
nervoso cresce e amadurece sobretudo nos 
primeiros anos de vida, portanto, nesse período, é 
mais vulnerável aos agravos de natureza diversa e às 
adversidades das condições ambientais que podem 
ocasionar prejuízos relacionados aos processos em 
desenvolvimento. Por outro lado, por sua grande 
plasticidade, é também nessa época que a criança 
melhor responde aos estímulos que recebe e às 
intervenções, quando necessárias. 
 
2 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
O estudo do desenvolvimento compreende alguns 
domínios de função interligados, quais sejam: 
• sensorial, 
• motor (geralmente subdividido em habilidades 
motoras grosseiras e habilidades motoras finas), 
• da linguagem, 
• social, 
• adaptativo, 
• emocional e 
• cognitivo. 
Esses domínios influenciam-se entre si e têm como 
eixo integrador a subjetividade, função de dimensão 
psíquica que se particulariza e possibilita a 
singularidade de cada um dos seres humanos. 
Aval iação: 
A avaliação do desenvolvimento deve ser um 
processo contínuo de acompanhamento das 
atividades relativas ao potencial de cada criança, com 
vistas à detecção precoce de desvios ou atrasos. 
Essa verificação pode ser realizada de forma 
sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas 
elaboradas para tal finalidade. Como exemplos, 
citam-se o teste de Gesell, o teste de triagem Denver 
II, a escala de desenvolvimento infantil de Bayley, o 
Albert Infant Motor Scale,7 entre vários outros. 
No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, 
utilizada para o registro dos atendimentos nos 
serviços de saúde, disponibiliza uma sistematização 
para a vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 
anos de idade. Essa ferramenta permite acompanhar 
a aquisição dos principais marcos do 
desenvolvimento. Além disso, com base na 
presença ou ausência de alguns fatores de risco e de 
alterações fenotípicas, a caderneta orienta para 
tomadas de decisão. 
Sendo um processo dinâmico, as avaliações do 
desenvolvimento devem acontecer em todas as visitas 
de puericultura, de forma individualizada e 
compartilhada com a família. 
o É fundamental o conhecimento do contexto 
familiar e social no qual a criança está inserida: 
desde quando foi gerada, se planejada ou não; as 
fantasias da mãe durante a gestação; quem é o 
responsável pelos seus cuidados; como é a rotina 
da criança; e quais mudanças ocorreram nas 
relações familiares após o seu nascimento. 
o Além disso, é importante obter dados 
relacionados a possíveis fatores de risco para 
distúrbios do desenvolvimento, como ausência 
de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo 
peso ao nascer, prematuridade, intercorrências 
neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e 
depressão durante a gestação. Também é 
fundamental indagar sobre a opinião da mãe em 
relação ao processo de desenvolvimento de seu 
filho. 
A análise processa-se por toda a duração do 
atendimento, observando o comportamento da 
família e da criança: quem traz a criança, como ela é 
carregada, sua postura, o seu interesse pelo ambiente 
e a interação com as pessoas. Além disso, como um 
dos fatores mais importantes para o desenvolvimento 
da criança é a reciprocidade estabelecida na relação 
com sua mãe ou substituta, é interessante observar o 
vínculo entre ambas. 
Quanto às aquisições motoras, reconhece-se no 
recém-nascido um padrão motor muito imaturo, com 
a presença do reflexo tônico cervical assimétrico, que 
lhe confere uma postura assimétrica, com predomínio 
do tônus flexor nos membros e intensa hipotonia na 
musculatura paravertebral. 
o Seus movimentos são, geralmente, reflexos, 
controlados por partes primitivas do cérebro. 
Assim, reflexos como sucção, preensão palmar, 
plantar e da marcha passarãoem poucos meses a 
ser atividades voluntárias. Outros, como o de 
Moro e o tônico cervical assimétrico, 
desaparecerão em breve, sendo que, dentro do 
padrão de desenvolvimento normal, não devem 
persistir no 2° semestre de vida. 
o Continuando a evolução do sistema motor, 
durante os primeiros meses, há uma diminuição 
progressiva do tônus flexor e substituição pelo 
padrão extensor. Esse amadurecimento se faz na 
direção craniocaudal, sendo o quadril e os 
membros inferiores os últimos a adquiri-lo. 
o A partir do 2° semestre, não ocorre mais 
predomínio de padrão flexor ou extensor, e assim, 
a criança, por meio de alternância entre os tônus, 
consegue, primeiramente, rolar e, 
posteriormente, já tendo dissociado os 
movimentos entre as cinturas escapular e pélvica, 
consegue mudar da posição deitada para 
sentada. 
o A regra do desenvolvimento motor é que ocorra 
no sentido craniocaudal e proximodistal e, por 
meio de aquisições mais simples para mais 
complexas. 
o Assim, a primeira musculatura a ser controlada é a 
ocular. 
o Depois, há o controle progressivo da musculatura 
para a sustentação da cabeça e depois do tronco. 
o Finalmente, durante o 3° trimestre, a criança 
adquire a posição ortostática. O 
o apoio progressivo na musculatura dos braços 
permite o apoio nos antebraços e as primeiras 
tentativas de engatinhar. No entanto, algumas 
crianças andam sem ter engatinhado, sem que 
isso indique algum tipo de anormalidade. 
o O desenvolvimento motor fino se dá no sentido 
próximo-distal. 
o Ao nascimento, a criança fica com as mãos 
fechadas na maior parte do tempo. Por volta do 3° 
mês, em decorrência da redução do tônus flexor, 
as mãos ficam abertas por período maior de 
tempo, e as crianças conseguem agarrar os 
objetos, embora ainda sejam incapazes de soltá-
los. 
o Entre o 5° e o 6° mês, conseguem apreender um 
objeto voluntariamente e iniciam o movimento de 
pinça, que será aprimorado progressivamente até 
se tornar completo, polpa com polpa. 
 
3 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
A Tabela 1 apresenta alguns marcos característicos do 
desenvolvimento até os 2 anos de idade. A partir 
dessa idade, o contexto cultural em que a criança se 
insere passa a ter uma influência maior e, 
consequentemente, também há maior variação entre 
os marcos. 
 
A avaliação do sistema sensorial, principalmente da 
audição e da visão, deve ser feita desde os primeiros 
atendimentos. É importante indagar os familiares se a 
criança focaliza objetos e os segue com o olhar, e 
também se prefere o rosto materno. Isto porque, 
desde os primeiros dias de vida, o recém-nascido é 
capaz de focalizar um objeto a poucos centímetros de 
seu campo visual e detém nítida preferência pelo 
rosto humano. 
o No exame dos olhos, deve-se estar atento ao 
tamanho das pupilas, pesquisar o reflexo 
fotomotor bilateralmente, assim como o reflexo 
vermelho que avalia a transparência dos meios e, 
no caso da suspeita de opacidades, encaminhar 
para um exame oftalmológico minucioso. 
o A audição inicia-se por volta do 5° mês de 
gestação, portanto, ao nascimento, a criança já 
está familiarizada com os ruídos do organismo 
materno e com as vozes de seus familiares. 
o Deve-se perguntar se o bebê se assusta, chora ou 
acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz 
de reconhecer e se acalmar com a voz materna e 
se procura a origem dos sons. 
o A avaliação objetiva da audição pode ser feita 
com várias frequências de estímulos sonoros, mas 
no Brasil, desde 2010, tornou-se obrigatória a 
realização da triagem auditiva neonatal, para 
todos os recém-nascidos, por meio de emissões 
otoacústicas evocadas, comumente denominado 
“teste da orelhinha”. 
o Quanto à interação social, o olhar e o sorriso, 
presentes desde o nascimento, representam 
formas de comunicação, mas, entre a 4ª e a 6ª 
semana de vida surge o “sorriso social” 
desencadeado por estímulo, principalmente pela 
face humana. 
o Já no 2° semestre de vida, a criança não 
responde mais com um sorriso a qualquer adulto, 
pois passa a distinguir o familiar do estranho. 
Assim, a criança pode manifestar um amplo 
espectro de comportamentos que expressam o 
medo e a recusa de entrar em contato com o 
estranho. 
 
Relativo à linguagem, durante os primeiros meses de 
vida, o bebê expressa-se por meio de sua mímica 
facial e, principalmente, pelo choro. 
o Entre o 2° e o 3° mês, a criança inicia a emissão de 
arrulhos e, por volta do 6° mês, de balbucio ou 
sons bilabiais, cujas repetições são realizadas 
pelo simples prazer de se escutar. 
o Entre 09 e 10 meses, emite balbucios com padrão 
de entonação semelhantes à linguagem de seu 
meio cultural. 
o A primeira palavra, na maioria dos idiomas, 
corresponde a um encontro silábico reconhecido 
que se inicia com sons de m, n, p, d ou t, como 
“mama”, “papa” e “dada”. 
o A linguagem gestual também aparece no 2° 
semestre de vida e é fruto da significação dada 
pelos adultos do seu meio. Nessa fase, é comum 
a criança apontar e obedecer aos comandos 
verbais como bater palmas, acenar e jogar 
beijinhos. 
o Por volta dos 12 meses de idade, surgem as 
primeiras palavras denominadas palavras-frase. 
o Aos 18 meses, a criança inicia frases simples e, a 
partir daí, ocorre um grande aumento em seu 
repertório de palavras. Nessa fase, também 
começa o diálogo com troca de turnos, isto é, a 
criança fala e depois aguarda a resposta do outro 
para nova interferência. 
Diante do exposto, constata-se a complexidade das 
múltiplas funções a serem avaliadas, e pode-se 
deduzir que, ao abordar uma criança com suspeita de 
problema no seu desenvolvimento, mesmo o pediatra 
experiente pode precisar de mais de um atendimento 
para concluir sobre sua condição. Frequentemente, é 
necessária uma equipe multidisciplinar com 
competência para esse enfrentamento, não se 
esquecendo do apoio psicossocial aos familiares. 
 
 
 
 
4 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
 
 
Pediatria, S.B. (2017), Tratado de Pediatria, 
Volume 1, 4th edição, Editora Manole, [Inserir 
cidade de publicação]. Disponível em: Minha 
Biblioteca. 
 
Monitor ização Do Crescimento: 
o O crescimento é um processo dinâmico e 
contínuo, expresso pelo aumento do tamanho 
corporal. 
o Constitui um dos indicadores de saúde da criança. 
o O processo de crescimento é influenciado por 
fatores intrínsecos (Genéticos) e extrínsecos 
(ambientais), entre os quais se destacam a 
alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os 
cuidados gerais com a criança, que atuam 
acelerando ou restringindo tal processo. 
o Deve-se valorizar também o crescimento 
intrauterino, pois diversos estudos atestam que 
alterações no crescimento fetal e infantil podem 
ter efeitos permanentes na saúde do adulto. 
o O acompanhamento sistemático do crescimento 
e do ganho de peso permite a identificação de 
crianças com maior risco de morbimortalidade 
(BRASIL, 2001) por meio da sinalização precoce 
da subnutrição e da obesidade. 
Monitorização e avaliação do crescimento: 
A vigilância nutricional e o monitoramento do 
crescimento objetivam promover e proteger a saúde 
da criança e, quando necessário, por meio de 
diagnóstico e tratamento precoce para sub ou 
sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento 
possam comprometer sua saúde atual e sua 
qualidade de vida futura. 
Estudos sobre a epidemiologia do estado nutricional 
têm dado mais atenção ao peso e ao índice de massa 
corpórea do que à altura, mas a altura tem sido a 
associada também a desfechos e causas de 
mortalidade. 
O déficit estatural representa atualmente a 
característica antropométrica mais representativa do 
quadro epidemiológico da desnutrição no Brasil. 
O melhor método de acompanhamento do 
crescimento infantil é o registro periódico do peso, da 
estatura e do IMC da criança na Caderneta da Saúde 
da Criança. 
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério 
da Saúde recomendam a utilização dos valores de 
referência para o acompanhamento do crescimento e 
do ganhode peso das curvas da OMS de 2006 (para 
crianças menores de 5 anos) e 2007 (para a faixa etária 
dos 5 aos 19 anos). 
As curvas de crescimento infantil representam o 
crescimento infantil sob condições ambientais 
adequadas. 
O padrão da OMS deve ser usado para avaliar 
crianças de qualquer país, independentemente de 
etnia, condição socioeconômica e tipo de 
alimentação (BRASIL, 2008). No entanto, para que 
uma criança seja efetivamente classificada dentro de 
um desses grupos de “desvio nutricional”, é 
necessária a avaliação das características individuais e 
do meio onde ela vive, para que possamos atribuir as 
causas para ela estar fora da curva e agir sobre elas, 
quando possível. 
 
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como 
parâmetros para avaliação do crescimento de 
crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: 
o perímetro cefálico (de zero a 2 anos), 
o peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos 
e de 5 a 10 anos), 
o comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 
anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), 
o índice de massa corporal (IMC) para a idade (de 
zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). 
A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação 
permite que a criança seja mais bem avaliada na sua 
relação peso vs. comprimento (para menores de 2 
anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal 
parâmetro auxilia na classificação de crianças que em 
um determinado período estiveram desnutridas e 
tiveram o comprometimento de sua estatura, 
possibilitando uma melhor identificação de crianças 
com excesso de peso e baixa estatura. Já o peso por 
idade limita-se a mostrar se a criança está com peso 
abaixo do recomendado para a sua idade, mas não 
mostra se a sua estatura já foi comprometida. 
O IMC já foi validado em crianças como bom 
marcador de adiposidade e sobrepeso, 
apresentando estreita correlação com outros 
parâmetros que avaliam a porcentagem de gordura 
corpórea, como as pregas cutâneas, a densitometria 
e a bioimpedância eletromagnética. 
Além da validação do IMC como bom marcador de 
adiposidade em crianças, o interesse pelo seu uso 
 
5 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
cresceu à medida que se notou que o IMC mensurado 
na infância pode ser preditivo em relação ao IMC na 
idade adulta. 
O cálculo do IMC deverá ser realizado a partir da 
aplicação da fórmula a seguir, após realizada a 
mensuração de peso e altura ou de comprimento da 
criança. As crianças menores de 2 anos deverão ser 
mensuradas deitadas em superfície lisa 
(comprimento) e as crianças maiores de 2 anos 
deverão ser mensuradas em pé (altura). A Caderneta 
de Saúde da Criança apresenta as tabelas de IMC 
calculadas e orienta as pessoas sobre o seu uso. 
 
 
As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte 
para a avaliação do crescimento da criança que 
podem ser avaliados a partir do registro dos dados 
antropométricos nas curvas disponíveis na Caderneta 
de Saúde da Criança e pelo Sistema de Vigilância 
Alimentar e Nutricional (Sisvan), do MS. 
 
 
 
A vigilância alimentar e nutricional pressupõe o 
monitoramento contínuo do estado nutricional 
e do consumo alimentar da população. Neste sentido, 
o Ministério da Saúde adota o Sistema 
de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), 
destinado a atender todas as fases da vida dos 
indivíduos, sejam crianças, adolescentes, adultos, 
idosos e gestantes. 
 
Condutas recomendadas para algumas situações 
de desvio no crescimento: 
Sobrepeso ou obesidade 
• Verifique a existência de erros alimentares, 
identifique a dieta da família e oriente a mãe ou o 
cuidador a administrar à criança uma alimentação 
mais adequada, de acordo com as recomendações 
para uma alimentação saudável para a criança (veja as 
orientações no capítulo 9, referente à alimentação 
saudável). 
Magreza ou peso baixo para a idade 
Para crianças menores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame. 
• Oriente a mãe sobre a alimentação complementar 
adequada para a idade (veja o capítulo 9, referente à 
alimentação saudável). 
• Se a criança não ganhar peso, solicite seu 
acompanhamento no Nasf, se tal possibilidade estiver 
disponível. 
• Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 
15 dias. 
Para crianças maiores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para a alimentação, para as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se 
tal possibilidade estiver disponível. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for 
necessário. 
• Oriente a família para que a criança realize nova 
consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
• Verifique as atividades de lazer das crianças, como o 
tempo em frente à televisão e ao videogame, 
estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar 
de bicicleta, praticar jogos com bola e outras 
brincadeiras que aumentem a atividade física. 
• Encaminhe a criança para o Nasf, se tal possibilidade 
estiver disponível. 
• Realize a avaliação clínica da criança. 
Magreza acentuada ou peso muito baixo para a 
idade 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame (especialmente para os menores de 
2 anos), a alimentação, as intercorrências infecciosas, 
os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se este 
estiver disponível. 
• Oriente a família para que a criança realize nova 
consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
 
Acompanhamento do desenvolv imento: 
O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a 
uma transformação complexa, contínua, dinâmica e 
progressiva, que inclui, além do crescimento, 
maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e 
sociais. 
Costuma-se falar em desenvolvimento de forma 
distinta entre desenvolvimento físico, cognitivo e 
psicossocial, como uma forma de facilitar o estudo 
do desenvolvimento humano. 
Mas cabe apontar que tais aspectos estão 
interligados e influenciam-se mutuamente durante a 
vida do indivíduo. 
Na estrutura fisiológica humana, o que é inato não é 
suficiente para produzir um indivíduo sem a 
participação do meio ambiente. Tudo em um ser 
 
6 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
humano (suas características, seus modos de agir, 
pensar, sentir, seus valores, etc.) depende da sua 
interação com o meio social em que vive. 
Portanto, o desenvolvimento da criança será sempre 
mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos 
profissionais de saúde, da educação, entre outros, 
que delimitam e atribuem significados à sua 
realidade. 
 
Acompanhamento e avaliação do 
desenvolvimento infantil: 
O acompanhamento do desenvolvimento da criança 
na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e 
a detecção precoce de alterações passíveis de 
modificação que possam repercutir em sua vida 
futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações 
educativas e de acompanhamento integral da saúde 
da criança. 
A criança deve atravessar cada estádio segundo uma 
sequência regular, ou seja, os estádios de 
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a 
criança não for estimulada ou motivada no devido 
momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu 
desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil 
se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se 
desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e 
os estímulos deles recebido. 
A identificação de problemas (tais como: atraso no 
desenvolvimento da fala, alterações relacionais, 
tendência ao isolamento social, dificuldade no 
aprendizado, agressividade, entre outros) é 
fundamental para o desenvolvimento e a intervenção 
precoce para o prognóstico dessas crianças. 
Portanto, são de relevância o diagnóstico e o 
acompanhamento do desenvolvimento das crianças, 
sendo que os principais protocolos preconizam a 
avaliação objetiva de habilidades motoras,de 
comunicação, de interação social e cognitivas nas 
consultas de supervisão de saúde. 
As avaliações do desenvolvimento infantil devem 
sempre levar em consideração as informações e 
opiniões dos pais e da escola sobre a criança 
(FLAVELL, 1996; OPAS, 2005) [D]. Recomenda-se 
procurar ouvir, informar e discutir assuntos que dizem 
respeito às habilidades desenvolvidas e à maneira 
como a criança as explora, relacionando-as aos riscos 
de lesões não intencionais e às medidas para a sua 
prevenção. 
O quadro, a seguir, descreve aspectos do 
desenvolvimento das crianças menores de 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
7 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
 
 
Orientações aos pais: 
Orientar em relação ao desenvolvimento das funções 
fisiológicas e comportamentais da criança, tais como: 
o choro 
o padrão de sono 
o controle de esfíncteres 
o sexualidade 
o disciplina 
 
O controle de esfíncteres: 
O controle esfincteriano é reconhecido como um 
marco do desenvolvimento infantil. 
Os métodos utilizados e a época do início do 
treinamento são variáveis, dependendo de cada 
cultura. No entanto, constata-se que o controle vem 
sendo postergado na maioria dos países. 
Observa-se também que o início precoce, sem 
respeitar a maturação da criança, aumenta o risco 
para o aparecimento de disfunções, como enurese, 
encoprese, constipação e recusa em ir ao banheiro. 
A maioria dos pais apresenta expectativas irreais 
relacionadas à idade ideal para treinamento, não 
levando em consideração o estágio do 
desenvolvimento e as habilidades necessárias para o 
controle dos esfíncteres. 
A idade ideal para iniciar o processo educativo varia 
de criança para criança: algumas entre 18 e 24 meses 
já mostram sinais de que estão prontas; outras não se 
mostram prontas antes dos dois anos e meio. 
Considera-se um início precoce o processo 
educativo realizado a partir de idade em torno dos 18 
meses. 
Por sua vez, é tido como um treinamento tardio o 
processo realizado após os 36 meses. O importante 
é identificar quando a criança está pronta para esta 
etapa e, então, auxiliá-la sem cobrança de resultados, 
isto é, sem estresse. 
O treinamento vai exigir muita paciência e 
determinação dos pais e de quem mais cuidar da 
criança. Para as crianças que estão na escola, é 
importante orientar os pais para que repitam em casa 
a mesma rotina escolar. 
 
Padrão de sono e dificuldades para dormir: 
Os recém-nascidos dormem tanto durante o dia 
quanto à noite, mas, depois de algumas semanas, o 
sono diurno começa a diminuir. 
Em torno dos 6 meses de vida, os bebês começam a 
ter padrões de sono, embora isso varie muito entre 
eles. 
A quantidade total de horas de sono de que os bebês 
precisam e o número de sonecas diurnas diminuem 
ao longo dos primeiros anos de vida, tendo uma 
média de 13 horas de sono por dia aos 2 anos de 
idade, com variações individuais. 
Bebês que não desenvolvem uma regularidade 
evidente de sono e vigília podem estar demonstrando 
algum problema, como uso de droga pela mãe 
durante a gravidez ou dano cerebral. 
As crianças que apresentam problemas de sono 
necessitam de uma história focalizada em 
comportamentos durante o sono e a vigília. Avaliam-
se questões como a idade de início do problema, em 
que circunstâncias ele ocorre, o prejuízo que causa à 
criança e a seus cuidadores, a persistência do 
problema e os fatores associados com a melhora e a 
piora dos sintomas. Também é útil avaliar as 
expectativas da família relacionadas com o sono, a 
história familiar de transtorno de sono e a descrição 
das práticas habituais de sono da família. Realiza-se 
um diário do sono, ou seja, uma descrição temporal 
do sono da criança em 24 horas, durante uma ou duas 
semanas, e compara-se o resultado com o esperado 
para a sua idade. É importante discutir com os pais as 
condutas e os manejos gerais diante desses 
transtornos: em primeiro lugar, ambos os pais devem 
estar de comum acordo em relação à rotina para a 
hora de dormir; caso contrário, a criança percebe a 
ambivalência. Uma rotina coerente é importante e 
permite o estabelecimento de um ciclo sono-vigília 
adequado. 
A rotina para um sono tranquilo deve ser estabelecida 
para as crianças o mais cedo possível. 
É importante que, ao anoitecer, o movimento da casa 
seja modificado. Menos barulho e menos iluminação 
são fundamentais para manter um ambiente mais 
sereno. Pode-se introduzir também o que chamamos 
de “ritual para uma boa noite de sono”, que deve ser 
ocorrer diariamente. 
Primeiro, a criança deve ser alimentada; em seguida, 
deve tomar um banho (esta ordem pode ser alterada 
de acordo com a própria rotina da família). Depois, ela 
é encaminhada para a sua cama. Neste momento, é 
importante que os pais expliquem para a criança (sem 
pressão, porém, às vezes, com firmeza) que chegou a 
hora de dormir. Os hábitos de contar uma história, 
ouvir uma música de suave melodia ou fazer uma 
massagem podem ajudar a criança a dormir mais 
relaxada. Devem ser evitados estímulos com 
televisão, computador ou luz acesa, o que pode 
reduzir a qualidade do sono da criança. 
 
Comportamento: 
A partir dos 2 anos, a criança desenvolve seu senso de 
identidade, reconhecendo-se como uma pessoa, 
atribuindo conceitos a si mesma. 
 
8 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
É um momento em que a criança começa a reivindicar 
maior autonomia, quando os pais devem ajudá-la a 
fixar os limites e, ao mesmo tempo, encontrar sua 
autonomia e ter maior independência. 
Ao encararem as expressões de vontade própria da 
criança como um esforço normal e saudável por 
independência, e não como teimosia, os pais e 
cuidadores podem ajudá-la a adquirir o autocontrole, 
contribuir para seu senso de competência e evitar 
conflitos excessivos. 
É importante apontar também que nessa idade as 
crianças aprendem muito pela observação, de forma 
que o exemplo dos pais torna-se uma fonte 
importante para a criança identificar comportamentos 
aceitáveis e inaceitáveis. 
Este é um momento em que a equipe de saúde pode 
contribuir, ajudando os pais a encontrar o equilíbrio 
entre a flexibilidade necessária para a exploração da 
autonomia e a colocação de limites claros e 
consistentes, também necessários para que a criança 
aprenda a se autocontrolar. 
 
Cadernos de atenção básica – saúde da criança: 
crescimento e desenvolvimento n°33. 
 
Aval iar o desenvolv imento da cr iança: 
Na primeira consulta de avaliação do 
desenvolvimento de uma criança de até 6 anos, é 
importante perguntar para a mãe ou para o 
acompanhante (cuidador primário) sobre fatos 
associados ao desenvolvimento, além de observar a 
criança na realização de comportamentos esperados 
para a sua faixa etária. Aproveite para observar a mãe 
e sua interação com a criança (vínculo mãe-criança), 
visto ser esta relação um importante fator de proteção 
para o desenvolvimento humano. 
Veja ainda os movimentos espontâneos da criança, se 
ela apresenta interesse por objetos próximos a ela, 
pelo ambiente em que se encontra. É importante 
também verificar os cuidados da mãe e/ou do pai ou 
do cuidador com a criança, considerando o estado de 
higiene e a atenção deles ao que ela está fazendo, 
para onde olha, e para o que deseja naquele 
momento. Serão observações prévias que podem 
auxiliar na avaliação. 
Faça perguntas associadas ao desenvolvimento da 
criança. 
Pergunte à mãe: 
o Quantas vezes você engravidou antes da 
gestação de sua criança? Todos seus filhos estão 
vivos? Caso contrário, o que aconteceu? 
o Que idade você tinha quando engravidou de sua 
criança? Como foi sua gestação? Quanto tempo 
durou? Você é portadora de alguma doença 
crônica (ex.: lupus)? 
o Como foi o parto da sua criança? 
o Quanto pesou sua criança ao nascer? 
o Ela apresentou algum problema logo após o 
nascimento? 
o Pergunte sobre os antecedentes da criança até o 
momento da consulta. 
o Você e o pai da criança tem laços consanguíneos? 
o Existe alguma pessoa com problema mental ou 
físico na família de vocês?o Sua criança mama ao seio? Até que idade 
mamou? 
o Como e com quem sua criança costuma brincar? 
o Onde e com quem ela fica a maior parte do dia? 
o Escolaridade materna, convivência familiar, 
adensamento familiar, violência doméstica, 
existência de usuários de drogas ou de álcool em 
convivência com criança. 
O QUE A SENHORA ACHA DO DESENVOLVIMENTO 
DA SUA CRIANÇA? 
A mãe é quem mais convive com a criança, portanto, 
é quem mais a observa. Comparando-a com outras 
crianças, na maioria das vezes, é ela quem primeiro 
percebe que seu filho ou filha não vai bem. Valorize a 
sua opinião e quando esta achar que a criança não vai 
bem, redobre sua atenção sobre os aspectos 
biológico e socioambientais que impactam no 
desenvolvimento da criança. 
Feita as perguntas para investigar os fatores de risco 
e a opinião da mãe e/ou do pai sobre o 
desenvolvimento do seu filho, verifique e observe a 
criança. 
 
Verifique o perímetro cefálico da criança 
(circunferência occiptofrontal): 
 
 
O perímetro cefálico deve ser medido 
independentemente da idade da criança. 
Verifique também se existem alterações fenotípicas, 
tais como: 
o Fenda palpebral oblíqua 
o Olhos afastados 
o Implantação baixa de orelhas 
o Lábio leporino 
o Fenda palatina 
o Pescoço curto e/ou largo 
o Prega palmar única 
o Quinto dedo da mão curto e recurvado 
Observar o desenvolvimento da criança: 
 
 
9 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pag 178 manual AIDPI criança 
 
Crescimento: 
VERIFICAR o crescimento da criança. 
O estado nutricional é um excelente indicador da 
saúde global da criança. O acompanhamento de seu 
crescimento e do ganho de peso permite avaliar se a 
criança está se desenvolvendo plenamente. Portanto, 
monitorar o crescimento de uma criança significa 
promover e proteger sua saúde. O propósito é 
determinar se uma criança está crescendo 
adequadamente ou se tem um problema de 
crescimento, ou se apresenta tendência a um 
problema de crescimento e como abordá-lo. 
Cada vez que uma criança visita uma unidade de 
saúde deve ser pesada, ter seu comprimento ou altura 
avaliada e as medidas devem ser registradas na 
Caderneta de Saúde da Criança. 
AVALIAR O CRESCIMENTO IMPLICA: 
1) Calcular a idade da criança em meses. 
2) Coletar medidas antropométricas com 
metodologia padronizada. 
3) Marcar essas medidas nas curvas de crescimento. 
4) Verificar se os valores encontrados estão dentro 
dos limites (pontos de corte – linhas vermelhas, na 
Caderneta de Saúde da Criança) estabelecidos como 
adequados. Os pontos de corte correspondem aos 
limites que separam as crianças que estão saudáveis 
daquelas que não estão. 
5) Unir o ponto encontrado ao ponto anteriormente 
registrado com uma linha contínua. A união de vários 
pontos forma a linha de crescimento, também 
chamada CURVA de CRESCIMENTO, que sinaliza se a 
criança está crescendo adequadamente ou não. 
Dar o diagnóstico antropométrico, que consiste em: 
„ „ Interpretar os pontos registrados para os 
indicadores de crescimento, e identificar um 
crescimento adequado e problemas de crescimento, 
comparando essas medidas com curvas de referência 
apropriadas. 
„ „ Interpretar a tendência das curvas e determinar se 
a criança: 
• Está crescendo adequadamente. 
• Tem um problema de crescimento. 
• Está em risco de ter um problema de 
crescimento. 
 
 
 
10 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
Manual AIDPI criança 
 
O2. Identif icar os pr incipais fatores que alteram 
a evolução normal da cr iança. (desenvolv imento) 
A interação da criança com os membros de sua família 
e com a sua rede social de proteção assegura a sua 
sobrevivência e a sua relação com o mundo, 
contribuindo para o seu desenvolvimento 
psicossocial. Na sua relação com os adultos, ela 
assimila habilidades que foram construídas pela 
história social ao longo do tempo, tais como as 
habilidades de sentar, andar, falar, controlar os 
esfíncteres etc. 
Durante os dois primeiros anos, um aspecto 
importantíssimo do seu desenvolvimento é o 
desenvolvimento afetivo, caracterizado no apego, 
que é o vínculo afetivo básico. 
A criança estabelece o vínculo com as pessoas que 
interagem com ela de forma privilegiada, com 
características de condutas, representações mentais e 
sentimentos. 
Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e 
estilos paternos têm efeitos sobre diferentes aspectos 
do desenvolvimento social e das personalidades das 
crianças: autoestima, desenvolvimento moral, 
conduta pró-social, autocontrole etc. Além da família, 
não podemos nos esquecer da escola, que se 
transforma rapidamente em um importante contexto 
de socialização, que se encarrega, principalmente, da 
transmissão do saber organizado, que é o produto do 
desenvolvimento cultural. 
DISTÚRBIOS NO DESENVOLVIMENTO: 
Os fatores de risco para problemas de 
desenvolvimento podem ser classificados em 
genéticos (por exemplo: síndrome de Down), 
biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia 
neonatal, meningites) e/ou ambientais (fatores 
familiares, de ambiente físico, fatores sociais). 
No entanto, a maior parte dos traços de 
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial 
e representa a interação entre a herança genética e os 
fatores ambientais. 
O baixo peso ao nascer e a prematuridade são 
eventos que aumentam o risco da criança para 
alterações globais em seu desenvolvimento (tais 
como: distúrbios de linguagem, de motricidade, de 
aprendizagem e atraso neuropsicomotor), podendo, 
contudo, evoluir durante os primeiros dois anos de 
vida para padrões de normalidade na maioria dos 
casos. No entanto, as maiores taxas de deficiência 
ocorrem nas menores faixas de peso e idade 
gestacional, tendo correlação com a incidência de 
complicações no período neonatal. 
A manifestação de dificuldades no desenvolvimento é 
muito variável e pode ser de ordem mental, física, 
auditiva, visual ou relacional. 
O déficit mental caracteriza-se por um estado de 
redução notável do funcionamento intelectual 
significativamente inferior à média, que se inicia 
durante o período de desenvolvimento da criança e 
está associado a limitações em pelo menos dois 
aspectos do funcionamento adaptativo: 
comunicação, cuidados pessoais, atividades de vida 
diária, habilidades sociais, utilização dos recursos 
comunitários, autonomia, aptidões escolares, lazer e 
trabalho. A hipóxia perinatal e as infecções congênitas 
são as condições mais prevalentes que levam as 
crianças a apresentar déficit mental. 
Os distúrbios com predomínio motor (como, por 
exemplo, a paralisia cerebral) costumam ser 
diagnosticados mais facilmente do que os de 
linguagem ou os cognitivos. No entanto, estes últimos 
têm maior correlação com o progresso do 
desenvolvimento do que as alterações na evolução do 
comportamento motor. Embora as deficiências 
graves possam ser reconhecidas ainda na infância, 
distúrbios de linguagem, hiperatividade e transtornos 
emocionais não são facilmente diagnosticados antes 
dos três ou quatro anos de idade. Da mesma forma, 
distúrbios de aprendizagem raramente são 
identificados antes do ingresso da criança na escola. 
Os distúrbios do desenvolvimento de predomínio 
relacional caracterizam-se por distúrbios na interação 
social e na comunicação. Uma parte de tais crianças 
apresenta déficits cognitivos, sendo o autismo a 
doença mais grave deste amplo espectro de 
entidades. 
O tratamento de uma criança com distúrbio do 
desenvolvimento poderá ser individualizado ou ser 
feito em grupo e depende muito de sua 
complexidade. O adequado manejo poderá variar, 
podendo ser feito mediante orientações aos pais 
sobre a importância da relação entre o 
desenvolvimento da criança e a maneira como eles 
lidam com isso. De igual forma, pode ocorrer por 
intermédio da interação dos pais com a criança nos 
casos de falta de estímulo. Também pode haver a 
necessidade de exames complementares e 
tratamento imediato de doenças associadas, como a 
toxoplasmose ou o hipotireoidismocongênito. O 
tratamento funcional deve ser instituído a todos os 
casos independentemente da etiologia. Inúmeras 
experiências demonstram que a estimulação nos 
primeiros anos de vida, para crianças com atraso no 
desenvolvimento já estabelecido ou naquelas com 
risco de atraso, melhora seu desempenho, devendo, 
portanto, seu início ser incentivado o mais 
precocemente possível. 
 
Cadernos de atenção básica – saúde da criança: 
crescimento e desenvolvimento n°33. 
 
O3. Definir conceito, causas e clín ica da 
hidrocefal ia na cr iança. 
Hidrocefal ia: 
A hidrocefalia é um acúmulo de líquido excedente 
nos espaços normais dentro do cérebro (ventrículos) 
e/ou entre as camadas de tecido interna e média que 
recobrem o cérebro (o espaço subaracnóideo). Esse 
 
11 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
líquido excedente normalmente causa um aumento 
do crânio e problemas de desenvolvimento. 
• A hidrocefalia ocorre quando o líquido dos 
espaços normais do cérebro (ventrículos) não 
pode ser drenado. 
• O líquido pode se acumular por muitos motivos, 
como um defeito congênito, hemorragia no 
cérebro ou tumores cerebrais. 
• Os sintomas típicos incluem cabeça 
excepcionalmente grande e desenvolvimento 
anormal. 
• O diagnóstico toma por base o resultado de uma 
tomografia computadorizada (TC), uma 
ultrassonografia ou ressonância magnética (RM). 
• É necessário realizar uma cirurgia para inserir um 
dreno (derivação) no cérebro ou criar uma 
abertura que permita a drenagem do líquido. 
O líquido que envolve o cérebro (líquido 
cefalorraquidiano) é produzido nos espaços 
existentes dentro do cérebro chamados ventrículos. 
O líquido é continuamente produzido e precisa ser 
drenado para uma área diferente, onde é absorvido 
pelo sangue. Quando o líquido não consegue ser 
drenado, ele se acumula nos ventrículos e/ou no 
espaço subaracnóideo, causando a hidrocefalia (água 
no cérebro). A pressão nos ventrículos e dentro do 
cérebro costuma aumentar, o que comprime o tecido 
cerebral. 
Existem muitos quadros clínicos, como um defeito 
congênito, hemorragia no cérebro (que costuma estar 
associada à prematuridade) ou tumores cerebrais, 
que podem bloquear a drenagem e causar a 
hidrocefalia. Hidrocefalia também pode ser causada 
por certos defeitos gênicos. 
O bebê pode nascer com hidrocefalia ou ela pode 
ocorrer durante o parto ou após o nascimento. 
Sintomas: 
Uma cabeça excepcionalmente grande pode ser um 
sintoma de hidrocefalia. Quando ocorre um aumento 
da pressão no cérebro, o bebê apresenta 
irritabilidade e letargia, tem um choro agudo e 
vômitos e pode ter convulsões. Além disso, as áreas 
moles entre os ossos do crânio (chamadas de 
fontanelas ou moleiras) podem ficar salientes, o que 
causa uma protuberância macia na cabeça. É possível 
que o movimento dos olhos não seja sincronizado, o 
que às vezes pode dar a impressão de que os olhos 
da criança são vesgos (um quadro clínico 
denominado estrabismo). 
As crianças mais velhas podem ter dor de cabeça, 
problemas de visão, ou ambos. 
O bebê não se desenvolve normalmente se a 
hidrocefalia não for tratada. Algumas crianças, 
especialmente aquelas que desenvolvem a 
hidrocefalia no início da gestação, apresentam 
deficiência intelectual ou têm dificuldades de 
aprendizagem. Algumas crianças apresentam perda 
da visão. Outras crianças desenvolvem uma 
inteligência normal. 
Diagnóstico: 
 
 
• Antes do nascimento, ultrassonografia pré-natal 
• Após o nascimento, uma tomografia 
computadorizada, ressonância magnética ou 
ultrassonografia do crânio 
 
Antes do nascimento, a hidrocefalia costuma ser 
detectada durante uma ultrassonografia pré-natal de 
rotina. 
Após o nascimento, os médicos suspeitam do 
diagnóstico no recém-nascido tomando por base os 
sintomas observados durante um exame físico de 
rotina. Depois disso, o médico realiza uma 
ultrassonografia do crânio para confirmar o 
diagnóstico de hidrocefalia. 
Para confirmar o diagnóstico em bebês mais velhos e 
crianças, o médico realiza uma tomografia 
computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) 
ou ultrassonografia do crânio. 
Assim que o diagnóstico tiver sido feito, todas as 
crianças realizam uma TC ou uma ultrassonografia 
para monitorar a hidrocefalia e determinar se ela está 
piorando. 
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-
infantil/defeitos-cong%C3%AAnitos-do-
c%C3%A9rebro-e-da-medula-espinhal/hidrocefalia 
 
Quais as causas e sintomas da hidrocefal ia? 
O cérebro produz constantemente um líquido (mais 
precisamente líquido cefalorraquidiano, ou líquor), 
que tem a função de proteger o encéfalo e a medula 
de danos, remover resíduos do metabolismo cerebral 
e fornecer ao cérebro hormônios necessários para seu 
funcionamento adequado. 
A hidrocefalia é uma doença na qual ocorre um 
aumento da quantidade de líquor no cérebro, que, 
quando em excesso, aumenta a pressão dentro do 
crânio, podendo causar danos importantes ao órgão. 
O líquor é produzido no interior do cérebro e circula 
por uma série de “espaços” chamados ventrículos, até 
ser reabsorvido na sua parte mais externa. 
Pode ocorrer o surgimento da hidrocefalia se: 
• o líquor for produzido em excesso; 
• existir um bloqueio no caminho do líquor até o 
local onde ele será reabsorvido na parte mais 
externa do cérebro, ou; 
• se existir algum problema na reabsorção do 
líquor; 
Existem três tipos principais de hidrocefalia: 
1 – Hidrocefalia congênita: está presente no 
nascimento. Estima-se que cerca de 1 a cada 1000 
bebês nascem com este problema. Pode estar 
associada a outros problemas congênitos, como a 
espinha bífida ou pode resultar de uma infecção 
materna durante a gestação, como rubéola, sífilis, 
citomegalovírus, toxoplasmose, entre outros. 
A causa mais comum é um bloqueio na circulação do 
líquor. Os bebês que nascem com hidrocefalia 
freqüentemente têm características físicas peculiares, 
como por exemplo: 
 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/defeitos-cong%C3%AAnitos-do-c%C3%A9rebro-e-da-medula-espinhal/hidrocefalia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/defeitos-cong%C3%AAnitos-do-c%C3%A9rebro-e-da-medula-espinhal/hidrocefalia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/defeitos-cong%C3%AAnitos-do-c%C3%A9rebro-e-da-medula-espinhal/hidrocefalia
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/defeitos-cong%C3%AAnitos-do-c%C3%A9rebro-e-da-medula-espinhal/hidrocefalia
 
12 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
• a cabeça pode parecer maior que o normal 
• a pele da cabeça pode parecer mais “fina” e 
brilhante que o normal, com veias bem aparentes. 
• as fontanelas ( ou “moleiras”) podem estar mais 
tensas. 
• o bebê pode parecer que está sempre olhando 
para baixo (o chamado “olhar de sol poente”) 
Além dos sinais físicos, a criança também pode 
apresentar alguns sintomas, como: 
• dificuldade de alimentação 
• irritabilidade 
• sonolência 
• vômitos 
Também podem ocorrer atrasos em algumas fases do 
desenvolvimento do bebê (ex: engatinhar, sentar). 
2- Hidrocefalia adquirida: ocorre após o 
nascimento. Geralmente se desenvolve após um 
grande trauma na cabeça ou como conseqüência de 
uma doença subjacente, como acidente vascular 
cerebral (AVC, “derrame”) ou tumor cerebral. Os 
sintomas incluem: 
• dor de cabeça 
• náuseas e vômitos 
• perda do apetite 
• irritabilidade 
• sonolência 
• alterações de personalidade 
• desorientação 
• problemas visuais, como visão borrada 
• convulsões 
• dificuldade para caminhar 
• incontinência (geralmente urinária) 
3 – Hidrocefalia de pressão normal: geralmente só 
ocorre em pessoas de mais idade, acima dos 50 anos. 
É uma doença mais rara e pouco compreendida. Pode 
ocorrer após um traumatismo craniano, infecção ou 
AVC, mas na maior parte dos casos a causa é 
desconhecida. Diferentemente dos outros tipos de 
hidrocefalia, neste caso os sintomas se desenvolvem 
lentamente, ao longode muitos meses ou anos. 
Geralmente o primeiro sintoma de hidrocefalia de 
pressão normal é uma dificuldade progressiva para 
caminhar, especialmente para dar o primeiro passo. A 
seguir podem ocorrer crises de incontinência urinária 
e uma progressiva lentidão do pensamento (lentidão 
para responder a perguntas, reagir a determinadas 
situações ou processar informações). 
 
https://aps.bvs.br/aps/quais-as-causas-e-sintomas-
da-hidrocefalia/ 
 
O4. Conceituar nanismo e identif icar suas 
causas. 
 
Nanismo: 
Nanismo é um transtorno que se caracteriza pela 
deficiência no crescimento, resultando numa pessoa 
com baixa estatura, se comparada com a média da 
população de mesma idade e sexo. 
Manifesta-se, principalmente, a partir dos dois anos 
de idade, impedindo o crescimento e o 
desenvolvimento durante a infância e a adolescência. 
Causas: 
Mais de 200 condições diferentes podem causar 
alterações no ritmo do crescimento. Uma das mais 
frequentes é o nanismo, que pode ser classificado em 
duas categorias distintas: 
– Nanismo hipofisário ou pituitário: causado por 
distúrbios metabólicos e hormonais, em especial pela 
deficiência na produção do hormônio do crescimento 
ou por resistência do organismo à ação desse 
hormônio. É conhecido, também, por nanismo 
proporcional, porque o tamanho dos órgãos mantém 
a proporcionalidade entre si e com a altura do 
indivíduo. 
– Acondroplasia: considerada uma doença rara, o tipo 
mais comum de nanismo desproporcional é uma 
síndrome genética que impede o crescimento normal 
dos ossos longos (fêmur e úmero, especialmente), 
porque acelera o processo de ossificação das 
cartilagens formadoras de ossos. Isso faz com que as 
diferentes partes do corpo cresçam de maneira 
desigual. 
Características: 
Baixa estatura e algum atraso no desenvolvimento 
sexual são dos poucos sinais que as pessoas afetadas 
pelo nanismo hipofisário proporcional costumam 
apresentar. 
Nos indivíduos com acondroplasia, os sintomas 
típicos são: 
– baixa estatura; 
– pernas e braços curtos, especialmente se 
comparados com o tamanho normal do tronco; 
– cabeça grande (macrocefalia), com testa 
proeminente e achatamento na parte de cima do 
nariz; 
– dedos curtos e grossos; 
– mãos pequenas; 
– pés planos, pequenos e largos; 
– arqueamento das pernas; 
– mobilidade comprometida na articulação do 
cotovelo; 
– cifose e lordose (problemas de curvatura na coluna 
vertebral) acentuadas; 
– deslocamento da mandíbula para a frente; 
– desalinhamento dos dentes; 
– demora para começar a caminhar, o que pode 
ocorrer entre os 18 e os 24 meses de idade. 
 
Os homens adultos chegam a uma altura máxima de 
1,45 metro e as mulheres não alcançam 1,40 metro, 
em média. Pessoas com algum tipo de nanismo 
podem ter uma ligeira redução na esperança média 
de vida, em comparação com a população geral, 
potencialmente devido a doenças cardiovasculares. 
Esses sinais podem aparecer em níveis e graus 
diferentes nas pessoas que têm o transtorno. 
 
https://bvsms.saude.gov.br/nanismo/ 
 
https://aps.bvs.br/aps/quais-as-causas-e-sintomas-da-hidrocefalia/
https://aps.bvs.br/aps/quais-as-causas-e-sintomas-da-hidrocefalia/
https://bvsms.saude.gov.br/nanismo/
 
13 Laís Flauzino | TUTORIA | 4°P MEDICINA 
Crescimento alterado: 
O crescimento de uma criança depende de fatores 
intrínsecos e extrínsecos e pode ser dividido em duas 
fases distintas: a pré-natal e a pós-natal. Durante o 
crescimento pré-natal, fatores associados à saúde 
materna e à placenta constituem os fatores 
extrínsecos ao feto. A carga genética e a integridade 
do sistema endócrino são os fatores intrínsecos. No 
período pós-natal, os fatores extrínsecos são: o 
acesso a nutrientes, o ambiente psicossocial e o 
acesso a medidas preventivas de saúde. Os aspectos 
intrínsecos são semelhantes aos do período pré-natal, 
sendo que, nessa fase, o crescimento depende do 
hormônio do crescimento (GH). 
 
Condições intrínsecas à criança necessárias para o 
crescimento 
A carga genética individual de cada criança tem dois 
aspectos importantes. O primeiro é que não haja 
anomalias estruturais ou numéricas ou mutações 
capazes de influenciar a integridade dos sistemas 
necessários para um crescimento normal. O segundo 
aspecto genético importante é o histórico familiar, 
que pode ser avaliado pela simples observação da 
altura dos pais e dos avós. Por meio da altura dos pais, 
sendo eles não portadores de doenças que tenham 
afetado o seu crescimento, é possível calcular o “alvo 
genético” (Tabela 1). Por ser um cálculo estatístico, o 
objetivo é orientar sobre o potencial de estatura 
adulta, mas não representa uma previsão de estatura 
a ser alcançada individualmente. É sempre 
importante lembrar que 10% dos filhos saudáveis de 
um casal podem apresentar uma altura adulta acima 
ou abaixo do alvo genético. 
 
 
Hormônios e fatores necessários para o 
crescimento 
O principal fator de crescimento, tanto no período 
pré-natal como no período pós-natal, é a IGF-I, que 
age na epífise de crescimento. No período pós-natal, 
a IGF-I, sob a regulação direta do GH, é produzida no 
fígado e liberada na circulação e também produzida 
diretamente na epífise óssea. O GH, que é produzido 
na hipófise, também tem ação direta na placa de 
crescimento. Enquanto a IGF-I estimula expansão e a 
hipertrofia, o GH estimula a diferenciação celular. Os 
hormônios tireoidianos estimulam a produção e a 
secreção de GH e estimulam a síntese de IGF-I GH-
dependente. Além disso, os hormônios tireoidianos 
têm um efeito direto na placa de crescimento, 
estimulando a diferenciação terminal dos condrócitos 
e a atividade dos osteoclastos. Os glicocorticoides 
apresentam um efeito agudo de estimu-ar o 
crescimento, mas uma exposição crônica a níveis 
elevados de glicocorticoides causa uma diminuição 
da síntese e da sensibilidade ao GH e, 
consequentemente, diminui a síntese de IGF-I e a 
proliferação celular, comprometendo o crescimento. 
Os esteroides sexuais (androgênios e estrogênios) 
apresentam receptores específicos na placa de 
crescimento, além de estimularem a síntese de GH. O 
fechamento das epífises de crescimento é um efeito 
direto dos estrogênios. 
 
Baixa estatura 
A grande maioria das causas de baixa estatura 
durante o crescimento é de origem familiar. A 
fisiopatologia da baixa estatura pode envolver 
diversos mecanismos isolados (Tabela 5) ou a 
associação entre eles. A divisão de causas de baixa 
estatura entre baixa estatura idiopática, com suas 
variantes da normalidade, e causas patológicas 
parece bastante didática (Tabela 6). 
 
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Pediatria, S.B. (2017), Tratado de Pediatria, 
Volume 1, 4th edição, Editora Manole, [Inserir 
cidade de publicação]. Disponível em: Minha 
Biblioteca.

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