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1 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV 2M3 – Anti-Hipertensivos: Propriedades Farmacológicas, Tratamento E Contraindicações Na Gestante CRITÉR IOS/CONCEITOS: A hipertensão arterial: complica cerca de 5% a 10%de todas as gestações. A gestação pode agravar a hipertensão existente antes da gravidez (hipertensão arterial crônica), bem como induzi-la em mulheres normotensas (hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia) Entre os tipos de hipertensão diagnosticados na gestação merecem destaque as suas manifestações específicas: o Pre-eclampsia: que ocorre como forma isolada ou associada a hipertensão arterial crônica o Hipertensão gestacional o Segundo a literatura: PE, isolada ou superposta à hipertensãoarterial crônica, é o tipo de hipertensão que determina os piores resultados maternos e perinatais. OBJETIVOS DO TRATAMENTO: o Proteger a mãe dos riscos agudos ou das lesões irreversíveis durante ou imediatamente após a gestação. o Recém-nascido saudável. o É necessário contrapor o resultado materno a curto prazo e possíveis consequências a longo prazo da exposição intra-uterina às drogas, ou da agressão hemodinâmica sobre o desenvolvimento e crescimento fetal e durante a infância. Obs: comorbidades como diabete, disfunção de órgão alvo e causas secundárias da hipertensão podem interagir com a hipertensão materna e alterar as estratégias do seu controle, este conceito não se aplica a maioria das gravidas hipertensas. TRATAMENTO HAS GERAL: Medidas não farmacológicas Medidas farmacológicas Estadiamento 1: monoterapia Estadiamento 2 ou 3: associação ALVOS DOS ANTI-HIPERTENSIVOS: o Sistema nervoso autônomo simpático – drogas simpatolíticas: metildopa, reserpina e clonidina. o Sistema cardiovascular – betabloqueadores, alfa bloqueadores (mais usado na urologia), diuréticos (de alça, tiazídicos, poupadores de potássio e os osmóticos) o Sistema renina angiotensina aldosterona – inibidores da ECA, antagonistas/bloqueadores AT1, antagonistas dos receptores de renina. DIU – diuréticos – mulheres idosas – incontinência urinaria IECA – atenção com negros e hispânicos. BRA – bloqueador de receptor de angiotensina. BB – Betabloqueador – causa disfunção erétil Por que tratar? o Controle dos níveis pressóricos o Preservar a função ventricular o Prevenção de lesões de O.A o Reduzir a morbidade e mortalidade CLASSIF ICAÇÃO: Mecanismo de ação diversos: ESCOLHA DOS FÁRMACOS: Critérios importantes, escolha e acompanhamento: 2 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV EFE ITOS ADVERSOS GERAIS : IECA – bom e barato, mas com atividade renal diminuída não é bom. Em gestantes não é indicado. BRAs: efeito adverso: hipotensão hipostática Alisquireno – Betabloqueadores – atenção para pacientes com frequencia cardíaca mais baixa Antagonistas dos canais de cálcio – Diuréticos – Antiadrenérgicos – NA GESTANTE: Metildopa – um dos melhores que tem e ainda é considerado classe B. É consenso que bloqueadores ganglionares, propranolol, diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina, antagonistas de receptor de angiotensina II – são classificação de risco D – devem ser evitados, pelos efeitos colaterais indesejáveis, tanto maternos como fetais. Considerações: o Agentes simpatolíticos (agonistas alfa2- adrenérgico) o Metildopa (risco B) o A diminuição do tônus simpático reduz a resistência vascular sistêmica, associada a pequena diminuição do débito cardíaco. o O controle da pressão é gradual, em cerca de 6 a 8 horas, devido ao seu mecanismo indireto de ação. o A clonidina, um alfa 2-agonista seletivo age de modo semelhante. METILDOPA: o Os efeitos adversos devido sua ação α 2-agonista central ou pela diminuição do tônus simpático periférico, o Redução do estado de alerta mental, o Prejuízo no sono **** o Sensação de cansaço ou depressão o Relatos de xerostomia o Ela pode prejudicar a condução cardíaca em pacientes susceptíveis, induzir hiperprolactinemia e sinais de Parkinson. o Estima-se que aproximadamente 5% dos pacientes terão aumento da concentração de enzimas hepáticas o Na gestação é a única droga anti-hipertensiva cujos estudos avaliaram o desenvolvimento a logo prazo de crianças submetidas ao seu efeito intra- útero. o Permanece como a droga de escolha para o controle da pressão arterial fora do estado emergencial, uma vez que nenhuma nova droga mostrou maior eficácia ou melhor tolerância. o Ela possui história de segurança clínica, apoiada por estudos prospectivos e a longo prazo Tratamento com metildopa diminui a incidência de crise hipertensiva, sendo bem tolerado pela mãe sem apresentar qualquer efeito adverso na hemodinâmica placentária e fetal ou sobre o bem estar fetal. Clonidina: Evitada no início da gestação. Embriopatia? o Único anti-hipertensivo classificado como risco B pelo FDA. o O tratamento consiste na administração inicial de 750mg/dia até o máximo de 3.000mg/dia. o Duas ou três tomadas. o A dosagem total deve ser suficiente para manter a pressão diastólica abaixo de 110mmHg. ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES B-ADRENÉRG ICOS: o Existem evidências de segurança dos antagonistas β-adrenérgicos são úteis e seguros no tratamento da hipertensão arterial crônica durante a gestação. o Destaque para o labetalol: uma combinação de alfa e beta-bloquedor. o OBS: o uso prolongado de algumas dessas drogas (atenolol, labetalol) está associado com 3 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV restrição do crescimento intra-uterino, trabalho de parto prematuro e apnéia neonatal. o β bloqueadores parecem ser mais efetivos que a metildopa na prevenção de HIPERTENSÃO GRAVE, entretanto, não está claro que vantagens ou desvantagens maternas e perinatais estão associados aos β-bloqueadores quando comparados à metildopa. o Comparado a outros anti-hipertensivos, os β- bloqueadores estão associados com menor risco de crianças com baixo peso ao nascer. o Os β-bloqueadores podem diminuir a incidência de proteinúria e também de PE sobreposta à hipertensão arterial crônica. Efeitos adverso mais relevantes: o Cansaço e letargia o Intolerância ao exercício devido principalmente aos efeitos β2 nos vasos da musculatura esquelética. o Vasoconstrição periférica secundária à redução do débito cardíaco o Distúrbios do sono com uso de drogas mais lipossolíuveis o Constrição brônquica. ➢ Labetalol: β-bloqueador mais usado e prescrito na gravidez nos EUA. ➢ Administrado via parenteral na emergência hipertensiva, principalmente quando ocorre a superposição de PE. ➢ Administrado oralmente na hipertensão crônica com aparente segurança. ➢ Efetivo como a metildopa, embora em altas doses pode causar hipoglicemia neonatal. ➢ No Brasil não se dispõe do labetalol e a maioria dos serviços de assistência pré-natal utilizam o pindolol na dose de 10mg a 30mg/dia, fracionada em duas tomadas. ➢ Antagonistas β-adrenérgicos de ação periférica: segunda linha em adultos fora da gestação, com indicação precisa na gestação para o controle da hipertensão decorrente do feocromocitoma. ➢ Feocromocitoma: prazosin e fenoxibenzamina associados com β-bloqueadores. Betabloqueadores: Alguns são usados nos EUA, mas não estão disponíveis no Brasil. Drogas tocoliticas – relaxamento de musculatura uterina por isso é usado na gestação também. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO: Parecem promissores, mas em ratos mostraram teratogênicas quando 30x a dose normal. o Parecem promissores no tratamento da hipertensão. Estudos em ratas: nifedipina é teratogênica, quando administrada em dose equivalente a 30 vezes o máximo recomendado para a dose humana... o Humanos: não foram relatados efeitos adversos ao feto, alteração no fluxo útero-placentário ou na resistência placentária. Nifedipina: o Não alterasignificativamente a frequência cardíaca fetal em fetos normais ou mesmo com restrição de crescimento intrauterino. o Quando comparada com a metildopa: efeito anti- hipertensivo similar, mas sem prolongar o tempo de gestação ou melhora do prognóstico fetal. A dose diária máxima de 120mg, fracionada em três ou quatro tomadas. O uso concomitante com sulfato de magnésio deve ser evitado, pois pode potencializar o efeito anti- hipertensivo e o bloqueio neuromuscular do magnésio. A administração pela via sublingual é contra-indicada por determinar resposta hipotensora imprevisível, excessiva ativação autonômica e isquemia aguda do miocárdio. MODULADORES DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA ALDOSTERONA: o A ECA possui muitos substratos e a sua inibição induz efeitos adversos não relacionados aos níveis de angiotensina II. o Os IECAs aumentam os níveis de bradicinina, que estimula a biossíntese de prostaglandina. o A bradicinina e/ou prostaglandina podem contribuir para os efeitos farmacológicos dos IECAs. IECAs: o Contraindicados em qualquer período da gravidez. o Relacionados: o Diminuição do fluxo sanguíneo placentário com consequente oligoâmnio. o Restrição do crescimento intrauterino. o Falência renal. o Malformações cardiovasculares, craniofacial e de membros. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: o Interações farmacocinéticas – prejuízo de absorção, competição enzimática, excreção prejudicada. o Interações farmacodinâmicas – várias drogas antagonistas. o Interações clínicas – resultado – é o mais importante para o médico. o Antagonismo clínico – metformina e diuréticos – uma abaixa e a outra aumenta a glicemia. o Sinergismo de ação farmacológica o Sinergismo de efeito adverso DIRETR IZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO • A escolha do medicamento anti-hipertensivo • Uso de IECA, BRA e inibidor direto de renina é contraindicado na gestação (GR: I; NE: B) • Atenolol e prazosin devem ser evitados (GR: IIa; NE: B) No Brasil, os medicamentos orais disponíveis e usualmente empregados são: • Metildopa, BB (exceto atenolol), hidralazina e BCC (nifedipino, anlodipino e verapamil). 4 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA UniRV • O atenolol está associado com redução do crescimento fetal e a prazosina pode causar natimortalidade. • Na PE, a prescrição de DIU é geralmente evitada; os tiazídicos, porém, podem ser continuados em gestantes com HA crônica (HAC), desde que não promovam depleção de volume.
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