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RESUMO PATOLOGIA EPITELIAL (MAIS IMPORTANTES) PAPILOMA ESCAMOSO O QUE É? - É a proliferação benigna do epitélio pavimentoso estratificado induzido pelo HPV resultando em uma lesão papilar ou verruciforme. - Taxa de virulência e infectividade são baixas. Diagnóstico Diferencial: Verruga vulgar, condiloma acuminado, xantoma verruciforme, hiperplasia multifocal. Está associada com síndrome de Down, de Gorlin e o HPV 6 e 11 CLÍNICO: - Predileção pelo sexo masculino; - Predominantemente em crianças; - Diagnóstico em pessoas de 30 a 50 anos; - Palato, língua, lábios, mas qualquer área da superfície oral pode ser afetada; - Muito comum em palato mole; - É um nódulo exofítico de consistência amolecida; - Assintomático; - Normalmente Pediculado, com numerosas projeções que se assemelha a uma couve flor ou verruga; - A coloração varia da mucosa normal ao branco ou vermelho (depende da quantidade de queratinização na superfície epitelial) - Normalmete solitário; - Geralmente menos de 1cm de diâmetro, mas pode atingir 2 ou 3cm. HISTOPATOLÓGICO: - Proliferação no epitélio pavimentoso estratificado queratinizado - As projeções são de tecido conjuntivo fibrovascular; - Os centros de t.c. podem exibir alterações inflamatórias; - Em lesões brancas a camada de ceratina é espessa - Demonstra hiperplasia da camada basal e atividade mitótica; - Coilócitos (células claras alteradas pelo vírus picnótico – pequeno e escuro – circundado por um halo claro – vistos na camada espinhosa alta. TRATAMENTO: - Excisão cirúrgica conservadora, incluindo uma pequena porção do epitélio normal da base. PROGNÓSTICO: - Recidiva é improvável. VERRUGA VULGAR O QUE É? - É uma hiperplasia benigna e focal do epitélio do epitélio pavimentoso estratificado induzido pelo HPV tipo 2 em maior frequência; - É contagiosa, pode se espalhar por outras partes do corpo como pele e mucosa. Diagnóstico Diferencial: queratose seborreica, queratose actínica, carcinoma epidermóide. - As lesões orais ocorrem com grande frequência em pacientes imunocomprometidos ou imunodeprimidos. CLÍNICO: - Frequentemente em crianças; - Desenvolve até a meia idade; - Sítio mais envolvido: pele e mãos; - Mucosa oral: são encontrados na borda; - Pode ser em forma de pápula ou nódulo; - Assintomático; - Projeções papilares ou superfície áspera irregular; - Pode ser pediculado o séssil; - Coloração: róseas, amarelas ou brancas; - Lesões orais são sempre brancas; - Aumenta rapidamente de tamanho; - Lesões múltiplas ou agrupadas; - Devido o acumulo de queratina a superfície se tora áspera – conhecido como corno cutâneo ou como corno de queratina. HISTOPATOLÓGICO: - Proliferação do epitélio pavimentoso estratificado queratinizado hiperplásico, arrumado em projeções pontudas em forma de dedo, com núcleos de tecido conjuntivo; - Infiltrado de células inflamatórias crônica no tecido conjuntivo; - Cristas retas e alongadas – efeito TAÇA; - Hipergranulose; - Abundância de coilocitos: célilas epiteliais alteradas pela HPV (núcleo pinocito e halo claro) visto na camada espinhosa. TRATAMENTO: - Excisão cirúrgica conservadora; - Crioterapia - Eletrocirurgia PROGNÓSTICO: - Pode haver recorrência e regressão espontânea também pode ocorrer. CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGA VENÉREA) O QUE É? - É uma proliferação do epitélio pavimentoso estratificado induzido por HPV (2, 6, 11, 53 e 54) da região anogenical, boca e laringe. - É uma DST comum; - Quando em crianças pode ser indicado abuso ou transmissão vertical; - Período de incubação de 1 a 3 meses e a autoinoculação de mucosa adjacente é possível. Diagnóstico Diferencial: papiloma do ducto salivar. CLÍNICO: - Adolescentes, jovens e adultos; - Mucosa labial, freio lingual, palato mole; -Aparece como uma lesão exofítica; - Séssil; - Rósea; - Bem delimitada; - Indolor; - Com projeções superficiais; - Tende a ser maior que o papiloma, média de 1 a 1,5 cm e lesões orais 3 cm. HISTOPATOLÓGICO: - Proliferação benigna do epitélio pavimentoso estratificado acantótico com projeções papilares superficiais levemente ceratóticas. - Delgadas ilhas de tec. Conjuntivo que suportam projeções papilares epiteliais. - Núcleos delgados de tecido conjuntivo apoiam as projeções epiteliais papilares mais embotadas e largas que as do papiloma e da verruga vulgar; - A superfície do epitélio é madura e diferenciada, mas dentro da camada espinhosa há frequentes coilocitos; - As células da camada espinhosa, ás vezes mostram núcleos picnóticos cercados por zonas claras (coilócitos). TRATAMENTO: - Excisão cirúrgica conservadora; - Lesões maiores podem exigir terapia com laser. PROGNÓSTICO: - Recorrência é comum. MÁCULA MELANÓTICA ORAL O QUE É? - É uma alteração de cor da mucosa. É plana, de cor marrom, produzida por um aumento focal na deposição de melanina e aumento do número de melanócitos. - Não depende de exposição solar; CLÍNICO: - Ocorre em qualquer idade, tanto em homens quanto em mulheres, porém tem leve predileção por mulheres; - A idade média de pacientes é 43 anos; - Acomete mais vermelhão do lábio inferior, seguido por mucosa jugal, gengiva e palato; - A lesão surge como uma mácula redonda ou oval solitária; - Bem delimitada; - Cor uniforme que varia de amarelo-amarronzado a marrom-escuro; - É assintomática; - Tamanho de 7mm ou menor; - Tamanho alcançado rapidamente; HISTOPATOLÓGICO: - É caracterizada por um aumento na quantidade de melanina (e talvez de melanócitos) no interior das camadas basal e parabasal do epitélio estratificado escamoso; - Presença de melanina no interior de melanófagos no tecido conj. Subepitelial. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: - Não necessita de tratamento, exceto por motivos estéticos; - Quando necessário, a biópsia excisional é realizada; - Não possui potencial de transformação maligna. MELANOACANTOMA ORAL O QUE É? - É uma pigmentação ADQUIRIDA e benigna da mucosa oral, incomum; - É caracterizada por melanócitos dentríticos dispersos por todo o epitélio; - É um processo reacional, associada a algum trauma. CLÍNICO: - Aparece quase que exclusivamente em negros; - Predileção por mulheres; - Comum durante a 3ª e 4ª década de vida; - Acomete mais a mucosa jugal, seguido de lábios, palato, gengiva e mucosa alveolar; - A maioria das lesões são solitárias, podendo ser bilateral ou multifocal; - Assintomática; - Casos incomuns relatam dor, queimação e prurido; - Ela é uma lesão lisa, plana ou levemente elevada; - A cor pode ser marrom- escura ou negra; - Aumento de tamanho rápido; - Em um período de poucas semanas alcançam um diâmetro de vários cm. HISTOPATOLÓGICO: - Um número grande de melanócitos dendríticos benignos confinados na camada basal dispersos por todo o epitélio lesional; - Aumento do número de melanócitos na camada basal; - Espongiose e acantose leve; - Eosinófilos e infiltrado inflamatório leve e moderado de células de fase crônica no interior do tecido conjuntivo subjacente. TRATAMENTO: - Biópsia incisional é feita para excluir a possibilidade de um melanoma; - Quando o diagnóstico é estabelecido nenhum tratamento é necessário. PROGNÓSTICO: - Recidivas ou desenvolvimento de lesões adicionais são raras. ESTOMATITE NICOTÍNICA O QUE É? - É uma alteração comum na mucosa do palato duro; - Não parece ter natureza pré-maligna, pois se desenvolve através do calor e não dos agentes químicos presentes na fumaça do tabaco; - Está mais associada ao uso de cachimbo, pois gera mais calor no palato; - Algumas alterações parecidas podem ser produzidas pelo uso de longa duração de bebidas extremamente quentes; - O “fumo invertido” (cigarros que são fumados mantendo a ponta acessa o interiorda boca) podem gerar displasia ou carcinoma. CLÍNICO: - Comumente encontrada em homens com mais de 45 anos; - Devido a exposição comum ao calor, a mucosa palatina fica difusamente cinza ou branca; - Várias pápulas levemente elevadas com centros vermelhos e pequenas depressões; - Essas pápulas são glândulas salivares menores inflamadas com seus ductos; - A mucosa que cobre essa pápulas são mais brancas que do que o epitélio que circunda ela; - A ceratina do palato pode ficar muito expessa e com isso pode parecer fissurada ou com aparência de “lama ressecada”; - A gengiva marginal e a papila interdental podem apresentar uma alteração branca; - A mucosa jugal é acometida de leucoplasia; - Uma pigmentação marrom-escura ou negra podem aparecer sobre os dentes. HISTOPATOLÓGICO: - É caracterizada por hiperceratose e acantose do epitélio palatino e por uma inflamação crônica leve e focal do tecido conjuntivo subepitelial e glândulas mucosas; - Há metaplasia dos ductos excretórios; - Exsudato inflamatório no interior da luz ductal; - Quando há elevação papular, dá pra observar o epitélio ductal hiperplásico prox. ao orifício; - O grau de hiperplasia epitelial e hiperceratose depende da duração e do nível de exposição ao calor. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: - É reversível; - Dentro de 1 a 2 semanas após a pessoa parar de fumar o palato retorna ao normal; - Se a lesão branca persistir após 1 mês após a remoção do hábito do fumo, deve ser considerada uma leucoplasia verdadeira. QUEILOSE (QUEILITE) ACTÍNICA O QUE É? - É uma alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior; - Causada por exposição progressiva e excessiva a luz solar: - Atinge predominantemente pessoas de pele clara; - Tendência a apresentar queimadura solar; - Os termos “lábios de fazendeiro” e “lábios de marinheiro” são usados, pois profissionais que trabalham ao ar livre estão associados a esse problema; - Pessoas com exposição crônica a luz solar que possui uma imunidade comprometida (receptores de órgãos transplantados) tem um risco maior de desenvolver um câncer do vermelhão do lábio inferior. CLÍNICO: - Ocorre mais em pessoas com mais de 45 anos; - Forte predileção por homens; - Se desenvolve lentamente; - Alterações clínicas precoces incluem atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior; - A lesão é lisa com áreas de manchas pálidas; - Há o apagamento da margem entre a zona do vermelhão do lábio e a porção cutânea do lábio; - Com a progressão da lesão, aprecem áreas ásperas e cobertas de escamas na porções mais secas do vermelhão que podem ser parecidas com lesões leucoplásticas, principalmente quando se estendem pra perto da linha úmida do lábio; - Material descama com dificuldade e isso não impede que o material se forme de novo; - Se progredir, pode haver ulceração crônica focal; - As ulcerações podem progredir para um carcinoma de células escamosas em estágio inicial. HISTOPATOLÓGICO: - Caracterizada por um epitélio escamoso estratificado atrófico; - Marcante produção de ceratina; - Displasia epitelial; - Infiltrado de células inflamatórias crônicas presentes em uma disposição subjacente ao epitélio displásico; - Feixe de alteração basofílica amorfa e acelular no tecido conjuntivo subjacente – ELASTOSE SOLAR (actínica) – altera as fibras colágenas e elásticas induzidas pela luz solar. TRATAMENTO: - Algumas alterações podem ser irreversíveis; - Uso de bálsamo para lábios com bloqueadores solares; - A biópsia deve ser feita em ulcerações, leucoplasias, endurecimento e espessamento para excluir a possibilidade de carcinoma; - Vermelhonectomia é realizada em casos graves sem transformação maligna. PROGNÓSTICO: - Recomendado acompanhamento de longa duração; LEUCOPLASIA BUCAL O QUE É? - Mancha ou placa branca que não pode ser destacada por raspagem; - Clínica ou histopatologicamente não se caracteriza como qualquer outra doença. CLÍNICO: - Pré-câncer mais comum (85% dos casos). - Predileção pelo gênero masculino (70%); - Atinge mais pessoas acima de 40 anos; - Aumento da incidência com o aumento da idade; - Doença crônica assintomática; - Carcinoma é encontrado em 5 a 25% das biópsias de leucoplasia; - Transformação maligna acontece em torno de dois a quatro anos; - Uma em cada três lesões recidiva; - Acontece mais no vermelhão do lábio (70%), mucosa bucal e gengiva; - Lesões em língua, soalho de boca e vermelhão do lábio representam 90% das leucoplasias que mostram displasias ou carcinoma; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Alterações de desenvolvimento; - Injúrias químicas; - Injúrias físicas; - Doenças Alérgicas - Doenças infecciosas; - Doenças dermatológicas; - Lesões induzidas por tabaco; - Carcinoma verrucoso; - Carcinoma epidermóide de boca; CAUSAS: - Tabaco; - Álcool; - Erva sanguinária: pasta dental ou enxaguatório bucal; - Radiação ultravioleta; - Microorganismos (Treponema pallidum, Candida albicans, Papiloma vírus humano – HPV); - Trauma. TIPOS CLÍNICOS: – Delgada/fina: • Para os tabagistas que não abandonam o hábito 2/3 tendem a aumentar de tamanho e progredir para leucoplasia espessa ou homogênea. • Placa branca ou acinzentada; • Pode ser translúcida e fissurada; • Bordas bem delimitadas: • Raramente apresenta atipias: • Pode desaparaecer; • Pode não alterar. - LEUCOPLASIA ESPESSA OU HOMOGÊNEA: • Placas brancas espessas e bem delimitadas com fissuras profundas; • A maioria permanece nesse estágio; • 1/3 regridem ou desaparecem; • Outras evoluem para a forma granular com aumento das irregularidades; • 1 a 7% de transformação maligna. – GRANULAR OU NODULAR: • Lesão mais agressiva: • Maior chance de transformação; • 83% de recidivas após remoção; • Transformação maligna em 4 a 15%; • Leucoplasia verrucosa ou verruciforme; • Lesões com projeções afiadas, rombas ou verruciformes; • 4 a 15% tornam-se CEC. LEUCOPLASIA VERRUCOSA O QUE É? - Projeções papilares ou pontiagudas, espessura de ceratina variável e cristas epiteliais amplas e embotadas. TIPOS CLÍNICOS: – Verrucosa proliferativa: • Múltiplas placas ceratóticas; • Gengiva em geral envolvida; • Vários sítios. Mais em mulheres. Sem associação com uso do tabaco; • Crescimento persistente, gerando aparência exofítica e verrucosa. • Raramente regridem, independente da terapia; • Transformação maligna em 4 a 15% carcinoma verrucoso; • 83% de recidivas após remoção. LEUCOPLASIA • Transformação maligna em dois a quatro anos; • Lesões com displasia moderada: 4 a 11%; • Lesões com displasias intensas: 20 a 35%; DISPLASIA LEVE: - Alterações limitadas às camadas basal e parabasal. DISPLASIA MODERADA - Alterações a partir da camada basal até a porção média da camada espinhosa. DISPLASIA INTENSA - Mostra alterações da camada basal até um nível acima do ponto médio do epitélio. REGIÃO DISPLASIA EPITELIAL Assoalho bucal 43% Lateral de língua 24% Palato 19% Mucosa Jugal 17% Sulcos 15% Retromolar 12% TRATAMENTO: - Remoção cirúrgica dos casos com displasias moderada a intensa. - As que exibem displasias menos graves é guiada pelo tamanho da lesão e pela resposta ao tamanho da lesão e pela resposta a medidas conservadoras, como a suspensão do hábito de fumar. - As lesões que não exibem displasia frequentemente não são excisadas. Avaliação a cada seis meses. - As taxas globais de recorrência após remoção cirúrgica é de 10 a 35%. - As lecucoplasias verruciformes ou granular exigem uma taxa de recorrência de 83%. - Transformação maligna ocorre de dois a quatro anos após o início da leucoplasia, mas pode ocorrer após décadas. - Ácido Ascórbico - Ácido Retinóico- Vitamina E - Betacaroteno - Licopeno - A isotretinoína(vit.A) tem apresentado diminuição ou eliminação em estudos de curta duração. Reações tóxicas com uso sistêmico são frequentes, da mesma forma como a recidiva da lesão após o uso. Longo seguimento: - Recidivas: 83% nas formas verrucosas ou granular. - Risco aumentado de transformação em Carcinoma espinocelular: - Gênero feminino (47%). - Idade avançada. - Não fumar. - Lesão persistente por vários anos. - Extensão da lesão. - Envolvimento ventrolateral da língua e assoalho bucal (16 a 39%) CÂNCER BUCAL - 64,4% das neoplasias bucais encontram-se nos estádios III e IV. - Localização anatômica mais frequente é a língua com 36,5% dos casos. - 80,7% dos casos refere-se a Carcinoma epidermóide. - A razão entre os sexos masculino e feminino é de 2,27:1 - A média de idade dos pacientes é de 53 anos. CARCINOMA EPIDERMÓIDEDE BOCA ETIOLOGIA: - Multifatorial: fatores extrínsecos e intrínsecos. - Fatores extrínsecos: tabaco com fumaça, álcool, sífilis, luz solar (em casos de carcinoma do vermelhão do lábio). - Fatores intrínsecos: desnutrição, anemia por deficiência de ferro. - Hereditariedade parece não desempenhar papel principal. CAUSAS: - Fumo de tabaco - Tabaco sem fumaça - Sachê de Betel - Álcool - Agentes Fenólicos - Radiação: Lábio Inferior - Deficiência de ferro e vitamina A - Sífilis - Bactérias - Infecção por Candida e por vírus oncogênico - Imunossupressão - Oncogenes e supressores de tumor CLÍNICO E RADIOGRÁFICO: - Pacientes idosos. - Sabedores de uma alteração de 8 a 24 meses. - Início sensibilidade dolorosa mínima. - Apresentação clínica variada: • EXOFÍTICA (massa papilar / verrucosa) - Apresenta superfície vegetante, irregular, papilífera ou verruciforme de coloração vermelha, normal ou branco. Superfície ulcerada. • ENDOFÍTICA (crateriforme / ulcerada) - Área central deprimida de formato irregular, ulcerada de bordas em rolete de coloração normal, vermelha ou branca. • LEUCOPLÁSICA (mancha branca) – Fase inicial • ERITROPLÁSICA (mancha vermelha) – Fase inicial • ERITROLEUCOPLÁSICA (combinação de áreas vermelhas e brancas) CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO VERMELHÃO DOS LÁBIOS - Mais comum em pessoas de pele clara que se expõem à radiação U.V. por longos períodos (70% trabalham ao ar livre). - Está normalmente associado à queilite acínica. - Mais comum (90%) no lábio inferior. - Ulceração endurecida, rígida, exsudativa e com crosta, normalmente menor que 1 cm. - Crescimento lento. CARCINOMA INTRAORAL - Sítio mais comum é a língua (lateral e posterior) e assoalho bucal. - Soalho de boca mais comum em homens - Outros sítios: gengiva, mucosa jugal, mucosa labial e palato duro. - Sítio mais comum em jovens: língua. - As lesões de soalho são as mais propensas de se originarem de lesões leucoplásicas ou eritroplásicas. - Soalho bucal: local de maior possibilidade de originar uma segunda malignidade primária e outra localização do trato aerodigestivosuperior. - Soalho de boca: mais na linha média próximo ao freio lingual. - Carcinomas da gengiva e alvéolos: mais na mucosa ceratinizada de região posterior de mandíbula. - Tumores de maxila tendem a se estender em direção palato duro. Predileção por mulher e menos associado ao fumo. - Carcinomas epidermóides localizados próximos a um dente podem imitar a doença periodontal ou granuloma piogênico. - Carcinoma orofaríngeo: palato mole, base da língua, região tonsilar e parede posterior da faringe - Tamanho geralmente maior no momento do diagnóstico do que os CEB localizados anteriormente. - Maior possibilidade de metástase. Quanto mais posterior ou inferior o tumor orofaríngeo maior possibilidade - Três em cada quatro originam-se da área da amígdala. Local preferido para os CEB associados ao HPV. - Sintomas iniciais: dor e dificuldade de deglutir. Carcinoma Epidermóide - A destruição do osso subjacente, quando presente, pode ser dolorosa ou completamente indolor. - Radiograficamente há imagem radiotransparente com margens desiguais e mal-definidas-“osso roído por traças”. METÁSTASES - Um linfonodo cervical que contém depósito metastático de carcinoma é endurecido, firme e aumentado de tamanho. - Se houver perfuração da cápsula do linfonodo e células neoplásicas invadirem os tecidos circundantes a falta de mobilidade será sentida. - A disseminação extracapsular está associada a prognóstico desfavorável. - São mais comuns as metástases para os linfonodos cervicais ipsilaterais. - Metástase é um evento tardio. 21% com metástases cervicais no diagnóstico. - Neoplasias que surgem na região posterior (orofaringe) apresentam metástase em linfonodo cervical em mais de 50% no momento do diagnóstico e um em cada 10 apresentam metástase à distância no momento do diagnóstico. - 2% dos pacientes apresentam metástases à distância no momento do diagnóstico em alguns estudos chega a 22%: pulmões, fígado e ossos. - Carcinoma de lábio inferior e assoalho bucal tendem a migrar para os nodos submentonianos. - Tumores em região posterior da boca migram para jugular superior e digástricos. - Drenagem da região orofaringe leva a cadeia de linfonodos jugulodigástrica ou para retrofaríngeo. HISTOPATOLÓGICO: - Invasão de ilhas ou cordões de células epidermóides neoplásicas para dentro do tecido conjuntivo. As células neoplásicas crescem dentro do tecido conjuntivo sem ligação com o epitélio de superfície. - As células neoplásicas tendem a formar pérolas de ceratina. - Graus variados de pleomorfismo celular e nuclear - A invasão pode chegar até a área de submucosa onde compromete nervos glândulas e vasos. - A resposta celular inflamatória é intensa e áreas focais de necrose podem estar presentes. Gradação histopatológica: - C.E. de baixo grau - bem diferenciado - C.E. de alto grau - pobremente diferenciado - C.E. moderadamente diferenciado TRATAMENTO: LÁBIO INFERIOR: - Ressecção em cunha. - 8% de recidivas. - 10% com metástase no momento do diagnóstico - Sobrevida em 5 anos: 95 a 100%. LÁBIO SUPERIOR: - Sobrevida em 5 anos 48%. - Recidiva 25% - Elevado risco de metástase para linfonodos de Palato TRATAMENTO CEC INTRAORAL: - Cirurgia e radioterapia - Radioterapia: Orofaringe, lesões inoperáveis, margens comprometidas, metástase regional, invasão perineural ou angioloinfática - Lesões moderadamente avançadas cirurgia, radio e quimioterapia - Doença muito avançada ou caso em que a cirurgia traria muitos danos estéticos: radio e/ou quimioterapia. CEC HPV: - Carcinomas epidermóides de orofaringe HPV- positivos apresentam melhores resultados terapêuticos em comparação com HPV negativos. - Padrão ouro para determinar se um CEC foi provavelmente causado por HPV de alto risco é análise da expressão dos oncogenesE6 e E7 por PCR. A detecção de p16 por imunohistoquímica é mais disponível. CARCINOMAS MÚLTIPLOS - CEB de boca ou garganta apresentam risco aumentado de desenvolver malignidades adicionais concomitantes (sincrônicas) ou posteriores - (metacrônicas), em geral após 3 anos. - Especialmente homens que continuam a fumar. - De um modo geral de 9 a 25% dos CEC oral desenvolvem neoplasias malignas adicionais na boca ou garganta (campo de cancerização). - CEC HPV+ não fazem campo de cancerização. CARCINOMA VERRUCOSO O QUE É? - Variante de baixo grau do CEC oral. - Associado ao uso de tabaco sem fumaça - Representa 1 a 16% dos CEC intraorais. - Pode surgir na mucosa de usuários de rapé ou tabaco para mascar. - Mais comum em pessoas que cronicamente mascam tabaco e usam rapé. - Também pode se desenvolver à partir de uma leucoplasia verrusosa proliferativa. - Homens com mais de 55 anos - Locais: fundo de vestíbulo mandibular, mucosa jugal e palato duro. - Placa espessa, difusa,bem demarcada e indolor, com projeções superficiais papilares ou verrucosas, de coloração branca, eritematosa ou rosada presente a dois ou três anos. - Linfonodos cervicais aumentados geralmente representam alterações inflamatórias em vez de metástase nodal. - Leucoplasia ou queratose da bolsa do tabaco pode ser vista na margem da lesão. HISTOPATOLÓGICO: - Cristas epiteliais largas e alongadas. - Produção abundante de paraceratina que preenche as fendas entre as cristas. TRATAMENTO: - Remoção cirúrgica MELANOMA O QUE É? - Neoplasia maligna de origem melanocítica, surge de lesão melanocítica benigna ou “de novo”. - Danos agudos causados por irradiação U.V são o principal agente causador, sendo que as lesões da mucosa bucal não estão associadas à exposição ao sol. - 3º câncer de pele mais comum. - 75% das mortes por câncer de pele. FATORES DE RISCO - 2 a 8 vezes para pacientes com parentes com história de câncer. - Pessoas de pele, cabelos e olhos claros. - Histórico de queimaduras de sol dolorosas ou com bolhas na infância. - Histórico pessoal de melanoma, nevo congênito ou displásico. - Associação com terapia imunossupressora. - Melanoma em mucosa bucal é mais freqüente em países como Japão e Uganda. - O melanoma bucal tende a ser muito mais agressivo do que sua contraparte cutânea. - A glândula parótida é ocasionalmente acometida como um depósito metastático de um melanoma em couro cabeludo, conjuntiva ou paranasal. SISTEMA “ABCD” PARA AUXILIAR NA DISTINÇÃO CLÍNICA ENTRE MELANOMA E NEVO MELANOCÍTICO: A: assimetria B: bordas irregulares C: coloração em matizes D: diâmetro maior que 6mm E: evolutivo em relação a forma, tamanho, cor, superfície ou sintomas. CLÍNICO: - Frequentemente é nodular no momento do diagnóstico, mas as lesões iniciais podem ser planas. - Mais comum na 6ª e 7ª décadas. - Mais freqüente em homens. - 4 em cada 5 melanomas bucais são encontrados no palato duro ou na mucosa alveolar da maxila. - Inicialmente é uma mácula marrom a negra, com bordas irregulares. - A mácula estende-se lateralmente formando uma massa exofítica lobulada (crescimento vertical) e pode desenvolver ulceração. - 20% dos melanomas bucais contém pouco pigmento, desenvolvendo coloração semelhante à mucosa. - O osso adjacente pode apresentar destruição irregular ou “roído por traça”. MELANOMA DE DISSEMINAÇÃO SUPERFICIAL: - Forma mais comum (70%) nas lesões cutâneas. Área interescapularnos homens e área atrás das coxas nas mulheres. - Surge como uma mácula. MELANOMA NODULAR: - Representa 15% dos melanomas cutâneos. Mais na região de cabeça e pescoço. Inicia-se na fase de crescimento vertical. MELANOMA LENTIGO MALIGNO: - Corresponde 5 a 10% dos melanomas cutâneos. - Desenvolve-se a partir do lentigo. - Quase exclusivamente na pele exposta ao sol de idosos de pele clara. - Surge como uma mácula. - Duração para fase radial é de 15 anos. MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL: - Forma mais comum de melanoma oral. - Palma das mãos, solas do pé. - Inicia-se como mácula. - Na boca, geralmente o diagnóstico é de uma lesão nodular. - Predileção por homens da quinta a sexta década de vida. - 70 a 80% são encontrados no palato ou no rebordo alveolar superior - Mais comum em adultos brancos, com média de idade entre 50 e 55 anos. OS MELANOMAS EXIBEM 2 PADRÕES DE DIREÇÃO DE CRESCIMENTO: FASE DE CRESCIMENTO RADIAL: - Os melanócitos malignos tendem a se disseminar horizontalmente através da camada basal - melanoma lentigomaligno, de disseminação superificiale no lentiginoso acral. FASE DE CRESCIMENTO VERTICAL: - As células malignas invadem o tecido conjuntivo subjacente - Melanoma nodular TRATAMENTO: - Medição microscópica da profundidade da invasão é um importante fator prognóstico. - Excisão cirúrgica com margem de segurança. - Remoção de linfonodos regionais. PROGNÓSTICO: - O prognóstico do melanoma bucal é ruim: 45% dos pacientes sobrevivem 5 anos - 28% dos pacientes sobrevivem 10 anos Pacientes mais jovens têm maior sobrevida Lesões não- pigmentadas têm pior prognóstico; ERITROPLASIA O QUE É? - É uma mancha vermelha que não poder ser clínica ou patologicamente diagnosticada; - Lesão pré-cancerosa vermelha que se desenvolve no pênis. - A eritroplasia oral é clínica e histologicamente similar ao processo que ocorre na região genital; - Todas as eritroplasias verdadeiras apresentam displasia epitelial, carcinomas situ ou carcinoma de células escamosas invasivo. - Causas desconhecidas; - Pode estar associada a leucoplasia e tem sido observadaem conjunto com uma grande proporção dos carcinomas orais invasores em estágio inicial; CLÍNICO: - Predominantemente atinge adultos de meia idade; - Sem predileção por gênero; - 65 a 74 anos de idade; - Soalho da boca, língua e palato mole são mais acometidos; - Podem ter múltiplas lesões; - Apresenta-se como uma mácula ou placa eritematosa bem delimitada, com textura macia e aveludada; - Geralmente é assintomática; - Pode estar associada a uma leucoplasia adjacente; - Mucosite, candidíase, psoríase ou lesões vasculares são diagnósticos diferenciais. HISTOPATOLÓGICO: - 90% das lesões apresentam displasias epiteliais severas, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo; - Epitélio mostra uma ausência de produção de ceratina e é atrófico, mas pode ser hiperplásico; - Há presença de microvasculatura subjacente, por isso a cor vermelha; - O tecido conjuntivo subjacente apresenta inflamação crônica. TRATAMENTO: - Lesões vermelhas da mucosa oral, especialmente aquela de soalho de boca e regiões ventral e lateral de língua devem ser observadas com desconfiança e uma biópsia dever ser realizada; - Lesões que exibem displasia moderada ou um quadro mais grave devem ser removidas; PROGNÓSTICO: - Recidiva e envolvimento oral multifocal são comuns, por isso o acompanhamento por longo período é sugerido. RESUMO DAS LESÕES PRINCIPAIS SOBRE PATOLOGIA EPITELIAL – NEVILLE USADO COMO REFERÊNCIA. CAMILA DE PAIVA RODRIGUES – 4º SEMESTRE DE ODODNTOLOGIA DA UFPA.
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