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Anamnese e Exame físico do Sistema Urinário Objetivos 1- Revisar principais itens da anamnese e exame físico, com queixas destinadas ao sistema urinário (exemplos: dores lombares, cólicas nefréticas, oligúria, poliúria, polaciúria, noctúria, disúria e outros), objetivando reconhecer e classificar sinais e sintomas do sistema urinário. 2- Realizar a propedêutica dos rins, com ênfase nas manobras de palpação dos rins e punho-percussão da loja renal. O Aparelho Urinário é responsável pela produção e eliminação da urina, possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo. Os rins filtram aproximadamente cerca de 180 L/DIA O ritmo de filtação glomerular é o somatório da microfiltração de milhões de glomérulos. Cálculo de bexiga encontrado na pelve de uma múmia Retirada de cálculo pela uretra Cirurgia Robótica - robôs cirúrgicos Da Vinci (The Da Vinci Surgical System). Na medicina há duas especialidades que contemplam o sistema urinário: 1- Especialidade clínica: nefrologia 2- Especialidade cirúrgica: urologia background 1- Uma boa história clínica é a chave para o diagnóstico das doenças do aparelho urinário. 2- Pacientes com lesão do aparelho urinário apresentam queixas que não guardam relação direta com os rins ou trato urinário. Ex.: paciente com hipertensão, daí ser importante a anamnese para se suspeitar de uma hipertensão de causa renal vascular. 3- Pacientes costumam atribuir aos rins sintomas que não decorrem de lesão no Sistema urinário. Ex.: hematúria decorrente de um distúrbio de coagulação; dor lombar de origem osteomuscular. A obtenção da história do paciente é a base da avaliação médica e, portanto, do estudo do aparelho urinário, pois permite estabelecer hipóteses diagnósticas, orientando os exames a ser requisitados. “Quanto mais me dedicava à medicina, mais ela me apaixonava. O material com que se trabalha é a existência humana. E os inimigos a combater são o sofrimento e a morte”. (Juscelino Kubitschek, patrono da Sociedade Brasileira de Urologia.) Recordando conceitos Anamnese Manifestações urinárias: afecções urinárias, em sua quase totalidade, são um conjunto de queixas na forma de sinais e sintomas e podem ser agrupadas em grandes “síndromes”. Divisões topográficas do abdome Na divisão em zonas há duas linhas verticais ao nível da borda lateral do músculo abdominal e em pacientes com sobrepeso pode-se usar como referencia a linha hemiclavicular direita e esquerda. Horizontalmente há duas linhas imaginárias que passam a baixo do rebordo costal e acima da crista ilíaca anterossuperior basicamente dividida em duas regiões: região lombar direita e região lombar esquerda. nos limites superiores: rebordo costal e nos limites inferiores: crista ilíacas superiores SEMIOLOGIA SISTEMA URINÁRIO Anamnese – DOR A dor proveniente do trato geniturinário costuma ser bastante intensa e normalmente associa-se a inflamação ou a obstrução. Deve ser caracterizada quanto ao tipo (contínua ou intermitente) → período de exacerbação e acalmia, à localização, à irradiação, à intensidade e a fatores desencadeantes de melhora ou de piora. De maneira geral, dor decorrente de inflamação tem aspecto mais contínuo. Dor de processo obstrutivo tem um caráter em cólicas. Dor lombar ou no flanco (são as dores mais comuns) e podem ser descritas como cólica renal ou nefrética: a topografia geralmente é lombar direita ou esquerda e geralmente tá associada a uma obstrução do trato urinário alto (rins ou ureteres) Como descrever: Tipo: cólica, caráter intermitente (aumento progressivo de intensidade seguido de alívio para depois se agravar novamente) - pela migração de um cálculo urinário. Esse caráter intermitente geralmente tá associado ao processo de migração de um cálculo urinário, por ex. Intensidade: ligeiro desconforto no flanco até uma dor intensa. Pedir para o paciente mensurar sua dor numa escala de 0-10. Localização: inicia-se na região lombar, mas também pode ser sentida no abdome, região inguinal ou nas genitais. Irradiação: pode começar na região lombar e irradiar para região inguinal (testículos no homem e grandes lábios na mulher). Sintomas associados: devido à forte intensidade da dor, é frequentemente acompanhada de mal estar, náuseas e vômitos. Há também outros padrões de dor: No caso dos homens, em região sacral ou retal de caráter aguda associado à febre remete a um diagnóstico específico: prostatite aguda. Geralmente associada a uma infecção do trato urinário do tipo cistite Descrição inespecífica da dor e geralmente indica infecção do trato urinário DISTÚRBIOS MICCIONAIS Esforço: paciente pode precisar de uma sonda ou cirurgia para aliviar esse esforço. Noctúria: expressa o despertar noturno para urinar. Na descrição do prontuário: paciente acorda duas vezes a noite (tem noctúria de duas vezes). Nictúria: urinar mais durante a noite do que de dia (é um tipo de noctúria) e pode estar associada a diversos quadros: hiperplasia prostática benigna, insuficiência cardíaca congestiva com edema e este com alteração do decúbito pode promover aumento da diurese noturna etc. Em pacientes que tem aumento da pressão intra-abdominal de qualquer natureza: obesidade, DPOC também pode se observar a incontinência urinária. A incontinência urinária de urgência pode ser mais grave porque pode estar associada a um quadro neurológico (doenças, sequelas de AVC ou em condições mais simples como no uso de diuréticos etc.). Até os 3 anos a criança passa a ter controle dos seus esfíncteres urinários, mas considera-se normal enurese noturna em crianças até os 6 anos. A partir dai deve-se investigar patologias associadas a traumas psicológicos ou de mau formações do trato urinário. ALTERAÇÕES DO VOLUME E RITMO URINÁRIO Obs: alguns autores colocam oligúria como o valor de 0,5 ml por kg de peso do paciente para caracterizá-la. Paciente internado: pedir para urinar num frasco por 24h para mensurar a quantidade ou fazer uma sondagem para estimar o padrão urinário. Situações de oligúria: desidratação, insuficiência renal. Essas mesmas causas justificam uma anúria (ausência de diurese ou volume de diurese menor que 100 ml por 24h). Na polaciúria o paciente não tem o esvaziamento completo da bexiga; o volume residual o faz voltar mais vezes ao banheiro ALTERAÇÕES NA URINA A urina tem um odor característico: é o odor sui generis e que pode ser alterado por uma série de fatores. Pacientes idosos com hematúria deve-se pensar em causas oncológicas, já pacientes jovens pensa-se em cálculo renal. Anamnese 1- ISDA: existência de febre, vômitos, toxemia e comprometimento do estado geral em pacientes com infecção urinaria sugere comprometimento renal. Os quadros de cistite ou uretrite são essencialmente afebris e sem manifestações gerais. Ex: Anemia, perda de peso e hipertensão presentes em pacientes com insuficiência renal crônica. 2- ANTECEDENTES PESSOAIS: traumatismos lombares, abdominais, pélvicos e escrotais assoaciam-se, às vezes, a lesões do trato urogenital. Perguntar sobre a presença de anomalias obstrutivas do trato urinário deve ser lembrada em paciente com surtos recidivantes de infecção urinaria. 3- ANTECEDENTES FAMILIARES: doenças renais, neuplásicas, infecciosas. 4- HÁBITOS DE VIDA 5- CONDIÇÕES ECONÔMICAS Exame Físico Geral Exame físico renal: em questões demanobras é mais pobre quando comparado aos sistemas cardiovasculares e respiratório. Inspeção: a alteração não necessariamente esta atrelada à topografia lombar! Observar a facie, se há palidezcutânea mucosa, edemas periféricos (decorrente de uma proteinúria de uma síndrome nefrótica), edema de membros inferiores de causa linfática por uma obstrução a nível pélvico ou peritoneal. Dar ênfase ao aspecto geral da pele: pele seca, icterícia, palidez, estado nutricional Palpação Renal: bexiga só palpável quando estiver em globus vesical; órgãos genito-urinários na MD5 Percussão: Ausculta de Vasos Abominais: na MD4 PALPAÇÃO RENAL: exame de baixa especificidade e baixa sensibilidade (não é esperado palpar os rins da maioria dos pacientes com patologias renais), pois estes estão protegidos pelo gradeado costal e pela musculatura. Palpação Renal: há três técnicas Método de Guyon Obs: o examinador fica sempre ao lado direito do paciente Manobra de Israel Método de Goele Lembrando: a palpação é um exame de baixa sensibilidade e baixa especificidade. É executado principalmente quando há uma suspeita de uma condição que promova o aumento dos rins e tenta-se palpar especificamente o polo inferior. Em todas as manobras pedir para o paciente fazer inspirações profundas para que, com as movimentações respiratórias, consiga-se, eventualmente, palpar o polo inferior dos rins. Percussão Direta: muito usada na prática clínica, inclusive em casos de urgência. Há três técnicas principais também Punho-percussão de Murphy direta/indireta: realizada ao nível do ângulo costo vertebral formado pela borda inferior da 12ª costela e os processos transversos das vertebras lombares superiores A punho percussão de Murphy direta é realizada quando o paciente chega se queixando de dor lombar com a suspeita de não haver caracteristicas mecânicas (sem dor muscular ou na coluna), mas sim de uma nefrite, calculo renal etc. Na punho percussão de Murphy indireta coloca-se uma das mãos como anteparo e coma outra mão faz a percussão. Se o paciente referir dor a manobra será positiva e levanta-se a suspeita de um calculo renal ou uma pielonefrite etc. Percussão de Giordano (Sinal de Giordano) Nos três pontos diferentes se dá três pequenas pancadas em cada e começando do lado não doloroso; elas podem produzir uma reação dolorosa no paciente uni ou bilateralmente, profunda e localizada.
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