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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
POLÍTICA BRASILEIRA 
 
Rodrigo Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para 
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3 
 
 
SUMÁRIO 
UM PRÓLOGO DA DEMOCRACIA BRASILEIRA ............................... 7 
1.1 PERÍODO COLONIAL ............................................................................................ 7 
1.2 O BRASIL COLONIAL 1500-1822 ......................................................................... 9 
1.3 O CRESCIMENTO COLÔNIA .............................................................................. 12 
1.4 A VINDA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL ............................................................ 16 
1.5 DO IMPÉRIO A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ............................................. 19 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 22 
UMA NOVA REPÚBLICA ................................................................. 25 
2.1 MOTIVOS QUE LEVARAM A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ....................... 25 
2.2 COMEÇA-SE UMA NOVA E CONTURBADA REPÚBLICA .................................. 26 
2.3 PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA ...................................................................... 30 
2.4 UMA REPÚBLICA EM CONSTANTE CONFLITO ................................................... 32 
2.5 CLAMORES POR UMA REFORMA POLÍTICA ...................................................... 34 
2.6 SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 .............................................................. 35 
2.7 REVOLUÇÃO DE 1930: PRELÚDIO ...................................................................... 35 
2.8 ALGUMAS LEIS RELEVANTES DESTE PERÍODO ................................................... 38 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 39 
A ERA VARGAS ............................................................................... 42 
3.1 PRIMEIROS ANOS APÓS A REVOLUÇÃO DE 1930 ............................................ 42 
3.2 SÃO PAULO DURANTE O GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS ..................... 45 
3.3 UMA NOVA CONSTITUIÇÃO EM 1934 .............................................................. 47 
3.4 A CONSTITUIÇÃO DE 1937 ................................................................................ 49 
3.5 ESTADO NOVO DENTRO DO CONTEXTO DO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
 ............................................................................................................................ 51 
3.6 CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1946 ................................................................ 52 
3.7 O LIBERALISMO É A PALAVRA DE ORDEM ........................................................ 53 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 55 
UM PRÓLOGO DA DITADURA MILITAR .......................................... 59 
4.1 VARGAS RETORNA À PRESIDÊNCIA .................................................................. 59 
4.2 O GOVERNO KUBITSCHEK ................................................................................. 61 
4.3 O GOVERNO JÂNIO QUADROS ........................................................................ 65 
4.4 O GOVERNO DE JOÃO GOULART (JANGO) .................................................... 67 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 70 
DITADURA MILITAR .......................................................................... 73 
5.1 FATORES QUE IMPULSIONARAM O INÍCIO DE UMA DITADURA MILITAR ........ 74 
5.2 PERÍODO DA DITADURA MILITAR....................................................................... 77 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 84 
O RETORNO AO REGIME REPUBLICANO ....................................... 88 
6.1 GOVERNO SARNEY ............................................................................................ 88 
6.2 A CONSTITUIÇÃO DE 1988, A CARTA CIDADÃ ................................................ 89 
6.3 O GOVERNO COLLOR ....................................................................................... 92 
6.4 A ERA FHC .......................................................................................................... 94 
6.5 O GOVERNO LULA ............................................................................................. 95 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
6.6 O GOVERNO DE DILMA ROUSSEFF ................................................................... 97 
6.7 AS ELEIÇÕES 2018 ATÉ O PRESENTE ................................................................ 101 
6.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 101 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 102 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .................................... 106 
REFERÊNCIAS................................................................................. 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Na primeira unidade, “Um Prólogo da Democracia Brasileira”, 
apresentaremos uma breve síntese do período colonial e imperial 
brasileiro no intuito de introduzir questões relevantes que 
embasaram o surgimento de nossa república com a Constituição 
de 1891. 
A segunda unidade, “uma nova república”, terá como finalidade 
apresentaremos os primeiros anos do Brasil Republicano apontando 
suas principais leis e os principais desdobramentos políticos que 
geraram o marco político conhecido como a Era Vargas. 
 
 
Nessa unidade, “A Era Vargas”, estudaremos a ascensão e a queda 
do período que durou exatos quinze anos de nossa república. 
Mostraremos nesta oportunidade os feitos positivos e negativos 
daquele que é um dos presidentes mais lembrados do país. Nesta 
oportunidade falaremos do governo subsequente, de Eurico Gaspar 
Dutra, e seus feitos políticos. 
Nessa unidade, “A Era Vargas”, estudaremos a ascensão e a queda 
do período que durou exatos quinze anos de nossa república. 
Mostraremos nesta oportunidade os feitos positivos e negativos 
daquele que é um dos presidentes mais lembrados do país. Nesta 
oportunidade falaremos do governo subsequente, de Eurico Gaspar 
Dutra, e seus feitos políticos. 
 
 
Nessa unidade, “Ditadura militar”, estudaremos um dos períodos 
históricos da política brasileira que mais sofrem revisão literária. 
Veremos como se deu o processo de ascensão enrijecimento e 
posterior flexibilização deste regime. Ao final preparemos os 
aspectos sócio políticos que levaram ao processo de reabertura 
para o regime republicano 
A sexta unidade, “O retorno ao regime republicano”, objetivará 
fazer um balanço do período político no qual nos encontramos. 
Veremos como as questões socioeconômicas interferiram 
profundamente na legislação pátria dos anos 80 até os dias atuais. 
Será um balanço geral que se inicia no Governo Sarney fechando 
com os eventos das eleições de 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
INTRODUÇÃO 
Quando somos chamados a imergir nesta disciplina em meio a tanta 
efervescência dialética no cenário político de nossa nação, muitas vezes nos 
colocamos em debates pouco frutíferos e, em alguns casos, permeamos o 
desrespeito a opinião contraditória gerando conflitos um tanto desnecessários. 
Aqui, nanossa disciplina, iremos buscar as raízes históricas que levaram nosso 
Estado sair de um sistema político monárquico para um democrático de direito 
considerando uma discussão de cunho histórico, econômico e social. 
Para tal, para que tudo faça um melhor sentido, abordaremos em nossa 
disciplina a atividade legislativa em estreita associação ao poder executivo, 
flertando sempre que possível com a atividade judiciária. Esses três poderes serão 
regularmente unidos em nossos estudos principalmente pelas Constituições, leis e 
decretos de cada época, como você poderá ver mais à frente. 
Com isso poderemos ter um panorama geral do republicano e democrático 
nacional. E acreditamos que você, aluno, poderá sair mais maduro para uma 
discussão sobre a política e seus temas contemporâneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
UM PRÓLOGO DA DEMOCRACIA 
BRASILEIRA 
 
 
 
 
Ao ingressar nos estudos sobre política brasileira, o aluno deve primeiro afixar 
seus olhares em dois momentos. O primeiro, pré-democrático, que envolve o 
momento colonial, perpassando pelo marco da chegada da família real no Brasil, e 
anos mais tarde pela instituição do Império até sua queda jurídica. O segundo 
momento, é o mais efervescente historicamente, pois trata-se do período 
democrático, ao qual este que vivemos. 
 
 
São fatos históricos distintos que se entrelaçam em diversos planos das ciências 
humanas, porém conectados de tal modo que geraram consequências em nossa 
sociedade até hoje. 
Portanto, adianto, que embora nossa disciplina guarde foco nas nuances 
históricas democráticas-republicanas, é imperativo que revistemos pontos históricos 
relevantes do período anterior Constituição Da República Dos Estados Unidos Do 
Brasil promulgada em de 24 de fevereiro de 1891. 
 
1.1 PERÍODO COLONIAL 
Para entender o Brasil a partir do marco de sua descoberta oficial, em 1500 
d.C., é preciso impingir um pouco do contexto histórico vivido na Europa nesta era, 
em especial dos países da península ibérica, quais sejam, Portugal e Espanha. Seguir 
em frente sem tratar deste momento é um pouco perigoso, pois muito do Brasil atual 
é reflexo da forma de como fomos colonizados, e por que não dizer, geridos pela 
corte portuguesa. 
Durante anos, o sistema feudalista que foi bem sucedido por séculos, começou 
a apresentar sinais de falência. Paralelamente a isso, com o delineamento das 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
fronteiras por conflitos e consequente surgimento e crescimento das cidades, houve 
uma regressão dos sistemas de trocas econômicas, enfraquecendo o valor da 
atividade e consequentemente do produto rural, apesar de não desaparecerem 
completamente. 
Neste mesmo contexto, o poder político se fragmentava-se e se 
descentralizava-se, ascendendo uma nova comunidade, a qual chamamos de 
Burguesia, fazendo com que pouco a pouco fosse decaindo a força dos reinados e 
dos imperadores. 
A prática da compra de bens não produzidos no domínio rural, alterou o 
consumo e o modo de produção que destinava-se a atender primeiramente o luxo 
da aristocracia. Isso fazia com que as cidades começassem sendo paulatinamente 
transformadas em redutos de relativa liberdade. Contendo uma nova classe laboral 
que consistia em artesãos, comerciantes que fugindo dos campos. 
Evidentemente este processo durou séculos e alcançou seu ponto crucial 
entre 1450 e 1550 d.C. 
Portugal, que por sua posição geográfica se colocava longe dos conflitos que 
cercavam a Europa, em especial, pela tentativa dos mouros de ocuparem a 
Península Ibérica, ao mesmo tempo voltada para o atlântico, o fez um povo propício 
para o desenvolvimento de técnicas marítimas. 
A atração pelo ouro e pelas especiarias fez com que Portugal e Espanha 
iniciasse um projeto expansionista conquistando ilhas e territórios, tomando para si 
rotas comerciais. É no bojo desse projeto que o Brasil é então conquistado e então 
colonizado. 
Sobre o evento histórico do Descobrimento do Brasil em 1500 d.C. pontua 
Fausto (2019, p. 16) 
Desde o século XIX, discute-se se a chegada dos portugueses ao Brasil 
foi obra do acaso, sendo produzida pelas correntes marítimas, ou se já 
havia conhecimento anterior do Novo Mundo e Cabral estava 
incumbido de uma espécie de missão secreta que o levasse a tomar 
o rumo do ocidente. Tudo indica que a expedição de Cabral se 
destinava efetivamente às índias. Isso não elimina a probabilidade de 
navegantes europeus, sobretudo portugueses, terem frequentado a 
costa do Brasil antes de 1500. De qualquer forma, trata-se de uma 
controvérsia que hoje interessa pouco, pertencendo mais ao campo 
da curiosidade histórica do que à compreensão dos processos 
históricos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
Assim, iniciamos a era chamada de Brasil Colonial. 
 
1.2 O BRASIL COLONIAL 1500-1822 
Ao se depararem com terras extremamente férteis, os portugueses observaram 
que haviam povos amerígenas, ou seja, indígenas, representando uma verdadeira 
vitória para aquele povo europeu e uma catástrofe para os povos que aqui viviam. 
Além de absorver o modo de vida dos índios, os portugueses observaram que 
os grupos dispersos indígenas não estavam organizados de forma a constituir uma 
nação, o que facilitou os muitos conflitos travados, e a dominação e eventual 
escravidão destes povos. Hoje percebemos que os índios foram vítimas de uma 
autentica violência cultural, além de serem sujeitados as epidemias e mortes, sendo 
desde então relegados por nossa sociedade. 
 
Figura 1: Desembarque de Cabral em Porto Seguro
 
Fonte: Silva (1922) 
 
Nos primeiros anos após a chegada dos portugueses em nosso território, o Brasil 
foi visto apenas como terras propícias para extração, em especial, do pau-brasil. 
O litoral foi primeiramente delimitado e em seguida as terras interioranas. 
Somente cerca de 30 anos após a chegada, implementaram o sistema de capitanias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
hereditárias, que seriam o esbouço do território dos estados no futuro. Esse sistema 
perdurou no Brasil por quase 200 anos, quando a Coroa portuguesa resolve tomar 
para si os territórios a ela pertencentes. 
Na verdade isso deu por alguns fatores, um deles é que o sistema de capitanias 
fracassou, pois salvo as Capitanias de São Vicente e Pernambuco, as outras 
experiências se saíram frustrantes; umas em maior e outras em menor grau, seja por 
falta de recursos, seja desentendimentos internos, por ataques de índios ou até pela 
inexperiência e incompetência dos encarregados. 
Porém, além destes percalços, para nós, é mais visível enxergar outro fator que 
desencadearia a falência do sistema de capitânias, este por sua vez mais decisivo. 
É que o comércio pelas índias foi ficando cada vez mais inexpressivo 
paulatinamente, ou seja, não havia quem comprasse os produtos extraídos do Brasil. 
Além disso a coroa espanhola havia incrementado com grade êxito o extrativismo 
de minerais preciosos, coisa que só viemos intensificar em meados do século XVII. Ou 
seja, não havia viabilidade operacional para manter o Brasil por muitos anos. Não 
havia vantagem econômica. 
E devido a isto, Dom João III retomou estas terras em favor da coroa 
instaurando o governo geral do Brasil. Mesmo com esse avanço, o governo geral 
restava-se problemático, pois a longa extensão territorial dificultava a comunicação 
entre as capitanias com o governador, e por sua vez, a comunicação do governador 
com a coroa. Mas foi através desta maneira que consolidou-se a aquisição de 
propriedades privadas de terras, para fins agrícolas, tendo como o principal produto 
o açúcar. Também foi nessa era que intensificou a aquisição de força de trabalho 
compulsória, em outras palavras, com a crescente demanda agrícola os produtores 
passaram adquirir mão de obra escrava, para fins de trabalhos forçados e não 
remunerados.11 
 
 
Figura 2: Navio negreiro trazia os escravos para o Brasil 
 
Fonte: Rugendas (1830) 
 
Devido a esta necessidade iniciou um processo forçoso para trazer, pela via 
da comercialização, os negros ao continente americano. 
Aqui certamente um dos nossos momentos históricos mais tristes se iniciam. 
Considerados como seres humanos inferiores e de baixo intelecto, os negros eram 
trazidos como objetos, e sem direitos. 
Nesse sentido, o aluno pode questionar, qual o papel das colônias, como o 
Brasil neste momento? 
A resposta é tecnicamente simples, as colônias deveriam ser autossuficientes 
em prol da metrópole, fornecendo reservas no que puderem em prol desta. 
É triste pensarmos por este âmbito, mas é verdade. Caso não tenha fica do 
claro, nós vamos facilitar o entendimento com um exemplo. Imagine uma casa 
cercada por uma área verde, porém, na escritura pública, pertence a ti apenas a 
área referente ao imóvel edificado. Como ninguém nunca reivindicou estas áreas 
verdes você, inicia um processo de cerceamento, delimitando a área por cercas, 
tomando posse dessa tal área incorporando à casa aqui ilustrada. Tudo que a área 
verde produz tecnicamente é seu, já que nenhum dono nunca reivindicou a posse. 
Desse modo, a área verde serve ao imóvel edificado. Aqui neste exemplo, Portugal 
é a casa e o dono que toma para si todo conteúdo da área verde, e as áreas verdes 
são as colônias. 
Mas o aluno pode ainda perguntar: e os índios que aqui estavam, eles eram 
os reais donos? A resposta é relativa. Lembrem-se que os índios não tinha o status de 
nação no sentido jurídico greco-latino, então embora se portassem como 
possuidores das terras, não havia o elemento jurídico da propriedade para atestarem 
o que em direito chamamos de animus proprietatis, ou seja, algo que prove que a 
propriedade fosse sua, portanto as terras foram tomadas, pela força, pelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
portugueses. 
Evidentemente que embora horrendo aos dias atuais, as atitudes portuguesas 
são fundadas em institutos latinos antigos de posse e propriedade, portanto, sendo 
plausíveis para a época e para a comunidade europeia. 
Felizmente hoje superamos muitos destes paradigmas, porém não vencemos 
por completo. 
 
1.3 O CRESCIMENTO COLÔNIA 
Diante do quadro apresentado, o crescimento da então colônia era 
impreterível, vez que além do que aqui fora dito, outros povos, como holandeses, 
franceses e espanhóis começaram com algum empenho a querer tomar para si as 
posses territoriais portuguesas. Com isso muitos fortes foram criados para defesa. 
Porém, os ataques não se davam sempre de forma tão assertiva a nossas terras como 
bem fala Fausto (2019, p. 32)muitas das investidas se davam outras formas: 
Tratava-se de impedir ao máximo que navios estrangeiros 
transportassem mercadorias da colônia, sobretudo para vender 
diretamente em outros países da Europa. Inversamente, procurava-se 
também impedir que mercadorias, em especial as não produzidas na 
metrópole, chegassem à colônia em navios desses países. Em termos 
simplificados, buscava-se deprimir, até onde fosse possível, os preços 
pagos na colônia por seus produtos, para vendê-los com maior lucro 
na metrópole. Buscava-se também obter maiores lucros da venda na 
colônia, sem concorrência, dos bens por ela importados. O "exclusivo" 
colonial teve várias formas: arrendamento, exploração direta pelo 
Estado, criação de companhias privilegiadas de comércio, 
beneficiando determinados grupos comerciais metropolitanos etc. 
Todavia, mesmo com todos esses percalços ainda era mais vantajoso manter 
a subserviência da colônia em favor da metrópole, isso fez com que pouco a pouco 
povoados se tornassem vilas. Desenvolvendo um rudimentar, mas promissor, 
comércio interno nestes lugares. 
De todo modo, viver no Brasil nesta época não era nem de longe, algo fácil. 
As embarcações demoravam para chegar. Estima-se que demoravam entre quatro 
a seis meses, e diante deste quadro, aumentava-se muito custo operacional. 
Paralelamente a isso, firmava-se o regime absolutista da coroa sobre a colônia, 
principalmente no reinado de Dom João IV (1640-1656), que passou a cobrar 
impostos sobre a colônias, gerando evidentemente grande insatisfação. 
Aqui um dado importante para nossa disciplina, aqui, não havia a separação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
de poderes como hoje há. Os poderes executivo, legislativo e judiciário estavam 
centrados na figura do rei, que eventualmente delegava para alguém alguma 
dessas competências. Nas colônias a pessoa que se torna delegada, ou seja, o 
mandatário era a figura dos governadores gerais, que foram também chamados de 
vice-reis. 
 
Figura 3: Mapa com a divisão da América portuguesa em capitanias. 
 
Fonte:Teixeira (1574) 
 
 
 
Mas no geral, os vice-reis deveriam dentre outras coisas, promover a defesa 
dos territórios e administrar o comércio local, e principalmente organizar as 
exportações para a metrópole. Na fase da administração dos vice-reis, a produção 
para a exportação era basicamente voltada para o açúcar e fumo. Para ajudar a 
ocupar cada vez mais o interior da colônia brasileira, foi incentivado a produção 
pecuarista, havendo a expansão rumo aos sertões, como assim era chamada na 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
época. E foi nestas expansões que por volta de 1730 d.C. que se encontrou ouro e 
pedras preciosas. Avivando e consolidando o interesse da coroa pelas terras 
brasileiras. Estas preciosidades foram encontradas em sua maioria no que hoje são os 
estados de Minas Gerais, na Bahia, Goiás e Mato Grosso. 
Os últimos anos do século XVIII foram marcados por uma série de 
transformações no mundo ocidental no plano da literatura filosófica, por exemplo, 
surgiram autores da era iluminista, como Montesquieu, Voltaire, Diderot, Rousseau 
que impulsionaram os ideários da época em várias vertentes do pensamento. Para 
nós, nesta disciplina, as mais importantes lições, são extraídas no campo político. O 
pensamento destes autores impulsionou a reforma dos antigos regimes absolutistas, 
por uma concepção liberal em diferentes matizes. Estes regimes estavam sobrepostos 
na sociedade desde o início do século XVI. 
Tais ideias chegaram mais tarde ao Brasil e na América Latina como um todo, 
gerando, o que se convencionou chamar de direito dos povos à insurreição, 
principalmente embasadas pela obra Riqueza das Nações, escrita por Adam Smith 
em 1776, que fazia uma crítica ferrenha ao sistema colonial, que distorcia os fatores 
de produção bem como o desenvolvimento do comércio como promotor da 
riqueza. 
A partir daí, os movimentos pró- independência surgiram em todo continente 
americano. Aqui no Brasil os principais momentos que clamavam por revolução 
foram a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração dos Alfaiates (1798) e a 
Revolução de 1817 em Pernambuco. 
E neste mesmo ínterim despontava o início da revolução francesa e a 
crescente revolução industrial. Fundido a isto, iniciava-se na Europa as primeiras 
discussões sobre abolição escravagista, e a decadência do pensamento religioso. 
No meio desta efervescência política que vivia a Europa, Portugal já era 
considerado um país atrasado, por exemplo, os Estados Unidos obtiveram sua 
independência em 1776 d.C., e França e Inglaterra aboliram a escravatura em 1802 
e 1807 respectivamente. 
Todavia a administração do então Marquês de Pombal mantinha-se 
aparentemente frutífera como bem pontua Boris Fausto (2019, p. 68) 
De acordo com as concepções do mercantilismo, Pombal criou duas 
companhias privilegiadas de comércio - a Companhia Geral do 
Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral de 
Pernambuco e Paraíba (1759). A primeira tinha por objetivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
desenvolver a região Norte, oferecendo preços atraentes para 
mercadorias aí produzidas e consumidas na Europa, como o cacau, o 
cravo, a canela, oalgodão e o arroz, transportadas com 
exclusividade nos navios da companhia. Introduziu também escravos 
negros que, dada a pobreza regional, foram na sua maior parte 
reexportados para as minas de Mato Grosso. A segunda companhia 
buscou reativar o Nordeste dentro da mesma linha de atuação. A 
política pombalina prejudicou setores comerciais do Brasil 
marginalizados pelas companhias privilegiadas, mas não teve por 
objetivo perseguir a elite colonial. Pelo contrário, colocou membros 
dessa elite nos órgãos administrativos e fiscais do governo, na 
magistratura e nas instituições militares. 
No meio de tanto caos na Europa, e uma administração tumultuada e relapsa 
a coroa de Portugal começa a capengar, precisando cada vez mais do sustento 
através dos empréstimos ingleses. Para piorar mais a situação que se agravava 
através dos anos, França e Inglaterra viviam no ápice de uma guerra, e em prol da 
França, estava Napoleão Bonaparte, em pleno projeto expansionista. 
 
Figura 4: Napoleão Bonaparte 
 
Fonte: David (1812) 
 
Napoleão impõe um bloqueio que impedia a Inglaterra ter acesso ao 
continente. Espanha e Portugal por serem vizinhos da França, eram estrategicamente 
pontos acentuados para impingir tal bloqueio. Para manter a sobrevivência, não só 
da família real, mas de todo patrimônio colonial da coroa, a família real não vê outra 
alternativa a não transferir sua sede metropolitana para a melhor e mais promissora 
de suas colônias, o Brasil. 
E é partir deste ponto que os contornos políticos do Brasil passam a ter outros 
traços, pois importava não só o estabelecimento da corte, mas fazer do Brasil o 
centro administrativo de todas a colônias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
1.4 A VINDA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL 
Conforme afirmamos acima, a vinda da Coroa portuguesa ao Brasil se deu em 
meio a uma circunstância política europeia muito delicada, devido as guerras 
napoleônicas que assolavam aquele continente. Estes eventos remontam-se entre os 
anos de 1805-1815. 
Nesta altura a sede administrativa da Coroa no Brasil, já se encontrava no Rio 
de Janeiro. 
Com a notícia que a Família Real estava por chegar, evidentemente a 
sociedade local entrou em polvorosa. 
 
Figura 5: Desembarque da família real no Brasil 
Fonte: Albert (1807) 
 
Neste sentido, erigida ao local onde se concentraria a mais alta estirpe da 
corte, muitos costumes tidos como inapropriados precisaram ser mudados. Lopes 
(2014)chega a afirmar que “determinados eventos eram lembrados com uma missa 
cantada; outros eram assinalados pelo “beija-mão” no Paço e havia as grandes 
comemorações que articulavam uma série de eventos festivos, como as Aclamações 
reais”. 
Nessa mesma esteira, Iara Lis C. Schiavinatto (1999, p. 53)em seus estudos, 
conclui que com a vinda da Família Real “era fundamental que os signos e sentidos 
da realeza circulassem pelo tecido social, fossem comunicados e, de alguma forma, 
apreendidos” 
Havendo, portanto, uma reestruturação administrativa da Corte. 
Dentre os avanços vindos ao Rio de Janeiro, foi a ampliação da guarda, tanto 
a serviço da Coroa como dos prédios públicos como teatros e praças. Houve então 
um aparelhamento para um desenvolvimento de um Ministério dos Negócios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Estrangeiros e da Guerra. Isso se tornou um prerrogativa máxima, pois conforme entoa 
com muita destreza Maria de Lourdes Viana Lyra (1994, p. 72)“construir uma unidade 
nacional luso-brasileira era a ideia central da nova política proposta pelo ministro, 
demonstrando o quanto o governo ilustrado estava atento às questões cruciais 
daquele momento vivido”. 
Estes fatos são bem relatados por Chico Castro (2013, p. 33 e 34) 
Tomou providências, um ano após a sua chegada, para que houvesse 
interesse pela educação e literatura brasileiras no ensino público, 
abrindo vagas para professores. Instalou na Bahia uma loteria para 
arrecadar fundos em favor da conclusão das obras do teatro da 
cidade; mandou estabelecer em Pernambuco a cadeira de Cálculo 
Integral, Mecânica e Hidromecânica e um curso de Matemática para 
os estudantes de Artilharia e Engenharia da capitania; isentou do 
pagamento de direitos de entrada em alfândegas brasileiras de 
matérias-primas a serem manufaturadas em qualquer província e 
criou, pela primeira vez no país, um curso regular de língua inglesa na 
Academia Militar do Rio de Janeiro 
O desenvolvimento local ficou tão visível em 1812 já se falava em um projeto 
de um novo império lusitano com sede no Brasil. 
Os portos ficaram mais abertos para as nações tidas como amigas, leia-se 
aqui, principalmente, a Inglaterra. Isso facilitou a negociação bem como a 
ampliação destes pontos. 
Para o Rio de Janeiro houve a instauração da primeira Junta do Comércio e a 
primeira Escola de Cirurgia que mais tarde seria Faculdade de Medicina do Estado. 
Além disso, podemos frisar como avanços pertinentes aos nossos estudos, a criação 
do Museu da Biblioteca Nacional, da Imprensa Régia, Academia Militar e da 
Marinha e a Academia de Belas Artes, e o Banco do Brasil. 
É certo que a Família Real vendo de perto quão promissora era nossa terra, 
que em 1815, por ato da Coroa, foi o Brasil declarado como reino unido ao de 
Portugal e Algarves, deixando o status de Colônia. 
Todavia, em Portugal iniciava paulatinamente uma onda de insatisfação 
gerando a chamada Revolução do Porto. Isso era no mínimo obvio, pois Portugal foi 
devastada por Napoleão, largada à míngua, para que negociantes estrangeiros 
praticassem atos negociais livremente em detrimento dos negociantes nacionais, 
fazendo com que Dom João precisasse voltar para sua terra natal para apaziguar os 
ânimos de seu povo, deixando seu filho Dom Pedro I como governante responsável, 
em 26 de abril de 1821. Tal decisão agradou em cheio a elite agrária da época com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
quem tinha boas relações com Dom Pedro I. 
Em 7 de Setembro de 1822, Dom Pedro I declarou a Independência do Brasil. 
Este ato veio precedido de um decreto que deliberou que as leis portuguesas só 
teriam efeito no Brasil após sanção do então Regente. Com a independência factual 
feita, era necessário dar ares jurídicos ao ato, esta medida culminou na primeira 
Assembleia Constituinte e posterior promulgação da primeira constituição do Brasil, 
conclamada de Constituição Política Do Império Do Brazil De 25 De Março De 1824. 
(BRASIL, 1824) 
Esta constituição é o primeiro ato com efeito de lei no nosso território. A saber, 
uma constituição é uma lei que prepondera sobre todas as outras leis, é partir dela 
que encontramos os limites de cada Estado como ente jurídico. 
A constituição em comento trazia em seu Art. 10 a organização dos poderes, 
sendo, portanto, formado nosso Estado pelos poderes Legislativo, Moderador, 
Executivo, e o Judicial. 
Juridicamente respondiam pela nação brasileira o Imperador, e a Assembleia 
Geral, distribuída em Câmara de Deputados, e Câmara de Senadores, ou Senado. 
A Câmara dos Deputados era eletiva, e temporária. Já o Senado era 
composto de Membros vitalícios, e seria organizado por eleição Provincial. A dizer, as 
províncias eram territórios que dariam origem no futuro aos Estados da Federação. 
Os membros do poder legislativo eram eleitos por voto indireto, e compunham 
fundamentalmente o quadro de eleitores homens adultos da aristocracia. 
O Imperador exerce aqui o poder executivo e moderador. O poder 
moderador, como nome sugere, é o poder que controla o equilíbrio entre os outros 
poderes. O poder executivo além de exercido pelo imperador era subsidiariamente 
e exercido pelos seus Ministros de Estado. 
O poder judiciário, assim como hoje, é feito por membros investidos em cargos 
vitalícios, porém diferente dos dias de hoje, a forma de aquisição do cargo era por 
indicação e não por concurso público. Os juízes de direito julgariam qualquer matéria 
de ordem civil e criminal,ou qualquer pleito ordenado pelo imperador. Havia 
também a figura dos juízes de paz, que indicariam os vereadores dos municípios, que 
ainda não eram dotados de autonomia como hoje são. 
As províncias eram regidas pelos respectivos presidentes, pois aqui, a 
nomenclatura “governador” só iria aparecer nas constituições posteriores. Os 
presidentes eram nomeados pelo Imperador, que o poderia remove-los, quando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
entender, enquanto prestarem um bom serviço do Estado. 
Importante frisar que o período em que o império foi instaurado, não houve 
muita calma, pois havia bastante efervescência política. Os movimentos em favor do 
abolicionismo ganhavam força, além disso alguns grupos cortejavam a 
independência em favor de uma república e não de outra monarquia. Além disso, a 
nova nação começava com uma dívida quase que impagável, cerca de 2 milhões 
de libras como indenização aos portugueses pelas terras perdidas. 
 
1.5 DO IMPÉRIO A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA 
Diferente da tendência de outras colônias, o Brasil não precisou entrar em 
nenhum embate com a metrópole para adquirir controle da nação, posto que na 
prática, as nações guardaram certo respeito recíproco, pois detinham a mesma 
linhagem real. Todavia, o Brasil não tinha um exército qualificado e numeroso para 
proteger as terras e nem controlar revoltas. 
Este cenário facilitou, o surgimento de dois partidos políticos no Brasil. Nesse 
sentido, havia um partido mais liberal, reformador, e outro conservador que por sua 
vez tinha o pensamento voltado ainda na antiga monarquia portuguesa. 
Lembram que dissemos acima que as nações guardaram respeito em razão 
da linhagem? Pois bem, isso foi relevante historicamente. Em 1926, chega ao Brasil a 
notícia que Dom João VI havia falecido, e diante do quadro atípico, Dom Pedro I 
volta a Portugal para assumir seu trono por legitimidade, abdicando do trono 
brasileiro, deixando seu filho, Pedro II, ainda menor para se tornar imperador, porém, 
por não ter idade adequada para o mandato, o Brasil passa por um período de 
Regência. O aluno pode perguntar o porquê não reunir os Estados outra vez. A 
resposta é um tanto complexa, porém a saída mais aceita historicamente é que os 
povos das duas nações não aceitariam a unificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Sobre o período de Regência, este se deu entre 1831 a 1840. Foi findado pela 
declaração de maioridade de Dom Pedro II. Para resumir esta era precisamos ilustrar 
a situação política destes nove anos. 
Ao partir para reivindicar a coroa portuguesa, Dom Pedro I, deixou seu filho 
com apenas cinco anos para ser o próximo monarca. Porém, por ser muito jovem, 
até que ele tivesse 18 anos três regentes deveriam tutelar o herdeiro e os 
requerimentos do povo. Aqui o poder moderador ficou suspenso, e para facilitar a 
governabilidade houve a criação de Assembleias Legislativas provinciais, que viriam 
a ser mais tarde a câmara de deputados estaduais. O sistema trino de regência com 
tempo decai, passando para um único regente. 
Surgem aqui três grupos políticos nítidos, os Liberais moderados que embora 
monarquistas queriam diminuir os poderes do imperador; os Liberais exaltados os mais 
progressistas que defendiam a federalização; e por fim, os Restauradores, eram 
defensores do retorno de D. Pedro I ao trono brasileiro, portanto, nitidamente 
conservadores. 
Diante do quadro, a instabilidade política estava formada. Eclodiram revoltas 
em várias partes do Brasil. 
Para manter o poder constituído de 1824, e trazer estabilidade, declaram Dom 
Pedro II maior de idade e apto para exercer o cargo de Imperador, chamado por 
alguns de Golpe da Maioridade em 1840. 
Os liberais foram os mais beneficiados, pois os conservadores retiraram-se do 
joguete político. 
O segundo reinado é marcado estabilidade interna e de prosperidade 
econômica. Dom Pedro II iniciou um tempo de progresso no país, investiu em linhas 
férreas e telégrafos, agilizando o comércio. Um monarca conhecido pelo seu zelo, só 
escolhia seus políticos com grande cuidado, coibia a corrupção, e respeitava a 
legislatura, sem exercer pressões inadequadas. O Brasil passou por um momento 
semelhante a monarquia parlamentarista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 6: Imperador Dom Pedro II do Brasil 
 
Fonte: Mathew Brady (1876) 
 
Mesmo com a imersões em guerras, e um investimento maciço nesta área, o 
Brasil passava a sensação interna e externa de nação moderna. 
Sempre muito bem articulado politicamente, Dom Pedro II inicia 
paulatinamente a abolição escravagista embora tenha havido represália por parte 
da aristocracia rural que enfurecida, começou a articular um apoio ao movimento 
republicano. Este descontentamento tomou força suficiente para o que hoje o então 
golpe de Estado de 15 de novembro de 1889 instaurando república factualmente e 
juridicamente através da Constituição Da República Dos Estados Unidos Do Brasil De 
24 De Fevereiro De 1891. (BRASIL, 1891) 
Todo este apanhado histórico que empenhamos neste capítulo foi para 
entregar para ti, caro aluno, os quase 400 anos de vivência real, de colônia ao 
Império. Agora com estes conhecimentos revisados, acreditamos que estejas pronto 
para imergir de vez nestes mais de cem anos de república. Este resgate se fez 
necessário para que você futuramente, ao longo de nossos capítulos, entenda que 
cada decisão tomada teve uma raiz histórica profunda. Entenda esse capítulo como 
um prólogo para os estudos daqui por diante teremos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Nesta unidade tivemos a oportunidade de estudar questões relevantes anteriores 
ao Brasil republicano. Vimos tanto eventos ocorridos na Europa como aqui 
ocorreram, neste sentido marque a alternativa verdadeira: 
 
a) Oficialmente os portugueses chegaram ao Brasil no ano de 1.501. 
b) Primeiramente a mão de obra oriunda dos povos indígenas foi a utilizada em 
nossas terras. 
c) A chegada da família real não foi decisiva para o desenvolvimento de nosso país. 
d) O Brasil promulgou sua primeira Constituição no ano de 1891. 
e) Já no império era não possível visualizar a formação de partidos políticos 
 
2. Vimos que o projeto expansionista do imperador francês Napoleão Bonaparte fez 
com que ele tomasse os territórios de Espanha e Portugal para promover táticas 
de guerra contra a Inglaterra. Sobre a chegada da Família Real no Brasil aponte 
a alternativa verdadeira: 
 
a) Muitos hábitos tidos como inadequados não tiveram que ser modificados em 
virtude da chegada da família real. 
b) Não houve a construção prédios públicos como teatros e praças. 
c) O Brasil não saiu do Status de Colônia para Reino amigo de Portugal 
d) Portugal não passou por um processo de deterioração política e econômica em 
virtude da investida de Napoleão. 
e) Dom Pedro I foi o primeiro imperador do Brasil. 
 
3. Ao declarar a independência do Brasil, Dom Pedro I convoca uma Assembleia 
Constituinte para confeccionar uma Constituição plausível para o novo estado 
que surgia. Sobre a Constituição de 1824 podemos dizer que é correto: 
 
a) Havia a previsão de apenas três poderes 
b) O poder moderador era exercido pelos ministros de Estado 
c) O cargo de Senador era por tempo determinado. 
d) O poder moderador era exercido exclusivamente pelo Imperador. 
e) Os deputados tinham cargos vitalícios 
 
4. O período em que governou o segundo imperador do Brasil, Dom Pedro II, foi 
reconhecido com um período de bastante reconhecimento interno e externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
como nação avançada. Sobre período é correto afirmar: 
 
a) O Brasil nunca viveu um regime semelhante a de uma monarquia parlamentarista 
b) Dom Pedro II não tinha intenções abolicionistas o isso agradava a elite agrária do 
país. 
c) Dom Pedro nunca investiu massivamente na área bélica para opor-seàs guerras 
iminentes. 
d) A queda do império se deu devido a um processo natural que representou a 
ascensão da república em nosso país. 
e) O então imperador era conhecido como um chefe de estado de reputação 
ilibada. 
 
5. Por muitos anos o Brasil permaneceu como colônia portuguesa. Inicialmente o 
Brasil passou a fornecer quase que exclusivamente o pau-brasil, e mais tarde 
açúcar e fumo. Sobre o período colonial é correto afirmar: 
 
a) Para melhor administrar as terras foi instituído o regime de secretarias hereditárias. 
b) O regime de capitanias hereditárias mostrou-se frutífero com os anos. 
c) Para otimizar o projeto expansionista em nossas terrar, os portugueses usaram 
mão-de-obra escrava num primeiro momento. 
d) Embora bastante rudimentar era impossível ver que existia um comércio promissor. 
e) Os vice-reis, eram pessoas delegadas pelo próprio povo para administrarem as 
colônias. 
 
6. Estudamos que em um dado momento da Europa, Portugal foi considerado um 
país atrasado, pois, os Estados Unidos obtiveram sua independência em 1776 d.C., 
e França e Inglaterra aboliram a escravatura em 1802 e 1807 respectivamente, 
sobre o Brasil Colônia e Império é correto afirmar: 
 
a) Para melhor administrar as terras foi instituído o regime secretarias hereditárias. 
b) O regime de capitanias hereditárias mostrou-se frutífero com os anos. 
c) Dom Pedro I não tornou-se rei de Portugal. 
d) Marquês de Pombal foi um grande escravagista. 
e) O desenvolvimento local ficou tão visível em 1824 já falava-se em um projeto de 
um novo império lusitano com sede no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
7. Estudamos que além de absorver o modo de vida dos índios, os portugueses 
observaram que os grupos dispersos indígenas não estavam organizados de 
forma a constituir uma nação, o que facilitou os muitos conflitos travados, e a 
dominação e eventual escravidão destes povos. Sobre o contexto do Brasil 
colonial marque a alternativa correta: 
 
a) Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração dos Alfaiates (1798) foram 
movimentos pós-republicanos do Brasil 
b) Dom João IV (1640-1656), que passou a cobrar impostos sobre a colônias, gerando 
evidentemente grande satisfação. 
c) O Brasil desde a época colonial tinha uma governabilidade fácil diante de seu 
vasto território. 
d) Pernambuco foi a capitania mais rentável para império. 
e) As províncias eram regidas pelos respectivos presidentes. 
 
8. O Brasil quanto colônia vivia praticamente da monocultura da cana-de-açúcar 
e fumo, consoante ao que estudamos, por muito tempo tais culturas foram 
bastante lucrativas para a metrópole. Sobre o Brasil colônia apresente a 
alternativa correta: 
 
a) O Brasil foi descoberto num momento em que o feudalismo estava em alta. 
b) Embora as terras brasileiras estivessem em posse dos índios, estes por sua vez 
sintetizavam uma nação nos moldes europeus. 
c) Para otimizar o projeto expansionista em nossas terrar, os portugueses usaram 
mão-de-obra escrava num primeiro momento. 
d) Durante a colônia não foi possível implementar nenhuma atividade comércio. 
e) Os poderes executivo, legislativo e judiciário estavam centrados na figura do 
presidente da república, que eventualmente delegava para alguém alguma 
dessas competências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
UMA NOVA REPÚBLICA 
 
 
 
 
 
Nesta unidade, conforme o título anuncia, iremos mergulhar de vez no cerne 
de nossa disciplina, a República Brasileira, para tal vamos começar de suas raízes mais 
profundas e nos capítulos posteriores iremos caminhar historicamente para os 
governos mais contemporâneos. E aí? Vamos lá? 
 
2.1 MOTIVOS QUE LEVARAM A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA 
Enquanto o Brasil conquistava o respeito fora do país, Dom Pedro II não lograva 
o mesmo êxito internamente. Dizemos que a queda da monarquia aqui no Brasil foi 
ocasionada por uma gama relativa de coisas. 
A primeira delas e mais apontada foi que após o triunfo do Brasil sobre o 
Paraguai, o exército ganhou popularidade em nosso território, principalmente sobre 
o nome do Marechal Deodoro da Fonseca, não só na elite urbana como na elite 
rural. Assim, o exército ganhou voz social e passou a reivindicar melhores condições. 
Alguns oficiais foram aos periódicos fazer valer melhor audíveis os pleitos. Dom Pedro 
II por sua vez, vedou este tipo de ato, calando a voz dessa classe. 
A aristocracia rural era nitidamente a mais insatisfeita, pois devido aos inúmeros 
atos abolicionistas, a classe sentiu a necessidade der dar uma resposta à altura. Aqui, 
portanto, a segunda causa para a proclamação da república. 
A terceira causa que podemos apontar é o fato da ascensão da Maçonaria 
que patrocinava a filosofia do positivismo aqui no país. 
 
 
Por fim, sabe-se que a igreja católica também estava desgostosa com o 
imperador. Dentro da estrutura organizacional o clero responde ao Papa e não ao 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
imperador, diferente do Anglicanismo, por exemplo, em que o monarca concentra 
a chefia de Estado com a Chefia da Igreja. Dom Pedro II, queria aqui ou acolá fazer 
as mesmas interferências inerentes aos chefes de estado anglicano, o que gerava 
alguns atritos. 
Embora a política local estivesse em ebulição, é sabido que esta não era a 
vontade geral da nação, pois a população em geral tinha grande estima por seu 
imperador. 
Porém, e 15 de novembro de 1889, tomando alguns prédios públicos, com um 
punhado significativo de soldados, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a 
república, e às pressas a família real sai exilada, tornando somente muitos anos 
depois. 
E em 24 de fevereiro de 1891 é promulgada a Constituição Da República Dos 
Estados Unidos Do Brasil. 
 
Figura 7: Marechal Deodoro da Fonseca 
 
Fonte: Bradley e Rulofson (1876) 
 
2.2 COMEÇA-SE UMA NOVA E CONTURBADA REPÚBLICA 
Por aclamação Deodoro da Fonseca torna-se nosso primeiro presidente, 
porém o quadro político estava longe de ser calmo. O então presidente tinha a fama 
de ser destemperado e muito embora um militar afamado em batalhas, jamais 
demonstrou liderança para um cargo executivo, apresentando vieses ditatoriais. 
Logo de início, uma gama de equívocos foram feitos, durante o período de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
transição, antes da promulgação da nova constituição, o então ministro da fazenda, 
o famoso jurista Ruy Barbosa, adotou medidas no sentido de incentivar o crédito e 
iniciar um projeto de industrialização, para que os bancos privados tiveram que emitir 
papel-moeda. O resultado em pouco tempo foi catastrófico. Uma crise financeira foi 
gerada. Estima-se que houve um aumento da especulação no mercado de ações e 
aumento da inflação gerando falências de empresas e esvaziamento dos cofres 
públicos. 
 
 
 
 
Porém, a nova república não deixou de ser alvo de críticas. A imprensa da 
época foi acusada de incitar perturbações contra o regime político, e por isso 
decretando-se a censura e supressão a liberdade de imprensa. 
Alguns historiadores dizem que foi instaurado uma ditadura militar, porém ao 
nosso ver, embora houvesse um decréscimo do direito de imprensa, com o passar 
dos anos, paulatinamente isso decaiu, não representando uma ditadura 
propriamente dita. Isso somente demonstrou uma atitude totalitária do governante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 8: Deodoro da Fonseca 
 
Fonte: Kronstrand (1889) 
 
Sobre a Constituição de 1891 as evoluções foram inúmeras. Passemos a tratar 
das mais relevantes e usualmente mais comemoradas. 
Com a nova Carta Magna, como se era de se esperar há a extinção do poder 
moderador, exercido apenas pelo imperador, mantendo os três poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário. 
Com a influência da Maçonaria e da literatura filosófica produzida até aquela 
época, aqui há separação entre o Estado e a Igreja Católica. 
Do ponto de vistaadministrativo, o Estado tornou-se o responsável pela 
emissão de certidões e certificados e a igreja católico deixou de receber total 
subvenção do Estado. Os reflexos disso seriam mais sentidos no Código Civil de 1916, 
com leis de cunho privado. Como consequência direta a este ato foi concebida a 
liberdade de culto para todas as religiões, o Estado tonou-se laico. 
É importante frisar que reside uma certa confusão até hoje sobre o termo 
“Estado Laico”. Para tal, vamos fazer um esforço de cunho filosófico, portanto vamos 
pensar um pouco: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Diante dessa separação um tanto amigável com igreja, uma outra garantia 
que foi erigida a direito constitucional foi a do ensino primário obrigatório, laico e 
gratuito. 
Outra inovação é a proibição do uso de brasões ou títulos nobiliárquicos (ou 
seja, da nobreza) nos prédios públicos. 
O voto passa a ser universal para cidadãos alfabetizados. Entretanto, leia-se 
com Cidadãos, nos termos desta constituição, homens, já que as mulheres não eram 
conduzidas aos estudos e também tinham direito ao voto ainda, mesmo que fossem 
alfabetizadas. Esse direito só seria conquistado muitos anos depois. Podemos ainda 
dizer que o direito a voto continuou pertencendo ainda às classes mais abastadas 
da sociedade, pois poucos eram os negros e índios que liam no início da república. 
Nesta Constituição podemos dizer que houve a consolidação do Poder 
Legislativo bicameral, ou seja, com Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Os 
deputados tinham um mandado de três anos, já os senadores de nove anos. Com 
isto houve o fim do Senado vitalício. 
Por fim, houve o surgimento do Poder Legislativo provincial, que futuramente 
seria a Câmara de Deputados Estaduais. Através deste ato, as províncias poderiam 
criar suas próprias leis e impostos, ganhando, portanto, mais autonomia em relação 
ao poder central. 
Com a nova constituição, os historiadores numa tentativa mais didática 
separaram o período em dois marcos, a república velha 1891-1930, e a república 
nova que vem desta era até o período atual, que começa, portanto, da era Vargas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
até os dias atuais. Para fins de nossos estudos, no presente capítulo iremos apenas 
tratar dos eventos políticos e legais da chamada república velha. Como o período 
chamado república nova houve uma atividade política mais volumosa ante a 
grandes e rápidas transformações que passava o mundo, guardaremos os próximos 
capítulos somente para tratar de forma acurada esta era. 
 
2.3 PRIMEIROS ANOS DA REPÚBLICA 
Ficando nítido que a república instaurada no Brasil tem sua corrente filosófica 
pautada no Positivismo, Liberalismo, alguns autores afirmam que tivemos a criação 
de uma república Jacobina, em referência ao partido francês que se proclamava 
querer ter um alcance mais social, em prol da igualdade. Na prática não foi o que se 
observou. 
 
 
 
Para que fique mais claro vamos contextualizar melhor. 
Os negros recém abolidos, estavam desempregados, passavam 
frequentemente fome, e se refugiavam em locais afastados das cidades e vilas, que 
era praticamente feitas para abarcar o modo de vida da aristocracia rural ainda 
muito forte. Estes locais afastados deram origem mais tarde as favelas e os bairros 
menos favorecidos. 
Quando reconduzidos para o mercado de trabalho, muitos ganhavam 
apenas a alimentação e em alguns pouquíssimos casos os salários eram baixíssimos, 
que mal abarcavam os proventos mensais. Há relatos de muitos negros que voltaram 
apara seus antigos senhores para trabalhar apenas pelo prato de comida em virtude 
dessas condições. 
Às mulheres brancas não havia muito o que fazer, pois eram proibidas de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
trabalhar de forma plena. Às mulheres negras e índias os trabalhos eram voltados aos 
serviços domésticos. 
Havia um grande descarte de crianças, principalmente negras. As que não 
morriam de fome, ou seja, as mais sortudas eram criadas pelas casas assistenciais 
católicas. 
Os índios pouco a pouco foram conduzidos mais e mais para o interior do país, 
salvo poucas comunidades que foram aos poucos sofrendo os alcances das 
civilidades. 
Este era o real retrato do governo jacobino, avançado, liberal e progressista 
implantado juridicamente. 
Este retrato fez com que ficasse mais visível a distância social, e ficando visível 
também preconceito, que não diminuiu. 
Esse foi o balanço social dos trinta anos de república velha. A república que 
deveria ser um governo para todos, era centrado na permanência e manutenção 
de uma Oligarquia. 
No ponto de vista econômico, a cultura do açúcar e fumo já havia entrado e 
decadência. Porém, ganhava força a cultura do café e atividade pecuarista, 
principalmente para atender o mercado do leite. Como os métodos de conservação 
da carne bovina eram bem rudimentares, o mercado de carne não era tão forte 
como hoje em dia. 
Contudo a força destas duas produções era tamanha, que elas passaram a 
financiar campanhas políticas, momento em que foi chamado de política do café-
com-leite. 
Dessa forma, os grandes agricultores e pecuaristas (ambos chamados de 
coronéis), conseguiram por quase três décadas eleger seus representantes, que 
evidentemente, em algum ponto do futuro, iriam favorecer de alguma forma com 
projetos políticos estas classes. Esta prática foi chamada de Clientelismo. E embora 
tenha sua marca explícita nesta era política do Brasil, ela ainda existe, ensejando os 
casos de corrupção vistos até os dias de hoje. 
Pouco falada, se destacava também, mas com menor potencial lucrativo, a 
extração da matéria prima para a borracha e o cacau. 
A industrialização neste período inicia de forma tímida seus primeiros passos, 
principalmente concentrada na região sudeste, porém sem nenhuma produção que 
tivesse expressividade. A primeira guerra mundial é um dos grandes gatilhos para que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
os empresários brasileiros tivessem interesse em investir no setor industrial, pois uma vez 
que a Europa estava praticamente parada por conta dos conflitos, a importação de 
artigos industrializados passou a ganhar destaque em nossa produção. Diga-se 
passagem, embora convencionamos chamar Primeira Guerra Mundial, apenas o 
Continente Europeu e os países que tinham influência sentiram os impactos da tal 
guerra. 
 
2.4 UMA REPÚBLICA EM CONSTANTE CONFLITO 
Tumultuada pelo agravamento do distanciamento social. O Brasil passava 
pelos últimos remodelamentos de território. Entre 1893 e 1895 Brasil e Argentina 
travaram forte embate por grande parte da região que compreende o estado de 
Santa Catarina. Batalha esta que só foi ganha graças ao auxílio financeiro dos 
Estados Unidos. 
Em 1900 França (através da Guiana Francesa) e Brasil disputam o território do 
Amapá. Tal guerra teve o auxílio da Suíça. Vencida a guerra, o Brasil incorpora toda 
região. 
Em 1903 as tensões criadas por Brasil e Bolívia por conta da extração do Látex 
chegam ao fim. O Brasil compra por dez milhões de dólares a região que hoje 
conhecemos como Acre, o chamado Tratado de Petrópolis. 
Porém, embora territorialmente tenhamos conseguido a paz, internamente, 
socialmente eclodem revoltas das mais variadas ordens. 
Em ordem cronológica podemos citar a guerra de Canudos na Bahia, 
liderados por Antônio Conselheiro e durou entre 1896 a 1897. 
O que inicialmente começou por uma insatisfação pela miséria local, ganhou 
proporções insurgentes. Coronéis e até membros da Igreja Católica aderiram ao 
conflito. Os principais motivos eram o descaso com a seca e com o trabalhador rural, 
aumento considerável de impostos, e a separação entendida descabida do Estado 
com a Religião acarretada pela proclamação da república. Após quatro expedições 
militares Canudos é massacrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
Figura 9: Mappa geral da Republicados Estados Unidos do Brasil 
 
Fonte: Calmon (1908) 
 
Em Juazeiro do Norte no estado do Ceará, no ano de 1913 Padre Cícero lidera 
um exército formado por fiéis por causa da retirada do poder da tradicional família 
Accioly. Aqui as questões foram resolvidas entre o governo do Estado e os fiéis. A 
família retoma o poder e o Padre Cícero vira um fenômeno político. 
A Guerra do Contestado (1912 – 1916) se deu, de certo modo, por motivos 
diversos aos que aqui foram apresentados. Primeiramente temos que dizer que a 
região a qual passaram os conflitos houve uma desapropriação de terras em favor 
de Americanos e Ingleses. Os camponeses que estavam na posse do imóveis foram 
literalmente expulsos, gerando marginalização e revolta desses. E por ato do governo, 
os participantes foram massacrados assim como em Canudos. 
Estes movimentos revoltosos mostraram a população a força do governo, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
indisposto a negociações. Porém, havia outros movimentos esparsos, conhecidos 
como banditismo social, geralmente relacionados à região nordeste. Consistiam em 
bandos armados que sobreviviam de crimes. Alguns redistribuía renda adquirida 
ilegalmente para as pessoas carentes, mas em regra eram saqueadores. O grupo 
mais conhecido foi o de Lampião, cujas lendas circulam ainda hoje nas regiões nas 
quais grupos desse tipo passaram. Tais grupos foram caçados e seus representantes 
mortos sem um devido processo legal. 
Aqui falamos apenas alguns exemplos, porém outros movimentos ocorreram 
em menor porte. São também ocorrência deste período republicano: A revolta da 
Vacina, A Revolta da Chibata, Movimento Operário, O tenentismo, Rebelião Paulista 
e outras. 
Carece destaque de nossa parte tratar do Tenentismo e Revolta do Forte de 
Copacabana. A primeira foi idealizada por oficiais do exército que queriam moralizar 
as eleições que sempre passaram pela interferência das oligarquias que por sua vez 
promoviam fraudes. 
Do movimento do Tenentismo o seu ponto mais alto foi a Revolta do Forte de 
Copacabana, também chamada de revolta dos 18 por sido uma passeata com esta 
quantidade de pessoas. Muito embora tenha havido vítimas e mortos, os 
acontecimentos desta revolta abriram janela para o que chamamos de revolução 
de 1930 que passaremos a ver agora. 
 
2.5 CLAMORES POR UMA REFORMA POLÍTICA 
Com este quadro podemos ver que o Brasil não era um país garantidor, e 
estava longe de ser uma república democrática. Ante a isto, surgia no campo 
ideológico clamores por uma reforma política, sob a influência da literatura alemã e 
russa, que na época apontavam como expoentes da produção científica e artística. 
Crescia aqui o pensamento comunista cujo o maior nome e defensor era Vladimir 
Ilyich Ulianov, ou como ficou mais conhecido, Lenim. 
Destaca-se neste momento Luís Carlos Prestes, diretamente influenciado pelo 
marxismo Lenista, criou um periódico chamado Coluna Prestes que ajudou a difundir 
os ideais comunistas no país, recrutando adeptos. 
Seus atos impulsionaram a formação do Partido Comunista do Brasileiro (PCB), 
que no plano legislativo ajudaram a conquistar benéficas garantias às minorias, 
equalizando os debates com grupos ultraconservadores do governo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
2.6 SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 
Muito embora, não seja o cerne de nossa disciplina o estudo dos reflexos no 
campo artísticos deste acontecido, a data é frequentemente lembrada junto com a 
Revolta dos Dezoito do Forte de Copacabana e a fundação do Partido Comunista, 
como um marco do início da crise oligárquica no Brasil. 
Ligados a vanguarda artística, este marco institui o modernismo no Brasil. Os 
artistas dos mais variados campos preceituaram a ruptura do pensamento artístico 
tradicional e conservador. 
Aqui tendia-se olhar para a expressão artística autenticamente brasileira, 
valorizando identidade nacional e buscando romper com a influência europeia. 
 
2.7 REVOLUÇÃO DE 1930: PRELÚDIO 
Vista essa breve síntese dos fatos, vimos que os primeiros anos da república 
foram constituídos de conflitos, ascensão da classe oligarca, e debates políticos 
acirrados. 
Chagamos ao governo de Washington Luís, o décimo primeiro presidente da 
república. E Último do que chamamos de república velha. Seu governo não trouxe 
tantas questões que carecem nosso apreço. Ele continuou o combate a Coluna 
Prestes e o avanço a tendência comunista que já estava tão acesa na Europa. 
 
Figura 10: Washington Luís 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Galeria de Presidentes (1926-1930) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
O Mundo vivia uma situação extremamente delicada, eram momentos pré-
segunda guerra mundial. 
Durante seu governo, o café, principal produto de exportação, experimentou 
de forma mais forte seu declínio. Além disso, o mundo viu a quebra da bolsa de Nova 
Iorque. 
Para conter um já visualizado declínio da economia nacional, com auxílio do 
então ministro da fazenda, Getúlio Vargas, sanciona o Decreto nº 5.108 com medidas 
que autorizava o executivo, dentre outras disposições, fazer as operações de credito 
internas ou externas necessárias para a melhor execução desta lei, combinando 
prazo, juros, amortização e garantias. 
O então presidente, criou através do decreto nº. 17.999 de 29 de novembro de 
1927, o Conselho de Defesa Nacional, visando uma coordenadoria de 
conhecimentos acerca de questões de ordem financeira, econômica, bélica e 
moral, referentes ao amparo da nação. Este conselho mais tarde seria responsável 
pela inteligência de segurança nacional. 
Investiu fortemente em estradas asfaltadas no eixo Rio- São Paulo. 
Washington Luís inicia o rompimento com a política de Café-com-Leite, 
lançando Júlio Prestes para a campanha à presidente, ganhando a adesão dos 17 
estados que exatamente não tinham grande representatividade em virtude dos anos 
em que a tal política os repelia. 
Formando a Aliança Liberal, os Estados restantes, quais sejam, Minas Gerais, 
Rio Grande do Sul e Paraíba, lançam campanha eleitoral com o nome de Getúlio 
Vargas como presidente e o presidente (leia-se, governador) do Estado da Paraíba 
João Pessoa. Esta aliança, embora aparentemente pouco numerosa, ganhou 
apreço de muitas personalidades de peso da época, o que fez com que a proposta 
do liberalismo estatal e econômico ganhasse força. 
Mais uma vez no tabuleiro político nacional estava uma banda conservadora, 
cafeicultora, decadente por causa da crise de 1929, e noutra banda uma liberal, e 
apoiada por outros seguimentos nacionais. 
As passeatas nesta época sempre eram marcadas por violência, mas era 
nítido aqui que as tensões ficaram mais fortes. Um dos momentos marcantes ocorreu 
poucos dias antes da eleição, sucedida no dia 6 de fevereiro, evento chamado de 
atentado de montes claros, quando apoiadores de Júlio Prestes foram alvejados, 
alguns chegando a óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Estes eventos iriam desencadear de vez a revolução de 1930. 
No ano em comento, Júlio Prestes ganha as eleições. Como era habitual, as 
eleições eram sempre fraudulentas, de toda sorte, estima-se 1.091.709 dos votos 
foram a favor de Júlio prestes, contra 742.794 votos a favor de Getúlio Vargas. 
Diante desta proximidade, a Aliança Liberal declarou que houve fraude e 
rejeitou a validade destas eleições. Todavia em virtude da derrota, ela começou a 
esfacelar. Contudo, as revoltas contra os partidos apoiadores de Prestes eram ainda 
frequentes, e efervescência persistiu no Brasil sempre com nuances de violência e 
com emprego de armas. 
Os que permaneceram em apoio a Aliança Liberal, iniciaram um processo 
conspiratório com sede no Estado do Rio Grande do Sul, que tinha como cunho 
principal retirar e legitimidade das eleições e os apoios aferidos a Júlio Prestes. 
Em Pernambuco, meses depois o candidato a vice-presidente João Pessoa é 
assassinado por questõeseminentemente pessoais, ou seja, aparentemente sem 
nenhuma relação política, porém sua morte foi entendida pela Aliança como o 
estopim. 
Washington Luís, ainda estava finalizando o mandato quando soube que 
algumas marchas caminhavam para derruba-lo do poder, este por sua vez nada fez. 
No dia 03 de outubro de 1930, inicia-se a revolução, Getúlio Vargas infiltra 
alguns dos seus afiliados e toma a 3º Região Militar com sede em porto alegre, 
iniciando uma marcha rumo a Santa Catarina com destino ao Rio de Janeiro, que 
nesta época era sede ainda do governo. No Nordeste alguns governadores são 
depostos de seus cargos. 
Vargas sabia que o plano não poderia dar errado pois segundo o artigo 107 
do decreto nº 847, 11 de outubro de 1890, tentar diretamente e por fatos, mudar por 
meios violentos a Constituição política da República ou a forma de governo 
estabelecida teria pena de banimento aos autores e aos partícipes a reclusão por 5 
a 10 anos. 
Embora, não tivesse a adesão inicialmente em todos os Estados, pouco a 
pouco Vargas vai conseguindo a reunir forças militares em todos eles. Muitos políticos 
influentes foram presos ou exilados dentre eles Washington Luís e Júlio Prestes. 
Getúlio toma o poder através de um golpe militar, encerrando a República 
Velha, derrubando as Oligarquias que desde o Tenentismo já eram criticadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
2.8 ALGUMAS LEIS RELEVANTES DESTE PERÍODO 
Podemos apresentar atos relevantes promovidos como decretos para nossa 
disciplina: 
 
 
 
 726, de 8.21.1900 Autoriza o Governo a dar permanente instalação, em 
prédio público de que possa dispor, à Academia Brasileira de Letras, 
fundada na capital da República, e decreta outras providencias; 
 979, de 6.1.1903 Faculta aos profissionais da agricultura e industrias rurais a 
organização de sindicatos para defesa de seus interesses; 
 1.102, de 21.11.1903 Institui regras para o estabelecimento de empresas de 
armazéns gerais, determinando os direitos e obrigações dessas empresas; 
 2.044, de 31.12.1908 Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula 
as Operações Cambiais; 
 2.591, de 7.8.1912 Regula a emissão e circulação de cheques; 
 2.784, de 18.6.1913 Determina a hora legal; 
 3.708, de 10.1.1919 Regula a constituição de sociedades por quotas, de 
responsabilidade limitada. 
 
Como dissemos, estes são os mais relevantes, porém não impedem que 
possamos fazer menção honrosa a outras leis. Uma delas é o Código Civil de 1916, 
que era extremamente patriarcalista, e por que não dizer, muitas vezes machista, que 
tinha as mulheres apenas como objetos dos homens, e seres sem praticamente sem 
nenhuma personalidade jurídica. Este código permaneceu em vigor, pasmem, até 
2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Nesta unidade pudemos ver melhor as causas apontadas para o declínio do 
Império no Brasil e a ascensão de uma nova e tumultuada República. Desse 
contexto podemos considerar como afirmação verdadeira: 
 
a) O movimento pela abolição da escravatura foi responsável pela queda do 
regime imperial 
b) A Igreja Católica era satisfeita com o Imperador que queria fazer interferências no 
clero. 
c) A aristocracia rural satisfeita pelos atos abolicionistas do governo não apoiou o 
movimento republicano 
d) A Maçonaria que defendia o liberalismo e o positivismo não apoiou a queda do 
império 
e) O aumento do prestígio do exército não tem influência com a queda do império 
 
2. Em 15 de novembro de 1889, tomando alguns prédios públicos, com um punhado 
significativo de soldados, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a república. 
E em 1891 é promulgada a nova constituição brasileira. Desse contexto podemos 
considerar como afirmação verdadeira: 
 
a) A constituição previa o equilíbrio de 3 poderes. 
b) A nova constituição não previa a criação de um estado laico, independente da 
igreja; 
c) Haveria cargos vitalícios para senadores. 
d) A constituição não previa a criação Poder Legislativo provincial. 
e) Aqui houve a consolidação do sistema tricameral para o legislativo. 
 
3. Os primeiros anos de república restaram-se extremamente difíceis uma vez que 
existiam problemas de ordem social de muitas ordens, sem falar que o país tomou 
inicialmente medidas econômicas equivocadas. Desse contexto podemos 
considerar como afirmação correta: 
 
 
a) Os negros recém abolidos, foram admitidos em empregos estáveis 
b) Mulheres não poderiam exercer seu direito à voto. 
c) Os índios pouco a pouco foram conduzidos mais e mais para suas terras de 
origem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
d) O distanciamento social não ficou mais evidente. 
e) A república, em seu início, ficou marcada por pelo crescimento da cultura do 
milho. 
 
4. Estudamos nesta unidade que os grandes agricultores e pecuaristas (ambos 
chamados de coronéis), conseguiram por quase três décadas eleger seus 
representantes, que evidentemente, em algum ponto do futuro, iriam favorecer 
de alguma forma com projetos políticos estas classes. Esta atividade ficou 
conhecida como 
 
a) Corrupção. 
b) Clientelismo. 
c) Estelionato 
d) Descaminho 
e) Atendimento 
 
5. A nova república foi recoberta por grandes manifestações em desfavor do 
governo. Dentre as alternativas abaixo, aponte a única revolta que ocorreu no 
período colonial e não no republicano: 
 
a) A Guerra de Canudos. 
b) A Guerra do Contestado 
c) Inconfidência Mineira. 
d) A Revolta da Chibata. 
e) O tenentismo. 
 
6. A partir da década de 1920, o Brasil passa por transformações políticas. Com o 
enfraquecimento da política do café-com-leite, o modelo de liberalismo político-
econômico passou a ser clamado por parcela da população. Sobre os eventos 
ocorrido nesta década aponte a afirmação correta: 
 
a) A semana de arte moderna não mostrou no campo artístico valorização de uma 
identidade nacional, buscando romper com a influência europeia 
b) Nesta década não houve a consolidação do partido Comunista. 
c) O tenentismo não foi um dos movimentos que impulsionaram o a revolução de 
1930. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
d) Washington Luís iniciou o rompimento com a política de Café-com-Leite 
e) O Candidato de Washington Luís era Luiz Carlos Prestes. 
 
7. A revolução de 1930 marca o fim da chamada República Velha instaurando um 
novo momento histórico em nosso país. Sobre os eventos que conduziram a este 
momento aponte a alternativa verdadeira 
 
a) A Aliança Liberal foi composta por representações políticas do Rio Grande do Sul, 
Paraíba e São Paulo. 
b) O Conselho de Defesa Nacional, foi uma coordenadoria somente para fins bélicos 
c) Getúlio Vargas incialmente foi vice-presidente de Washington Luiz. 
d) A morte do candidato a vice-presidente João Pessoa não influenciou a revolução 
de 1930. 
e) Júlio Prestes ganha as eleições com margem expressiva sobre Vargas 
 
8. A República Velha é um termo didático que assinala para era que se inicia 1891 
com a promulgação da primeira constituição republicana e vai até 1930 com a 
chegada de Getúlio Vargas ao poder. Das disposições legais desta era, aponte 
para a única que é referente a este marco. 
 
a) 3.270, de 28.9.1885 Publicado na CLBR de 1885 que regula a extinção gradual do 
elemento servil; 
b) 3.129, de 31.12.1882 Publicado na CLBR de 1882 que regula a concessão de 
patentes aos autores de invenção ou descoberta industrial; 
c) 646, de 31.7.1852 Publicado na CLB de 1852 que Fixa a Força Naval para o ano 
financeiro de 1853 - 1854.; 
d) decreto nº 847, 11 de outubro de 1890, Código penal; 
e) 2.044, de 31.12.1908 Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as 
Operações Cambiais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
A ERA VARGAS 
 
 
 
 
 
Chegamos neste capítulo na República Nova, momento histórico político no 
qual estamos inseridos, por se tratar de umponto muito específico que durou muitos 
anos, dedicaremos este capítulo para tratar da Era Vargas. Vamos lá? 
 
3.1 PRIMEIROS ANOS APÓS A REVOLUÇÃO DE 1930 
Uma vez que a democracia fora tomada à força por Getúlio Vargas 
conjuntamente com suas alianças político-militares, o Brasil vive entre 1930-1934 um 
governo provisório. A situação jurídica aqui é extremamente temerária. Pois uma vez 
que instituída a democracia, estava no poder alguém que não tinha legitimidade 
para exercer o cargo de Presidente da República. 
 
 
 
Ao tomar posse, em seu discurso, Vargas assim asseverou: 
Senhores da Junta Governativa: Assumo, provisoriamente, o Governo 
da República, como delegado da Revolução, em nome do Exército, 
da Marinha e do povo brasileiro, e agradeço os inesquecíveis serviços 
que prestastes à Nação, com a vossa nobre e corajosa atitude, 
correspondendo, assim, aos altos destinos da Pátria (BRASIL, 2009, p. 
51) 
Do ponto de vista jurídico, em seu primeiro Decreto 19.398 de 11 de novembro 
de 1930 consta significativamente pontos que extinguiu o modelo federalista. Com 
este decreto, é visível o golpe contra a constituição de 1891. (BRASIL, 1891) 
Interessante apontar que a base liberal, de onde Vargas sempre teve seu 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
apoio, estimava o modelo federativo. 
O decreto acima mencionando, literalmente dissolveu, as assembleias 
estaduais e as câmaras municipais, nomeando interventores que iriam substituir os 
governadores estaduais. 
Esta medida, dentre outras coisas, visou retirar o controle financeiro dos 
estados e consequentemente centralizando-o no governo central. Com isso os 
estados foram impedidos de tomarem empréstimos, com entes internos ou externos, 
sem prévia autorização do governo. 
 
Figura 11: Getúlio Vargas 
 
Fonte: Galeria de Presidentes (1930) 
 
O governo nestes primeiros anos trabalhou no sentido de diminuir os efeitos da 
crise de 1929, dentre eles foi em compor grande número de leis trabalhistas que mais 
tarde resultariam na Consolidação de Leis do Trabalho – CLT. 
Sob o mesmo decreto, Getúlio criou o Tribunal Especial que viria a ser 
responsável por processar e julgar criminosos políticos, funcionais e outros não 
discriminados. 
Aos revoltosos ainda vivos de 1922 à 1924 o presidente concedeu anistia, ou 
seja perdão pelos crimes cometidos, dentre eles estava uma personalidade ilustre dos 
livros de História, o General Castelo Branco, que viria a ser presidente do Brasil no 
período mais tarde chamado de ditadura militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Com isso algumas personalidades que foram exiladas iniciaram um movimento 
de retorno ao país. Dentre eles, citamos a família real do Brasil, que desde o golpe 
em favor da república estava na Europa. 
No ano de 1931, Vargas juntos com ministros Aliancistas, através de um 
manifesto, funda a Legião de outubro, ou Clube 03 de Outubro, cujo nome é uma 
homenagem direta ao golpe dado no ano anterior que instituiu o Governo provisório. 
Embora o nome pareça amistoso, este intento, originou uma organização 
nacional, com qualidades de um exército civil, para adicionar as forças da 
Revolução. Este ato também tinha um objetivo de aprofundar a Aliança Liberal em 
outras áreas como economia, educação. A legião de outubro brecava medidas 
antirrevolução de 1930, reprimindo qualquer pleito por novas eleições. Desse modo, 
ela alongava a ditadura recém instaurada, assim como, instaurava a criação de 
organizações revolucionárias nos estados, que, assim que fundadas desbaratavam 
os partidos políticos. 
Incontestavelmente, nesta altura, os direitos políticos foram oprimidos. 
A força de Vargas fica tão visível aqui, que através da redação deste 
manifesto, a população era chamada a "empunhar as armas" caso fosse necessário. 
 
Figura 12: Revolucionários de 1924 Castelo Branco (em pé, o 2º a partir da direita) 
 
Fonte: Iconographia (1924) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
3.2 SÃO PAULO DURANTE O GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS 
Neste momento uma das figuras históricas mais importantes foi o militar 
pernambucano João Alberto Lins de Barros, ou como politicamente foi chamado 
João Alberto, participante da Revolta Paulista de 1924 e da Coluna Prestes, este foi 
um tenentista que se tornou um vulto importante para Vargas. 
Uma vez que São Paulo era um reduto contrário ao então Presidente Provisório, 
Getúlio Vargas nomeou João Alberto por sua tenacidade e liderança. 
No seu ato do mandato, João Alberto regulamentou, via decreto, um 
aumento imediato de 5% os salários dos operários e reduzindo a jornada de trabalho 
para 40 horas semanais, e caso a medida não fosse ajustada poderia ser usado o 
emprego da força, chegando inclusive ao confisco das fábricas. Embora soe 
aparentemente justa, a medida foi adotada com muita assertividade, gerando um 
desequilíbrio na economia local, pois adveio sem preparar a classe empregadora 
para o aumento repentino do orçamento das empresas. Evidentemente isso gerou 
uma enorme insatisfação. 
 
Figura 13: João Alberto 
 
Fonte: Aureliano Leite (1954) 
 
Essa medida foi deveras contrastante, pois enquanto por um lado fora 
totalitária, do outro lado, nas falas do próprio João Alberto, o povo (chamado por 
ele de operário) era impedido de fazer greve ou qualquer agitação característica de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
ordem comunista ou anarquista. 
É claro que estas falas não foram endereçadas para o proletariado, pois eles 
estavam sendo privilegiados obviamente pela medida, e sim para a classe 
empregadora que era naquele instante era afetada. 
 
 
 
Todavia, com a forte crise econômica instaurada no Brasil, fundido com o 
regime ditatorial que se apontava, manifestações começaram as surgir em muitos 
estados do Brasil. Tais atos começaram a ser reprimidos com o emprego da força 
pelo governo. Importante destacar que embora a repressão destes movimentos 
foram embasados como combate ao comunismo. 
Devido à efervescência vivida pela industrialização principalmente nos 
estados de São Paulo, não era incomum alguns adeptos do regime stalinista que 
naquele instante afigurava. Inclusive houve uma Associação dos Empregados do 
Comércio que diretamente ligados ao Partido Comunista do Brasil que apoiavam o 
stalinismo. 
Contudo, estes movimentos ajudaram a favorecer a atividade sindical. 
Por fim, a cafeicultura enfrentava seus últimos suspiros de vida. Com o 
comércio internacional em baixa, o governo toma para si, dentre outras coisas, a 
aquisição, guarda e liquidação dos estoques de café. Como não havia demanda 
para a compra do produto o governo se viu obrigado a queimar centenas de sacas 
de café. Isto ficou tão acentuado que Noel Rosa, famoso sambista, assim escreveu e 
cantou: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O partido democrático, em manifesto, pede a retirada do Interventor João 
Alberto e interromper a assembleia constituinte que já começava a ser preparada 
com a finalidade de produzir o texto da constituição de promulgada 1934. Após 
vários conflitos, e muitos revoltosos presos, o então interventor deixa o governo, sendo 
substituído logo em seguida. 
Durante seu governo, João Alberto autorizou o funcionamento do Partido 
Comunista do Brasil, bem como, permitiu a criação da Sociedade dos Amigos da 
Rússia, e ajudou a fundar a seção estadual em São Paulo da Legião Revolucionária. 
Entre 1932 e 1933 a assembleia constituinte é convocada ainda sob muitos 
conflitos e no âmbito internacional Hitler torna-se Embaixador da Alemanha. 
 
3.3 UMA NOVA CONSTITUIÇÃO EM 1934 
Após 4 anos de muitas revoltas, é promulgada, em 16 de julho de 1934, a nova 
Constituição Da República Dos Estados Unidos Do Brasil. Como dissemos, uma 
constituição é a lei máxima que dita os limites jurídicos de um Estado. Em seu 
preâmbulo assim consta: 
Nós, os representantes do povo brasileiro, pondo