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01 - DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

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Das Penas e da Extinção 
da Punibilidade 
 
 
 02 
 
 
1. Das Penas - Parte II 4 
Da Cominação das Penas 4 
Da Aplicação das Penas 5 
Circunstâncias Agravantes 9 
Circunstâncias Atenuantes 10 
Cálculo da Pena 11 
Concurso Material 16 
Concurso Formal 18 
Crime Continuado 21 
Erro na Execução e Resultado Diverso do Pretendido 25 
Limite das Penas e Concurso das Infrações 28 
Suspensão Condicional da Pena 29 
Livramento Condicional 38 
Requisitos Objetivos 40 
Requisitos Subjetivos 40 
Revogação do Livramento 43 
Efeitos da Condenação e a Reabilitação 45 
Medidas de Segurança 47 
 
2. Extinção da Punibilidade 51 
Direito Esquematizado 52 
Concurso de Pessoas (Esquematizado) 52 
Das Penas - Esquematizado 56 
 
3. Referências Bibliográficas 59 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
1. Das Penas - Parte II 
 
 
Fonte: Canal Ciências Criminais1 
 
Da Cominação das Penas 
 
ominar tem a significação de 
ameaçar com pena, em caso de 
infração. Por isso, pena cominada é 
aquela que a lei prevê como sanção 
para determinado comportamento. 
Pena cominada e pena prevista em 
lei são sinônimas. 
As penas privativas de liber-
dade têm seus limites estabelecidos 
na sanção correspondente a cada ti-
po legal de crime. 
Assim leciona BITENCOURT 
(2012, p. 497): 
 
Tradicionalmente o Direito co-
dificado brasileiro prevê a san-
ção em cada tipo penal. A nor-
ma penal compõe-se de duas 
 
1 Retirado em https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br 
partes: (a) o preceito, que con-
tém o imperativo de proibição 
ou comando, (b) e a sanção, que 
constitui a ameaça de punição a 
quem violar o preceito. Já em 
relação às penas restritivas - di-
tas alternativas - foi adotado 
um outro sistema de cominação 
de penas, mais flexível, mas 
sem alterar a estrutura geral do 
Código Penal. Assim, se a pena 
efetivamente aplicada não for 
superior a quatro anos de pri-
são ou se o delito for culposo, 
estando presentes os demais 
pressupostos, será possível, te-
oricamente, aplicar uma pena 
restritiva de direitos, que, ape-
sar de ser uma sanção autôno-
ma, é substitutiva. 
 
As penas restritivas de direitos 
são aplicáveis, independentemente 
de cominação na parte especial, em 
C 
 
 
5 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
substituição à pena privativa de li-
berdade, fixada em quantidade infe-
rior a um ano, ou nos crimes culpo-
sos. 
 
Da Aplicação das Penas 
 
O art. 59 do Código Penal esta-
belece que o juiz, atendendo à culpa-
bilidade, aos antecedentes, à condu-
ta social, à personalidade do agente, 
aos motivos, às circunstâncias e con-
sequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabele-
cerá, conforme seja necessário e su-
ficiente para reprovação e prevenção 
do crime: 
I. As penas aplicáveis dentre as 
cominadas; 
II. A quantidade de pena aplicá-
vel, dentro dos limites previstos; 
III. O regime inicial de cumpri-
mento da pena privativa de liber-
dade; 
IV. A substituição da pena priva-
tiva da liberdade aplicada, por ou-
tra espécie de pena, se cabível. 
 
Circunstâncias são dados ou 
fatos (subjetivos ou objetivos) que 
estão ao redor do crime, mas cuja 
ausência não exclui o tipo penal, 
pois não lhe são essenciais, embora 
interfiram na pena. 
Circunstâncias Legais são as 
agravantes e atenuantes (art. 61, 62, 
65 e 66), que ainda serão considera- 
das no cálculo da pena após a fixação 
da pena-base nos termos deste art. 
59. 
Circunstâncias Judiciais são 
aquelas apontadas no caput do ar-
tigo 59: culpabilidade, antecedentes, 
conduta social, personalidade do 
agente, motivos, circunstâncias e 
consequências do crime, comporta-
mento da vítima. Tais circunstâncias 
formam um verdadeiro conjunto, 
devendo-se apreciar todas elas, em 
relação a cada acusado. 
As Circunstâncias Judiciais 
conferem ao Juízo margem de dis-
cricionariedade para fixar uma 
pena-base que entender adequada e 
suficiente tanto para a reprovação 
do crime, como para sua prevenção. 
Os critérios apontados no art. 
59 do CP orientam o julgador nesta 
primeira etapa da dosimetria da pe-
na, são eles: 
Culpabilidade: É a verificação da 
capacidade do autor de perceber os 
fatos e se determinar de acordo com 
eles, devendo-se analisar a situação 
de fato a existência dos pressupostos 
de imputabilidade, de potencial 
consciência da ilicitude e de exigibi-
lidade de conduta diversa. 
Verifica-se a própria ação do 
autor, majorando-se a censura tanto 
quanto maior for reprovação da sua 
conduta na realização do delito. 
Nos crimes culposos, a culpa-
bilidade pode ser verificada pelo 
 
 
6 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
grau de reprovação em face da cau-
tela não respeitada, que resultou no 
delito. 
Antecedentes: São antecedentes 
do autor, os fatos ocorridos em sua 
vida pregressa, considerando-se 
tanto que forem os bons como os 
maus, para aumentar a pena ou di-
minuí-la, conforme o caso. 
No que se refere aos maus an-
tecedentes, a edição da Súmula 444 
pelo STJ solucionou a questão sobre 
a possibilidade de os inquéritos po-
liciais e as ações penais em curso se-
rem considerados para efeito de 
maior reprovação da conduta em fa-
ce do autor, prevalecendo o entendi-
mento que resguarda o princípio da 
presunção de inocência: 
 
Súmula 444/STJ. Pena. 
Fixação da pena. Pena-base. In-
quéritos policial. Ação penal em 
curso. Agravação da pena-base. 
Inadmissibilidade. CP, art. 59. 
É vedada a utilização de inqué-
ritos policiais e ações penais em 
curso para agravar a pena-base. 
 
Havendo sentença condenató-
ria com trânsito em julgado inserví-
vel para o reconhecimento da reinci-
dência (o que ocorre quando transi-
tou em julgado, após a prática do no-
vo delito ou quando há mais de uma 
sentença condenatória transitada 
em julgado, em que uma já serviu 
para reconhecimento da reincidên-
cia), o juízo pode considerá-la como 
mau antecedente, para fins do artigo 
59 do Código Penal. 
Entretanto, quanto aos bons 
antecedentes, a mera inexistência de 
ações, de inquéritos ou de procedi-
mentos investigativos contra o autor 
dos fatos não é suficiente para se 
afirmar que seus antecedentes são 
bons. Com efeito, exige-se a verifica-
ção do comportamento social do au-
tor, sua inclinação para o trabalho, o 
seu relacionamento familiar e a sua 
conduta contemporânea ou subse-
quente à ação criminosa. Só então 
haverá um quadro referencial 
abrangente e idôneo a fornecer ao 
Magistrado o necessário conteúdo 
ao conceito de ‘antecedente. 
Conduta social: São os aspectos 
cotidianos da vida do condenado, a 
relevância de sua atuação dentro da 
sociedade. Novamente aqui a sú-
mula 444 do STJ é obrigatória, razão 
pela qual a conduta social do conde-
nado não pode ser valorada negati-
vamente, salvo quando houver sen-
tença judicial com trânsito em julga-
do balizando afirmação nesse senti-
do. 
Personalidade: A consideração da 
personalidade do agente, como cir-
cunstância a ser apreciada pelo Juí-
zo, deveria demandar, como regra, a 
elaboração de laudo criminológico, 
firmado por profissional com habili-
tação suficiente para diagnosticar a 
efetiva tendência do autor do fato à 
 
 
7 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
prática de crimes. Com efeito, sem 
um exame qualificado da personali-
dade do criminoso, tal critério não 
pode ser considerado para fins de 
mensuração da pena-base. 
Motivos do crime: As razões que 
levaram o delinquente a cometer o 
crime também são elementos para a 
aferição da pena-base, para tornar a 
pena mais severa ou abrandá-la, 
conforme o caso. Contudo, não po-
dem ser considerados aqueles moti-
vos já descritos como qualificadores 
ou privilegiadores do tipo penal, no-
vamente para se evitar o bis in idem. 
Circunstâncias: Para esta consi-
deração requer-se a realização de 
um raciocíniode exclusão, só se po-
dendo utilizar-se, nesta etapa, aque-
la não aplicada nas etapas subse-
quentes da dosimetria da pena. 
O local, o modo de praticar o 
crime, o tempo de sua duração etc., 
quando não previstos como circuns-
tâncias relevantes às etapas subse-
quentes da fixação da pena, podem 
ser consideradas para fins de au-
mento ou redução da sanção, no mo-
mento de fixação da pena-base. 
Consequências: São os resultados 
da ação criminosa, quanto maior for 
o dano causado à vítima, a terceiros 
ou à sociedade, maior deve ser a 
pena. 
Destaca-se, contudo, que os 
desdobramentos esperados do cri- 
me não podem ser considerados co-
mo consequência para fins de inci-
dência do artigo 59, justamente por-
que a própria sansão cominada no 
tipo penal já se apresenta como re-
tribuição ao dano causado. Haveria, 
em tal situação, dupla cominação 
em face de um mesmo prejuízo veri-
ficado. 
Comportamento da vítima: O 
comportamento da vítima não justi-
fica o crime, podendo, contudo, di-
minuir a censura sobre a conduta, 
atuando, assim, como circunstância 
judicial favorável ao condenado. 
Ocorre, por exemplo, quando 
a vítima demonstra certa predispo-
sição a tal condição em face de deter-
minado delito, podendo esta cir-
cunstância ser considerada para fins 
de fixação da pena. 
A escolha da pena pelo Juízo 
limita-se à sanção que a lei entender 
aplicável ao delito. Diante de uma 
cominação simples (ex. uma pena de 
prisão) ou cumulada (ex. uma pena 
de prisão e multa), não há possibili-
dade à discricionariedade, devendo 
o Juízo aplicar o que determina o 
preceito legal. No entanto, nos casos 
em que se comina sanção alternativa 
(prisão ou multa) está o Juízo apto a 
eleger qual sanção é a mais adequa-
da no caso concreto. 
Após fixar o montante da 
pena, cabe ao juízo definir qual será 
 
 
8 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
o regime inicial em que o condenado 
iniciará seu cumprimento. 
A espécie de pena e sua dura-
ção, a conveniência de se impor ao 
condenado o início do cumprimento 
da pena no regime semiaberto ou 
aberto, se for o caso, assim como os 
critérios do artigo 59, apresentam o 
caminho que o julgador deve percor-
rer no momento em que fixar o regi-
me inicial de cumprimento da pena. 
 
Para a substituição da pena o 
Juízo deve considerar, a partir dos 
parâmetros do artigo 44, bem como 
do artigo 60, §2.º, a conveniência da 
medida. 
Deve restar claro que na subs-
tituição não se perderá o caráter re-
tributivo, sancionatório e preventivo 
da pena substituída. 
DELMANTO (2002) explicita 
bem os critérios do art. 59: 
 
1. Culpabilidade 
do Agente 
Deve-se aferir o maior ou menor índice de reprovabilidade do agente, 
não só em razão de suas condições pessoais como também em vista 
da situação de fato em que ocorreu sua conduta. 
2. Antecedentes 
do agente 
São os fatos anteriores de sua vida, incluindo-se tanto os antecedentes 
bons como os maus. Serve para verificar se o delito foi um episódio 
esporádico na vida do sujeito ou se ele, com frequência ou mesmo ha-
bitualmente, infringe a lei. 3. Conduta social 
do agente 
Abrange seu comportamento no trabalho e na vida familiar, ou seja, seu 
relacionamento no meio onde vive. 
4. Personalidade 
do agente 
Diz respeito à sua índole, à sua maneira de agir e sentir, ao próprio 
caráter do agente. 
5. Motivos do 
crime 
São as razões que moveram o agente a cometer o crime. Deve-se aten-
tar para a maior ou menor reprovação desses motivos. 
6. Circunstâncias 
do crime 
São as circunstâncias que cercaram a prática da infração penal e que 
podem ser relevantes no caso concreto (lugar, maneira de agir, ocasião). 
7. Consequências 
do crime 
São os efeitos da conduta do agente, o maior ou menor dano (ou risco 
de dano) para a vítima ou para a própria coletividade. 
8. Comporta-
mento da vítima 
Também pode refletir-se na censurabilidade da conduta delituosa. 
 
São muito importantes as cir-
cunstâncias judiciais, pois é por 
meio delas que o juiz procederá à fi-
xação da pena e encontrará a pena-
base. Por isso mesmo, a decisão do 
juiz deve ser fundamentada, sendo-
lhe defeso aplicar a pena-base arbi-
trariamente ou com remissões gené-
ricas e abstratas. Também não pode, 
sem o devido esclarecimento de suas 
razões de decidir, optar por pena al-
ternativa mais severa, fixá-la acima 
 
 
9 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
do limite mínimo, optar por regime 
inicial pior do que o permitido, ou 
negar a substituição da pena, quan-
do cabível. 
 
Circunstâncias Agravantes 
 
Agravantes são dados ou fatos, 
objetivos ou subjetivos, que se en-
contram ao redor do crime, ade-
rindo ao delito sem modificar sua es-
trutura típica, mas agravando a pena 
dentro dos limites impostos abstra-
tamente pela lei. Elementares e cir-
cunstâncias: As elementares com-
põem o tipo penal básico, ou seja, 
são dados indispensáveis à definição 
do tipo. As circunstâncias são dados 
acidentais, secundários, que não in-
tegram a estrutura da infração pe-
nal, como o modo de execução do 
crime, os instrumentos empregados 
para sua prática, as condições de 
tempo e local em que ocorreu o ilí-
cito penal, o relacionamento entre o 
agente e o ofendido etc. Sua existên-
cia não interfere na existência do ti-
po penal (MASSON, 2014, p. 252). 
O art. 61 do código penal de-
fine quais são as circunstancias que 
sempre que ocorrerem irão agravar 
a pena. São elas: 
I. A reincidência; 
II. Ter o agente cometido o crime: 
a. Por motivo fútil ou torpe; 
b. Para facilitar ou assegurar a 
execução, a ocultação, a impunidade 
ou vantagem de outro crime; 
c. À traição, de emboscada, ou 
mediante dissimulação, ou outro re-
curso que dificultou ou tornou im-
possível a defesa do ofendido; 
d. Com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, tortura ou outro meio in-
sidioso ou cruel, ou de que podia re-
sultar perigo comum; 
e. Contra ascendente, descen-
dente, irmão ou cônjuge; 
f. Com abuso de autoridade ou 
prevalecendo-se de relações domés-
ticas, de coabitação ou de hospitali-
dade, ou com violência contra a mu-
lher na forma da lei específica; 
g. Com abuso de poder ou viola-
ção de dever inerente a cargo, ofício, 
ministério ou profissão; 
h. Contra criança, maior de 60 
(sessenta) anos, enfermo ou mulher 
grávida; 
i. Quando o ofendido estava sob 
a imediata proteção da autoridade; 
j. Em ocasião de incêndio, nau-
frágio, inundação ou qualquer cala-
midade pública, ou de desgraça par-
ticular do ofendido; 
k. Em estado de embriaguez pre-
ordenada. 
 
Motivo Fútil é o motivo nota-
velmente desproporcionado ou ina-
dequado em relação ao crime. Diz-se 
que agiu por motivo fútil quem pra-
ticou o delito sob pretexto totalmen-
te despropositado, desproporciona-
do ou inadequado, que normalmen-
 
 
10 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
te não deveria levar alguém a infrin-
gir a lei penal. Motivo Torpe - moti-
vo indigno, imoral, que choca e cau-
sa repugnância às pessoas comuns. 
Embriaguez preordenada - quando o 
agente comete o crime depois de ter, 
propositadamente, se embriagado 
para praticá-lo. É necessário que se 
prove ter o agente se embriagado, de 
propósito, para cometer o delito. 
(DELMANTO, 2002). 
Ocorrendo concurso de pes-
soas para o cometimento do crime, a 
pena será ainda agravada em relação 
ao agente que: 
I. Promove, ou organiza a coope-
ração no crime ou dirige a ativi-
dade dos demais agentes; 
II. Coage ou induz outrem à exe-
cução material do crime; 
III. Instiga ou determina a come-
ter o crime alguém sujeito à sua 
autoridade ou não-punível em vir-
tude de condição ou qualidade 
pessoal; 
IV. Executa o crime, ou nele parti-
cipa, mediante paga ou promessa 
de recompensa. 
 
Circunstâncias Atenuantes 
 
Atenuantes são circunstâncias 
que sempre atenuam (diminuem) a 
pena. Elas estão previstasnos arti-
gos 65 e 66 do código penal, são elas: 
I. Ser o agente menor de 21 (vin-
te e um), na data do fato, ou maior 
de 70 (setenta) anos, na data da 
sentença; 
II. O desconhecimento da lei; 
III. Ter o agente: 
a. Cometido o crime por motivo 
de relevante valor social ou moral; 
b. Procurado, por sua espontâ-
nea vontade e com eficiência, logo 
após o crime, evitar-lhe ou minorar-
lhe as consequências, ou ter, antes 
do julgamento, reparado o dano; 
c. Cometido o crime sob coação a 
que podia resistir, ou em cumpri-
mento de ordem de autoridade su-
perior, ou sob a influência de vio-
lenta emoção, provocada por ato in-
justo da vítima; 
d. Confessado espontaneamente, 
perante a autoridade, a autoria do 
crime; 
e. Cometido o crime sob a in-
fluência de multidão em tumulto, se 
não o provocou. 
 
O art. 65 do CP dispõe sobre as 
atenuantes genéricas, que são cir-
cunstâncias legais, de natureza obje-
tiva ou subjetiva. Não integram a es-
trutura do tipo penal, mas a ele se li-
gam a fim de diminuir a pena. Rece-
bem este nome por estarem previs-
tas na Parte Geral do CP, mas é pre-
ciso recordar que também podem 
estar presentes na legislação espe-
cial, como se verifica no art. 14 da 
Lei 9.605/1998, no tocante aos cri-
mes ambientais. O rol do dispositivo 
 
 
11 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
ora analisado é exemplificativo, co-
mo se extrai da leitura do art. 66 do 
CP, que consagra as atenuantes ino-
minadas. A aplicação das atenuantes 
é de aplicação compulsória (MAS-
SON, 2014, p. 368). 
 
Cálculo da Pena 
 
O cálculo da pena deverá ser 
feito inicialmente determinando-se 
a pena-base que será fixada aten-
dendo-se ao critério do art. 59 do 
Código penal, considerando-se a 
culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social, a personalidade do 
agente, os motivos, às circunstâncias 
e consequências do crime, bem co-
mo o comportamento da vítima, em 
seguida serão consideradas as cir-
cunstâncias atenuantes e agravan-
tes; por último, as causas de dimi-
nuição e de aumento. 
 
 
Artigo 59 do Decreto Lei nº 2. 
848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 59 - O juiz, atendendo à 
culpabilidade, aos anteceden-
tes, à conduta social, à persona-
lidade do agente, aos motivos, 
às circunstâncias e consequên-
cias do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, es-
tabelecerá, conforme seja ne-
cessário e suficiente para repro-
vação e prevenção do crime: 
(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - as penas aplicáveis dentre 
as cominadas; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - a quantidade de pena apli-
cável, dentro dos limites previs- 
tos; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
III- o regime inicial de cumpri-
mento da pena privativa de li-
berdade; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
IV- a substituição da pena pri-
vativa da liberdade aplicada, 
por outra espécie de pena, se 
cabível. (Incluído pela Lei nº 7. 
209, de 11.7.1984) 
 
Existem três fases da individu-
alização da pena: 1) cominação pela 
lei (que é a previsão em abstrato co-
minada no tipo legal); 2) aplicação 
pelo juiz (que ocorre na sentença pe-
nal condenatória) e 3) execução pelo 
juiz (após o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória). 
A individualização da pena é 
está presente no art. 5º, inciso XLVI 
da Constituição Federal e no de 
acordo com art. 68 do CP, o processo 
é trifásico, no modelo de Nelson 
Hungria, segundo o qual, para cada 
uma das três fases que o juiz deve 
percorrer para fixar ou dosar a pena, 
há circunstâncias próprias, específi-
cas. Não pode o juiz considerar uma 
circunstância própria da segunda 
fase na primeira e daí por diante, as-
sim como não pode considerar a 
mesma circunstância em mais de 
uma fase, nem levar em considera-
ção uma elementar do tipo ou uma 
qualificadora. 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º Todos são iguais perante 
a lei, sem distinção de qualquer 
 
 
12 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos se-
guintes: 
XLVI - a lei regulará a individu-
alização da pena e adotará, en-
tre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da li-
berdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de 
direitos; 
 
Artigo 68 do Decreto Lei nº 
2.848 de 07 de Dezembro de 
1940 
Art. 68 - A pena-base será fi-
xada atendendo-se ao critério 
do art. 59 deste Código; em se-
guida serão consideradas as cir-
cunstâncias atenuantes e agra-
vantes; por último, as causas de 
diminuição e de aumento. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Parágrafo único - No concurso 
de causas de aumento ou de di-
minuição previstas na parte es-
pecial, pode o juiz limitar-se a 
um só aumento ou a uma só di-
minuição, prevalecendo, toda-
via, a causa que mais aumente 
ou diminua. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Fases de fixação da pena pelo 
juiz: 
 Circunstâncias judiciais - CP, 
59: para a fixação da pena-
base; 
 Circunstâncias legais genéri-
cas, que podem ser: agravan- 
 
tes (art. 61 e 62 do CP) e atenu-
antes (art. 65 e 66 do CP): para 
a fixação da pena provisória; 
 Causas especiais de aumento 
ou de diminuição ou circuns-
tâncias legais específicas (ma-
jorante e atenuante, específi-
cas, que são diferentes das 
qualificadoras): para a fixação 
da pena privativa definitiva. 
 
Nas duas primeiras fases o jul-
gador deve estabelecer a pena entre 
os limites máximo e mínimo da es-
cala penal, contidos na lei: 
 
Súmula 231/STJ. Pena. Fixa-
ção. Circunstância atenuante. 
Redução abaixo do mínimo le-
gal. Inadmissibilidade. CP, art. 
65. 
A incidência da circunstância 
atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mí-
nimo legal. 
 
Na terceira fase, existe um 
quantum definido na lei para o au-
mento ou para a diminuição da pe-
na, já os limites da escala penal po-
dem ser ultrapassados (tanto míni-
mo quanto máximo). Não existe dis-
positivo legal que concentre essas 
circunstâncias especiais, como ocor-
re com as outras circunstâncias, pois 
estão em artigos esparsos tanto da 
Parte Geral quanto da Parte Especial 
do CP. Exemplos: Art. 14, § único, 
28, § 2º, 70, 71 § único, 21, 26 § 
único, 16, 29 § 1º e 155 § 1◦. 
 
 
13 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
É o seguinte percurso que se 
deve percorrer para se chegar à pena 
fina final: 
1º. A verificação da existência de 
qualificadora (crime simples x crime 
qualificado), uma vez que, por alte-
rar a própria escala penal, não pode 
ser considerada em nenhuma das 
três fases (BARROS, 2003, p. 583). 
A exceção é na possibilidade 
de haver uma segunda qualificado-
ra, que deverá ser considerada na 2ª 
fase (se houver previsão expressa) 
ou na 1ª fase (nas circunstâncias ju-
diciais denominadas circunstâncias) 
(BITENCOURT, 2000). 
2º. Para a fixação da pena-base, 
sempre se parte do mínimo estabe-
lecido na escala penal (FERREIRA, 
1995), considerando-se sempre as 
circunstâncias judiciais, aplicando-
se, ao final, a pena-base. 
Embora não haja definição pe-
lo legislador, aponta-se pela doutri-
na, que a pena média (aquela que é o 
resultado da divisão por dois da so-
ma da pena mínima com a máxima) 
é o limite para o aumento na primei-
ra fase, se forem desfavoráveis as 
circunstâncias judiciais. Se forem fa-
voráveis, não haverá alteração da 
pena mínima, já que o limite míni-
mo, na primeira fase, não pode ser 
ultrapassado. 
Para cada uma circunstância 
desfavorável, que são oito no total, 
que for verificada, deverá o juiz au-
mentar a pena mínima em 1/8. 
3º. Na fixação da pena provisória, 
devem ser consideradas apenas as 
circunstâncias presentes. Embora 
não haja definição legal, o limite 
apontado pela doutrina, paracada 
circunstância, é de 1/5 a 1/3, de mo-
do que a circunstância legal não te-
nha um peso maior do que a causa 
especial. 
4º. Na terceira fase, devem ser 
efetuadas tantas operações quantas 
forem as causas de aumento ou di-
minuição de pena. Ex: com uma cau-
sa de aumento e uma de diminuição, 
haverá duas operações: uma para 
aumentar e outra para diminuir. 
Para a fixação da pena-base, o 
juiz deve levar em consideração as 
circunstâncias judiciais (presentes 
no art. 59 do CP). 
Não se pretende a adoção de 
processos aritméticos rígidos para a 
fixação da pena-base, mas sim o es-
tabelecimento de critérios objetivos 
que possibilitem o juiz fundamentar 
a sentença, inclusive quanto ao au-
mento da pena, ao mesmo tempo 
sem deixar de perceber a medida da 
culpabilidade. 
 
 
 
 
 
14 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Cálculo da pena – método de Nelson Hungria 
1º fase Fixa-se a pena-base de acordo com as cir-
cunstâncias judiciais do art. 59. Ela se tor-
nará definitiva, caso não existam circuns-
tâncias legais (agravantes ou atenuantes), ou 
causas de aumento ou de diminuição apli-
cáveis. Se elas incidem, passa-se às fases se-
guintes 
(Art. 59) culpabilidade do agen-
te; antecedentes do agente; 
conduta social do agente; per-
sonalidade do agente; motivo 
do crime; circunstâncias do 
crime; consequências do crime; 
comportamento da vítima 
2ª fase Sobre a pena-base apurada na 1ª fase re-
caem as circunstâncias legais (agravantes 
ou atenuantes) dos art. 61, 62, 65 e 66. 
 
3ª fase Sobre a pena apurada na 2ª fase (e não 
sobre apena-base) incidirão as eventuais 
causas de aumento ou de diminuição da 
parte geral ou especial do CP. 
 
 
Depois da 3ª fase o juiz passa 
a examinar a possibilidade de subs-
tituir a pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos ou multa. 
Não sendo cabível a substituição, 
deve determinar o regime inicial da 
pena e esclarecer se o acusado pre-
enche ou não os requisitos para ape-
lar em liberdade, antes de expedir 
mandado de prisão. (DELMANTO, 
2002). 
Encontrada a pena definitiva, 
o juiz deverá fixar o regime inicial de 
cumprimento da pena privativa de 
liberdade, mesmo que ela venha a 
ser substituída ou suspensa, porque 
poderá haver conversão ou revoga-
ção da medida alternativa. 
Para balizar a dosimetria da 
pena o STJ editou a súmula 440: 
 
Súmula 440/STJ. Pena. Fixa-
ção da pena. Pena-base no mí-
nimo legal. Regime de cumpri-
mento. Regime prisional mais 
gravoso. Gravidade abstrata do 
delito. CP, Art. 33, §§ 2º e 3º, e 
59. 
Fixada a pena-base no mínimo 
legal, é vedado o estabeleci-
mento de regime prisional mais 
gravoso do que o cabível em ra-
zão da sanção imposta, com 
base apenas na gravidade abs-
trata do delito. 
 
Circunstâncias Judiciais art. 
59 
Circunstâncias Legais Art., 61, 62 e 65 
Agravantes Atenuantes 
1) Culpabilidade do agente; 1) Reincidência; 1) menor de 21 anos; 
 
 
15 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
2) Antecedentes do agente; 
 
3) Conduta social do agente; 
 
4) Personalidade do agente; 
 
5) Motivo do crime; 
 
6) Circunstâncias do crime; 
 
7) Consequências do crime; 
 
8) Comportamento da vítima; 
2) Motivo fútil; 
 
3) Motivo torpe; 
 
4) Facilitar ou assegurar a 
execução, ocultação, a impu-
nidade ou a vantagem de ou-
tro crime; 
 
5) traição, emboscada, dissi-
mulação ou outro recurso que 
dificultou ou tornou impossí-
vel a defesa; 
 
6) meios insidiosos ou cruéis 
ou de perigo comum; 
 
7) contra ascendente, descen-
dente, irmão ou cônjuge; 
 
8) com abuso de autoridade 
ou prevalecendo-se de rela-
ções domésticas, de coabita-
ção ou hospitalidade; 
 
9) com abuso de poder ou vio-
lação de dever inerente ao 
cargo, ofício, ministério ou 
profissão; 
 
10) contra criança, velho, en-
fermo ou mulher grávida; 
 
11) contra ofendido sob imedi-
ata proteção da autoridade; 
 
12) em ocasião de incêndio, 
naufrágio, inundação, calami-
dade ou desgraça particular 
do ofendido; 
 
13) embriaguez preordenada. 
2) maior de 70 anos; 
 
3) desconhecimento da lei; 
 
4) motivo de relevante valor 
social ou moral; 
 
5) arrependimento ou repara-
ção do dano; 
 
6) coação resistível; 
 
7) ordem superior; 
 
8) violenta emoção; 
 
9) confissão espontânea; 
 
10) influência de multidão em 
tumulto; 
 Agravantes no concurso de 
pessoas. 
 
1) promovem, ou organiza a 
cooperação no crime ou di-
rige a atividade dos demais 
agentes; 
 
2) coagem ou induz outrem à 
execução material do crime; 
Atenuantes Inominadas Cir-
cunstância relevante, anterior 
ou posterior ao crime, em-
bora não prevista expressa-
mente em lei. 
 
 
 
16 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
3) Instiga ou determina a co-
meter o crime alguém sujeito 
a sua autoridade ou não-pu-
nível em virtude de condição 
ou qualidade pessoal; 
 
4) executa o crime, ou nele 
participa, mediante paga ou 
promessa de recompensa. 
 
 
Concurso Material 
 
Nos termos do art. 69 do có-
digo penal, ocorre concurso material 
quando o agente pratica dois ou 
mais crimes mediante mais de uma 
ação ou omissão. Sendo os crimes 
idênticos ou não, aplicam-se cumu-
lativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. 
Estabelece, ainda, que no caso 
de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e de detenção, deverá ser 
executada primeiramente a de reclu-
são. Quando forem aplicadas penas 
restritivas de direitos, o condenado 
cumprirá simultaneamente as que 
forem compatíveis entre si e sucessi-
vamente as demais. 
Entretanto, a regra do concur-
so material não se aplica quando es-
tiverem presentes os requisitos do 
crime continuado (crimes da mesma 
espécie, praticados nas mesmas con-
dições de tempo, local e modo de 
execução). Assim, ausente qualquer 
dos requisitos do crime continuado, 
poderá ser aplicada a regra do con-
curso material, desde que o agente 
tenha praticado duas ou mais con-
dutas que impliquem o reconheci-
mento de dois ou mais crimes (GO-
MES, 2012, p. 361). 
Portanto, há concurso de cri-
mes ou penas quando o agente pra-
tica dois ou mais crimes, por meio de 
uma ou mais ações ou omissões. 
O concurso material pode ser: 
Homogêneo: quando os crimes 
cometidos forem idênticos (dois 
roubos, dois estupros etc.). Para o 
reconhecimento desta modalidade 
de concurso material, em que as in-
frações penais são da mesma espé-
cie, é preciso que sejam diversas as 
circunstâncias de tempo, local ou 
modo de execução, pois, caso con-
trário, a hipótese seria de crime con-
tinuado. Haverá, portanto, concurso 
material, se os dois roubos foram co-
metidos em datas distantes um do 
outro, ou em cidades diferentes, ou, 
ainda, se foram cometidos por mo-
dos de execução distintos; 
Heterogêneo: quando os crimes 
praticados não forem idênticos (um 
furto e um estelionato; um estupro e 
 
 
17 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
um aborto etc.). Nestes casos, em 
que os delitos não são da mesma es-
pécie, é fácil a distinção em relação 
ao crime continuado (ESTEFAM e 
GONÇALVES, 2012, p. 522). 
Sobre as espécies de concurso 
material leciona MAGALHÃES NO-
RONHA: 
 
Hoje consideram-se duas espé-
cies de concurso: o ideal, ideo-
lógico ou formal, e o real ou ma-
terial. Juristas há, entretanto, 
que julgam desnecessário dis-
tingui-los, argumentando, por 
exemplo, não haver diferença 
em uma pessoa deitar veneno 
na jarra ou bilha de água de que 
várias pessoas que se vão servir, 
e ministra-lo na água que cada 
uma já tem em seu copo. Na pri-
meira hipótese a ação é única, 
havendo concurso ideal, en-
quanto na segunda é material; 
porém a consequência é a mes-
ma. Outros penalistas negam 
que de uma ação possam resul-
tar dois ou mais crimes. Não 
obstante à autoridade dos que 
emitem essas opiniões, a verda-
de é que a doutrina e as leis dis-
tinguem as espécies de concur-
so, atribuindo-lhes consequên-cias diversas. Em regra, pode 
dizer-se que o concurso formal 
é menos grave que o material. O 
primeiro compõe-se de ação 
única, ao passo que no segundo 
há pluralidade de ações, que in-
dicam ainda mais a gravidade 
da conduta quando são diversas 
as violações legais. (NORO-
NHA, 2004, p. 286) 
 
Assim estabelece o art. 69 do 
Código Penal: 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 
de Dezembro de 1940 
Art. 69 - Quando o agente, me-
diante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, apli-
cam-se cumulativamente as pe-
nas privativas de liberdade em 
que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas 
de reclusão e de detenção, exe-
cuta-se primeiro aquela. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, 
quando ao agente tiver sido 
aplicada pena privativa de li-
berdade, não suspensa, por um 
dos crimes, para os demais será 
incabível a substituição de que 
trata o art. 44 deste Código. 
(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Quando forem aplicadas 
penas restritivas de direitos, o 
condenado cumprirá simulta-
neamente as que forem compa-
tíveis entre si e sucessivamente 
as demais. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Ocorrendo o concurso mate-
rial, para a aplicação da pena a legis-
lação brasileira adotou aplicação da 
pena: Adotou-se o sistema de cúmu-
lo material: somam-se as penas co-
minadas a cada um dos crimes. Tal 
sistema é seguido no concurso mate-
rial (CP, art. 69), no concurso formal 
imperfeito e no concurso das penas 
de multas (CP, art. 72). O juiz deve 
fixar, separadamente, a sanção de 
cada um dos delitos e depois, na pró-
pria sentença, somá-las. A aplicação 
 
 
18 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
conjunta viola o princípio da indivi-
dualização da pena, anulando a sen-
tença. No tocante às causas especiais 
de aumento de pena, autoriza-se a 
sua incidência sobre cada um dos 
delitos, sem que isso caracterize du-
pla incidência desses fatores de ma-
joração da sanção penal. (CAPEZ, 
2012, p. 2012) 
 
Concurso Formal 
 
Ocorre o concurso formal 
quando o agente pratica dois ou 
mais crimes mediante uma só ação 
ou omissão, sendo os crimes idênti-
cos ou não. Neste caso aplica-se-lhe 
a mais grave das penas cabíveis ou, 
sendo iguais as penas, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. 
Entretanto, aplicam-se cumu-
lativamente as penas se a ação ou 
omissão for dolosa e os crimes con-
correntes resultarem de desígnios 
autônomos, neste caso a pena não 
poderá exceder a que seria cabível 
pela regra do art. 69 do código penal, 
que trata do concurso material. 
Portanto, há concurso formal 
(também denominado ideal) pró-
prio quando o agente pratica dois ou 
mais crimes mediante uma só con-
duta (positiva ou negativa), embora 
sobrevenham dois ou mais resulta-
dos puníveis. 
Assim, para que haja concurso 
formal é necessário que exista uma 
só conduta, embora possa desdobrar 
-se em vários atos, que são os seg-
mentos em que esta se divide. O con-
curso formal pode ser próprio (per-
feito), quando a unidade de compor-
tamento corresponder à unidade in-
terna da vontade do agente, isto é, o 
agente deve querer realizar apenas 
um crime, obter um único resultado 
danoso. Não devem existir - na ex-
pressão do Código - desígnios autô-
nomos. Mas o concurso formal tam-
bém pode ser impróprio (imperfei-
to). Nesse tipo de concurso, o agente 
deseja a realização de mais de um 
crime, tem consciência e vontade em 
relação a cada um deles. Ocorre aqui 
o que o Código Penal chama de “de-
sígnios autônomos”, que se caracte-
riza pela unidade de ação e multipli-
cidade de determinação de vontade, 
com diversas individualizações. Os 
vários eventos, nesse caso, não são 
apenas um, perante a consciência e a 
vontade, embora sejam objeto de 
uma única ação. (BITENCOURT, 
2012, p. 598) 
Segundo MASSON (2014, p. 
386), o concurso formal comporta as 
seguintes espécies: 
 
 
Espécies de concurso formal: O 
concurso formal pode ser: ho-
mogêneo ou heterogêneo, e 
perfeito ou imperfeito. - Con-
curso formal homogêneo e he-
terogêneo: É homogêneo quan-
do os crimes são idênticos. 
Exemplo: três homicídios cul-
posos praticados na direção de 
 
 
19 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
veículo automotor. Diz-se, por 
sua vez, heterogêneo o concur-
so formal quando os delitos são 
diversos. Exemplo: “A”, dolosa-
mente, efetua disparos de arma 
de fogo contra “B”, seu desa-
feto, matando-o. O projétil, en-
tretanto, perfura o corpo da ví-
tima, resultando em lesões cul-
posas em terceira pessoa. - 
Concurso formal perfeito e im-
perfeito: Perfeito, ou próprio, é 
a espécie de concurso formal 
em que o agente realiza a con-
duta típica, que produz dois ou 
mais resultados, sem atuar com 
desígnios autônomos. Desígnio 
autônomo, ou pluralidade de 
desígnios, é o propósito de pro-
duzir, com uma única conduta, 
mais de um crime. É fácil con-
cluir, portanto, que o concurso 
formal perfeito ou próprio 
ocorre entre crimes culposos, 
ou então entre um crime doloso 
e um crime culposo. Imperfeito, 
ou impróprio, é a modalidade 
de concurso formal que se veri-
fica quando a conduta dolosa 
do agente e os crimes concor-
rentes derivam de desígnios au-
tônomos. Existem, portanto, 
dois crimes dolosos. 
 
O que destaca a incidência do 
concurso formal é o cometimento de 
dois ou mais crimes pela prática de 
apenas uma conduta comissiva ou 
omissiva. 
Assim estabelece o art. 70 do 
código penal: 
 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 
de Dezembro de 1940 
Art. 70 - Quando o agente, me-
diante uma só ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a 
mais grave das penas cabíveis 
ou, se iguais, somente uma de-
las, mas aumentada, em qual-
quer caso, de um sexto até me-
tade. As penas aplicam-se, en-
tretanto, cumulativamente, se a 
ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam 
de desígnios autônomos, con-
soante o disposto no artigo an-
terior. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Não poderá a 
pena exceder a que seria cabível 
pela regra do art. 69 deste Có-
digo. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Quando não houver a presença 
de desígnios autônomos (o objetivo 
de praticar vários crimes mediante 
uma conduta apenas), estabelece-se 
apenas uma exasperação. A comina-
ção da pena parte da mais grave en-
tre as cabíveis sendo aumentada de 
um 1/6 até 1/2. 
Esta modalidade de concurso é 
denominada concurso formal pró-
prio ou perfeito, diferindo-se do 
concurso formal impróprio ou im-
perfeito porque aqui se vê a intenção 
do agente de praticar apenas um 
crime, lesando-se, contudo, mais de 
uma vez os bens jurídicos tutelados 
pela norma. Na hipótese de con-
curso formal próprio ou perfeito, a 
exasperação da pena deve conside-
rar o número de delitos configura-
dos. 
O concurso formal impróprio, 
ou imperfeito, configura-se quando 
 
 
20 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
há na conduta do autor a presença 
de desígnios autônomos, onde, me-
diante uma conduta apenas se al-
cança a prática de mais de um delito, 
todos almejados pelo delinquente. 
Esta modalidade de concurso 
se encontra previsto na segunda par-
te do caput, do artigo 70 do Código 
Penal. Nesta hipótese, contudo, o 
cálculo da pena segue a regra do 
concurso material, onde as penas 
devem ser consideradas isolada-
mente e, então, cumuladas. 
Pode ocorrer situação em que 
a aplicação do concurso formal pró-
prio ultrapassa o somatório das pe-
nas aplicáveis no concurso material. 
Por exemplo: quando em concurso 
formal se verificam a prática dois de-
litos e a pena de um for muito severa 
em relação à outra, insignificante na 
hipótese. O acréscimo de 1/6 (o mí-
nimo) sobre a mais grave ultrapas-
saria do resultado da soma das duas 
juntas.No entanto, não se admite 
um acréscimo além daquele que se-
ria possível na hipótese do concurso 
material. 
Nestes casos, como o cálculo 
do concurso formal não pode ultra-
passar o somatório das penas que 
caberiam na hipótese de concurso 
material, incide a disciplina do pará-
grafo único do artigo 70 do Código 
Penal. 
O concurso de crimes será ho-
mogêneo quanto se tratarem de de-
litos idênticos e heterogêneo quando 
diversos. Assim, pode-se dizer que o 
concurso formal traz duas hipóteses 
diversas de aplicação da pena: a) no 
concurso formal próprio (ou perfei-
to), no qual o agente não tem auto-
nomia de desígnios em relação aos 
resultados, aplica-se uma só pena 
aumentada de 1/6 a 1/2. A escolha 
do índice de aumento pelo juiz deve 
levar em conta o número de infra-
ções: quanto maior o número de de-
litos cometidos em concurso formal, 
maior deve ser esse índice; b) no 
concurso formal impróprio (ou im-
perfeito), no qual o agente atua de 
forma dolosa e querendo provocar 
os dois ou mais resultados, as penas 
serão somadas. (GOMES, 2012, p. 
366) 
O instituto do concurso for-
mal, com aplicação de uma só pena 
exasperada, poderia servir de estí-
mulo a marginais inescrupulosos, 
que, visando benefícios na aplicação 
da pena, poderiam se utilizar de sub-
terfúgios na execução do delito. As-
sim, se um desses bandidos quisesse 
cometer três homicídios poderia co-
locar fogo na casa onde estivessem 
as três vítimas ou prendê-las dentro 
de um carro e jogá-lo de um precipí-
cio. Teria, com isso, cometido três 
 
 
21 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
homicídios com uma só ação e pode-
ria receber uma só pena com exaspe-
ração. Atento a essa possibilidade, o 
legislador criou, na 2ª parte do art. 
70, caput, do Código Penal, o con-
curso formal imperfeito (ou impró-
prio), no qual as penas são somadas, 
como no concurso material, sempre 
que o agente, com uma só ação ou 
omissão dolosa, praticar dois ou 
mais crimes, cujos resultados ele 
efetivamente visava (autonomia de 
desígnios quanto aos resultados). 
No exemplo acima, portanto, o cri-
minoso teria somadas as penas dos 
três homicídios cometidos com a 
ação única, já que os delitos são do-
losos e o agente efetivamente queria 
matar as três vítimas. (ESTEFAM e 
GONÇALVES, 2012, p. 252). 
 
Crime Continuado 
 
O crime continuado ocorre 
quando o agente pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pe-
las condições de tempo, lugar, ma-
neira de execução e outras seme-
lhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do pri-
meiro, mediante mais de uma ação 
ou omissão. 
Neste caso aplica-se a pena de 
um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, 
em qualquer caso, de um sexto a dois 
terços. 
Nos crimes dolosos, contra ví-
timas diferentes, cometidos com vi-
olência ou grave ameaça à pessoa, 
poderá o juiz, considerando a culpa-
bilidade, os antecedentes, a conduta 
social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circuns-
tâncias, aumentar a pena de um só 
dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até o triplo. 
O crime continuado está pre-
visto no caput do artigo 71 do Código 
penal e constitui como espécie de 
benefício ao agente que comete vá-
rios delitos. Cumpridas as condições 
do mencionado dispositivo, os fatos 
serão considerados crime único por 
razões de política criminal, sendo 
apenas agravada a pena de um deles, 
se idênticos, ou do mais grave, se di-
versos, à fração de 1/6 a 2/3. 
Para o reconhecimento do cri-
me continuado exige-se uma plurali-
dade de condutas sucessivas no tem-
po, que ocorrem de forma periódica 
e se constituem em delitos da mes-
ma espécie, ou seja, ofendem o mes-
mo bem jurídico tutelado pela nor-
ma, não se exigindo a prática de cri-
mes idênticos. 
Nesses delitos as condições de 
tempo, lugar, maneira ou outras se-
melhantes, devem dar a entender 
que os delitos posteriores retrata-
riam continuação do primeiro. 
O parágrafo único destaca hi-
pótese que a doutrina denomina co-
 
 
22 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
mo crime continuado específico, na 
qual a prática de crime doloso, con-
tra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à 
pessoa, autoriza o aumento da pena 
até o triplo, exigindo-se, para tanto, 
sejam consideradas a culpabilidade, 
os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente. 
Assim estabelece o art. 71 do 
código penal: 
 
Artigo 71 do Decreto Lei nº 
2.848 de 07 de Dezembro de 
1940 
Art. 71 - Quando o agente, me-
diante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pe-
las condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subse-
quentes ser havidos como con-
tinuação do primeiro, aplica-
se-lhe a pena de um só dos cri-
mes, se idênticas, ou a mais gra-
ve, se diversas, aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto a 
dois terços. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Nos crimes 
dolosos, contra vítimas diferen-
tes, cometidos com violência ou 
grave ameaça à pessoa, poderá 
o juiz, considerando a culpabili-
dade, os antecedentes, a con-
duta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e 
as circunstâncias, aumentar a 
pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observa-
das as regras do parágrafo úni-
co do art. 70 e do art. 75 deste 
Código. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Perante nossa lei, são elemen-
tos do crime continuado: pluralida-
de de ações ou omissões; pluralida-
de de delitos da mesma espécie; e a 
continuação, já que os delitos poste-
riores devem continuar o primeiro. 
Não deixa a lei ao arbítrio do juiz ca-
racterizar a continuação, pois lhe dá, 
para orientá-lo, dados objetivos: 
condições de tempo, lugar, maneira 
de execução e outras semelhantes. 
Ocorre aqui o que se chama analogia 
intra legem: a lei faculta a investiga-
ção de circunstâncias que se asseme-
lham às enunciadas e que podem re-
velar o delito continuado. É mister 
serem os crimes da mesma espécie e 
como tal não se há de entender so-
mente os previstos no mesmo artigo 
(tanto que o art. 71 se refere a penas 
diversas), mas também os integra-
dos pelos mesmos elementos subje-
tivos e objetivos, como ocorre, v. g., 
com o furto com fraude e o estelio-
nato, quando a distância que os se-
para é mínima. (NORONHA, 2004, 
p. 291) 
Sobre o crime continuado as-
severa CELSO DELMANTO (2002): 
 
Para a configuração do crime 
continuado independe da uni-
dade de desígnios, para a nossa 
lei penal, como explicitamente 
registra a Exposição de Motivos 
da Lei n° 7.209/84 (n° 59), o 
crime continuado não depende 
da unidade de desígnios do 
agente. O Código Penal filia-se 
à teoria objetiva pura. Por esta, 
 
 
23 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
é suficiente a homogeneidade 
demonstrada objetivamente 
pelas circunstâncias exteriores, 
não dependendo da unidade de 
propósitos do agente. Rejeitou-
se a teoria objetivo- subjetiva, 
que exige, além dos elementos 
objetivos, a unidade de desíg-
nios. Com a reforma de 84, nos-
so CP passou a prever dois tipos 
de crimes continuados, com di-
ferença na apelação: 1) Crime 
continuado comum (previsto 
no caput deste art. 71). 2) Crime 
continuado específico (indica-
do no parágrafo único do mes-
mo artigo). 
 
O art. 71 ao definir crime con-
tinuado fala e crimes da mesma es-
pécie, sendo estes considerados co-
mo aqueles que estão previstos no 
mesmo tipo penal, ou seja, aqueles 
que possuem os mesmos elementos 
descritivos, abrangendo as formas 
simples, privilegiadas e qualificadas, 
tentadas ou consumadas. Nélson 
Hungria falava em identidade de 
conteúdo específico de cada crime, 
admitindo-se a continuação entre 
formas simples e qualificadas, tenta-
das e consumadas.René Ariel Dotti 
fala em preceito sancionador, com 
seus tipos fundamentais, qualifica-
dos e privilegiados. (DAMÁSIO DE 
JESUS, 2001). 
No que tange à aplicação da 
pena no caso de crime continuado 
CLEBER MASSON (2014) assevera 
que o art. 71 do CP apresenta três es-
pécies de crime continuado: sim-
ples, qualificado e específico e que 
para a delimitação da pena foi ado-
tado, em todos os casos, o sistema da 
exasperação. Para o caso do crime 
continuado simples ou comum a pe-
nas dos delitos parcelares são idên-
ticas. Exemplo: três furtos simples. 
Aplica-se a pena de um só dos cri-
mes, aumentada de 1/6 a 2/3. 
No crime continuado qualifi-
cado, as penas dos crimes são dife-
rentes. Exemplo: um furto simples 
consumado e um furto simples na 
forma tentada. Aplica-se a pena do 
crime mais grave, exasperada de 1/6 
a 2/3. Nas duas situações, o vetor 
para o aumento da pena entre 1/6 e 
2/3 é o número de crimes, exclusiva-
mente. Na hipótese de serem come-
tidos oito ou mais crimes, deve se 
aplicar o montante máximo de au-
mento, qual seja, 2/3, relativamente 
a sete crimes, enquanto os restantes 
serão considerados circunstâncias 
judiciais desfavoráveis para a dosi-
metria da pena base, nos moldes do 
art. 59 do CP. 
Por sua vez, crime continuado 
específico é o previsto no parágrafo 
único do artigo 71 do CP, o qual se 
verifica nos crimes dolosos, contra 
vítimas diferentes, cometidos com 
violência ou grave ameaça à pessoa. 
Aplica-se a pena de qualquer dos cri-
mes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada até o triplo. 
A lei não indica o percentual 
mínimo de aumento da pena, mas 
 
 
24 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
somente o máximo (até o triplo). Por 
óbvio, em sintonia com o caput, deve 
ser utilizado o mínimo de 1/6, pois, 
caso contrário, o crime continuado 
seria inútil por se confundir com o 
concurso material, ofendendo-se a 
vontade da lei e a origem do institu-
to, consistente em tratar de forma 
benéfica os autores de crimes da 
mesma espécie ligados entre si pelas 
mesmas condições de tempo, local, 
maneira de execução e outras seme-
lhantes. 
Para a caracterização e confi-
guração temporal do crime continu-
ado a jurisprudência do STJ e STF 
assim tem definido: 
 
Crime continuado - requisitos: 
“Para se caracterizar a continui-
dade delitiva, faz-se mister que 
os crimes sejam da mesma es-
pécie, e haja homogeneidade de 
execução; a continuidade deli-
tiva ocorre com o preenchimen-
to dos requisitos objetivos 
(mesmas condições de tempo, 
espaço e modus operandi) e 
subjetivo (unidade de desíg-
nios); In casu, os crimes de fur-
to e estelionato, embora perten-
çam ao mesmo gênero, são de-
litos de espécie diversas, já que 
possuem elementos objetivos e 
subjetivos distintos” (STJ: HC 
28.579/SC, rel. originário Min. 
Paulo Medina, rel. para acórdão 
Min. Hélio Quaglia Barbosa, 6ª 
Turma, j. 02.02. 2006). 
Crime continuado - ausência de 
conexão temporal - caracteriza-
ção do concurso material: “A 
continuidade delitiva deve ser 
reconhecida ‘quando o agente, 
mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pe-
las condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subse-
quentes ser havidos como con-
tinuação do primeiro’ (CP, art. 
71). Evidenciado que as séries 
delituosas estão separadas por 
espaço temporal igual a seis 
meses, não se há de falar em cri-
me continuado, mas em reitera-
ção criminosa, incidindo a re-
gra do concurso material” (STF: 
HC 87.495/SP, rel. Min. Eros 
Grau, 1ª Turma, j. 07. 03. 
2006). 
 
Concurso de Crimes ou Penas 
 
Concurso 
Material 
Art. 69 Agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pra-
tica dois ou mais crimes, idênticos ou não. 
Aplica-se cumulativa-
mente as penas priva-
tivas e liberdade 
Concurso 
Formal 
Art. 70 
1ª parte 
Concurso formal 
próprio (ideal) 
Agente, mediante uma só ação ou 
omissão, pratica dois ou mais cri-
mes, idênticos ou não. 
Aplica-se-lhe a mais 
grave das penas cabí-
veis ou, se iguais, ape-
nas uma delas, au-
mentada de 1/6 até 
metade. 
Art. 70 
2ª parte 
Concurso formal 
impróprio (imper-
feito) 
Se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes resultam de desígnios autô-
nomos 
Aplica-se cumulativa-
mente as penas priva-
tivas de liberdade 
 
 
25 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Crime Conti-
nuado 
Art. 71 
Caput 
Crime continu-
ado comum 
Agente, mediante mais de uma 
ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, da mesma espécie, e 
pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras se-
melhantes, devem os subsequen-
tes ser havidos como continuação 
do primeiro 
Aplica-se-lhe a mais 
grave das penas cabí-
veis ou, se iguais, ape-
nas uma delas, au-
mentada de 1/6 até 2/3. 
Art. 71 
§ único 
Crime continu-
ado específico 
Nos crimes do-
losos, contra ví-
timas diferen-
tes, cometidos 
com violência 
ou grave ame-
aça à pessoa 
Considerando a 
culpabilidade, an-
tecedentes, con-
duta social, perso-
nalidade do 
agente, motivos e 
circunstâncias do 
crime 
Aumentar a pena de 
um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até 
o triplo. 
 
No concurso de crimes (ou pe-
nas), previstos nos art. 69 a 71, per-
mite-se, em certas hipóteses de con-
corrência de penas, a aplicação de 
uma só delas ou a mais grave, sem-
pre aumentadas de 1/6 até metade 
(concurso formal - art. 70, caput, 1ª 
parte), de 1/6 a 2/3 (crime continu-
ado comum - art. 71 caput) ou de 1/6 
até o triplo (crime continuado espe-
cífico - art. 71, § único). Como exce-
ção a tais hipóteses, determina o art. 
72 que as penas de multa sejam apli-
cadas distinta e integralmente, ou 
seja, não apenas uma delas ou a mais 
grave, aumentada. (DELMANTO, 
2012). 
Assim estabelece o art. 72 do 
Código Penal: 
 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 
de Dezembro de 1940 
Art. 72 - No concurso de crimes, 
as penas de multa são aplicadas 
distinta e integralmente. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Erro na Execução e Resultado 
Diverso do Pretendido 
 
Também chamada “desvio de 
golpe” ou “aberração no ataque”, a 
aberratio ictus, ou erro na execução, 
ocorre quando o agente, por inabili-
dade ou acidente, acerta, não a ví-
tima visada, mas outra que se encon-
trava próxima daquela. É diferente 
do erro sobre a pessoa (art. 20, §3º 
do CP), onde há engano de represen-
tação, hipótese em que o agente crê 
tratar-se de outra pessoa. Na aberra-
tio ictus, o agente, visando atingir 
determinada pessoa, involuntaria-
mente, por acidente ou erro no uso 
dos meios de execução, acaba atin-
gindo outra. Tanto na aberratio ictus 
do artigo art. 73 como no erro quan-
to a pessoa do art. 20, §3º, o agente 
responde como se tivesse praticado 
o crime contra a pessoa visada ou 
pretendida. No entanto, se a pessoa 
originariamente visada for também 
 
 
26 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
lesada, aplicar-se-á o concurso for-
mal de crimes (CP, art. 70). (DEL-
MANTO, 2002) 
Assim estabelece o art. 73 do 
código penal: 
 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 
de Dezembro de 1940 
Art. 73 - Quando, por acidente 
ou erro no uso dos meios de 
execução, o agente, ao invés de 
atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, 
responde como se tivesse prati-
cado o crime contra aquela, 
atendendo-se ao disposto no § 
3º do art. 20 deste Código. No 
caso de ser também atingida a 
pessoa que o agente pretendia 
ofender, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7. 
1984) 
 
Aberratio ictus, em Direito pe-
nal, significa erro na execução ou 
erro por acidente. Quero atingir uma 
pessoa ("A") e acabo matando outra 
("B"). A leitura do art. 73 do Código 
Penal ("Quando, por acidente ou 
erro no uso dos meios de execução, 
o agente, ao invés de atingir a pessoa 
que pretendia ofender, atinge pes-soa diversa, responde como se tives-
se praticado o crime contra aquela, 
atendendo-se ao disposto no § 3º do 
art. 20 deste Código. No caso de ser 
também atingida a pessoa que o 
agente pretendia ofender, aplica-se 
a regra do art. 70 deste Código") nos 
conduz à conclusão de que existem 
duas espécies de aberratio ictus: (1) 
em sentido estrito e (2) em sentido 
amplo. Na primeira a pessoa preten-
dida não é atingida; só se atinge um 
terceiro (ou terceiras pessoas). Na 
segunda (em sentido amplo) a pes-
soa pretendida é atingida e também 
se ofende uma terceira (ou terceiras) 
pessoa (s). (LUIZ FLÁVIO GOMES, 
2007). 
Outra espécie de erro do tipo 
acidental, que está prevista no art. 
74 do CP, é o Resultado Diverso do 
Pretendido, ou aberratio criminis, 
nesta espécie de erro, o agente quer 
atingir um bem jurídico, mas, por 
erro na execução, acerta bem diver-
so. Aqui, não se trata de atingir uma 
pessoa em vez de outra, mas de co-
meter um crime no lugar de outro. 
 Exemplo: o agente joga uma 
pedra contra uma vidraça e acaba 
acertando uma pessoa, em vez do vi-
dro. Pode ocorre de duas formas: a) 
Resultado diverso do pretendido 
com unidade simples ou resultado 
único: Só atinge bem jurídico diver-
so do pretendido. Responde só pelo 
resultado produzido e, mesmo as-
sim, se previsto como crime culposo. 
No exemplo dado, o autor respon-
derá por lesões corporais culposas, e 
não por tentativa de dano, que fica 
absorvido. b) Resultado diverso do 
pretendido com unidade complexa 
ou resultado duplo: São atingidos 
tanto o bem pretendido como um di-
verso. No exemplo retro, o agente 
 
 
27 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
estoura o vidro e acerta, por erro, 
também uma pessoa que estava 
atrás dele. No caso, aplica-se a regra 
do concurso formal, com a pena do 
crime mais grave aumentada de 1/6 
até metade, de acordo com o número 
de resultados diversos produzidos 
(CAPEZ, 2012, p. 224). 
Assim estabelece o art. 74 do 
código penal: 
 
Artigo 74 do Decreto Lei nº 2. 
848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 74 - Fora dos casos do arti-
go anterior, quando, por aci-
dente ou erro na execução do 
crime, sobrevém resultado di-
verso do pretendido, o agente 
responde por culpa, se o fato é 
previsto como crime culposo; se 
ocorre também o resultado pre-
tendido, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7. 
1984) 
 
Portanto na "aberratio ictus", 
o agente quer atingir determinada 
pessoa, mas por acidente (mau pon-
taria, por exemplo), por erro na exe-
cução, atinge pessoa diversa. 
Neste caso consiste o erro de 
pessoa para pessoa. O erro na execu-
ção e o erro sobre a pessoa (art. 20, 
§3° do CP), apresentam o seguinte 
ponto em comum: nos dois institu-
tos existe uma vítima virtual (a pes-
soa que o agente queria atingir) e 
também uma vítima real (a pessoa 
efetivamente atingida). 
Entretanto, no erro sobre a 
pessoa, existe uma confusão do 
agente no tocante a vítima pessoal 
com a vítima real. A vítima virtual 
não corre nenhum perigo (ex. o 
agente quer matar “A” e por erro 
mata “B”. “A” não corre nenhum pe-
rigo). Já no erro na execução não há 
confusão alguma, entre a vítima vir-
tual e a vítima real (o agente quer 
matar “A”, atira para matar “A”, e er-
ra e mata “B”), não há confusão, no 
erro na execução a vítima virtual 
corre perigo. 
 
Artigo 20 do Decreto Lei nº 
2.848 de 07 de Dezembro de 
1940 
Art. 20 - O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo legal de cri-
me exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se 
previsto em lei. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas (In-
cluído pela Lei nº 7.209, de 11. 
7.1984) 
§ 1º - É isento de pena quem, 
por erro plenamente justificado 
pelas circunstâncias, supõe si-
tuação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legítima. Não há 
isenção de pena quando o erro 
deriva de culpa e o fato é puní-
vel como crime culposo. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Erro determinado por terceiro 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - Responde pelo crime o 
terceiro que determina o erro. 
(Redação dada pela Lei nº 7. 
209, de 11.7.1984) 
 
 
 
28 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Erro sobre a pessoa (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 3º - O erro quanto à pessoa 
contra a qual o crime é prati-
cado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as con-
dições ou qualidades da vítima, 
senão as da pessoa contra quem 
o agente queria praticar o cri-
me. (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 
 
O erro na execução e o erro so-
bre a pessoa não se confundem, po-
rém, no erro na execução aplica-se a 
mesma regra do erro sobre a pessoa. 
Ou seja, no momento em que for 
aplicar a pena, o juiz com vítima pa-
ra efeitos legais a vítima virtual. No 
resultado diverso do pretendido, 
também chamado de "aberratio de-
lict", ou "aberratio criminis", existe 
o erro de crime para crime. O agente 
quer praticar determinado crime, 
mas por erro acaba praticando outro 
crime diverso. Resultado diverso do 
pretendido é igual a crime diverso 
do pretendido. 
 
Limite das Penas e Concurso 
das Infrações 
 
O tempo de cumprimento das 
penas privativas de liberdade não 
pode ser superior a 40 (quarenta) 
anos. Quando o agente for conde-
nado a penas privativas de liberdade 
cuja soma seja superior a 40 (qua-
renta) anos, serão elas unificadas 
para atenderem ao limite máximo 
deste artigo inciso 1º (grifo nosso). 
Sobrevindo condenação por fato 
posterior ao início do cumprimento 
da pena, far-se-á nova unificação, 
desprezando-se, para esse fim, o pe-
ríodo de pena já cumprido. Assim 
estabelece o art. 75 do Código Penal 
em seu inciso 2º. 
Essa regra não obsta a aplica-
ção de penas superiores a 40 anos, 
hipótese razoavelmente comum, 
quando o agente pratica vários cri-
mes de intensa gravidade e a soma 
das penas atinge patamares muitas 
vezes superiores a 200 ou 300 anos. 
Michael Procópio, 2020 des-
taca: 
(...) essa alteração de 30 
para 40 anos era esperada por 
vários doutrinadores devido a 
alterações na expectativa de 
vida desde o limite dos 30 
anos, não havendo que se falar 
em violação da vedação a penas 
perpétuas, trata-se de uma al-
teração necessária diante de 
uma transformação na reali-
dade social, em conformidade 
com os limites permitidos pela 
Constituição. Portanto, com a 
modificação legislativa, o li-
mite fixado pela lei passou a ser 
de 40 anos para as penas de re-
clusão e de detenção, sendo 
que, se houver a fixação de pe-
nas em montante superior ao 
máximo, elas devem ser unifi-
cadas pelo juiz da execução, 
adequando-as ao teto. Entre-
tanto, as penas devem ser con-
sideradas no todo, sem o corte 
do teto de 40 anos, para a fina-
lidade de cômputo dos benefí-
cios da execução penal, como a 
 
 
29 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
progressão de regime, as saídas 
temporárias, o indulto, a co-
mutação (indulto parcial) e o 
livramento condicional. 
Cumpre mencionar que o li-
mite modificado só pode ser 
aplicado para os crimes come-
tidos após o início de vigência 
da Lei 13.964/2019, por se tra-
tar de lei penal posterior que 
prejudica o réu. 
 
Quanto ao concurso de infra-
ções, assim estabelece o art. 76 do 
código penal: 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 
07 de Dezembro de 1940 
Art. 76 - No concurso de infra-
ções, executar-se-á primeiramente a 
pena mais grave. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Nesse sentido tem assinado a 
jurisprudência dos tribunais: 
De acordo com a regra legal, o 
condenado, no concurso de infra-
ções, deve cumprir a pena mais 
grave em primeiro lugar (no caso, a 
de reclusão, cujo regime inicial é o 
integralmente fechado) e depois a 
menos grave (detenção, cujo regime 
inicial é o semiaberto). Por isso, “im-
própria a decisão que determina a 
soma de penasde reclusão e deten-
ção, alterando a carta de guia em 
prejuízo do apenado, pois nada im-
pede que a sanção mais leve seja 
cumprida oportunamente” (TJRS, 
AgE 70005687884, Câmara Espe-
cial Criminal, Rel. Des. Vanderlei 
Teresinha Tremeia Kubiak, j. 30-4-
2003). Ademais, não importa que a 
pena mais grave não seja, em termos 
quantitativos, a maior (TJSP, RT 
793/573). 
 
 
Suspensão Condicional da 
Pena 
 
A Suspensão Condicional da 
Pena, ou SURSIS Penal, consiste na 
suspensão da execução da pena por 
um período determinado, desde que 
o agente cumpra determinados re-
quisitos. Se o condenado cumprir as 
condições impostas pelo período de 
tempo pré-determinado restará ex-
tinta a pena. 
Sobre a origem do SURSIS le-
ciona MASSON (2014, p. 399): 
 
Origem histórica: O sursis, co-
mo forma de suspensão condi-
cional da execução da pena, 
surgiu na França com a lei de 26 
de março de 1891, que tem o seu 
precedente e a sua fonte inspi-
radora numa proposição do 
Sen. Bérenger apresentada ao 
Parlamento em 1884.58 No 
Brasil, a primeira iniciativa pa-
ra adoção do instituto foi de Es-
meraldino Bandeira, que, em 18 
de julho de 1906, apresentou à 
Câmara dos Deputados, sem 
sucesso, um projeto baseado na 
lei francesa. Posteriormente, a 
Lei 4.577, de 5 de setembro de 
1922, autorizou o Poder Execu-
tivo, no governo do Presidente 
da República Arthur da Silva 
Bernardes, a expedir o Decreto 
16.588, de setembro de 1924, 
 
 
30 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
regulamentando o assunto. Na 
Exposição de Motivos desse de-
creto, o então Ministro da Jus-
tiça João Luiz Alves ressaltou as 
finalidades do instituto, as 
quais subsistem nos dias atuais: 
1ª) Não inutilizar, desde logo, 
pelo cumprimento da pena, o 
criminoso primário, não cor-
rompido e não perverso; 2ª) 
Evitar-lhe, com o contágio na 
prisão, as funestas e conhecidas 
consequências desse grave mal; 
3ª) Diminuir o índice da reinci-
dência, pelo receio de que se 
torne efetiva a primeira conde-
nação. 
 
Sursis é a suspensão condicio-
nal da pena, aplicada à execução da 
pena privativa de liberdade, não su-
perior a dois anos, podendo ser sus-
pensa, por dois a quatro anos, desde 
que, o condenado não seja reinci-
dente em crime doloso, a culpabili-
dade, os antecedentes, a conduta so-
cial e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias 
autorizem a concessão do benefício; 
e não seja indicada ou cabível a 
substituição por penas restritivas de 
direitos. 
São dois os principais sistemas 
de suspensão condicional da pena: 
a) Sistema anglo-americano: o juiz 
reconhece a existência de provas 
contra o acusado, mas não o conde-
na, submetendo-o a um período de 
prova. Cumpridas as condições nes-
se período, o juiz extingue a ação pe-
nal, mantendo o réu a sua primarie-
dade. b) Sistema belgo- francês: o 
juiz condena o réu, mas suspende a 
execução da pena imposta, desde 
que presentes certos requisitos. Este 
é o sistema adotado no Brasil (ES-
TEFAM e GONÇALVES, 2012, p. 
543). 
É medida de política criminal 
no Código Penal Brasileiro, que tem 
o fim de estimular o condenado a vi-
ver, doravante de acordo com os im-
perativos sociais cristalizados na lei 
penal, de onde logicamente para ser 
concedido é necessário haver con-
vicção de que não haverá perigos à 
sociedade, suspensão condicional da 
pena surgiu na França, no qual o sis-
tema brasileiro se baseou. 
O artigo 77 do Código Penal 
Brasileiro especifica que a pena pode 
ser suspensa. Isso significa que o 
juiz pode arbitrariamente suspender 
a pena ou negar a suspensão, de 
acordo com sua apreciação. De acor-
do com o sistema de leis penais, o 
juiz tem liberdade de apreciação pa-
ra decidir sempre que ele deve se 
pronunciar. 
 
Artigo 77 do Decreto Lei nº 2. 
848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 77 - A execução da pena 
privativa de liberdade, não su-
perior a 2 (dois) anos, poderá 
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 
(quatro) anos, desde que: (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
I - o condenado não seja rein-
cidente em crime doloso; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
 
 
31 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
de 11.7.1984) 
II - a culpabilidade, os antece-
dentes, a conduta social e per-
sonalidade do agente, bem co-
mo os motivos e as circunstân-
cias autorizem a concessão do 
benefício; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III- Não seja indicada ou cabí-
vel a substituição prevista no 
art. 44 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1º - A condenação anterior a 
pena de multa não impede a 
concessão do benefício. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - A execução da pena priva-
tiva de liberdade, não superior 
a quatro anos, poderá ser sus-
pensa, por quatro a seis anos, 
desde que o condenado seja 
maior de 70 (setenta) anos de 
idade. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º A execução da pena priva-
tiva de liberdade, não superior 
a quatro anos, poderá ser sus-
pensa, por quatro a seis anos, 
desde que o condenado seja 
maior de setenta anos de idade, 
ou razões de saúde justifiquem 
a suspensão. (Redação dada 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 
A natureza do instituto decor-
re da condição pessoal, já que a exe-
cução da pena fica subordinada a 
acontecimento futuro, não cumpri-
da a cláusula imposta a indulgência 
deixa de haver lugar executando-se a 
pena. Difere do indulto, que é per-
dão definitivo, e da prescrição, que 
consiste na perda do direito de agir 
pela negligência. 
A lei determina que se atenda 
aos antecedentes do condenado, não 
apenas os judiciais, mas também a 
vida passada, como os antecedentes 
familiares e sociais, além da índole, 
as razões e as circunstâncias que ro-
deiam o delito, entre outros. 
O Sursis é direito público sub-
jetivo do réu e tem caráter sanciona-
tório. A fiscalização do cumprimen-
to das condições impostas é atribuí-
da ao serviço social penitenciário pa-
tronato, conselho da comunidade ou 
instituição beneficiada com a pres-
tação de serviços, inspecionados pe-
lo conselho penitenciário, pelo Mi-
nistério Público, ou ambos (art. 158 
§ 3º da Lei de Execuções Penais). 
O CP contempla duas espécies 
de sursis: a) Sursis simples - aplicá-
vel quando o condenado não houver 
reparado o dano, injustificadamen-
te, e/ou as circunstâncias do art. 59 
do CP não lhe forem inteiramente 
favoráveis. No primeiro ano do pe-
ríodo de prova o condenado deverá 
prestar serviços à comunidade ou 
submeter-se à limitação de fim de 
semana, cabendo a escolha ao ma-
gistrado; b) Sursis especial - aplicá-
vel quando o condenado tiver repa-
rado o dano, salvo impossibilidade 
de fazê-lo, e se as circunstâncias do 
art. 59 do CP lhe forem inteiramente 
favoráveis. Nessa modalidade, o 
condenado, em regra, não presta 
 
 
32 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
serviços à comunidade nem se sub-
mete a limitação de fim de semana, 
pois o juiz pode substituir tal exigên-
cia por outras condições cumulati-
vas: proibição de frequentar deter-
minados lugares e de ausentar-se da 
comarca onde reside, sem autoriza-
ção do juiz, e comparecimento pes-
soal e obrigatório a juízo, mensal-
mente, para informar e justificar 
suas atividades. Não é possível a cu-
mulação das condições do sursis es-
pecial no sursis simples (MASSON, 
2014, p. 402). 
Concede-se o sursis somente 
ao condenado a pena privativa de li-
berdade, veda- se expressamente a 
suspensão da execução das penas de 
multa e restritiva de direitos (art. 80 
CP). Beneficiam-se, portanto so-
mente os condenados às penas de 
reclusão, detenção e prisão simples 
(nas contravenções). Permite-se a 
concessão do benefício à pena priva-
tiva de liberdade que não seja supe-
rior a dois anos, incluída nesse limi-
te a soma das penas aplicadas, em 
virtude de conexão ou continência. 
Excedendo de dois anos, aspe-
nas cumulativamente aplicadas não 
pode o sentenciado ser beneficiado 
com o sursis, pouco importando, 
que qualquer delas, isoladamente 
consideradas não exceda o limite a 
que se refere o art. 77 do CP. 
Os requisitos subjetivos da 
suspensão condicional da pena estão 
previstos no art. 77, I e II do CP. 
Sobre os requisitos objetivos e 
subjetivos do SURSIS leciona CA-
PEZ (2012, p. 228): 
 
Sursis simples. Requisitos obje-
tivos: (a) Somente se admite o 
sursis nas penas privativas de 
liberdade, não se estendendo às 
penas restritivas de direitos, 
nem à multa (CP, art. 80). (b) A 
pena não pode ser superior a 2 
anos. Em se tratando de con-
curso de crimes, não se despre-
za o acréscimo para efeito de 
consideração do limite quanti-
tativo da pena. Na hipótese de 
crime contra o meio ambiente, 
admite-se o benefício desde que 
a pena privativa de liberdade 
não exceda a 3 anos (Lei n. 9. 
605/98, art. 16). (c) O sursis so-
mente é admissível na impossi-
bilidade de substituição por pe-
na restritiva de direitos: a sus-
pensão condicional é subsidiá-
ria em relação à substituição da 
pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos (CP, art. 
77, III, c. c. art. 44). Requisitos 
subjetivos: (a) Condenado não 
reincidente em crime doloso: 
condenado irrecorrivelmente 
pela prática de crime doloso 
que cometeu novo crime doloso 
após o trânsito em julgado não 
pode obter o sursis: logo, “do-
loso e doloso não pode”. (b) Cir-
cunstâncias judiciais (art. 59 do 
Código Penal) favoráveis ao 
agente: a culpabilidade, os an-
tecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circuns-
tâncias do crime devem autori-
zar a concessão do benefício. 
 
 
33 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Trata-se das circunstâncias ju-
diciais do art. 59, com exceção 
das consequências do crime e 
do comportamento da vítima, 
os quais não são mencionados 
pelo art. 77, II. 
 
 
Inicialmente é necessário que 
o condenado não seja reincidente 
em crime doloso. A reincidência só 
se verifica nos casos em que o agente 
comete novo crime, depois de tran-
sitar em julgado a sentença que con-
denar o agente. Assim, é possível 
que a suspensão condicional da pena 
seja aplicada ao réu que já foi anteri-
ormente condenado, desde que a 
sentença condenatória (do crime an-
tecedente) transite em julgado após 
o cometimento do crime pelo qual 
está sendo julgado e com base no 
qual se está concedendo o sursis. 
O sursis também poderá ser 
concedido ao condenado reincidente 
em crime culposo, independente-
mente de ambos os crimes (antece-
dente e posterior) ou só um deles 
configurar crime de tipo culposo. 
A suspensão condicional da 
pena é benefício que permite não 
executar a pena privativa de liber-
dade, aplicada quando o condenado 
preenche determinados requisitos e 
se submete às condições estabeleci-
das na lei e pelo juiz. A execução da 
pena privativa de liberdade, não su-
perior a dois anos, poderá ser sus-
pensa por 2 a 4 anos, desde que o 
condenado preencha determinados 
requisitos. 
Não se confunde a suspensão 
condicional da pena (sursis), com a 
suspensão condicional do processo 
instituto criado pelo art. 89 da lei n.º 
9099 de 26 de junho de 1995, que 
dispõe sobre os juizados especiais ci-
vis e criminais. 
Não há óbice ao agente obter 
duas ou mais vezes, sucessivamente, 
a suspensão condicional das penas a 
ela impostas, diante da adoção do 
critério da pluralidade para o efeito 
da reincidência, decorridos mais de 
cinco anos entre o cumprimento ou 
a extinção da pena (art. 64, I do CP). 
A suspensão da pena é condi-
cional e, assim, pode ser revogada se 
não forem obedecidas as condições, 
nos termos em que a lei estabelecer 
devendo o sentenciado nessa hipóte-
se, cumprir integralmente a pena 
que lhe foi imposta. Existindo cau-
sas de revogação obrigatória e cau-
sas de revogação facultativa do sur-
sis. 
O condenado deve cumprir as 
condições durante o período de pro-
va. Se não as cumpre, revoga-se o 
sursis, devendo cumprir por inteiro 
a pena que se encontrava com a exe-
cução suspensa. As causas de revo-
gação do sursis são: a) obrigatórias; 
b) facultativas. Em relação às causas 
obrigatórias não fica a critério do 
juiz revogá-lo ou não. A revogação é 
 
 
34 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
determinada pela lei. Em relação às 
causas facultativas fica ao prudente 
critério do juiz revogar a medida, de-
terminando a execução da pena. As 
causas de revogação obrigatória en-
contram-se no art. 81, I a III; as fa-
cultativas, no § 1.º. (DAMÁSIO DE 
JESUS, 2001, p. 666). 
 
Artigo 81 do Decreto Lei nº 
2.848 de 07 de Dezembro de 
1940. 
Art. 81 - A suspensão será revo-
gada se, no curso do prazo, o 
beneficiário: (Redação dada pe-
la Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - é condenado, em sentença ir-
recorrível, por crime doloso; 
(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
II - frustra, embora solvente, a 
execução de pena de multa ou 
não efetua, sem motivo justifi-
cado, a reparação do dano; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
III- descumpre a condição do § 
1º do art. 78 deste Código. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Revogação facultativa 
§ 1º - A suspensão poderá ser 
revogada se o condenado des-
cumpre qualquer outra condi-
ção imposta ou é irrecorrivel-
mente condenado, por crime 
culposo ou por contravenção, a 
pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Prorrogação do período de pro-
va 
§ 2º - Se o beneficiário está sen-
do processado por outro crime 
ou contravenção, considera-se 
prorrogado o prazo da suspen-
são até o julgamento definitivo. 
(Redação dada pela Lei nº 7. 
209, de 11.7.1984) 
§ 3º - Quando facultativa a re-
vogação, o juiz pode, ao invés de 
decretá-la, prorrogar o período 
de prova até o máximo, se este 
não foi o fixado. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
A primeira causa de revogação 
obrigatória ocorre quando o benefi-
ciário, no curso do prazo, “é conde-
nado, em sentença irrecorrível, por 
crime doloso” (art. 81, I do CP). 
A segunda causa de revogação 
obrigatória do sursis ocorre quando 
o beneficiário frustrar, embora sol-
vente a execução da pena de multa 
(art. 81, II - segunda, hipótese do 
CP). Comprovada a impossibilidade 
de revogação, por dificuldades eco-
nômicas ou outra causa não se pode 
revogar o benefício. 
Por fim, revoga-se obrigatoria-
mente o sursis, quando o condenado 
descumpre a condição do art. 78 §1º 
do CP: "No primeiro ano do prazo, 
deverá o condenado prestar serviços 
à comunidade (Art. 46) ou subme-
ter-se à limitação de fim de semana 
(Art. 48)". 
 
Artigo 78 do Decreto Lei nº 2. 
848 de 07 de Dezembro de 1940 
Art. 78 - Durante o prazo da 
suspensão, o condenado ficará 
sujeito à observação e ao cum-
primento das condições estabe-
lecidas pelo juiz. (Redação dada 
 
 
35 
DAS PENAS E DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - No primeiro ano do prazo, 
deverá o condenado prestar 
serviços à comunidade (art. 46) 
ou submeter-se à limitação de 
fim de semana (art. 48). (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - Se o condenado houver 
reparado o dano, salvo impossi-
bilidade de fazê-lo, e se as cir-
cunstâncias do art. 59 deste Có- 
digo lhe forem inteiramente fa-
voráveis, o juiz poderá substi-
tuir a exigência do parágrafo 
anterior pelas seguintes condi-
ções, aplicadas cumulativa-
mente: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º Se o condenado houver re-
parado o dano, salvo impossibi-
lidade de fazê-lo, e se as cir-
cunstâncias do art. 59 deste Có-
digo lhe forem inteiramente fa-
voráveis, o juiz poderá substi-
tuir a exigência do parágrafo 
anterior pelas seguintes condi-
ções, aplicadas cumulativa-
mente: (Redação dada pela Lei 
nº 9.268, de 1º.4.1996) 
a) proibição de frequentar

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