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TEORIA DA PENA - AULA 1 TEORIA DAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO ILÍCITO PENAL 08/08/2018 Antes de tudo é válido relembrar que de acordo com o conceito analítico de crime, que o crime é um fato típico (porque viola uma norma incriminadora e porque o sujeito agiu com dolo ou com culpa; lembrando sempre que a culpa é a exceção e o dolo é a regra segundo o ordenamento) , antijurídico (do ponto de vista do ordenamento em geral não há justificativa para a realização daquele comportamento, não há presença de nenhuma causa de exclusão de ilicitude) e culpável (precisamos fazer um juízo de reprovação acima do autor do fato, no sentido de que de fato é alguém que possui uma capacidade de entendimento e autodeterminação genéricas; no caso da imputabilidade, e especifica acerca daquela situação criminosa, que é o potencial conhecimento da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa). Pelo conceito mais aceito, embora controvertido, pela questão do livre arbítrio, teremos o conceito de culpabilidade baseado na hipótese de liberdade de escolha. Para esse sujeito que já observamos que o comportamento por ele realizados reúne todos os pressupostos citados acima: O que vamos fazer com esse sujeito? Teremos que aplicar uma pena, a priore. 1. Consequências do Ilícito Penal 1.1. Pena; Consequência jurídica atribuída a quem realizou um fato típico, ilícito e culpável. 1.2. Medida de Segurança; Existem casos em que o sujeito comete o fato típico, ilícito, porem ele não é culpável, ele não tem reprovabilidade (caso de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado, lá nos termos do artigo 26 do CP), esse sujeito não é reprovável pelo ordenamento, mas se entende que embora ele não seja reprovável pelo ordenamento, como ele praticou uma ação típica e ilícita, essa ação faz com que ele apresente perigo para a sociedade, então esse indivíduo embora não tenha reprovabilidade, ele tem periculosidade social, e por isso será sancionado, e essa sanção em tese tem uma proposta de tratamento, para que a sua periculosidade seja sessada, para que ele deixe de ser um perigo social. Então a esse sujeito não será aplicada uma pena, será aplicada uma medida de segurança, de tratamento. 2. Da pena A pena é a sanção que se aplica ao imputável, ou seja, aquele sujeito que é responsável pelos seus atos, o sujeito que tem putabilidade. 2.1. Princípios Constitucionais aplicáveis às Penas; Antes de mais nada, é importante compreender que existe uma ligação entre a aplicação de pena e o direito constitucional, mais especificamente aos Direitos Fundamentais, e esta ligações vem estabelecidas dentro dos princípios constitucionais penais, são cinco princípios que interessam à matéria: - O princípio da Legalidade: art. 5° inciso 39, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Não basta que o conceito de crime e a norma incriminadora obedeçam ao princípio da legalidade, não é suficiente, a sanção penal de forma ampla, também está sujeita ao princípio da legalidade, também está limitada por este princípio. O juiz não pode aplicar uma pena fora da legalidade, a pena não pode ser executada fora da legalidade, ou seja, é a lei que vai trazer os parâmetros e os pressupostos para a aplicação dessa pena, quando a gente pensa por exemplo numa pena restritiva de direitos, muita gente pensa que é uma pena que atinja outro direito que não a liberdade, e em consequência disso podemos erroneamente achar que qualquer restrição que o juiz aplicar é válida, o que não é verdade, pois são apenas aquelas restrições de direitos previstas em lei. EXEMPLO: Vazamento das provas do ENEM, procurava-se uma pena que pudesse atingir os responsáveis nesse aspecto, não deixando os mesmos prestarem concursos públicos indistintamente, mas não se tinha uma previsão legal de sanção especifica com a proibição para se inscrever em concursos públicos, então para isso o legislador criou um tipo de sanção. O juiz não pode inventar uma pena só porque ele acha que vai ser melhor, deve seguir as penas previstas em lei. Isso é importante também no que concerne a anterioridade, qualquer mudança de pena para agravar (aumento de pena, piora no regime de execução da pena, exclusão de algum benefício ao longo da execução da pena) em relação ao acusado não pode retroagir, não é retroagir no cumprimento da pena, mas sim desde a data do crime. O princípio da legalidade só é completo quando se tem uma garantia de reserva formal, ou seja, não é toda lei que traz crime e pena, apenas aquela lei do congresso nacional, lei em sentido formal, deve-se atentar também à garantia da taxatividade, a lei deve trazer claramente qual a conduta criminosa, não pode ser uma lei vaga, tem que trazer especificamente os limites da aplicação da pena. - O princípio da Responsabilidade Subjetiva: É o princípio pelo qual, no direito penal só pode haver responsabilidade penal se o sujeito agiu com dolo ou com culpa, isso significa basicamente, que nós não temos reponsabilidade objetiva no direito penal, no direito civil é possível ver a responsabilidade objetiva. - O princípio da Humanização das Penas: As penas devem respeitar a dignidade humana do condenado, ou seja, não é possível aplicar uma pena desumana ao condenado, vide a CF no art. 5° inciso 47, vedando penas de morte (salvo em situação de guerra), de banimento, de caráter perpétuo, de trabalho forçado, e penas cruéis. - O princípio da Individualização das Penas: A sanção penal deve ser particularizada e estabelecida de acordo com as características do autor criminoso e do fato criminoso, ou seja, a aplicação da pena é um processo extremamente individualizado, não se pode considerar que duas pessoas que cometeram o mesmo crime terão a mesma pena, isso não irá acontecer nem mesmo em hipótese em que essas duas pessoas cometeram o crime juntas. EXEMPLO: o caso de Suzane von Richthofen. - O princípio da Pessoalidade da Pena: A pena não pode passar da pessoa que for condenada, não pode atingir terceiros diretamente (é obvio que atinge de forma indireta, pois é o filho que fica sem o pai ou a mãe, a esposa sem o marido e etc.), vide art. 5° inciso 45 da CF. Só se pode aplicar aos sucessores as penas pecuniárias, de reparação de danos, no limite do patrimônio transferido. 2.2. Das espécies de Pena Prisão – Privação do direito à liberdade ambulatória. Multa – Consiste no pagamento de uma quantia ao Fundo Penitenciário Nacional. Restritiva de Direitos – Consistem na restrição de outros direitos que não a liberdade ambulatória. 3. Da Pena de Prisão 3.1. Conceito Privação do direito à liberdade ambulatória, o direito de ir e vir. 3.2. Espécies de Pena de Prisão Ambas estão previstas no art. 33 do CP Reclusão; Deve ser cumprida em regime fechado, aberto, ou semi-aberto, é a mais grave das penas de prisão, porque pode ser cumprida em qualquer dos três regimes, inclusive no fechado, que é o mais grave de todos Detenção; Deve ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto salvo em necessidade de transferência para o regime fechado Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 3.3. Regimes Prisionais (fechado, semi- aberto e aberto) • OBSERVAÇÃO: RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) não seria um quarto regime, porque, apesar de ele ter esse nome, ele não é uma quarta espécie de regime. O RDD é uma sanção aplicada ao preso, provisório ou definitivo, em virtude de alguns fatores. Exemplo, se ele cometer um crime doloso contra a vida, se ele tiver realizando atos de fuga ou de subversão a ordem do presídio, se ele tiver envolvida em organizações criminosas. Qualquer que seja o regime dele, é aplicado a esse sujeito um castigo de RDD que consiste no isolamento (solitária), vai ter direito a apenas duashoras de banho de sol ao longo do dia, e só irá no momento que os outros presos retornam às suas celas. Isso não é um regime de cumprimento de pena, porque tem um limite de aplicação das [exceções]. O limite é de 6 meses a cada falta, podendo ser renovado com novas faltas, desde que não ultrapasse mais de 1/6 de uma pena. Exemplo: o sujeito tem 30 anos de pena, ele pode ficar até 6 anos no RDD se ele cumprir, se ele cometer tantas faltas assim. I. REGIME FECHADO: o mais grave, que é cumprido no estabelecimento de segurança máxima, ou média. O preso só tem direito a sair do presídio em três hipóteses: o Se houver doença grave, ou falecimento de cônjuge, ascendente ou descendente; o Para receber tratamento médico; o E para comparecer a audiência; *Sempre acompanhado da polícia A regra é o trabalho interno, ou seja, trabalhar dentro do presídio. Só é possível o trabalho externo em hipóteses excepcionais, mediante autorização judicial, com escolta e em obras e serviços públicos. Não pode ser na iniciativa privada. Não tem possibilidade de sair para cuidar de cônjuge, ascendente ou descendente. No caso das mulheres, ela pode ficar com a criança até a fase da amamentação. Depois disso a criança fica na creche do presídio. II. REGIME SEMI- ABERTO: o sujeito também fica preso, só que em outro estabelecimento, que a gente chama de colônia agrícola ou industrial. Ele já possui menor vigilância no seu dia- a- dia, dentro de seu estabelecimento. E o preso do regime semi- aberto tem alguns benefícios que o preso do regime fechado não tem, como: o Benefício da saída temporária, para estudar ou trabalhar. Ele sai pela manhã do presídio, sai, vai trabalhar e volta para o presídio. Isso só acontece se ele estiver trabalhando ou estudando, e se houver autorização judicial. o E ele tem também um direito na saída temporária de sair por até 7 dias, 4 vezes ao ano para visita a família (dia dos pais, natal, dia das mães, dia das crianças). Em tese é para ele sair com tornozeleira, porém não tem para todos. III. ABERTO: o sujeito cumpre a pena em um estabelecimento que chamamos de Casa de Albergado. A Casa de Albergado é um estabelecimento sem obstáculos a fuga, não trancafiado igual a presídio. E localizado preferencialmente em um centro urbano. Esse Casa de Albergado, no regime aberto, o sujeito fica solto o dia inteiro (em liberdade durante o dia), não precisa de autorização judicial. Isso para trabalhar ou estudar. E tende a retornar a Casa de Albergado a noite ou em dias de folga. Em abstrato, condenados com pena até 4 anos ou aqueles casos em que o sujeito foi condenado com uma pena 15 ou 20 anos e foi progredindo. Como temos pouquíssimas Casas de Albergado hoje, e como as que tem também, está aos pedaços, os juízes tem substituído a casa de albergado dela prisão domiciliar que em tese deveria ser com tornozeleira, para que se pudesse monitorar. Basicamente hoje, embora exista previsão legal, na prática, o sujeito condenado a uma pena até 4 anos, comete um crime sem violência ou grave ameaça, ele não vai para a prisão (apesar de receber uma pena de prisão), ele vai ter uma pena restritiva de direitos, pois é a hipótese legal cabível. Se ele cometeu um crime violente, ele provavelmente a pena não vai ser só 4 anos. E nos casos de progressão, temos visto o déficit de vagas. E o juiz ou não deixa progredir por déficit de vaga (já que foi declarado inconstitucional, ou deixa progredir na prisão domiciliar). Tanto é assim que o projeto de lei de execuções penais, do código penal, visa abolir o regime aberto, ou seja, prisão domiciliar. Porque na prática já tem sido [] e de certa exoneraria o Estado de gasto a mais com nutrição da Casa de Albergado. 4. Da aplicação da pena de prisão Método Trifásico Vamos imaginar que a pessoa coisa presa por crime de homicídio. Quando vamos código, na lei de homicídio, a pena abstrata (pena combinada) é de reclusão que varia de 6 a 20 anos. Homicídio simples: Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. O processo de dosimetria da pena é um processo. E ela envolve a realização de três fatos. Como o juiz então vai conseguir saber exatamente qual é a pena aplicável aquele sujeito? Ele precisa observar o processo que chamamos de processo trifásico, ou método trifásico de Nélson Hungria. O que consiste o método trifásico? O juiz vai partir dessa pena abstrata no tipo penal incriminador, vai aplicar a primeira fase da dosimetria da pena que são as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59. Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 4.1. Primeira fase: Análise das circunstancias judiciais Então ele vai sair da pena abstrata, vai ter como base a pena abstrata, vai aplicar essas circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, são oito circunstâncias judiciais (serão estudadas na próxima aula). Ao final dessa primeira fase o juiz vai encontrar uma quantidade de pena (vamos ver como isso vai acontecer) que vamos chamar de pena base. Então o juiz sai da pena abstrata, faz a primeira fase (que são as circunstâncias judiciais) e encontra o que a gente chama de pena base. 4.2. Segunda fase: Análise de agravantes/atenuantes Na segunda fase, o juiz vai partir da pena base e vai analisar as circunstâncias legais também chamadas de agravantes e atenuantes da pena. Ele então encontra uma pena que chamamos de pena provisória. 4.3. Terceira fase: Análise das causas de aumento/diminuição Já na terceira fase, o juiz vai analisar as causas de aumento, ou causas de diminuição que também são conhecidas como majorantes e minorantes. Ai sim ele chega na pena definitiva, ou pena concreta. TEORIA DA PENA - AULA 2 APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 15/082018 1. Primeira Fase: ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 1.1 Conceito de Circunstâncias Judiciais - Aquelas que devem ser valoradas pelo juiz no caso concreto, observando-se as provas dos autos. 1.2 Regras para a aplicação da pena na 1° fase - O magistrado não pode contrariar os limites mínimos e máximos da pena. Embora seja a primeira fase, é uma fase residual, serve para valorar objetos que não são de apreciação da fase seguinte. Nesta primeira fase as circunstâncias judiciais devem valer muito menos do que as circunstâncias legais da fase seguinte, que por sua vez, devem valer menos que as causas. 1.3 Circunstâncias Judiciais em Espécie a) CULPABILIDADE : Se refere ao grau de reprovabilidade do agente criminoso / O quão reprovável o agente é. (em sentido lato, ou seja, a reprovação social que o crime e o autor do fato merecem); b) ANTECEDENTES : São todas as condenações anteriores do sujeito, transitadas em julgado e que não servem para fins de reincidência. Estes antecedentes não se confundem com reincidência, a reincidência tem prioridade sobre os antecedentes. (trata-se de tudo o que existiu ou aconteceu no campo penal, ao agente antes da prática do fato criminoso, ou seja, sua vida pregressa em matéria criminal. Há quem entenda que somente condenações transitadas em julgado podem ser utilizadas para valorar negativamente esta circunstância); são os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime, a “reincidência” constitui agravante genérico, aplicado na segunda fase da fixação da pena deixa de gerar efeitos após 5 (cinco) anos do termino do cumprimento da pena, passando tal condenação a ser considerada apenas para fim de conhecimento de maus antecedentes, a doutrina vem entendendo, também, que a existência de várias absolvições por falta de provas ou inúmeros inquéritos policiais arquivados constituem maus antecedentes. SML444 do STJ/ É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações em curso para agravar a pena base. c) CONDUTA SOCIAL : Representa a relação interpessoal do acusado no meio social e familiar, é provada por meio testemunhas e geralmente quem se preocupa com esse aspecto é a defesa. (é o papel do réu na comunidade, inserido no contexto da família, do trabalho, da escola, da vizinhança etc.); refere-se ao comportamento do agente em relação às suas atividades profissionais, relacionamento familiar e social etc.; na prática, as autoridades limitam-se a elaborar um questionário, respondido pelo próprio acusado, no qual este informa detalhes acerca de sua vida social, familiar e profissional, tal questionário, entretanto, é de pouco valia. d) PERSONALIDADE : Se refere às circunstâncias comportamentais do acusado, padrão de comportamento do acusado. (trata-se do conjunto de caracteres exclusivos de uma pessoa, parte herdada, parte adquirida. É a análise voltada para detectar se a personalidade é voltada para o crime); o juiz deve analisar o temperamento e o caráter do acusado, levando ainda em conta a sua periculosidade. e) MOTIVOS : São as razões subjetivas que levaram o acusado a cometer o crime. (sãs os precedentes que levam à ação criminosa). Os fatores que levaram o agente a cometê- los, se o motivo do crime constituir qualificadora, causa de aumento ou diminuição de pena ou, ainda, agravante ou atenuante genérica, não poderá ser considerado como circunstância judicial “bis in idem”. f) CIRCUNSTÂNCIAS : Circunstâncias de tempo e local do crime. (são os elementos acidentais não participantes da estrutura do tipo, embora envolvendo o delito). Refere-se à maior ou menor gravidade do delito em razão do “modus operandi” no que diz respeito ao instrumento do crime, tempo de sua duração, forma de abordagem, objeto material, local da infração etc. g) CONSEQUÊNCIAS DO CRIME : O que aquele comportamento concreto gerou. (é o mal causado pelo crime, que transcende ao resultado típico). Refere-se à maior ou menor intensidade da lesão produzida no bem jurídico em decorrência da infração penal – exs: gravidade da “lesão corporal culposa”; pagamento do resgate na “extorsão mediante sequestro”. h) COMPORTAMENTO DA VÍTIMA : Diz respeito ao fato de investigar, se a vítima, de maneira reprovável contribuiu para o crime. (A vítima deve ter cometido algo ilícito ou imoral, tudo que for exercício regular do direito não se encaixa). (É o modo de agir da vítima que pode levar ao crime). Se fica demonstrado que o comportamento anterior da vítima de alguma forma estimulou a prática do crime ou, de alguma maneira, influenciou negativamente o agente, a sua pena deverá ser abrandada. O STJ DIZ QUE VAI SER NEUTRA OU VAI DIMINUIR, NUNCA AUMENTAR. 1.3 Cálculo da Pena Base Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. - Homicídio Simples: 06 a 20 anos 08 circunstâncias, logo, cada circunstância vale 1/8 1/8 x Pena Mínima (nesse caso é de 06 anos) = Pena Base OBS: COLOCAR OS ANOS EM MESES PARA FACILITAR A CONTA Pena mínima = 06 anos = 72 meses 1/8 x 72 = 72/8 = 09 meses cada circunstância OBS: SE TIVER 3 CIRCUNSTANCIAS NEGATIVAS E 1 POSITIVA, SERÃO 2 CIRCUNSTANCIAS NEGATIVAS 72 meses + 18 meses (o valor das circunstancias negativas) = pena de 90 meses = 7 anos e 6 meses Exemplo para Homicídio Simples: 1. Culpabilidade: Negativa 2. Antecedentes: Negativa 3. Conduta Social: Positiva 4. Personalidade: Neutra 5. Circunstâncias: Negativa 6. Consequências: Neutra 7. Motivo: Neutra 8. Comportamento da Vítima: Neutra Se todas as circunstâncias forem neutras ou positivas para o acusado, deve-se manter o mínimo legal. Só se deve sair do mínimo legal quando houverem circunstâncias negativas. Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Neste caso a variação tem menor valor; 1/8 x (pena máxima – pena mínima) = 1/8 x 07 anos = TOTAL: 03 CIRCUNSTÂNCIAS NEGATIVAS 01 CIRCUNSTÂNCIA POSITIVA 04 CIRCUNSTÂNCIAS NEUTRAS = 02 CIRCUNSTÂNCIAS NEGATIVAS PRECISAMOS VER O QUE VALE MENOS; A PENA MÍNIMA OU A VARIAÇÃO ENTRE A PENA MÍNIMA E A PENA MÁXIMA. 1/8 x (07x12 meses) = 1/8 x 84 meses = 84/8 meses = 10,5 meses x 30 dias = 315 dias = 10,5 meses = 10 meses e 15 dias PENA TOTAL: 8 anos +2x(10 meses e 15 dias)= 84 meses + 20 meses e 30 dias= 84 meses + 20 meses + 01 mês= 105 meses = 8,75 = 8 anos e 0,75 ano = 8 anos e 9 meses TEORIA DA PENA - AULA 3 APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 22/08/2018 1. Segunda Fase: As circunstâncias Legais Agravantes/Atenuantes O que são circunstâncias Legais? São aquelas que estão previstas na lei (ART 61 a 66) e já foram objeto de prévia valoração pelo legislador. Diferente das circunstâncias Judiciais que já estudamos, nas circunstâncias legais o magistrado não tem “margem” de discricionariedade, o magistrado vai se limitar a verificar se aquela hipótese fática foi provada nos autos, e uma vez existindo provas, ele irá aplicar a agravante ou a atenuante, ele não pode escolher aplicar ou não. 1.1 Conceito de agravantes/atenuantes: Agravantes e atenuantes genéricos, o primeiro sempre agravam a pena, não podendo o juiz deixar de leva-las em consideração. A enumeração é taxativa, de modo que, se não estiver expressamente previsto, poderá ser considerada conforme o caso como circunstância judicial. OBS: Para os crimes culposos, entende a doutrina que a única agravante que se aplica é a reincidência. OBS: As agravantes são taxativas, ou seja, apenas as hipóteses previstas em lei podem ser agravantes, não é possível criar agravantes pela interpretação, além dessas hipóteses previstas em lei, a menos que surja uma nova. Por força do principio da legalidade: tudo que agrava/aumenta a pena tem que estar previsto na lei. OBS: As atenuantes não são taxativas, ou seja, o juiz pode reconhecer alguma hipótese que diminua a reprovação que não esteja prevista em lei ( atenuantes genéricas: hipótese fática que não tem previsão legal, mas que o juiz acha que pode diminuir a reprovabilidade). O NUMERO 5 APÓS A VIRGULA SIGNIFICA METADE DE UM MÊS . POR CONVENÇÃO, O MÊS TEM 30 DIAS, LOGO, METADE DE UM MÊS EQUIVALE A 15 DIAS. Se aplicam em regra, a todo e qualquer crime. Exceto quando constituem ou qualificam o delito. 1.2 Regras para a aplicação da pena na segunda fase: - O juiz não pode ultrapassar os limites mínimos e máximos da pena abstrata. Súmula 231 – A incidência da circunstancia atenuante não pode conduzir a reduç ão da pena abaixo do mínimo legal. - Não é possível que uma circunstância legal tenha valor maior do que uma causa de aumento e diminuição. Hierarquia: Circunstâncias judiciais < Circunstâncias legais < Causas. 1.3 As circunstâncias agravantes em espécie: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: REINCIDÊNCIA: A reincidência ocorre quando o sujeito comete um crime após o trânsito em julgado da decisão que o condenou por crime anterior. Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A reincidência ocorre quando o sujeito comete um crime após o transito em julgado da decisão que o culminou por um crime anterior. Assim osujeito já foi declarado pela justiça como culpado (já cometeu um crime) e depois disso cometeu outro crime (se comete um crime logo em seguida do outro não pode afirmar que houve reincidência, pois é necessário ter sido transitado em julgado) Por força da Presunção de Inocência (Art. 5°, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;) Para prova: a) Se houve uma decisão com transito em julgado = se não tiver, ainda não há reincidência. b) Ver a data do transito em julgado da decisão. c) Ver a data do outro crime, se a data do transito em julgado for anterior ao novo crime. d) Transito em julgado no dia 20 e segundo crime no dia 21 = Reincidência / A reincidência tem um limite : A pena nem as consequências podem ser perpétuas Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Entre a data do cumprimento da pena ou da extinção, caso a pena tenha sido extinta, e a data do novo crime, não podem ter passado 5 anos. Se a pessoa for condenada por 30 anos, terá 35 anos de reincidência (cinco anos de acordo com a lei para a reincidência).Marco inicial após a decisão com transito em julgado e marco final após os 5 (cinco) anos. OBS: não servem como reincidência os atos infracionais, aqueles de punição para menores de idade. Também não servem como reincidência os crimes políticos puros, aqueles exclusivamente por motivação política, isso não vai se aplicar a crimes políticos impuros, como exemplo do terrorismo. Também se excluem os crimes militares próprios, aqueles em que as condutas são exclusivamente dos militares. Se o sujeito cometer uma contravenção penal, isso não serve para reincidência. CONSIDERA REINCIDÊNCIA: Meliante contumaz: duas transitadas em julgado ( uma encaixa como reincidência e a outra não) pode aplicar as duas; a pessoa tem maus antecedentes e reincidência. Nos crimes políticos impuros (Exemplo: terrorismo), se você vem para o Brasil após ter sido transitado em julgado, entra no conceito de reincidência. Militares impróprios (ou impuro, é um comportamento que já é crime na esfera civil, e só passa a ser um crime específico entre os militares, exemplo: se ele matar alguém em serviço será considerado depois como reincidência). Existe reincidência tanto se o sujeito comete o crime no Brasil, quanto se o crime anterior foi cometido no exterior; precisa observar a legalidade, é necessário que o comportamento seja crime em ambos os lugares. NÃO CONSIDERA REINCIDÊNCIA Não servem como reincidência os atos infracionais (aqueles de punição dos menores de idade), se o sujeito menor de 18 comete fato equiparado a crime. Não servem como reincidência, os crimes políticos puros (aqueles exclusivamente por motivação política. Exemplo: Opositor política da Venezuela crítica o governo Maduro,é condenado, antes de ser preso foge e ultrapassa a fronteira no brasil, chegando aqui por necessidade, você comete um furto, quando o Juiz vai julgar ele aqui, não pode ser reincidência já que ele fez um puro crime político no país dele. Os crimes militares são os próprios de militares. Militares próprios (que não entram no conceito de reincidência são aquelas condutas que só são criminosas no âmbito militar, por exemplo: deserção, não se apresentar no seu posto de trabalho por um período maior que sete dias, feito isso, será cometido um crime, pois é configurado como uma desobediência da hierarquia militar). Se o sujeito cometer uma contravenção penal, ela transitar em julgado e depois ele cometer um crime, não serve para reincidência. A CONSTITUCIONALIDADE DA REINCIDÊNCIA: Uma parte da doutrina entende que a reincidência não deveria servir para agravar a pena porque se o Estado assumiu o compromisso de ressocializar o sujeito, o ônus dele não pode recair sobre ele. Assim, uma parte majoritária da doutrina entende que a reincidência não deveria ser ͞nada͟, com base na argumentação do bis in idem, reprovar de novo alguém por uma pena que já cumpriu. A Defensoria Pública da União, em um dos recursos contra um condenado a quem foi aplicada a pena agravada pela reincidência, recorreu até chegar ao Supremo, dizendo que esse aumento foi inconstitucional. Junto com esse recurso, foram anexados outros recursos, sendo assim, começou a ter uma repercussão sobre a reincidência. No Brasil, em 2014, foi julgada a decisão com base no princípio da individualização das penas, declarou a constitucionalidade da aplicação da reincidência. CRIME COMETIDO POR MOTIVO FÚTIL OU TORPE: Motivos são as razões subjetivas que levaram o agente a cometer o crime, quando se fala em motivo fútil, trata-se de um motivo desproporcional ao que aconteceu. O motivo torpe é aquele considerado moralmente repugnante, também chamado de motivo abjeto. Motivo Torpe: É aquele que mais vivamente ofende a moral média ou o sentimento ético- social comum. Em alguns crimes, é inerente ao tipo e, portanto, não será considerado como agravante. Motivo Fútil: É aquele que é insignificante, absolutamente desproporcionado, que exprime total indiferença do sujeito para com o bem jurídico tutelado. A futilidade do motivo pode integrar o tipo, situação que afasta a agravante. Segundo a jurisprudência. Para Paulo Queiroz, ciúme não é motivo fútil. Não pode ser considerada fútil a simples falta ou injustiça do motivo o motivo fútil é, como regra, incompatível com a embriaguez, exceto a preordenada OBS: nem sempre a vingança ou o ciúme são considerados motivos fúteis ou torpes. CRIME COMETIDO PARA FACILITAR OU ASSEGURAR A EXECUÇÃO: Ele comete um crime para futuramente cometer outro crime. EXEMPLO: roubar um carro para depois realizar um sequestro. Execução, o sujeito comete um crime para futuramente cometer outro, o objetivo dele é garantir um crime futuro (Exemplo: roubar um carro para assaltar um banco). Vai ter uma agravante mesmo que esse crime futuro não ocorra, no exemplo de conterem o ladrão após o roubo do carro e durante o roubo ao banco. CRIME COMETIDO FACILITAR OU ASSEGURAR A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE CRIME PRETÉRITO: É o crime cometido para esconder vestígios de um crime passado. EXEMPLO: ocultação de cadáver. A Ocultação/impunidade/vantagem: - Ocultação: Serve para assegurar ou facilitar um crime pretérito (Exemplo: sujeito mata alguém, há uma testemunha ocular, o sujeito mata a testemunha, assim, assegura a ocultação do primeiro homicídio). - Impunidade: o crime já está sendo sujeito de investigação e o sujeito comete um novo crime para que não seja punido. - Vantagem: mata o comparsa porque não quer dividir o valor TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO: Quando o agente quebra deliberadamente o dever de lealdade e ataca a vítima pelas costas (traição); monta previamente uma cilada ou tocaia (emboscada); ou, sorrateiramente, dela se aproxima, com ares de amigo, para colocar-se em vantagem (dissimulação). Crime que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: amarrar a vitima, assaltar no meio da noite quando estiver dormindo etc. O aumento da pena se justifica porque o agente, que tinha tempo para refletir e desistir do intento, optou por prosseguir. COM EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE PODIA RESULTAR PERIGO COMUM: Veneno: Os venenos gerais, em regra, se dão de formainsidiosa, mas existem venenos ͞para um tipo específico de pessoa͟, no exemplo da pessoa ter alergia a algo e essa substancia ser utilizada. Fogo ou explosivo: agravam a pena porque pode resultar um perigo comum. Exemplo: drogas químicas, mandavam um pó para a casa branca, para matar os políticos. Na síria houve também um ataque químico via drone. Tortura: meio sofrido. CONTRA ASCENDENTES, DESCENDENTES, IRMÃO OU CÔNJUGE: A incidência ou não da agravante deve ser avaliada concretamente, porque do contrário se estará conferindo caráter absoluto a uma presunção legal, além de confundir direito com moral (muitas vezes parentes não mantêm relações amigáveis). Também não pode incidir quando o crime for praticado em represália a abusos sexuais ou semelhantes ou quando praticado contra cônjuge do qual o outro já se encontrava separado, ainda que tão somente de fato, porque não existiam relações cuja agressão autorizava maior rigor da lei. Vale lembrar que tio não é ascendente. Ascendente ou descendente só valem para ͞subir e descer͟ a sua genealogia. O irmão é colateral imediato, pouco importa se o parentesco é biológico ou civil. COM ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALECENDO-SE DE RELAÇÕES DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE, OU COM VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FORMA DA LEI ESPECÍFICA: Abuso de autoridade: ocorre com direito público, por exemplo, um policial que comete um estupro contra um preso. Prevalecendo relações domésticas: companheiro, empregada doméstica, caseiro, motorista, enteado, padrasto, madrasta, quem tem uma relação doméstica. OBS: os empregados não têm que dormir no ambiente, apenas ter uma relação doméstica. Coabitação: pessoas que moram na mesma residência, por exemplo a república universitária, pensionato, asilo, orfanato, etc. Hospitalidade: relação transitória, exemplo receber um primo que fica dois dias na casa, intercambista e etc Violência contra mulher na forma da lei específica: um crime praticado na forma da Lei Maria da Penha. COM ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO: A reprovabilidade da conduta é maior em virtude da confiança inerente ao cargo, ofício, ministério ou profissão. Abuso de poder: o sujeito tem um poder hierárquico sobre a vítima. Exemplo: chefe em relação aos subordinados, professor em relação aos alunos. Violação de dever inerente a cargo: vínculos com administração pública. Ofício: atividade profissional do sujeito. Ministério: relações religiosas, pedofilia na Igreja, exemplo: Lucas Terra que era abusado pelos pastores da Igreja Universal) Profissão: (o advogado que se apropria do dinheiro do cliente, o médico que se aproveita da paciente para violenta-la sexualmente). OBS: Induzir o paciente a realizar procedimentos desnecessários não configura abuso de poder, mas sim um abuso de profissão. CONTRA CRIANÇA, MAIOR DE 60 ANOS, ENFERMO OU MULHER GRÁVIDA: Parte- se da inferioridade e menor capacidade de resistência destes sujeitos. Tratando-se de presunção, admite prova em contrário. Não incidirá quando o agente desconhecer esta condição da vítima e/ou quando não houver relação alguma entre o crime e essa especial condição da vítima (ex.: furto de carro de idoso). Contra criança: toda pessoa coma até 12 anos incompletos Contra alguém maior de 60: idoso Contra um enfermo: pessoa que está com uma doença que de fato comprometa e que deixe a vítima vulnerável ou mulher grávida. Existe uma divergência na doutrina se o agente precisa saber ou não que a pessoa se encaixa nisso (se você assalta alguém na rua e a pessoa tem mais de 60 anos mas você não sabe) parte da doutrina diz que é por questões objetivas, você constata que a pessoa tem alguma dessas características, pouco importa se a pessoa sabia ou não outra parte da doutrina entende que para não configurar responsabilidade objetiva, o agente teria que saber, quando o agente já soubesse de uma dessas condições ou que fosse algo notável. QUANDO O OFENDIDO ESTAVA SOB A IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE: Pois o autor colhe a vítima de surpresa, demonstrando, inclusive, maior ousadia e periculosidade (ex.: presos, testemunha sob proteção). Casos de linchamento, alguém invade a delegacia para matar o preso. Se o preso está sob proteção do Estado e ocorre algo contra ele, o Estado tem obrigação de indenizar. EM OCASIÃO DE INCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU QUALQUER CALAMIDADE PÚBLICA, OU DE DESGRAÇA PARTICULAR DO OFENDIDO: A vítima se encontra em situação de maior vulnerabilidade e o autor revela especial insensibilidade. Incêndio: alguém rouba um projetor enquanto a faculdade está pegando fogo Naufrágio: o barco está afundando e as pessoas estão furtando durante a confusão Inundação: você ajuda alguém com a inundação da casa dela, mas aproveita e leva um objeto. De desgraça particular do ofendido (quando o avião da chapecoense caiu, as pessoas estavam assaltando os corpos e levando relógios; caminhão tombou na estrada e as pessoas roubam a carga). EM ESTADO DE EMBRIAGREZ PREORDENADA: O sujeito usa a substancia para tomar coragem de cometer o crime. Antes de usar a substancia, a pessoa já tem a intenção de cometer o crime. Exemplo: três meninas foram estupradas na UFBA, o sujeito disse que ele usava cocaína para tomar coragem de cometer o crime, porque normalmente ele não teria essa coragem. “Actio libera in causa” Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (exerce função de liderança - é o autor intelectual) deve ficar claramente caracterizada a situação de liderança. Para o STJ, é compatível com a autoria intelectual do delito (mandante), desde que provado que ele promoveu, organizou o crime ou dirigiu a atividade dos demais agentes. II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Se constituir crime autônomo (ex.: constrangimento ilegal), não será aplicada. O mesmo ocorrerá quando, embora exercida a coação, esta não tiver nenhuma influência sobre a decisão do coagido de tomar parte do crime. III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) "autoridade" é termo que deve ser interpretado em sentido amplo. IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Discute-se na doutrina se a vantagem deve ser econômica (Paulo Queiroz discorda). Ele diz que não é aplicável ao mandante, mas apenas ao mandatário (ausência de razões pessoais por parte do executor + motivo torpe). Mandatos gratuitos não ensejam a incidência da agravante. 1.3 As circunstâncias atenuantes em espécie Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; É diferente de erro de proibição (se for um erro vencível, é hipótese de atenuação da culpabilidade, se for invencível, é hipótese de exclusão da ilicitude). Embora o desconhecimento da lei não exclua a responsabilidade, atenua a responsabilidade do agente, porque é muito mais reprovável quem comete o crime sabendo a lei do que aquele sujeito que comete o crime sem conhece-la. III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; O motivo de relevante valor social, também chamados de motivos nobres, tornam o agente menos reprovável. Entende-se que o motivo é nobre e de interesse coletivo. b) procurado, por sua espontânea vontadee com eficiência, logo após o crime, evitar- lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; - Aquele que procura evitar o crime não evitou, mas tentou, seria a hipótese de um arrependimento ineficaz. - O que tenta minorar as consequências do crime, quando o crime já ocorreu, mas de alguma forma a pessoa tenta ajudar (sujeito que comete uma lesão corporal de trânsito e leva a vítima no hospital) - Também é considerado se antes do julgamento, o sujeito restitui a vítima. c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Coação resistível: Quando você podia resistir, verifica que o sujeito estava sob coação, mas em circunstancias concretas, era possível resistir a essa coação. Cumprimento de ordem de autoridade superior: O sujeito cumpre a ordem da autoridade sabendo que é errado. Sob influência de uma violenta emoção, após um ato injusto da vítima: o sujeito age por impulso, porque o sujeito injustamente realiza um ato sob a vítima. d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; Tem que ser uma confissão espontânea, deve partir do agente criminoso, que manifesta a intenção de confessar. Deve ser uma confissão perante autoridade. - Existe uma divergência de atenuante, sobre a necessidade dessa confissão ser completa ou, caso o sujeito faça uma confissão qualificada (o sujeito confessa a realização do ato, porém, alega em sua defesa alguma causa que exclua o crime). Para a doutrina, a confissão qualificada não deveria atenuar a pena, mas o STJ entende que deveria. - A doutrina e a jurisprudência dizem que se o Juiz usou a confissão da fase policial, junto com os elementos de prova do processo para condenar, entende-se que a atenuante se aplica, pois foi um dos fundamentos da condenação. - Porque a confissão atenua a pena? Não existe hierarquia entre as provas, chama- se de livre convencimento motivado, o magistrado pode se convencer da inocência ou da culpa do sujeito com base em qualquer prova produzida nos autos, desde que ele justifique porque está dando preferencia a aquela prova. Mesmo assim, entende- se que a confissão é a prova que tranquiliza a decisão do julgador. e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. A exemplo das brigas em estádios de futebol. Essa atenuante não se aplica ao sujeito que “marcou” a briga. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) É a hipótese legal de atenuante genérica, o Juiz pode considerar qualquer circunstância que ele entenda que diminui a reprovação do agente. Exemplo: sujeito que é pedófilo, mas foi abusado na infância e o laudo entende que isso deixou marcas na personalidade dele. 1.4 Cálculo da pena provisória: Apenas uma circunstância (uma agravante ou uma atenuante) Nessas hipóteses, se convencionou que as agravantes e as atenuantes valem 1/6 da pena base. 1/6 porque quando estudamos as causas, vemos que a menor causa tem 1/6, sendo assim, as circunstancias tem que ser menor que as causas. Apenas uma atenuante: Exemplo: Sujeito menor de 21 anos na data do fato Pena abstrata: 06 a 12 anos Pena base = 6 anos (Não pode atenuar porque já está no mínimo) Se a pena base for = 12 anos: Pena provisória = pena base – 1/6 da pena base Pena provisória = 12 – 1/6.12 = 10 Duas ou mais circunstancias da mesma natureza (duas ou mais agravantes ou duas ou mais atenuantes) Atenuantes: Pena abstrata = 06 a 12 anos Pena base = 12 anos Atenuantes: menor de 21 anos e confessou Pena provisória = pena base - 2 atenuantes Pena provisória = 12 anos - 2.(1/6 . 12) = 8 anos Concurso de agravantes e atenuantes Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstancias preponderantes: 1. Motivos: art. 61: Agravantes (fútil ou torpe /mercenário – art. 61, II, a / Art. 62, IV) e Atenuantes (social/moral – art. 65, III, a) 2. Personalidade: Pacífica (art. 65, I), idade do agente, menor de 21 na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença. Confissão: para o STJ, a confissão é um atributo da personalidade, porque demonstraria que o sujeito se arrependeu da prática criminosa. OBS: O STF diz que confissão nem sempre é preponderante, às vezes a pessoa confessa só para atenuar. Se você entende que a confissão é uma coisa positiva da personalidade, a contrário senso, permite que quem não confessa não é uma boa pessoa, sendo assim, permitiria que na primeira fase a não confissão fosse considerada como algo ruim. 3. Reincidência: Art. 61, I 1° Exemplo: Pena abstrata: 06 a 14 anos Pena base: 12 anos 1 Agravante: reincidência preponderante 1 Atenuante: reparação do dano não preponderante Circunstancia preponderante: ½ da circunstância ͚normal͛ Pena provisória = pena base + circunstância preponderante Pena provisória = 12 + (1/12 . 12) = OBS: A reincidência é uma circunstância preponderante, mas a reparação do dano não é preponderante. Não pode anular nem desconsiderar nenhuma. Sendo assim, a doutrina e a jurisprudência dizem que nessa situação, só aplica a circunstância preponderante, porém, essa circunstância vai valer metade da circunstancia normal (1/2 circunstância normal͛). Circunstancia preponderante vai valer metade de 1/6 1/2 . 1/6 = 1/12 Pena provisória = 12 + 1 = 13 anos 2° Exemplo: Pena abstrata = 06 a 14 anos Pena base = 12 anos Circunstancia preponderante = ½ da “normal” 1 agravante: idade da vítima (14 anos) preponderante 1 atenuante: idade do criminoso (19 anos) não preponderante Pena provisória = 12 – (1/12 . 12) = 11 anos 3° Exemplo: Pena abstrata: 06 a 14 anos Pena base: 12 anos 1 agravante: reincidência preponderante 1 atenuante: idade do criminoso (19 anos) preponderante Pena provisória = 12 + (1/12.12) – (1/12 . 12) = 12 anos 4° Exemplo: Visão do STF Pena abstrata = 06 a 14 anos Pena base = 12 anos 1 agravante: idade da vítima não preponderante 1 atenuante: confissão não preponderante Pena provisória = 12 anos 5° Exemplo: Visão do STJ Pena abstrata = 06 a 14 anos Pena base = 12 anos 1 agravante: idade da vítima não preponderante 1 atenuante: confissão preponderante Pena provisória = 12 – (1/12 .12) = 11 anos 6° Exemplo: Visão do STF Pena abstrata: 06 a 14 anos Pena base: 12 anos 1 agravante: reincidência preponderante 2 atenuantes: confissão não preponderante e desconhecimento da lei não preponderante Pena provisória: 12 + (1/12 . 12) = 13 anos 7° Exemplo: Visão do STJ Pena abstrata: 06 a 14 anos Pena base: 12 anos 1 agravante: reincidência preponderante 2 atenuantes: confissão preponderante e desconhecimento da lei normal, mas não seria preponderante Pena provisória = 12 anos TEORIA DA PENA - AULA 4 APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 29/082018 1. TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PENA 2.1 Conceito de Majorantes e Minorantes: São hipóteses em que o legislador determinou uma quantidade específica de aumento ou de diminuição da pena. Agravante/Atenuante Majorantes/Minorantes São usadas na segunda fase São analisadas na terceira fase Não são tarifadas pelo código São tarifadas Se encontram nos artigos 61 a 66 do CP. Encontram-se espalhadas pelo código, tanto na parte geral como na parte especial. 2.2 Minorantes na parte geral: Arts.70 (concurso formal) e 71 (crime continuado). 2.3 Majorantes na parte geral: Art. 14 § único, Art. 16, Art. 21, Art. 24 § 2°, Art. 26 § único, Art. 28 § 2°, Art. 29 §1°. TEORIA DA PENA - AULA 5 APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 5/09/2018 2.4 O cálculo da pena concreta: OBS: Vamos partir da pena provisória. em um homicídio: pena provisória: 12 anos minorante: tentativa (art. 14, II, paragrafo único) pena concreta: 12 – ( 1/3 de 12 anos) 12 anos – 4 anos = 8 anos homicídio: pena provisória: 12 anos 2 majorantes: tentativa: (art.14, II, paragrafo 1) – 2/3 participação de menor importância (art. 29, paragrafo 1) – 1/3 operação em cascata: - diminuir pela tentativa 12 anos – (2/3 de 12 anos) = 4 anos - diminuir pela participação 4 anos – (1/3 de 4 anos) 48 meses – (1/3 de 48 meses) 48 meses – 16 meses = 32 meses pena concreta: 2 anos e 8 meses 12 anos – (1/3 de 12 anos) = 8 anos 8 anos – (2/3 de 8 anos) 96 anos – (2/3 de 96 meses) 96 meses – 64 meses = 32 meses furto: pena provisória: 3 anos 1 majorante: cooperação dolosamente distinta (até a metade) 1 minorante – tentativa (1/3 a 2/3) majorante: 3 anos + (1/2 de 3 anos) = 4 anos e seis meses minorante: 4 anos e 6 meses – (1/3 de 4 anos e 6 meses) 54 meses – (1/3 de 54 meses) 54 meses – 18 meses = 36 meses pena concreta: 3 anos roubo de explosivo com explosivo: art. 157, § 2, VI e § 2 A, II majorante de roubo de explosivo: § 2, VI majorante de utilização de explosivo: § 2 A, II Pena: provisória: de 9 anos 9 anos + (2/3 de 12 anos) 9 anos + 6 anos = 15 anos se a gente tiver duas ou mais majorantes na especial ou duas ou mais minorantes na parte de especial vai aplicar só uma majorante a que só aumenta na terceira fase o calculo pode ser em cascata e nessa fase pode passar do limite mínimo e máximo 1. Detração penal: É o desconto do tempo de prisão cumprida pelo sujeito antes da sentença condenatória. 2. Fixação do regime prisional: Vai depender de critérios objetivos (quantidade de pena) e subjetivos (reprovabilidade) TEORIA DA PENA - AULA 6 CONCURSO DE CRIMES 12/09/2018 1. Considerações iniciais: É aquela situação em que o sujeito comete mais de um crime, é uma pluralidade de ofensas aos bens jurídicos, ela pode ser tanto uma reiteração de ofensas ao mesmo bem jurídico, ou a diferentes bens jurídicos. Ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em Beltrano, ambos morrem. Neste exemplo, há duas condutas e dois resultados idênticos. Não existe concurso de crimes no conflito aparente de normas: Quando um só crime se encaixa em mais de uma norma penal. Não temos concurso de crimes nos chamados crimes habituais: Aqueles em que uma só ação não configura o crime, é necessária uma pluralidade atos para que haja crime. Não temos concurso de crimes naqueles tipos penais chamados mistos alternativos (com dois ou mais verbos) 2. Concurso Material de Crime: 2.1 CONCEITO: Quando o sujeito comete duas ou mais ações e alcança dois ou mais resultados criminosos, ou seja, uma pluralidade de ações alcançam uma pluralidade de resultados. Art. 69 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. §1º – Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. §2º – Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. Hipótese mais fácil por ser mais lógica, Art. 69. Porque se o sujeito quer cometer dois ou mais crimes ele vai realizar mais de uma ação ou omissões e isso permite que ele realize dois ou mais resultados criminosos. Ex: sujeito comete tráfico de drogas, mata 7 vítimas uma atrás da outra. Precisa ser o mesmo crime? Não porque pode ser de duas espécies. Quando o agente no mesmo contexto criminoso (cenário fático criminoso), pratica dois ou mais crimes idênticos ou não, havendo uma progressão criminosa. Quando há concurso material de crimes, as penas são aplicadas cumulativamente. 2.2 ESPÉCIES: Homogêneo: O sujeito comete dois ou mais crimes iguais. Heterogêneo: Os crimes cometidos são diferentes. 2.3 REGRA PARA A APLICAÇÃO DA PENA: 1. Concurso Formal de Crime: Art. 70 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam- se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. 3.1: CONCEITO: O sujeito com apenas uma ação ele comete varios crimes. Tenho uma diferença pois o sujeito com uma só ação ou omissão pratica dois ou mais crimes. Hipóteses: Entra no coletivo e assalta todos, uma só ação e vários furtos. Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Fulano atropela três pessoas e elas morrem. Neste exemplo, nós temos três resultados idênticos diante de uma única conduta. Portanto, os requisitos para que se configure o concurso formal são: Única conduta e dois ou mais resultados que sejam fatos típicos e antijurídicos. Quando o agente, ao praticar uma só conduta, comete dois ou mais crimes, aplicando-se nesse caso, a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas. 3.2: ESPÉCIES: 3.2.1 QUANTO A NATUREZA DAS INFRAÇÕES: Homogêneo Heterogêneo 3.2.2 QUANTO A INTENÇÃO DO AGENTE: Próprio: Quando o agente não tinha a intenção de realizar dois ou mais crimes. O sujeito não tinha intenções autônomas em relação a pluralidade, não queria produzir dois ou mais crimes, quando todos resultados são culposos, ou quando um resultado é doloso e o outro doloso pode ser hipótese de erro na execução, ou resultado diverso do pretendido Impróprio: Quando o agente deseja alcançar dois ou mais resultados. Na hipótese em que o agente queria produzir dois ou mais resultados criminosos chamamos de desígnios autônomos 3.3 REGRA PARA A APLICÇÃO DA PENA: (concurso formal próprio) REGRA DA EXASPERAÇÃO: O juiz aplica uma só pena e exaspera (aumenta) 1/6 2 crimes z1/5 3 crimes 1/4 4 crimes 1/3 5 crimes ½ 6 ou mais crimes 4.Crime continuado: Surgiu como uma reação às penas exageradas; Na Itália, entre os séculos XV e XVI, se o ladrão praticasse 03 furtos seria considerado um “ladrão famoso”. Isso o equiparava aos ladrões violentos, ensejando a condenação à morte. Baseados num sentimento de humanidade, juristas da época propuseram que 03 ou mais furtos fossem considerados como CRIME ÚNICO, desde que praticados nas mesmas condições. 4.1 CONCEITO: É uma hipótese de concurso material de crimes que apresentam semelhanças entre si, e que por ficção jurídica é tratada como crime único. Ele é uma ficção jurídica, ou seja, foi criado pelo direito, onde temos uma pluralidade de ações e resultados criminosos que são tratados pelo direito como se fossem um único crime. Porque esses fatos guardam em si tamanha semelhança que parecem ser continuação um do outro. quando o agente, ao praticar mais de uma açãoou omissão, comete dois ou mais crimes da mesma espécie, e por suas condições (de tempo, lugar, maneira de execução) devem os subsequentes serem tidos como continuação do primeiro. Nesse caso, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 4.2 REQUISITOS: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71 Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. Pluralidade de ações criminosas: O sujeito pratique mais de uma ação ou omissão Pluralidade de resultados criminosos: Exista dois ou mais crimes Crimes de mesma espécie: Crimes sejam de mesma espécie (doutrina majoritária: são aqueles previstos no mesmo tipo penal, roubo com roubo. Doutrina minoritária: são aqueles que ofendem o mesmo bem jurídico, para essa corrente os crimes de mesma espécie podem ser homicídio e aborto, roubo e extorsão, só existe uma exceção que adote essa doutrina são os crimes previdenciários eles estão em tipos penais diferentes art.168-A; art.337-A; apropriação indébita previdenciária e sonegação) Mesmas condições de tempo: Além de serem crimes de mesma espécie tem que ser praticados na mesma condição de tempo, entre uma conduta e outra não posso ter mais de 30 dias Mesmas condições de lugar: Mesmas condições de lugar, quando os crimes ocorrem numa mesma comarca ou comarca contiguas, limítrofes que fazem fronteiras. Mesma maneira de execução: Dolo de continuidade: 4.4 A pena 1/6 2 crimes 1/5 3 crimes 1/4 4 crimes 1/3 5 crimes 1/2 6 crimes 2/3 7 ou mais crimes Questões Específicas e Considerações: Em caso de penas de multa cominadas nos preceitos secundários de cada crime, estas serão aplicadas cumulativamente, mesmo no concurso formal próprio e no crime continuado. O mesmo não acontecerá no caso da multa substitutiva, que é uma espécie de pena alternativa. As penas atribuídas aos crimes em concurso devem ser unificadas para não ultrapassar o limite máximo de trinta anos de cumprimento, só que, por questões de outros benefícios, o STF já editou até mesmo Súmula 775, que diz que a pena unificada não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou progressão de regime. Reunindo todas as modalidades de concursos de crimes e os sistemas de cálculo e aplicação das penas, percebemos que as circunstâncias que justificam uma maior ou menor punibilidade são determinadas em razão de política criminal. Por isso, muitas vezes a lei cria ficções, como na continuidade delitiva, para facilitar a reinserção do criminoso no contexto social após o cumprimento da pena, ou até mesmo durante sua execução. TEORIA DA PENA - AULA 7 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 19/09/2018 Depois que o juiz passa por todo o processo trifásico, vê se tem detração e fixa o regime, não necessariamente o trabalho dele acabou, ele tem que investigar ainda se é possível na situação concreta a aplicação de uma pena restritiva de direitos. O magistrado vai identificar se ele pode substituir a pena de prisão por uma pena restritiva de direitos. 1. Conceito: São aquelas que se caracterizam por restringir outros direitos do acusado, distintos da liberdade ambulatorial. O acusado vai ter uma sanção que vai atingir outro direito que não a liberdade ambulatorial (vai atingir a liberdade econômica, o tempo, vai restringir algum exercício de direito, mas não vai afetar em tese a liberdade). As penas restritivas de direito surgem com o Programa de Marburgo, desenvolvido por Von Liszt. Ele defendia que a pena deveria ser individualizada para cada criminoso, e para ele, alguns delinquentes não deviam receber uma pena de prisão. Qual era a ideia de Von Liszt? Para os Criminosos Ocasionais: Para estes seria aplicada provavelmente uma pena de prisão de curta duração, e isso na concepção dele seria prejudicial. Porque ele teria contato com criminosos habituais nesse período de curta duração e isso terminaria causando um efeito reverso na sociedade, ou seja, seria contraproducente uma aplicação de pena de curta duração, porque ele iria se misturar com criminosos habituais. Com o passar do tempo essa ideia foi se abrindo para a sociedade e passou a ser vista na perspectiva de humanização das penas, na perspectiva de defesa social. Como o cárcere desumaniza, traz efeitos nocivos a personalidade, seria interessante usar o cárcere como ultima ratio, nas hipóteses na qual não seria possível aplicar uma pena diversa 2. As penas restritivas no Direito Brasileiro: As penas foram introduzidas com a reforma do código em 1984, mas de forma tímida, apenas para crimes culposos e com penas de até um ano, em 1988 ganharam status constitucional. Em 1998 tivemos uma alteração no sistema de penas restritivas. As penas restritivas de cunho financeiro não podem ser aplicadas na Lei Maria da Penha, para evitar que o sujeito meta a mão na mulher e depois pague uma cesta básica e fique por isso mesmo. No crime de tráfico de drogas a lei originalmente previa que nos delitos definidos no caput e no art 1° deste artigo as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, a hipótese que chamamos de trafico privilegiado, são as hipóteses que o legislador entende que o sujeito cometeu tráfico de drogas porem ele não está envolvido com organizações criminosas, então nesse caso o legislador optou por tratar esse traficante de uma forma mais leve do que um traficante habitual e envolvido com organização criminosa. A redação original vedava a conversão em penas restritivas de direito. Em muitos casos como a pena do tráfico é de 5 a 15, se você aplicar uma redução de 2/3 nessa pena de 5 a 15, você teria uma pena muito pequena, que seria o caso de aplicar uma pena restritiva, o STF declarou inconstitucionalidade desta parte, a da vedação. OBS: CRIMES HEDIONDOS: são os crimes mais graves no ordenamento, são todos aqueles previstos no artigo 1° da lei 8072/90 EXEMPLO: O caso da filha de Gloria Perez, que foi assassinada por um ator, colega de trabalho, junto com a esposa dele, na época foi homicídio qualificado, praticado mediante dissimulação, abuso de confiança e por meio cruel (ela morreu a tesouradas), na época o crime não era hediondo, então eles não estavam sujeitos as regras dos crimes hediondos, na época Gloria Perez fez uma mega movimentação, pra conseguir um projeto de lei de iniciativa popular para que o homicídio qualificado fosse incluído no rol dos crimes hediondos, ela quase conseguiu, mas ai um parlamentar adotou a ideia e ofereceu como projeto de iniciativa dele, ai virou crime hediondo em 94. Para Guilherme e Paula de Pádua, como eles cometeram o crime antes dessa alteração, eles não responderam como crime hediondo. CRIMES EQUIPARADOS AOS HEDIONDOS: OS TRÊS T’S: TRÁFICO TORTURA TERRORISMO Se os crimes hediondos e equiparados podem ter as suas penas substituídas por restritivas de direitos? DOUTRINA: Neste caso se estiverem preenchidos os requisitos para a substituição, não há qualquer vedação. (Um dos requisitos paraa substituição é que o crime não aconteça sob violência ou grave ameaça a pessoa, e geralmente os crimes hediondos são assim) 3. Características das penas: As penas restritivas de direito se caracterizam como autônomas e substitutivas em relação às penas restritivas de liberdade. AUTÔNOMAS: Elas não convivem, como regra não pode ter uma pessoa cumprindo duas penas pelo mesmo crime. OU UMA OU OUTRA. EXCEÇÃO: Art. 78. (cdc) Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal : I - a interdição temporária de direitos; II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação; III - a prestação de serviços à comunidade. Então no caso da pessoa ser condenada por um crime previsto no Código de Defesa do Consumidor, ela pode ter essa cumulação entre uma prisão e uma restritiva. Art. 302. CTB Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Nesse caso eu também cumulo uma pena de prisão com uma restritiva de direitos (suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor). SUBSTITUTIVAS: Isso significa que no sistema do nosso ordenamento, primeiro o juiz aplica a pena de prisão e depois ele substitui, ou seja, como regra no nosso ordenamento, o juiz não vai direto aplicar a pena restritiva. Então ele parte da pena abstrata, depois ele fixa uma pena concreta e depois ele substitui. Ele não vai partir do crime direto para essa pena restritiva. Porque? Se o sujeito não cumprir a pena restritiva eu posso converter para pena de prisão. APLICAÇÃO PARA PESSOA JURÍDICA: É FISICAMENTE IMPOSSIVEL SUBSTITUIR; A LEI NÃO APLICA NENHUMA REGRA PARA ISSO. 4. Requisitos para a aplicação das penas restritivas: A SUBSTITUIÇÃO É UM DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, O JUIZ NÃO PODE DIZER QUE NÃO VAI SUBSTITUIR PORQUE NÃO TA AFIM, OS JUIZES ATE TENTAM DIZER QUE NÃO ESTAO PRESENTES OS REQUISITOS, OU SE OMITEM, O QUE PODE GERAR IMPUGNAÇÃO. Art. 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - aplicada pena privativa de liberdade inferior a um ano ou se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) II - o réu não for reincidente; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Parágrafo único - Nos crimes culposos, a pena privativa de liberdade aplicada, igual ou superior a um ano, pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 por duas penas restritivas de direitos, exeqüíveis simultaneamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) § 1o (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 4.1 Crimes Dolosos A pena concreta aplicada ao sujeito seja de até 4 anos; Não é a pena abstrata, é a pena concreta, a pena aplicada, encontrada depois do processo trifásico. DETRAÇÃO: O SUJEITO PEGOU UMA PENA DE 4 ANOS E 3 MESES, FICOU 4 MESES PRESO PREVENTIVAMENTE. POSSO APLICAR A RESTRITIVA? BOM, A JURISPRIDENCIA ENTENDE QUE NÃO, PORQUE O DISPOSITIVO DO CPC FALA DE DETRAÇÃO PARA FINS DE FIXAÇÃO DO REGIME. ENTAO TEM SE ENTENDIDO QUE NESSE CASO NÃO PODE. Tem que ser um crime sem violência ou grave ameaça à pessoa; Não se aplica a restritiva por roubo, por exemplo. Juizado Especial Criminal/JECRIM; É uma justiça com regras distintas para que eu julgue infrações penais de menor potencial ofensivo (todas as contravenções penais e crimes com pena até dois anos). Nesses casos do JECRIM, cabe antes do processo, ou até mesmo depois de iniciado, cabe transação penal, e cabe composição civil dos danos, ou seja, o sujeito pode entrar em acordo com o MP e cumprir uma restritiva antecipada, que não gera reincidência, não serve para fins de cadastro e etc. Mas é uma forma de negociar e evitar o processo, isto já é possível em todos os crimes com pena até dois anos. Estão incluídos nesses crimes com penas até dois anos alguns crimes violentos: Lesão Corporal Leve, Ameaça, Constrangimento Ilegal, todos esses crimes são de grave ameaça a pessoa e tem pena até dois anos. Qual o raciocínio do qual parte a doutrina? Se estes crimes são de menor potencial e se cabe para esses crimes violentos a transação penal antes do processo, não deveria existir um óbice para caber restritivas, porque a restritiva nada mais é do que uma aplicação de pena restritiva após a condenação, enquanto a transação é a aplicação de penas restritivas antes do processo, então a doutrina e a jurisprudência contra a jurisdição expressa mas em interpretação sistemática do ordenamento, coerente de todo o ordenamento jurídico defende que os crimes violentos de menor potencial ofensivo podem ter a sua pena substituída, só estes. Não pode ser aplicado à reincidentes; Praticar um crime após o transito em julgado de outro crime no período de 5 anos. Uma vez que você constate que ele é reincidente em crime doloso de forma alguma você pode substituir? Tem uma exceção; § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Que ele tenha circunstancias judiciais favoráveis e que demonstrem que a substituição é suficiente para reprovar e prevenir o crime; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta sociale a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Para os crimes dolosos temos que cumprir esses quatro requisitos: - Pena até 4 anos - Crime sem violência (exceto se for de menor potencial) - O sujeito não pode ser reincidente em crime igual - Tem que ter circunstancias judiciais favoráveis que indiquem a substituição 4.2 Crimes Culposos: Qualquer crime e qualquer pena; Não tem vedação quanto a natureza do crime nem quanto a quantidade de pena. REQUISITOS SUBJETIVOS DO ACUSADO: II - o réu não for reincidente; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) EXEMPLO: O CASO DE UM JATO COM UM AVIAO DA GOL, O JATO ESTAVA COM O SINALIZADOR DESLIGADO E ESTAVA NA MESMA ROTA DO AVIAO DA GOL EM SENTIDO OPOSTO, HOUVE UMA COLISÃO E TODOS NO AVIAO MORRERAM, OS PILOTOS DO JATO SOBREVIVERAM, RESPONDERAM NO BRASIL POR 190 HOMICIDIOS CULPOSOS EM CONCURSO FORMAL PROPRIO; NO CONCURSO FORMAL AUMENTA A PENA DE UM SO DOS CRIMES DE 1/6 ATE A METADE, ENTAO ELES PEGARAM AI UMA PENA, LEMBRANDO QUE A PENA ABSTRATA DE HOMICIDIO CULPOSO É DE 1 A 3 ANOS, VAMOS SUPOR QUE ELES TENHAM PEGO UMA PENA MAXIMA DE 3 E AUMENTADO ATE A METADE, OU SEJA 4 ANOS E 6 MESES, NO CASO CONCRETO O JUIZ DE 1° NÃO SUBSTITUIU, AI SUBIU PARA O TRF DA PRIMEIRA REGIAO E LÁ SUBSTITUIRAM, AI AS FAMILIAS DAS VITIMAS SE JUNTARAM E CONTRATARAM BITTENCOURT PARA DAR UM PARECER PARA EVITAR QUE O STJ MANTIVESSE A SUBSTITUIÇÃO, COLOCASSE NO REGIME ABERTO OU SEMI- ABERTO; O PARECER DE BITTENCOURT FOI NO SENTIDO DE QUE NAQUELE CASO AS CONSEQUENCIAS DO CRIME, ERAM CONSEQUENCIAS QUE NÃO INDICAVAM SUBSTITUIÇÃO, ENTAO O STJ AFASTOU A SUBSTITUICAO A MANTEVE A PENA DE PRISAO. 5. Aplicação das penas restritivas: § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 6. Espécies de restritivas: O Juiz só pode criar pena s restritivas que tenham previsão legal, se não ele estará criando uma pena, está limitado também ao princípio da legalidade nas penas restritivas. 6.1 Prestação de serviço à comunidade: Consiste em atribuir ao condenado à obrigação de trabalhar em entidades públicas ou privadas de assistência social. Art. 46 - A prestação de serviços a comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistências, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Parágrafo único - As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas, durante oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) (para que o serviço seja de fato produtivo para a sociedade) § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Ele tem que cumprir uma hora de serviço para cada dia de condenação, esses horários são flexibilizados contanto que ele cumpra as horas respectivas aos dias. 6.2 Multa: Multa substitutiva; espécie de pena restritiva que substitui a prisão. Consiste no pagamento de uma quantia em dinheiro ao fundo penitenciário (nacional ou do estado em que ele se encontra, se houver) 6.3 Restrição ou Interdição de Direitos: Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011) Limitação de fim de semana 6.4 Prestação Pecuniária: Consiste no pagamento à vítima do crime ou aos seus descendentes, de uma quantia estipulada na sentença a título de reparação do dano, é uma pena que é paga a vítima, para indenizar pelo crime sofrido. Em alguns crimes que não tem vitima individual, os chamados crimes vagos, que atingem toda a coletividade, por exemplo, um crime ambiental, crime contra o sistema financeiro etc. Nesses casos em que há uma vítima difusa, quando todo mundo é vítima ao mesmo tempo, obviamente não vai ter como ressarcir uma vítima individual, então como vai funcionar nesses casos? Pode ter prestação pecuniária? Pode sim, e vai ser pago a uma entidade assistencial. 6.5 Limitação de Fim de Semana: O sujeito tem que ficar por um período de 05 horas diárias na casa albergado. Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 6.6 Perda de bens e valores: Também é conhecida como confisco, por que consiste no confisco do patrimônio lícito do condenado, para que o sujeito possa reparar o dano. 7. Conversão Quando eu converto a pena restritiva em prisão. CONVERSÃO OBRIGATÓRIA: - Se houver o descumprimento injustificado da pena restritiva. - Quando o indivíduo é condenado a uma pena privativa de liberdade que torna incompatível o cumprimento da pena restritiva. CONVERSÃO FACULTATIVA: O juiz vai analisar se é necessário converter a pena restritiva; TEORIA DA PENA - AULA 8 PENA DE MULTA 26/09/2018 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Consiste no pagamento de uma quantia em dinheiro ao fundo penitenciário (nacional ou do estado em que ele se encontra, se houver). Atinge a liberdade econômica do condenado, o bolso, em muitos casos a pena de multa é reservada aos crimes que envolvem um comportamento ilícito, por exemplo, como regra, veremos que no homicídio não tem pena de multa, pois como regra esse crime
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