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TEORIA DA PENA, PENAS E MEDIDAS RESTRITIVAS DE DIREITO

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TEORIA DA PENA - AULA 1 
TEORIA DAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO ILÍCITO PENAL 
08/08/2018 
 
Antes de tudo é válido relembrar que de acordo com o conceito analítico de crime, que o crime é 
um fato típico (porque viola uma norma incriminadora e porque o sujeito agiu com dolo ou com 
culpa; lembrando sempre que a culpa é a exceção e o dolo é a regra segundo o ordenamento) , 
antijurídico (do ponto de vista do ordenamento em geral não há justificativa para a realização 
daquele comportamento, não há presença de nenhuma causa de exclusão de ilicitude) e culpável 
(precisamos fazer um juízo de reprovação acima do autor do fato, no sentido de que de fato é 
alguém que possui uma capacidade de entendimento e autodeterminação genéricas; no caso da 
imputabilidade, e especifica acerca daquela situação criminosa, que é o potencial conhecimento 
da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa). Pelo conceito mais aceito, embora controvertido, 
pela questão do livre arbítrio, teremos o conceito de culpabilidade baseado na hipótese de 
liberdade de escolha. Para esse sujeito que já observamos que o comportamento por ele 
realizados reúne todos os pressupostos citados acima: O que vamos fazer com esse sujeito? 
Teremos que aplicar uma pena, a priore. 
1. Consequências do Ilícito Penal 
1.1. Pena; Consequência jurídica atribuída a quem realizou um fato típico, ilícito e culpável. 
1.2. Medida de Segurança; Existem casos em que o sujeito comete o fato típico, ilícito, porem 
ele não é culpável, ele não tem reprovabilidade (caso de doença mental, desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, lá nos termos do artigo 26 do CP), esse sujeito não é reprovável pelo 
ordenamento, mas se entende que embora ele não seja reprovável pelo ordenamento, como ele 
praticou uma ação típica e ilícita, essa ação faz com que ele apresente perigo para a sociedade, 
então esse indivíduo embora não tenha reprovabilidade, ele tem periculosidade social, e por isso 
será sancionado, e essa sanção em tese tem uma proposta de tratamento, para que a sua 
periculosidade seja sessada, para que ele deixe de ser um perigo social. Então a esse sujeito 
não será aplicada uma pena, será aplicada uma medida de segurança, de tratamento. 
 
2. Da pena 
 
A pena é a sanção que se aplica ao imputável, ou seja, aquele sujeito que é responsável pelos 
seus atos, o sujeito que tem putabilidade. 
 
2.1. Princípios Constitucionais aplicáveis às Penas; Antes de mais nada, é importante 
compreender que existe uma ligação entre a aplicação de pena e o direito constitucional, mais 
especificamente aos Direitos Fundamentais, e esta ligações vem estabelecidas dentro dos 
princípios constitucionais penais, são cinco princípios que interessam à matéria: 
 
- O princípio da Legalidade: art. 5° inciso 39, não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal. Não basta que o conceito de crime e a norma incriminadora 
obedeçam ao princípio da legalidade, não é suficiente, a sanção penal de forma ampla, também 
está sujeita ao princípio da legalidade, também está limitada por este princípio. O juiz não pode 
aplicar uma pena fora da legalidade, a pena não pode ser executada fora da legalidade, ou seja, 
é a lei que vai trazer os parâmetros e os pressupostos para a aplicação dessa pena, quando 
a gente pensa por exemplo numa pena restritiva de direitos, muita gente pensa que é uma pena 
que atinja outro direito que não a liberdade, e em consequência disso podemos erroneamente 
achar que qualquer restrição que o juiz aplicar é válida, o que não é verdade, pois são apenas 
aquelas restrições de direitos previstas em lei. 
 
EXEMPLO: Vazamento das provas do ENEM, procurava-se uma pena que pudesse atingir 
os responsáveis nesse aspecto, não deixando os mesmos prestarem concursos públicos 
indistintamente, mas não se tinha uma previsão legal de sanção especifica com a proibição 
para se inscrever em concursos públicos, então para isso o legislador criou um tipo de 
sanção. O juiz não pode inventar uma pena só porque ele acha que vai ser melhor, deve 
seguir as penas previstas em lei. 
 
Isso é importante também no que concerne a anterioridade, qualquer mudança de pena para 
agravar (aumento de pena, piora no regime de execução da pena, exclusão de algum benefício 
ao longo da execução da pena) em relação ao acusado não pode retroagir, não é retroagir no 
cumprimento da pena, mas sim desde a data do crime. 
 
O princípio da legalidade só é completo quando se tem uma garantia de reserva formal, ou seja, 
não é toda lei que traz crime e pena, apenas aquela lei do congresso nacional, lei em 
sentido formal, deve-se atentar também à garantia da taxatividade, a lei deve trazer 
claramente qual a conduta criminosa, não pode ser uma lei vaga, tem que trazer 
especificamente os limites da aplicação da pena. 
 
 - O princípio da Responsabilidade Subjetiva: É o princípio pelo qual, no direito penal só pode 
haver responsabilidade penal se o sujeito agiu com dolo ou com culpa, isso significa basicamente, 
que nós não temos reponsabilidade objetiva no direito penal, no direito civil é possível ver a 
responsabilidade objetiva. 
 
 - O princípio da Humanização das Penas: As penas devem respeitar a dignidade humana do 
condenado, ou seja, não é possível aplicar uma pena desumana ao condenado, vide a CF no art. 
5° inciso 47, vedando penas de morte (salvo em situação de guerra), de banimento, de 
caráter perpétuo, de trabalho forçado, e penas cruéis. 
 
- O princípio da Individualização das Penas: A sanção penal deve ser particularizada e 
estabelecida de acordo com as características do autor criminoso e do fato criminoso, ou seja, a 
aplicação da pena é um processo extremamente individualizado, não se pode considerar que 
duas pessoas que cometeram o mesmo crime terão a mesma pena, isso não irá acontecer nem 
mesmo em hipótese em que essas duas pessoas cometeram o crime juntas. 
 
EXEMPLO: o caso de Suzane von Richthofen. 
 
- O princípio da Pessoalidade da Pena: A pena não pode passar da pessoa que for condenada, 
não pode atingir terceiros diretamente (é obvio que atinge de forma indireta, pois é o filho que 
fica sem o pai ou a mãe, a esposa sem o marido e etc.), vide art. 5° inciso 45 da CF. 
Só se pode aplicar aos sucessores as penas pecuniárias, de reparação de danos, no limite 
do patrimônio transferido. 
 
2.2. Das espécies de Pena 
 Prisão – Privação do direito à liberdade ambulatória. 
 Multa – Consiste no pagamento de uma quantia ao Fundo Penitenciário Nacional. 
 Restritiva de Direitos – Consistem na restrição de outros direitos que não a liberdade 
ambulatória. 
3. Da Pena de Prisão 
3.1. Conceito 
Privação do direito à liberdade ambulatória, o direito de ir e vir. 
 
3.2. Espécies de Pena de Prisão 
 
Ambas estão previstas no art. 33 do CP 
 Reclusão; Deve ser cumprida em regime fechado, aberto, ou semi-aberto, é a mais grave 
das penas de prisão, porque pode ser cumprida em qualquer dos três regimes, inclusive 
no fechado, que é o mais grave de todos 
 
 Detenção; Deve ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto salvo em necessidade de 
transferência para o regime fechado 
 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. 
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. 
 
3.3. Regimes Prisionais (fechado, semi- aberto e aberto) 
 
• OBSERVAÇÃO: RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) não seria um quarto regime, porque, 
apesar de ele ter esse nome, ele não é uma quarta espécie de regime. O RDD é uma sanção 
aplicada ao preso, provisório ou definitivo, em virtude de alguns fatores. Exemplo, se ele cometer 
um crime doloso contra a vida, se ele tiver realizando atos de fuga ou de subversão a ordem do 
presídio, se ele tiver envolvida em organizações criminosas. Qualquer que seja o regime dele, é 
aplicado a esse sujeito um castigo de RDD que consiste no isolamento (solitária), vai ter direito a 
apenas duashoras de banho de sol ao longo 
do dia, e só irá no momento que os outros presos retornam às suas celas. Isso não é um regime 
de cumprimento de pena, porque tem um limite de aplicação das [exceções]. O limite é de 6 
meses a cada falta, podendo ser renovado com novas faltas, desde que não ultrapasse mais de 
1/6 de uma pena. Exemplo: o sujeito tem 30 anos de pena, ele pode ficar até 6 anos no RDD se 
ele cumprir, se ele cometer tantas faltas assim. 
 
I. REGIME FECHADO: o mais grave, que é cumprido no estabelecimento de segurança máxima, 
ou média. O preso só tem direito a sair do presídio em três hipóteses: o Se houver doença grave, 
ou falecimento de cônjuge, ascendente ou descendente; o Para receber tratamento médico; o E 
para comparecer a audiência; 
*Sempre acompanhado da polícia 
A regra é o trabalho interno, ou seja, trabalhar dentro do presídio. Só é possível o trabalho externo 
em hipóteses excepcionais, mediante autorização judicial, com escolta e em obras e serviços 
públicos. Não pode ser na iniciativa privada. Não tem possibilidade de sair para cuidar de cônjuge, 
ascendente ou descendente. No caso das mulheres, ela pode ficar com a criança até a fase da 
amamentação. Depois disso a criança fica na creche do presídio. 
 
II. REGIME SEMI- ABERTO: o sujeito também fica preso, só que em outro estabelecimento, que 
a gente chama de colônia agrícola ou industrial. Ele já possui menor vigilância no seu dia- a- dia, 
dentro de seu estabelecimento. 
E o preso do regime semi- aberto tem alguns benefícios que o preso do regime fechado não tem, 
como: o Benefício da saída temporária, para estudar ou trabalhar. Ele sai pela manhã do presídio, 
sai, vai trabalhar e volta para o presídio. Isso só acontece se ele estiver trabalhando ou 
estudando, e se houver autorização judicial. o E ele tem também um direito na saída temporária 
de sair por até 7 dias, 4 vezes ao ano para visita a família (dia dos pais, natal, dia das mães, dia 
das crianças). Em tese é para ele sair com tornozeleira, porém não tem para todos. 
 
III. ABERTO: o sujeito cumpre a pena em um estabelecimento que chamamos de Casa de 
Albergado. 
A Casa de Albergado é um estabelecimento sem obstáculos a fuga, não trancafiado igual a 
presídio. E localizado preferencialmente em um centro urbano. Esse Casa de Albergado, no 
regime aberto, o sujeito fica solto o dia inteiro (em liberdade durante o dia), não precisa de 
autorização judicial. Isso para trabalhar ou estudar. E tende a retornar a Casa de Albergado a 
noite ou em dias de folga. 
Em abstrato, condenados com pena até 4 anos ou aqueles casos em que o sujeito foi condenado 
com uma pena 15 ou 20 anos e foi progredindo. 
Como temos pouquíssimas Casas de Albergado hoje, e como as que tem também, está aos 
pedaços, os juízes tem substituído a casa de albergado dela prisão domiciliar que em tese deveria 
ser com tornozeleira, para que se pudesse monitorar. 
Basicamente hoje, embora exista previsão legal, na prática, o sujeito condenado a uma pena até 
4 anos, comete um crime sem violência ou grave ameaça, ele não vai para a prisão (apesar de 
receber uma pena de prisão), ele vai ter uma pena restritiva de direitos, pois é a hipótese legal 
cabível. 
Se ele cometeu um crime violente, ele provavelmente a pena não vai ser só 4 anos. 
E nos casos de progressão, temos visto o déficit de vagas. E o juiz ou não deixa progredir por 
déficit de vaga (já que foi declarado inconstitucional, ou deixa progredir na prisão domiciliar). 
Tanto é assim que o projeto de lei de execuções penais, do código penal, visa abolir o regime 
aberto, ou seja, prisão domiciliar. Porque na prática já tem sido [] e de certa exoneraria o Estado 
de gasto a mais com nutrição da Casa de Albergado. 
4. Da aplicação da pena de prisão Método Trifásico 
Vamos imaginar que a pessoa coisa presa por crime de homicídio. Quando vamos código, na lei 
de homicídio, a pena abstrata (pena combinada) é de reclusão que varia de 6 a 20 anos. 
Homicídio simples: 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
O processo de dosimetria da pena é um processo. E ela envolve a realização de três fatos. 
Como o juiz então vai conseguir saber exatamente qual é a pena aplicável aquele sujeito? Ele 
precisa observar o processo que chamamos de processo trifásico, ou método trifásico de Nélson 
Hungria. 
O que consiste o método trifásico? O juiz vai partir dessa pena abstrata no tipo penal incriminador, 
vai aplicar a primeira fase da dosimetria da pena que são as circunstâncias judiciais previstas no 
artigo 59. 
 
 Fixação da pena 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime. 
 
4.1. Primeira fase: Análise das circunstancias judiciais 
Então ele vai sair da pena abstrata, vai ter como base a pena abstrata, vai aplicar essas 
circunstâncias judiciais previstas no artigo 59, são oito circunstâncias judiciais (serão estudadas 
na próxima aula). Ao final dessa primeira fase o juiz vai encontrar uma quantidade de pena 
(vamos ver como isso vai acontecer) que vamos chamar de pena base. Então o juiz sai da pena 
abstrata, faz a primeira fase (que são as circunstâncias judiciais) e encontra o que a gente chama 
de pena base. 
 
4.2. Segunda fase: Análise de agravantes/atenuantes 
Na segunda fase, o juiz vai partir da pena base e vai analisar as circunstâncias legais também 
chamadas de agravantes e atenuantes da pena. Ele então encontra uma pena que chamamos 
de pena provisória. 
 
4.3. Terceira fase: Análise das causas de aumento/diminuição 
 
Já na terceira fase, o juiz vai analisar as causas de aumento, ou causas de diminuição que 
também são conhecidas como majorantes e minorantes. Ai sim ele chega na pena definitiva, ou 
pena concreta. 
 
 
TEORIA DA PENA - AULA 2 
APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 
15/082018 
1. Primeira Fase: ANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
1.1 Conceito de Circunstâncias Judiciais 
- Aquelas que devem ser valoradas pelo juiz no caso concreto, observando-se as provas dos 
autos. 
1.2 Regras para a aplicação da pena na 1° fase 
- O magistrado não pode contrariar os limites mínimos e máximos da pena. 
 Embora seja a primeira fase, é uma fase residual, serve para valorar objetos que não são 
de apreciação da fase seguinte. 
 Nesta primeira fase as circunstâncias judiciais devem valer muito menos do que as 
circunstâncias legais da fase seguinte, que por sua vez, devem valer menos que as 
causas. 
1.3 Circunstâncias Judiciais em Espécie 
 
a) CULPABILIDADE : Se refere ao grau de reprovabilidade do agente criminoso / O quão 
reprovável o agente é. (em sentido lato, ou seja, a reprovação social que o crime e o autor 
do fato merecem); 
 
b) ANTECEDENTES : São todas as condenações anteriores do sujeito, transitadas em 
julgado e que não servem para fins de reincidência. Estes antecedentes não se confundem 
com reincidência, a reincidência tem prioridade sobre os antecedentes. (trata-se de tudo o 
que existiu ou aconteceu no campo penal, ao agente antes da prática do fato criminoso, ou 
seja, sua vida pregressa em matéria criminal. Há quem entenda que somente condenações 
transitadas em julgado podem ser utilizadas para valorar negativamente esta 
circunstância); são os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime, a 
“reincidência” constitui agravante genérico, aplicado na segunda fase da fixação da pena 
deixa de gerar efeitos após 5 (cinco) anos do termino do cumprimento da pena, passando 
tal condenação a ser considerada apenas para fim de conhecimento de maus 
antecedentes, a doutrina vem entendendo, também, que a existência de várias 
absolvições por falta de provas ou inúmeros inquéritos policiais arquivados constituem 
maus antecedentes. 
 
 
SML444 do STJ/ É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações em curso para agravar a 
pena base. 
 
 
c) CONDUTA SOCIAL : Representa a relação interpessoal do acusado no meio social e 
familiar, é provada por meio testemunhas e geralmente quem se preocupa com esse 
aspecto é a defesa. (é o papel do réu na comunidade, inserido no contexto da família, do 
trabalho, da escola, da vizinhança etc.); refere-se ao comportamento do agente em relação 
às suas atividades profissionais, relacionamento familiar e social etc.; na prática, as 
autoridades limitam-se a elaborar um questionário, respondido pelo próprio acusado, no 
qual este informa detalhes acerca de sua vida social, familiar e profissional, tal 
questionário, entretanto, é de pouco valia. 
 
d) PERSONALIDADE : Se refere às circunstâncias comportamentais do acusado, padrão de 
comportamento do acusado. (trata-se do conjunto de caracteres exclusivos de uma pessoa, 
parte herdada, parte adquirida. É a análise voltada para detectar se a personalidade é 
voltada para o crime); o juiz deve analisar o temperamento e o caráter do acusado, 
levando ainda em conta a sua periculosidade. 
 
e) MOTIVOS : São as razões subjetivas que levaram o acusado a cometer o crime. (sãs os 
precedentes que levam à ação criminosa). Os fatores que levaram o agente a cometê-
los, se o motivo do crime constituir qualificadora, causa de aumento ou diminuição 
de pena ou, ainda, agravante ou atenuante genérica, não poderá ser considerado 
como circunstância judicial “bis in idem”. 
 
f) CIRCUNSTÂNCIAS : Circunstâncias de tempo e local do crime. 
(são os elementos acidentais não participantes da estrutura do tipo, embora envolvendo o 
delito). Refere-se à maior ou menor gravidade do delito em razão do “modus operandi” 
no que diz respeito ao instrumento do crime, tempo de sua duração, forma de 
abordagem, objeto material, local da infração etc. 
 
g) CONSEQUÊNCIAS DO CRIME : O que aquele comportamento concreto gerou. (é o 
mal causado pelo crime, que transcende ao resultado típico). Refere-se à maior ou menor 
intensidade da lesão produzida no bem jurídico em decorrência da infração penal – exs: 
gravidade da “lesão corporal culposa”; pagamento do resgate na “extorsão mediante 
sequestro”. 
 
h) COMPORTAMENTO DA VÍTIMA : Diz respeito ao fato de investigar, se a vítima, de 
maneira reprovável contribuiu para o crime. (A vítima deve ter cometido algo ilícito ou 
imoral, tudo que for exercício regular do direito não se encaixa). (É o modo de agir 
da vítima que pode levar ao crime). Se fica demonstrado que o comportamento anterior 
da vítima de alguma forma estimulou a prática do crime ou, de alguma maneira, 
influenciou negativamente o agente, a sua pena deverá ser abrandada. 
 
O STJ DIZ QUE VAI SER NEUTRA OU VAI DIMINUIR, NUNCA AUMENTAR. 
 
1.3 Cálculo da Pena Base 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime. 
- Homicídio Simples: 06 a 20 anos 
08 circunstâncias, logo, cada circunstância vale 1/8 
1/8 x Pena Mínima (nesse caso é de 06 anos) = Pena Base 
OBS: COLOCAR OS ANOS EM MESES PARA FACILITAR A CONTA 
Pena mínima = 06 anos = 72 meses 
1/8 x 72 = 72/8 = 09 meses cada circunstância 
OBS: SE TIVER 3 CIRCUNSTANCIAS NEGATIVAS E 1 POSITIVA, SERÃO 2 
CIRCUNSTANCIAS NEGATIVAS 
72 meses + 18 meses (o valor das circunstancias negativas) = pena de 90 meses = 7 anos e 6 
meses 
Exemplo para Homicídio Simples: 
1. Culpabilidade: Negativa 
2. Antecedentes: Negativa 
3. Conduta Social: Positiva 
4. Personalidade: Neutra 
5. Circunstâncias: Negativa 
6. Consequências: Neutra 
7. Motivo: Neutra 
8. Comportamento da Vítima: Neutra 
 
Se todas as circunstâncias forem neutras ou positivas para o acusado, deve-se manter o 
mínimo legal. Só se deve sair do mínimo legal quando houverem circunstâncias negativas. 
 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 
10.446, de 2002) 
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
 
 
 
 
Neste caso a variação tem menor valor; 
1/8 x (pena máxima – pena mínima) = 
1/8 x 07 anos = 
TOTAL: 
03 CIRCUNSTÂNCIAS 
NEGATIVAS 
01 CIRCUNSTÂNCIA 
POSITIVA 
04 CIRCUNSTÂNCIAS 
NEUTRAS 
= 02 CIRCUNSTÂNCIAS 
NEGATIVAS 
PRECISAMOS VER O QUE VALE MENOS; A 
PENA MÍNIMA OU A VARIAÇÃO ENTRE A 
PENA MÍNIMA E A PENA MÁXIMA. 
1/8 x (07x12 meses) = 
1/8 x 84 meses = 
84/8 meses = 
10,5 meses x 30 dias = 
315 dias = 
10,5 meses = 
10 meses e 15 dias 
PENA TOTAL: 
8 anos +2x(10 meses e 15 dias)= 
84 meses + 20 meses e 30 dias= 
84 meses + 20 meses + 01 mês= 
105 meses = 8,75 = 8 anos e 0,75 ano = 8 anos e 9 meses 
 
TEORIA DA PENA - AULA 3 
APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 
22/08/2018 
1. Segunda Fase: As circunstâncias Legais Agravantes/Atenuantes 
O que são circunstâncias Legais? 
São aquelas que estão previstas na lei (ART 61 a 66) e já foram objeto de prévia valoração pelo 
legislador. Diferente das circunstâncias Judiciais que já estudamos, nas circunstâncias legais o 
magistrado não tem “margem” de discricionariedade, o magistrado vai se limitar a verificar se 
aquela hipótese fática foi provada nos autos, e uma vez existindo provas, ele irá aplicar a 
agravante ou a atenuante, ele não pode escolher aplicar ou não. 
 
1.1 Conceito de agravantes/atenuantes: 
 
 Agravantes e atenuantes genéricos, o primeiro sempre agravam a pena, não podendo o juiz 
deixar de leva-las em consideração. A enumeração é taxativa, de modo que, se não estiver 
expressamente previsto, poderá ser considerada conforme o caso como circunstância judicial. 
 
OBS: Para os crimes culposos, entende a doutrina que a única agravante que se aplica é 
a reincidência. 
 
 OBS: As agravantes são taxativas, ou seja, apenas as hipóteses previstas em lei podem 
ser agravantes, não é possível criar agravantes pela interpretação, além dessas hipóteses 
previstas em lei, a menos que surja uma nova. Por força do principio da legalidade: tudo 
que agrava/aumenta a pena tem que estar previsto na lei. 
 
 OBS: As atenuantes não são taxativas, ou seja, o juiz pode reconhecer alguma hipótese 
que diminua a reprovação que não esteja prevista em lei ( atenuantes genéricas: hipótese 
fática que não tem previsão legal, mas que o juiz acha que pode diminuir a 
reprovabilidade). 
 
O NUMERO 5 APÓS A 
VIRGULA SIGNIFICA 
METADE DE UM MÊS . POR 
CONVENÇÃO, O MÊS TEM 
30 DIAS, LOGO, METADE DE 
UM MÊS EQUIVALE A 15 
DIAS. 
Se aplicam em regra, a 
todo e qualquer crime. 
Exceto quando constituem 
ou qualificam o delito. 
 
1.2 Regras para a aplicação da pena na segunda fase: 
- O juiz não pode ultrapassar os limites mínimos e máximos da pena abstrata. 
Súmula 231 – A incidência da circunstancia atenuante não pode conduzir a reduç ão 
da pena abaixo do mínimo legal. 
- Não é possível que uma circunstância legal tenha valor maior do que uma causa de 
aumento e diminuição. 
Hierarquia: Circunstâncias judiciais < Circunstâncias legais < Causas. 
 
1.3 As circunstâncias agravantes em espécie: 
 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
 REINCIDÊNCIA: A reincidência ocorre quando o sujeito comete um crime após o trânsito 
em julgado da decisão que o condenou por crime anterior. 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar 
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime 
anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
A reincidência ocorre quando o sujeito comete um crime após o transito em julgado da decisão 
que o culminou por um crime anterior. Assim osujeito já foi declarado pela justiça como culpado 
(já cometeu um crime) e depois disso cometeu outro crime (se comete um crime logo em seguida 
do outro não pode afirmar que houve reincidência, pois é necessário ter sido transitado em 
julgado) Por força da Presunção de Inocência (Art. 5°, LVII - ninguém será considerado culpado 
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;) 
Para prova: 
a) Se houve uma decisão com transito em julgado = se não tiver, ainda não há 
reincidência. 
 
b) Ver a data do transito em julgado da decisão. 
 
c) Ver a data do outro crime, se a data do transito em julgado for anterior ao novo 
crime. 
 
d) Transito em julgado no dia 20 e segundo crime no dia 21 = Reincidência / A 
reincidência tem um limite : A pena nem as consequências podem ser 
perpétuas 
 
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer 
revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
 Entre a data do cumprimento da pena ou da extinção, caso a pena tenha sido extinta, 
e a data do novo crime, não podem ter passado 5 anos. 
Se a pessoa for condenada por 30 anos, terá 35 anos de reincidência (cinco anos de acordo com 
a lei para a reincidência).Marco inicial após a decisão com transito em julgado e marco final após 
os 5 (cinco) anos. 
 
 OBS: não servem como reincidência os atos infracionais, aqueles de punição para 
menores de idade. Também não servem como reincidência os crimes políticos 
puros, aqueles exclusivamente por motivação política, isso não vai se aplicar a 
crimes políticos impuros, como exemplo do terrorismo. Também se excluem os 
crimes militares próprios, aqueles em que as condutas são exclusivamente dos 
militares. Se o sujeito cometer uma contravenção penal, isso não serve para 
reincidência. 
 
CONSIDERA REINCIDÊNCIA: 
 
Meliante contumaz: duas transitadas em julgado ( uma encaixa como reincidência e a outra não) 
pode aplicar as duas; a pessoa tem maus antecedentes e reincidência. 
 
Nos crimes políticos impuros (Exemplo: terrorismo), se você vem para o Brasil após ter sido 
transitado em julgado, entra no conceito de reincidência. 
 
Militares impróprios (ou impuro, é um comportamento que já é crime na esfera civil, e só passa a 
ser um crime específico entre os militares, exemplo: se ele matar alguém em serviço será 
considerado depois como reincidência). 
 
Existe reincidência tanto se o sujeito comete o crime no Brasil, quanto se o crime anterior foi 
cometido no exterior; precisa observar a legalidade, é necessário que o comportamento seja 
crime em ambos 
os lugares. 
 
NÃO CONSIDERA REINCIDÊNCIA 
 
Não servem como reincidência os atos infracionais (aqueles de punição dos menores de idade), 
se o sujeito menor de 18 comete fato equiparado a crime. 
 
Não servem como reincidência, os crimes políticos puros (aqueles exclusivamente por motivação 
política. Exemplo: Opositor política da Venezuela crítica o governo Maduro,é condenado, antes 
de ser preso foge e ultrapassa a fronteira no brasil, chegando aqui por necessidade, você comete 
um furto, quando o Juiz vai julgar ele aqui, não pode ser reincidência já que ele fez um puro crime 
político no país dele. 
 
Os crimes militares são os próprios de militares. Militares próprios (que não entram no conceito 
de reincidência são aquelas condutas que só são criminosas no âmbito militar, por exemplo: 
deserção, não se apresentar no seu posto de trabalho por um período maior que sete dias, feito 
isso, será cometido um crime, pois é configurado como uma desobediência da hierarquia militar). 
Se o sujeito cometer uma contravenção penal, ela transitar em julgado e depois ele cometer um 
crime, não serve para reincidência. 
 
A CONSTITUCIONALIDADE DA REINCIDÊNCIA: Uma parte da doutrina entende que a 
reincidência não deveria servir para agravar a pena porque se o Estado assumiu o compromisso 
de ressocializar o sujeito, o ônus dele não pode recair sobre ele. Assim, uma parte majoritária da 
doutrina entende que a reincidência não deveria ser ͞nada͟, com base na argumentação do bis in 
idem, reprovar de novo alguém por uma pena que já cumpriu. 
A Defensoria Pública da União, em um dos recursos contra um condenado a quem foi aplicada a 
pena agravada pela reincidência, recorreu até chegar ao Supremo, dizendo que esse aumento 
foi inconstitucional. Junto com esse recurso, foram anexados outros recursos, sendo assim, 
começou a ter uma repercussão sobre a reincidência. No Brasil, em 2014, foi julgada a decisão 
com base no princípio da individualização das penas, declarou a constitucionalidade da 
aplicação da reincidência. 
 CRIME COMETIDO POR MOTIVO FÚTIL OU TORPE: Motivos são as razões subjetivas 
que levaram o agente a cometer o crime, quando se fala em motivo fútil, trata-se de um 
motivo desproporcional ao que aconteceu. O motivo torpe é aquele considerado 
moralmente repugnante, também chamado de motivo abjeto. 
Motivo Torpe: É aquele que mais vivamente ofende a moral média ou o sentimento ético-
social comum. Em alguns crimes, é inerente ao tipo e, portanto, não será considerado 
como agravante. 
 Motivo Fútil: É aquele que é insignificante, absolutamente desproporcionado, que 
exprime total indiferença do sujeito para com o bem jurídico tutelado. A futilidade do motivo 
pode integrar o tipo, situação que afasta a agravante. Segundo a jurisprudência. Para 
Paulo Queiroz, ciúme não é motivo fútil. Não pode ser considerada fútil a simples falta ou 
injustiça do motivo o motivo fútil é, como regra, incompatível com a embriaguez, exceto a 
preordenada 
OBS: nem sempre a vingança ou o ciúme são considerados motivos fúteis ou torpes. 
 
 CRIME COMETIDO PARA FACILITAR OU ASSEGURAR A EXECUÇÃO: Ele comete um 
crime para futuramente cometer outro crime. 
EXEMPLO: roubar um carro para depois realizar um sequestro. 
Execução, o sujeito comete um crime para futuramente cometer outro, o objetivo dele é 
garantir um crime futuro (Exemplo: roubar um carro para assaltar um banco). Vai ter uma 
agravante mesmo que esse crime futuro não ocorra, no exemplo de conterem o ladrão após 
o roubo do carro e durante o roubo ao banco. 
 CRIME COMETIDO FACILITAR OU ASSEGURAR A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU 
VANTAGEM DE CRIME PRETÉRITO: É o crime cometido para esconder vestígios de um 
crime passado. 
EXEMPLO: ocultação de cadáver. 
 A Ocultação/impunidade/vantagem: 
 
- Ocultação: Serve para assegurar ou facilitar um crime pretérito (Exemplo: sujeito mata 
alguém, há uma testemunha ocular, o sujeito mata a testemunha, assim, assegura a 
ocultação do primeiro homicídio). 
 
- Impunidade: o crime já está sendo sujeito de investigação e o sujeito comete um novo 
crime para que não seja punido. 
 
- Vantagem: mata o comparsa porque não quer dividir o valor 
 
 TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO RECURSO 
QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO: Quando o 
agente quebra deliberadamente o dever de lealdade e ataca a vítima pelas costas 
(traição); monta previamente uma cilada ou tocaia (emboscada); ou, sorrateiramente, dela 
se aproxima, com ares de amigo, para colocar-se em vantagem (dissimulação). Crime que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: amarrar a vitima, assaltar no meio da 
noite quando estiver dormindo etc. 
O aumento da pena se justifica porque o agente, que tinha tempo para refletir e desistir do 
intento, optou por prosseguir. 
 
 COM EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, TORTURA OU OUTRO MEIO 
INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE PODIA RESULTAR PERIGO COMUM: 
Veneno: Os venenos gerais, em regra, se dão de formainsidiosa, mas existem venenos ͞para um 
tipo específico de pessoa͟, no exemplo da pessoa ter alergia a algo e essa substancia ser utilizada. 
Fogo ou explosivo: agravam a pena porque pode resultar um perigo comum. Exemplo: drogas 
químicas, mandavam um pó para a casa branca, para matar os políticos. Na síria houve também 
um ataque químico via drone. 
Tortura: meio sofrido. 
 
 CONTRA ASCENDENTES, DESCENDENTES, IRMÃO OU CÔNJUGE: A incidência ou 
não da agravante deve ser avaliada concretamente, porque do contrário se estará 
conferindo caráter absoluto a uma presunção legal, além de confundir direito com moral 
(muitas vezes parentes não mantêm relações amigáveis). Também não pode incidir 
quando o crime for praticado em represália a abusos sexuais ou semelhantes ou quando 
praticado contra cônjuge do qual o outro já se encontrava separado, ainda que tão 
somente de fato, porque não existiam relações cuja agressão autorizava maior rigor da lei. 
Vale lembrar que tio não é ascendente. Ascendente ou descendente só valem 
para ͞subir e descer͟ a sua genealogia. O irmão é colateral imediato, pouco importa 
se o parentesco é biológico ou civil. 
 
 COM ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALECENDO-SE DE RELAÇÕES 
DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE, OU COM VIOLÊNCIA 
CONTRA A MULHER NA FORMA DA LEI ESPECÍFICA: 
Abuso de autoridade: ocorre com direito público, por exemplo, um policial que comete um 
estupro contra um preso. 
Prevalecendo relações domésticas: companheiro, empregada doméstica, caseiro, motorista, 
enteado, padrasto, madrasta, quem tem uma relação doméstica. 
OBS: os empregados não têm que dormir no ambiente, apenas ter uma relação doméstica. 
Coabitação: pessoas que moram na mesma residência, por exemplo a república universitária, 
pensionato, asilo, orfanato, etc. 
Hospitalidade: relação transitória, exemplo receber um primo que fica dois dias na casa, 
intercambista e etc 
Violência contra mulher na forma da lei específica: um crime praticado na forma da Lei Maria 
da Penha. 
 
 COM ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A CARGO, OFÍCIO, 
MINISTÉRIO OU PROFISSÃO: A reprovabilidade da conduta é maior em virtude da 
confiança inerente ao cargo, ofício, ministério ou profissão. 
Abuso de poder: o sujeito tem um poder hierárquico sobre a vítima. Exemplo: chefe em relação 
aos subordinados, professor em relação aos alunos. 
 
Violação de dever inerente a cargo: vínculos com administração pública. 
 
Ofício: atividade profissional do sujeito. 
 
Ministério: relações religiosas, pedofilia na Igreja, exemplo: Lucas Terra que era abusado pelos 
pastores da Igreja Universal) 
 
Profissão: (o advogado que se apropria do dinheiro do cliente, o médico que se aproveita da 
paciente para violenta-la sexualmente). 
 
 OBS: Induzir o paciente a realizar procedimentos desnecessários não configura abuso de 
poder, mas sim um abuso de profissão. 
 CONTRA CRIANÇA, MAIOR DE 60 ANOS, ENFERMO OU MULHER GRÁVIDA: Parte-
se da inferioridade e menor capacidade de resistência destes sujeitos. Tratando-se de 
presunção, admite prova em contrário. Não incidirá quando o agente desconhecer esta 
condição da vítima e/ou quando não houver relação alguma entre o crime e essa especial 
condição da vítima (ex.: furto de carro de idoso). 
Contra criança: toda pessoa coma até 12 anos incompletos 
Contra alguém maior de 60: idoso 
Contra um enfermo: pessoa que está com uma doença que de fato comprometa e que deixe a 
vítima vulnerável ou mulher grávida. Existe uma divergência na doutrina se o agente precisa 
saber ou não que a pessoa se encaixa nisso (se você assalta alguém na rua e a pessoa tem mais 
de 60 anos mas você não sabe) parte da doutrina diz que é por questões objetivas, você constata 
que a pessoa tem alguma dessas características, pouco importa se a pessoa sabia ou não outra 
parte da doutrina entende que para não configurar responsabilidade objetiva, o agente teria que 
saber, quando o agente já soubesse de uma dessas condições ou que fosse algo notável. 
 
 QUANDO O OFENDIDO ESTAVA SOB A IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE: 
Pois o autor colhe a vítima de surpresa, demonstrando, inclusive, maior ousadia e 
periculosidade (ex.: presos, testemunha sob proteção). Casos de linchamento, alguém 
invade a delegacia para matar o preso. Se o preso está sob proteção do Estado e ocorre 
algo contra ele, o Estado tem obrigação de indenizar. 
 
 EM OCASIÃO DE INCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU QUALQUER 
CALAMIDADE PÚBLICA, OU DE DESGRAÇA PARTICULAR DO OFENDIDO: A vítima 
se encontra em situação de maior vulnerabilidade e o autor revela especial insensibilidade. 
Incêndio: alguém rouba um projetor enquanto a faculdade está pegando fogo 
Naufrágio: o barco está afundando e as pessoas estão furtando durante a confusão 
Inundação: você ajuda alguém com a inundação da casa dela, mas aproveita e leva um objeto. 
De desgraça particular do ofendido (quando o avião da chapecoense caiu, as pessoas 
estavam assaltando os corpos e levando relógios; caminhão tombou na estrada e as pessoas 
roubam a carga). 
 
 EM ESTADO DE EMBRIAGREZ PREORDENADA: 
O sujeito usa a substancia para tomar coragem de cometer o crime. Antes de usar a 
substancia, a pessoa já tem a intenção de cometer o crime. Exemplo: três meninas foram 
estupradas na UFBA, o sujeito disse que ele usava cocaína para tomar coragem de 
cometer o crime, porque normalmente ele não teria essa coragem. 
“Actio libera in causa” 
 
Agravantes no caso de concurso de pessoas 
 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
(exerce função de liderança - é o autor intelectual) deve ficar claramente caracterizada a situação 
de liderança. Para o STJ, é compatível com a autoria intelectual do delito (mandante), desde que 
provado que ele promoveu, organizou o crime ou dirigiu a atividade dos demais agentes. 
 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Se constituir crime autônomo (ex.: constrangimento ilegal), não será aplicada. O mesmo ocorrerá 
quando, embora exercida a coação, esta não tiver nenhuma influência sobre a decisão do 
coagido de tomar parte do crime. 
 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em 
virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
"autoridade" é termo que deve ser interpretado em sentido amplo. 
 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Discute-se na doutrina se a vantagem deve ser econômica (Paulo Queiroz discorda). Ele diz que 
não é aplicável ao mandante, mas apenas ao mandatário (ausência de razões pessoais por parte 
do executor + motivo torpe). Mandatos gratuitos não ensejam a incidência da agravante. 
 
 
1.3 As circunstâncias atenuantes em espécie 
 
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na 
data da sentença; 
 
II - o desconhecimento da lei; 
 
É diferente de erro de proibição (se for um erro vencível, é hipótese de atenuação da 
culpabilidade, se for invencível, é hipótese de exclusão da ilicitude). Embora o desconhecimento 
da lei não exclua a responsabilidade, atenua a responsabilidade do agente, porque é muito mais 
reprovável quem comete o crime sabendo a lei do que aquele sujeito que comete o crime sem 
conhece-la. 
 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
 
O motivo de relevante valor social, também chamados de motivos nobres, tornam o agente 
menos reprovável. Entende-se que o motivo é nobre e de interesse coletivo. 
 
b) procurado, por sua espontânea vontadee com eficiência, logo após o crime, evitar-
lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
 
- Aquele que procura evitar o crime não evitou, mas tentou, seria a hipótese de um 
arrependimento ineficaz. 
- O que tenta minorar as consequências do crime, quando o crime já ocorreu, mas de 
alguma forma a pessoa tenta ajudar (sujeito que comete uma lesão corporal de trânsito e 
leva a vítima no hospital) 
- Também é considerado se antes do julgamento, o sujeito restitui a vítima. 
 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima; 
Coação resistível: Quando você podia resistir, verifica que o sujeito estava sob coação, 
mas em circunstancias concretas, era possível resistir a essa coação. 
 
Cumprimento de ordem de autoridade superior: O sujeito cumpre a ordem da 
autoridade sabendo que é errado. 
 
Sob influência de uma violenta emoção, após um ato injusto da vítima: o sujeito age por 
impulso, porque o sujeito injustamente realiza um ato sob a vítima. 
 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
Tem que ser uma confissão espontânea, deve partir do agente criminoso, que manifesta 
a intenção de confessar. Deve ser uma confissão perante autoridade. 
 
- Existe uma divergência de atenuante, sobre a necessidade dessa confissão ser 
completa ou, caso o sujeito faça uma confissão qualificada (o sujeito confessa a 
realização do ato, porém, alega em sua defesa alguma causa que exclua o crime). 
Para a doutrina, a confissão qualificada não deveria atenuar a pena, mas o STJ 
entende que deveria. 
 
- A doutrina e a jurisprudência dizem que se o Juiz usou a confissão da fase policial, 
junto com os elementos de prova do processo para condenar, entende-se que a 
atenuante se aplica, pois foi um dos fundamentos da condenação. 
 
- Porque a confissão atenua a pena? Não existe hierarquia entre as provas, chama-
se de livre convencimento motivado, o magistrado pode se convencer da inocência 
ou da culpa do sujeito com base em qualquer prova produzida nos autos, desde que 
ele justifique porque está dando preferencia a aquela prova. Mesmo assim, entende-
se que a confissão é a prova que tranquiliza a decisão do julgador. 
 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
A exemplo das brigas em estádios de futebol. Essa atenuante não se aplica ao sujeito que 
“marcou” a briga. 
 
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior 
ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
É a hipótese legal de atenuante genérica, o Juiz pode considerar qualquer circunstância 
que ele entenda que diminui a reprovação do agente. Exemplo: sujeito que é pedófilo, mas 
foi abusado na infância e o laudo entende que isso deixou marcas na personalidade dele. 
 
 
 
1.4 Cálculo da pena provisória: 
 
Apenas uma circunstância (uma agravante ou uma atenuante) 
Nessas hipóteses, se convencionou que as agravantes e as atenuantes valem 1/6 da pena base. 
1/6 porque quando estudamos as causas, vemos que a menor causa tem 1/6, sendo assim, as 
circunstancias tem que ser menor que as causas. 
Apenas uma atenuante: 
Exemplo: Sujeito menor de 21 anos na data do fato 
Pena abstrata: 06 a 12 anos 
Pena base = 6 anos (Não pode atenuar porque já está no mínimo) 
Se a pena base for = 12 anos: 
Pena provisória = pena base – 1/6 da pena base 
Pena provisória = 12 – 1/6.12 = 10 
Duas ou mais circunstancias da mesma natureza (duas ou mais agravantes ou duas ou 
mais atenuantes) 
Atenuantes: 
Pena abstrata = 06 a 12 anos 
Pena base = 12 anos 
Atenuantes: menor de 21 anos e confessou 
Pena provisória = pena base - 2 atenuantes 
Pena provisória = 12 anos - 2.(1/6 . 12) = 8 anos 
Concurso de agravantes e atenuantes 
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado 
pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos 
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstancias preponderantes: 
1. Motivos: 
art. 61: Agravantes (fútil ou torpe /mercenário – art. 61, II, a / Art. 62, IV) e Atenuantes 
(social/moral – art. 65, III, a) 
2. Personalidade: 
Pacífica (art. 65, I), idade do agente, menor de 21 na data do fato ou maior de 70 anos na data 
da sentença. 
Confissão: para o STJ, a confissão é um atributo da personalidade, porque demonstraria que o 
sujeito se arrependeu da prática criminosa. 
OBS: O STF diz que confissão nem sempre é preponderante, às vezes a pessoa confessa 
só para atenuar. Se você entende que a confissão é uma coisa positiva da personalidade, 
a contrário senso, permite que quem não confessa não é uma boa pessoa, sendo assim, 
permitiria que na primeira fase a não confissão fosse considerada como algo ruim. 
3. Reincidência: 
Art. 61, I 
1° Exemplo: 
Pena abstrata: 06 a 14 anos 
Pena base: 12 anos 
1 Agravante: reincidência preponderante 
1 Atenuante: reparação do dano não preponderante 
Circunstancia preponderante: ½ da circunstância ͚normal͛ 
Pena provisória = pena base + circunstância preponderante 
Pena provisória = 12 + (1/12 . 12) = 
OBS: A reincidência é uma circunstância preponderante, mas a reparação do dano não é 
preponderante. Não pode anular nem desconsiderar nenhuma. Sendo assim, a doutrina e 
a jurisprudência dizem que nessa situação, só aplica a circunstância preponderante, 
porém, essa circunstância vai valer metade da circunstancia normal (1/2 circunstância 
normal͛). 
Circunstancia preponderante vai valer metade de 1/6 
1/2 . 1/6 = 1/12 
Pena provisória = 12 + 1 = 13 anos 
 
2° Exemplo: 
Pena abstrata = 06 a 14 anos 
Pena base = 12 anos 
Circunstancia preponderante = ½ da “normal” 
1 agravante: idade da vítima (14 anos) preponderante 
1 atenuante: idade do criminoso (19 anos) não preponderante 
Pena provisória = 12 – (1/12 . 12) = 11 anos 
 
3° Exemplo: 
Pena abstrata: 06 a 14 anos 
Pena base: 12 anos 
1 agravante: reincidência preponderante 
1 atenuante: idade do criminoso (19 anos) preponderante 
Pena provisória = 12 + (1/12.12) – (1/12 . 12) = 12 anos 
 
 
4° Exemplo: Visão do STF 
Pena abstrata = 06 a 14 anos 
Pena base = 12 anos 
1 agravante: idade da vítima não preponderante 
1 atenuante: confissão não preponderante 
Pena provisória = 12 anos 
 
5° Exemplo: Visão do STJ 
Pena abstrata = 06 a 14 anos 
Pena base = 12 anos 
1 agravante: idade da vítima não preponderante 
1 atenuante: confissão preponderante 
Pena provisória = 12 – (1/12 .12) = 11 anos 
 
6° Exemplo: Visão do STF 
Pena abstrata: 06 a 14 anos 
Pena base: 12 anos 
1 agravante: reincidência preponderante 
2 atenuantes: confissão não preponderante e desconhecimento da lei não preponderante 
Pena provisória: 12 + (1/12 . 12) = 13 anos 
 
7° Exemplo: Visão do STJ 
Pena abstrata: 06 a 14 anos 
Pena base: 12 anos 
1 agravante: reincidência preponderante 
2 atenuantes: confissão preponderante e desconhecimento da lei normal, mas não seria 
preponderante 
Pena provisória = 12 anos 
 
TEORIA DA PENA - AULA 4 
APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 
29/082018 
 
1. TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA DA PENA 
2.1 Conceito de Majorantes e Minorantes: 
 
São hipóteses em que o legislador determinou uma quantidade específica de aumento ou de 
diminuição da pena. 
 
Agravante/Atenuante Majorantes/Minorantes 
São usadas na segunda fase São analisadas na terceira fase 
Não são tarifadas pelo código São tarifadas 
Se encontram nos artigos 61 a 66 
do CP. 
Encontram-se espalhadas pelo código, tanto na parte geral 
como na parte especial. 
 
2.2 Minorantes na parte geral: 
Arts.70 (concurso formal) e 71 (crime continuado). 
 
2.3 Majorantes na parte geral: 
Art. 14 § único, Art. 16, Art. 21, Art. 24 § 2°, Art. 26 § único, Art. 28 § 2°, Art. 29 §1°. 
 
 
TEORIA DA PENA - AULA 5 
APLICAÇÃO DA PENA DE PRISÃO 
5/09/2018 
 
 
2.4 O cálculo da pena concreta: 
 
OBS: Vamos partir da pena provisória. 
 
em um homicídio: 
pena provisória: 12 anos 
minorante: tentativa (art. 14, II, paragrafo único) 
pena concreta: 12 – ( 1/3 de 12 anos) 
 12 anos – 4 anos = 8 anos 
 
 
homicídio: 
pena provisória: 12 anos 
2 majorantes: 
tentativa: (art.14, II, paragrafo 1) – 2/3 
participação de menor importância (art. 29, paragrafo 1) – 1/3 
 
operação em cascata: 
- diminuir pela tentativa 
12 anos – (2/3 de 12 anos) = 4 anos 
- diminuir pela participação 
4 anos – (1/3 de 4 anos) 
48 meses – (1/3 de 48 meses) 
48 meses – 16 meses = 32 meses 
 
pena concreta: 2 anos e 8 meses 
12 anos – (1/3 de 12 anos) = 8 anos 
8 anos – (2/3 de 8 anos) 
96 anos – (2/3 de 96 meses) 
96 meses – 64 meses = 32 meses 
furto: 
pena provisória: 3 anos 
1 majorante: cooperação dolosamente distinta (até a metade) 
1 minorante – tentativa (1/3 a 2/3) 
majorante: 3 anos + (1/2 de 3 anos) = 4 anos e seis meses 
 
minorante: 
4 anos e 6 meses – (1/3 de 4 anos e 6 meses) 
54 meses – (1/3 de 54 meses) 
54 meses – 18 meses = 36 meses 
pena concreta: 3 anos 
 
roubo de explosivo com explosivo: 
art. 157, § 2, VI e § 2 A, II 
majorante de roubo de explosivo: § 2, VI 
majorante de utilização de explosivo: § 2 A, II 
Pena: provisória: de 9 anos 
9 anos + (2/3 de 12 anos) 
9 anos + 6 anos = 15 anos 
 
se a gente tiver duas ou mais majorantes na especial ou duas ou mais minorantes na parte de 
especial vai aplicar só uma majorante a que só aumenta 
 
na terceira fase o calculo pode ser em cascata e nessa fase pode passar do limite mínimo e 
máximo 
 
 
1. Detração penal: É o desconto do tempo de prisão cumprida pelo sujeito antes da 
sentença condenatória. 
 
2. Fixação do regime prisional: Vai depender de critérios objetivos (quantidade de pena) 
e subjetivos (reprovabilidade) 
 
TEORIA DA PENA - AULA 6 
CONCURSO DE CRIMES 
12/09/2018 
 
1. Considerações iniciais: 
É aquela situação em que o sujeito comete mais de um crime, é uma pluralidade de ofensas aos 
bens jurídicos, ela pode ser tanto uma reiteração de ofensas ao mesmo bem jurídico, ou a 
diferentes bens jurídicos. 
Ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais 
crimes idênticos ou não. 
 
Exemplo: Fulano, armado com um revolver, atira em Cicrano e depois atira em Beltrano, 
ambos morrem. Neste exemplo, há duas condutas e dois resultados idênticos. 
 Não existe concurso de crimes no conflito aparente de normas: Quando um só crime se 
encaixa em mais de uma norma penal. 
 
 Não temos concurso de crimes nos chamados crimes habituais: Aqueles em que uma só 
ação não configura o crime, é necessária uma pluralidade atos para que haja crime. 
 
 Não temos concurso de crimes naqueles tipos penais chamados mistos alternativos (com 
dois ou mais verbos) 
2. Concurso Material de Crime: 
2.1 CONCEITO: 
 
Quando o sujeito comete duas ou mais ações e alcança dois ou mais resultados criminosos, ou 
seja, uma pluralidade de ações alcançam uma pluralidade de resultados. 
 
Art. 69 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em 
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, 
executa-se primeiro aquela. 
§1º – Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de 
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição 
de que trata o art. 44 deste Código. 
§2º – Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
Hipótese mais fácil por ser mais lógica, Art. 69. Porque se o sujeito quer cometer dois ou mais 
crimes ele vai realizar mais de uma ação ou omissões e isso permite que ele realize dois ou mais 
resultados criminosos. Ex: sujeito comete tráfico de drogas, mata 7 vítimas uma atrás da outra. 
Precisa ser o mesmo crime? Não porque pode ser de duas espécies. 
Quando o agente no mesmo contexto criminoso (cenário fático criminoso), pratica dois ou mais 
crimes idênticos ou não, havendo uma progressão criminosa. Quando há concurso material de 
crimes, as penas são aplicadas cumulativamente. 
 
2.2 ESPÉCIES: 
 
 Homogêneo: O sujeito comete dois ou mais crimes iguais. 
 
 Heterogêneo: Os crimes cometidos são diferentes. 
 
2.3 REGRA PARA A APLICAÇÃO DA PENA: 
 
1. Concurso Formal de Crime: 
Art. 70 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente 
uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-
se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Parágrafo único – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste 
Código. 
3.1: CONCEITO: 
 
O sujeito com apenas uma ação ele comete varios crimes. Tenho uma diferença pois o sujeito 
com uma só ação ou omissão pratica dois ou mais crimes. Hipóteses: Entra no coletivo e assalta 
todos, uma só ação e vários furtos. 
Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes 
idênticos ou não. Exemplo: Fulano atropela três pessoas e elas morrem. Neste exemplo, nós 
temos três resultados idênticos diante de uma única conduta. 
Portanto, os requisitos para que se configure o concurso formal são: Única conduta e dois ou 
mais resultados que sejam fatos típicos e antijurídicos. 
Quando o agente, ao praticar uma só conduta, comete dois ou mais crimes, aplicando-se nesse 
caso, a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas. 
 
 
3.2: ESPÉCIES: 
 
3.2.1 QUANTO A NATUREZA DAS INFRAÇÕES: 
 Homogêneo 
 
 Heterogêneo 
 
3.2.2 QUANTO A INTENÇÃO DO AGENTE: 
 
 Próprio: Quando o agente não tinha a intenção de realizar dois ou mais crimes. O sujeito 
não tinha intenções autônomas em relação a pluralidade, não queria produzir dois ou mais 
crimes, quando todos resultados são culposos, ou quando um resultado é doloso e o outro 
doloso pode ser hipótese de erro na execução, ou resultado diverso do pretendido 
 
 Impróprio: Quando o agente deseja alcançar dois ou mais resultados. Na hipótese em 
que o agente queria produzir dois ou mais resultados criminosos chamamos de desígnios 
autônomos 
 
 
 
 
 
3.3 REGRA PARA A APLICÇÃO DA PENA: 
 
(concurso formal próprio) 
REGRA DA EXASPERAÇÃO: O juiz aplica uma só pena e exaspera (aumenta) 
 
1/6 2 crimes 
z1/5 3 crimes 
1/4 4 crimes 
1/3 5 crimes 
½ 6 ou mais crimes 
 
4.Crime continuado: 
Surgiu como uma reação às penas exageradas; 
Na Itália, entre os séculos XV e XVI, se o ladrão praticasse 03 furtos seria considerado um “ladrão 
famoso”. 
Isso o equiparava aos ladrões violentos, ensejando a condenação à morte. 
Baseados num sentimento de humanidade, juristas da época propuseram que 03 ou mais furtos 
fossem considerados como CRIME ÚNICO, desde que praticados nas mesmas condições. 
 
4.1 CONCEITO: 
 
É uma hipótese de concurso material de crimes que apresentam semelhanças entre si, e que por 
ficção jurídica é tratada como crime único. 
Ele é uma ficção jurídica, ou seja, foi criado pelo direito, onde temos uma pluralidade de ações e 
resultados criminosos que são tratados pelo direito como se fossem um único crime. 
Porque esses fatos guardam em si tamanha semelhança que parecem ser continuação um do 
outro. 
 
 quando o agente, ao praticar mais de uma açãoou omissão, comete dois ou mais crimes da 
mesma espécie, e por suas condições (de tempo, lugar, maneira de execução) devem os 
subsequentes serem tidos como continuação do primeiro. Nesse caso, aplica-se a pena de um 
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um 
sexto a dois terços. 
 
4.2 REQUISITOS: 
 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e 
outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, 
aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art71
 Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência 
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, 
a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o 
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
 Pluralidade de ações criminosas: 
O sujeito pratique mais de uma ação ou omissão 
 Pluralidade de resultados criminosos: 
Exista dois ou mais crimes 
 Crimes de mesma espécie: 
Crimes sejam de mesma espécie (doutrina majoritária: são aqueles previstos no mesmo 
tipo penal, roubo com roubo. Doutrina minoritária: são aqueles que ofendem o mesmo bem 
jurídico, para essa corrente os crimes de mesma espécie podem ser homicídio e aborto, 
roubo e extorsão, só existe uma exceção que adote essa doutrina são os crimes 
previdenciários eles estão em tipos penais diferentes art.168-A; art.337-A; apropriação 
indébita previdenciária e sonegação) 
 Mesmas condições de tempo: 
Além de serem crimes de mesma espécie tem que ser praticados na mesma condição de 
tempo, entre uma conduta e outra não posso ter mais de 30 dias 
 Mesmas condições de lugar: 
Mesmas condições de lugar, quando os crimes ocorrem numa mesma comarca ou 
comarca contiguas, limítrofes que fazem fronteiras. 
 Mesma maneira de execução: 
 Dolo de continuidade: 
 
 
4.4 A pena 
 
1/6 2 crimes 
1/5 3 crimes 
1/4 4 crimes 
1/3 5 crimes 
1/2 6 crimes 
2/3 7 ou mais crimes 
 
 
Questões Específicas e Considerações: 
Em caso de penas de multa cominadas nos preceitos secundários de cada crime, estas serão 
aplicadas cumulativamente, mesmo no concurso formal próprio e no crime continuado. O mesmo 
não acontecerá no caso da multa substitutiva, que é uma espécie de pena alternativa. 
As penas atribuídas aos crimes em concurso devem ser unificadas para não ultrapassar o limite 
máximo de trinta anos de cumprimento, só que, por questões de outros benefícios, o STF já 
editou até mesmo Súmula 775, que diz que a pena unificada não é considerada para a 
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou progressão de regime. 
Reunindo todas as modalidades de concursos de crimes e os sistemas de cálculo e aplicação 
das penas, percebemos que as circunstâncias que justificam uma maior ou menor punibilidade 
são determinadas em razão de política criminal. Por isso, muitas vezes a lei cria ficções, como 
na continuidade delitiva, para facilitar a reinserção do criminoso no contexto social após o 
cumprimento da pena, ou até mesmo durante sua execução. 
 
TEORIA DA PENA - AULA 7 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
19/09/2018 
 
Depois que o juiz passa por todo o processo trifásico, vê se tem detração e fixa o regime, não 
necessariamente o trabalho dele acabou, ele tem que investigar ainda se é possível na situação 
concreta a aplicação de uma pena restritiva de direitos. 
O magistrado vai identificar se ele pode substituir a pena de prisão por uma pena restritiva de 
direitos. 
1. Conceito: São aquelas que se caracterizam por restringir outros direitos do acusado, 
distintos da liberdade ambulatorial. O acusado vai ter uma sanção que vai atingir outro 
direito que não a liberdade ambulatorial (vai atingir a liberdade econômica, o tempo, vai 
restringir algum exercício de direito, mas não vai afetar em tese a liberdade). As penas 
restritivas de direito surgem com o Programa de Marburgo, desenvolvido por Von Liszt. 
Ele defendia que a pena deveria ser individualizada para cada criminoso, e para ele, 
alguns delinquentes não deviam receber uma pena de prisão. 
Qual era a ideia de Von Liszt? 
Para os Criminosos Ocasionais: Para estes seria aplicada provavelmente uma pena de 
prisão de curta duração, e isso na concepção dele seria prejudicial. Porque ele teria 
contato com criminosos habituais nesse período de curta duração e isso terminaria 
causando um efeito reverso na sociedade, ou seja, seria contraproducente uma aplicação 
de pena de curta duração, porque ele iria se misturar com criminosos habituais. 
Com o passar do tempo essa ideia foi se abrindo para a sociedade e passou a ser vista na 
perspectiva de humanização das penas, na perspectiva de defesa social. 
Como o cárcere desumaniza, traz efeitos nocivos a personalidade, seria interessante usar 
o cárcere como ultima ratio, nas hipóteses na qual não seria possível aplicar uma pena 
diversa 
 
 
2. As penas restritivas no Direito Brasileiro: As penas foram introduzidas com a reforma 
do código em 1984, mas de forma tímida, apenas para crimes culposos e com penas de 
até um ano, em 1988 ganharam status constitucional. Em 1998 tivemos uma alteração no 
sistema de penas restritivas. As penas restritivas de cunho financeiro não podem ser 
aplicadas na Lei Maria da Penha, para evitar que o sujeito meta a mão na mulher e 
depois pague uma cesta básica e fique por isso mesmo. No crime de tráfico de drogas 
a lei originalmente previa que nos delitos definidos no caput e no art 1° deste artigo as 
penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, a hipótese que chamamos de trafico 
privilegiado, são as hipóteses que o legislador entende que o sujeito cometeu tráfico de 
drogas porem ele não está envolvido com organizações criminosas, então nesse caso o 
legislador optou por tratar esse traficante de uma forma mais leve do que um traficante 
habitual e envolvido com organização criminosa. A redação original vedava a conversão 
em penas restritivas de direito. Em muitos casos como a pena do tráfico é de 5 a 15, se 
você aplicar uma redução de 2/3 nessa pena de 5 a 15, você teria uma pena muito 
pequena, que seria o caso de aplicar uma pena restritiva, o STF declarou 
inconstitucionalidade desta parte, a da vedação. 
OBS: CRIMES HEDIONDOS: são os crimes mais graves no ordenamento, são todos 
aqueles previstos no artigo 1° da lei 8072/90 
 EXEMPLO: O caso da filha de Gloria Perez, que foi assassinada por um ator, colega de 
trabalho, junto com a esposa dele, na época foi homicídio qualificado, praticado mediante 
dissimulação, abuso de confiança e por meio cruel (ela morreu a tesouradas), na época o 
crime não era hediondo, então eles não estavam sujeitos as regras dos crimes hediondos, 
na época Gloria Perez fez uma mega movimentação, pra conseguir um projeto de lei de 
iniciativa popular para que o homicídio qualificado fosse incluído no rol dos crimes 
hediondos, ela quase conseguiu, mas ai um parlamentar adotou a ideia e ofereceu como 
projeto de iniciativa dele, ai virou crime hediondo em 94. Para Guilherme e Paula de Pádua, 
como eles cometeram o crime antes dessa alteração, eles não responderam como crime 
hediondo. 
CRIMES EQUIPARADOS AOS HEDIONDOS: OS TRÊS T’S: 
TRÁFICO 
TORTURA 
TERRORISMO 
Se os crimes hediondos e equiparados podem ter as suas penas substituídas por 
restritivas de direitos? 
DOUTRINA: Neste caso se estiverem preenchidos os requisitos para a substituição, não há 
qualquer vedação. 
(Um dos requisitos paraa substituição é que o crime não aconteça sob violência ou grave ameaça 
a pessoa, e geralmente os crimes hediondos são assim) 
3. Características das penas: As penas restritivas de direito se caracterizam como 
autônomas e substitutivas em relação às penas restritivas de liberdade. 
AUTÔNOMAS: 
Elas não convivem, como regra não pode ter uma pessoa cumprindo duas penas pelo mesmo 
crime. OU UMA OU OUTRA. 
 
 
 EXCEÇÃO: 
Art. 78. (cdc) Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, 
cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal : 
I - a interdição temporária de direitos; 
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às 
expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação; 
III - a prestação de serviços à comunidade. 
Então no caso da pessoa ser condenada por um crime previsto no Código de Defesa do 
Consumidor, ela pode ter essa cumulação entre uma prisão e uma restritiva. 
Art. 302. CTB Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Nesse caso eu também cumulo uma pena de prisão com uma restritiva de direitos (suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor). 
 
SUBSTITUTIVAS: 
 
Isso significa que no sistema do nosso ordenamento, primeiro o juiz aplica a pena de prisão e 
depois ele substitui, ou seja, como regra no nosso ordenamento, o juiz não vai direto aplicar a 
pena restritiva. Então ele parte da pena abstrata, depois ele fixa uma pena concreta e depois 
ele substitui. Ele não vai partir do crime direto para essa pena restritiva. 
 
Porque? Se o sujeito não cumprir a pena restritiva eu posso converter para pena de prisão. 
 
APLICAÇÃO PARA PESSOA JURÍDICA: É FISICAMENTE IMPOSSIVEL SUBSTITUIR; A LEI 
NÃO APLICA NENHUMA REGRA PARA ISSO. 
4. Requisitos para a aplicação das penas restritivas: 
A SUBSTITUIÇÃO É UM DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, O JUIZ NÃO PODE DIZER QUE NÃO 
VAI SUBSTITUIR PORQUE NÃO TA AFIM, OS JUIZES ATE TENTAM DIZER QUE NÃO 
ESTAO PRESENTES OS REQUISITOS, OU SE OMITEM, O QUE PODE GERAR 
IMPUGNAÇÃO. 
Art. 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
I - aplicada pena privativa de liberdade inferior a um ano ou se o crime for culposo; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
II - o réu não for reincidente; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja 
suficiente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Parágrafo único - Nos crimes culposos, a pena privativa de liberdade aplicada, igual ou 
superior a um ano, pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97
por duas penas restritivas de direitos, exeqüíveis simultaneamente. (Incluído pela Lei 
nº 7.209, de 1984) 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja 
suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 1o (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por 
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face 
de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade 
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo 
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução 
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado 
cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
4.1 Crimes Dolosos 
 
 A pena concreta aplicada ao sujeito seja de até 4 anos; Não é a pena abstrata, é a 
pena concreta, a pena aplicada, encontrada depois do processo trifásico. 
DETRAÇÃO: O SUJEITO PEGOU UMA PENA DE 4 ANOS E 3 MESES, FICOU 4 MESES 
PRESO PREVENTIVAMENTE. POSSO APLICAR A RESTRITIVA? BOM, A 
JURISPRIDENCIA ENTENDE QUE NÃO, PORQUE O DISPOSITIVO DO CPC FALA DE 
DETRAÇÃO PARA FINS DE FIXAÇÃO DO REGIME. ENTAO TEM SE ENTENDIDO QUE 
NESSE CASO NÃO PODE. 
 Tem que ser um crime sem violência ou grave ameaça à pessoa; Não se aplica a 
restritiva por roubo, por exemplo. 
Juizado Especial Criminal/JECRIM; É uma justiça com regras distintas para que eu 
julgue infrações penais de menor potencial ofensivo (todas as contravenções penais e 
crimes com pena até dois anos). Nesses casos do JECRIM, cabe antes do processo, ou 
até mesmo depois de iniciado, cabe transação penal, e cabe composição civil dos danos, 
ou seja, o sujeito pode entrar em acordo com o MP e cumprir uma restritiva antecipada, 
que não gera reincidência, não serve para fins de cadastro e etc. Mas é uma forma de 
negociar e evitar o processo, isto já é possível em todos os crimes com pena até dois anos. 
Estão incluídos nesses crimes com penas até dois anos alguns crimes violentos: Lesão 
Corporal Leve, Ameaça, Constrangimento Ilegal, todos esses crimes são de grave ameaça 
a pessoa e tem pena até dois anos. 
 
Qual o raciocínio do qual parte a doutrina? 
Se estes crimes são de menor potencial e se cabe para esses crimes violentos a transação 
penal antes do processo, não deveria existir um óbice para caber restritivas, porque a 
restritiva nada mais é do que uma aplicação de pena restritiva após a condenação, 
enquanto a transação é a aplicação de penas restritivas antes do processo, então a 
doutrina e a jurisprudência contra a jurisdição expressa mas em interpretação sistemática 
do ordenamento, coerente de todo o ordenamento jurídico defende que os crimes violentos 
de menor potencial ofensivo podem ter a sua pena substituída, só estes. 
 Não pode ser aplicado à reincidentes; Praticar um crime após o transito em julgado de 
outro crime no período de 5 anos. Uma vez que você constate que ele é reincidente em 
crime doloso de forma alguma você pode substituir? Tem uma exceção; 
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face 
de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
 Que ele tenha circunstancias judiciais favoráveis e que demonstrem que a 
substituição é suficiente para reprovar e prevenir o crime; 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta sociale a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Para os crimes dolosos temos que cumprir esses quatro requisitos: 
- Pena até 4 anos 
- Crime sem violência (exceto se for de menor potencial) 
- O sujeito não pode ser reincidente em crime igual 
- Tem que ter circunstancias judiciais favoráveis que indiquem a substituição 
4.2 Crimes Culposos: 
 
 Qualquer crime e qualquer pena; Não tem vedação quanto a natureza do crime nem 
quanto a quantidade de pena. 
 
 REQUISITOS SUBJETIVOS DO ACUSADO: 
II - o réu não for reincidente; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja 
suficiente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
EXEMPLO: O CASO DE UM JATO COM UM AVIAO DA GOL, O JATO ESTAVA COM O 
SINALIZADOR DESLIGADO E ESTAVA NA MESMA ROTA DO AVIAO DA GOL EM 
SENTIDO OPOSTO, HOUVE UMA COLISÃO E TODOS NO AVIAO MORRERAM, OS 
PILOTOS DO JATO SOBREVIVERAM, RESPONDERAM NO BRASIL POR 190 
HOMICIDIOS CULPOSOS EM CONCURSO FORMAL PROPRIO; NO CONCURSO 
FORMAL AUMENTA A PENA DE UM SO DOS CRIMES DE 1/6 ATE A METADE, ENTAO 
ELES PEGARAM AI UMA PENA, LEMBRANDO QUE A PENA ABSTRATA DE HOMICIDIO 
CULPOSO É DE 1 A 3 ANOS, VAMOS SUPOR QUE ELES TENHAM PEGO UMA PENA 
MAXIMA DE 3 E AUMENTADO ATE A METADE, OU SEJA 4 ANOS E 6 MESES, NO CASO 
CONCRETO O JUIZ DE 1° NÃO SUBSTITUIU, AI SUBIU PARA O TRF DA PRIMEIRA 
REGIAO E LÁ SUBSTITUIRAM, AI AS FAMILIAS DAS VITIMAS SE JUNTARAM E 
CONTRATARAM BITTENCOURT PARA DAR UM PARECER PARA EVITAR QUE O STJ 
MANTIVESSE A SUBSTITUIÇÃO, COLOCASSE NO REGIME ABERTO OU SEMI-
ABERTO; O PARECER DE BITTENCOURT FOI NO SENTIDO DE QUE NAQUELE CASO 
AS CONSEQUENCIAS DO CRIME, ERAM CONSEQUENCIAS QUE NÃO INDICAVAM 
SUBSTITUIÇÃO, ENTAO O STJ AFASTOU A SUBSTITUICAO A MANTEVE A PENA DE 
PRISAO. 
 
 
5. Aplicação das penas restritivas: 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por 
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
6. Espécies de restritivas: 
O Juiz só pode criar pena s restritivas que tenham previsão legal, se não ele estará criando uma 
pena, está limitado também ao princípio da legalidade nas penas restritivas. 
6.1 Prestação de serviço à comunidade: Consiste em atribuir ao condenado à obrigação de 
trabalhar em entidades públicas ou privadas de assistência social. 
 
Art. 46 - A prestação de serviços a comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas 
gratuitas junto a entidades assistências, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Parágrafo único - As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser 
cumpridas, durante oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de 
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
 
(para que o serviço seja de fato produtivo para a sociedade) 
 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de 
tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo 
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade 
fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Ele tem que cumprir uma hora de serviço para cada dia de condenação, esses horários 
são flexibilizados contanto que ele cumpra as horas respectivas aos dias. 
 
6.2 Multa: Multa substitutiva; espécie de pena restritiva que substitui a prisão. Consiste no 
pagamento de uma quantia em dinheiro ao fundo penitenciário (nacional ou do estado em que 
ele se encontra, se houver) 
 
6.3 Restrição ou Interdição de Direitos: 
 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, 
de licença ou autorização do poder público; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 
12.550, de 2011) 
Limitação de fim de semana 
 
6.4 Prestação Pecuniária: Consiste no pagamento à vítima do crime ou aos seus descendentes, 
de uma quantia estipulada na sentença a título de reparação do dano, é uma pena que é paga a 
vítima, para indenizar pelo crime sofrido. 
 
Em alguns crimes que não tem vitima individual, os chamados crimes vagos, que atingem toda a 
coletividade, por exemplo, um crime ambiental, crime contra o sistema financeiro etc. Nesses 
casos em que há uma vítima difusa, quando todo mundo é vítima ao mesmo tempo, obviamente 
não vai ter como ressarcir uma vítima individual, então como vai funcionar nesses casos? Pode 
ter prestação pecuniária? Pode sim, e vai ser pago a uma entidade assistencial. 
 
6.5 Limitação de Fim de Semana: O sujeito tem que ficar por um período de 05 horas diárias 
na casa albergado. 
 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
6.6 Perda de bens e valores: Também é conhecida como confisco, por que consiste no confisco 
do patrimônio lícito do condenado, para que o sujeito possa reparar o dano. 
7. Conversão 
Quando eu converto a pena restritiva em prisão. 
 CONVERSÃO OBRIGATÓRIA: 
- Se houver o descumprimento injustificado da pena restritiva. 
- Quando o indivíduo é condenado a uma pena privativa de liberdade que torna 
incompatível o cumprimento da pena restritiva. 
 CONVERSÃO FACULTATIVA: O juiz vai analisar se é necessário converter a pena 
restritiva; 
 
TEORIA DA PENA - AULA 8 
PENA DE MULTA 
26/09/2018 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS: Consiste no pagamento de uma quantia em dinheiro ao 
fundo penitenciário (nacional ou do estado em que ele se encontra, se houver). 
Atinge a liberdade econômica do condenado, o bolso, em muitos casos a pena de multa é 
reservada aos crimes que envolvem um comportamento ilícito, por exemplo, como regra, 
veremos que no homicídio não tem pena de multa, pois como regra esse crime

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