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Revista SOBECC Abril-Junho 2020

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Entrevista Opinião do especialista
Coren-SP na luta contra a COVID-19: Erica 
Chagas, detalha a velocidade com que o 
órgão respondeu à pandemia.
Heroínas do passado: a luta contra outra epidemia. Como 
17 estudantes de enfermagem do 2º ano impediram que 
a Febre Tifoide se espalhasse pelo Estado.
O que mudou em nossas vidas 
por conta do COVID-19?
Ano VII • Nº 2 • Abr - Jun/2020
Edição 
Especial
Editorial 4
Pandemia do Coronavírus (COVID-19): 
SOBECC em ação.
Agenda 5
Programação de eventos.
Informativo COVID-19 8
Recomendações relacionadas ao fluxo de 
atendimento para pacientes com suspeita ou 
infecção confirmada pelo Coronavírus em 
procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos.
Giro de Notícias 15
Destaques da SOBECC.
Especial 20
O Bloco cirúrgico e a COVID-19: o que 
mudou? Especialistas de seis Estados expli-
cam as profundas alterações que a pande-
mia impôs ao cotidiano dos profissionais de 
Enfermagem.
nesta edição
Diretoria da SOBECC — Gestão 2019-2021
Presidente: Giovana Abrahão de Araújo Moriya *Vice-presidente: 
Marcia Cristina Pereira de Oliveira *Primeiro-secretário: Rafael 
Bianconi *segunda-secretária: Liraine Laura Farah *Primeira-te-
soureira: Cecília da Silva Ângelo *Segunda-tesoureira: Maria Lucia 
Leite Ribeiro *Diretora do Conselho Fiscal: Andréa Alfaya Acunã 
*Membro do Conselho Fiscal: Thiago Franco Gonçalves *Membro 
do Conselho Fiscal: Fernanda Torquato Salles Bucione *Diretora da 
Comissão de Assistência: Simone Garcia Lopes * Membro da Comis-
são de Assistência: Juliana Rizzo Gnatta *Membro da Comissão de 
Assistência: Ana Lucia Gargione Sant´Anna *Diretora da Comissão 
de Educação: Vanessa de Brito Poveda *Membro da Comissão de 
Educação: Debora Cristina Popov *Membro da Comissão de Educa-
ção: Marcia Hitomi Takeiti * Diretora da Comissão de Publicação e 
Divulgação: Rachel de Carvalho *Membro da Comissão de Publi-
cação e Divulgação: Rita Catalina Aquino Caregnato *Membro da 
Comissão de Publicação e Divulgação: Maria Belén Salazar Posso 
*Diretora de Eventos Regionais: Soraya Palazzo. 
Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermagem em Centro Ci-
rúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização 
(SOBECC).
Comissão de Publicação e Divulgação – Diretora: Dra. Rachel de Carva-
lho – Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), 
São Paulo *Membros: Dra. Rita Catalina Aquino Caragnato – Universi-
dade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Dra. Maria 
Belén Salazar Posso – Faculdade de Pindamonhangaba (FUBVIC).
Equipe Técnica — Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp e 
Simone Batista Neto • Redação: Luciano Milici • Revisão: Profa. Dra. 
Rachel de Carvalho • Projeto Gráfico: Ages Comunicação Integrada • 
Secretaria: Maria Elizabeth Jorgetti e Claudia Martins Stival • Tiragem: 
6.000 exemplares • Impressão: Editora Cartago Editorial.
A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida 
a profissionais de Enfermagem do Bloco Operatório, com o objetivo de 
divulgar informações sobre boas práticas de assistência de Enferma-
gem. A reprodução parcial ou total de qualquer matéria desta edição 
só é permitida mediante autorização. 
Rua Vergueiro 875 • Conj. 64 • Liberdade • 01504-001 • São Paulo • SP 
CNPJ: 67.185.215/0001-03 
Fone: (11) 3341-4044 • www.sobecc.org.br
CONTATO, DÚVIDAS E SUGESTÕES: sobecc@sobecc.org.br
EXPEDIENTE
SOBECC com Você 3
Entrevista 25
Coren-SP na luta contra o COVID-19. Erica 
Chagas, detalha a velocidade com que o órgão 
respondeu à pandemia.
Opinião do especialista 28
Heroínas do passado: a luta contra outra epi-
demia. Como 17 estudantes de enfermagem 
do 2º ano impediram que a Febre Tifoide se 
espalhasse pelo Estado.
Fora da profissão 30
Heroínas em ação: elas fazem a diferença. 
Mesmo com a pandemia consumindo cada 
vez mais o tempo e a disposição dos profis-
sionais de saúde, essas mulheres encontraram 
uma maneira de ajudar muito mais.
Bem-estar 32
Juntos, ainda que separados: a vida com 
COVID-19.
Resenha 34
Páginas essenciais para a nossa batalha.
EDITORIAL
SOBECC com Você
EDITORIAL
Pandemia do Coronavírus 
(COVID-19): SOBECC em ação
A crise provocada na saúde, com a pandemia do novo Coronavírus, trouxe mui-
tas incertezas e temores para os profissionais da área que estão na linha de fren-
te. Para auxiliar no enfrentamento realizado por estes profissionais, a SOBECC 
vem participando de múltiplas frentes de ação que visam auxiliar a elaboração 
de recomendações baseadas em guidelines nacionais e internacionais para que 
a atuação seja prestada com qualidade e segurança. 
Dentre as iniciativas, temos participado constantemente de reuniões e discussões 
para atualizações com grupos de trabalho e frentes colaborativas como ANVISA, 
outras sociedades de classes, trocas de experiências entre instituições de saúde 
e pesquisadores que juntos possamos auxiliar às respostas de muitos questiona-
mentos de todas as regiões do nosso país, em virtude da escassez de informações 
das boas práticas para segurança do paciente e do profissional da saúde. 
Um grupo de profissionais de referência da prática e da academia foi formado 
com o intuito de realizar uma revisão sistemática de artigos produzidos em 
todo o mundo sobre o reprocessamento de EPI, para avaliarmos a possibilidade 
da realização desta prática com segurança. Elaboramos, também, as Recomen-
dações relacionadas ao fluxo de atendimento para pacientes com suspeita 
ou infecção confirmada pelo Coronavírus em procedimentos cirúrgicos ou 
endoscópicos, sendo que esta iniciativa já se encontra na sua 2ª edição. 
Lives nos canais digitais foram realizadas com membros da diretoria e convi-
dados especiais que compartilharam as experiências da prática nas instituições 
em que trabalham. Ocorreram também participações em outros debates com 
parceiros e entidades relacionados à área de bloco operatório para esclareci-
mentos das boas práticas neste momento de pandemia. 
Parcerias foram estabelecidas e estão proporcionado a realização de ações 
voluntárias, como o lançamento da campanha “Heroínas em Ação” com o ob-
jetivo de captar doações de embalagens para esterilização em SMS e mão de 
obra para confecção de EPI, como luvas e aventais cirúrgicos. Paralelamente a 
esta campanha, estamos apoiando o Projeto Hígia, disponibilizando nossa sala 
de reuniões para montagem dos protetores faciais denominados Faceshields 
visando atender os profissionais em virtude da dificuldade no fornecimento 
destes produtos no nosso País. Também estamos apoiando o projeto + Ventila-
dores de manutenção e calibração voluntárias de ventiladores pulmonares que 
se encontravam parados nas instituições de saúde e que estão sendo recupe-
rados e devolvidos para uso. Este projeto é uma parceria com o IPT e a Escola 
Politécnica da USP. Também emprestamos a nossa autoclave para esterilização 
dos circuitos respiratórios. 
Muito nos honra estar participando de todas estas ações, pois a RESPONSABI-
LIDADE É DE TODOS NÓS e juntos somos mais fortes. Certamente, passaremos 
por esta crise VITORIOSOS E FORTALECIDOS, pois afinal #somostodossobecc. 
Giovana Abrahão de Araújo Moriya
Presidente SOBECC
Giovana Abrahão de 
Araújo Moriya
Presidente SOBECC 
Gestão 2019/2021
Certamente 
passaremos por 
esta crise vitoriosos 
e fortalecidos.
4
AGENDA
21º EDIÇÃO CONGRESSO MUNDIAL DE 
ESTERILIZAÇÃO WFHSS
Data: de 25 a 28 de novembro de 2020
Local: Hong Kong
Informações: www.wfhss.com
12º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE 
ESTERILIZAÇÃO E CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO 
RELACIONADO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Início: de 12 a 14 de novembro de 2020
Local: Evento Online
Inscrições pelo site: www.sobecc.org.br
CURSO PÓS-GRADUAÇÃO ENFERMAGEM EM 
CENTRO CIRÚRGICO, CENTRO DE MATERIAL E 
ESTERILIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA 
Início: 25 de agosto de 2020
Local: Centro Universitário São Camilo - Campus 
Ipiranga
Inscrições: https://saocamilo-sp.br/pos_graduacao/
lato_sensu/enfermagem_centro_cirurgi-
co_SaoPaulo/pblico-alvo12º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO 
E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
RELACIONADO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
15º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM EM 
CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA 
E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO
Data: de 30 de agosto a 03 de setembro de 2021
Local: Palácio das Convenções do Anhembi - São Paulo
Informações: www.sobecc.org.br
GLOBAL SURGICAL CONFERENCE AORN & 
EXPO 2021
Data: de 7 a 11 de agosto de 2021
Local: Orlando - Flórida - EUA
Informações: www.aorn.org/surgicalexpo/
information-and-schedule
IAHCSMM ANNUAL CONFERENCE & EXPO
Data: de 02 a 05 de maio de 2021
Local: Columbus Convention Center - Columbus - 
Ohio - EUA
Informações: https://10times.com/iahcsmm-
annual-conferenceinformation-and-
schedule
SOBECC com Você 5SOBECC com Você
Revista Científica SOBECC
Editorial: 
Área de recepção e limpeza do Centro de Material e Esterilização: manutenção do uso (ou não) 
de respirador particulado por trabalhadores após a Pandemia da COVID-19.
Pauta Revista (Abril / Junho 2020)
Artigos originais:
• Taxa de suspensão cirúrgica: um indicador de qualidade da assistência;
• Segurança do paciente em centro cirúrgico: estratégias dos profissionais de 
enfermagem;
• Antissepsia alcoólica das mãos para procedimentos cirúrgicos: comparação da 
contagem microbiana em tempos diferentes;
• Avaliação da adequação no uso da paramentação cirúrgica;
• Avaliação das dimensões da sede no paciente cirúrgico ortopédico.
Relato de experiência:
• Posicionamento cirúrgico em cirurgia robótica pediátrica: relato de experiência.
Artigos de revisão:
• Processamento de produtos para saúde: avaliação de custos hospitalares;
• Ações de enfermagem podem prevenir deiscência em ferida operatória?
Anuidade SOBECC: 
o que muda para 2020
AFILIADOS: profissionais que atuam nas áreas relacionadas 
à SOBECC e representantes comerciais das empresas da 
área de saúde.
ESTRANGEIROS: enfermeiros, técnicos e auxiliares de en-
fermagem de outros países que comprovem atuação nas 
áreas relacionas à SOBECC.
São associados da SOBECC os profissionais que realizarem 
a quitação do pagamento da anuidade do ano vigente.
20 
20
ANUIDADE
CATEGORIA PROFISSIONAL 
(BRASILEIROS/ESTRANGEIROS)
2º LOTE 
VALORES
3º LOTE 
VALORES
01/05/2020 
a 
31/08/2020
01/09/2020 
a 
28/12/2020
Estudantes do curso técnico de enfermagem
R$ 160,00 R$ 170,00
Auxiliares e técnico de enfermagem
Instrumentadores cirúrgicos
Estudantes de graduação em enfermagem
CATEGORIA PROFISSIONAL 
(BRASILEIROS/ESTRANGEIROS)
2º LOTE 3º LOTE
01/05/2020 
a 
31/08/2020
01/09/2020 
a 
28/12/2020
Enfermeiros
R$ 280,00 R$ 300,00
Outros Profissionais Afiliados
SOBECC com Você6
Em 2020, a SOBECC convida todos os profissionais bra-
sileiros ou estrangeiros que atuam em Bloco Operatório, 
que trabalham indiretamente na área e também estudantes 
a fazerem parte da Associação.
Confira a data de vencimento com menor valor de cada lote.
Venha fazer parte da SOBECC!
Aproveite todos os benefícios e 
parcele sua anuidade em até três 
vezes sem juros no cartão de credito! 
Atenção Enfermeiros: 2021 é ano de prova para 
obtenção do título de Especialista e ser sócio da 
SOBECC é um dos requisitos! 
SOBECC com Você 7
CAMPANHA
C
riada em 2009 pela Organização Mundial da 
Saúde, e com adesão no Brasil por meio do Mi-
nistério da Saúde, a campanha Cirurgia Seguras 
Salvam Vidas implantou o fluxo de timeout nos 
centros cirúrgicos, que com base na metodologia dos três 
passos SIGN IN (Antes da indução anestésica), TIMEOUT 
(Antes da incisão na pele) e SIGN OUT (Ao término da ci-
rurgia, antes do paciente sair da S.O.) tem o objetivo de 
garantir a segurança do paciente.
Considerando os 11 anos desde que o protocolo foi lançado, 
a SOBECC criou uma campanha em que avalia a evolução 
do checklist de segurança desde sua criação, para chamar 
a atenção dos profissionais da enfermagem que atuam no 
bloco operatório, reforçando a importância de inserir essa 
prática como fluxo rotineiro do atendimento cirúrgico ao 
paciente, que contribui para redução da ocorrência de inci-
dentes e eventos que levem à mortalidade cirúrgica.
O objetivo é disseminar o conteúdo referente aos três pas-
sos, alertando sobre como este protocolo pode contribuir 
e aumentar a segurança do paciente, além de compartilhar 
histórias de sucesso de profissionais pelo Brasil, que im-
plantaram o time-out e com ele reduziram os indicadores 
de incidentes no processo cirúrgico.
SOBECC chama 
atenção para 
implantação 
do checklist de 
cirurgia segura, 
o timeout
Essa campanha será veiculada nos canais digitais da 
SOBECC e convidamos você a fazer parte deste movi-
mento e acompanhar os conteúdos direcionados que 
iremos lançar.
Venha somar e compartilhar com a SOBECC!
SOBECC com Você8
Recomendações relacionadas ao fluxo de 
atendimento para pacientes com suspeita ou 
infecção confirmada pelo Coronavírus 
em procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos
2a Edição
A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) com o objeti-
vo de garantir a segurança e instrumentalizar os profissionais que atu-
am na assistência de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos 
ou endoscópicos, de urgência ou emergência, com infecção pelo novo 
coronavírus suspeita ou confirmada, recomendações, fundamentada nas 
evidências científicas disponíveis no momento:
1 Aldenir Fresca; Andrea Alfaya Acuña; Claudia Moraes; Elaine Aparecida Job Neves; Fernanda Torquato Bucione; Giovana Abrahão de Araújo Moriya; 
Juliana Rizzo Gnatta; Leandro Lopes Miranda; Lucia Helena Lourenço; Marcia Cristina de Oliveira Pereira; Marcia Hitomi Takeiti; Rafael Bianconi; Rejane 
F. Machado; Rita Catalina Aquino Caregnato; Simone Batista Neto; Sirlene Aparecida Negri Glasenapp; Vanessa de Brito Poveda; Wagner Aguiar Junior
INFORMATIVO COVID-19
Contextualização
Desde dezembro de 2019, a pneumonia causada pelo 
RNA do vírus denominado Coronavírus, pertencente à 
família Coronaviridae, tem causado preocupação mundial, 
sobretudo, aos sistemas de saúde. Esse novo espécime 
ainda não está bem descrito na literatura, no que tange ao 
padrão de morbimortalidade, infectividade e transmissibili-
dade. A infecção pelo Coronavírus pode variar desde uma 
sintomatologia semelhante a um resfriado comum, até 
uma pneumonia viral severa ou ocorrência da síndrome do 
desconforto respiratório aguda, que pode ser potencial-
mente fatal (Beeching et al., 2020).
As principais vias de transmissão são a respiratória, através 
da inalação de gotículas e aerossóis eliminados por meio 
da tosse ou espirros, bem como, pela aerossolização de 
substâncias corpóreas durante procedimentos que mane-
jam as vias aéreas, como intubação, extubação, aspiração, 
ressuscitação cardiopulmonar, ventilação não invasiva e 
broncoscopia (Chan et al., 2020; CDC, 2020a). Contudo, 
a transmissibilidade do vírus por meio de secreções cor-
póreas ainda não está bem estabelecida. Há evidências da 
presença de carga viral na saliva, lágrimas, secreção ocular 
de pacientes com conjuntivite e em fezes (To et al., 2020; 
Xia et al., 2020; CDC, 2020b)1.
Até o momento, não há informações suficientes a respeito 
do período de incubação; no entanto, estima-se que a ma-
SOBECC com Você 9
INFORMATIVO COVID-19
nifestação dos primeiros sintomas ocorra, em média, entre 
quatro a sete dias após a contaminação (Li et al., 2020). 
Destaca-se que a transmissão é possível mesmo em indiví-
duos que não apresentem sinais clínicos da infecção, pois 
estes podem apresentar uma carga viral semelhante à de 
indivíduos sintomáticos (Zou et al., 2020).
A presente publicação visa estabelecer Diretrizes sobre 
a prevenção e o controle da infecção por Coronavírus a 
serem adotadas pelas equipes que trabalham em Centro 
Cirúrgico, Centro de Material e Esterilização e Serviços de 
Endoscopia. As recomendações a seguir devem ser discu-
tidas, alinhadas e implantadas em conjuntocom o Serviço 
de Controle de Infecção Hospitalar, Serviço de Hotelaria e 
Gerenciamento de Risco da Instituição e revisadas sempre 
que novas evidências surgirem.
Atendimento do paciente com suspeita 
ou infecção confirmada pelo Coronavírus
Proteção da equipe
1. Recomenda-se que os profissionais selecionados 
para atendimento a estes pacientes não apresen-
tem características definidas como grupo de risco 
(diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares) 
(Fang et al., 2020).
2. Assegurar que os profissionais que participarão des-
ses atendimentos tenham o treinamento adequado 
sobre as técnicas de precaução padrão, por contato 
e por aerossóis (Tao et al., 2020). 
3. Não utilizar adornos (Brasil, 2005). São exemplos de 
adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógio, colares, 
brincos, piercings expostos, toucas de tecido, cra-
chás pendurados por cordão e outros.
4. Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
adequado (touca, avental impermeável ou capote, 
óculos ou protetor facial, respirador ou máscara 
N95, luvas que cubram o punho do avental, sapatos 
fechados e impermeáveis que permitam desinfec-
ção). Higienizar as mãos antes e após colocar e 
retirar o EPI (CDC, 2020c). Atentar-se para o correto 
ajuste da máscara à face (COVED, 2020).
5. O uso prolongado de uma mesma máscara N95, 
isto é, evitando sua remoção, por um mesmo indi-
víduo durante o turno (6h ou 8h) de trabalho, pode 
ser implementado no atendimento a pacientes 
infectados com o mesmo patógeno respiratório. A 
reutilização (utilização por diversos turnos de traba-
lho) da máscara N95 é desencorajada em casos de 
doenças transmissíveis, uma vez que o profissional 
ao tocar neste EPI, pode ocasionar a autocontami-
nação (CDC, 2018).
6. Máscaras N95 devem ser descartadas após a utiliza-
ção durante procedimentos que geram aerossoliza-
ção (exemplo: intubação, extubação, aspiração, res-
suscitação cardiopulmonar, ventilação não invasiva 
e broncoscopia) ou na presença de contaminação 
por sangue ou fluidos corpóreos (CDC, 2018). Deve 
ser planejado pela instituição um procedimento pa-
dronizado para a limpeza e desinfecção dos óculos 
e/ou protetores faciais.
7. Após retirar o EPI, não tocar o rosto antes de higie-
nizar as mãos (Peng et al., 2020).
8. Após a participação em procedimentos cirúrgicos 
ou endoscópicos de pacientes com suspeita ou 
COVID-19 confirmada, considerar banho com troca 
da roupa (por uma nova roupa privativa ou as rou-
pas pessoais ao final do plantão) (ACS, 2020a).
9. Aumentar a frequência da higienização de celulares 
e, preferencialmente, mantê-los em embalagens 
plásticas durante o plantão, atendendo-o, se neces-
sário, envolvido pela embalagem plástica, que deve 
ser descartada ao final do plantão (ACS, 2020a).
Organização do atendimento
10. É recomendável realizar um plano de atendimen-
tos para procedimentos não urgentes ou eletivos; 
sugerível adiá-los, sempre que possível, durante a 
pandemia (Tao et al., 2020).
11. No agendamento de procedimentos cirúrgicos ou 
endoscópicos deve-se informar ao serviço se o pa-
ciente é caso suspeito ou confirmado de infecção 
por Coronavírus (Tao et al., 2020).
12. São procedimentos considerados de alto risco para 
formação de aerossol: qualquer procedimento com 
abordagem de naso e orofaringe (incluindo intu-
bação, extubação e ventilação), traqueia, pulmões 
(incluindo drenagem de tórax), trato digestório, 
laparoscopias, endoscopias e broncoscopias, além 
de utilização de eletrocautério (Forrester et al., 
2020; ACS, 2020).
13. Durante a epidemia, utilizar a mesma sala cirúrgica 
e o mesmo aparelho de anestesia para todos os 
pacientes com COVID-19, com o intervalo entre 
cirurgias de, ao menos, uma hora (Ti et al., 2020). 
SOBECC com Você10
INFORMATIVO COVID-19
14. Em caso de procedimento cirúrgico, se possível, 
disponibilizar antessala com pressão negativa (abai-
xo de -5Pa) funcionante durante os procedimentos 
de indução anestésica, intubação e extubação (Ti et 
al., 2020; Wax, Christian, 2020). Durante o proce-
dimento cirúrgico, a sala poderá permanecer com 
pressão positiva, possuir filtro HEPA com filtração 
entre 6 e 25 vezes/hora (Ti et al., 2020; Wong et 
al., 2020; CDC, 2020d) ou pressão negativa (para 
reduzir a disseminação do vírus para além da SO) 
(Wong et al., 2020). Na indisponibilidade de antes-
sala com pressão negativa, desligar o equipamento 
de ar condicionado da sala cirúrgica durante a reali-
zação de procedimentos potencialmente geradores 
de aerossóis (pressão neutra) (Australian Society of 
Anaesthetists, 2020).
15. Sugere-se que procedimentos endoscópicos que 
envolvam vias aéreas sejam realizados em sala com 
pressão negativa.
Preparo da sala de procedimento
16. Higienizar as mãos imediatamente antes de iniciar o 
preparo da sala. 
17. Consultar a engenharia clínica e/ou manutenção 
hospitalar a respeito de como alcançar a melhor 
configuração em sala cirúrgica com pressão nega-
tiva (abaixo de -5Pa) ou pressão positiva (filtro HEPA 
com filtração entre 6 e 25 vezes/hora) (Tao et al., 
2020, Wong et al., 2020; CDC, 2020d).
18. Seguir a montagem da sala conforme protocolo de 
precaução de contato e aerossóis.
19. Sinalizar a porta da sala quanto à precaução reco-
mendada (Tao et al., 2020).
20. Disponibilizar, se possível, tubo para intubação com 
circuito fechado para aspiração de vias aéreas, a fim 
de evitar aerossolização do vírus (Peng et al., 2020).
21. Priorizar o uso de equipamentos/materiais descar-
táveis e priorizar a organização de kits para acesso 
periférico e central, entre outros (Tao et al., 2020; 
Wong et al., 2020).
22. Somente equipamentos, mobiliários e medica-
mentos necessários devem ser levados à sala de 
procedimentos para reduzir o número de itens que 
necessitarão ser limpos ou descartados.
23. Aparelhos de anestesia, monitores e computadores 
deverão ser protegidos com plástico descartável, 
a fim de reduzir a contaminação dos equipamen-
tos (Wong et al., 2020). Assegurar a utilização do 
filtro bacteriano/viral em três pontos do circuito 
de anestesia: entre o circuito respiratório e tubo 
traqueal com eficiência superior a 99,5% HMEF – 
trocador de calor e umidade; conectado ao ramo 
expiratório (não HMEF), próximo ao sistema absor-
vedor de CO2 e conectado ao ramo inspiratório do 
sistema absorvedor de CO2 (não HMEF) (Peng et 
al., 2020; SBA, 2020).
24. Providenciar pinça de apreensão para oclusão do 
tubo orotraqueal, no caso da necessidade da troca de 
ventilador de paciente proveniente de unidades críti-
cas para evitar a dispersão de aerossóis (Ti et al., 2020).
25. Recomenda-se a disponibilização de um profissional 
de apoio na área externa da sala para o atendimento, 
assegurando a adesão às técnicas de precaução.
Transporte do paciente cirúrgico
26. Profissionais que irão realizar o transporte do pa-
ciente para o Centro Cirúrgico (CC) ou Serviço de 
Endoscopia (SE) ou vice-versa, devem utilizar EPI, 
conforme indicado no item 4 (COVED, 2020; Wax, 
Christian, 2020).
27. Colocar máscara cirúrgica no paciente para sua 
transferência entre setores (COVED, 2020; Wax, 
Christian, 2020; Coccolini et al., 2020).
28. A equipe do CC ou do SE deverá aguardar a chega-
da do paciente usando todo o EPI recomendado no 
item 4 (COVED, 2020).
29. O paciente deve ser imediatamente transferido para 
a sala de procedimento, isto é, não deve permane-
cer aguardando em área de recepção ou pré-ope-
ratório (Coccolini et al., 2020). 
Intraoperatório ou realização do Procedimento Endoscópico
30. Todos os profissionais que estiverem dentro da sala 
de procedimento deverão utilizar EPI, conforme 
recomendado no item 4. 
31. O número de profissionais dentro da sala de pro-
cedimento deverá ser limitado ao mínimo possível 
(Tao et al., 2020). 
32. Não levar objetos pessoais para dentro da sala de 
procedimento (COVED, 2020; Wax, Christian, 2020).
33. Proceder o método de intubação com maior as-
sertividade possível (preservar ao máximo as vias 
aéreas) (Peng et al.,2020). Anestesia regional deve 
ser preferida à geral e o paciente deve usar másca-
SOBECC com Você 11
INFORMATIVO COVID-19
2 Os cinco momentos para a higienização preconizados pela OMS são: antes do contato com o paciente, antes de realizar procedimentos limpos ou 
assépticos, após contato com sangue ou fluidos corpóreos, após contato com o paciente e após tocar superfícies próximas ao paciente.
ra cirúrgica durante todo o período (CDC, 2020e; 
Wong et al., 2020).
34. Manter portas fechadas durante o procedimento 
(COVED, 2020).
35. Realizar a higienização das mãos, conforme os 
cinco momentos preconizados pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS2)(Sax et al., 2007)
Pós-operatório ou Pós Procedimento Endoscópico Imediato
36. A recuperação do paciente pós-procedimento, de-
verá ser realizada dentro da sala. O paciente deverá 
utilizar máscara cirúrgica e, caso haja necessidade 
de oxigênio suplementar, o cateter de oxigênio de-
verá ficar sob a máscara.
37. Evitar suporte não-invasivo de vias aéreas com 
pressão positiva (exemplo: máscara de Venturi), 
pelo potencial favorecimento de aerossolização do 
vírus (Tao et al., 2020).
38. Quando o paciente estiver em condições de alta 
anestésica, deverá utilizar máscara cirúrgica para o 
transporte e o profissional que realizará o transporte 
deve utilizar EPI, conforme recomendado no item 4.
39. Antes de deixar a sala, os profissionais deverão re-
tirar e descartar os EPI utilizados dentro da sala do 
procedimento.
40. Durante o procedimento, realizar a higienização das 
mãos, conforme os cinco momentos preconizados 
pela OMS (Sax et al., 2007).
Desmontagem e Limpeza da Sala de Procedimento
41. Iniciar o procedimento de limpeza da sala o mais 
precocemente possível, bem como das áreas em 
que o paciente com suspeita ou infecção por Co-
ronavírus transitou (Coccolini et al., 2020). Realizar 
limpeza terminal minuciosa nos equipamentos e 
mobiliários da sala de procedimentos, utilizando EPI 
indicado para precaução de contato e aerossóis. 
São produtos recomendados para limpeza e desin-
fecção aqueles a base de quaternário de amônia ou 
hipoclorito de sódio (CDC, 2020c).
42. Utilizar apenas insumos descartáveis (exemplo: lu-
vas, toalhas de limpeza, etc) (Coccolini et al., 2020).
43. Higienizar as mãos imediatamente antes e após a 
colocação ou retirada do EPI com produto alcoóli-
co ou água e sabão (CDC, 2020c).
44. Trocar todo o circuito, filtros, cal sodada e proce-
der à desinfecção do aparelho de anestesia, bem 
como do canister de cal sodada, após cada cirurgia 
de paciente confirmado ou suspeita de COVID-19 
(Peng et al., 2020).
45. Manusear todos os têxteis (lençóis, campos cirúrgi-
cos) utilizando EPI e não os colocar em superfícies 
ou pisos, mas sim diretamente dentro do hamper 
(Coccolini et al., 2020)
46. Durante o processo de limpeza, manter a pressão 
negativa na antessala da Sala Cirúrgica ou na Sala 
de Procedimento. 
47. Prever uma hora entre um procedimento e outro 
para a transferência do paciente, realização da 
limpeza e descontaminação de todas as superfí-
cies, telas, teclado, cabos, monitores e aparelho de 
anestesia (Ti et al., 2020; COVED).
48. Atenção especial na retirada do EPI, pelo risco de 
contaminação do profissional.
49. Descartar todo o EPI no lixo infectante em saco 
vermelho, preferencialmente duplo (ABES, 2020).
50. Desprezar todos os itens descartáveis não utilizados 
que permaneceram na bandeja de medicamentos, 
carro de vias aéreas e dentro da sala durante o pro-
cedimento, pois devem ser considerados contami-
nados (Ti et al., 2020; Coccolini et al., 2020).
Processamento de produtos para saú-
de utilizados no atendimento ao pa-
ciente com suspeita ou infecção confir-
mada pelo Coronavírus
Pré-limpeza 
51. Acomodar materiais que tenham entrado em contato 
com vias aéreas ou com risco de contaminação pelo 
Coronavírus, em embalagem plástica fechada herme-
ticamente, a fim de garantir o transporte seguro do 
material potencialmente contaminado (COVED, 2020).
SOBECC com Você12
INFORMATIVO COVID-19
52. Realizar a higienização interna e externa da embala-
gem de transporte, conforme protocolo institucional. 
53. O profissional deverá utilizar EPI apropriado para 
minimizar o risco de contaminação (touca, avental 
impermeável ou capote, óculos ou protetor facial, 
respirador ou máscara N95, luvas que cubram o pu-
nho do avental, sapatos fechados e impermeáveis 
que permitam desinfecção).
Limpeza
54. Recomenda-se que a área de recepção e limpeza 
disponha de pressão negativa, conforme preconi-
zado em normativa (Brasil, 2012).
55. Na área de recepção e limpeza, os profissionais de 
Centro de Material e Esterilização devem utilizar os 
EPI recomendados em normativa (Brasil, 2012). Su-
gere-se o uso da máscara N95 somente em casos 
de limpeza manual com potencial para aerossoliza-
ção apenas para o profissional que está realizando 
esse procedimento, como, por exemplo, em caso 
de limpeza manual com o uso escovas (COVED; 
Wax, Christian, 2020).
56. Ressalta-se que o profissional deve atentar-se à se-
quência de retirada correta do EPI e à higienização das 
mãos, uma vez que há risco de autocontaminação.
57. Evitar métodos de limpeza que causem aerossoli-
zação de partículas, tais como Steamer e pistolas de 
ar comprimido.
58. Caso seja necessário realizar limpeza manual com 
escovas e artefatos, priorizar a fricção com o mate-
rial submerso para evitar a disseminação de aeros-
sóis no ambiente.
59. Sempre que possível, optar por métodos automa-
tizados de limpeza (utilizar, preferencialmente, a 
termodesinfetadora para reduzir riscos a saúde dos 
profissionais no manuseio de materiais potencial-
mente contaminados com Coronavírus).
60. A limpeza deverá ser realizada com rigor, a fim de 
garantir máxima redução de carga microbiana e 
assegurar um processamento seguro.
Desinfecção
61. Utilizar preferencialmente métodos automatizados 
de desinfecção de dispositivos que permitam o 
adequado monitoramento do processo.
62. A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações 
da instituição e da RDC 15 (Brasil, 2012).
Esterilização
63. Proceder os métodos usuais de esterilização de 
produtos para saúde considerados críticos.
64. A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações 
da instituição e da RDC 15 (Brasil, 2012).
Tratamento dos resíduos
O novo coronavírus pode ser enquadrado como agente 
biológico classe de risco 3, seguindo a Classificação de 
Risco dos Agentes Biológicos, publicada em 2017 pelo 
Ministério da Saúde, sendo sua transmissão de alto risco 
individual e moderado risco para a comunidade. Portanto, 
todos os resíduos provenientes da assistência a pacientes 
suspeitos ou confirmados de infecção por esse espécime 
devem ser enquadrados na Grupo A (subgrupo A1), con-
forme Resolução RDC/ANVISA n0 222, de 28 de março de 
2018 (Brasil, 2018).
Os resíduos devem ser acondicionados em saco vermelho, 
preferencialmente duplo, para maior segurança (até o final 
da pandemia); devem ser substituídos quando atingirem 
2/3 de sua capacidade e fechados com lacre ou nó duplo 
(ABES, 2020). Os sacos devem estar contidos em recipien-
tes de material lavável, resistente à punctura, ruptura, vaza-
mento e tombamento, com tampa provida de sistema de 
abertura sem contato manual, com cantos arredondados. 
Estes resíduos devem ser tratados antes da disposição final 
ambientalmente adequada (Brasil, 2018).
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10.1056/NEJMc2001737.
Informações sobre os Autores:
Aldenir Fresca: Enfermeira Coordenadora do Centro de 
Endoscopia Leonardo da Vinci - CE.
Andrea Alfaya Acunã: Gerente de Enfermagem do Centro 
Cirúrgico e CME do Hospital Sírio Libanês-SP. 
Claudia Moraes: Enfermeira Chefe dos Setores de Endos-
copia, Radiologia e Métodos Gráficos do HU-USP.
Elaine Aparecida Job Neves: Enfermeira Coordenadora do 
Centro de Endoscopia do HAOC-SP.
Fernanda Torquato S. Bucione: Gerente de Enfermagem 
do Bloco Operatório do HAOC-SP.
Giovana Abrahão de Araújo Moriya: Presidente da SOBECC, 
Supervisora do Centro Cirúrgico do Sabará Hosp. Infantil-SP.
Juliana Rizzo Gnatta: PHD, Professora Contratada da Es-
cola de Enfermagem da USP.
Leandro Lopes Miranda: Enfermeiro Sênior do CME do 
Hospital da Beneficência Portuguesa - SP.
Lucia Helena Lourenço: Enfermeira Especialista em Edu-
cação Profissional na Colibri Consultoria -SP.
Marcia Cristina de Oliveira Pereira: Gerente de Enferma-
gem do Bloco Operatório do Hosp. da Beneficência Por-
tuguesa -SP.
Marcia Hitomi Takeiti: Enfermeira Chefe da SPECME do 
InCOR do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Regiane Faria Machado: Enfermeira Chefe do Centro Ci-
rúrgico do Hospital Universitário da USP.
Rafael Bianconi: Enfermeiro Sênior do Centro Cirúrgico do 
Hospital Albert Einstein-SP.
Rita Catalina Aquino Caregnato: PHD, Professora Adjunta 
da UFCSPA.
Simone Batista Neto: Enfermeira Coordenadora Técnica 
da SOBECC.
Sirlene Aparecida Negri Glasenapp: Enfermeira Gerente 
Comercial da SOBECC.
Vanessa de Brito Poveda: PHD, Professora Associada da 
Escola de Enfermagem da USP.
Wagner Aguiar Junior: Enfermeiro Assistencial do Hospital 
Universitário da USP.
SOBECC com Você 15SOBECC com Você 15
GIRO DE NOTÍCIAS
Equipe de voluntários para a montagem das máscaras “Faceshields”
Rede do bem SOBECC
Com o sancionamento da RDC nº 356, que dispõe sobre os requisitos temporários para fabricação 
de equipamentos de proteção individual (EPI), foi lançada a Campanha “Heroínas em Ação” pela 
presidente da SOBECC Giovana Moriya e a Enfermeira Renata Pietro, presidente do Coren-SP nos 
canais digitais, com o objetivo de solicitar a ajuda de parceiros para doações de embalagens. Con-
tamos com colaboração das empresas CNPH, VENKURI E HARTMANN.Diversos hospitais se uniram 
e se empenharam nas doações: Hospital Beneficência Portuguesa, Hospital Sírio Libanês, Hospital 
do Servidor Público Municipal, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Vila Nova Star. Não po-
demos deixar de mencionar a Enfermeira Lia Gerônimo, 
que também realizou doação importante para confecção 
das máscaras. Todos unidos na rede do bem, contamos 
com atuação de costureiras voluntárias para confecção 
de máscaras, como a família de Maria Elizabeth Jorgetti e 
Claudia Martins Stival, ateliês de costura; Enf. Andréa Cou-
to e Escola de Samba da Vila Maria.
Com esta ação, mais de 100 mil máscaras cirúrgicas foram 
doadas e instituições beneficiadas pela rede do bem. Além 
disso, a SOBECC prestou Consultoria técnica para fabrica-
ção das máscaras cirúrgicas para as seguintes instituições: 
Secretaria da Saúde Municipal de SP; Hospital Adventista 
em Belém do Pará; Hospital do Idoso no Paraná; Hospital 
de Umuarama e Santa Casa do Bom Despacho.
SOBECC com Você16
Família de Cláudia Martins Stival unidos na confecção de máscaras cirúrgicas.
GIRO DE NOTÍCIAS
Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
(Poli-USP) durante entrevista com a CNN.
Professor e aluno da Escola Politécnica da Universidade de 
São Paulo (Poli-USP).
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está trabalhan-
do junto à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
(Poli-USP) para o recebimento de respiradores pulmonares 
que estão passando pelo trabalho de manutenção e cali-
bração. Toda a estrutura necessária para a manutenção e 
calibração dos equipamentos no IPT foi montada por meio 
de doações e empréstimos de entidades. O Fundo Patri-
monial Amigos da Poli, associação que visa captar doações 
e aplicar os recursos oriundos desta captação em projetos 
da Poli-USP, investiu R$ 50 mil. A SOBECC viabilizou a es-
terilização dos circuitos respiratórios dos ventiladores pul-
monares pelo o empréstimo de uma autoclave de bancada 
de 54L (Vitale Class Cristófoli).
SOBECC com Você 17
Sala de reunião SOBECC transformada em linha de produção para a montagem das máscaras Faceshields pelo grupo de voluntários. 
GIRO DE NOTÍCIAS
Embalando as máscaras cirúrgicas confeccionadas.Família de Maria Elizabeth Jorgetti na produção de máscaras 
curúrgicas.
SOBECC com Você18
GIRO DE NOTÍCIAS
Embalagem SMS 
cirúrgico na produção 
de máscaras de 
proteção
O Centro Cirúrgico do Hospital Municipal do Idoso Zilda 
Arns procurou identificar maneiras de utilizar as mantas de 
SMS (Spunbond – Meltblown – Spunbond) de gramatura 
40g/m2, para a produção de máscaras de proteção, man-
tas provindas do CME, sobressalentes à utilização do setor. 
Essas mantas são também conhecidas como TNT (Tecido 
– Não – Tecido) e manta de polipropileno.
Em parceria com a SOBECC, foi identificada a possibilida-
de de utilizar as mantas SMS em saldo do CME, como já 
feita em um projeto social desenvolvido pela Associação 
(projeto Heroínas em Ação), as máscaras são confeccio-
nadas com a embalagem SMS cirúrgico e de acordo com a 
RESOLUÇÃO - RDC Nº 356/379, de 23 de março de 2020.
Com o objetivo definido pela equipe do Centro Cirúrgi-
co, em conformidade com os documentos aqui citados e 
instruções detalhadas que assegurem o uso das máscaras 
com o material já relatado, iniciou-se a produção.
[VOCÊ ESTÁ RECEBENDO UMA MÁSCARA DESCARTÁVEL DE PROTEÇÃO]
As mantas de SMS foram destinadas a 
essa produção pelo Centro Cirúrgico. 
Nos momentos em que o período da 
tarde não tinha cirurgias de Urgência/
Emergência e o Time Resposta Rápida 
não estava em atendimento, as cola-
boradoras se doaram completamente 
ao projeto, visando a contribuição 
junto à instituição. As colaboradoras 
dedicaram tempo para criar, com suas 
habilidades de corte, costura e dobrar 
as máscaras. Elas doaram linhas e mui-
ta boa vontade. Buscaram até mesmo 
o clipe nasal constituído de um mate-
rial articulável, para que a confecção 
não fosse fora dos padrões estipulados 
em normas.
Máscaras SMS do Hospital do Idoso Zilda Arns prontas para distribuição com 
folder explicativo da matéria prima utilizada na confecção.
SOBECC com Você 19
GIRO DE NOTÍCIAS
Curiosidade:
A embalagem de SMS (Spunbonded – Mel-
tblown – Spunboded) é composta por três 
camadas. É uma embalagem descartável de 
estrutura plana, flexível e porosa, constituída 
de manta de fibras e filamentos, dispostos di-
recionalmente ou ao acaso, consolidados por 
processos mecânicos, químicos, térmicos ou 
por uma combinação deles. O Spunbonded 
confere a resistência mecânica, enquanto o 
Meltblown confere a barreira microbiana. É 
uma eficaz barreira microbiana e repelente a 
líquidos (SOBECC; 2013).
Equipe de enfermeiras do CME do Hospital do Idoso Zilda Arns durante a confecção das máscaras SMS.
SOBECC com Você20
O Bloco cirúrgico e a 
COVID-19: o que mudou?
Especialistas de seis Estados explicam as profun-
das alterações que a pandemia impôs ao cotidiano 
dos Profissionais de Enfermagem.
ESPECIAL
SOBECC com Você 21
ESPECIAL
F
im de 2019. Um RNA vírus pertencente à família Coronaviridae acomete 
indivíduos com uma grave pneumonia batizada pela comunidade interna-
cional de Coronavírus Disease 2019 (COVID-19). Com transmissibilidade, 
infectividade e morbimortabilidade ainda não bem descritos, a infecção 
passa a apresentar desde a sintomatologia semelhante a um resfriado comum, 
até a de uma severa pneumonia viral. Nações da Ásia, Europa e, em seguida, 
América começam a registrar casos. Por apresentar transmissão pelas vias res-
piratórias por meio de inalação de gotículas e aerossóis eliminados na tosse ou 
em espirros, a doença se espalha de maneira rápida e fugaz. Os sistemas de 
saúde começam a se sobrecarregar. Aeroportos são fechados e apenas servi-
ços essenciais são permitidos. Iniciam-se o isolamento social e as práticas de 
home-office.
A SOBECC com Você entrevistou Enfermeiros que estão na linha de frente no 
combate ao COVID-19 nos Estados de Manaus (AM) e Belém (PA), Goiânia (GO), 
São Paulo (SP), Juiz de Fora (MG), Porto Alegre (RS), para entender quais foram as 
primeiras medidas e o que mudou no trabalho dos Profissionais de Enfermagem 
no bloco operatório.
A chegada da Covid-19
“A chegada da pandemia trouxe bastante preocupação, pois não tínhamos co-
nhecimento, naquele momento, de como estava ocorrendo a disseminação em 
nosso Estado e na nossa cidade”, conta a Luciana Lima, de Porto Alegre (RS), 
Enfermeira atuante no Hospital das Clínicas. Luciana detalha que as reuniões 
preparatórias para a pandemia ocorrem desde janeiro, segundo ordens da di-
retoria do Hospital. “Foi instituído um grupo de trabalho multiprofissional para 
definir as medidas e elaborar um plano de contingência”. Segundo a Enfermeira, 
o primeiro paciente confirmado com COVID-19 no Rio Grande do Sul foi em 
09 de março e, no dia seguinte, o primeiro caso em Porto Alegre. A primeira 
internação ocorreu no dia 16 de março.
Luciana Lima ainda reforça que as primeiras sensações que todos tiveram foram de 
medo da contaminação e incerteza quanto ao futuro. “Mudanças na rotina diária no 
domicílio e no trabalho, além da restrição de circulação imposta pelo isolamento 
social geraram muitas angústias. É sempre necessário planejar”, ressalta, deixando 
claro que – com o passar dos dias – tem notado uma crescente calmaria, devido 
aos estudos sobre contaminação e a fisiopatologia da doença.
SOBECC com Você22
ESPECIAL
A Enfermeira Aline Rodrigues Queiroz Pinheiros, atua no 
Hospital das Clínicas de Goiás (GO) e conta que com o 
surgimento dos primeiros casos de COVID-19 no Estado, 
o HC, por ser referência de assistência de serviços de saú-
de de alta complexidade, preocupou-se em reestruturar 
seu atendimento para o enfrentamento do Coronavírus. 
“A pandemia se revelou como uma emergência de saúde 
pública levando todos a buscarem medidas protetivas e 
condutas voltadas para o atendimento aos casos suspeitos 
e confirmados da doença”, explica aEnfermeira.
Aline Queiroz também destaca a preocupação inicial: “Por 
se tratar de uma doença com alta transmissibilidade e rápida 
expansão por diversos países, a preocupação foi inevitável”.
Em Manaus (AM), havia um certo preparo, de acordo com 
a Enfermeira Renata Pinho de Souza, Coordenadora do 
Centro Cirúrgico do Hospital e Pronto Socorro 28 de 
Agosto. Segundo ela, havia uma estrutura organizada e 
preparada para, pelo menos, no início. “Quando come-
çaram os casos de COVID-19 no hospital, tínhamos base 
para iniciar o enfrentamento. Somos o maior pronto-so-
corro da Região Norte, com seis salas no bloco cirúrgico 
e uma sala de recuperação anestésica com sete leitos”, 
explica, detalhando que, mesmo com a capacidade de 
dar suporte para nove especialidades diferentes, o hos-
pital não estava preparado para o crescimento tão rápido 
no número de casos.
Francismeire Moreira Siqueira, Enfermeira Perioperatória 
e gerente do setor no Hospital Universitário da Universi-
dade Federal de Juiz de Fora (MG), explica que, por fazer 
parte de um hospital escola, foi necessária avaliação de 
uma realidade instalada no mundo, ainda sem publicações 
disponíveis, para realizar a programação cirúrgica. “Inicia-
mos com uma pergunta bem simples: e se um paciente 
com COVID-19 precisar de cirurgia, como devemos atuar? 
Todos entraram em um estado de tensão, houve grande 
desgaste emocional da equipe”, conta.
A Enfermeira Eliane da Costa Lobato da Silva, de Belém 
(PA), conta sua experiência com a chegada da pandemia: 
“Não estávamos totalmente preparados. Tivemos que ade-
quar os EPI’s, fluxos de marcação de cirurgia e protocolo 
de limpeza”, comenta, esclarecendo que as primeiras im-
pressões que notou no Centro Cirúrgico foram os medos 
dos profissionais de contraírem a doença, do afastamento 
e da sobrecarga de trabalho.
Izabel Kazue Damas Crisol Iamaguti, Coordenadora de 
Enfermagem Centro Cirúrgico e Centro de Material e 
Esterilização do Hospital Municipal Vila Santa Catarina, 
Administrado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasi-
leira Albert Einstein – São Paulo, observa que a pandemia 
veio para nos mostrar e nos ensinar o real significado do 
conceito “antifrágil”, no qual aprender e crescer diante de 
um cenário desafiador é vital e necessário.
Izabel também lista os principais desafios na estrutura 
hospitalar, em especial no bloco operatório, com o surgi-
mento dos primeiros casos da COVID-19 ainda na China:
• Busca constante de conhecimento para possibilitar 
a realização das melhores práticas baseadas em 
evidências científicas;
• Organização de maneiras efetivas de comunicação 
– surgimento do “novo normal”, no qual a telecon-
ferência se tornou fundamental para o alinhamento 
dinâmico de informações de maneira segura;
• Treinamento e acolhimento da equipe multidisci-
plinar relacionados à segurança ocupacional e ao 
atendimento do paciente;
• Estratégias para garantir a segurança psicológica e 
performance da equipe;
• Delineamento de fluxos, protocolos e rotinas assis-
tenciais específicas para o atendimento de casos de 
COVID-19;
• Garantia de fluxos seguros e independentes para 
pacientes livres da COVID-19;
• Transformação de parte da estrutura cirúrgica em 
leitos de UTI;
• Organização de recursos humanos, materiais, fluxos 
e processos de maneira dinâmica para a segurança 
da assistência prestada.
Abordagens
Conscientes do problema, todo o ecossistema dedicado à 
saúde passou a perseguir soluções viáveis. Cada hospital 
dedicou-se a uma abordagem específica, mas sempre 
com foco na absorção do crescente número de pacientes 
que chegavam dia após dia.
O Hospital das Clínicas de Goiás (GO), nos conta Aline 
Queiroz, rapidamente passou por um processo de reestru-
turação que contemplava: suspensão de algumas atividades 
de ensino e pesquisa, mudança de atividades assistenciais, 
suspensão de consultas eletivas (exceto especialidades 
como cardiologia, oncologia e pré-natais). “Quanto às ativi-
dades do Centro Cirúrgico, tivemos a suspensão de todas as 
SOBECC com Você 23
ESPECIAL
cirurgias eletivas. Mantivemos as de urgência e emergência, 
de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, 
com o intuito de minimizar a exposição a risco dos pacien-
tes”, diz Aline, salientando que houve mudanças nos fluxos 
de atendimento dentro do hospital e o estabelecimento de 
diretrizes para o enfrentamento da pandemia. Investiu-se 
em treinamentos e capacitação de todos os colaboradores, 
desde equipes médicas, de Enfermagem e até de serviço de 
higienização. “Especificamente no bloco cirúrgico, criamos 
o Procedimento Operacional Padrão (POP) de Assistência a 
Pacientes com Suspeita ou Infecção Confirmada pela CO-
VID-19, com objetivo de padronizar os procedimentos de 
cuidados, prevenção e controle”, diz Aline.
No POP criado, foram abordados temas como precauções 
e EPI recomendados; Orientações gerais quanto à orga-
nização do atendimento; Preparo, desmontagem e lim-
peza da sala cirúrgica; Transporte do paciente; Cuidados 
no intraoperatório; Cuidados com exames laboratoriais e 
anatomopatológicos, além de Cuidados na paramentação 
e desparamentação.
“Criamos checklists de paramentação e de insumos instru-
mentais. Além do POP, a equipe de Enfermagem, os residen-
tes, médicos e, em especial, os anestesiologistas, estão pas-
sando por um intensivo e constante treinamento”, concluiu.
Em Porto Alegre (RS), a abordagem inicial do Hospital das 
Clínicas foi bastante significativa na rotina dos pacientes, 
familiares e profissionais. Luciana Lima conta que foram 
restringidas as visitas e o número de acompanhantes dos 
pacientes; o tempo para realização de rounds foi reduzido; 
houve fechamento de áreas de recreação para pacientes; 
o refeitório foi reorganizado respeitando o distanciamen-
to; restringiu-se o número de passageiros nos elevadores e 
foram adotadas jornadas de trabalho remotas para profis-
sionais de áreas não essenciais, entre outras medidas. “Fo-
ram aplicadas, também, medidas em relação ao plano de 
contingência, conforme o número de pacientes internados 
confirmados com COVID-19. Todas as medidas estão de 
acordo com as recomendações da OMS e do Ministério da 
Saúde”, diz Luciana.
No caso de Juiz de Fora (MG), a Enfermeira Francismeire 
conta que a solicitação para EPI foi instantânea. “Também 
foram desenvolvidos POP; Optamos por suspender cirur-
gias eletivas – o que causou enorme prejuízo ao ensino, 
frustração aos estudantes por sermos um hospital escola – 
e também acabamos aumentando a fila de espera cirúrgica 
do SUS”.
Francismeire explica que a cirurgia eletiva foi revista sobre 
vários aspectos, tais como em relação aos riscos de com-
plicações aos pacientes, aos riscos que os profissionais se 
exporiam e aos recursos disponíveis no HU. “Priorizamos 
as cirurgias de urgência e emergência, no intuito de não 
ocupar leitos que poderiam ser necessários aos pacientes 
com infecção respiratória”, detalha.
Já no caso de Belém, Eliane relata que foi essencial realizar 
capacitações diárias com simulações para sensibilizar a 
importância da prevenção.
Resultados
Enquanto a curva de contágio e óbitos ainda não atingiu 
o seu pico nacionalmente, as regiões têm diferentes re-
sultados. Até o final desta reportagem, o estado do Ama-
zonas encontrava-se na 4ª posição no ranking de casos 
confirmados, com 33.508 infectados e 6ª posição em 
número de mortes, com 1.891 óbitos. O Rio Grande do Sul, 
com seus pouco mais de 7 mil infectados e 209 mortos 
ocupa, respectivamente, a 14ª e 16ª posições. Já o Estado 
de Goiás está em 22º lugar em ambos os quesitos. Para 
Luciana Lima, a posição do Rio Grande do Sul até pode-
ria ser considerada um pouco mais confortável devido às 
medidas de distanciamento e isolamento social. Já para 
Aline Queiroz, os resultados do hospital onde trabalha, 
especificamente, têm sido muito positivos e animadores 
até o momento. Houve grande adesão ao POP e ao trei-
namento por todas as áreas essenciais. “Tenho percebidomaior segurança por parte dos colaboradores e isso reflete 
na qualidade da assistência a pacientes dentro do Centro 
Cirúrgico”, diz Aline.
Os resultados positivos, para Francismeire Siqueira, foram 
extremamente gratificantes devido ao preparo e ao plane-
jamento, no Hospital Universitário. “Quando programáva-
mos as cirurgias dos pacientes suspeitos ou confirmados, 
as ações foram sistematizadas, sincronizadas e acontece-
ram conforme havia sido estabelecido, desde o transporte 
do paciente ao Bloco Cirúrgico – que demanda exclu-
sividade de trânsito – ao seu retorno para a unidade de 
origem”, explica, detalhando o desempenho do Hospital 
Universitário de Juiz de Fora (MG).
Mudanças
Muita coisa mudará mundialmente na Enfermagem a par-
tir da COVID-19. As rotinas foram revistas, foram criados 
protocolos e fluxos de atendimento que passaram a ser 
aplicados de maneira ainda mais rigorosa para oferecer 
qualidade e segurança assistencial e para os profissionais. 
Luciana Lima acredita que a maior herança desta pande-
mia será a valorização dos profissionais de saúde, princi-
palmente os de Enfermagem que se encontram na linha 
SOBECC com Você24
ESPECIAL
de frente no atendimento aos pacientes. ”A OMS definiu 
2020 como o Ano da Enfermagem e a Campanha Nursing 
Now convoca a comunidade profissional e a sociedade 
para agregar ainda mais valor à nossa profissão”. Luciana 
Lima, lembra que a Enfermagem está sendo a protagonista 
no cuidado e, diante da pandemia, há uma grande oportu-
nidade de empoderamento dos profissionais.
“É essencial que todos os Profissionais de Enfermagem 
mantenham a Fé e a Esperança, pois venceremos esta 
batalha! Mantenham-se conectados àquilo em que acre-
ditam e façam o seu melhor! Permitam-se às emoções, 
compartilhem seus anseios e busquem fazer coisas que 
tragam prazer e conforto”, aconselha a Enfermeira por-
to-alegrense. Luciana deixa claro que é importante valo-
rizar cada ação e também o ato de cuidar, seja ouvindo 
as queixas dos pacientes, seja administrando a medicação, 
realizando banho de leito, instrumentando uma cirurgia 
ou realizando a documentação da assistência. “Advogue 
pelo paciente, por você e por todos que ama. Proteja-se e 
proteja a todos!”, conclui.
Aline Queiroz reforça que o grande marco para a Enferma-
gem será a mudança cultural e comportamental diante da 
conscientização da necessidade de higiene, paramentação 
correta e higienização das mãos. “Sempre procuro reforçar 
com a minha equipe, pois é nítido o quanto eles têm se 
preocupado com a autoproteção. Essa deveria ser uma 
preocupação inerente à nossa profissão, mas, infelizmen-
te, às vezes é subestimada ou até negligenciada”. Por isso, 
Aline é enfática ao aconselhar: “Protejam-se para que pos-
sam cuidar! Precisamos primeiro garantir a integridade da 
nossa saúde e, então, estarmos prontos para garantirmos 
a saúde do próximo!”. A Enfermeira salienta que não há 
que temer quando as medidas de precaução estão sendo 
cumpridas, pois atrás de cada um destes super-heróis há 
mães, pais, filhos, esposas, em suma, há o amor de alguém 
à espera do retorno.
Eliane Lobato, de Belém do Pará (PA), afirma que as mu-
danças ocorrerão nos relacionamentos interprofissionais 
que ficarão mais intensos e fortalecidos. “Os profissionais 
irão buscar mais conhecimento, cursos e outras modalida-
des de especializações”, argumenta.
Empoderamento e capacidades
Luciana Lima reflete que a pandemia está proporcio-
nando ganho de conhecimento, troca de experiências 
e muitas reflexões sobre a Enfermagem e a vida. “Es-
tamos reinventando o nosso modo de fazer e agir, 
com auxílio da tecnologia, abrindo, assim, espaço para 
novas frentes de atuação. Está sendo escrito um novo 
capítulo na história da humanidade, de onde sairemos 
mais qualificados, evoluídos, maiores e melhores”, ava-
lia. Aline Queiroz também concorda que o Profissional 
de Enfermagem está se fortalecendo ante à mudança 
comportamental global e que essa é mais uma grande 
oportunidade para mostrar à comunidade a importância 
da assistência prestada pelos Enfermeiros.
Francismeire Siqueira é afirmativa ao dizer que resultados 
como a completa ausência da disseminação da COVID-19 
entre os profissionais participantes do perioperatório do 
Hospital Universitário é fruto de uma equipe de Enferma-
gem perioperatória atuante dentro do contexto do Bloco 
Cirúrgico, com membros imprescindíveis em um time 
multidisciplinar. Para ela, o empoderamento e o potencial 
da Enfermagem Perioperatória ficam evidenciados em si-
tuações críticas como esta.
Todas concordam que a paramentação e a desparamen-
tação para atendimento de pacientes com suspeita e 
confirmação de COVID-19 é uma capacitação imprescin-
dível no bloco cirúrgico. Por isso, profissionais de todo 
o País – Enfermeiros, Médicos Residentes e Médicos 
Contratados – estão sendo treinados nesta e em outras 
competências essenciais. 
O novo normal
O que Luciana, Aline, Renata, Eliane, Isabel e Francismei-
re vivenciaram e vivenciam é um novo mundo, completa-
mente mais transformado, mais unido. A partir de agora, o 
mundo se encontra unificado, pronto para novos desafios 
e mais atento a detalhes que, antes, passavam desaperce-
bidos. Nunca na história, o profissional de Enfermagem foi 
tão valorizado quanto nesse bicentenário do nascimento 
de Florence Nightingale.
A Enfermeira Luciana lembra de um paciente na sala de 
recuperação pós-anestésica que chegou chorando muito. 
“Perguntei a ele se sentia dor. Ele me olhou e disse, emo-
cionado, que chorava de felicidade, que estava satisfeito 
com nossa atenção e julgava nosso trabalho muito impor-
tante. Ele frisou que eu era uma heroína. Respondi a ele 
que todos, inclusive ele, somos heróis”, conta satisfeita.
SOBECC com Você 25
Enfa. Erica Chagas, detalha a velocidade com que o 
órgão respondeu à pandemia.
Coren-SP na luta contra a COVID-19
A 
batalha contra o Coronavírus está ocorrendo 
neste momento, em cada hospital, cada leito e 
cada centro cirúrgico. Erica Chagas, conselheira 
do Coren-SP (2018/2020), detalhou com, exclu-
sividade, os esforços do órgão no combate à pandemia.
SOBECC com Você: Como o Coren-SP recebeu o 
início da pandemia? Estávamos preparados?
Erica Chagas: O início da pandemia nos deixou em 
alerta para entender qual seria o real cenário no Esta-
do de São Paulo e com o poderíamos trabalhar pelos 
nossos profissionais, considerando as decisões dos 
governantes. Prontamente, foi instituído um Comitê de 
Crise dentro do Conselho para deliberar sobre as ativi-
dades finalísticas e sobre o interesse dos Profissionais 
de Enfermagem.
SOBECC com Você: Quais foram as primeiras im-
pressões?
Erica Chagas: As primeiras impressões foram que os Pro-
fissionais de Enfermagem estavam buscando por orien-
tações e direcionamentos de como atuar nesse cenário. 
Assim como todos da sociedade, tínhamos muita dúvida 
sobre o comportamento do vírus e qual o real risco que 
corríamos em nossa atuação diária. Para prontamente 
atender a essa demanda, alinhamos os nossos canais de 
comunicação para sanar as dúvidas dos profissionais, com 
uma página só com assuntos e materiais oficiais sobre a 
COVID-19, maratona via Youtube com assuntos de apri-
moramento profissional a respeito da pandemia por meio 
do “Coren-SP sem fronteiras” e outras medidas.
SOBECC com Você: Conte-nos quais foram as 
abordagens e atitudes à medida em que as semanas 
se passavam e o problema se agravava. 
Erica Chagas: As ações do Coren-SP se mantiveram no 
decorrer da pandemia. Claro que a situação de todo o sis-
tema de saúde mudou drástica e rapidamente, mas todo o 
Enfa. Erica Chagas durante apresentação em evento do Coren-SP
SOBECC com Você 25
ENTREVISTA
SOBECC com Você26
ENTREVISTA
trabalho do Coren-SP foi planejado para acompanhar as 
demandas dos profissionais. As inspeções de fiscalização 
continuam sendo realizadas em todo o Estado, bem como 
estão disponíveis todos os canais do Conselho para conta-
to e recebimento de denúncias.SOBECC com Você: Fale-nos mais a respeito das de-
núncias e inspeções de fiscalização. O que ocorreu? 
Erica Chagas: De 1º de março até 30 de abril, foram rece-
bidas mais de 1.500 denúncias, sendo cerca de 900 delas 
sobre a falta de EPI. As inspeções de fiscalização e as de-
núncias foram o mote do lançamento de uma sondagem 
realizada em abril com a enfermagem de todo o Estado, da 
qual participaram mais de 5 mil profissionais. Dentre esses 
dados, constatou-se que mais da metade dos participantes 
não contavam com EPI em seus locais de 
trabalho. A fiscalização atua para notificar 
as instituições a corrigir essa situação, 
bem como o quantitativo inadequado de 
profissionais nas unidades de saúde. Todas 
as denúncias são averiguadas, com possi-
bilidade de notificação às instituições para 
adequação e encaminhamento ao Minis-
tério Público do Trabalho.
SOBECC com Você: Tudo é novidade 
no tema. Como o Coren-SP se pron-
tificou para atender à crescente ne-
cessidade de informação? 
Erica Chagas: O Coren-SP lançou um 
chat, disponível na página inicial de seu 
site (www.coren-sp.gov.br), de aten-
dimento exclusivo para dúvidas sobre 
a COVID-19. Essa ferramenta é conduzida por fiscais do 
conselho e, em pouco mais de um mês, já realizou mais de 
10 mil atendimentos.
SOBECC com Você: E em relação aos EPI, como 
está atuando o Coren-SP? 
Erica Chagas: Em relação aos EPI, o Coren-SP, a partir 
de um envio do Conselho Federal de Enfermagem (CO-
FEn), vem realizando a distribuição gratuita de máscaras 
N95 para os Profissionais de Enfermagem de instituições 
públicas, com atendimento referenciado de COVID-19, 
focando em UTI e Pronto Socorro. A fiscalização realiza a 
inspeção e a conferência e, se constatada a falta de EPI, os 
fiscais fazem a entrega.
SOBECC com Você: Como o Coren-SP vem atuan-
do com órgãos públicos no combate à COVID-19?
Erica Chagas: Apresentamos demandas à Assembleia Le-
gislativa do Estado de São Paulo (ALESP). A deputada Analice 
Fernandes (PSDB), que é Enfermeira, propôs quatro emen-
das ao Projeto de Lei 174/2020, que autoriza a transferência 
à Conta Única do Tesouro Estadual de saldos positivos de 
fundos especiais de despesa, no enfrentamento à pandemia 
da COVID-19. Dentre as emendas, estão: a possibilidade 
de compra de insumos que melhorem a segurança das 
instalações de saúde; a aquisição de EPI hospitalares, para 
servidores públicos do Estado que atuem diretamente nas 
ações de combate à pandemia; a contratação, por tempo 
determinado, de profissionais que sejam necessários ao 
combate à COVID-19 e as transferências voluntárias de re-
cursos aos municípios e entidades filantrópicas do Estado, 
para utilização no combate à pandemia.
SOBECC com Você: Como o Profis-
sional de Enfermagem pode sair for-
talecido desta pandemia?
Erica Chagas: A Organização Mundial 
da Saúde (OMS) definiu 2020 como 
o Ano da Enfermagem, de maneira a 
favorecer e enaltecer a profissão, que 
encabeça a linha de frente dos cuidados 
na assistência. Dentro dessa iniciativa, 
surge a campanha Nursing Now, que 
tem como embaixadora Kate Middleton, 
a Duquesa de Cambridge. É curioso que 
neste momento de pandemia a Enfer-
magem seja realmente reconhecida 
mundialmente pelo seu trabalho e sua 
relevância. Então, as mudanças para a 
profissão devem vir, na verdade, com a 
percepção da sociedade. É gratificante sermos aplaudidos 
nas janelas, recebermos a solidariedade de celebridades, 
mas é mais importante, ainda, que a população mantenha 
esse olhar atento e acolhedor sobre a profissão, também 
após a pandemia.
SOBECC com Você: Como o Coren-SP pode, no dia 
a dia, apoiar o Profissional de Enfermagem no to-
cante à pandemia?
Erica Chagas: O profissional pode contar com o Coren-SP 
nas ações que favoreçam sua segurança, o aprimoramento 
de seus conhecimentos, o incentivo à saúde mental, o com-
bate à violência, a luta por todas as conquistas que comenta-
mos aqui. É essencial que o Profissional de Enfermagem veja 
o Coren-SP como um parceiro que caminha lado a lado, pois 
o Conselho também é gerido pela própria enfermagem. Ou 
seja, é a enfermagem cuidando da enfermagem.
Cada uma dessas 
pessoas tem família, 
tem uma história, 
tem uma vida que 
está sendo posta num 
turbilhão. Somos 
seres humanos, não 
super-heróis
Erica Chagas
SOBECC com Você 27
ENTREVISTA
Formada pela Faculdade de Medicina do ABC em 2002, 
é Especialista em Cuidados Críticos e Gerontologia 
Sanitária. Mestre em Ensino em Ciências da Saúde. 
Docente do Centro Universitário de Saúde do ABC, 
onde atua na graduação, pós-graduação e residência 
multiprofissional. Antes da docência, atuou na Terapia 
Intensiva e na Emergência. Em paralelo, é Personal 
e Profissional Coaching pela Sociedade Brasileira 
de Coaching e MBA Gestão de Negócios pela USP. É 
Conselheira do Coren-SP (2018/2020), responsável 
pela criação e coordenação dos projetos “Cuidando 
de Quem Cuida”, “Coren-SP Sem Fronteiras” e pela 
implantação do programa de compliance no Conselho.
Enfa. Erica Chagas Araujo
SOBECC com Você: E, por outro lado, o que o Pro-
fissional de Enfermagem pode fazer, neste momento, 
para apoiar o Coren-SP?
Erica Chagas: Nessa gestão buscamos muito a aproxi-
mação com os Profissionais de Enfermagem, por acreditar 
que o Conselho somos todos nós. Apoiar o Conselho 
seria usufruir de tudo que mobilizamos pelo profissional: 
benefícios, programas de acolhimento e aprimoramento 
e a celeridade no atendimento pelos dos meios digitais. 
É essencial que o Profissional de Enfermagem se sinta 
próximo o suficiente para trazer até nós suas dificuldades, 
para que possamos buscar meios legítimos de atender e de 
fortalecer nossa profissão.
SOBECC com Você: Que conselhos você daria aos 
Profissionais de Enfermagem que estão na linha de 
frente desta luta?
Erica Chagas: Que busquem informações científicas para 
que possam trabalhar com segurança e qualidade e, princi-
palmente, que não esqueçam de cuidar de si mesmos. Não 
só no cuidado do corpo, mas principalmente da mente.
SOBECC com Você: O que está sendo mais tocante 
e emocionante nesta batalha?
Erica Chagas: Enquanto todos se resguardam de um 
vírus, somos nós os profissionais que temos de ir em sua 
direção. Deixamos família, filhos, atividades paralelas. 
Testemunhamos o sofrimento de famílias que não podem 
acompanhar e nem se despedir dos seus. Cuidamos dos 
próprios colegas que adoecem e, finalmente, vivenciamos 
um reconhecimento da sociedade que antes não existia. 
Tudo isso se torna emocionante à flor da pele.
SOBECC com Você: Que outras ações relevantes 
podemos citar como essenciais nesse momento?
Erica Chagas: O Coren-SP conta também com o projeto 
“Cuidando de Quem Cuida”, que traz uma programação que 
possibilita o autoconhecimento, exercícios que auxiliam no 
controle do estresse e ansiedade, ferramentas de coaching, 
atividades com as práticas integrativas e outros. Nesse pe-
ríodo da pandemia, conseguimos uma parceria com o pro-
grama “Respira Vida Breathworks Brasil”, que oferece gratui-
tamente 30 minutos de práticas meditativas com instrutores 
de mindfulness. Nesse momento em que a enfermagem se 
encontra num cenário tão estressante, isso vem como uma 
ferramenta de auxílio para a nossa saúde mental.
Temos observado um aumento significativo na demanda 
pela contratação de profissionais de enfermagem devido à 
pandemia. Atendendo à quarentena decretada no Estado, 
o Coren-SP deixou seus serviços de inscrição totalmen-
te online e, em apenas uma semana após essa iniciativa, 
havíamos emitido mais de 7 mil inscrições. Portanto, é 
um momento de reconhecimento e de busca por esses 
profissionais, mas é imprescindível que todos contem com 
as condições adequadas para realizar seu trabalho.
SOBECC com Você: Gostaria de deixar um recado final, 
uma reflexão sobre esse momento?
Erica Chagas: Todos os dias, enquanto mantenho minha 
rotina como professora e como conselheira do Coren-
-SP, me lembro dos mais de 500 mil colegas de profissão 
que arriscamsua vida para salvar a vida de tantas pessoas 
suscetíveis aos riscos da COVID-19. Cada uma dessas 
pessoas tem família, tem uma história, tem uma vida que 
está sendo posta num turbilhão. Somos seres humanos, 
não super-heróis. Não podemos perder a esperança na 
superação dessa pandemia, mas claro, essa esperança e 
essa dedicação precisam estar acompanhadas de todas as 
condições para uma assistência segura e, também, para o 
reconhecimento do nosso trabalho com mudanças efeti-
vas perante a sociedade.
SOBECC com Você28 SOBECC com Você28
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Por Maria Belén Salazar Posso
A 
Professora Doutora Maria Belén Salazar Posso, diante da pandemia que 
assola o planeta, relembra sua primeira incursão como Profissional de 
Enfermagem, ainda quando era estudante.
Janeiro de 1967. José Perassoli, Prefeito da cidade de Igaraçu do Tietê, na épo-
ca, um município de boias-frias, situado à margem esquerda do Rio Tietê, com 
4 mil habitantes, contatou o então Governador do Estado de São Paulo, Roberto 
Costa de Abreu Sodré, e alertou sobre o aparecimento de 30 casos de febre, 
todos com a mesma sintomatologia. Sodré convocou o seu recém-empossado 
Secretário de Saúde, o Professor Doutor Walter Leser que, ao visitar o município, 
se deparou com condições extremamente precárias de saneamento, principal-
mente no Bairro de Vila Formosa, local onde os casos de febre surgiram. Não 
havia água tratada e a maioria das residências dispunha de fossa negra. A única 
medida eficiente, no caso diagnosticado de Febre Tifoide, seria afastar os doen-
tes do ambiente familiar e isolá-los, mas como o número já estava aumentando 
rapidamente, uma transferência para São Paulo seria inviável. Assim, ficou deci-
dido instalar um hospital de emergência na própria cidade.
Como já havia ocorrido em outras epidemias, a Escola de Enfermagem da Uni-
versidade de São Paulo foi convocada para montar o hospital de emergência e 
desenvolver os serviços de enfermagem no local. A Instrutora de Administração 
aplicada à Enfermagem na época, Circe de Melo Ribeiro, voluntariou-se para 
dirigir o projeto. Com ela, a Instrutora Pediátrica Ingrid Elsen e três alunas do 3º 
ano que já conheciam doenças transmissíveis e técnicas de isolamento. 
No dia 16 de fevereiro de 1967, às 2 horas da madrugada, chegava a equipe na 
cidade. O hospital foi montado em quatro dias e já recebeu os primeiros pacien-
tes. O local escolhido: o único grupo escolar disponível na cidade. Os casos mais 
graves seriam levados para a Santa Casa de Barra Bonita. Com o aumento do 
número de pacientes, foram convocadas 17 alunas do 2º ano que, além de pres-
tarem excelente serviço, também tirariam grande proveito do preparo intensivo 
em Febre Tifoide e técnicas de isolamento. Deslocaram-se em uma viagem de 
seis horas em um ônibus-jardineira de São Paulo a Igaraçu. Professoras e alunas 
não puderam se hospedar em Igaraçu ou Barra Bonita devido à falta de condi-
ções financeiras. Assim, os dirigentes da Companhia Hidroelétrica do Rio Pardo 
(CHERP) gentilmente cederam sua pousada que ficava há 3 km de Barra Bonita e 
oferecia ambiente limpo e agradável, boa alimentação e até uma piscina.
Heroínas do passado: 
a luta contra outra epidemia
Como 17 estudantes de enfermagem do 2º ano impediram 
que a Febre Tifoide se espalhasse pelo Estado
SOBECC com Você 29
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
SOBECC com Você 29
Graduada (1968), mestrado (1980) e doutorado (1988) 
em Enfermagem pela Universidade de São Paulo; Pro-
fessora aposentada da Universidade de Taubaté, Pro-
fessora Emérita da FMABC, Colaboradora na criação 
e implantação dos Cursos de Enfermagem da Univer-
sidade de Taubaté, da Faculdade de Enfermagem do 
Hospital Israelita Albert Einstein, UNESP-Botucatu e da 
FMABC; Professora especialista do Conselho Estadual 
de educação do Estado de São Paulo, Conselheira Edi-
torial das revistas Dor, Pesquisa, Clínica e Terapêutica, 
BR J Pain, Prática Hospitalar e SOBECC; Membro do 
Conselho Científico da Revista Arquivos Brasileiros de 
Ciências da Saúde, Revista da Univap, Revista Ciência 
e Saúde On-line; Membro ad hoc do Lilacs; Membro 
da diretoria da SOBECC; Coordenadora do Comitê de 
Práticas Integrativas e Complementares da Sociedade 
Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). 
Maria Belén Salazar Posso
Havia trabalho para todos os setores e as enfermeiras se 
distribuíam em pares. Duas trabalhavam na cozinha, duas 
na lavanderia organizando as roupas que seriam lavadas 
na Santa Casa, duas na distribuição da comida, outras no 
cuidado de pacientes. As Profissionais de Enfermagem, 
verdadeiras heroínas, cuidavam dos pacientes em col-
chões de palha, ajoelhadas. Não havia suporte para o soro. 
Colocavam-se pregos nas paredes ou molduras das jane-
las para prender o soro. A jornada era de cerca de 12 horas 
intensas e a Dra Maria Belén Salazar Posso atuava na saúde 
coletiva, orientando.
No pequeno grupo escolar com apenas 8 classes, foram 
realizadas adaptações urgentes como a instalação de uma 
caixa para depósito de água clorada ligada à copa, cozinha, 
banheiro com três chuveiros e prateleiras para guardar os 
recipientes de dejetos. O fogão a lenha foi aumentado, 
as salas de aula viraram enfermarias e as salas pequenas 
tornaram-se almoxarifado e dormitório do médico. No 
primeiro mês, os colchões eram colocados no chão e, 
para desinfecção, eram colocados de seis a oito horas no 
banho de sol, sendo virados a cada duas horas.
Dra Belém conta orgulhosa que “Fomos verdadeiras heroí-
nas. Nos preparamos, tomamos vacina, aprendemos sobre 
moléstias transmissíveis e fomos! Lembro de dar aulas à 
comunidade sobre cuidados com água, pois tudo era 
novo!”, explica, detalhando que não havia pia. Era usada 
uma bacia com Lysoform e uma diluição de Formol.
“Certa vez, dando aula, desenhei uma lupa e um pequeno 
micróbio no centro para explicar sobre o microrganismo 
da Febre Tifoide à população. Enquanto lecionava, fui 
interrompida por uma senhora da cidade que falou ‘Sabe, 
enfermeira, esse bichinho que você desenhou, eu já o vi 
nadando no rio’. Claro que eu não podia desmentir ou 
contradizer a contribuição interessada daquela cidadã, mas 
encontrei uma maneira de dizer a ela que falávamos de um 
ser milhares de vezes menor que o desenho que eu havia 
feito. Falei algo assim: ‘Ah, mas que interessante. A senhora 
tem uma vista muito maravilhosa, pois é bem difícil ver um 
bicho desses’”, conta Belén, alegrando-se com a divertida 
história passada na experiência.
Foram dias intensos que duraram de 7 de março a 15 de 
abril, quando o hospital foi fechado e todos foram para 
casa. Não houve óbitos. As melhorias implementadas na 
cidade foram aproveitadas pela prefeitura como legados. 
A USP sempre esteve à frente no auxílio à comunidade 
que, naquela experiência, foi ajudada em muitos senti-
dos, graças aos esforços das enfermeiras e estudantes de 
Enfermagem: “Costuramos roupas e lençóis em sacos de 
açúcar cedido pelas usinas, durante nossos intervalos. Dias 
depois, chegaram camas e lençóis adequados”, explica 
Belén, detalhando que nenhum dos pacientes que ficou 
deitado desenvolveu lesão por pressão pois tudo era feito 
com muito zelo, carinho, cuidado e amor. “A enfermeira foi 
muito enriquecedora. Fomos corajosas enfrentando todos 
os tipos de problemas”.
Por fim, orgulhosa, Belén traça um paralelo entre o que 
viveu e o que estamos vivendo, enaltecendo a coragem e 
o heroísmo das Profissionais de Enfermagem. “Reviver o 
passado faz o olho brilhar. Nós fomos as heroínas do pas-
sado e vocês são, agora, as heroínas do presente. Parabéns 
a todas nós!”, conclui.
Para saber detalhes a respeito da Epidemia de Febre Tifoide 
em Igaraçu do Tietê em 1967 e a atuação heroica das 17 
estudantes de enfermagem, inclusive com detalhes técni-
cos, acesse: https://bit.ly/Epidemia1967
SOBECC com Você30
FORA DA PROFISSÃO
Campanha Heroínas em ação: 
fazendo a diferença 
Mesmo com a pandemia consumindo cada vez mais o tempo 
e a disposição dos profissionais

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