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O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 1 💬 O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Teoria do desenvolvimento Freud vê o desenvolvimento psicológico como uma sucessão de estágios que levarão as manifestações iniciais do id, por meio de uma libido não genitalizada e ainda apenas sujeita as mediações do ego, até a conquista da sexualidade genital adulta submetida ao controle do superego. O mapa da subjetividade humana é traçado na infância ✓ Freud acreditava que a personalidade se desenvolvia através de uma série de fases da infância em que as energias do id buscadas pelo prazer se concentravam em certas áreas erógenas. Uma zona erógena é caracterizada como uma área do corpo que é particularmente sensível à estimulação. Se esses estágios psicossexuais forem completados com sucesso, uma personalidade saudável é o resultado. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 2 Quatro fases psicossexuais: oral, anal- fálica,latência e genital. Fase Oral O prazer da sucção é autoerótico independe das necessidades alimentares. As O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 3 primeiras palavras são uma conquista que exige esforço, recompensado pela alegria e as carícias do meio familiar. Aparece a dentição, a criança agora se encontra no período oral mais avançado, ativo, e morde tudo que lhe vem à boca: objetos, seio, etc. Freud considera que pessoas que fumam ou roem unhas e aquelas que têm obsessão por comer são fixadas na fase oral: elas utilizam a boca para aliviar suas ansiedades e tensões. Fase Anal A libido que provocava a sucção lúdica da da fase oral provoca agora a retenção lúdica das fezes e da urina. Na fase anal a criança teme a aprovação ou rejeição dos pais se não conseguir controlar os esfincteres. Muitos pais exageram e reprimem a criança por não conseguir ter autonomia para usar o banheiro. A preocupação excessiva com limpeza e ordem na vida adulta pode ser reflexo das exigências dos pais quando os filhos eram crianças. Fase Fálica O despertar da zona erógena fálica - o pênis no menino e o clitóris na menina - tendo como causa provável os contatos repetidos decorrentes da assepsia e de outros cuidados higiênicos. Inicio da curiosidade sexual, primeiramente visando saber de onde vêm os bebês. O "por que?" insistente começa a aparecer nesta fase, como reação às perguntas diretamente sexuais feitas aos adultos e da noção de "proibido" que as crianças extraem das respostas obtidas. Nessa fase, ocorre o período que Freud denominou complexo de Édipo nos meninos e complexo de Electra nas meninas. Freud gostava muito de utilizar os mitas para composição de sua teoria. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 4 Fase Latente Nessa fase, aparecem barreiras mentais que impedem que a criança manifeste sua libido. Ela tem vergonha de mostrar suas emoções e os impulsos sexuais são sublimados para outras atividades brincar com colegas, fazer atividades escolares, esportivas, de lazer, artísticas, etc. Fase Genital Nessa fase, os adolescentes começam a se conscientizar de suas identidades sexuais, há retorno à energia sexual aos órgãos sexuais. Os adolescentes procuram se relacionar e procuram satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais uns com os outros Teoria do desenvolvimento segundo Erik Erikson ✓ Erik evidencia o ser humano como um ser social, ou seja, um ser que vive em grupo e sofre pressões em decorrência disso. ✓ Relações sociais, e não a energia sexual como precursora desse desenvolvimento. ✓ Etapas do desenvolvimento propostos por ele englobam outros momentos do ciclo vital, além da infância. ✓ A teoria psicossocial de Erik Erikson envolve oito estágios do ciclo vital, sendo que cada estágio corresponde a uma crise ou conflito da personalidade. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 5 TENSÕES DE CADA ESTÁGIO Esses conflitos psíquicos contribuem para a formação da nossa personalidade. 1. Confiança x Desconfiança: até 2 anos É o momento em que consideramos o mundo seguro, com eventos imprevisíveis e que dependemos de cuidados (normalmente da mãe ou de outra figura que a substitua). Ao mesmo tempo que temos um senso de confiança nesta etapa, podemos sentir muito medo quando as experiências são incertas. A educação é feita através de suprir as necessidades básicas e do cuidado afetivo, buscando estabelecer uma base de confiança entre o cuidador e a criança. Erikson acreditava que quando os cuidadores são ausentes, inconscientes ou rejeitam a criança, o medo é aguçado e a desconfiança aumenta, mas se acontece o contrário, O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 6 a criança se sente mais segura e a probabilidade de formar relacionamentos de confiança em outras etapas da vida são maiores 2. Autonomia x Vergonha e Dúvida: entre 2–3 anos A partir do momento que o corpo se fortalece e a criança assume a autonomia de se deslocar de um lugar para outro, passa a surgir a sensação de independência. Por exemplo, quando aprendemos a ir ao banheiro, sozinhos, o sentimento de controle desperta a confiança. Um dos cuidados no desenvolvimento durante esta etapa é que a criança passa a tentar colocar em prática as possíveis habilidades que acredita possuir, e ao não conseguir executar uma atividade, pode despertar um sentimento de vergonha. Ao educador, caberá o papel de incentivar o senso de autocontrole, a autonomia pessoal e trabalhar principalmente a coordenação motora e o raciocínio, fatores muito importantes para o próximo estágio. 3. Iniciativa x Culpa: entre 4-5 anos É nessa etapa que a criança passa a confiar, ou não, em si e no mundo ao redor. Ao entrar no período pré-escolar, as crianças experimentam as coisas por contra própria, exploram suas habilidades, sem que um cuidador tenha que as incentivar a todo momento. Surgem os desafios, as tarefas e as atividades coletivas, onde a criança passa a se comunicar com mais frequência com outras pessoas. Neste momento a criança ainda não sabe se é boa ou ruim em determinada atividade, mas quando passa a brincar, aprender coisas novas e a fazer suas próprias escolhas enxergam o mundo como uma oportunidade. Quando as crianças não são incentivadas a serem criativas, a tentar algo novo e interagir com os colegas, pode ser que se sintam constrangidas, porém, se tentam e obtém resultados (positivos ou negativos), aprendem que a atitude de ‘tentar’ é sempre um aprendizado. 4. Diligência x Inferioridade: entre 6-11 anos A interação social nesta etapa é fundamental para o desenvolvimento da criança. Nesta etapa começam a desenvolver conhecimentos e habilidades de acordo com seus interesses, e ao colocar em teste, percebem se são competentes ou não naquilo que almejam. Se inicia o auto conceito e até mesmo uma sensação de orgulho ao exercer uma atividade com êxito. Os elogios nessa fase são fundamentais, pois, queremos construir na criança a autoconfiança e a capacidade de resolver seus problemas. Apoiar, incentivar, aconselhar são formas de promover com sucesso a educação da criança, para que não se sinta inferior aos colegas. As O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 7 (des)motivações externas também influenciam bastante no desenvolvimento, já que nessa etapa a criança tem como referência os seus pais e pessoas próximas, portanto, se um pai não se interessa pelo estudo, ou se em algum momento desencoraja a criança a dedicar-se, é bem provável que isso afete as demais etapas do desenvolvimento 5. Identidade x Confusão de Identidade: entre 12 - 18 anos De acordo com Erikson, nesta etapa o adolescente desenvolve a sua identidade, que pode sofrer alterações constantes devido à interação social na escola, em casa, no escoteiro, no clube, etc. É a famosa época do “quem sou eu?”. Os adolescentes são considerados rebeldes, imprevisíveis e impulsivos, mas tudo isso faz parte de um processo de encontrar sua própria identidade. Atualmente até as sériese os filmes são fatores importantes na formação do indivíduo, portanto, o educador precisa trabalhar esse lado íntimo e saber identificar suas motivações. Se não for bem trabalhado o interesse do adolescente, o sentimento de isolamento é muito comum neste estágio, afetando as demais etapas da vida. Aqui podemos começar a trabalhar os 4 Pilares da Educação, mas dando ênfase ao Aprender com os Outros, incentivando a interação social, os relacionamentos e os conceitos que se formam de acordo com as experiências vividas e histórias de vida. 6. Intimidade X Isolamento: entre 19-40 anos Na teoria de Erikson, quando atingimos este ciclo, nos centramos ao desenvolvimento social e emocional. Ao atingir a fase adulta, surgem os relacionamentos, as responsabilidades, a inserção em ambientes que antes não tínhamos contato e temos que tomar decisões importantes, que afetam o desenvolvimento pessoal. A relação com a família, amigos, colegas de trabalho e com o parceiro (namorado(a), noivo(a), esposo(a), etc) afetam diretamente as motivações do indivíduo e suas ambições. As influências externas afetam muito mais do que as internas, e a preferência pela aprendizagem acontece de forma prática, mesmo que parte dela seja em um ambiente acadêmico. O interesse é por conseguir um trabalho, buscar uma promoção, ser visto como uma pessoa de sucesso, etc. Cabe ao educador saber trabalhar o lado interno, as motivações intrínsecas e mostrar ao adulto que os conhecimentos teóricos também são importantes para suas realizações pessoais e profissionais. 7. Generatividade x Estagnação:entre 40-60 anos Neste momento, Erikson afirma que é um período de estagnação, onde o adulto já atingiu aquilo que estava buscando nos estágios anteriores e passa a cultivar os relacionamentos e se preocupa mais com os outros do que O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 8 consigo mesmo. A sensação de contribuir para algo é fundamental, portanto, nesta fase é preciso despertar um propósito ao indivíduo. O que acontece muito também é uma frequente reflexão sobre tudo aquilo que fizeram em momentos anteriores, arrependidos dos erros e orgulhosos com os acertos. Trabalhar com o desenvolvimento neste estágio é apresentar formas de se tornarem mais produtivos, melhorarem suas competências, buscar lacunas a serem preenchidas e proporcionar uma sensação de satisfação ao aprender algo novo. 8. Integridade x Desespero: entre 60 anos e resto da vida A última etapa de nossa vida é também um momento de reflexão: ‘eu vivi uma vida significativa?’. Erikson destaca a sabedoria como uma virtude básica e alerta os educadores de ‘idosos’ para que saibam trabalhar os possíveis arrependimentos e insucessos. Neste estágio é comum a reflexão e o autoconhecimento, que se não forem bem trabalhados, podem gerar amarguras e desesperos, portanto, o desenvolvimento deve ser voltado para o futuro, pensando em uma educação ao longo da vida, sem ‘remoer’ o passado. Erikson fala muito sobre ensinar o indivíduo a enfrentar o fim da vida, com sabedoria e paz, buscando a integridade do ego e dando valor as experiências adquiridas durante os estágios anteriores. 💡 Ao analisar as diferentes fases propostas por Erikson, pode-se identificar o especial foco nas crises ou conflitos ao longo de todo o ciclo vital. Desenvolvimento Humano Segundo Piaget Piaget dedicou sua vida a investigar os diferentes estágios de desenvolvimento infantil e a compreender como padrões de aprendizagem e pensamentos se desenvolveram ao longo da infância, bem como o desenvolvimento cognitivo. De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo inicia-se a partir de uma capacidade inata da criança de se adaptar ao ambiente, envolvendo; organização, adaptação & equilibração. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 9 Assimilação e acomodação Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação. Assimilação O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 10 mentais preexistentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Acomodação Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam. Estágios de desenvolvimento Um conceito essencial da epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se adquire a noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança. Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo. 1. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta 2. O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. 3. O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número. 4. Por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento 11
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