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Estratégias de Leitura na formação de leitores literarios

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1 
 
CENTRO UNIVERSITARIO INTERNACIONAL UNINTER 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA NA FORMAÇÃO DE LEITORES 
LITERÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO FELIZ/SP 
2021 
2 
 
 
RESUMO 
O presente artigo tem por objetivo o processo de formação do leitor de literatura, 
especificamente visto a partir de como as relações entre a indústria cultural e a escola 
afetam, positiva e negativamente, a formação desse leitor. O objetivo é contribuir com 
o debate sobre formação de leitores a partir de reflexões críticas, elaboradas com o 
método de levantamento bibliográfico e sistematização de reflexões. A pesquisa parte 
dos seguintes questionamentos: O que é letramento literário? Qual o papel da escola 
e do professor no processo de formação de leitores? Quais estratégias de leituras 
podem ser utilizadas? Em busca de repostas, foram realizadas pesquisas 
bibliográficas apoiadas, principalmente, em estudos de COSSON (2006), SOARES 
(1999/2006), SOLÉ (1998), MENEGASSI (2005/2010), SILVA (2003), ABRAMOVICH 
(1997), FREIRE (2006), e COSTA (2007). Tal referencial buscou sedimentar conceitos 
que subjazem às diferentes concepções de letramento e letramento literário, além de 
revisitar propostas pedagógicas que norteiem a utilização de estratégias de leitura na 
formação do leitor literário. Nesta pesquisa, pôde-se identificar que a ação docente 
envolvendo o letramento literário nas escolas é de suma importância, e que este 
envolvimento tem gerado muitas discussões quanto à forma como está presente e 
como, em contrapartida, deveria ser moldada para ecoar com efetividade na 
sociedade atua. 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Letramento Literário. Escola. Professor. Leitor. 
 
 
3 
 
Introdução 
A leitura é responsável por contribuir, de forma significativa, à formação do 
indivíduo, influenciando-o a analisar a sociedade, seu dia a dia e, de modo particular, 
ampliando e diversificando visões e interpretações sobre o mundo, com relação à vida 
em si mesma. 
Na vida cotidiana deparamo-nos com os caminhos da leitura motivados por 
situações de necessidade, prazer, obrigação, divertimento ou para passar o tempo. 
Nesta perspectiva, podemos afirmar que a leitura é fundamental para construção de 
conhecimentos e para o desenvolvimento intelectual, ético e estético do ser humano. 
Se considerarmos que a escola tem como uma de suas funções primordiais a 
formação do indivíduo leitor, pois ela ocupa o espaço privilegiado de acesso a leitura, 
é imprescindível que a escola crie possibilidades que oportunizem o desenvolvimento 
do gosto pela leitura, pois a leitura é um instrumento necessário para que nos 
manejemos com certas garantias em uma sociedade letrada. 
Um conceito que vem à tona, quando falado na função da escola e literatura, 
é a utilização de textos literários na educação. Educar para a leitura do texto literário 
é educar para a leitura subjetiva, individualizada pois quanto mais cedo o leitor 
iniciar a prática de leitura, mais cedo ele se tornara um leitor literário. 
Apesar da grande importância que a literatura exerce na vida da criança, seja 
no desenvolvimento emocional ou na capacidade de expressar melhor suas idéias, 
em geral, de acordo com Machado (2001), elas não gostam de ler e fazem-no por 
obrigação. 
Partindo dessa premissa, o artigo tem embasamento na pesquisa bibliográfica 
com o intuito de salientar quais estratégias de leituras a escola pode utilizar na 
formação de leitores literários desde a infância até a adolescência de maneira que o 
aluno associe a leitura ao prazer e não a obrigação, conceituando letramento e 
letramento literário, perpassando pela importância da literatura infantil e juvenil no 
processo de formação. 
Esta pesquisa visa a enfocar toda a importância que a literatura infantil possui, 
ou seja, que ela é fundamental para a aquisição de conhecimentos, recreação, 
informação e interação necessários ao ato de ler. De acordo com as idéias acima, 
4 
 
percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o 
prazer de ler. 
 
 
 
 
1. CONCEITUANDO LETRAMENTO E LETRAMENTO LITERÁRIO 
Para se entender o que é letramento literário, é preciso entender o significado da 
palavra letramento. 
Letramento segundo Magda Soares (2006) “é o resultado da ação de ensinar ou 
de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou 
um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”, deste modo temos 
letramento como consequência ou resultado da alfabetização. 
O termo Letramento remete aos processos de apropriação da escrita enquanto 
uma tecnologia cada vez mais fundamental nas sociedades modernas. Mais do que 
ao conhecimento de um código simbólico, o termo faz referência ao domínio de um 
conjunto de práticas sociais centradas na escrita (KLEIMAN, 1995; SOARES, 2006). 
São muitos os usos que se fazem da escrita nas sociedades modernas, e o 
letramento diz respeito às possibilidades que os sujeitos adquirem de participar 
efetivamente de práticas sociais diversas. 
No livro Letramento: um tema em três gêneros, Soares (2003, p.47) define 
letramento como “estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas 
cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.” O termo surgiu de uma 
necessidade, pois as pessoas aprendem a ler e escrever, mas podem não incorporar 
a prática da leitura. Logo, letramento refere-se ao uso das habilidades de leitura e 
escrita para atender a determinadas exigências sociais. 
 
Letramento é o que as pessoas fazem com as habilidades de leitura e de 
escrita, em um contexto específico, e como essas habilidades se relacionam 
com as necessidades, valores e práticas sociais. Em outras palavras, 
5 
 
letramento não é pura e simplesmente um conjunto de habilidades 
individuais; é o conjunto de práticas sociais ligadas à leitura e à escrita em 
que os indivíduos se envolvem em seu contexto social. (SOARES, 2003, 
p.72). 
 
Tomado o conceito de letramento, podemos, então, pensar em conceituar 
Letramento Literário. O letramento literário, segundo Paulino (2010) como outros tipos 
de letramento, continua sendo uma “apropriação pessoal de práticas sociais de 
leitura/escrita, que não se reduzem à escola, embora passem por ela”. Acredita que a 
experiência estética, dentre as quais se incluem a leitura literária, “está sendo mais 
valorizada agora, como modo de reumanizar as relações enrijecidas pela 
absolutização das mercadorias” o que significaria dizer que “as artes dão a volta por 
cima”. 
O letramento literário precisa da escola para se concretizar, isto é, ele demanda um 
processo educativo específico que a mera prática de leitura de textos literários não 
consegue sozinha efetivar. É por entender essa singularidade que se define o 
letramento literário como “[...] o processo de apropriação da literatura enquanto 
construção literária de sentidos” (PAULINO; COSSON, 2009, p. 67). Nessa definição, 
é importante compreender que o letramento literário é bem mais do que uma 
habilidade pronta e acabada de ler textos literários, pois requer uma atualização 
permanente do leitor em relação ao universo literário. 
Sendo assim, temos Letramento Literário como a condição daquele que não 
apenas é capaz de ler e compreender gêneros literários, mas aprendeu a gostar de 
ler literatura e o faz por escolha, pela descoberta de uma experiência de leitura 
distinta, associada ao prazer. 
 
 
 
2. O PAPEL DA ESCOLA DA FORMAÇÃO DE LEITORES 
 A leitura é expressão estética da vida e contribui significativamente para a 
formação do indivíduo, permitindo entrar em contato com um mundo desconhecido, 
6 
 
viajar e conhecer lugares e épocas diferentes, ampliando a capacidade cognitiva de 
cada ser e influenciando-o nas diversas formas de se encarar a vida. 
Segundo Charmeux, 1994, apud Martins, 2002, p.67: a leitura tornou-se hoje, 
portanto, uma ferramentaindispensável à vida em sociedade, mesmo que não 
levemos em conta qualquer preocupação cultural [...] mesmo havendo outras formas 
de acesso ao patrimônio cultural, graças às técnicas audiovisuais, ler continua sendo 
a ferramenta privilegiada de enriquecimento pessoal [...]. 
Segundo Cosson (2006): 
O letramento literário enquanto construção literária dos sentidos se faz 
indagando ao texto quem e quando diz, o que diz, como diz, para que diz e 
para quem diz. Respostas que só podem ser obtidas quando se examinam 
os detalhes do texto, configura-se um contexto e se insere a obra em um 
diálogo com outros tantos textos. Tais procedimentos informam que o objetivo 
desse modo de ler passa pelo desvelamento das informações do texto e pela 
aprendizagem de estratégias de leitura para chegar à formação do repertório 
do leitor. (COSSON, 2006. p 21) 
 
Soares (1999) evidencia ainda que a adequada escolarização da literatura é 
aquela que conduz a práticas de leitura que ocorrem no contexto social, a atitudes e 
aos valores que correspondem ao ideal de leitor que se quer formar. 
Solé (1998) ressalta que o problema do ensino da leitura na escola não se 
restringe na condição do método, mas na própria forma como se conceitua a leitura 
bem como a maneira como os professores veem ou avaliam esse processo. Além de 
ressaltar a importância da posição que esta ocupa no projeto curricular da escola, e 
os meios que se utilizam para favorecê-la de forma natural. Deve-se ainda levar em 
consideração a importância de saber selecionar as propostas metodológicas 
adequadas que são adotadas para ensiná-la. 
O prazer de ler é a força que impulsiona e faz permanecer viva a leitura, pois 
está presente no espaço social. Por isso é importante entendermos as funções e 
papéis que a escola desempenha. Segundo Rocco (2013, p. 41): 
 
A escola, sem dúvida, trabalha com muitas das interfaces. Há o ler que 
prioritariamente se detém na busca de informação. Há o ler cuja natureza é 
puramente funcional. E há o ler do produto ficcional- que deveria ser fonte de 
grande prazer para os estudantes, mas que, ao contrário, acaba por se 
constituir em desagradável exercício de coerção, momento em que melhor se 
7 
 
evidenciam o autoritarismo e a extemporaneidade que vêm marcando boa 
parte de nosso sistema escolar. E é nesse mesmo momento que se anulam 
as possibilidades de fruição da leitura. 
 
 
Isso acontece porque, na maioria das vezes, a escola formal acaba por ignorar 
a passagem do tempo e as novas visões de mundo. É importante se atentar as 
dimensões que a leitura pode ajudar a construir ao se propor um trabalho na escola 
pensado para abranger essa área. Geralmente o aluno não suporta ler na escola, 
isso não ocorre pelo fato dele não gostar de ler, mas simplesmente porque os textos 
não são de seu interesse, não despertando prazer no momento da leitura, além de 
ter que ler por exigência de uma avaliação, de ter que responder questões pouco 
interessantes etc. 
Essa situação ocorre porque o papel da escola está atrelado a formação de 
leitores capazes de atuar na sociedade conscientemente e criticamente, no percurso 
dessa formação a escola acaba deixando de lado o conceito de letramento literário e 
trabalhando apenas de maneira funcional com os alunos, utilizando a leitura como 
recurso pedagógico. 
Sendo assim, de acordo com Rocco (2013, p. 42): 
 
E é nessa hora que tal escola perde qualquer razão, caminha sem rumo, às 
cegas, construindo, em vez de aprendizagem efetiva, um campo de tensões 
e conseguindo a triste façanha, sobretudo no que concerne à leitura, de abolir 
e castrar momentaneamente, entre os alunos, aquela atividade dialógica 
fundamental que define a natureza humana. 
 
 
A escola poderia proporcionar o contato com as mais variadas leituras e depois 
abrir espaço para depoimentos, comentários e discussões acerca do que foi lido, 
dessa maneira, poderia instigar, no aluno, o gosto pela leitura dentro e fora da 
escola, formando assim cidadãos embasados no letramento literário, conscientes e 
críticos. 
Entendendo a leitura como uma habilidade que tem função social e tendo a 
escola o papel de desenvolvê-la em seu nascimento durante a formação do 
indivíduo, é necessário que se estabeleça a relação entre educação e o ato de ler 
de forma mais profunda. 
8 
 
Respaldados nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa 
que considera que “é justamente pela linguagem que os homens e as mulheres se 
comunicam, têm acesso a informação, expressam e defendem seu ponto de vista, 
compartilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura” (p. 19), pode-se 
compreender que a não realização de uma leitura eficaz, cheia de significado e 
sentido não oportuniza, infelizmente, aos alunos, uma participação efetiva em 
sociedade. 
Sendo assim, pode-se considerar que a leitura é um dos fatores fundamentais 
para fortalecer o exercício da cidadania, portanto, caberá a escola desenvolver 
ações que objetivem desenvolver nos alunos a competência leitora, visando 
criticidade e maturidade intelectual. 
Considerando os diferentes níveis de conhecimento prévio, cabe à escola 
promover sua ampliação de forma que, não progressivamente, durante os 
oito anos do ensino fundamental, cada aluno se torne capaz de interpretar 
diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como 
cidadão, de produzir textos eficazes nas mais variadas situações (PCN's, 
p.19) 
 
 A escola precisa observar a sociedade de forma crítica, para que possa gerar 
leitores conscientes e preparados para encarar, de frente, as situações e solucionar 
os problemas e desafios que surgirão em seu percurso de vida, e não apenas escolar. 
Não devemos formar apenas repetidores do discurso, pois isso já existe na sociedade. 
O aluno deve construir, através da leitura, da interação com o texto, um 
posicionamento crítico diante da realidade e ser agente transformador dela, “temos 
que combater concepções do tipo „ler é decodificar‟ etc, pois tais concepções são 
reducionistas, não levando em conta a compreensão e o posicionamento” (SILVA, 
1988). 
 
2.1. O PAPEL DO PROFESSOR LEITOR NA FORMAÇÃO DE LEITORES 
O professor é antes de tudo promotor de leitura e formador de leitores. O 
docente deve ser um profissional comprometido com o projeto de leitura e apresentar 
estratégias para orientar seus alunos, tornando-se assim, um mediador do processo, 
abrindo espaços, lançando desafios, valorizando a caminhada dos alunos, 
9 
 
desenvolvendo competências nas dimensões cognitivas, emocionais, sensoriais e 
culturais. 
Segundo Souza (2008, p. 06): 
 [...] cabe ao professor promover no espaço de aula um espaço interativo, 
participativo e tentar extrair dos discentes o conhecimento tácito que estes 
têm para enriquecimento da discussão, uma vez que diversificadas são as 
multirreferências que compõem cada um. 
 
 
O professor deve assumir o papel de mediador, onde os alunos possam ler 
através dele (LENER, 2002, p.75). O professor deve criar condições estimuladoras e 
desafiadoras para que os alunos possam refletir e buscar alternativas para solucionar, 
de maneira criativa, os problemas que surgem. 
[...] caberia ao professor um papel radicalmente diferente do que 
anteriormente exercia: de agente transformador de informações em 
selecionador dessas informações, seu decodificador, mostrando como 
descobri-las e selecioná-las e de que maneira transformá-las em saberes. 
(ANTUNES, 2001, p.12). 
 
O docente deve trabalhar com textos do contexto real dos alunos, para daí sim, 
iniciar a leitura de forma prazerosa e criativa, contando juntamente com os demais 
professores, pois a leitura está presente em todas as matérias. 
Para que o aluno se interesse pela a leitura, faz-se necessário que ela esteja 
relacionada com algo que lhe chame a atenção. E para que isso ocorra, o repertorio 
de leitura do professor, agente mediadordo processo de formação de leitores, seja 
vasto, permitindo que ele tenha condições de apresentar sugestões sólidas e 
adequadas para seus alunos. 
Segundo Freire (1999, p.29), “[...] percebe-se, assim, a importância do papel 
do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz de sua tarefa docente, 
não apenas ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo” 
Sendo assim, o papel do professor leitor na Formação de leitores literários, para 
retomar o título do trabalho, seria, primeiro, o de ser leitor literário; segundo, o de estar 
em constante formação e, terceiro, o de encarar a disciplina de Literatura como algo 
10 
 
que vai além das escolas literárias. É preciso ensinar a ler Literatura, é imprescindível 
ensinar a ler os diferentes gêneros literários, é necessário valorizar a Literatura com a 
qual o educando convive, mas, também, é preciso ensinar a ler a Literatura que 
compõe a tradição literária 
Quando a atividade que se propõe trabalhar a leitura literária em sala de aula, 
de se ter uma adequação à faixa etária do texto, como também, a leitura 
individualizada e coletiva que mediada pelo professor traz dinamicidade e eloquência 
como foco de trabalho, ou seja, a entonação e acentuação de voz para cada gênero 
escolhido é importantíssimo, tal critério muitas vezes não é considerado, não se 
valoriza a sonoridade das palavras, fugindo da intenção ideológica que o texto postula. 
Tal concepção, nos leva a entender que cabe ao professor de sala de aula, 
pensar em questões que envolvam a interpretação, ou seja, entonação, pontuação, 
dicção, critérios que ao ouvinte despertam o prazer estético da língua e ao aluno 
auxilia na interpretação. 
 
O professor poderá instigar no aluno a percepção da multiplicidade de usos 
e funções da língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de 
ligações de construções frasais, a reflexão sobre essas e outras 
particularidades linguísticas observadas no texto, conduzindo-o às atividades 
metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais 
elaborado, a um falar sobre a língua. ('s, p. 27) 
 
 
3. ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
Diante das reflexões expostas, depreendemos que a leitura é um importante 
instrumento na construção de conhecimentos, pois possibilita ao leitor um processo 
de continuar aprendendo para um melhor desenvolvimento das capacidades de 
linguagem, as quais podem contribuir para um leitor competente. Em relação ao leitor 
competente, os PCN asseveram que: 
 
11 
 
 O leitor competente é capaz de ler as entrelinhas, identificando, a partir do 
que está escrito, elementos implícitos, estabelecendo relações entre o texto 
e seus conhecimentos prévios ou entre o texto e outros textos já lidos. 
(BRASIL, 1998, p. 70). 
 
Nesse sentido, podemos perceber a necessidade de se refletir acerca da 
compreensão leitora e buscar metodologias que contribuam para a formação de 
leitores competentes. Diante das definições apresentadas acerca do conceito de 
leitura, podemos notar que o leitor ideal/bom é aquele indivíduo que compreende 
aquilo que lê. É nessa perspectiva de compreensão e apropriação do ato de ler que 
Solé (1998) traz um conjunto de estratégias que facilitam o entendimento acerca do 
processo de compreensão leitora 
Segundo Isabel Solé (1998), as estratégias de leitura são instrumentos 
necessários para o desenvolvimento de uma leitura proficiente. Seu emprego no 
ensino de leitura admite que o aluno compreenda e interprete de forma independente 
os textos lidos, permitindo a formação de um leitor independente, crítico e reflexivo. 
Solé (1998) salienta que o ensino dessas estratégias coopera para “formar 
leitores autônomos, capazes de enfrentar de forma inteligente, textos de índole muito 
diversa, na maioria das vezes diferentes dos utilizados durante a instrução”. 
A mesma autora define quatro estratégias utilizadas pelo leitor em sua 
interação com o texto: 
 • Seleção: ao deparar-se com o texto, o leitor seleciona as informações que 
considera relevantes para o alcance do objetivo que o conduziu ao texto. 
 • Antecipação: Compreende as predições feitas pelo leitor a partir do seu 
primeiro contato com o texto, ou seja, ao deparar-se com o objeto textual, o leitor 
estabelece hipóteses e previsões sobre os seus sentidos, que precisarão ser 
confirmadas ao longo do processamento da leitura, por meio das marcas deixadas 
pelo autor do texto. 
• Inferência: Consiste no estabelecimento de relações entre o conteúdo do texto 
e o conhecimento de mundo do leitor, os quais constroem pontes de sentido e geram 
12 
 
novas informações, ou seja, passa-se da leitura das linhas, para leitura das 
entrelinhas. 
• Verificação: envolve a postura do leitor em confirmar as antecipações e 
inferências desenvolvidas ao longo do diálogo como texto de modo a verificar a 
pertinência dos sentidos construídos em relação ao que foi dito no texto. 
Segundo Solé (1998), uma importante característica das estratégias é o fato de 
que não particularizam nem prescrevem totalmente o trajeto de uma ação. A mesma 
autora indica que em suas exposições as estratégias são suposições inteligentes, 
muitas vezes ousadas, sobre o caminho mais acertado que devemos seguir. As 
estratégias são ferramentas que devem ser usadas pelo professor que irá mediar o 
ensino de leitura para seus alunos. 
 Menegassi (2005) afirma que, estratégias são procedimentos conscientes ou 
inconscientes que são usados pelo leitor para decodificar, compreender e interpretar 
o texto além de definir os problemas encontrados durante o processo de leitura. 
Segundo o autor, essas quatro estratégias citadas por Solé (1998), podem ser 
decorrentes da aprendizagem de técnicas ou da criação espontânea do leitor. 
Quando um aluno, por exemplo, aprendeu a sublinhar partes do texto em que 
está lendo, então aprendeu uma técnica. Mas quando, através de sua própria 
maturidade leitora, começa a ler o texto e grifar de forma diferente, anotar partes 
importantes a lápis, associar parágrafos ou identificar ideias principais, utilizando-se 
de recursos próprios, como anotações, uso de símbolos ou cores, os diversos 
significados durante a leitura, então estará desenvolvendo sua própria estratégia de 
compreensão leitora, diferente dos demais leitores 
Ao tratar de leitura e ensino, ele afirma, ainda, que para que o desenvolvimento 
de leitura com os alunos ocorra: 
 
faz-se necessário o trabalho com estratégias de leitura em sala de aula, a 
partir do material didático que se tem em mãos e através de textos que são 
trazidos para a escola e retirados do convívio normal da sociedade em que o 
aluno e professor vivem. (MENEGASSI, 2010, p. 41) 
 
13 
 
 
Portanto, pode-se compreender que as estratégias são procedimentos que 
devem ser utilizados com vistas ao alcance de objetivos, em que devesse considerar 
ainda o planejamento das ações e sua aplicabilidade, como também, um processo 
de feedback acerca de possíveis intervenções. 
 
 
 
4. LEITURA POR PRAZER 
 
O tema da literatura infantil é amplo, discutido por vários autores. Sua 
introdução na escola esteve sempre envolvida pela conotação moral e disciplinadora, 
focalizando a formação de hábitos. A literatura infanto-juvenil na escola serve, portanto, 
de instrumento de universalização de um sujeito-leitor, num primeiro momento, 
impregnada da moral herdada dos modelos europeus, para posteriormente, em meados 
de 1960, se confrontar com uma produção literária voltada para suprir seus interesses 
(PAULINO, 2001). 
Segundo Ferreira (2009), o texto literário é um eixo conector dialógico entre as 
diversas disciplinas constituintes do currículo escolar. Através da leitura de literatura 
infanto-juvenil, a partir de uma mediação pedagógica coerente em sala de aula, o 
processo de aprendizagem, passa a ser vivenciado de forma transdisciplinar, já que as 
disciplinas antes eram ensinadasde forma fragmentada, passaram a ser ensinadas 
tomando por base uma situação-problema. 
Sendo assim, Paulino (2001) cita que é importante cuidar do processo da 
leitura, da familiarização com o livro, do debate, da produção dos sentidos sobre o que 
se lê, para que não se dê mais peso ao produto e sim, maior ênfase ao exercício do ser 
leitor. Lajolo (1988) descreve que: 
 
Tanto a criança à qual se destina a literatura infantil é uma construção, quanto 
o jovem ao qual se destina a literatura juvenil é outra construção, igualmente 
social. E, como construção social resultante, tanto o infantil de uma quanto o 
14 
 
juvenil de outra são conceitos móveis: o que é literatura infantil, para um 
determinado contexto, pode ser juvenil para outro, e vice-versa, infinitamente 
(LAJOLO, 1988, p. 29). 
 
Conhecer o perfil do leitor é uma busca constante, todavia independentemente 
do leitor ser leitor-massa, leitor-débil, leitor-médio ou leitor-forte, o que de fato 
consideramos importante é que a leitura seja vista como necessária e indispensável 
para a formação plena do indivíduo, para a perpetuação da cultura de uma determinada 
sociedade e para a difusão de outras culturas. Devemos propagar o desenvolvimento 
de atitudes positivas em relação à leitura, pois o ato de ler não deve ser meramente 
mecânico e sem significado. E mais ainda, precisamos envolver as pessoas que são 
capazes de ler para que pratiquem esse ato regularmente. 
Sobre esse aspecto, reforçamos a importância da parceria entre família e 
escola para assegurar o desenvolvimento do hábito da leitura em crianças e 
adolescentes, pois de acordo com Castro (1992, p. 01), “garantir a riqueza da vivência 
narrativa desde os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento 
do seu pensamento lógico e também de sua imaginação”. 
Abramovich enfatiza a importância de ouvir histórias para a formação da 
criança: 
Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, 
muitas histórias… Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, 
e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e 
compreensão de mundo […] é ouvindo histórias que se pode sentir (também) 
emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o 
medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, 
e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve 
– com toda a amplitude, significância e verdade que cada um delas fez (ou 
não) brotar… Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário! 
(ABRAMOVICH, 1993, p. 16 e 17). 
 
Crianças que têm acesso a livros literários, seja em casa ou na escola, podem 
desenvolver o hábito da leitura espontaneamente, sem a ajuda de terceiros, todavia, 
15 
 
se essas crianças além de terem acesso a livros literários, tiverem também adultos 
leitores como exemplos, aprenderão a gostar de ler, assim como também amarão a 
leitura e se tornarão leitores assíduos e contagiantes. 
Por outro lado, crianças que não têm contato algum com livros literários e não 
convivem com adultos que leem, terão grandes chances de se manterem afastados 
do mundo da leitura, reduzindo assim as possibilidades de se tornarem adultos 
leitores, entretanto destacamos que se tiverem acesso à literatura na fase adulta é 
perfeitamente possível desenvolver o gosto pela leitura retardatariamente. 
 
5. METODOLOGIA 
6. CONCLUSÃO 
 
Portanto, o prazer de ler é a força que impulsiona e faz permanecer viva a leitura, 
pois está presente no espaço social ocorrendo por meio da interação entre o autor e 
o leitor mediado pelo texto, essa compreensão faz-se pelo letramento literário. O 
gostar de ler resulta da prática. 
A pessoa que lê tem reflexão crítica da realidade, a partir do texto ela terá 
compreensão dele se houver situação significativa, com leituras do contexto real do 
leitor. O incentivo da leitura se dá principalmente quando iniciada desde a infância. 
A criança ao iniciar no mundo da escrita, já apresenta o conhecimento de 
mundo. O professor é o grande mediador, é o ser que seleciona e disponibiliza textos 
inteligentes e interessantes, ele é o promotor da leitura e formador de leitores, é ele 
que criará situações estimuladoras e desafiadoras. 
Juntamente com o professor está a escola, o ambiente que deve ser propício 
para o hábito da leitura, trabalhar com métodos, nos quais a sala de aula deve ser 
estimulador e o professor o colaborador. 
 
 
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