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IBF – PÓS-GRADUAÇÃO NOME : ANA LÚCIA PERBONI KALMAR CURSO : ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA DISCIPLINA: DIVERSIDADE DA APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS TÍTULO: DIVERSIDADE DA APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS RESUMO A inclusão é necessária. O resgate de algo que ficou para trás na história e hoje precisa ser reparado. Cabe a todos nós, profissionais da educação, olhar para nossa realidade e buscar alternativas para garantir uma educação de qualidade de alcance realmente a todos. Obviamente que o caminho ainda é longo, mas não podemos permanecer estáticos e cobrar políticas públicas que atendam a este anseio também faz parte desse caminhar, nisso importante a parceria com toda a sociedade. Aqui neste trabalho, brevemente trataremos de alguns aspectos que não podem ser desconsiderados na busca de uma educação diversa e inclusiva. 1. INTRODUÇÃO A história do termo Inclusão, ela é em quatro fases distintas: a fase da exclusão, a fase da segregação, da integração e por fim a fase da inclusão. A primeira fase foi chamada de exclusão porque as pessoas que fugiam do padrão de comportamento eram totalmente excluídas das demais. A fase da segregação ocorreu o surgimento de grandes instituições especializadas em pessoas com deficiências, foi a partir daí o surgimento do termo Educação Especial. Durante essa época o sistema educacional foi dividido em Educação Especial e Educação Regular. A partir da década de 1970, surge a terceira fase o da integração. Nesse período o portador de necessidade especial começou a ter acesso a rede regular de ensino desde que ele se adaptasse sem causar qualquer transtorno ao contexto escolar. Porém, só se consideravam adaptados aqueles estudantes que conseguissem se adaptar sem modificação no contexto escolar. E por fim, na década de 1980 começou a se projetar a fase da inclusão. Durante esse período um grande número de estudantes portadores de necessidades especiais começaram a frequentar a rede regular de ensino e aí intensificou-se a necessidade de educar o aluno portador de necessidade especial na rede regular de ensino. Diversidade e inclusão são termos frequentemente utilizados no discurso dos que se empenham em desenvolver uma proposta de ensino que acolha todos os estudantes. Uma educação aberta à diversidade identifica as necessidades dos alunos e as considera na hora de planejar a ação pedagógica. Essa ação deverá contemplar alternativas que possibilitem que o aluno com deficiência acesse o currículo, respeitando as suas condições de aprendizagem. A escola que considera a perspectiva inclusiva reconstrói as suas práticas nos desafios diários, na flexibilização do currículo, na implementação de recursos tecnológicos, na organização do ambiente e mobiliário, na adequação da iluminação e nos pequenos ajustes realizados pelo professor no planejamento pedagógico. Todas essas mudanças ampliam a participação dos alunos no processo de aprender e tornam o ambiente escolar acolhedor e acessível a todos. 2. DIVERSIDADE DA APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS Quando existe dessemelhança na aprendizagem escolar, estamos falando de diversidade de aprendizagem, que gera a necessidade de nos reinventar, ou seja, de diversificar o modo que ensinamos. Para atender com qualidade os alunos com necessidades educativas especiais- NEE , termo criado durante a Declaração de Salamanca (1994), o sistema educacional enfrenta vários desafios, pois precisa-se entender que não basta somente a boa vontade do professor, precisa-se o envolvimento da família e comunidade envolvidos neste processo, com métodos, técnicas e recursos adequados para esse alunado, se o aluno possui diversidade na aprendizagem, precisamos diversificar nossa forma de ensinar. Há uma grande discussão entre os termos inclusão e integração. A integração e a inclusão tem origem no princípio da normalização, porém, normalizar não significa torná-la normal e sim dar a ela o direito de ser diferente e ter suas necessidades reconhecidas pela sociedade. Para incluir é necessário modificar a forma de ensinar, mas para modificar precisa reinventar! Criar novas possibilidades. Percebe-se com uma certa urgência sob uma perspectiva inclusiva para que tenhamos uma educação de qualidade para todos os alunos. É importante observar com sutileza a singularidade de cada indivíduo. É no ambiente escolar que os desafios ficam evidenciados, e neste contexto se pode encontrar elementos que auxiliem a escola a oferecer uma educação de qualidade. Sob esta ótica o contexto escolar deve ser um lugar, de possibilidades de mediações dos laços sociais. A escola que se preocupa com a pessoa é a escola que educa. Cabe à educação inclusiva uma ação formadora de direitos, é no ambiente escolar que o aluno pode desenvolver o sentido da continuidade da existência do ser humano e compreender as responsabilidades de uma sociedade em constante transformação. O professor pode estabelecer uma boa relação com as crianças com necessidades especiais, alguns pontos devem ser levados em consideração e serem objeto de reflexão pelos sujeitos escolares: 1º) Sensibilidade: para Freire (2002), uma característica daquele que se propõe a educar deve ser o modo como ele olha e reconhece o que se instala como diferente. 2º) Implicação: vê-se a necessidade da implicação do professor, porque somente dessa forma ele conseguirá perceber as peculiaridades que cercam a criança, bem como a resistência e a fraqueza que as cerca. 3º) Atenção persistente: é importante que o professor esteja constantemente atento aos movimentos e expressões exteriorizados. Ao serem notados poderão representar um recurso que facilite o acesso a criança. 4º) Função: procurar saber a função que a criança fornece ao objeto que manuseia com frequência. 5º) Paciência: respeitar o ritmo de cada um, não se deve estimular muito rapidamente uma criança autista que começa a falar, por exemplo. 6º) Serenidade: segundo Freire (2002), é necessário propiciar um ambiente que favoreça a confiança, livre de tensões. 7º) Segurança: para Freire (2002), é necessário que o professor demonstre segurança, principalmente quando a criança estiver agitada/descontrolada. 8º) Percepção das características: é preciso perceber quando se torna viável proporcionar algumas alterações na rotina da criança autista. O conjunto das relações sociais são fundamentais para construir a aprendizagem em qualquer nível, que dependem dessas relações afetivas que servem como combustível que movem o sujeito em busca do saber. Quando o aluno especial tem dificuldade de convívio social ou dificuldade para se relacionar fica muito difícil o seu desenvolvimento. Nesse caso o professor deve ser o mediador dessa criança devendo analisar os atos antecipando as consequências dos atos. 2. CONCLUSÃO A inclusão escolar deve ser escrita por cada escola para cada um de seus alunos levando em consideração alguns dos principais pontos de reflexão: a criação de um ambiente acolhedor, estabelecimento de uma rede para todos os envolvidos (professores, pais e alunos), busca de uma assistência especializada para um apoio constante e por fim promover uma formação mais abrangente e continuada para todos os profissionais da escola. Educar para a diversidade representa inserir alunos, professores e familiares no mundo das diferenças. Para isso, é necessário compreender a diversidade como uma característica da existência humana, abandonar antigos padrões que julgavam os alunos como aptos ou não a frequentar a escola regular, identificar representações do outro para então desconstruir os “pré-conceitos” e principalmente conceber a prática pedagógica como um processo de trocas e interações recíprocas; O desafio não é simples, porém a escola e a sociedade não pode retroceder na busca da educação inclusiva de fato e não só nos discursos políticos e artigos científicos. Referências: MINETTO, Maria de Fátima Joaquim; PRESTES, Irene Carmen Piconi; FACION,José Raimundo; STIVAL, Márcia Maria. Diversidade na aprendizagem de pessoas portadoras de necessidades especiais. Curitiba: IESDE Brasil S/A, 2010.