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RECRUTAMENTO DO TRABALHO INDÍGENA

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RECRUTAMENTO DO TRABALHO 
INDÍGENA 
 
Os descimentos previam o deslocamento de 
aldeias indígenas inteiras, de suas regiões de 
origem para áreas próximas às vilas e lugares 
portuguesas: o procedimento consistia em se dirigir 
a uma comunidade no interior do território e 
negociar um contrato com as autoridades indígenas 
que implicava a aceitação da fé católica e 
suprimento de trabalho. 
Os índios eram então assentados e trabalhariam 
parte do seu tempo para sua manutensão, outra 
parte para o serviço alugado a moradores, 
missionários ou a obras públicas, mediante um 
salário estipulado por lei e administrado pelos 
religiosos e chefes nativos. 
Os resgates consistiam na compra, pelas tropas 
portuguesas, de prisioneiros indígenas aos proprios 
índios em troca de mercadorias. Esses prisioneiros 
eram, sobretudo, fruto de conflitos inter-étnicos. 
Por fim, tropas de guerras também traziam novos 
trabalhadores capturados prisioneiros em ocasião 
de guerras justas, isto é, aquelas antecedidas por 
uma injustiça prévia (ataques realizados ou 
iminentes, comandados por autoridades indígenas). 
Essas três formas (descimentos, resgates e guerras 
justas) eram formas legais de aliciamento de 
trabalhadores indígenas e, para isso, deveriam ser 
autorizadas por autoridades coloniais. 
Mas havia tanbém outra modalidade – de longe a 
mais comum, a crer nos relatos contemporâneos – 
que era o apresamento: também conhecido como 
correrias entre os espanhois, ou amarrações entre 
os portugueses, correspondia à prática de ataque a 
uma comunidade, ateando fogo, matando os 
homens, capturando sobretudo as mulheres e 
crianças. 
Essas diversas modalidades de recrutamento 
davanm origem a dois regimes de trabalho: escravo 
e livre. O trabalhador escravo era aquele que 
havia sido recrutado por meio da guerra justa (ou 
injusta), resgates e apresamentos. O trabalhador 
livre era aquele que havia sido incorporado aos 
aldeamentos – os quais, dependendo da lei em 
vigor, poderiam ser governados por capitães, ou 
missionários e autoridades indígenas. 
Dentro das categorias de trabalhadores livres e 
escravos, havia modalidades que poderiamos 
chamar de híbridas, por que tiveram origem 
legislativa peculiar: era o caso do “escravo de 
condição”, situação prevista pela lei de 1655 e que 
significa que, oriundo de uma guerra injusta, o 
prisioneiro indígena serviria durante cinco anos 
como escravo, período ao final do qual seria 
remetido para as audeias micionárias. 
Havia além disso, outra possibilidade controversa 
denominada de “administração particular”, que 
consistia no descimento de trabalhadores indígenas 
livres, os quais, ao invés de irem morar nas audeias, 
eram destinados às casas e fazendas dos moradores 
por quem seriam “administrados”. Muitas vezes 
requeridas pelos colonos, ela foi permitida no 
Maranhão em 1684 e passou a valer também em 
São Paulo em 1696. 
 
DESCIMENTOS 
 
Eam expedições, em princípio, não militares, 
realizadas por missionários, com o objetivo de 
convencer os índios a “descer” de suas aldeias para 
viverem em novos aldeamentos especialmente 
criados para esse fim, pelos portugueses nas 
proximidades dos núcleos coloniais. 
 
RESGATES 
 
O resgate era uma operação comercial realizada 
entre portugueses e índios considerados amigos. Os 
portugueses davam mercadorias européias e 
recebiam em troca índios prisioneiros que haviam 
sido capturados durante as guerras. No entanto só 
podiam ser legalmente “resgatados” os chamados 
“índios de corda”, isto é, os índios prisioneiros de 
uma tribo que se encontravam presos e amarrados 
e que estavam destinados a serem comidos 
ritualmente. Como compensação pelos gastos 
realizados para “salvar” sua vida e sua alma, o índio 
resgatado era obrigado a trabalhar como escravo 
para o seu “salvador”. 
 
GUERRAS JUSTAS 
 
A guerra denominada impropriamente de justa, 
consistia na invasão armada dos territórios 
indígenas pelas tropas de guerra, com o objetivo de 
capturar o maior número de pessoas, incluindo 
mulheres e crianças. Os índios assim aprisionados 
tornavam-se propriedades de seus captores ou eram 
vendidos como escravos. 
 
O ESCRAVO NEGRO 
 
O comércio de escravizados africanos para o Brasil 
teve início nos primeiros tempos da colonização. 
Na África, os escravos eram trocados por 
aguardente de cana, fumo, facões, tecidos, 
espelhos, etc. 
Os africanos que vieram para o Brasil pertenciam a 
uma grande variedade de etnias. De modo geral, 
podemos classificar os negros entrados no Brasil 
em três grandes grupos: 
Sudaneses – oriundos da Nigéria, Daomé, Costa do 
Ouro, compreendia os Iorubas, Jejês, Minas, Fanti-
Ashanti e outros. Localizados inicialmente na 
Bahia, depois se espalharam por regiões vizinhas; 
Bentos – divididos em dois grupos: congo-
angolanos e moçambiques. Os Bentos foram 
trazidos para o Rio de Janeiro, Maranhão e 
Pernambuco. 
Males – eram os sudanezes islamizados. 
Aprisionados ou trocados, os negros eram trazidos 
para o Brasil nos porões dos navios (tumbeiros). 
Durante a viagem, morriam cerca de 40% dos 
traficantes, marcados com ferro em brasa, os 
negros eram embarcados em Angola, 
Moçambique, Guiné e desembarcados em Recife, 
Salvador e Rio de Janeiro.

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