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Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina DO��ÇA D� ���LU�� ��S��O�S��ÁGI�� (D��E) RE���X� �A�T����OFÁGI�� DEFINIÇÃO - Movimento retrógrado do conteúdo gástrico para o esôfago sem nenhuma implicação quanto à etiologia - Bebês pequenos têm mais refluxo gastroesofágico: a) Imaturidade do sistema antirefluxo b) Só ficam deitados c) A dieta é, predominantemente, líquida. CLASSIFICAÇÕES - Fisiológico → Adultos e crianças a) Esporádicos e sem sintomas no adultos b) Sem demais sintomas na criança + Mais frequente em crianças - principalmente nos lactentes. + Caso a criança tenha maior propensão para refluxo (por conta dos motivos citados anteriormente), há maiores chances de desenvolver a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) - Patológico → Doença do Refluxo Gastroesofágico MECANISMO PRIMÁRIO DE PREVENÇÃO DO RGE - Tônus basal do Esfíncter Inferior do Esôfago (EIE) - Pinçamento diafragmático - Ângulo de Hiss - Clearance ácido do esôfago → tampões - Ligamento frenoesofágico FISIOPATOLOGIA DE RGE - Diminuição do tônus EIE - Frequência aumentada do Relaxamento Transitório EIE (RTEIE) → é o “grande vilão” do refluxo gastroesofágico e, consequentemente, da doença de refluxo gastroesofágico. a) É regulado pelo nervo vago b) Ocorre independente do ato de engolir c) Dura muito mais que o relaxamento normal do EIE d) Estímulo → distensão gástrica (refeição, gases, gordura, stress) e) É responsável por 40% a 60% do RGE e por 63% a 74% dos reflexos na DRGE. Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina f) Fatores que diminuem a pressão EIE + Neurais → estimulação beta adrenérgica + Hormonais → secretina, glucagon, GIP/VIP, Pgs, estrógenos e progesterona + Drogas → anticolinérgicas, beta adrenérgicos, dopamina, morfina, benzodiazepínicos + Outros → acidificação gástrica, gorduras, cafeína, chocolate, cítricos, álcool e condimentos + TABACO → Exposição perinatal aumenta DRGE - Hérnia hiatal → não é muito frequente em crianças pequenas; a hérnia hiatal é mais frequente em adultos a) Fraqueza e encurtamento do EIE b) Perda do suporte do diafragma para o EIE c) Perda do segmento intra-abdominal do EIE d) Retenção do fluido gástrico no saco herniário - Clearance ácido para o esôfago - Fatores intrínsecos da mucosa - Pressão intragástrica maior que a pressão do EIE a) Fatores que aumentam a pressão gástrica + Enchimento excessivo do estômago + Compressão do abdome + Obesidade + Constipação + Exercícios Físicos + Tosse + Inspiração Profunda + Ato de evacuar REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM CRIANÇAS - Recém nascidos e lactentes jovens a) Geralmente sintomáticos → regurgitação e vômitos b) 80% dos sintomas aparecem nos primeiros meses de vida (FISIOLÓGICO) + Pico de incidência do refluxo e, consequentemente, da DRGE → entre 4-5 meses de vida + Desaparece geralmente no 2o ano de vida c) Estado nutricional normal d) Bom humor → Regurgitadores felizes e) Imaturidade dos mecanismos antirreflexos f) Alimentação predominantemente líquida g) Decúbito mais horizontal h) DRGE → 20-40% Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina DO��ÇA D� ���LU�� ��S��O�S��ÁGI�� (D��E) DEFINIÇÃO - Apresenta associado ao RGE sinais e sintomas de complicações que acometem o sistema digestório (principalmente o esôfago) e/ou respiratório - Complicações em esôfago que recebe ácido ou base a) Esofagite → Metaplasia (Esôfago de Barrett) → Evolui para câncer (Adenocarcinoma). - Sintomas de DRGE na criança e adolescente a) Lactente + Regurgitação recorrente + Não ganho de peso → Recusa Alimentar + Esofagite + Irritabilidade + Hematêmese + Queimação retroesternal? → manifestado por irritabilidade, choro, recusa alimentar, etc. + Apnéia + Chiado + Pneumonia recorrente + Sintomas de VAS Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina b) Crianças e Adolescentes + Regurgitação recorrente + Esofagite + Hematêmese + Queimação retroesternal + Dor Abdominal + Disfagia + Asma + Pneumonia recorrente + Sintomas VAS - Síndrome de Sandifer → espasmos e torcicolo intermitente em direções alternadas por conta do refluxo. - DRGE e Sintomas Respiratórios a) Microaspiração do conteúdo gástrico b) Reflexo Esôfago Brônquico → conteúdo ácido ou básico (+ frequentemente ácido) → estímulo de receptores vagais localizados no terço distal do esôfago levando ao broncoespasmo (sibilância) + Ou seja, não necessariamente a criança necessita aspirar este conteúdo gástrico para desenvolver a broncoconstrição - estes receptores vagais realizam este reflexo com broncoespasmo. c) Asma → DRGE - Condições com sintomas que simulam aquelas da DRGE na criança a) Esofagite eosinofílica + Por alergia ao leite, por exemplo Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina b) Esofagite Infecciosa + Candida + Herpes simples + CMV c) Ingestão + Corpo estranho + Soda cáustica d) Esofagite por medicamentos + Tetraciclina + Bifosfonatos e) Alterações Anatômicas + Estenoses + Membranas + Anomalias vasculares f) Alterações de motilidade + Acalásia - Lactentes com suspeita de DRGE obs: Reintrodução da dieta → leite extensamente hidrolisado ou na forma de aminoácido. Esse processo imune via linfócito T (ocasionado pelo leite de vaca) leva a liberação de substâncias que alteram a motilidade do esôfago (atuação na via imune-celular). obs2: Caso se verifique que há relação com a alergia do leite de vaca, introduzir a supressão ácida. Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina obs3: Caso, mesmo com a medicação, este paciente não apresente melhora, são realizados exames - Os exames são realizados quando o paciente tem a DRGE, realizou as mudanças na dieta/leite (caso suspeite de alergia ao leite), realizou a medicação e, mesmo assim, após 2-3 meses ainda apresenta perda de peso. PORTANTO, OS EXAMES NÃO DEVEM SER REALIZADOS EM TODOS OS PACIENTES. obs4: Caso, após a realização dos exames, confirme a DRGE é indicado a cirurgia. - DRGE NA CRIANÇA - QUAL EXAME REALIZAR E O QUE ELES SIGNIFICAM? a) Esofagograma (Bário) + Uma mamadeira com bário é oferecida à criança - Um paciente com DRGE não apresentará bário em seu organismo após a realização deste exame, afinal irá regurgitar este elemento químico - Não é necessário/ útil para o diagnóstico de doença de refluxo + Exclui anormalidades anatômicas → estenoses, anéis vasculares, pâncreas anular, má rotação intestinal e hérnias de hiato + Portanto, esse exame é indicado para verificação de anormalidades anatômicas e não para verificar a DRGE. b) Monitoramento prolongado do pH esofágico (pHMetria) + Uma sonda é introduzida no lactente por 24h - essa sonda tem um sensor de pH em sua extremidade que detecta APENAS refluxo ácido + Esse exame também não verifica a altura que este refluxo atinge no esôfago - verifica apenas se há refluxo ácido ou não. + Sintomas atípicos → apnéia, tosse, queda de saturação, bradicardia + Realizado no pré e pós operatório de fundoplicatura + Realizado em pacientes com refluxo sem melhora com o tratamento Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina c) Impedância intraluminal de multicanal/Impedanciometria + Mede a resistência elétrica/Avalia os padrões motores do esôfago + Informa a altura do esôfago que o refluxo atinge + Detecta refluxo ácido e não ácido + Monitorização de refluxo → phMetria + impedanciometria + Indicado para pacientes com sintomas respiratórios → tosse e sibilância - Exames Complementares a) Suspeita de esofagite (DRGE, anemia, sinais de hemorragia alta, emagrecimento) b) Diagnóstico de estenose, úlceras, esôfago de Barret c) Descartar outras causas de esofagite d) Realização de Biópsia TRATAMENTO - REFLUXO FISIOLÓGICO EM LACTENTES - Com peso normal e sem sintomas → NÃO investigar a) Orientar e tranquilizar os pais b) Evitar tabagismo passivo c) Após as mamadas - manter o lactente em posição vertical por 20-30 minutos d) Durante o sono - recomendações posturais → decúbito dorsal com cabeceira elevada a 30 e 40 graus Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina - Orientações dietéticas a) Fórmulas anti-refluxo → Mamadeira pré espessadas (engrossadas)com amido de arroz ou de milhos pré gelatinizado - essa técnica não é boa em termos de caloria e deglutição. A melhor alternativa neste caso, infelizmente, é o leite artificial. b) Dieta fracionada em pequenos volumes - Neste caso, exames e medicação não são realizadas TRATAMENTO DRGE - Mais de 40% das crianças com suspeita de DRGE pode, na realidade, ser apresentação de alergia ao leite de vaca não IgE mediada / sensibilidade transitória à proteína isolada + Tratamento → leite de vaca extensamente hidrolisado ou aminoácidos - Bebês em aleitamento materno → Mães devem receber dieta isenta de proteína do leite de vaca / leite de soja - Manter as orientações do RGE → orientações dietéticas e posturais - Para crianças maiores e adolescentes a) Dieta → Evitar produtos como cafeína, frutas e sucos cítricos, chocolates, álcool, condimentos, gordura e fumo - Tratamento medicamentoso (todas as crianças) a) Inibidores de bomba de prótons → esofagite grave, DRGE refratário a H2, menos de 1 mês de vida (FDA), 30-60 minutos antes do café - Exemplo: Omeprazol b) Inibidores receptores de H2 da histamina → Esofagite; alívio dos sintomas e cicatrização esofágica leve a moderada, utilizada de 3-6 semanas - Exemplo: cimetidina/famotidina c) Procinéticos → Aumenta a pressão EIE - a literatura não é clara quanto este tópico. - Tratamento Cirúrgico a) A pHmetria é realizada para confirmar DRGE e, caso confirme, é indicado tratamento cirúrgico b) Indicado para crianças com DRGE intratável c) Pacientes com esofagites refratárias ou com estenose d) Fundoplicatura e) Pode associar à gastrostomia (procedimento cirúrgico que estabelece o acesso à luz do estômago através da parede abdominal) Fernando CL 5o Período - Med. Sta. Marcelina QU���ÕES ��G� 1. Quanto à doença de refluxo gastroesofágico (DRGE), assinale a opção incorreta. A) É uma doença crônica decorrente do refluxo anormal do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e(ou) órgãos adjacentes. B) Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na DRGE são relaxamento transitório do esfíncter esofageano inferior (EEI), ruptura anatômica da junção gastroesofágica (hérnia de hiato), EEI hipotenso. C) Os sintomas típicos de DRGE são pirose e regurgitação ácida. D) Tosse crônica, pigarro, laringite crônica e halitose são manifestações atípicas de DRGE. E) A duração da DRGE não está associada ao risco de desenvolvimento de esôfago de Barrett. 2. Em relação à Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), é possível afirmar que: (A) a endoscopia digestiva alta é o exame considerado “padrão ouro” para o diagnóstico. (B) pode haver broncoespasmo mesmo que o refluxo gastroesofágico ocorra apenas na porção distal do esôfago. (C) ela não existe sem a presença da hérnia hiatal. (D) os anticolinérgicos são importantes no seu tratamento. (E) a hemorragia digestiva maciça é uma complicação frequente
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