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www.vogais.pt
Veja o vídeo de 
apresentação 
deste livro.
Saúde e Bem-Estar
ISBN 978-989-8491-41-1
9 789898 491411
MIGUEL ÁNGEL ALMODÓVAR
M
IG
U
E
L
 Á
N
G
E
L
 A
L
M
O
D
Ó
V
A
R
DESCUBRA
A IMPORTÂNCIA
DO APARELHO DIGESTIVO
PARA O SEU BEM-ESTAR
FÍSICO E MENTAL
UM FASCINANTE LIVRO QUE DEMONSTRA
QUE O APARELHO DIGESTIVO POSSUI NEURÓNIOS
E UMA ATIVIDADE INDEPENDENTE DO CÉREBRO.
O Segundo Cérebro expõe as mais recentes descobertas científicas sobre 
a importância, até recentemente desconhecida nestas proporções, do 
estômago e da flora intestinal na nossa saúde.
A partir de casos clínicos e diversos exemplos práticos, Miguel Ángel 
Almodóvar revela que no aparelho digestivo (esófago, estômago, intestino 
delgado e cólon) existe um sistema nervoso autónomo, um «segundo 
cérebro» formado por milhões de neurónios que estão em constante 
comunicação com o cérebro. A sua importância é extraordinária, muito 
devido à influência direta que as bactérias intestinais têm na química do 
cérebro e, por conseguinte, no nosso comportamento e saúde. 
Sabe-se hoje que o desequilíbrio da flora intestinal tem uma relação 
direta com problemas como obesidade, diabetes, asma, alergias, 
doenças autoimunes, vários tipos de cancro e uma longa lista de 
alterações psicológicas — no fundo, com quase tudo o que nos impede 
de desfrutar de qualidade de vida. Este livro revolucionário 
proporciona ao leitor uma clara explicação destas descobertas, 
incluindo ainda dicas e conselhos alimentares que permitirão reforçar 
o equilíbrio gastrointestinal, melhorando a saúde e o bem-estar.
Impressão CMYK <16 mm>
MIGUEL ÁNGEL ALMODÓVAR
nasceu em Madrid, a 9 de setembro de 1950. 
Jornalista, investigador e divulgador 
especializado em nutrição e gastronomia,
é licenciado em Ciências Políticas
e Sociologia, com especialidade
em Demografia e Ecologia Humana.
Durante duas décadas foi um dos rostos mais 
populares da televisão espanhola, colaborando 
e dirigindo programas em diferentes canais. 
Atualmente, colabora em diversos meios
de comunicação e é membro da Unidade
de Investigação em Cultura Científica
do Centro de Investigações Energéticas, 
Ambientais e Tecnológicas (Ciemat).
É autor de mais de duas dezenas de livros
de diferentes temáticas, com destaque
para as áreas alimentar e nutricional.
CONHEÇA A RELAÇÃO ENTRE O APARELHO 
DIGESTIVO E O CÉREBRO, E A SUA IMPORTÂNCIA 
PARA O FUNCIONAMENTO DO NOSSO CORPO. 
COMPREENDA COMO ESSA LIGAÇÃO
É DETERMINANTE PARA A NOSSA SAÚDE.
«O livro que tem nas suas mãos, caro leitor, 
pretende dar a conhecer em pormenor uma 
mudança de paradigma na ciência médica e nas 
expetativas da saúde, tanto física como mental, 
que beneficiará a imensa maioria da população. 
Dito de outra forma, este livro descreve
os factos que certificam a transição ocorrida 
entre um antes e um depois na forma de 
abordar os tratamentos de muitíssimas 
doenças. Nada mais, nada menos.
[…]
E, sem dúvida, o mais importante
e revolucionário é que o ecossistema intestinal 
funciona como uma espécie de segundo 
cérebro em permanente intercomunicação com 
o outro cérebro, que se aloja no crânio, e que 
até agora julgávamos único. Sim, o que acaba 
de ler é verdade. Totalmente verdade.
[…]
Será uma viagem à procura da saúde
e do conforto. De acordo com a voz
e as palavras do poeta Konstantinos Kavafis,
aqui começa um caminho longo, cheio
de aventuras, cheio de experiências. 
Espero que desfrute, caro leitor.»
Sabia que os intestinos têm um cérebro próprio?
E que do seu bom funcionamento depende
grande parte da nossa saúde?
Sabia que os intestinos têm um cérebro próprio?
E que do seu bom funcionamento dependeE que do seu bom funcionamento dependeE que do seu bom funcionamento dependeE que do seu bom funcionamento depende
3
O S E G U N D O C É R E B R O
Índice
7
15
27
33
39
45
59
63
75
81
87
93
115
127
139
143
Introdução Uma mudança de paradigma nas ciências da saúde
Primeira parte 
O CÉREBRO ABDOMINAL.
A SUA HISTÓRIA E A SUA REALIDADE ATUAL
Capítulo 1 A relação entre o intestino e o sistema nervoso . 
Capítulo 2 Não lhe chame flora intestinal, chame-lhe 
 microbioma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 3 O microbioma e o sistema imunitário . . . . . . .
Capítulo 4 O intestino e os problemas mentais e emocionais .
Capítulo 5 O segundo cérebro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 6 O desequilíbrio do microbioma: a disbacteriose . .
Capítulo 7 Dietas desequilibradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 8 O uso excessivo de antibióticos . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 9 O stress como fator desencadeador da 
 disbacteriose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 10 A hipótese do excesso de higiene . . . . . . . . . . .
Capítulo 11 Tratamentos da disbacteriose . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 12 Probióticos, prebióticos e simbióticos . . . . . . .
Segunda parte
OS AVANÇOS MÉDICOS REAIS E O MICROBIOMA
Capítulo 13 O Projeto Genoma Humano . . . . . . . . . . . . . . . 
Capítulo 14 A Medicina Psicossomática . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 15 A Medicina Integrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
Capítulo 16 Ideias falsas e disparates . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Terceira parte
UMA DIETA SAUDáVEL PARA O MICROBIOMA
Capítulo 17 Alimentos que devemos controlar 
 e, inclusivamente, erradicar . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 18 Alimentos que devemos potenciar e descobrir . .
Capítulo 19 A dieta GAPS, alternativa nutricional 
 para os distúrbios psicológicos . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 20 Menus da dieta GAPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 21 O juicing ou a arte de fazer sumos saudáveis 
 e curativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 22 7 menus ricos em prebióticos e probióticos . . .
Capítulo 23 Conclusões e reflexão final . . . . . . . . . . . . . . . . .
Bibliografia recomendada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
163
171
177
189 
195
205
209
233
237
5
O S E G U N D O C É R E B R O
À memória de Élie Metchnikoff, Frederick Byron Robinson 
e Alfred Pischinger, que, quando mostraram inequivocamente um 
futuro de saúde, a ciência médica preferiu ignorar.
7
O S E G U N D O C É R E B R O
i n t r o d u ç ã o
uma mudança de paradigma 
nas ciências da saúde
O livro que tem nas suas mãos, caro leitor, pretende dar a co-nhecer em pormenor uma mudança de paradigma na ciên cia médica e nas expetativas da saúde, tanto física como men-
tal, que beneficiará a imensa maioria da população. Dito de ou-
tra forma, este livro descreve os factos que certificam a transição 
ocorrida entre um antes e um depois na forma de abordar os tra-
tamentos de muitíssimas doenças.
Nada mais, nada menos. 
Mas vamos por partes e comecemos por explicar o que signifi-
ca uma mudança de paradigma na saúde humana. Um paradigma 
é como o enquadramento teórico que define uma área do conhe-
cimento e, aplicado à ciência, de acordo com a definição clássi-
ca que o filósofo e cientista Thomas Kuhn (1922-1996) deu no 
seu famoso livro A Estrutura das Revoluções Científicas, constitui 
o conjunto de crenças e práticas que define uma disciplina cien-
tífica durante um período específico de tempo. 
Neste sentido, no caso das ciências da saúde, desde o diag-
nóstico, o tratamento e a conclusão final — cujo objetivo pri-
mordial é e será sempre a cura do doente —, os dias que vivemos 
estão a testemunhar uma mudança de paradigma, porque todo 
o enquadramento teórico anterior terá de ser revisto à luz das 
novas descobertas em redor do papel da flora intestinal — a 
que chamaremos microbiota ou microbioma, por razões que se-
rão explicadas mais à frente —, constituída por 100 biliões de 
8
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
micro-organismos que fazem parte de nós ou que, por outras 
palavras, convivem connosco. 
Da mesma forma que no ano 2003 foianunciada com pompa 
e circunstância a sequenciação do genoma humano — que até ao 
presente não correspondeu às expetativas —, em 2010 ficou con-
cluída, desta vez sem tanto alvoroço, mas com muitíssima mais 
repercussão, a sequenciação genética do microbioma intestinal. Ou 
seja, a decifração da caraterização e da variabilidade genética das 
comunidades microbianas que vivem no tubo digestivo dos seres 
humanos e que revelou um saldo de mais de três milhões de ge-
nes, os quais desempenham cerca de 20 mil funções diferentes e 
substanciais. Entre elas, por volta de cinco mil funções eram to-
talmente desconhecidas até ao momento. 
De novo: nada mais, nada menos. 
Hoje em dia sabemos, por exemplo, que, tanto pelo seu peso 
como pelas suas funções específicas, o microbioma intestinal deve 
passar a ser considerado um novo órgão e que a alteração do equi-
líbrio do ecossistema intestinal, a disbacteriose, está em estreitíssi-
ma relação com o aparecimento de problemas como a obesidade, a 
diabetes, a asma, as alergias, a doença celíaca, os eczemas atópicos 
e todo o tipo de doenças autoimunes, vários tipos de cancro, para 
além de uma longa lista de alterações psicológicas e de doen ças 
mentais. Enfim, o microbioma intestinal tem que ver com qua-
se tudo o que nos faz adoecer ou nos impede de usufruir de uma 
qualidade de vida razoável. 
Também sabemos — e esta é a boa notícia — que esse desequi-
líbrio, ou disbacteriose, se pode corrigir ou até reverter na maior 
parte das vezes através de uma ferramenta terapêutica tão simples, 
e sem nenhum efeito secundário, como a incorporação de alimen-
tos prebióticos e probióticos na dieta. Tão simples quanto isso. 
E ainda há mais. Simultaneamente, descobrimos que, tal 
como acontece com a impressão digital, não existem no mundo 
dois microbiomas idênticos, e que essa caraterização específica 
depende dos hábitos nutricionais, do grau de medicalização de 
9
O S E G U N D O C É R E B R O
cada sociedade e indivíduo e das práticas higiénicas de cada meio 
socioeconómico. 
Paralelamente, averiguámos que, apesar desta especificidade de 
cada indivíduo, a sequenciação do segundo genoma ou metage-
noma permite, como já acontece com os grupos sanguíneos, in-
cluir cada pessoa num dos três grupos de composição bacteriana 
intestinal, que os cientistas denominaram enterótipos. 
Também verificámos que ter decifrado o livro de instruções 
genéticas da população bacteriana que habita nas nossas profun-
dezas intestinais nos permitirá, a curto prazo, estabelecer um novo 
conceito de «normalidade», a partir de parâmetros analíticos como, 
por exemplo, os que se referem à glicose, à hemoglobina, aos leu-
cócitos e ao colesterol. 
Também descobrimos que no intestino humano se produz a 
maior parte da serotonina e quase metade da dopamina que circulam 
pelo nosso organismo, dois neurotransmissores relacionados com o 
prazer e o conforto espiritual. E, como veremos, esta é uma extraor-
dinária descoberta de amplíssimas e sensacionais consequências. 
E, sem dúvida, o mais importante e revolucionário é que o ecos-
sistema intestinal funciona como uma espécie de segundo cére-
bro em permanente intercomunicação com o outro cérebro, que 
se aloja no crânio, e que até agora julgávamos único. Sim, o que 
acaba de ler é verdade, caro leitor. Totalmente verdade. 
Dentro da revolução para a saúde física e mental que todas es-
tas descobertas sobre a colónia bacteriana que habita no sistema 
digestivo humano anunciam, não há nada tão fascinante como a 
descoberta deste sistema nervoso independente composto por 500 
milhões de neurónios que se prolonga do esófago até ao ânus e 
que, além de controlar a digestão e de ter um papel protagonista 
no bem-estar físico e mental, mantém, insistimos nisso, um diá-
logo informativo permanente de duplo sentido com o cérebro que 
se aloja no nosso crânio. 
Assim, o primeiro cérebro informa o segundo, e o segundo in-
forma o primeiro de maneira constante, comunicam-se entre si, 
10
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
dialogam e trocam dados vitais para o estado geral do organismo 
dos seres humanos, determinando ou induzindo a sua propen-
são para sofrer uma doença, bem como a forma de a poder evitar. 
Esse sistema nervoso independente é tão complexo que, ape-
sar de não ser propriamente nosso, já que pertence à comunida-
de de mais de dois biliões de bactérias que nos acompanham ao 
longo da nossa vida, acabou por se chamar «o segundo cérebro».
Um segundo cérebro que, como reconhece o Dr. Michael 
Gershon, jamais comporá silogismos, escreverá poesia ou abordará 
diálogos socráticos, mas hoje sabemos que foi essencial no devir 
da cultura e do pensamento humano. De acordo com a exempli-
ficação e o resumo que faz o próprio professor americano: «Se 
René Descartes formulou a sua máxima “Penso, logo existo”, foi 
porque os seus intestinos lho permitiram.»
Se tudo isto não é um novo paradigma de saúde, então o que 
será? Ou seja, com toda a certeza, um novo paradigma que abre 
de par em par as portas a formas de diagnóstico e abordagens te-
rapêuticas sem precedentes, entre as quais se incluem desde trans-
plantes de microbioma intestinal — que já são uma realidade e 
que permitiram a cura de doentes praticamente desenganados — 
a uma geração de insólitos medicamentos metagenómicos que 
permitem dar uma resposta eficaz e não lesiva a muitas doenças. 
Como consequência de tudo o que acabamos de expor, o futu-
ro da saúde está a escrever-se de forma brilhante e neste preciso 
momento. Sim, neste preciso momento estão a criar-se numero-
sas expetativas no diagnóstico e no tratamento de um conjunto 
muito amplo de doenças, estados de carência ou disfunções orgâ-
nicas, que vão desde os problemas emocionais que cada vez atin-
gem com mais força o mundo desenvolvido, como a depressão, a 
ansiedade ou o stress, às doenças crónicas que marcam decisiva-
mente o presente e o futuro de sociedades como a nossa, cada vez 
mais envelhecidas e, portanto, mais propensas a sofrê-las. 
Nesta introdução é obrigatório relembrar de forma singular e 
homenagear o precursor e pioneiro deste novo tempo e paradigma, 
11
O S E G U N D O C É R E B R O
o cientista russo Élie Metchnikoff, que, em inícios do século xx, 
vaticinou e estabeleceu as bases do que hoje, no auge do século 
xxi, está prestes a tornar-se ou já se tornou realidade. 
Graças a este pioneiro e a todos os seus destacados e corajo-
sos seguidores, este livro levá-lo-á, caro leitor, a navegar por uma 
série de conhecimentos que podem ser cruciais para o seu bem-
-estar. Será uma viagem à procura da sua saúde e do seu confor-
to. Uma viagem para libertar o corpo e o espírito da asfixiante 
limitação de uma medicina que tem insistido progressivamente 
em contemplar o ser humano fragmentado em muitíssimas es-
pecialidades e em esquecer as dimensões globais, psicológicas e 
espirituais da doença.
Só para levantar um pouco o véu do percurso que está prestes 
a iniciar, podemos dizer que na linha de partida lembraremos e 
homenagearemos todos os pioneiros da ciência médica que tor-
naram possível o conjunto de conhecimentos com os quais agora 
contamos sobre o microbioma intestinal. 
Depois disso, exporemos pormenorizadamente o projeto de se-
quenciação genética relativo ao ecossistema que habita no apare-
lho digestivo humano, que, ao contrário do tão anunciado Projeto 
Genoma Humano, está a corresponder, sobejamente e quase em 
sigilo, às muitíssimas expetativas no diagnóstico e no tratamento 
de um conjunto muito amplo de doenças, estados de carência ou 
disfunções orgânicas. 
Mais à frente, abordaremos de forma pormenorizada a relação 
entre o intestino, o microbioma e o sistema imunitário, e o siste-
ma nervoso, essa relação tão singular que nos levou a podermos 
falar do «segundo cérebro».
De seguida, percorreremos os caminhos da disbacteriose in-
testinal, um problema crucial de saúde ao qual até agora se tinha 
prestado pouquíssima atenção, e dar-se-ão exemplos dadimensão 
da sua importância decisiva com duas histórias pessoais, dois casos 
em que os pacientes foram deambulando por uma infinidade de 
médicos especialistas enquanto os seus problemas se agravavam, 
12
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
até que encontraram um diagnóstico e um tratamento eficaz ba-
seado em voltar a ordenar e a equilibrar o seu microbioma. 
Neste percurso deter-nos-emos numa dieta, ou programa nu-
tricional, para combater o GAPS, sigla que em inglês se refere 
ao Gut and Psychology Syndrome, ou Síndrome do Intestino e da 
Psicologia, com o qual a Dra. Natasha Campbell-McBride conse-
guiu resultados muito positivos no tratamento de dificuldades de 
aprendizagem, distúrbios neurológicos, perturbações psiquiátricas, 
imunológicas e digestivas, autismo, distúrbio de défice de atenção 
com hiperatividade, dislexia, dispragia, depressão e esquizofrenia.
Da mesma forma, por rigor intelectual e por vocação para o 
serviço público, denunciaremos as mentiras de certas ideias e livros 
sobre determinadas enzimas milagrosas e mistificações variadas.
Continuaremos pelo que é anunciado como futuro e que já é 
uma realidade palpável, a Medicina Integrativa, uma nova abor-
dagem que combina as terapias da medicina convencional com as 
medicinas alternativas ou complementares validadas através dos 
procedimentos e dos métodos da medicina científica. 
Daí passaremos a abordar o que é uma dieta rica e benéfica 
para o nosso microbioma. Mas não só de um ponto de vista teó-
rico. Apresentaremos diversos menus ricos nos ingredientes que 
integram essa dieta, daremos instruções para preparar fermenta-
ções caseiras e conselhos para entrar no mundo do muito saudável 
juicing, ou arte de confecionar sumos de frutas e legumes. 
Como referimos, será uma viagem à procura da saúde e do con-
forto. De acordo com a voz e as palavras do poeta Konstantinos 
Kavafis, aqui começa um caminho longo, cheio de aventuras, cheio 
de experiências. Espero que desfrute, caro leitor. 
13
O S E G U N D O C É R E B R O
primeira parte
o cÉreBro aBdominaL. 
a sua HistÓria e a sua 
reaLidade atuaL
15
O S E G U N D O C É R E B R O
c a p Í t u L o 1
a reLação entre o intestino 
e o sistema nervoso
os primÓrdios e a profecia de metcHnikoff
Após as descobertas de Louis Pasteur (1822-1895), Robert 
Koch (1843-1910) e outros brilhantes cientistas que estabelece-
ram as bases da teoria de que muitas doenças são provocadas por 
germes, e perante uma opinião pública muito massacrada pelas 
doenças infeciosas e totalmente convencida do grande perigo que 
as bactérias representavam para a sua saúde, em 1907, o cientis-
ta russo Élie Metchnikoff (1845-1916) publicou um livro, The 
Prolongation of Life, no qual, para enorme espanto de todos, pro-
clamava os grandes benefícios de certas bactérias que habitam no 
intestino humano e que fazem parte da flora intestinal, ou micro-
biana, de acordo com a atual terminologia. 
Um ano depois, em 1908, seria galardoado, juntamente com o 
médico e bacteriologista alemão Paul Ehrlich (1854-1915), com 
o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina, pela sua «teoria da 
fagocitose da doença», formulada em 1884 e que dava a conhe-
cer a capacidade do corpo humano para resistir e vencer as doen-
ças infeciosas. 
Metchnikoff, sempre muito interessado pelo envelhecimen-
to e pela morte, criou as disciplinas científicas conhecidas como 
Gerontologia, ciência que estuda os diferentes aspetos da velhi-
ce e do envelhecimento populacional, e Tanatologia, disciplina 
que estuda o fenómeno da morte nos seres humanos aplicando o 
16
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
método científico e as técnicas forenses. Para além disso, desco-
briu uma cura para a sífilis, uma das grandes pragas do seu tempo. 
Investigador do Instituto Pasteur de Paris desde 1888, 
Metchnikoff conviveu nos seus laboratórios com o mestre Louis 
Pasteur durante sete anos, até ao falecimento deste, em 1895, tra-
balhando no campo da anatomia comparada e outros estudos mé-
dicos que o levaram à conclusão de que existia uma estreita relação 
entre a atividade de algumas bactérias proteolíticas — encarrega-
das da degradação das proteínas — e a prisão de ventre e outros 
problemas de saúde, ao mesmo tempo que a ação das bactérias 
intestinais do ácido lático ou as contínuas evacuações estavam re-
lacionadas com a longevidade. Desde esta mesma perspetiva, cons-
tatou que algumas bactérias intestinais eram fonte de substâncias 
tóxicas para o sistema nervoso, e que contribuíam para o envelhe-
cimento, o pessimismo ou a depressão, enquanto produtos como 
o iogurte, o quefir ou os legumes fermentados tinham resultados 
muito positivos na saúde geral e na qualidade de vida das pessoas.
Definitivamente, Metchnikoff, há mais de um século, tornou-se 
um pioneiro da terapêutica intestinal e o apóstolo dos alimentos 
probióticos, atual e unanimemente louvados como fonte de saúde 
e alvo de grandes campanhas institucionais e comerciais. Prova 
disso é este excerto do seu livro:
Dever-se-ia estudar de forma sistemática a relação que existe 
entre os micro-organismos intestinais e o envelhecimento precoce, 
bem como a influência das dietas que impedem a putrefação intes-
tinal no prolongamento da vida e na conservação da força corporal. 
Provavelmente num futuro, próximo ou longínquo, disporemos de in-
formação exata sobre um dos principais problemas da Humanidade. 
Embora um pouco tarde, esse futuro que Metchnikoff referia 
em 1908, no seu livro anteriormente citado, felizmente chegou. 
Vamos debruçar-nos sobre ele.
17
O S E G U N D O C É R E B R O
o genoma microBiano
Em 2010, conseguiu-se finalizar a sequenciação genómica da 
estrutura microbiana que habita no corpo humano. Podemos ve-
rificar a importância quantitativa deste segundo genoma ou me-
tagenoma através do facto de cada indivíduo ser composto por 
cerca de 10 biliões de células vivas, com as quais convivem 100 
biliões de micro-organismos, alojados no trato digestivo numa 
proporção entre 90 e 95%, enquanto na pele e nas mucosas se 
encontram entre 5 e 10%.
Por outras palavras, cada ser humano é a décima parte do total 
de um ecossistema complexo com o qual terá de conviver ao lon-
go de toda a sua existência, porque as bactérias que nos habitam 
permanecem connosco e acompanham-nos no nosso percurso 
vital. No entanto, elas não são nós, mas sim um ser relativamente 
autónomo, com vida e desenvolvimento próprios. 
A sequenciação genética dessa população bacteriana que nos 
acompanha permitiu modificar radicalmente a nossa visão dos mi-
cróbios, até há pouquíssimo tempo associados à doença e à morte. 
Graças a este avanço científico, hoje são olhados também como 
potencial fonte de saúde e de qualidade de vida. 
Conhecer as suas funções e mecanismos de ação possibilitará, 
a curto prazo, encontrar novas ferramentas eficazes para comba-
ter, atenuar ou dar respostas definitivas a inúmeras doenças, físi-
cas e mentais, algumas delas com um impacto cada vez maior nas 
sociedades ocidentais. 
O que é mais surpreendente nas descobertas realizadas neste 
campo da medicina, avalizadas por uma significativa quantidade 
de investigações e experiências levadas a cabo ao longo dos últi-
mos anos, é que atualmente podemos afirmar sem quaisquer dú-
vidas que existe uma ligação primária entre o intestino e o sistema 
nervoso central, que, como todos sabemos, termina no cérebro. 
Para isso, a sequenciação do metagenoma vai certamente al-
terar as perspetivas das atuais ciências da saúde e abre de par em 
18
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
par as portas a uma nova terapêutica baseada na certeza de que 
o empobrecimento ou o desequilíbrio da até agora chamada mi-
croflora intestinal favorece o aparecimento da obesidade, da pri-
são de ventre crónica, do nervosismo, das reações alérgicas, da dor 
nas articulações, das insónias — fortes ou crónicas —, do cansaço, 
da síndrome do cólon irritável, das enxaquecas, da artrite reuma-
toide,da cistite, da doença de Crohn, da fibromialgia, do autis-
mo e de défices de minerais e oligoelementos como o magnésio, 
o cobre, o zinco ou o lítio, enquanto o seu reequilíbrio para um 
funcionamento adequado pode ser a solução para um conjunto 
de terapias muito eficazes, não apresentando os indesejados efei-
tos secundários. 
No metagenoma estão escritas as chaves de um futuro saudá-
vel. E esse futuro já começou. 
o segundo cÉreBro
Nos intestinos aloja-se o sistema nervoso entérico, uma espé-
cie de segundo cérebro formado por 100 milhões de neurónios 
que constituem uma rede responsável por nos fazer sentir certas 
emoções na barriga e pelo facto de o organismo ser capaz de fa-
zer a digestão sem contar com a ajuda do cérebro principal, de-
senvolvendo de maneira autónoma funções tão complexas como 
o fracionamento dos alimentos, a absorção dos nutrientes e a ex-
pulsão dos dejetos, mediante complicados processos químicos e 
contrações musculares muito precisas. 
Além disso, o sistema nervoso entérico, ou segundo cérebro, 
não só desempenha tarefas fisiológicas, mas também, ao mesmo 
tempo, influencia diretamente as emoções, de maneira que a tra-
dicional e romântica imagem de sentir «borboletas no estôma-
go» corresponde a estados alterados de nervos ou stress dos quais 
nos damos conta graças ao sistema nervoso instalado no intesti-
no. Como afirma o psiquiatra James Greenblatt: «Na verdade, os 
intestinos são um segundo cérebro.»
19
O S E G U N D O C É R E B R O
Atualmente existem muitas provas científicas de que, nesse 
eixo intestino-sistema nervoso central-cérebro, de comunicação 
bidirecional, os micróbios que formam a microflora intestinal 
ou microbioma têm um protagonismo decisivo. Em meados de 
2011, uma equipa de investigadores da Universidade McMaster 
do Canadá conseguiu reunir evidências de que as bactérias intes-
tinais influenciam diretamente a química do cérebro e a condu-
ta, associando-se à ansiedade, à depressão ou, inclusivamente, ao 
autismo de início tardio. 
Por outro lado, e apoiando-se nisso, no início de 2013, um estudo 
tornado público pelo Instituto Karolinska (Estocolmo, Suécia), em 
colaboração com o Instituto do Genoma de Singapura, deixou claro 
que a colonização microbiana dos intestinos na primeira infância é 
decisiva para o desenvolvimento saudável do cérebro e fundamen-
tal nas áreas da aprendizagem, da memória e do controlo motor. 
Uns meses mais tarde, após muitos anos de análises das his-
tórias clínicas dos seus pacientes, James Greenblatt insistia: «Na 
verdade, os intestinos são um segundo cérebro… [já que]… exis-
tem mais neurónios no trato digestivo do que em qualquer outro 
lugar, além do cérebro.»
Na realidade, isto não é novo para a prática psiquiátrica, cujos 
profissionais mais destacados conhecem há tempo a estreita li-
gação entre o sistema digestivo e as doenças mentais. Há muito 
tempo que se constatou que a ansiedade provoca diarreias ou que 
a depressão dificulta extremamente a digestão de alimentos e a 
assimilação de nutrientes. 
O que é realmente inovador nas propostas de Greenblatt e de 
outros pioneiros é a constatação de que o sistema digestivo não 
está subordinado ao cérebro, mas antes que o cérebro reage pe-
rante as informações que lhe chegam dos intestinos. 
Após todas estas constatações, o dado mais preocupante é que 
se calcula que entre 80 e 90% da população é afetada, em dife-
rentes graus, por algum tipo de problema intestinal, o que, sem 
dúvida, favorece o aparecimento de inúmeras doenças.
20
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
A boa notícia é que todos estes novos conhecimentos sobre a 
ligação entre os dois cérebros permite melhorar os diagnósticos 
e os tratamentos das doenças, e que no futuro se poderão utili-
zar novos fármacos e tratamentos menos invasivos, mais natu-
rais e mais eficazes para uma série de problemas, tanto físicos 
como mentais. 
a autoestrada BidirecionaL cÉreBro-intestino 
existente nos Humanos
A grande maioria dos estudos que sublinham que há uma tro-
ca de informação entre o cérebro e o intestino, nas duas direções, 
foi testada em animais de laboratório, essencialmente ratos, mas 
essa evidência começou a verificar-se em seres humanos há pou-
co tempo. 
O estudo de referência, publicado na revista Gastroenterology 
em junho de 2013, foi realizado pela equipa do Gail and Gerald 
Oppenheimer Family Center for Neurobiology of Stress e do 
Abmanson-Lovelace Brain Mapping Center, dependente da 
Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), liderado 
pela Dra. Kirsten Tillisch.
Este estudo foi realizado com um grupo de 36 mulheres entre 
18 e 55 anos, grupo esse que se dividiu de forma aleatória em três 
subgrupos. O primeiro grupo de mulheres consumiu duas vezes 
por dia, durante quatro semanas, um iogurte específico que con-
tinha uma mistura de diversos probióticos e bactérias intestinais, 
concebido especialmente para ter um efeito positivo no intestino. 
O segundo grupo de mulheres tomou um produto lácteo muito 
parecido com o iogurte, mas que não continha probióticos. O ter-
ceiro grupo transformou-se em grupo de controlo e não consu-
miu nenhum produto desse tipo. 
Foram feitos exames cerebrais através de ressonâncias magné-
ticas funcionais a todas as participantes desta experiência, antes e 
depois do período de estudo, para medir as eventuais modificações. 
21
O S E G U N D O C É R E B R O
Os cientistas da UCLA foram observando a evolução que se 
produzia nos cérebros das mulheres a partir de um estado de re-
pouso e em resposta a uma tarefa visual de reconhecimento emo-
tivo, que consistia em contemplar imagens do rosto de pessoas que 
mostravam diferentes emoções, tal como o medo, a ira ou o pavor.
Os resultados do estudo demonstraram que, durante a tarefa 
de reatividade emocional, as mulheres pertencentes ao primeiro 
grupo — as que tinham consumido o iogurte com probióticos 
e bactérias intestinais — apresentavam uma diminuição de ati-
vidades na ínsula do cérebro (que elabora e integra as sensações 
internas do corpo) em comparação com as mulheres dos outros 
dois grupos, que não tinham consumido o iogurte com probióti-
cos e bactérias intestinais. 
Além disso, em resposta às tarefas visuais, as mulheres do pri-
meiro grupo apresentaram uma diminuição da participação de uma 
rede capilar no cérebro que engloba as áreas ligadas à emoção, à 
cognição e aos sentidos, enquanto os outros grupos mostravam 
uma atividade estável ou até maior na referida rede. 
Por outro lado, quando os cientistas fizeram um exame cere-
bral às participantes na experiência numa situação de repouso, foi 
possível observar que, nas mulheres que tinham consumido o io-
gurte com os probióticos e as bactérias intestinais, ocorriam mais 
conexões entre uma região cerebral essencial conhecida como a 
substância cinzenta periaquedutal e as áreas cognitivas associadas 
ao córtex pré-frontal. 
No mesmo teste, as participantes do grupo de controlo mos-
traram mais conexões entre a substância cinzenta periaquedutal e 
as regiões associadas às emoções e às sensações, enquanto o grupo 
que tinha consumido o produto lácteo sem probióticos apresen-
tou resultados intermédios. 
Tudo isto vem demonstrar que os efeitos no intestino envol-
vem áreas que afetam não só os processos associados às emoções, 
mas também os sensoriais, e que o conhecimento do que aconte-
ce no cérebro, após uma modificação do microbioma intestinal, 
22
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
pode ajudar a encontrar novas estratégias para prevenir ou tratar 
distúrbios não só digestivos, mas também mentais e neurológicos. 
A equipa de investigação deste trabalho considera que a sua des-
coberta pode abrir caminhos para novas intervenções no sentido 
de melhorarem as funções cerebrais através da dieta ou de inter-
venções farmacológicas que desempenhem uma função no micro-
bioma intestinal, já que, como refere a Dra. Tillisch, os resultados 
indicam que «[…] alguns elementos incluídos no iogurtepodem 
mudar a forma como o nosso cérebro responde ao meio envolven-
te […]. Em reiteradas oportunidades ouvimos pacientes dizerem 
que nunca se sentiram deprimidos ou ansiosos até começarem a 
ter problemas com o seu intestino. O nosso estudo demonstra que 
a ligação entre o intestino e o cérebro é uma rua de duplo sentido.»
Outro membro da equipa, o Dr. Emeran Mayer, professor de 
Medicina, Fisiologia e Psiquiatria da David Geffen School of 
Medicine, na UCLA, acrescenta: «Existem diversos estudos que 
demonstram que o que comemos pode alterar a composição e 
os produtos da flora intestinal. Agora sabemos que isto tem um 
efeito não apenas sobre o metabolismo, já que também afeta as 
funções do cérebro.»
o ser Humano e o seu microBioma, 
uma duaLidade inseparáveL
Uma vez estabelecida e demonstrada a grande interação e 
simbiose entre os humanos e a comunidade bacteriana que com 
eles habita e se manifesta em aspetos fundamentais da sua fisio-
logia — como o metabolismo das gorduras, a resposta imunitá-
ria, a produção de vasos sanguíneos e um imenso etc. —, o ser 
humano já não pode ser considerado de modo algum um mero 
organismo. Como diz o Dr. Francisco Guarner, responsável pelo 
grupo de Fisiologia e Fisiopatologia Digestiva do Vall d’Hebron 
Institut de Recerca de Barcelona: «Com base nesta íntima asso-
ciação entre os humanos e a sua flora intestinal, considera-se que 
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O S E G U N D O C É R E B R O
cada ser humano é um “superorganismo” resultante da soma dos 
genes humanos e dos genes do microbioma intestinal.»
Por outro lado, e como defende o próprio Guarner, «… o micro-
bioma intestinal já é considerado um órgão em si mesmo». E isto é 
assim, entre outras coisas, porque «… se se transplantar o microbio-
ma de indivíduos normais para animais de laboratório que cresce-
ram em total ausência de bactérias e que têm um desenvolvimento 
corporal deficiente, um cérebro diferente e imaturo e um sistema 
imunitário incompleto, esses animais recuperam a normalidade».
os três grupos da composição Bacteriana intestinaL
Um dos primeiros resultados de sucesso do Projeto METAHIT, 
Metagenómica do Trato Intestinal Humano, que é um consórcio 
de investigação internacional, foi a descoberta de que, tal como 
cada indivíduo pertence a um grupo sanguíneo, também pertence 
a um dos três grupos de composição bacteriana intestinal, que se 
chamaram enterótipos. Isto quer dizer que as bactérias intestinais 
de cada enterótipo se organizam em grupos estáveis, bem defini-
dos e detentores de caraterísticas comuns. 
Também se constatou que a pertença a estes grupos não pare-
ce ter qualquer relação com o sexo, a idade, a origem geográfica 
ou o estado de saúde do indivíduo, mas sim com a abundância ou 
escassez de certos tipos de bactérias e com o potencial genético 
das mesmas, ou seja, com as funções que codificam os seus genes. 
Estes resultados, publicados na célebre revista Nature em abril de 
2011, abrem infinitas perspetivas de aplicação nas áreas da nutri-
ção e da saúde humanas. 
Estas conclusões apareceram após a análise do metagenoma 
das bactérias de 39 indivíduos espanhóis, franceses, dinamarque-
ses, italianos, americanos e japoneses, ou seja, procedentes de três 
continentes. E, para as corroborar, posteriormente ampliaram-se 
as análises a 85 amostras de populações dinamarquesas e a 154 
americanas. 
24
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
Um dos potenciais benefícios desta descoberta é que, num fu-
turo talvez muito próximo, os médicos poderão adaptar as die-
tas ou as receitas de medicamentos tendo por base cada um dos 
enterótipos intestinais, o que proporcionaria uma alternativa aos 
antibióticos.
perspetivas de futuro
Ao longo dos últimos anos foram muitíssimos os elementos 
que a ciência conseguiu averiguar sobre o microbioma intestinal 
humano, mas ainda há muitos mais por conhecer. 
Mais concretamente, a codificação genética do microbioma in-
testinal abre caminho à determinação de funções específicas que 
permitirão estabelecer parâmetros parecidos aos que atualmente 
se aplicam, por exemplo, ao colesterol; o conhecimento pormeno-
rizado das ligações entre a população bacteriana do intestino e o 
sistema imunitário dará lugar a novas abordagens na prevenção e 
no tratamento de asma, alergias e doenças autoimunes. 
Como consequência, as ligações de duplo sentido entre os sis-
temas neuronais cerebral e intestinal configuram-se como uma 
ferramenta extremamente útil para tratar tanto perturbações psi-
quiátricas graves como distúrbios comportamentais típicos da so-
ciedade contemporânea, como depressões leves, stress, ansiedade 
ou hiperatividade. 
Da mesma forma, as esperanças mais do que fundadas em novas 
terapias para combater a diabetes, a obesidade, a doença celíaca, o 
cancro e muitas outras doenças são enormes. O aparecimento de 
fármacos moduladores do microbioma intestinal está no merca-
do quase ao nosso alcance. E, como veremos, os transplantes de 
microbioma intestinal e o tratamento da mastite com probióticos, 
só para dar alguns exemplos, já são uma realidade. 
Definitivamente, a manipulação do microbioma intestinal, para 
o tornar mais saudável e eficaz, poder-se-á utilizar no tratamento 
de doenças ou na prevenção do seu desenvolvimento. E não só nas 
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O S E G U N D O C É R E B R O
mais evidentes, como problemas digestivos ou metabólicos, mas 
também em muitas outras alterações. Como resume Gary Wu, 
professor de Gastrenterologia da Faculdade de Medicina Perelman 
da Universidade da Pensilvânia e presidente do comité consultivo 
científico do Centro de Investigação e Educação do Microbioma 
do Intestino da Associação Americana de Gastrenterologia:
Há provas de que os micróbios localizados no intestino têm um 
determinado papel nos distúrbios do espetro autista através da pro-
dução de pequenas moléculas exóticas. Há indícios também de que 
o microbioma intestinal pode transformar os constituintes da dieta 
num gás capaz de acelerar a doença vascular coronária. Existe tam-
bém o microbioma da pele, que tem uma função no desenvolvimen-
to da psoríase e na cicatrização das feridas. 
Estamos perante um fascinante mundo por descobrir, no qual 
muito provavelmente e a curto prazo o conhecimento dos con-
ceitos básicos em relação às interações entre os seres humanos e 
o seu microbioma intestinal será tão importante e decisivo como 
é agora a genética. 
27
O S E G U N D O C É R E B R O
c a p Í t u L o 2
não LHe cHame fLora intestinaL, 
cHame-LHe microBioma
Há algum tempo que se sabe que as bactérias, os fungos, os protozoários, as leveduras e outros micróbios ou micro-or-ganismos que se localizam no trato intestinal do ser huma-
no não são plantas e que, consequentemente, o nome genérico 
tradicional de «flora intestinal» que lhe tinha sido dado até agora 
não faz sentido. Assim, pouco a pouco, começou-se a chamar a 
todo esse conjunto de micro-organismos vivos alojados no trato 
intestinal microbiota ou microbioma, e é assim que se deve chamar. 
O organismo humano estabelece com este microbioma intesti-
nal uma relação simbiótica, tanto de mutualismo — interação bio-
lógica, entre indivíduos de diferentes espécies, da qual ambos tiram 
partido e que melhora a sua aptidão biológica — como de comen-
sal — interação biológica, na qual um dos intervenientes obtém 
um benefício, enquanto o outro não é prejudicado nem beneficia-
do. Quando a sua composição se pode qualificar de «normal», estes 
ajudam na digestão dos alimentos, produzem um determinado tipo 
de vitaminas, como a B12, decompõem fármacos e toxinas, fun-
cionam como imunomoduladores e protegem contra a colonização 
de micro-organismos patogénicos e contra a inflamação crónica. 
Este microbioma do trato gastrointestinal é composto por cer-
ca de 150 mil espécies bacterianas que, em conjunto, representam, 
como já referimos, entre 1,5 e 2 quilos de peso em cada indiví-
duo, ultrapassando o peso do fígado, 1,5 quilos, e em muito o do 
coração, 450 gramas, ou o dos rins,que juntos pesam 300 gramas. 
28
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
como se constitui o microBioma intestinaL?
O microbioma intestinal forma-se mediante espécies nativas 
de bactérias que se adquirem ao nascer e durante o primeiro ano 
de vida, e de bactérias em trânsito que diariamente se adquirem 
através dos alimentos que ingerimos. 
Uma crença a este respeito que se julgava válida até há bem 
pouco tempo era que, no seio materno, o feto é estéril, mas quan-
do rompe a membrana na qual se encontra, no momento do parto 
propriamente dito, começa a expor-se ao contacto com as bacté-
rias que existem no trato genital da mãe ou no ambiente, incluin-
do as que expele qualquer pessoa que possa estar ao pé do bebé, 
através da respiração. 
Investigações recentes e publicações científicas começam a 
questionar esta ampla crença médica. Mais concretamente, uma in-
vestigação levada a cabo por uma equipa liderada pela Dra. Kjersti 
Aagarard, professora associada do Baylor College of Medicine 
Obstetrics & Gynecology, de Houston, no Texas, cujos resulta-
dos foram publicados na revista Science Translational Medicine a 
21 de maio de 2014, parece demonstrar que as primeiras absor-
ções microbianas do bebé procedem do seio materno, que até ao 
momento se julgava estéril. Neste estudo, realizado no tecido da 
placenta de 320 mães, recolhido no próprio momento do parto, 
a equipa da Dra. Aagarard conseguiu documentar a presença de 
espécies como as E. coli, Bacterorides, Prevotellatannerae e Neisseira 
lactamica, entre outras, o que indica que o incipiente mundo mi-
crobiano intestinal do recém-nascido provém de várias fontes, 
incluindo o seio materno. 
Curiosamente, o grupo de investigação do Departamento de 
Nutrição, Bromatologia e Tecnologia de Alimentos da Faculdade 
de Veterinária da Universidade Complutense de Madrid, liderado 
por Juan Miguel Rodríguez Gómez, já tinha chegado a essa mes-
ma conclusão em 2008. Depois de injetar bactérias marcadas em 
fêmeas de rato prenhes, descobriram que estas estavam presentes 
29
O S E G U N D O C É R E B R O
no mecónio (substância viscosa e espessa de cor entre verde-escu-
ro e preto composta por células mortas e secreções do estômago e 
do fígado, que reveste o intestino do recém-nascido) das crias que 
nasceram por cesariana. Infelizmente, naquele momento a comu-
nidade científica não deu crédito à descoberta e considerou que 
se tratava de um erro devido a uma contaminação ambiental no 
laboratório. Agora parece já ser evidente que o primeiro contacto 
do bebé com o mundo microbiano é anterior ao seu nascimento.
a formação e o desenvoLvimento 
do microBioma durante a Lactação
Durante a lactação materna, independentemente da origem 
geográfico-cultural e do nível socioeconómico da mãe, o recém-
-nascido entra em contacto com bactérias comensais, mutualis-
tas e probióticas, fundamentalmente dos géneros Staphylococcus, 
Streptococcus, Enterococcus, Lactococcus, Lactobacillus, Weissella e 
Leuconostoc, destacando-se como espécie a Staphylococcus epider-
midis, que se encontra em 100% das mães lactantes, embora todas 
elas em quantidades relativamente pequenas, já que a diversida-
de intestinal não começará a crescer de forma significativa até ao 
momento do desmame. No entanto, a lactação é um período es-
sencial no desenvolvimento do microbioma intestinal, já que se 
calcula que um lactante que ingira cerca de 800 ml de leite ma-
terno diariamente pode receber entre 100 mil e 10 milhões de 
bactérias por essa via. 
O desenvolvimento do seu sistema imunitário, a regulação da 
permeabilidade intestinal, a manutenção do equilíbrio do siste-
ma, a determinação da suscetibilidade às infeções microbianas e 
a sensibilidade aos antígenos e aos agentes alergénicos da dieta, 
organismos que podem provocar respostas imunitárias de caráter 
negativo, dependerão em grande medida da velocidade e da va-
riedade com que estas bactérias colonizem o trato intestinal do 
recém-nascido.
30
M i G U E l Á N G E l A l M O D ó v A R
O trato intestinal é uma das zonas de contacto mais impor-
tantes entre micro-organismos potencialmente nocivos, entre os 
quais se encontram as bactérias, os vírus, as toxinas e os alérge-
nos. A mucosa intestinal é a primeira barreira que encontra, e a 
sua função protetora depende dos seus componentes estruturais 
e funcionais, do sistema imunitário e das suas diferentes intera-
ções com o microbioma intestinal e algumas bactérias probióticas.
Enquanto os agentes patogénicos podem alterar substancial-
mente a permeabilidade intestinal, as bactérias comensais bené-
ficas serão as responsáveis pelo seu restabelecimento, pelo reforço 
das uniões intercelulares e pela proliferação celular. 
Até agora, conhecia-se a extraordinária importância do leite 
que o bebé toma da sua mãe, especialmente como fator que de-
termina como será o futuro microbioma intestinal do indivíduo 
adulto, mas não se sabia muito sobre a sua composição e sobre o 
papel biológico desempenhado pelas bactérias que contém. 
Isto começou a mudar devido ao estudo levado a cabo por in-
vestigadores espanhóis pertencentes ao Instituto de Agroquímica 
e Tecnologia dos Alimentos (IATA-CSIC) e ao Centro Superior 
de Investigação em Saúde Pública (CSISP-GVA), ambos em 
Valência. Esta investigação foi publicada em finais de 2012 no 
American Journal of Clinical Nutrition. 
Para identificar o microbioma do leite materno, estes cientis-
tas utilizaram uma técnica baseada na sequenciação massiva de 
ADN chamada pirosequenciação, e graças a ela descobriram que 
no colostro (líquido que as glândulas mamárias segregam duran-
te a gravidez e nos primeiros dias depois do parto, composto por 
água, proteínas, imunoglobulinas, gorduras e hidratos de carbono), 
bem como no leite maduro recolhido depois de um e seis meses 
de lactação materna, havia mais de 700 espécies de micro-orga-
nismos. Bastantes mais do que os previstos. 
Estes investigadores constataram que os géneros bacterianos 
mais presentes nas amostras de colostro correspondiam às bacté-
rias Weissella, Leuconostoc, Staphylococcus, Streptococcus e Lactococcus, 
31
O S E G U N D O C É R E B R O
enquanto nas correspondentes ao fluido que se desenvolve entre o 
primeiro e o sexto mês de lactação se observou o aparecimento de 
bactérias típicas da cavidade bucal, como as Veillonella, Leptotrichia 
e Prevotella, embora de momento se desconheça se estas bacté-
rias colonizam a boca do bebé ou se as bactérias da boca do lac-
tante estão presentes no leite materno e, posteriormente, alteram 
a sua composição. 
Ao mesmo tempo, este estudo revelou que o leite das mulhe-
res com excesso de peso e daquelas que ganham mais quilos do 
que o recomendado durante a gravidez contém menor diversida-
de de espécies, e corroborou que o microbioma intestinal dos be-
bés nascidos através de cesariana programada é substancialmente 
mais pobre em micro-organismos do que o dos nascidos por par-
to vaginal; por outro lado, quando a cesariana não é programa-
da, a composição do leite é muito semelhante à do das mães com 
partos vaginais.
Para os autores desta investigação, estes resultados abrirão no-
vos caminhos para conceber estratégias de alimentação infantil 
que melhorem a saúde do bebé: «Se as bactérias do leite mater-
no descobertas neste trabalho foram importantes para o desen-
volvimento do sistema imunitário, a sua dependência do leite de 
fórmula infantil poderia diminuir o risco de alergias, asma ou 
doen ças autoimunes.»
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MIGUEL ÁNGEL ALMODÓVAR
nasceu em Madrid, a 9 de setembro de 1950. 
Jornalista, investigador e divulgador 
especializado em nutrição e gastronomia,
é licenciado em Ciências Políticas
e Sociologia, com especialidade
em Demografia e Ecologia Humana.
Durante duas décadas foi um dos rostos mais 
populares da televisão espanhola, colaborando 
e dirigindo programas em diferentes canais. 
Atualmente, colabora em diversos meios
de comunicação e é membro da Unidade
de Investigação em Cultura Científica
do Centro de Investigações Energéticas, 
Ambientais e Tecnológicas (Ciemat).
É autor de mais de duas dezenas de livros
de diferentes temáticas, com destaque
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que beneficiará a imensa maioria da população. 
Dito de outra forma, este livro descreve
os factos que certificam a transição ocorrida 
entre um antes e um depois na forma de 
abordar os tratamentos de muitíssimas 
doenças. Nada mais, nada menos.
[…]
E, sem dúvida, o mais importante
e revolucionário é que o ecossistema intestinal 
funciona como uma espécie de segundo 
cérebro em permanente intercomunicação com 
o outro cérebro, que se aloja no crânio, e que 
até agora julgávamos único. Sim, o que acaba 
de ler é verdade. Totalmente verdade.
[…]
Será uma viagem à procura da saúde
e do conforto. De acordo com a voz
e as palavras do poeta Konstantinos Kavafis,
aqui começa um caminho longo, cheio
de aventuras, cheio de experiências. 
Espero que desfrute, caro leitor.»
Sabia que os intestinos têm um cérebro próprio?
E que do seu bom funcionamento depende
grande parte da nossa saúde?

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