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Anne Marques – 5º semestre de Medicina na Universidade Salvador ê é Os princípios da Rede Cegonha são: • Humanização do parto e do nascimento – parto com menor intervenção hospitalar, mais humano e acolhedor; • Organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de atenção à saúde (RAS); • Acolhimento da gestante e do bebê, com classificação de risco em todos os pontos de atenção para que se consiga detectar patologias e emergências obstétricas; • Vinculação da gestante à maternidade; • Gestante não peregrina – vaga garantida numa maternidade; • Realização de exames de rotina com resultados em tempo oportuno – VDRL, tipagem sanguínea, HIV para gestantes que não fizeram pré-natal. • Acolhimento - compreender e ouvir a mulher como um todo, entendendo as suas mudanças físicas e psicológicas; • Orientar os hábitos de vida – sutiãs próprios para a gestação, roupas largas; • Assistir psicologicamente a gestante; • Prepará-la para a maternidade – esclarecer as mudanças fisiológicas, como sialorreia, náuseas, dor nas costas; • Evitar o uso de medicações e de medidas que se tornem ominosas para o concepto; • Tratar os pequenos distúrbios habituais da gravidez; • Fazer a profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças próprias da gestação ou nela intercorrentes. Caso seja necessário, solicitar um beta-HCG; Anamnese: • Data da última menstruação (DUM)- IG e DPP; • Antecedentes obstétricos: número de gestações, número de partos, número de abortamentos, número de filhos vivos, idade na primeira gestação, número de RN pós termo, pré-termo, baixo peso e com mais de 4kg, mortes neonatais precoces e tardias, natimortos, intercorrências ou complicações em gestações anteriores, complicações no puerpério, amamentação; Exame físico: • Exame de mamas: inspeção estática e dinâmica, palpação, expressão mamilar (leitosa após as 18 semanas); • Peso e pressão arterial: deve ser medido em todas as consultas do pré-natal; Avaliação do estado nutricional e peso: • A avaliação do estado nutricional da gestante consiste na tomada da medida do peso e da altura e o cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. Com base no IMC obtido na primeira consulta de pré-natal, é possível conhecer o estado nutricional atual e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação. Recomenda-se que a gestante seja pesada em todas as consultas; • A estatura pode ser aferida apenas na primeira consulta, desde que não seja gestante adolescente (menor de 20 anos), cuja medida deverá ser realizada pelo menos trimestralmente. Procedimentos para a medida de peso: • Recomenda-se a utilização de balança eletrônica ou mecânica, certificando-se de que estas se encontram calibradas e em bom funcionamento, a fim de se garantir a qualidade das medidas coletadas. Tendo-se como base uma balança de adulto, tipo plataforma, cuja escala tenha intervalos de até 100 gramas, devem ser feitos os seguintes procedimentos: • Antes de cada pesagem, a balança deve ser destravada, zerada e calibrada; • A gestante, descalça e vestida apenas com avental ou roupas leves, deve subir na plataforma e ficar em pé, de costas para o medidor, com os braços estendidos ao longo do corpo e sem qualquer outro apoio; • Mova o marcador maior (kg) do zero da escala até o ponto em que o braço da balança se incline para baixo; volte-o, então, para o nível imediatamente anterior (o braço da balança inclina-se para cima); • Mova o marcador menor (g) do zero da escala até o ponto em que haja equilíbrio entre o peso da escala e o peso da gestante (o braço da balança fica em linha reta, e o cursor aponta para o ponto médio da escala); • Leia o peso em quilogramas na escala maior e em gramas na escala menor. No caso de valores intermediários (entre os traços da escala), considere o menor valor. Por exemplo: se o cursor estiver entre 200g e 300g, considere 200g; • Anote o peso encontrado no prontuário e no Cartão da Gestante. Procedimentos para a medida da altura: • A gestante deve estar em pé e descalça, no centro da plataforma da balança, com os braços estendidos ao longo do corpo. Quando disponível, poderá ser utilizado o antropômetro vertical; • Calcanhares, nádegas e espáduas devem se aproximar da haste vertical da balança; • A cabeça deve estar erguida de maneira que a borda inferior da órbita fique no mesmo plano horizontal que o meato do ouvido externo; • O encarregado de realizar a medida deverá baixar lentamente a haste vertical, pressionando suavemente os cabelos da gestante até que a haste se encoste ao couro cabeludo; • Faça a leitura da escala da haste. No caso de valores intermediários (entre os traços da escala), considere o menor valor. Anote o resultado no prontuário. Cálculo do índice de massa corpórea ou corporal (imc) por meio da fórmula: Índice de massa corpórea (IMC)= peso (kg)/ altura (m) x altura (m); Controle da pressão arterial (PA): Os guidelines recomendam a medida da PA em todas as consultas de pré-natal; Procedimentos recomendados para a medida da pressão arterial: • Explique o procedimento à gestante e a deixe em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo. Ela deve ser instruída a não conversar durante a medida. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento; • Certifique-se de que ela não: Está com a bexiga cheia; Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; Fumou nos 30 minutos anteriores; • Posicionamento da gestante: ela deve estar na posição sentada, com as pernas descruzadas, com os pés apoiados no chão e o dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve estar na altura do coração (no nível do ponto médio do esterno ou no 4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. A PA também pode ser medida no braço esquerdo, na posição de decúbito lateral esquerdo (para descomprimir a veia cava), em repouso, e o valor não deve diferir da posição sentada. Avaliação da altura uterina: • A altura uterina é importante para acompanhar a evolução normal da gestação e para aqueles casos em que a paciente tem dúvida da DUM, pois a altura uterina pode sugerir a quantidade de semanas da gestação; • Use uma fita métrica 1cm acima da borda superior da sínfise púbica até o fundo uterino sem comprimir; • Acima do percentil 90, a altura uterina está aumentada para a idade gestacional, sugerindo suspeitas de polidrâmnio, macrossomia fetal ou uma gestação gemelar; • Abaixo do percentil 10 a altura uterina está diminuída para a idade gestacional, podendo sugerindo suspeitas de oligodrâmnio, retardo de crescimento uterino. Manobras de Leopold-Zweifel: • Feitas a partir de 28 semanas de gestação e se divide em 4 manobras: 1. Altura uterina; 2. Posição fetal: relação do dorso fetal com a direita ou esquerda materna – na imagem, vemos uma posição esquerda; 3. Encaixamento: passagem da maior circunferência do feto pelo estreito superior materno; 4. Tipo de apresentação: caso seja cefálica se apalpa a cabeça, caso seja pélvica se apalpa o bumbum e córmica, quando bebê está em uma situação transversa e se apalpa o ombro. Ausculta dos batimentos cardiofetais: • Pode ser feita a partir de 10/11 semanas gestacionais com o sonar e a partir de 20 semanas com o Pinard; • O abdome é dividido em quadrantes: Feto na posição direita com apresentação cefálica a ausculta deve ser feita no quadrante inferior direito; Feto com apresentação pélvica a ausculta deve ser feita nos quadrantes superiores;• Os batimentos normais variam de 120-160. Exames de rotina Após o exame físico são solicitados os seguintes exames: • Hemoglobina: normalmente na gestação há um aumento do volume sanguíneo – hemodiluição (anemia fisiológica da gravidez – níveis de 10/11); • Tipagem sanguínea e fator Rh: devido a isomunização materna (eritroblastose fetal) – caso a mãe tenha Rh- deve ser solicitado o Rh do pai, pois caso o bebê nasça com Rh+, ele pode criar anticorpos contra a mãe; • VDRL: exame de rastreamento da sífilis (deve ser feito de 3 em 3 meses; • Glicemia de jejum: não é padrão ouro para diabetes gestacional, mas por ser barato e ter em todo serviço de saúde público é solicitado. O padrão-ouro é a sobrecarga de glicose. Caso a glicemia de jejum venha alterada, solicita-se os outros exames mais específicos, como TOTG e a sobrecarga de glicose; • Papanicolau: se a paciente já tem mais de 3 anos que fez o preventivo já é indicação para realizar o exame; • Sumário de urina e urocultura: pesquisa de ITU, pois é uma das principais causas de parto prematuro; • HIV e HTLV-I e II; • Ultrassonografia obstétrica: feita a partir de 7 semanas (anteriormente é feita a transvaginal). A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a proteção do feto; Não há evidências de que, em gestantes, a administração de vacinas de vírus inativados (raiva humana e influenza, por exemplo), de bactérias mortas, toxoides (tetânico e diftérico) e de vacinas constituídas por componentes de agentes infecciosos (hepatite B, por exemplo) acarrete qualquer risco para o feto; A seguir estão as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, para a vacinação das gestantes: Gestante não vacinada e/ou com situação vacinal desconhecida - pode ser adotado um dos esquemas: • 1º esquema: 1ª dose: iniciar o esquema o mais precocemente, independentemente da idade gestacional; 2ª dose: 30/60 dias depois da 1ª dose; 3ª dose: 180 dias depois da 2ª dose; • 2º esquema: 1ª dose: iniciar o esquema o mais precocemente, independentemente da idade gestacional; 2ª dose: 60 dias depois da 1ª dose; 3ª dose: 60 dias depois da 2ª dose. Para os vacinados anteriormente com 3 (três) doses das vacinas DTP, DT ou dT, deve-se administrar reforço dez anos após a data da última dose. Em caso de gravidez e ferimentos graves, deve-se antecipar a dose de reforço, sendo a última dose administrada a mais de 5 (cinco) anos. A última dose deve ser administrada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Gestante sem nenhuma dose registrada: inicie o esquema vacinal o mais precocemente possível com 3 doses, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias; Gestante com esquema vacinal incompleto (1 ou 2 doses): em qualquer período gestacional, deve- se completar o esquema de três doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias entre elas; Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la; Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose administrada há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se administrar uma dose de reforço tão logo seja possível, independentemente do período gestacional. Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais), sendo a última dose há mais de 10 anos: aplique uma dose de reforço. Contraindicações: • Ocorrência de hipersensibilidade após o recebimento de dose anterior; • História de hipersensibilidade aos componentes de qualquer um dos produtos; • História de choque anafilático após administração da vacina; • Síndrome de Guillain-Barré nas seis semanas após a vacinação anterior contra difteria e/ou tétano. Eventos adversos: • Manifestações locais: dor, vermelhidão e edema são frequentes; • Manifestação sistêmica: Febre, cefaleia, irritabilidade, sonolência, perda do apetite e vômito; • Com menos frequência podem ocorrer anafilaxia e a síndrome de Guillan Barré, que são extremamente raras. Programa Nacional de Imunização da gestante: • Prescrição do sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia): a partir de 20 semanas gestacionais e não deve ser prescrito antes, pois o excesso de ferro é um fator de risco para infecção; • Prescrição do ácido fólico (5 mg/dia): prescrito desde o período pré-concepcional para evitar defeitos no tubo neural até as 12 semanas gestacionais; • Orientação sobre a alimentação: evitar gorduras, dieta mais calórica com mais glicose; • Aleitamento materno: tomar sol diretamente nas mamas, deixar sempre as mamas elevadas principalmente no período da amamentação para facilitar a saída do leite; • Referenciamento ao serviço odontológico: maior risco de gengivite na gestação; • Agendar consultas subsequentes: 6 consultas (1 no primeiro trimestre, 2 no segundo, 3 no terceiro); Inicialmente mensais até 28 semanas. Quinzenais de 28/36 semanas e semanais a partir de 36 semanas; Não existe alta do pré-natal: paciente deve retornar toda semana até o dia do parto.
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