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Amebíase Pertence à classe Rhizopode Locomoção por meio de pseudópodes Nome binominal: Entamoeba histolytica É considerada a segunda causa mais comum de mortes por parasitoses O ambiente normal desta espécie de ameba é o intestino grosso humano, adquirindo a forma patogênica quando o equilíbrio parasitohospedeiro é rompido Anaeróbios Multiplicação por divisão binária Amebas são organismos eucariotas, unicelulares que se deslocam por meio de pseudópodes Espécies parasitas e outras de vida livre Entre as de vida livre existem as parasito oportunistas, que podem infectar eventualmente o homem Na fase trofozoítica, alimentam-se por fagocitose, pinocitose ou transporte através da membrana Reproduzem-se por divisão simples e geralmente formam cistos que asseguram a dispersão no meio ou a passagem de um hospedeiro a outros AGENTE ETIOLÓGICO E EPIDEMIOLOGIA É uma infecção cosmopolita, com grande incidência em zonas quentes, mas também está presente nas zonas temperadas em forma de pequenas epidemias A amebíase ou disenteria amebiana é uma doença de difusão mundial causada pela Entamoeba histolytica, que se instala principalmente no intestino grosso humano Atinge mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, causando cerca de 100 mil mortes por ano Ao contrário do que se pode pensar, não se restringe apenas a países tropicais, mas é frequente também em clima frio É a falta de condições higiênicas adequadas que condiciona sua disseminação A transmissão da doença é feita por cistos eliminados com as fezes e ingeridos com água ou alimentos No Brasil, a amebíase apresenta grande variação entre regiões, sendo que no Sul e Sudeste a prevalência varia de 2,5% a 11% (principalmente de formas disentéricas e abscessos hepáticos) Porém, a incidência no país varia conforme as condições sanitárias e socioeconômicas da população, e os surtos da doença não apresenta a gravidade e a intensidade dos verificados no México, alguns países da África e Ásia É endêmica em todas as áreas de sua distribuição, não causando epidemias Apesar de poder atingir todas as idades, é mais frequente nos adultos Trabalhadores de esgoto são mais atingidos Animais como coelhos, gatos, primatas, porcos e cães são suscetíveis a infecção Contaminação e disseminação de cistos – portadores assintomáticos Cistos viáveis (ao abrigo de luz solar e com umidade) por cerca de 20 dias MORFOLOGIA Trofozoíto 20 a 40 μm, podendo chegar a 60 μm na forma invasiva Possui endo e ectocitoplasma Geralmente um só núcleo A fresco: pleomórfico, ativo, alongado, com emissão contínua e rápida de pseudopodes Pré-cisto Oval e ligeiramente arredondado Menor que o trofozoíto Cisto 8 a 20 uM Metacisto Multinucleado Cistos são esféricos e ovais 8 a 20 uM de diâmetro Núcleos são pouco visíveis CICLO BIOLÓGICO A partir da ingestão dos cistos maduros, estes passam pelo estômago e resistem à ação do suco gástrico, daí vão para o intestino grosso, onde ocorre o desencistamento; surge o metacisto, que sofre sucessivas divisões do núcleo e do citoplama, dando origem a quatro e depois oito trofozoítos Esses trofozoítos colonizam-se no intestino grosso, vivendo como comensais Nas fezes formadas, essa ameba já não fagocita, perde seus vacúolos digestivos e assume a forma pré-cística, que elabora um envoltório e se torna um cisto, com 10 a 15 μm No cisto, o núcleo divide-se duas vezes, tornando-se tetranucleado Ele é encontrado nas fezes, em águas com poluição fecal, nas mãos de pessoas de pouca higiene e nos alimentos contaminados por mãos sujas Quando ingerida, a ameba tetranucleada abandona o cisto, divide-se para produzir oito amébulas e, no intestino grosso, cresce e se multiplica, completando o ciclo não patogênico Ciclo patogênico Desprende-se da mucosa intestinal e na luz intestinal sofrem desidratação, transformando-se em pré-cistos Quando secretam a membrana cística transformam-se em cistos Após muitas divisões se transformam em cistos multinucleados que são eliminados nas fezes Ou o trofozoíto pode invadir a submucosa intestinal, multiplicando-se no interior de úlceras e podendo atingir outros órgãos causando embíase extra-intestinal TRANSMISSÃO Por meio da ingestão de cistos maduros, encontrados na água não tratada, em frutas contaminadas mal lavadas e em qualquer outro utensílio levado áboca que esteja contaminado Ao atingir o intestino grosso esses cistos se reproduzem muito rapidamente 1/8 causando inflamação colo intestinal Há outra possibilidade, em que insetos servem como pontes e levam as amebas para alimentos e outros PATOLOGIA E PATOGENIA Essa ameba possui variabilidade quanto ao potencial patogênico e diferença de virulência, fato diretamente ligado a mudança de estilo comensal para invasor Fatores ligados ao hospedeiro: localização geográfica, raça, sexo, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta, alcoolismo, clima e hábitos sexuais Outros fatores: flora bacteriana associada ( ex: E.coli), colesterol e reinfecções sucessivas que atuam como potencializadores Mecanismos: Lectinas (ampliam a adesão a células), enzimas proteolíticas (destruição do tecido ) e microulcerações PATOGENIA E HABITAT São encontradas, na sua maioria, no solo e nas águas dos rios e lagos Seus trofozoítos são ativos e alimentam-se de bactérias, desenvolvendo-se por divisão binária simples Os cistos são encontrados no solo seco ou na poeira, desenvolvendo-se em ambientes úmidos, principalmente na presença de Escherichia e outras bactérias Em alguns casos essas amebas de vida livre podem causar meningoencefalite, encefalite granulomatosa e ceratite (úlcera de córnea), variando muito de acordo com a espécie SINTOMAS Febre Calafrios Enjoo Cansaço Náusea e vômito Diarreia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Ameba invade a mucosa do intestino grosso e leva à formação de úlceras Amebíase intestinal Forma assintomática Grande maioria das infecções e seu diagnóstico ocorre pelo encontro de cistos nos exames de fezes Forma sintomática Disentérica: Cólicas intestinais, diarreias com evacuações mucossanguinolentas e tremores de frio. Quando acomete todo o colón (casos fulminantes – disenteria amebiana aguda) pode haver perfuração intestinal, grave desidratação devido a inúmeras evacuações Colites não disentéricas: o paciente apresenta menos de 4 evacuações por dia, diarreia ou não, fezes pastosas, cólicas e desconforto abdominal. Alternância de manifestações clinicas com períodos silenciosos Amebíase extra intestinal Abscessos hepáticos é a forma mais comum, mais frequente em homens, que apresentam dor, febre e hepatomegalia DIAGNÓSTICO CLÍNICO LABORATORIAL Difícil, devido o seu início, confunde-se com uma rinite inespecífica, mas que pode levar rapidamente à falência do indivíduo; isto faz com que, na maioria dos casos, o diagnóstico seja feito post-mortem É feito com o exame direto a fresco ou corado por hematoxilina férrica, giemsa ou gram, do órgão afetado, podendo ser feita cultura do material que foi coletado Clínico Devido a dificuldades de diagnóstico (sintomas comuns a outras doenças) só deve ser considerado definitivo pelo encontro de parasitas nas fezes ou retossimoindoscopia (abscessos) com exame imediato das fezes Para abscessos hepáticos a tríade pode ser realizado também raios X, cintilografia, ultrassonografia e tomografia Laboratorial Identificar trofozoítos ou cistos em amostras de fezes (sem urina, nunca após contato com o solo), soros e exsudatos Para fezes formadas usar técnicas de concentração para identificação de cistos Fazer exame direto como triagem, seguido de MIF, formol-eter ou Faust Imunológico ELISA (ex:Coproantigenos especificos – diferencia da E.dispar), imunofluorecencia indireta, hemaglutinação indireta e outros CONTROLE Controle da transmissão Tratar todos os manipuladores de alimentos para que eliminem cistos de amebas, sejam sintomáticos ou não Evitar alimentos que possam estar contaminados Promover a higiene pessoal com programas de educação sanitária e com ênfase na lavagem das mãos Assegurar o saneamento ambiental e o fornecimento de água potável abundante para todos ou, em certos casos, utilizar filtros de porcelana porosa para assegurar a qualidade da água Imunodeprimidos e pessoas em condições de alto risco devem receber um tratamento preventivo com dicloracetamidas (Anti-protozoário com ação específica contra Entamoeba histolytica) TRATAMENTO Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal Ação direta, iNdicado para assintomáticos. São derivados de quinoleína, diiodo-hidroxiquinoleína, iodocloro- hidroxiquinoleína e cloridroxiquinoleína. Antibióticos: eritromicina Outros medicamentos: Teclosan por via oral dois comprimidos de 500mg 2x ao dia, por 1 semana que atua sobre cistos Amebicidas tissulares Atuam na parede do intestino e fígado. São compostos de cloridrato de emetina, cloridrato de diidroemitina (usadas somente quando os demais medicamentos não derem bons resultados) e cloroquina (atua só no fígado) Emitina – 1 mg/kg de peso durante 1 semana Diidroemitina- 1,5mg/Kg de peso por 1 semana Amebicidas que atuam na luz intestinal e nos tecidos Antibióticos usados isoladamente ou combinados a amebicidas (tetraciclinas e derivados, eritromicina) Derivados imidazólicos: amebicidas mais efetivos e usados (metronidazol, ornidazol e nitroimidazol e seus derivados) Via oral ou injetáveis Metronidazol: destrói trofozóides. 500 a 800 mg 3x ao dia durante 1 semana (principalmente para casos da forma extra-intestinal, se não apresentar bons resultados associar com emetina /diidroemetina e antibiótico) Efeitos colaterais: Distúrbios intestinais e no SNC. Para gestantes é contraindicado.
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