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1. MOTIVAÇÃO E SUAS TEORIAS A motivação ainda continua sendo um dos assuntos mais discutidos e estudados do comportamento organizacional, pois se percebe uma necessidade de como contribuir para a motivação do colaborador junto a seu trabalho e à organização em que ele está inserido. Para iniciarmos a discussão sobre motivação, vamos compreender o conceito, pois muitos assemelham desmotivação com preguiçoso, no entanto, motivação é o resultado da interação do indivíduo com a situação. Mas precisamos lembrar que as pessoas se diferenciam quanto as suas tendências motivacionais básicas, pois o nível motivacional pode variar entre indivíduos, mas em apenas um indivíduo pode variar dependendo da situação. De acordo com o autor, Robbins, no livro Comportamento Organizacional, a gente pode definir motivação como o direcionamento, intensidade e persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinado resultado. Intensidade se referindo a quanto esforço a pessoa despende, mas é necessário que, para se alcançarem os resultados desejados, tenha-se uma direção com foco nesses resultados. No entanto, é necessário manter o esforço para alcançar os objetivos, ou seja, a persistência é uma das dimensões da motivação, que significa o quanto a pessoa se mantém na tarefa até concluir seu objetivo. Nós temos algumas teorias que contribuem para a compreensão do que motiva ou como podemos estimular a motivação do ser humano, no nosso caso, do colaborador. No período de 1950 foram desenvolvidos conceitos de motivação e três teorias principais, que, apesar de suas validades serem questionadas, elas são as explicações mais conhecidas que temos de teorias motivacionais. A primeira teoria é a Teoria da Hierarquia da Necessidade, de Abraham Maslow, que define que dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de cinco categorias de necessidades, são elas: 1. Fisiológica: inclui fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. 2. Segurança: inclui segurança e proteção contra danos físicos e emocionais. 3. Social: inclui afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um grupo. 4. Estima: inclui fatores internos de estima, como respeito próprio, realização e autonomia. 5. Autorrealização: inclui crescimento e autodesenvolvimento. Para Maslow, a partir do momento que cada necessidade é atendida, a próxima torna-se a dominante, até chegar a de nível mais alto, que, segundo a ilustração do próprio Maslow, encontra-se no topo da pirâmide. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/65/Hierarquia_das_necessidades_de_ Maslow.svg/1280px-Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg.png Apesar dessa teoria não ser validada cientificamente, na prática ela ainda é bastante utilizada pelos executivos em seus trabalhos de desenvolvimento de equipe. A Teoria X e Y, desenvolvida por Douglas McGregor, discutiu sobre duas perspectivas diferentes do ser humano, conforme afirmado por Stephen Robbins no livro Comportamento Organizacional. Cujas premissas das teorias são opostas, a X traz quatro premissas negativas e a Teoria Y traz quatro premissas positivas. Já a Teoria dos dois Fatores de Frederick Herzberg, também é conhecida como a teoria da higiene-motivação, é baseada em uma pesquisa desenvolvida através do questionamento sobre o que as pessoas desejam do trabalho. As respostas foram categorizadas e tabuladas e, a partir daí, se fez uma relação sobre o que as pessoas se sentem bem ou não. A partir das teorias discutidas, novas teorias foram desenvolvidas, e no livro Comportamento Organizacional, citado anteriormente, você pode encontrar oito principais teorias estudadas e trabalhadas na contemporaneidade pela gestão de RH e pelos executivos. A baixo, você encontra um resumo de cada teoria, mas a leitura do livro de Stephen Robbins é fundamental para a compreensão geral de cada teoria. 1.1. Teorias atuais de motivação 1) Teoria ERG (Clayton Alderfer) Baseada na teoria de Maslow; mais de uma necessidade pode estar ativa; se houver repressão de uma necessidade, aumentará em outra. •Existência; •Relacionamento; •Crescimento. 2) Teorias das Necessidades (McClelland) •Necessidade de realização: lutar pelo sucesso; •Necessidade de poder: controle; •Necessidade de associação: relacionamentos. 3) Teoria da Avaliação Cognitiva •Recompensa externa = queda no interesse. 4) Teoria da Fixação de objetivos (Edwin Locke) •Lutar por um objetivo específico. 5) Teoria do reforço •O reforço condiciona o comportamento. 6) Teoria da Expectativa (Victor Vroom) •Relação esforço-desempenho; •Relação desempenho-recompensa. 7) Teoria do Planejamento de Trabalho Modelo de características do trabalho: descrição em 5 dimensões: •Variedade de habilidades; •Identificação da tarefa; •Significância da tarefa; •Autonomia; •Feedback. 8) Teoria da equidade •Próprio-interno; •Próprio-externo; •Outro-interno; •Outro-externo. Contudo, a partir das teorias discutidas acima, podemos pensar em alguns programas que contribuam para colocarmos em prática as teorias motivacionais. Existem vários programas e, de tempos em tempos, os recursos humanos e os executivos desenvolvem novos, que favoreçam a manutenção e o aumento da motivação de suas equipes e dos colaboradores das organizações. Como exemplo, encontramos no livro Comportamento Organizacional o programa de Administração por objetivos, baseado na Teoria de fixação por objetivos, que enfatiza a participação dos colaboradores através de metas tangíveis, mensuráveis e verificáveis, dessa maneira toda a organização se sente motivada para alcançá-las. Neste programa as metas específicas, individualmente e por áreas somadas ao feedback, são fundamentais para aumentar a motivação dos colaboradores. Ainda podemos ver que Robbins contribui com nosso conhecimento, quando ele propõe o programa de reconhecimento dos funcionários, que é quando o colaborador é reconhecido através dos elogios explícitos. O programa de envolvimento dos funcionários, mais conhecido em nossa realidade, como gestão participativa, é quando os colaboradores contribuem para a tomada de decisão ou, dependendo da organização e da quantidade de funcionários em uma organização, são formados comitês de trabalhadores para representá-los. Através dos programas de remuneração, encontramos a prática de programas motivacionais, que serão discutidos. 2. GRUPOS E EQUIPES O primeiro ponto que você precisa entender é que grupo é o conjunto de duas ou mais pessoas reunidas, de forma interdependente ou interativa, que se reúnem visando a um objetivo em comum. Robbins classifica os grupos em: formais, informais, de comando, de tarefa, de interesse e de amizade. Podemos observar que os grupos passam por estágios de evolução, que costumam ser padronizados, e podemos classificar da seguinte forma: 1) Formação: momento de incerteza; 2) Tormenta: é quando se iniciam os conflitos; 3) Normalização: sentido de identidade grupal; 4) Desempenho: estrutura funcional; 5) Interrupção: início da dissolução. Atualmente, participamos de diversas discussões sobre a diferença entre grupos e equipes, e Stephen Robbins explica muito bem essa diferença no livro Comportamento Organizacional, quando, na página 213, ele afirma que as tarefas realizadas pelo grupo de trabalho são a soma dos seus esforços. Já quando se fala em equipes de trabalho, há uma sinergia por meio dos esforços coordenados. Diante disto, concluímos que o que buscamos nas organizações não é apenas a formação de equipes, mas de equipes eficazes, ou seja, equipes que alcancem seus resultados, satisfação no trabalho e uma avaliação de desempenho positiva. Sobre equipes, ainda devemos lembrar que, por mais que ela seja formada por pessoas em busca de um objetivo comum, onde trabalhacom sinergia, ela (a equipe) é formada por pessoas com características próprias. Diante disso, a autora Sônia Jordão, no livro a Arte de Liderar, classifica os membros das equipes em seis tipos: 1) O organizador: detalhista, organiza, coordena, elabora. 2) O realizador: mão na massa. 3) O que veste a camisa: união do grupo. 4) O pensador: cheio de ideias e sugestões. 5) O controlador: meticuloso. 6) O analisador: analisa todas as ideias e ações. O líder, ou gestor, ou gerente, enfim, como seja denominado, precisa, além de conhecer muito bem a especificidade de sua área, também conhecer cada membro de sua equipe, e levar em consideração que alguns recursos são necessários para a formação de uma equipe eficaz, como: os recursos adequados, a liderança e estrutura, o clima de confiança e os sistemas vigentes de avaliação de desempenho e recompensas. Ressalto, mais uma vez, da importância de se conhecer não só sobre liderança e a expertise da área, mas de se conhecer sobre as pessoas, a organização, a cultura e o clima organizacional e o planejamento estratégico vigente. 3. PERSONALIDADE Personalidade... mais um tema necessário para a atuação da gestão de pessoas e do líder, ou seja, conhecer as características das pessoas, como se desenvolve sua personalidade para, a partir daí, se pensar em pôr em prática os processos da moderna gestão de pessoas, como o recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, gestão de carreira, dentre outros. Para Robbins, personalidade descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo o sistema psicológico de um indivíduo; é um total agregado que é maior que a soma das partes. No entanto, para se desenvolver a personalidade, alguns determinantes são levados em consideração, de acordo com o teórico da personalidade. Mas, vamos considerar que há três determinantes. A hereditariedade, cujos fatores da personalidade são determinados na concepção. O ambiente, que é a cultura, normas, atitudes e valores; e a situação, que é a influência sobre a hereditariedade e o ambiente. Vários estudos já tentaram identificar e classificar os traços da personalidade e, a partir daí, que os testes de personalidade foram desenvolvidos, contribuindo, assim, para o trabalho da gestão de pessoas. Hoje encontramos testes de personalidade que, para serem aplicados e avaliados, o profissional tem que conhecer as normativas do teste e os testes psicológicos, e só podem ser aplicados e corrigidos por profissionais de psicologia. No ambiente organizacional, já há alguns atributos da personalidade classificados, e que são vistos como poderosos indicadores do comportamento organizacional. Estes atributos, relacionados no livro de Robbins, são: 1) Centro de controle; 2) Maquiavelismo; 3) Autoestima; 4) Automonitoramento; 5) Assumir riscos; 6) Personalidade Tipo (A ou B); 7) Personalidade proativa. 4. VALORES Segundo Robbins, representam convicções básicas de que um modo específico de conduta ou de condição de existência é individualmente ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta ou de existência. Nos valores também encontramos o julgamento baseado no que o indivíduo acha correto ou não, eles são base para compreendermos as atitudes de motivação e o funcionamento da nossa percepção. Sabemos que os valores podem ser classificados, e para isso posso citar duas abordagens para desenvolver essa tipologia. Robbins nos fala do Levantamento de Valores de Rokeach (RVS), e a Geração Contemporânea de Trabalhadores. Ainda sobre valores, encontramos nas pesquisas autores que relacionam os valores com as diferentes culturas existentes. Como é o exemplo da pesquisa de Hofstede, onde ele afirma que alguns valores são mais presentes em determinadas culturas, que as culturas afetam os comportamentos dos indivíduos e da sociedade. Robbins, ao citar Geert Hofstede, compartilha as cinco dimensões de valores estudadas por ele, através de Um Referencial para a Avaliação de culturas: 1) Distância do poder; 2) Individualismo X Coletivismo; 3) Quantidade de vida X qualidade de vida; 4) Fuga de incertezas; 5) Orientação para longo prazo X para curto prazo Baseado no referencial de Geer Hofstede, foi desenvolvido o Modelo Globe para o Estudo de Culturas, pois a atualização, depois de mais de 30 anos, foi necessária para o acompanhamento das mudanças após tantos acontecimentos históricos. Este modelo identificou nove dimensões, relacionadas abaixo: 1) Agressividade; 2) Orientação para o futuro; 3) Diferenças entre sexo; 4) Fuga de incertezas; 5) Distância do poder; 6) Individualismo / coletivismo; 7) Coletivismo de grupo; 8) Orientação para o desempenho; 9) Orientação humanista A partir do estudo dos valores, percebemos que eles são percebidos pelo outro através das atitudes, que serão discutidas a seguir. 5. ATITUDES Ainda, de acordo com o livro Comportamento Organizacional de Robbins, valores são afirmações avaliadoras – favoráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. As atitudes e os valores estão inter-relacionados. Robbins ainda afirma que há três componentes da atitude; • A cognição, •O afeto •E o comportamento. Mas a dizer que as atitudes, diferente dos valores, são menos estáveis. Um exemplo são as mensagens publicitárias que tentam influenciar na mudança de atitudes para desenvolvermos um comportamento desejável. Por isso que nas organizações as atitudes são importantes, pois afetam o comportamento dos colaboradores, consequentemente, o clima organizacional, o desempenho, a relação com a equipe, os estilos de liderança, etc. A fim de delimitar o estudo do comportamento organizacional, três tipos de atitudes são o foco. Essas atitudes são: •A satisfação com o trabalho, •O envolvimento com o trabalho • E o comprometimento organizacional. A atitude geral de uma pessoa em relação ao trabalho que realiza é o que chamamos de satisfação com o trabalho. O envolvimento com o trabalho é o grau em que a pessoa se identifica psicologicamente com o seu trabalho. Já o comprometimento organizacional é quando o trabalhador se identifica com uma empresa e seus objetivos e deseja se manter na organização. Observamos também, que o ser humano busca uma coerência entre suas atitudes e o seu comportamento, conforme afirmado por Robbins. É natural que, quando determinada incongruência acontece, o próprio organismo procure reconciliar atitudes divergentes. No final da década de 1950, Leon Festinger falou sobre a teoria da dissonância cognitiva, e ela tem como objetivo explicar o vínculo entre atitude e comportamento. Esse autor afirma que qualquer forma de inconsistência é desconfortável, desta maneira, a pessoa busca um estado de estabilidade. Esse estado de estabilidade é natural do ser humano e é por isso que a gestão de pessoas tem como objetivo mediar a organização e os colaboradores: dessa maneira o estado de estabilidade poderá ser possível para os dois lados. Você aprendeu que a atitude é flexível e busca a congruência com o comportamento, por isso deve ser estudada e observada pela gestão de pessoas, afinal a coerência entre o comportamento e atitude também está relacionada com os valores, a personalidade e a motivação. Pois, a partir do momento em que o colaborador se sente incomodado como o comportamento que deve ter, ele poderá sentir-se desmotivado, e essas questões, para serem trabalhadas, deverão ser conhecidas dos gestores e do setor de recursos humanos, e o conhecimento da personalidade e dos valores são fundamentais para se fazer um trabalho especializado para determinado colaborador ou equipe. Referências bibliográficas: Ava Disponível em: 50113 (blackboardcdn.com) https://learn-us-east-1-prod-fleet02-xythos.content.blackboardcdn.com/5d2e2e7dd5953/50113?X-Blackboard-Expiration=1635908400000&X-Blackboard-Signature=BliW%2FGENO8NhNEbIbZpbZ5R1UDQ7UbPS3CNvSDuCtBQ%3D&X-Blackboard-Client-Id=524564&response-cache-control=private%2C%20max-age%3D21600&response-content-disposition=inline%3B%20filename%2A%3DUTF-8%27%27GE%2520-%2520Administra%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520de%2520Recursos%2520Humanos%2520-%2520Equival%25C3%25AAncia%2520de%2520disciplina_02.pdf&response-content-type=application%2Fpdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Date=20211102T210000Z&X-Amz-SignedHeaders=host&X-Amz-Expires=21600&X-Amz-Credential=AKIAZH6WM4PL5SJBSTP6%2F20211102%2Fus-east-1%2Fs3%2Faws4_request&X-Amz-Signature=640aba14c3b4c78430103d89b51fd85666ca55d084a1c630ea574878a3f8f39c
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