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Resumo baseado no Manual de Direito Penal de Rogério Sanches Cunha Resumo feito e disponibilizado por Samara Silva Crime Doloso O que é? O artigo 18, I, do Código Penal, anuncia ser doloso o crime quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Dolo, portanto, pode ser conceituado como a vontade consciente dirigida a realizar (ou aceitar realizar) a conduta prevista no tipo penal incriminador. Teorias do dolo I. Teoria da vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal. II. Teoria da representação: fala-se em dolo sempre que o agente tem a previsão do resultado como possível e, ainda decide prosseguir com a conduta. III. Teoria do consentimento (ou assentimento): fala-se em dolo sempre que o agente tem a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decide prosseguir com a conduta, assumindo o risco de produzir o evento. O Código Penal brasileiro, em seu artigo 18, adota as teorias da vontade (para o dolo direto) e do consentimento (para o dolo eventual). Espécies de dolo a) Dolo natural ou neutro: é o dolo componente da conduta, adotado pela teoria finalista. O dolo pressupõe apenas consciência e vontade. b) Dolo normativo ou híbrido: adotado pela teoria neoclássica, essa espécie do dolo integra a culpabilidade, trazendo, a par dos elementos consciência e vontade, também a consciência atual da ilicitude, elemento normativo que diferencia do dolo natural. c) Dolo direto ou determinado: configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizar esse mesmo resultado. d) Dolo indireto ou indeterminado: o agente, com a sua conduta, não busca de realizar certo e determinado. Possui duas formas: • Dolo alternativo: ocorre quando o agente prevê uma pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta para perfazer qualquer deles com a mesma intensidade de vontade. Nesse caso o agente deve responder pelo crime mais grave, pois sua intenção projetou-se também para este sentido. • Dolo eventual: o agente também prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta para realizar um determinado evento, mas assumindo o risco de provocar outro. O agente não quer o resultado mais grave, mas assume o rico de produzi-lo. e) Dolo cumulativo: o agente pretende alcançar inicialmente apenas um resultado, e, ao fazê-lo, passa a agir para provocar outro resultado na sequência (caso de progressão criminosa). f) Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. g) Dolo de perigo: o agente atua com a intenção de expor a risco o bem jurídico tutelado. h) Dolo genérico: o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal, sem fim específico. i) Dolo específico: o agente tem vontade de realizar a conduta, visando um fim específico que é elementar do tipo penal. j) Dolo geral (erro sucessivo): ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. k) Dolo de primeiro grau: é o dolo direto, hipótese em que o agente, com consciência e vontade, persegue determinado resultado. l) Dolo de segundo grau: espécie de dolo direto, porém a vontade do agente se dirige aos meios utilizados para alcançar determinado resultado. Abrange os efeitos colaterais, de verificação praticamente certa, para gerar o evento desejado. m) Dolo de terceiro grau: consiste na consequência da consequência. Para nós, este dolo não existe. n) Dolo antecedente: é o dolo anterior à conduta. Não interessa ao direito penal. o) Dolo concomitante: é o dolo existente no momento da ação ou omissão. p) Dolo subsequente: é o dolo posterior à conduta. q) Dolo de propósito e dolo de ímpeto: o dolo de propósito denomina a vontade e consciência refletida, pensada, premeditada. Já o dolo de ímpeto é caracterizado por ser repentino, sem intervalo entre a fase de cogitação e de execução do crime.
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