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CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

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FaSeM – FACULDADE SERRA DA MESA 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
IDELMA RIBEIRO DE ASSUNÇÃO OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
URUAÇU - GO 
2021 
IDELMA RIBEIRO DE ASSUNÇÃO OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
Trabalho desenvolvido para a disciplina de Pratica 
Jurídica Administrativista E Trabalhista à FaSeM - 
Faculdade Serra da Mesa - Uruaçu/GO como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
Bacharel em Direito. 
PROF.ª:Thais Monique Costa Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
URUAÇU - GO 
2021 
EXCELENTÍSSMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DA XXª VARA DO 
TRABALHO DE URUAÇU – GO 
 
Garcia e Soares S/A Ltda., já qualificada nos autos da Reclamatória Trabalhista em 
epígrafe, a qual lhe é movida por Maycon Lopes vem, respeitosamente, por seu 
procurador abaixo firmado, apresentar CONTESTAÇÃO, conforme os fatos e 
fundamentos que passa a expor: 
 
1 – DA SÍNTESE DA INICIAL 
O reclamante ajuíza ação trabalhista suscitando, em suma, ter laborado para a 
reclamada na função de auxiliar na linha de produção, de 17 de abril de 2006 a 19 de 
Junho de 2019, quando dispensado sem justa causa, ocasião em que recebia salário 
mensal de R$2.353,63 (REAIS). 
Postula que o Juízo se abstenha de adotar o entendimento da OJ 394 da SDI-1 do 
TST. 
Diz o reclamante que laborava aos feriados sem o pagamento da dobra legal, 
requerendo o adimplemento de tais horas com a dobra legal de 100%, bem como seus 
reflexos nos repousos semanais remunerados e, após, para aumento da média 
remuneratória do obreiro, sobre as parcelas de saldo de salário, aviso prévio, férias 
com o terço constitucional, 13º salário, insalubridade e depósitos do FGTS com 40%. 
Refere o reclamante que laborava em acúmulo de funções, na medida em que foi 
contratado como auxiliar na linha de produção, porém teria passado a trabalhar com 
várias funções dentro da empresa, passando pelos 3 turnos de trabalho (1º turno – 
dia; 2º turno – intermediário e 3º turno – noturno) e chegou ao cargo máximo em seu 
setor, que foi o de cozinhador. Em 2016, desempenhou a função como líder de fábrica, 
no entanto, não obteve essa alteração em sua CTPS. Nesse período Maycon era 
responsável por todo o processo de fabricação de açúcar no turno em que eu 
trabalhava. Requer o pagamento de um plus salarial, em valor a ser arbitrado pelo 
Juízo, ou no percentual de 30% sobre seu salário base, com os reflexos. 
Aduz o reclamante, também, que após o descobrimento da doença, Maycon começou 
a sofrer com seu superior hierárquico. Além das pressões, foi perceptível a mudança 
de comportamento do gestor de Maycon após este voltar ao labor, já doente. As 
cobranças excediam os limites, além das inúmeras conversas e ordens superiores 
distorcidas, atingindo diretamente Maycon que já estava sofrendo com a doença e no 
trabalho sofrendo com discriminações, conversas mal explicadas e desnecessárias. 
Requer o pagamento de indenização no valor de R$ 0000000000 (REAIS). 
Suscita, ainda, que realizava atividades externas e gastava em média R$ 00000000 
(REAIS) por mês a título de combustível, utilizando seu próprio veículo para o serviço 
prestado na reclamada, requerendo ser ressarcido por tais dispêndios. 
Por último, requer a concessão da Justiça Gratuita e o pagamento de honorários de 
AJG em favor de seu patrono. 
PRELIMINARMENTE 
Extinção dos pedidos das alíneas TAL e TAL sem julgamento de mérito – art. 840, § 
3º da NOVA CLT: 
Conforme se verifica, os pedidos acima mencionados, referentes ao pagamento de 
honorários de AJ ao patrono do reclamante, bem assim de pagamento das multas dos 
artigos 467 e 477 da NOVA CLT não indicam o valor respectivo. Dessa forma, 
merecem ser tais pedidos julgados extintos sem apreciação do mérito, conforme 
comando do art. 840, § 3º da NOVA CLT. 
Sucessivamente, requer desde já, que o reclamante se manifeste por ocasião da 
abertura do seu prazo para manifestação sobre a contestação e documentos, sob 
pena de serem julgados extintos tais pedidos sem apreciação do mérito, fulcro 
dispositivo legal acima citado. 
2 – INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA 
Primeiramente, é necessário impugnar a petição inicial quanto ao valor da causa, eis 
que o reclamante chega ao montante absurdo de R$ 000000000 (REAIS), o qual 
atribui ao somatório dos pedidos. 
Ocorre, que os valores atribuídos pelo reclamante são temerários, e com certeza 
foram incluídos na petição inicial aleatoriamente. 
Sem prejuízo da defesa de mérito a ser tecida a seguir, onde, adianta-se, nega-se 
veementemente seja a reclamada devedora de qualquer valor a título de horas extras, 
é necessário atentar que da média de horas extras informadas na inicial, tem-se, 
segundo a tese do reclamante, que este jamais teria laborado por mais de 01h 
extraordinária por dia. 
Destaca-se, por absolutamente necessário, que o reclamante não suscita labor aos 
sábados e domingos, e tampouco noticia qualquer infração aos intervalos intrajornada. 
Logo, considerado o último salário do reclamante de R$ 00000000000 (REAIS), 
utilizando-se o divisor XXX, e computados ainda os reflexos, e o total de TANTOS 
meses trabalhados, jamais o pedido da alínea A da inicial ultrapassaria os R$ 
0000000000 (REAIS). Todavia, absurdamente o reclamante atribuiu ao pedido o valor 
de R$ 0000000000 (REAIS), ou seja, praticamente o dobro do que supostamente seria 
devido. 
Além disso, o pedido da alínea C referente a um “plus salarial” tem como sendo 30% 
o percentual estimado, supostamente devido pelo acúmulo de funções alegado, 
todavia utilizando o último salário do reclamante como base de cálculo, bem assim o 
período contratual e reflexos, tem-se que o valor do pedido jamais poderia ultrapassar 
os R$ 0000000000 (REAIS). Logo, resta totalmente impugnado o valor de R$ 
00000000000 (REAIS) atribuído. 
Dessa forma, na eventualidade de a reclamada vir a sucumbir quanto a tais pedidos, 
merece, de pronto, serem as verbas sucumbenciais calculadas levando-se em 
consideração o real valor do proveito econômico pretendido ou deferido, e não o 
absurdo montante inserido pelo requerente. 
Por último, observa-se que o reclamante não considera no cômputo do valor da causa 
e não atribui valores aos pedidos de pagamento das multas do art. 467 e 477 da NOVA 
CLT, bem assim ao pedido de condenação da reclamada aos honorários advocatícios 
de seu patrono. Assim, caso não acolhida a preliminar supra (de extinção de tais 
pedidos sem julgamento de mérito), merece ser atribuído pelo MM. Juízo o valor 
devido para cada um destes pedidos, fixando-se as parcelas sucumbenciais com base 
em tal. 
Assim, merece ser acolhida a presente preliminar de incorreção quanto ao valor da 
causa, devendo o mesmo ser alterado para valor compatível com os pedidos em si e 
com o proveito econômico pretendido através de cada pleito, devendo ser observado, 
no caso de sucumbência da reclamada, os aspectos ora suscitados. 
Inépcia da petição inicial quanto aos pedidos de feriados trabalhados e acúmulo de 
funções: 
Veja-se que não existe alegação sobre eventual não concessão de folgas em 
decorrência dos feriados. Logo, é ausente de causa de pedir, na medida em que o 
direito à dobra legal resulta do binômio “trabalho aos domingos ou feriados – não 
concessão de folga compensatória”. 
Assim, merece ser indeferida a petição inicial quanto a tal pedido, fulcro art. 330 do 
NNCPC, sendo o mesmo extinto sem julgamento de mérito. 
O mesmo ocorre em relação ao acúmulo de funções. Veja-se que o reclamante diz ter 
acumulado as funções de encarregado de setor e auxiliar de serviços gerais, porém 
não delimita o pedido temporalmente, restringindo-se a aduzir que “no curso do 
contrato de trabalho passou a exercer outras funções para as quais não fora 
contratado”. 
A ausência de delimitação temporalem relação ao alegado acúmulo de função torna 
excessivamente onerosa a defesa da reclamada, a qual fica jogada à incerteza sobre 
a qual momento contratual o obreiro está se referindo, já que extrai-se 
necessariamente de sua inicial que a situação de suposto acúmulo de função não 
perdurou por toda a contratualidade, mas apenas parte dela. 
Logo, é de ser indeferida a petição inicial quanto a tal pedido, fulcro art. 330, I, C/C 
seu § 1º, inciso II, todos do NNCPC., extinguindo-se o pedido sem julgamento de 
mérito. 
3 – PREJUDICIAL DE MÉRITO 
Prescrição quinquenal e bienal: 
4–MÉRITO 
4.1 – CONTRATUALIDADE 
O reclamante efetivamente laborou para a reclamada na função de auxiliar na linha 
de produção, de 17 de abril de 2006 a 19 de Junho de 2019, quando dispensado sem 
justa causa, com aviso prévio indenizado, ocasião em que percebia R$ 0000 (REAIS) 
+ adicional de insalubridade em grau médio. 
5 – PEDIDOS ACESSÓRIOS 
Improcedendo o principal, improcede também o acessório. Todavia, na remota 
hipótese de vir a reclamada a ser condenada, é necessário atentar que é incontroverso 
nos autos que a parte reclamante recebia remuneração mensal. Assim, considerando 
que o empregado mensalista já tem remunerado os repousos semanais remunerados, 
revela-se impertinente a repercussão pretendida pela pare autora. 
Entretanto, no caso de eventual condenação no particular, o que não se acredita, 
requer seja autorizada a dedução/compensação dos valores pagos à maior à parte 
demandante. Por fim, a parte empresária invoca, por cautela, a aplicação da OJ 415 
da SBDI-1 do TST, bem como da Súmula 73 deste Tribunal, no tópico. 
6 – ACÚMULO DE FUNÇÕES 
O Autor foi contratado pela reclamada em 17 de abril de 2006, para exercer a função 
de auxiliar na linha de produção. Recebia mensalmente o importe de R$ 2.353,63, 
tendo para tanto, que realizar uma jornada das 8:00 às 18:00 horas, com 2 hora de 
intervalo. Maycon exerceu com excelência várias funções dentro da empresa, 
passando pelos 3 turnos de trabalho (1º turno – dia; 2º turno – intermediário e 3º turno 
– noturno) e chegou ao cargo máximo em seu setor, que foi o de cozinhador. Em 2016, 
desempenhou a função como líder de fábrica, no entanto, não obteve essa alteração 
em sua CTPS. Nesse período Maycon era responsável por todo o processo de 
fabricação de açúcar no turno em que eu trabalhava. 
Acaso superada a preliminar de inépcia da petição inicial quanto a tal pedido, o que 
não se acredita, tem-se que no mérito melhor sorte não assiste ao reclamante. Isso 
porque, jamais efetuou qualquer atividade que não aquelas inerentes à função de 
encarregado de setor, negando-se veementemente as atividades noticiadas na inicial. 
Veja-se que o acúmulo de funções ocorre quando o trabalhador, além de 
desempenhar os misteres para os quais foi efetivamente contratado, desempenha, 
em acréscimo, de forma não eventual e não excepcional, atribuições estranhas e de 
maior complexidade ao cargo que ocupa, sem o correspondente acréscimo salarial 
(novação objetiva do contrato de trabalho). 
No particular, ainda que se negue qualquer novação contratual ou inserção de 
atividades que não as correlatas ao cargo de encarregado de setor, é necessário 
destacar que o próprio reclamante justifica seu pedido de plus salarial alegando que 
executava atividades inerentes ao cargo de auxiliar de serviços gerais. 
Primeiramente, cumpre salientar que inexiste qualquer profissional contratado como 
auxiliar de serviços gerais na reclamada. Ad argumentandum, ainda que assim não 
fosse, a função de encarregado é mais complexa que a atividade de serviços gerais, 
tanto é que aquela é função de supervisão e exige formação específica – no caso, 
ensino médio completo. Logo, se o fato que justifica o pretendido plus salarial consiste 
em atividade de menor complexidade e responsabilidade (serviços gerais) em 
comparação ao cargo originalmente ocupado, não seria devida a parcela ainda que 
efetivamente tivesse o reclamante “lavado, passado e dobrado roupas, toalhas, 
edredon, etc”, o que se cogita apenas no campo da argumentação, posto que no dos 
fatos jamais ocorreu. 
Veja-se a jurisprudência deste Tribunal: 
PLUS SALARIAL. ACÚMULO DE FUNÇÕES. ÔNUS DA PROVA. AUSÊNCIA DE 
DEMONSTRAÇÃO DE ACÚMULO DE TAREFAS. INDEVIDO. O acúmulo de funções 
ocorre quando o trabalhador, além de desempenhar as funções para as quais foi 
efetivamente contratado, desempenha, também, de forma não eventual e não 
excepcional, atribuições diversas e de maior complexidade ao cargo que ocupa, sem 
o correspondente acréscimo salarial (novação objetiva do contrato de trabalho). Não 
tendo o autor se desincumbido do seu ônus de prova (art. 818 da NOVA CLT c/c o art. 
373, I, do NCPC/15 e princípio da aptidão para a prova), improcede o pedido. 
Aplicação do disposto no art. 456, parágrafo único, da NOVA CLT: art. 456, parágrafo 
único, da NOVA CLT: “à falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, 
entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com 
a sua condição pessoal”. Indevido o plus salarial por acúmulo de funções postulado. 
(TRT-4 – RO: 00008615520135040531, Data de Julgamento: 16/06/2016, 2a. Turma) 
Em suma, o reclamante não se desincumbe do ônus da prova fulcro art. 818, I, da 
NOVA CLT, e ainda que assim o fizesse, o fato trazido pela petição inicial como 
justificador do pedido de plus salarial por acúmulo de função é incompatível com o 
próprio instituto, estando, por conseguinte, fulminado o fato constitutivo de seu direito. 
Na eventualidade de vir a ser reconhecido em Juízo que o reclamante efetivamente 
fazia as tarefas noticiadas na inicial, o que se cogita apenas por sabor ao argumento, 
merece ser sopesado que atividades como dobra, passagem de roupa, entre as outras 
mencionadas na exordial, por certo estão dentro do jus variandi do empregador, 
presumindo-se que o obreiro se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com sua 
condição pessoal, fulcro art. 456, parágrafo único da NOVA CLT. 
Por último, na remotíssima hipótese de restar comprovado que o reclamante tenha 
desempenhado as atividades narradas na inicial, o que se admite apenas para 
argumentar, deverá este comprovar, também, que tais atividades ocorriam em caráter 
não-eventual. Ou seja, que havia repetição e habitualidade na execução de tais 
tarefas. 
7 – DANO MORAL 
Aduz o reclamante que após o descobrimento da doença, Maycon começou a sofrer 
com seu superior hierárquico. Além das pressões, foi perceptível a mudança de 
comportamento do gestor de Maycon após este voltar ao labor, já doente. As 
cobranças excediam os limites, além das inúmeras conversas e ordens superiores 
distorcidas, atingindo diretamente Maycon que já estava sofrendo com a doença e no 
trabalho sofrendo com discriminações, conversas mal explicadas e desnecessárias. 
Mesmo doente e já quase ao ponto de fazer hemodiálise, Maycon continuou laborando 
da melhor forma possível e exercendo com excelência e responsabilidade suas 
atividades, no entanto, sofrendo diariamente com um certo desprezo e discriminação 
de seu superior, que passou a exigir a cada dia mais dele, sequer se atentando para 
o problema de saúde deste. No dia 19 de junho de 2019 Maycon retornou ao médico, 
que ao avaliar a situação da saúde dele, solicitou que ele se afastasse novamente de 
seu labor por tempo indeterminado, tendo em vista o agravamento da doença. Assim, 
no dia 20/06/2019 ao retornar ao trabalho e entregar o laudo de solicitação de 
afastamento por tempo indeterminado, Maycon foi informado que havia sido 
dispensado sem justa causa ainda no dia 19/06, no dia, inclusive, em que estava 
passando por acompanhamento médico. Requer o pagamento de indenização no 
valor de R$ 0000000000 (REAIS). 
Nega-se de pronto as alegações do reclamante. 
Seu superior hierárquico, Sr. Fulaninho, ou qualquer outro superior hierárquico oucolega, jamais faltaram com o zelo, urbanidade e respeito dos quais o reclamante é 
merecedor. Ao contrário, sempre mantiveram junto a este uma relação cordial e gentil, 
tanto é que foram convidados para a celebração do casamento do autor. 
A reclamada sempre pautou sua atuação por preceitos éticos, sempre atenta aos 
direitos sociais e às necessidades de seus colaboradores. Não é à toa que está 
consolidada no mercado há mais de TANTOS anos e não coleciona nenhuma 
reclamatória trabalhista há muitos tempo. 
Conforme se depreende da documentação anexa, o reclamante passou a cometer 
várias faltas disciplinares, como faltas ao serviço, extravio de mercadorias, entre 
outros. A reclamada, por sua vez, demitiu o reclamante sem justa causa, quando na 
verdade poderia tê-lo feito por justa causa, já que o autor vinha apresentando má 
conduta, vide advertências e suspensões em anexo. Porém, a modalidade de 
dispensa não é discutida nestes autos. 
Logo, resta absolutamente refutada a tese de assédio moral e cobrança excessiva de 
metas. Veja-se que além disso o reclamante não comprova que tenha havido qualquer 
efetiva ofensa à sua honra, à sua imagem, à sua dignidade ou à sua personalidade, 
não estando atendidos os requisitos dos artigos 5º, V e X, e 114, VI, da CF, 188, 927, 
932, III, e 933 do C/C, e parágrafo único do art. 8º da NOVA CLT. 
No demais, o ônus da prova é do reclamante quanto ao fato constitutivo de seu direito, 
fulcro art. 818, I da NOVA CLT. Negados veementemente os fatos que justificariam, 
em tese, o seu pleito indenizatório, e não se desincumbindo o reclamante do ônus da 
prova, é de ser julgado improcedente o pleito. 
E mais! Embora se entenda que o ônus probatório é do reclamante, entende-se 
também que desde já resta comprovada a total alteração da verdade dos fatos, uma 
vez que embora o reclamante qualifique a Sra. Fulana de TAL como uma péssima 
pessoa e chefia, atribuindo à mesma a conduta do assédio moral, resta claro, da prova 
já pré-constituída, que está jamais assim se comportou, tendo, a todo tempo, sido uma 
excelente empresária. Dessa forma, caso este MM. Juízo entenda por comprovado 
ter o reclamante alterado a verdade dos fatos em relação a este ou a qualquer outro 
tópico da inicial, requer-se, desde já, a aplicação de multa por litigância de má-fé, na 
forma do art. 793-B, inciso II e 793-C, ambos da NOVA CLT. 
Por último, impugna-se o valor arbitrado ao pleito indenizatório R$ 00000000000 
(REAIS), posto que deveras afastado dos valores que vem sendo praticados por esta 
especializada, devendo a indenização, na remota eventualidade de ser deferida, 
guardar compatibilidade com a suposta conduta gravosa, bem assim atender a 
padrões de razoabilidade, observado, ainda, o pequeno poderio econômico da 
requerida. 
8 – INDENIZAÇÃO POR GASTOS COM COMBUSTÍVEL 
Suscita o reclamante que gastava em média R$ 00000000 (REAIS) por mês a título 
de combustível, utilizando seu próprio veículo para o serviço prestado na reclamada, 
requerendo ser ressarcido por tais dispêndios. 
Nega-se taxativamente que o reclamante tenha utilizado veículo próprio para a 
realização do trabalho em prol da reclamada, ou que ainda tenha arcado com qualquer 
gasto a título de combustível, eis que jamais a requerida repassou ao autor ou a 
qualquer outro colaborador tal responsabilidade. Não passa de mais uma aventura 
judiciária experimentada pelo reclamante, o qual detém o ônus probatório e do qual 
não se desincumbe novamente. 
É de saltar aos olhos a estranheza em tais alegações, notadamente porque caso 
tivesse o reclamante efetuado qualquer gasto com combustíveis, por certo teria, ao 
certo, uma nota fiscal, recibo, via de cartão de crédito ou débito, ou outro documento 
análogo, que servisse, pelo menos, como um início de prova. Todavia, a petição inicial 
não é acompanhada de absolutamente nenhum documento que pudesse porventura 
corroborar as informações depositadas em seu corpo textual. 
Além de não fazer prova quanto ao fato constitutivo, o reclamante também não faz 
qualquer prova sobre o valor ventilado na inicial, de R$ 00000000 (REAIS) mensais, 
valor este que é de pronto impugnado por não coadunar com a veracidade, sendo 
sabido que o dano material não se presume, se prova. 
Logo, ausente qualquer prova de uso de veículo próprio ou de qualquer gasto por 
conta de combustível, inexistindo, ainda, prova quanto ao valor dos supostos 
dispêndios, totalmente fulminada a pretensão obreira. 
Por cautela, e em atenção ao pedido de exibição dos relatórios de visitas e entregas 
procedidas pelo autor no período contratual, na forma dos artigos 396 a 400 do NCPC, 
a reclamada entende que tal documentação não faria, em nenhuma hipótese, prova 
sobre o alegado direito do autor. Os documentos de entregas procedidas pelos 
operadores sequer são armazenados na forma de relatórios. Ainda assim, caso seja 
outro o entendimento deste Douto Juízo, requer seja a reclamada expressamente 
intimada para que junte aos autos a aludida documentação, sob pena de flagrante 
cerceamento de defesa, na medida em que a documentação relativa à sua atividade 
empresarial e a terceiros (clientes) não é indispensável ao deslinde do feito. 
9 – MULTAS DOS ARTIGOS 477 § 8º E 467 DA NOVA CLT 
Se não extintos os pedidos em sede prefacial, tem-se que inexiste fundamento para a 
pretensão acerca das multas em tela, na medida em que todas as parcelas e 
obrigações rescisórias foram adimplidas/cumpridas dentro do prazo legal, conforme 
documentação em anexo, restando afastada a incidência da multa do art. 477 da 
NOVA CLT. Ademais, inexistem parcelas rescisórias incontroversas, razão pela qual 
não procede o pedido de pagamento da multa do art. 467 da NOVA CLT. 
DO PEDIDO DE AJG – JUSTIÇA GRATUITA E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA 
O reclamante não comprova que atualmente encontra-se em situação de pobreza, 
devendo, para todo caso, ser observada a disposição da nova redação do art. 789-B, 
§ 4º da NOVA CLT, sopesando-se, ainda, que não há nos autos credenciais sindicais. 
Logo, não restaram comprovados os requisitos previstos na Constituição Federal e 
nas Leis de nº 1.060/50 e 7.115/73, os quais devem ser interpretados à luz do 
comando da Lei nº 5.584/70, por sua aplicação específica ao processo do trabalho, 
devendo a parte autora arcar com todos os custos no processo. 
Assim, requer sejam indeferidos os pedidos de JG, AJG e julgado improcedente o 
pedido de condenação de honorários advocatícios de AJ, condenando-se o 
reclamante ao pagamento das custas processuais. 
Todavia, uma vez sucumbente o reclamante (ainda que parcialmente), merecem ser 
arbitrados honorários de sucumbência em favor deste patrono, fulcro disposições do 
art. 791-A da NOVA CLT. 
Impugna-se, por cautela, qualquer alegação contrária. 
Na remota hipótese de procedência da ação – o que se diz em respeito ao Princípio 
da Eventualidade – a reclamada requer a aplicação das Súmulas 219 e 329, do TST 
e do disposto na Orientação Jurisprudencial 348, da SBDI-1, do TST, devendo a 
condenação limitar-se ao valor de 15% conforme regra processual celetista vigente. 
10 – ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS 
No que tange ao imposto de renda e aos encargos previdenciários e fiscais, 
necessário esclarecer que compete à parte autora a obrigação pelo pagamento do 
imposto de renda e de sua cota-parte dos encargos previdenciários. Isso porque é 
pacífico o entendimento nesta Justiça Especializada, no sentido de que nas sentenças 
condenatórias deverá constar a autorização para que sejam efetuados os descontos 
previdenciários e fiscais, conforme dispõe a Súmula 368 do TST, desde já 
prequestionada. 
Os recolhimentos previdenciários e fiscais devem ser autorizados, em face do 
disposto no artigo 46 da Lei nº 8.541/92 e artigo 43 da Lei nº 8.212/91, bem como nos 
termos das Súmulas 25, 26 e 53 deste Regional. 
11 – DEDUÇÃO/RETENÇÃO/COMPENSAÇÃO 
A contestanterequer a dedução/retenção e/ou compensação dos valores 
eventualmente já alcançados à parte autora com a mesma rubrica ou a mesmo título 
e/ou à maior, na forma do artigo 767 da NOVA CLT e da Súmula nº. 48 do TST. 
12 – REQUERIMENTOS 
a) Sejam extintos os pedidos das alíneas f e h sem julgamento de mérito – art. 840, § 
3º da NOVA CLT; 
a.1) Sucessivamente, seja o reclamante instado a se manifestar – por ocasião da 
abertura do seu prazo para manifestação sobre a contestação e documentos – quanto 
às irregularidades noticiadas em tais itens, procedendo a competente retificação, sob 
pena de serem julgados extintos tais pedidos sem apreciação do mérito, fulcro 
dispositivo legal acima citado; 
b) Seja corrigido o valor da causa e dos pedidos apontados em preliminar supra, de 
maneira que na remota eventualidade de sucumbência da reclamada, sejam as 
verbas respectivas calculadas com base no real proveito econômico pretendido pela 
parte autora e não nos absurdos valores atribuídos genérica e aleatoriamente aos 
pedidos; 
c) Seja declarada a inépcia da petição inicial quanto aos pedidos de feriados 
trabalhados e acúmulo de funções, sendo a mesma indeferida e os pedidos julgados 
sem resolução de mérito, fulcro art. 330, I, C/C seu § 1º, incisos I e II, todos do NCPC; 
d) Na eventualidade de ser apreciado o mérito, sejam todos os pedidos julgados 
improcedentes, conforme razões e fundamentos supra; 
e) A dedução/retenção e/ou compensação dos valores eventualmente já alcançados 
à parte autora com a mesma rubrica ou a mesmo título, na forma do artigo 767 da 
NOVA CLT e da Súmula nº. 48 do TST; 
f) A condenação do reclamante ao pagamento das custas, honorários periciais e 
advocatícios, na forma legal; 
g) Uma vez protocolada esta contestação, caso o reclamante não compareça à 
audiência inaugural, requer seja aplicada a pena de confissão, e não o arquivamento 
da demanda, por inteligência da aplicação conjunta dos artigos 841, § 3º, 844, § 2º e 
847, parágrafo único, todos da NOVA CLT, já que o não comparecimento do autor 
implica em desistência da ação, e esta é vedada sem a concordância da reclamada 
após oferecida a defesa. 
Os documentos ora juntados, inclusive aqueles referentes à representação 
processual, são declarados por este procurador signatário como autênticos, a teor do 
que dispõe o artigo 830 da NOVA CLT. Por derradeiro, a ora contestante impugna 
expressamente os argumentos lançados na exordial, os documentos juntados pela 
parte autora aos autos, bem como os valores requeridos. 
Restam, ainda, prequestionados, para todos os fins de direito, os artigos de Lei e da 
Constituição Federal, Súmulas, Enunciados, Orientações Jurisprudenciais e Normas 
Coletivas ora invocadas em defesa. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em 
especial o depoimento pessoal do Reclamante, prova testemunhal e pericial. 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
Uruaçu, 10, Setembro, 2021. 
ADVOGADO 
OAB Nº

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