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Réplica Trabalhista

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AO DOUTO JUÍZO DA Xª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE XXX-RJ.
Ref. Processo: 
XXXXX , já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem por meio de seu advogado abaixo assinado, propor a presente:
 RÉPLICA
diante dos fatos alegados na contestação do Reclamado.
DA IMPUGNAÇÃO GENÉRICA AOS DOCUMENTOS APRESENTADOS
Insta salientar inicialmente que a Reclamada não especifica os vícios de forma ou de conteúdo hábeis a desnaturar o valor probatório dos documentos apresentados na exordial.
Nem ao menos cita quais os documentos impugnados, tratando-se, portanto, de impugnação genérica de documentos.
A impugnação genérica de documentos apresentada não tem o condão de afastar, por si só, o valor probatório dos mesmos, máxime quando não se verifica no conjunto probatório qualquer elemento de convicção eficaz e suficiente ao ponto de rechaçar o conteúdo da prova documental.
	Posicionamento corroborado pelo julgado abaixo:
IMPUGNAÇÃO GENÉRICA DE DOCUMENTOS. A impugnação genérica dos documentos apresentados pela parte adversa não torna litigiosos os fatos que se pretendia provar por meio destes, atraindo, pois, a aplicação do art. 372 do CPC, subsidiariamente aplicável à seara trabalhista. (TRT-1 - RO: 00011987620145010342 RJ, Relator: Claudia de Souza Gomes Freire, Data de Julgamento: 26/01/2016, Nona Turma, Data de Publicação: 11/02/2016).
Dessa forma, não merece prosperar a impugnação aos documentos apresentados na exordial, pois se trata de impugnação genérica.
DA INDEVIDA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
Consoante o art. 852-B, inciso I da CLT, o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente.
Ocorre que na reclamação trabalhista consta como valor de R$ 44.567,52, que decorrem no somatório lógico de cada pedido e como demonstrado em memória de cálculo id bae5487.
Insta salientar adicionalmente que o valor se enquadra no rito sumaríssimo por ser abaixo aos 40 salários mínimos, nos termos do art. 852-A da CLT.
Portanto, não assiste razão a Reclamada na alegação de exorbitância e incorreção do valor da causa.
DA DEVIDA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A Reclamada contesta indevidamente a concessão da gratuidade de justiça, o Reclamante tem sob sua responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não pode arcar com as despesas processuais. 
Para tal benefício o Reclamante junta declaração de hipossuficiência, a qual demonstra a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Código de Processo Civil de 2015:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º - Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis preconizados no artigo 5º inc. XXXIV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito ao benefício:
HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. DECLARAÇÃO VÁLIDA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. Constando nos autos declaração de insuficiência econômica, não infirmada por prova contrária, tem direito o trabalhador ao benefício da gratuidade da justiça (Lei 1.060/1950 e CPC/2015, art. 98). (TRT-12 - RO: 00033267020155120005 SC 0003326-70.2015.5.12.0005, Relator: REINALDO BRANCO DE MORAES, SECRETARIA DA 1A TURMA, Data de Publicação: 20/03/2017)
 
Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores esclarecem:
"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Dessa forma, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o reclamante ao benefício da gratuidade de justiça, como disposto na súmula 463 do TST:
Súmula 463/TST - 01/06/2015 - Assistência judiciária gratuita. Pessoa natural. Comprovação. (conversão da Orientação Jurisprudencial 304/TST-SDI-I, com alterações decorrentes do CPC/2015). CPC/2015, art. 105
I - A partir de 26/06/2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (CPC/2015, art. 105);
II - No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.
 Outro ledo engano cometido pela Reclamada é afirmar que advogado particular compromete a concessão do benefício de gratuidade de justiça. Conforme entendimento consolidado pelos tribunais.
 Segue abaixo:
JUSTIÇA GRATUITA. PEDIDO DE CASSAÇÃO. ASSISTÊNCIA POR ADVOGADO PARTICULAR. Consoante o art. 99, § 4º do CPC, "a assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade de justiça". Assim, a lei processual não reputa a contratação de advogado como causa apta a afastar o benefício da justiça gratuita, razão pela qual o recurso patronal não merece provimento neste tocante. .... Assim, o julgado ao aplicou à situação o melhor direito à espécie, ao subsumí-la ao art. 456, parágrafo único consolidado, segundo o qual "à falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com sua condição pessoal". (TRT-7 - ROT: 00010518320165070028 CE, Relator: FERNANDA MARIA UCHOA DE ALBUQUERQUE, 3ª Turma, Data de Publicação: 31/05/2021) Grifo nosso
Sendo assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade do Reclamante, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao benefício.
DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
A Reclamada tenta afastar a caracterização do vínculo empregatício alegando que o Reclamante é policial e recebe salário de seu outro emprego, portanto seria prestador de serviço na área de segurança, o que não condiz com a realidade do contrato de trabalho.
Como é pacífico o entendimento de nossos Tribunais, cristalizado na Súmula n. 386, do C. TST, que assim enuncia: 
Súmula nº 386 : Policial militar. Reconhecimento de vínculo empregatício com empresa privada. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 167 da SDI-1). Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. (ex-OJ 167/TST-SDI-I - Inserida em 26/03/99). Grifo nosso
Tal alegação não merece prosperar, pois a Reclamada, sempre imprimiu na relação de trabalho um caráter empregatício, tendo o Reclamante trabalhado por vários anos na Reclamada, pois a quitação ora exigida nada mais é do que a manutenção do vínculo empregatício do processo 0100246-60.2020.5.01.0483 (do período anterior quitado).
Trata-se de vínculo empregatício que merece ser reconhecido, pois a atividade desempenhada pelo Reclamante preenche exatamente os requisitos previstosno art. 3º da CLT:
"Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário". 
Afinal, o Reclamante, sempre cumpriu determinações da reclamada mediante remuneração pactuada, preenchendo todos os requisitos do referido artigo, a saber:
· Pessoa física - o Reclamante não foi contratado como pessoa jurídica e sim pessoa física. O Reclamante exercia suas atividades com total subordinação e pessoalidade diretamente ao reclamado.
· Subordinação - O Reclamante era diretamente subordinado à Reclamada, a qual dava todas as diretrizes necessárias à execução da prestação do serviço, mediante ordens e determinações. O chefe de segurança controlava as escalas e o Reclamante fazia segurança a ele subordinado.
· Pessoalidade - As atividades e encargos diários eram executados exclusivamente pelo Reclamante e recebia atribuições individualmente para o exercício das atividades que lhe eram delegadas, prestando os serviços com nítida pessoalidade. 
· Habitualidade - Todas as atividades eram executadas pelo reclamante com plantões semanais constantes, sempre dentro das determinações impostas pela reclamada, conforme escalas de id 160edac.
· Onerosidade - O reclamante percebia habitualmente a remuneração de R$ 1.983,00 (Um mil novecentos e oitenta e três reais) por mês, caracterizando a onerosidade das tarefas realizadas;
	Importante salientar que em sua Contestação a Reclamada afirma ter um responsável pela escala do Reclamante o que caracteriza ainda mais a subordinação, conforme trecho da folha 107 dos autos e 30 da Contestação:
Diante de tais elementos, deve ser reconhecido o vínculo, conforme precedentes sobre o tema:
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS. POLICIAL MILITAR. VÍNCULO DE EMPREGO CONFIGURADO. Conforme entendimento consubstanciado na Súmula nº 386, do Colendo TST, preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é cabível o vínculo de emprego do policial militar com entidade religiosa (TRT-1 - RO: 01008122020165010266 RJ, Relator: THEOCRITO BORGES DOS SANTOS FILHO, Data de Julgamento: 17/10/2018, Sétima Turma, Data de Publicação: 24/10/2018) grifo nosso
POLICIAL MILITAR. VIGILANTE. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO. SÚMULA 386 DO TST. De acordo com a Súmula 386 do TST, preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. No caso concreto, fora constatada a presença de todos os elementos caracterizadores da relação de emprego, assim, inexiste impeditivo para o reconhecimento de vínculo entre as partes, ainda que o autor atue como policial militar. Recurso da reclamada conhecido e não provido. (TRT-11 00006626620195110001, Relator: JOICILENE JERONIMO PORTELA, 2ª Turma) grifo nosso
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. ÔNUS DA PROVA. É da empresa, que alega em sua defesa relação outra que não a de emprego, o ônus de provar a não ocorrência das características do vínculo empregatício, uma vez que arguiu fato impeditivo do direito do autor. Todavia, no presente caso, desse ônus não se desincumbiu, satisfatoriamente, devendo ser mantida a sentença que reconheceu o vínculo empregatício entre as partes, nos termos do art. 3º da CLT. Recurso conhecido e não provido. (TRT-11 00015967520165110018, Relator: MARIA DE FATIMA NEVES LOPES, Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes)
Afinal, tem-se como princípio fundamental a responsabilização daquele que se beneficia do trabalho que foi explorado, conforme destaca a doutrina especializada:
"O que precisa ficar bem claro é que no campo do direito do trabalho jamais o beneficiário da atividade laboral pode ficar de fora da responsabilidade. Ao contrário de outros segmentos jurídicos, em que cláusulas contratuais de desoneração de responsabilidade podem ser livremente pactuadas, no direito do trabalho o objeto primordial é a energia humana, a qual, uma vez empreendida, é irrecuperável e irretornável, sendo considerado imoral, além de ilegal, que o beneficiário dessa força de trabalho simplesmente sonegue a contraprestação e se considere irresponsável pelas reparações cabíveis." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho Aplicado. Vol 1. Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 12)
Resta claro, portanto, a presença de todos os requisitos necessários para o reconhecimento do vínculo empregatício.
Por todo o exposto fica perfeitamente demonstrado que para fundamentar seus argumentos não trouxeram qualquer prova ou elemento suficiente para desconstituir o direito do Autor, razão pela qual não merecem acolhimento.
DA RESCISÃO CONTRATUAL E DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Conforme narrado, o Reclamante prestou serviços para a Reclamada entre 30.03.2020 até 31.08.2021, data em que foi despedido sem justa causa, e, sem receber nenhuma verba rescisória. Segue abaixo mensagem de aplicativo no qual foi informado a dispensa pelo Pastor responsável pela igreja:
A Reclamada ao negar o vínculo de emprego que está claro nos autos, afirma que não efetuou o pagamento das devidas verbas, conforme trecho da contestação abaixo:
Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado, além dos pagamentos proporcionais de salário, férias e 13º devidos, o Autor ainda faz jus:
a) Ao aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT;
b) FGTS sobre verbas rescisórias e Multa de 40% sobre saldo do FGTS;
c) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST;
d) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT.
Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos pedidos veiculados na presente reclamação trabalhista, com a condenação da Reclamada no pagamento das verbas rescisórias, conforme valores indicados nos pedidos.
DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era obrigado a prolongar sua jornada, extrapolando o horário de 12h convencionado.
A Reclamada até afirma em sua Contestação que a carga horária convencionada era de 12 h, conforme trecho abaixo, pág 107 dos autos e 30 da contestação:
	Ou seja, estava à disposição do Empregador além do horário contratual, tempo que deve ser computado como hora extra e repercutir em todos os seus reflexos.
Sendo assim, fazendo juz a horas extras e seus reflexos conforme pedido da exordial.
DO INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO
	Como já eludido na inicial, o Reclamante laborou em plantão de 12h, no período, sem intervalo intrajornada por todo o período contratual. 
Trabalhava sozinho na segurança da igreja, não podendo parar o seu labor para intervalo intrajornada, uma vez que devido ao número reduzido de seguranças e a quantidade de trabalho, o Reclamante não tinha como suspender a jornada para realizar o horário completo e adequado de refeição e descanso.
	O valor pleiteado a fim de cobrança do intervalo suprimido está em total consonância com o disposto no art. 71 §4º da CLT, pois está sendo pleiteado na exordial apenas 40 min diários, ou seja, descontando o tempo efetivamente concedido de 20 min.
	Portanto, é devido o pagamento do intervalo intrajornada suprimido com acréscimo de 50%.
DO DEVIDO ADICIONAL NOTURNO
	A Reclamada alega em contestação que o Reclamante fazia plantões de até 24h mas diz não haver direito ao adicional noturno, alegando pagar a quantia por plantão, caracterizando salário complessivo.
	Conforme Súmula 91 do TST:
Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador.
	Ou seja, o valor pago a título de plantão trabalhado não pode englobar todas as verbas, portanto, é devido ao Reclamante os valores de adicional noturno relativos ao horário de trabalho compreendido entre 22:00hs as 07:00hs da manhã.
DO DEVIDO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, XXIII que são direitos dos trabalhadores urbanose rurais, o "adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei."
A própria Reclamada em sua Contestação na página 7 e 83 dos autos afirma que o acontecimento de roubos e furtos na igreja fez surgir a necessidade de contratação de segurança, conforme trecho da Contestação abaixo:
No presente caso, ao exercer a atividade de segurança, no local que está sujeito a roubos, o Reclamante se enquadra perfeitamente ao Art. 193 da CLT .
O reclamante, ao exercer função perigosa, com elevado grau de risco, nos termos do artigo 193, § 1º da CLT, adquire o direito ao adicional de periculosidade.
DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477
Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal as verbas a que fazia jus quando da dispensa, resta configurada a multa do art. 477, § 8º, da CLT, especialmente porque o reconhecimento da relação de emprego com a reclamada vir a ocorrer somente em Juízo.
No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte Trabalhista:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. IRREGULARIDADE NA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. Afasta-se a irregularidade de representação, por estar a subscritora do recurso de revista regularmente habilitada. Dessa forma, equivocado se mostra o fundamento adotado pelo despacho agravado, pelo que passo à análise das matérias veiculadas no recurso de revista. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT - VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO EM JUÍZO. Dá-se provimento a agravo de instrumento quando configurada no recurso de revista a hipótese da alínea a do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Agravo provido. RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO DE EMPREGO – POLICIAL MILITAR (alegação de violação dos artigos 2º, 3º e 818 da CLT e 333, I, do CPC e divergência jurisprudencial). Nos termos da Súmula/TST nº 386 Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.. Recurso de revista não conhecido. HORAS EXTRAS – INTERVALO INTRAJORNADA – ÔNUS DA PROVA (alegação de violação dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC e divergência jurisprudencial). Não demonstrada a violação de dispositivo de lei federal ou a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento nas alíneas a e c do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. HORAS EXTRAS – INTERVALO INTRAJORNADA – REFLEXOS (alegação de divergência jurisprudencial). Não demonstrada a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento na alínea a do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. VERBAS RESCISÓRIAS (alegação de divergência jurisprudencial). Não demonstrada a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento na alínea a do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. VALE-TRANSPORTE – ÔNUS DA PROVA - VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO EM JUÍZO (alegação de violação dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC e divergência jurisprudencial). Não demonstrada a violação de dispositivo de lei federal ou a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, não há que se determinar o seguimento do recurso de revista com fundamento nas alíneas a e c do artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT - VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECONHECIDO EM JUÍZO. Nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 351 da SBDI-1 é Incabível a multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, quando houver fundada controvérsia quanto à existência da obrigação cujo inadimplemento gerou a multa. Ao contrário do alegado pela reclamada, a hipótese dos autos não trata de fundada controvérsia quanto à existência da obrigação cujo inadimplemento gerou a multa, mas de artifício utilizado pelo empregador ao tentar mascarar a relação empregatícia por intermédio da contratação de policial militar. Recurso de revista conhecido e desprovido. AGRAVO DE INSTRUMENTO (TST - RR: 1420406520065010026, Relator: Renato De Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 08/09/2010, 2ª Turma, Data de Publicação: 24/09/2010) grifo nosso
Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias não foram pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.
DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Tratando-se de verbas rescisórias tidas como incontroversas, tem-se pelo devido pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, que assim dispõe:
Art. 467.Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento".
Portanto, considerando que as verbas referentes as parcelas rescisórias, não foram pagas ao final do contrato, devido o pagamento da multa de 50%, conforme solicitado na inicial.
DO ÔNUS DA PROVA
Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao Reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que, a Reclamada alega a ser a prestação de serviços de forma autônoma atraindo para si o ônus da de comprovar que não estão presentes os requisitos da relação de emprego.
	Segue entendimento do TST sobre a questão:
RECURSO DE REVISTA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. ÔNUS DA PROVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADMITIDA PELA RECLAMADA. Conforme preconizado nos arts. 818 da CLT e 373 do CPC (art. 333 do CPC/73), no tocante à distribuição do encargo da prova (ônus subjetivo da prova), ao autor incumbe o ônus de comprovar os fatos constitutivos de seu direito, e ao réu compete demonstrar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Assim, em pleitos que visam ao reconhecimento do vínculo empregatício, regra geral, ao reclamante cabe o ônus da prova da presença dos requisitos legais que o caracterizam. Todavia, negada a existência de vínculo de emprego, mas admitindo a reclamada que a prestação de serviços se dava de forma autônoma, dá-se a inversão do encargo probatório, por se tratar de alegado fato impeditivo do direito do autor. Na hipótese, a Corte Regional incorreu em má distribuição do ônus subjetivo da prova, uma vez que, alegado o caráter autônomo da prestação de serviços, efetivamente incumbia à reclamada, e não ao reclamante, comprovar suas alegações. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 2271820115150048, Relator: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 08/08/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/08/2018)
Quanto aos pedidos relativos a jornada de trabalho a Reclamada não comprovou ter menos de 20 empregados, nos termos do Art. 74, § 2º, da CLT, portanto, diante da posição de hipossuficiente do empregado faz-se jus a inversão do ônus da prova.
Considerando todos os pedidos da exordial se faz necessária a inversão do ônus da prova. Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas, tem-se a necessária inversão do ônus da prova.
A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade de obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do Ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo Civil em sei art. 373.
Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como a situação hipossuficiente do trabalhador, requer a inversão do ônus da prova, com base no Art. 818, §1º da CLT e Art. 373, §1º do CPC/15, nos termos da inicial.
DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
Em recente decisão, RE 870947, o Supremo Tribunal Federal determinou que o art. 1º-F da lei 9.494/97, com a redação que a ele foi dada pela lei 11.960/09,é inconstitucional por violação ao direito fundamental de propriedade, uma vez que o índice ali estabelecido, a Taxa Referencial-TR, não é capaz de recompor a desvalorização da moeda diante das perdas decorrentes da inflação. Em substituição à TR, ficou estabelecida a utilização do Índice de Preços ao Consumidor Especial - IPCA-E.
Não se pode confundir correção monetária com juros de mora. Sendo, que de acordo com a súmula 211 do TST, os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.
Portanto, é devida a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas requeridas.
DA DEVIDA CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA
	A Reclamada não efetuou as devidas contribuições previdenciárias, em momento algum comprova ter efetuado tais depósitos.
O artigo 195, I da Constituição Federal estabelece a responsabilidade do empregador em realizar tais contribuições dos últimos 5 (cinco) anos.
 	 Dessa forma, requer-se seja reconhecida a supressão de recolhimentos previdenciários acima, durante a vigência do contrato de trabalho, bem como sejam executados de ofício por esse Douto Juízo, com as devidas correções monetárias e juros, para a configuração da qualidade de segurado da Reclamante, neste período, nos moldes do art. 114, inciso VIII, da CF/88, sem prejuízos das sanções penais.
DA DESNECESSIDADE DE SE LIQUIDAR OS VALORES ESTIMADOS
Diferentemente do que foi narrado, não cabe extinção da inicial pela ausência da indicação pormenorizada dos valores pleiteados, nos termos da nova redação Art. 840 da CLT, alterado pela reforma Trabalhista.
	A Reclamação Trabalhista apresenta os valores de cada pedido, assim com memória de cálculo, em total consonância com o art. 840 da CLT.
	Ocorre que, diferentemente do que disposto na contestação, a redação da lei exige apenas a indicação de valor certo e determinado, não exigindo em momento algum a sua liquidação.
	Razões pelas quais requer o recebimento da presente réplica, para que seja dada continuidade ao trâmite da inicial com valores estimados.
DA INDEVIDA COMPENSAÇÃO
Os valores ora requeridos não foram pagos pela Reclamante e ao requerer a compensação a Reclamante não apresentou documentação de nenhum valor pago para que seja feita a compensação.
Sendo assim, diante da falta de comprovação não é devida nenhum desconto a título de compensação.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Considerando que certamente os pedidos da Reclamante serão julgados PROCEDENTES, reitera o pedido de que seja a reclamada condenada ao pagamento do percentual máximo de 15%.
Em caso de sucumbência recíproca, há que se considerar a hipossuficiência do reclamante, fazendo jus às benesses da justiça gratuita.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que se digne a receber a presente Réplica, que sejam rechaçadas todas as preliminares aventadas na contestação com o consequente acolhimento de todos os pedidos elencados na exordial.
Portanto, IMPUGNA a reclamante o inteiro teor da peça contestatória, que não traz nenhuma prova do alegado e os fatos ali articulados não se coadunam com a realidade fática do contrato de trabalho ora em litígio, conforme restará comprovado no decorrer da instrução processual;
Por fim, requer que seja desconsiderado o pedido da Reclamada de expedição de ofício a corporação onde era lotado o autor, pois a relação do Reclamante com o ente público não tem correlação com a relação de emprego imprimida com a Reclamada.
Termos em que pede e espera deferimento.
Macaé, 21 de Julho de 2022.
Advogado
OAB
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