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REPOSIÇÃO VOLÊMICA As principais soluções de reposição volêmica e suas indicações. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O ÁGUA CORPORAL TOTAL E VOLUMES CORPORAIS • 60% do nosso peso é água: Essa quantidade varia entre mulheres, idosos e obesos, que possuem menos água corporal total. Dos 60%: o 2/3 está no líquido intracelular o 1/3 está no líquido intracelular: Destes: ▪ ¾ está no interstício ▪ ¼ está no intravascular REPOSIÇÃO VOLÊMICA INDICAÇÕES DE REPOSIÇÃO VOLÊMICA • Estabilização hemodinâmica: Hipotensão, desidra- tação, situações de emergência. • Corrigir anormalidades eletrolíticas • Manutenção basal de fluidos e eletrólitos • Reposição de perdas de volume e eletrólitos • Fornecer nutrição • Fornecer uma fonte para administração de medicamentos EV SOLUÇÕES PARA REPOSIÇÃO VOLÊMICA • Solução Cristaloide: Água + eletrólitos. • Solução Coloide: Água + eletrólito + macromolé- cula (albumina) SOLUÇÕES CRISTALOIDES • Solução glicosada (SG) 5%, 10% ou 50% • Cloreto de Sódio 0,45%, 0,9% (SF) ou 3% • Ringer Lactato: Cristaloide balanceado (sua composição é mais próxima do plasma que o SF). • Plasma Lyte: Cristaloide balanceado. SOLUÇÕES COLÓIDES • Albumina: Albumina é a macromolécula. • Dextran: Amido é a macromolécula. • Plasma CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES • Solução Salina 0,9%: É uma solução um pouco hiperosmolar (285-295), é conhecida também como solução hiperclorêmica, tendo risco de causar acidose metabólica hiperclorêmica. • Soro glicosado 5%: Água + 50 g/L de glicose. Tem uma osmolaridade de 278 pois está em g/L, passando para mOsm, dá 277,7. • NaCl 0,45%: Osmolaridade de 156, solução hiposmolar. • NaCl 3%: Utilizado para tratar a hiponatremia, tem uma osmolaridade de 1026, com 513 de Na+. • Ringer Lactato: Osmolaridade menor que o SF e o plasma, tem menos sódio e cloro e um pouco de K+, cálcio e lactato. Tomar cuidado com o K+ em quem tem insuficiência renal e o lactato em hepatopata. SOLUÇÃO GLICOSADA 5% INDICAÇÕES/APLICAÇÕES 1. Reposição volêmica em casos de hipernatremia sem hipovolemia: Precisa receber uma solução com baixo sódio para diminuir esse sódio. 2. Reposição energética devido ao aporte calórico fornecido pela glicose: Dieta zero. 3. Tratamento da hipoglicemia 4. Associada a aminoácidos na NPT CONTRAINDICAÇÕES • SIADH: É a principal causa de hiponatremia, se eu dou água e glicose eu diluo ainda mais o sódio e pioro a hiponatremia. • Expansão volêmica em hipovolêmicos: A cada 1000mL de SG, 333mL vai ficar no LEC, destes, só 83mL fica no fluido intravascular (1/4 da água do LEC), por isso não podemos fazer SG! • Hipocalemia: O aumento da glicose estimula a insulina, o que vai jogar o K+ pra dentro da célula, piorando ainda mais a hipocalemia. SORO FISIOLÓGICO 0,9% V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O INDICAÇÕES/APLICAÇÕES 1. Reposição volêmica em hipovolêmicos 2. Tratamento da hiponatremia em hipovolêmicos 3. Reposição de cloreto em alcaloses metabólicas responsivas à cloreto 4. Tratamento da hipernatremia em paciente hipo- volêmico ou hipotenso 5. Prevenção da IRA induzida por contraste iodado 6. Reposição volêmica para pacientes em choque *Quando eu faço 1000mL de SF, 0% vai pra dentro da célula e 250 mL vai para o intravascular: Por isso que costumamos fazer SF para paciente hipovolêmico. *Cuidado com as acidoses metabólicas hiperclorêmi- cas: A administração de SF pode levar à acidose metabólica hiperclorêmica, pelo princípio do ânion- gap: se tem muito cloro, tenho que diminuir bicarbonato para equalizar. RINGER LACTATO (RL) • Solução balanceada: Apresenta concentrações de sódio e cloro mais próxima das do plasma. • Tomar cuidado com o potássio em pacientes com insuficiência renal • Cloreto mais próximo do plasma intravascular: Que varia de 97-107 • Tem lactato: Cuidado em paciente com insuficiência hepática. • O ânion do RL é o cloreto: Cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio. ALBUMINA INDICAÇÕES • Expandir o volume plasmático quando os cristaloides falharem • Tratar pacientes edematosos graves com síndro- me nefrótica resistente a diuréticos • Prevenir instabilidade hemodinâmica e lesão renal após grande volume de ascite na paracentese (> 5L) • Prevenir insuficiência renal e mortalidade em pacientes com PBE • Tratar pacientes cirróticos com hipoalbuminemia e hipovolemia • Para diagnóstico de síndrome hepatorrenal: Fazer albumina 1g/kg por dois dias para afastar IRA pré- renal nos hepatopatas. • Substituir o volume plasmático durante a plasmaférese CONTRAINDICAÇÕES • Tratamento de hipoalbuminemia devido à nutri- ção: A menos que o paciente tenha perda de proteína enteropática. • Não usar rotineiramente em pacientes críticos com hipovolemia, queimaduras ou hipoalbumi- nemia RESUMO DA REPOSIÇÃO VOLÊMICA – QUANTO FICA NO INTRAVASCULAR E QUANTO NO INTRACELULAR NECESSIDADE VOLÊMICA E ELETROLÍTICA BASAL NO PACIENTE EM DIETA ZERO, TEMOS QUE REPOR UMA QUANTIDADE DE VOLUME E ELETRÓLITOS MÍNIMA PARA MANTER O METABOLISMO BASAL: • Volume: 30 mL/kg/d. • Sódio: 1-2 mEq/kg. • Potássio: 0,5-1 mEq/kg. • Energia: MÍNIMA de 400kcal. Lembre que 1g de glicose = 4kcal.
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