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Biofísica Pressão Arterial – Parte II • Pressão arterial = força que o sangue exerce sobre a superfície das artérias. • Tensão arterial = resistência oferecida pelas paredes das artérias à passagem do sangue. • A PA e a TA têm valor muito semelhante! • Pressão sistólica (PAS/PS) – pico da curva de pressão do sistema arterial. o O maior valor de pressão com que o sangue circula dentro das artérias. o Depende da ejeção de sangue pelo coração. • Pressão diastólica (PAD/PD) – ponto mais baixo da curva de pressão arterial. o O menor valor de pressão com que o sangue circula dentro das artérias. o Depende da resistência vascular periférica (RVP). • Pressão diferencial ou de pulso (PP) – responsável pelo aparecimento da pulsação. o Produzida pela diferença de pressão entre a PAS e a PAD. o PP = PS – PD. o A verificação costuma ser feita a nível da artéria radial – por isso pulso radial. • Pressão arterial média (PAM) – média das PAs medidas a cada milissegundo, durante um intervalo de tempo. o Não é a média aritmética entre PAS e PAD -> a maior fração do ciclo cardíaco é usada na diástole, não na sístole. o PAD – ~60%; PAS – ~40% (o valor da PAM vai estar sempre mais próximo do valor da diastólica do que da sistólica). o PAM = PD + 1/3 (PP) – uma das formas de calcular. o Utilizada para avaliar a perfusão dos órgãos vitais. • Débito Cardíaco (DC) -> quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo a cada minuto (volume minuto). • Volume Sistólico (VS) -> volume de sangue que sai do coração a cada sístole. • Frequência Cardíaca (FC) -> número de contrações que o coração apresenta por minuto. Fatores que Influem na PA › PA = DC x RVP DC – relacionado a pressão sistólica. RVP – relacionada com a pressão diastólica. A PA sempre varia na razão direta do débito cardíaco com a RVP. › DC = VS x FC VS DC PA. PA = (VS x FC) x RVP. Problemas da Regulação a Longo Prazo Efeito Rebote >> essa regulação diretamente proporcional acontece até certo ponto -> depois o efeito passa ser o inverso – isso porque, para aumentar a frequência cardíaca (um dos mecanismos de regulação) é preciso diminuir o clico cardíaco, diminuir o tempo de sístole e de diástole. Diminuir o tempo da diástole é o problema, pois é nesse tempo que o coração se enche de sangue para oferecer um bombeamento mais eficaz. Quando há a redução do tempo de diástole, o coração passa a não se encher totalmente -> a próxima vez que ele se contrair, o VS vai diminuir! A VS diminuída vai superar a FC aumentada – vai reduzir o débito cardíaco, reduzindo, assim, a PA. › RVP – resistência vascular periférica. Diretamente proporcional à viscosidade do sangue. Ex. diabetes mellitus – o indivíduo diabético apresenta um excesso de glicose dentro do sistema circulatório -> eleva a viscosidade do sangue, RVP. RVP PA. Ex. anemia – o indivíduo tem uma redução no número de hemácias circulantes -> diminui a viscosidade do sangue, RVP. RVP PA. Inversamente proporcional ao raio do vaso. Vasoconstrição -> RVP e PA. Vasodilatação -> RVP e PA. Na equação o raio é elevado a quarta potência – qualquer variação, mesmo que pequena, vai surtir um grande efeito na RVP e, consequentemente, na PA. › Elasticidade das artérias. Auxilia na movimentação do sangue. Quando recebe o sangue do VE, a aorta se distende para poder comportar todo o volume ejatado, mas logo depois ela tende a voltar ao seu estado normal -> ao fazer isso, ela empurra o sangue mais para frente, distendendo a parede mais a frente, que tende a voltar ao normal... e assim vai. A parede vascular arterial impulsiona o sangue! Enrijecimento arterial – o coração precisa realizar uma força maior para ejetar o volume suficiente para artéria -> quando ele entrar nas artérias vai ser com uma força muito maior, aumentando o choque com a parede do vaso, PA. Diminuição da elasticidade arterial – aumento da pressão arterial. Ex. indivíduos com aterosclerose – patologia em que há o enrijecimento da parede arterial em função do depósito de gordura nela -> elasticidade PA; há uma diminuição do raio vascular, RVP, PA. Variações Fisiológicas da PA › Idade – a medida em que envelhecemos, há uma elevação fisiológica da PA. Conforme ficamos mais velhos, a elasticidade e tonicidade muscular vai sendo perdida, PA. › Sexo – o valor da PA no sexo feminino é menor do que o valor no sexo masculino. Isso ocorre devido a alterações hormonais entre os dois sexos. Feminino: estrogênio circulante – tende a aumentar o raio vascular, RVP, PA. Ocorre principalmente enquanto a mulher está na sua fase menstrual ativa, com alta produção de estrogênio – depois da menopausa não ocorre mais, há a elevação da PA. › Estresse – toda vez que somos submetidos a uma situação de estresse, as suprarrenais liberam adrenalina na corrente sanguínea. Esse hormônio aumenta: FC, força contrátil do coração, vasoconstrição (principalmente a nível de vasos periféricos e de extremidade) -> PA. › Fatores ambientais. Temperatura – quanto menor a temperatura, maior a PA -> isso por conta de uma vasoconstrição para regular a temperatura. Altitude – quanto menor a altitude, maior PA -> isso por que em cima a oferta de oxigênio é menor, então há um aumento do número de hemácias, aumentando a viscosidade sanguínea, RVP, PA. Determinação da PA • O correto é dizer, medir/aferir/mensurar a pressão arterial. Aparelhos Utilizados › Esfigmomanômetro (tensiômetro) – aferição da TA a partir de pulsações → tipos: Coluna de mercúrio: medida baseada na altura que a coluna vai atingir. Aneróide – manguito (colocado em torno do braço), manômetro (registra o valor da pressão) e pera com válvula: registro da pulsação se baseia na oscilação de duas lâminas em função da passagem do ar. Digital – de braço ou de punho (também possuem manguito). >> padrão ouro – oferece o valor mais exato da PA -> o de coluna de mercúrio; já entrou em desuso, pois trabalha com mercúrio (metal pesado e tóxico). >> a precisão entre o aneróide e o digital de braço é praticamente a mesma → o digital é mais fácil de ser utilizado! >> o menos precido é o digital de punho – valores nem são aceitos -> no entanto, a praticidade dele fez com que pudesse haver a automedição da PA. >>> os aparelhos devem ser calibrados periodicamente -> com o uso intenso, o seu mecanismo sofre modificações, fazendo com que ele passe a fornecer valores irreais → o aneroide a cada 6 meses, o digital pelo menos anualmente; A calibração é feita a partir do de coluna de mercúrio! › Estetoscópio – captação de determinados ruídos, ampliá-los, facilitando sua percepção; é formado por: Olivas auriculares – extremidades colocadas no orifício do conduto auditivo externo do examinador; têm uma certa angulação, que deve ser voltada para frente da face do examinador, para que elas acompanhem o sentido do conduto (póstero-anterior na nossa face). Campânula e/ou diafragma – na outra extremidade. Normas Básicas para a Determinação da PA › Repouso: esperar 5 minutos antes de iniciar a medida. › Verificação: na primeira vez, deve ser feita em ambos os braços e, de preferência, simultaneamente. O braço que apresentar o maior valor de pressão sistólica, será o braço usado sempre como referência – anotar na ficha do paciente ou falar com ele que toda vez que for medir é para medir nesse braço. Diferença de pressão de até 10mmHg são consideradas normais, se for superior é considerado anormal; >15mmHg – indicativo da doença Ateromatosa, que é um risco de DCV (doença cardiovascular) aumentado. Paciente portador de coarctação da aorta (estenose da aorta) – é obrigatório aferir a pressão também no membro inferior (essa condição faz com que os MMSS têm uma pressão muitomais alta). › Posição: decúbito dorsal, sentado ou em pé (antebraço ao nível do coração), palma da mão voltada para cima, pernas descruzadas e pés apoiados no chão. › Largura do manguito: deve ser adequada à circunferência do braço. › Manguito: justo, sem folga, mas sem apertar o braço – posicionado cerca de 2,5cm acima da prega de flexão do cotovelo (fossa cubital), centralizando o meio de sua parte compressiva sobre a artéria braquial e diretamente sobre a pele. › Manômetro: sempre registrando “zero” quando a válvula estiver aberta; escaça de graduação bem de frente para o examinador (para não haver o erro de paralaxe). › Inflar: rapidamente, com válvula fechada até: Expressão do pulso radial – método palpatório. Atingir 30mmHg acima da supressão do pulso radial – método auscultatório. › Desinflar: lentamente, com a válvula aberta. › Estetoscópio: com olivas auriculares para frente, com campânula diretamente sobre a pele da região da artéria braquial e sem compressão excessiva. › Paciente: Bexiga vazia – bexiga cheia eleva um pouco a PA (aumenta o volume sanguíneo). Sem praticar exercício físico há, pelo menos, 60min. Sem ingerir bebida alcóolica, café ou alimentos há, pelo menos, 30min. Sem ter fumado nos 30min anteriores – nicotina, vasoconstrição,PA. Não pode conversar durante a medição. › Repetir medidas: três medidas com intervalos de 1 a 2 minutos ( para evitar a estase venosa). Fazer primeiro a medida nos dois braços. Usar o braço que deu maior pressão sistólica como referência para as próximas duas medidas. › Anotação da pressão: média das duas últimas medidas (sem arredondamento). Métodos de Determinação da PA › Direto – pressão arterial invasiva (PAI). Através da introdução de um cateter numa artéria do indivíduo. ”padrão ouro” – mede-se o valor de pressão mesmo! Utilizado em pacientes de UTI e em cirurgias de grande porte. Medida obtida através de um transdutor de pressão. Registra PAS, PAD e PAM › Indireto: Palpatório. Auscultatório. › Oscilométrico – aparelhos digitais. Mede a amplitude das oscilações de pressão criadas pela expansão das paredes da artéria à medida que o sangue passa em seu interior (depois da compressão do manguito).
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