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Pressão Arterial SEMIOLOGIA

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Definição: A pressão arterial consiste na pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna 
das artérias, sendo definida como a força exercida pelo sangue contido na artéria por unidade de área 
de parede arterial. É diretamente dependente do débito cardíaco, da resistência arterial periférica e do 
volume sanguíneo.
Fatores determinantes da pressão arterial: 
A impulsão primária do sangue vem da força do batimento cardíaco. A distensibilidade é uma 
característica dos grandes vasos, principalmente da aorta, que contém apreciável quantidade de 
fibras elásticas. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de distensão das paredes 
arteriais que se propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas. Durante 
a diástole ventricular, a pressão sanguínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o que 
mantém o sangue circulando até a próxima sístole. A volemia interfere de maneira direta e 
significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e diastólica; a viscosidade sanguínea é um fator 
determinante, porém de menor importância; a resistência vascular periférica influi na regulação da 
pressão arterial mínima ou diastólica
Fisiopatologia: 
No momento em que o coração ejeta seu conteúdo na aorta, a energia é máxima, produzindo força 
máxima e, consequentemente, pressão máxima. Esta fase no ciclo cardíaco chama-se sístole, sendo 
a pressão nesse instante denominada pressão arterial sistólica. Imediatamente antes do próximo 
batimento cardíaco a energia é mínima, com a menor força exercida sobre as artérias em todo o ciclo, 
gerando, a menor pressão arterial do ciclo cardíaco. Esta fase é chamada diástole, sendo a pressão 
nesse instante denominada pressão arterial diastólica.
Medir a pressão arterial conforme técnica descrita a seguir. Até os 3 anos de idade, a medida da 
pressão arterial é realizada com a criança deitada. Após esta idade, a posição recomendada é a 
sentada, com as costas recostadas de maneira confortável no encosto da cadeira e o braço apoiado 
sob uma superfície próxima, posicionado ao nível do coração. A palma da mão deve ficar em 
supinação. Caso seja necessário verificar a pressão em posição ortostática, o braço é apoiado de 
modo que continue posicionado no nível do coração.
A medida da pressão arterial sistêmica pode ser realizada por método direto ou indireto. A medida 
direta da pressão arterial é obtida de maneira invasiva, mediante a introdução de um cateter em 
artéria periférica, o qual é conectado a um transdutor calibrado, que transforma o sinal mecânico 
(pressão arterial) em sinal elétrico e, após amplificação adequada, é registrado, o que possibilita sua 
quantificação continuamente, batimento a batimento. No contexto clínico, a medida direta da pressão 
arterial é reservada para situações em que esta variável apresenta valores muito baixos, como ocorre, 
por exemplo, nos estados de choque.
O esfigmomanômetro consiste em um sistema para medir a pressão arterial, em milímetros de 
mercúrio (mmHg), composto por uma bolsa inflável de borracha de formato laminar, a qual é envolvida 
por uma capa de tecido inelástico (manguito) e conectada por um tubo de borracha a um sistema para 
determinar a pressão e por outro tubo a uma pera dotada de um sistema de válvula, que tem a 
finalidade de proporcionar ao operador a possibilidade de controlar a velocidade de insuflação de ar 
até a bolsa inflável. A velocidade para insuflação é de 10mmHg/s, sendo recomendados 2 a 3mmHg/s 
para desinsuflação.
O tamanho do manguito é de vital importância na qualidade e validade do método. Manguitos 
pequenos e estreitos tendem a aumentar a pressão arterial e manguitos longos e largos, a diminuir a 
pressão arterial. O manguito nos adultos deve envolver, pelo menos, 80% da circunferência braquial. 
Além disso, sua largura deve cobrir, pelo menos, 40% do braço. Em crianças, o manguito pode 
envolver até 100% do braço, e sua largura pode atingir 75% da distância entre o acrômio e o cotovelo. 
A proporção ideal entre largura e comprimento é de 1:2. Portanto, para maior precisão, a 
circunferência e o tamanho do braço devem ser medidos com fita métrica e selecionado o manguito a 
ser usado
Técnica de medida indireta da pressão arterial 
Esta técnica baseia-se na percepção de que, ao desinflar o manguito que oclui totalmente 
uma artéria, diferentes tipos de sons (ruídos de Korotkoff) são perceptíveis com o 
estetoscópio. 
Fases de Korotkoff 
I. Corresponde ao aparecimento do primeiro som, ao qual se seguem batidas 
progressivamente mais fortes, bem distintas e de alta frequência. Correlaciona-se com o nível 
da pressão sistólica. 
II. O som adquire características de zumbido e sopro, podendo ocorrer sons de baixa 
frequência, que eventualmente determinam o hiato auscultatório. 
III. Sons nítidos e intensos. 
IV. Abafamento dos sons, correspondendo ao momento próximo ao desaparecimento deles. 
V. Desaparecimento total dos sons.
Segundo as recomendações da American Heart Association, a pressão arterial sistólica deve 
ser considerada a pressão na qual o som inicialmente aparece (início da fase I). Para 
determinação da pressão arterial diastó-lica existem ainda discussões sobre qual a fase dos 
sons de Korotkoff (IV – início do abafamento ou V – desaparecimento do som) melhor 
corresponda a ela.
PAD
(mmHg)
PAS
(mmHg)
Classificação
< 85 < 130 Normal
85-89 130-139 Normal limítrofe
90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1)
100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio 2)
> 110 > 180 Hipertensão grave (estágio 3)
< 90 > 140 Hipertensão sistólica isolada
Fatores que exercem influência sobre a pressão arterial: 
• Sexo: na mulher, a pressão arterial é pouco mais baixa que no homem, porém, na prática, adotam-se os 
mesmos valores. 
• Raça: as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva a condições culturais e de 
alimentação. 
• Sono: durante o sono, ocorre diminuição de cerca de 10% tanto na pressão sistólica como na diastólica. 
• Emoções: há elevação, principalmente da pressão arterial sistólica, em virtude do aumento do débito 
cardíaco, existindo curvas para interpretação dos valores normais da elevação da pressão arterial durante o 
esforço físico (testes ergométricos).
• Alimentação: após as refeições, há discreta elevação, porém sem significado prático. 
• Mudança de posição: a resposta normal, quando uma pessoa fica em pé, inclui queda da pressão arterial 
sistólica de até 15mmHg e leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10mmHg
Orientações gerais:
1. Lave as mãos antes de iniciar qualquer procedimento junto ao paciente. 
2. Prepare o material, separando caneta e papel para registro e fita métrica inelástica, para medir a circunferência do 
braço e verificar se o tamanho do manguito é adequado. 
3. O estetoscópio deve apresentar qualidade adequada para ausculta dos sons de Korotkoff com nitidez. 
4. Verifique a visibilidade do menisco em aparelhos de coluna de mercúrio e se o manômetro está calibrado, as 
condições de conservação das mangueiras, se a bolsa está íntegra e se a válvula está funcionando. 
5. Antes da medida, deve haver um tempo de repouso de 5 a 10 minutos em ambiente tranquilo, silencioso e com 
temperatura agradável. 
6. Explique o procedimento com palavras apropriados para a idade. Para crianças pequenas, mostre desenhos ou 
demonstre em bonecos ou no acompanhante. 
7. A criança que estiver chorando deve ser acalmada para que a medida seja confiável e não falsamente elevada. 
8. Certifique-se de que a criança ou o adolescente não praticou exercícios físicos até meia hora antes da medida, não 
ingeriu alimentos, café ou álcool e não fez uso de tabaco, drogas ilícitas ou medicamentos que possam influir sobre a 
pressão ou estar com a bexiga cheia. 
9. Solicite silêncio durante o procedimento de aferição. 
Técnica de aferição da pressãoarterial 
Método palpatório 
1. Descubra o membro a ser aferido e meça a circunferência do braço para assegurar-se do tamanho do manguito. O 
ponto médio do braço pode ser obtido com a mensuração, com fita métrica apropriada (inelástica), da distância do 
acrômio até o olécrano, colocando o manguito no ponto médio. Alguns manguitos contêm a indicação do ponto em 
que devem ser colocados sobre a artéria. Caso o manguito em uso não contenha indicação, basta dobrá-lo ao meio e 
colocar marcação sobre a artéria palpada, liberando tubos e conectores e deixando o manô-metro em posição visível. 
2. Verifique se o manguito está desinsuflado antes de ser ajustado ao membro do paciente. Envolva o manguito em 
torno do braço, mantendo-o entre 2 e 3cm de distância de sua margem inferior até a fossa antecubital. 
3. O examinador deve posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio, de modo a visualizar o menisco ou 
a agulha no mostrador do manômetro aneroide. Deve palpar o pulso radial e medir a pulsação sem o estetoscópio 
para detecção de arritmias (se estas estiverem presentes, os valores da pressão poderão parecer altos). 
4. Para obter a pressão sistólica por palpação, o examinador deve, primeiramente, localizar o pulso radial, mantendo-
o sob observação contínua. 
5. Com a mão não dominante, palpe a artéria radial e simultaneamente, com a mão dominante, feche a saída de ar 
(válvula da pera do esfigmomanômetro), inflando a bolsa até 70mmHg; aumente gradualmente a pressão aplicada até 
perceber o desaparecimento do pulso. 
6. A seguir, insufle o manguito até que as pulsações desapareçam. O nível de pressão corresponde ao momento em 
que o pulso reaparece. Este dado servirá como estimativa preliminar da pressão sistólica. Infle rapidamente de 10 em 
10 até 20mmHg acima do nível estimado.
Método auscultatório 
1. Coloque o estetoscópio nas orelhas com a curvatura voltada para frente e verifique se as olivas oferecem bom 
vedamento acústico. 
2. Posicione a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial (em crianças menores, pode ser 
usado o diafragma), na fossa antecubital, que corresponde à prega do braço na parte interna, onde o pulso pode ser 
percebido com mais clareza, evitando compressão excessiva. Não prenda o estetoscópio sob a braçadeira. Infle 
rapidamente de 10 em 10 até 20mmHg acima do nível estimado. 
3. Proceda à deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4mmHg/s, evitando congestão venosa e desconforto 
para o paciente. Deflações muito lentas podem subestimar os resultados e as muito rápidas, superestimá-los. 
4. Determine a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), que se 
intensifica com o aumento da velocidade de deflação. 
5. Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais. 
Ausculte de 20 a 40mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceda à deflação 
rápida e completa. Quando os batimentos persistem até o nível zero, determine a pressão diastólica no abafamento 
dos sons (fase IV de Korotkoff). 
6. Registre os valores sistólicos e diastólicos das pressões, complementando com a posição do paciente, o braço em 
que foi realizada a mensuração e o tamanho do manguito. Deverá ser registrado sempre o valor da pressão obtido na 
escala do manômetro, que varia de 2 em 2mmHg; os arredondamentos devem ser evitados. 
7. Espere 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
Causas de erro na medida da pressão arterial: 
1. Inerentes ao observador: não dominar a técnica, ter baixa acuidade auditiva ou visual, controle motor inadequado, 
vícios em arredondamentos. 
2. Relacionadas com o paciente: omissão de informação em relação ao uso de drogas. 
3. Ambiente: barulhento e estressante. 
4. Equipamento: conservação inadequada por ser manuseado por muitas pessoas e equipamento de qualidade 
inferior.
• Pressão diferencial: é a diferença entre a pressão sistólica e a diastólica. Na maioria das vezes, os 
valores da pressão diferencial estão entre 30 e 60mmHg. 
• Pressão arterial nos membros inferiores: medir a pressão nas coxas apresenta dificuldades ainda não 
resolvidas. O tamanho exato do manguito para as coxas de diferentes diâmetros ainda não foi determinado. 
Costuma ser usado o manguito de 18cm de largura. Em pessoas normais, a pressão sistólica nas coxas por 
determinação intra-arterial costuma ser 10 a 40mmHg mais alta do que no braço, enquanto a pressão 
diastólica é praticamente igual. 
– Técnica de medida da pressão arterial na coxa: 
1. Utilize manguito de tamanho adequado, colocado no terço inferior da coxa. 
2. Coloque o paciente em decúbito ventral. 
3. Realize a ausculta na artéria poplítea. 
• Medida da pressão arterial na posição ereta: o braço deve ser mantido na altura do coração, com apoio. 
Na presença de fibrilação atrial, em virtude da dificuldade de determinação da pressão arterial, deverão ser 
considerados os valores aproximados. Nos portadores de disautonomia e/ou em uso de medicação anti -
hipertensiva, a pressão arterial deve ser medida também na posição ortostática. 
• Gestantes: recomenda-se que a medida da pressão arterial em gestantes seja feita na posição sentada. A determinação da 
pressão diastólica deverá ser considerada na fase V de Korotkoff. Eventualmente, quando os batimentos arteriais permanecem 
audíveis até o nível zero, deve-se utilizar a fase IV para registro da pressão arterial diastólica. 
• Obesos: em pacientes obesos, deve-se utilizar o manguito de tamanho adequado à circunferência do braço. Quando o diâmetro 
do braço não possibilita a mensuração com nenhum manguito, o manguito é colocado no antebraço e aus-cultada a artéria radial.
 
Bruna Goulart @brunagsaboia

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