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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 83ª VARA DO TRABALHO DE TRIBOBÓ DO OESTE Processo nº 1200-34-2011-5-07-0083 AEROPORTOS PÚBLICOS BRASILEIROS, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com JURANDIR MACEDO, também qualificado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro nos artigos 893, II, art. 895, I , da CLT, interpor: RECURSO ORDINÁRIO ADESIVO para o Egrégio TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...ª REGIÃO, pelo que requer o recebimento das razões anexas, às quais junta-se os comprovantes do depósito recursal (fls. ...), e do recolhimento das custas (fls. ...), a fim de que, observadas as formalidades, seja conhecida a matéria, sendo devolvida à instância ad quem. Nestes termos, pede deferimento. Curitiba, 03 de junho de 2021 MAYARA CUSSOLIN OAB/PR .../... EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA .... REGIÃO Autos n° 1200-34-2019-5-07-0083 RECORRENTE: AEROPORTOS PÚBLICOS BRASILEIROS RECORRIDO: JURANDIR MACEDO RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO ADESIVO Em que pese os fundamentos da sentença, esta merece reforma. I – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO BIENAL Conforme art. 7, XXIX, CF/88, art. 11, I, da CLT e Súmula 308, I, TST, a prescrição trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação. Tendo sido interrompida a prescrição em 10/01/2017, a ação deveria ter sido proposta até 10/01/2017, porém, fora proposta em 30/05/2019. Assim nos traz o Recurso Ordinário 1012616620165010075 RJ: PRESCRIÇÃO BIENAL. INTERRUPÇÃO SE OPERA SOMENTE UMA VEZ. ART. 202, PARÁGRAFO ÚNICO, CÓDIGO CIVIL. A ação trabalhista distribuída interrompe a prescrição bienal e a quinquenal. Vale lembrar que o simples ajuizamento de reclamação, ainda que arquivada, interrompe a prescrição, sendo desnecessária a citação do reclamado para que a interrupção se opere. Todavia, diferentemente do que foi alegado pela reclamante em suas razões recursais, o direito comum é subsidiário do direito do trabalho, entendendo-se como direito comum, inclusive, a legislação civil. Ademais, interrompida a prescrição, o cômputo do biênio é reiniciado a partir do término da condição interruptiva, qual seja, o trânsito em julgado da decisão proferida na primeira ação, na forma dos artigos 240, § 1º, do CPC e 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002. Recurso não provido. (TRT-1 - RO: 01012616620165010075 RJ, Relator: ANTONIO CESAR COUTINHO DAIHA, Data de Julgamento: 24/09/2018, Terceira Turma, Data de Publicação: 02/10/2018) Deste modo, requer-se a extinção do processo, com resolução do mérito, com fulcro no art. 269, IV, do CPC, bem como a reforma da sentença, conforme art. 487, II do CPC, a fim de extinguir todas as parcelas anteriores a 30/05/2014. II – DO MÉRITO DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE Merece reforma a sentença, pois a recorrente não possui responsabilidade no litígio em questão. Tratando-se este caso de lide trabalhista, nada indica que o ente público tenha deixado de fiscalizar os envolvidos no contrato de prestação de serviços. Em outras palavras, uma vez que a condenação da devedora principal fica restrita a verbas rescisórias, os atos praticados exclusivamente pela empregadora e que ensejaram a rescisão indireta do contrato de trabalho da reclamante não podem ser atribuídos ao ente público tomador de serviços, neste caso, o recorrente, nos termos da Súmula 331, V, TST, que nos diz: Súmula 331, V, TST: Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. O recorrente também se encontra amparado pela Lei 8666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, a qual diz que as empresas públicas não podem ser responsabilizadas subsidiariamente, haja vista fiscalização efetiva do contrato com a primeira ré (fls ...). Deste modo, requer-se a reforma da sentença a fim de exclusão da responsabilidade subsidiária. IV – DA JUSTA CAUSA Em primeira instância, às fls. ..., foram juntados os comprovantes das ausências não justificadas, bem como as advertências e suspensões. Deste modo, não há que se falar em reversão para demissão sem justa causa, haja vista o comportamento do obreiro que ensejou o contido no art. xxx da CLT: Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. Também temos o seguinte julgado: RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. COMPROVADA. Hipótese em que as sucessivas faltas injustificadas do Reclamante ao serviço restaram comprovadas. O caso narrado enquadra-se na falta tipificada como desídia, tendo em vista o agir negligente do empregado, que falta por diversas vezes e imotivadamente ao trabalho, descumprindo com a sua obrigação principal de alienar sua força de trabalho em troca do salário. Recurso Ordinário não provido. (TRT-4 - RO: 00212666720165040027, Data de Julgamento: 30/10/2017, 8ª Turma) Restando comprovada a justa causa, requer-se a reforma da sentença com a exclusão do pagamento das verbas rescisórias decorrentes de demissão sem justa causa. V – DA ESTABILIDADE Uma vez que não foi comprovado o nexo de causalidade entre a doença mencionada (fls. ...) e o labor exercido, ônus este dado ao recorrido e que não fora cumprido, a sentença que concedeu estabilidade merece reforma, com fulcro art. 818, I da CLT e art 373, I do CPC. Vejamos: CLT – Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito. CPC/15 – Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Ainda, o afastamento do serviço superior a 15 dias e percepção do auxílio-doença acidentário, nos termos da súmula 378, II, TST, só sera concedido para que o empregado que possuir estabilidade, o que não faz jus a situação do obreiro. Súmula 378/TST - Seguridade social. Acidente de trabalho. Garantia de emprego. Estabilidade provisória. Pressupostos. Auxílio-acidente. Lei 8.213/1991, art. 118 (constitucionalidade). Lei 8.213/1991, art. 86. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo seconstatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST-SDI-I - Inserida em 20/06/2001). Dado ao exposto, requer-se a reforma da sentença para afastamento da estabilidade e indenização pela projeção do contrato de trabalho, bem como seja excluído o pagamento de indenização por danos morais. VI – DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O obreiro, ora recorrido, alegou laborar em contato com agentes perigosos, por ficar próximo aos aviões, expondo-se ao risco Ocorre que tal afirmação não merece prosperar, eis que o obreiro jamais laborou em ambiente periculoso, vez que este não produziu prova pericial, sendo esta imprescindível, nos termos do artigo 195, §2º, CLT, para que tal afirmação seja levada a sério. https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-118 https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-118 https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00082131991-86 Vejamos um julgado semelhante ao caso da exordial: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO INEXISTENTE. PERICULOSIDADE NÃO COMPROVADA. ART. 818, DA CLT. Tenta o embargante demonstrar contradição no Acórdão embargado, sob o argumento de que há provas nos autos que demonstram que seu trabalho se desenvolvia em local perigoso, devido à proximidade de seu posto de trabalho ao laboratório de raios-x. no entanto, seus argumentos não prevalecem, isso porque o Laudo Pericial destes autos constitui-se em prova robusta de que o trabalhador não se expunha a agentes perigosos, não havendo contradição a ser sanada. Embargos de Declaração conhecidos e não providos. (TRT-11 - AIRR: 00017905220145110016, Relator: SOLANGE MARIA SANTIAGO MORAIS, Data de Julgamento: 10/12/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: 16/12/2015) Dada a esta feita, requer-se a reforma da sentença a fim de exclusão do pagamento de adicional de periculosidade. VII – DOS REQUERIMENTOS FINAIS Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso, a fim de julgar improcedentes os pedidos da exordial. Nestes Termos, Pede Deferimento. Curitiba, 03 de junho de 2021 MAYARA CUSSOLIN OAB/PR .../...
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