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DIREITO CONSTITUCIONAL II Aula 14- Poder Judiciário (cont.) DIREITO CONSTITUCIONAL II Conteúdo Programático desta aula Organização dos Tribunais Superiores. Elaboração dos exercícios. PODER JUDICIÁRIO (cont.)– AULA 14 JUSTIÇA FEDERAL TRF Juízes Federais TRFs – Art. 108, I Segundo esse dispositivo constitucional é competência do TRF processar e julgar originariamente nos crimes comuns e de responsabilidade: Os Juízes Federais de sua área de jurisdição Os Juízes do Trabalho Os Juízes Militares Os membros do MPU que não oficiem perante Tribunais • • • • ART. 109, I Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; ART. 109, § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Incidente de Deslocamento de Competência –IDC Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal (art. 109, § 5º da CRFB) IDC • IDC nº 1 (Caso Irmã Dorothy Stang) • Caráter subsidiário do IDC Regiões Judiciárias • São cinco regiões judiciárias da Justiça Federal • Cada Região possui um TRF • Cada Estado integra uma Seção Judiciária TRF – 1ª Região:Brasília • • • • • • • • • • • • • • Acre Amapá Amazonas Bahia Distrito Federal Goiás Maranhão Mato Grosso Minas Gerais Pará Piauí Rondônia Roraima Tocantins TRF – 2ª Região: Rio de Janeiro • Espírito Santo • Rio de Janeiro TRF – 3ª Região: São Paulo • Mato Grosso do Sul • São Paulo TRF – 4ª Região: Porto Alegre • Paraná • Santa Catarina • Rio Grande do Sul TRF – 5ª Região: Recife • • • • • • Alagoas Ceará Paraíba Pernambuco Rio Grande do Norte Sergipe JUSTIÇA DO TRABALHO TST TRT Juízes do Trabalho JT – COMPETÊNCIAS • Definidas no art. 114 da CRFB • Relevância da EC 45 Art. 114, I Art. 114: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Art. 114, I • ADIn 3.395-6 • Justiça do Trabalho julgará apenas os empregados públicos (celetistas) vinculados à CLT • Funcionários públicos vinculados ao Estatuto do Funcionário Público não demandam perante a Justiça laboral Art. 114, VI Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho REGIÕES JUDICIÁRIAS • Há um TRT por Região • Diversas das Regiões Judiciárias Trabalhistas • Podem abranger áreas inferiores a um Estado (2ª: São Paulo e 15ª: Campinas) • Podem abranger áreas maiores do que um Estado (8ª: PA e AP; 10ª: DF e TO; 11ª: AM e RR; 14ª: RO e AC) JUSTIÇA ELEITORAL TSE TRE Juízes Eleitorais JE REGIÕES JUDICIÁRIAS Cada Estado corresponde a um TRE (ART. 120) JUSTIÇA MILITAR STM TM Juízes Militares JM - Competência Processar e julgar os crimes militares definidos em lei (CPM) JUSTIÇA ESTADUAL TJ Juízes de Direito Justiça Estadual - Competência A Justiça Estadual possui competência do tipo residual. STJ STJ – Competências • Originárias: art. 105, I Recurso Ordinário • Recursais Recurso Especial Art. 105, I, a nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais Art. 105, I, b os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal Art. 105, I, i a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias RECURSO ESPECIAL O Resp. é devido sempre que a decisão de única ou última instância dos TJs ou TRFs: • Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência • Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal • Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal LEI OU ATO DE GOVERNO LOCAL • • • • Lei local x ConstituiçãoRE (STF) Lei local x Lei FederalRE (STF) Ato de Gov. local x Constituição RE(STF) Ato de Gov. local x Lei FederalResp. (STJ) RECURSO ORDINÁRIO NO STF E NO STJ • São recursos homônimos, mas diversos • RO no STF: Art. 102, II • RO no STJ: Art. 105, II Art. 102, II Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II – julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; Art. 102, II, a • Para julgamento de RO pelo STF nesse caso é necessário: – Que se trate de HC, HD, MS ou MI – Competência originária de STJ, TST, TSE ou STM – Ordem denegada Art. 102, II, b Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II – julgar, em recurso ordinário: b) o crime político; CRIME POLÍTICO • Julgado em 1ª instância por Juiz Federal (art. 109, IV da CRFB) • Julgado em 2ª instância pelo STF (art. 102, II, b da CRFB) Art. 105, II Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II – julgar, em recurso ordinário: • a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; • b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; • c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; RO no STJ • Quando se tratar de HC caberá este recurso quando a decisão do TJ ou TRF tiver denegado a ordem, pouco importa se em única (competência originária) ou última instância (competência recursal) • Em se tratando de MS caberá apenas quando a decisão denegatória do TJ ou TRF for em única instância Art. 105, II, c Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II – julgar, em recurso ordinário: c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; ESTADO ESTRANGEIRO E ORGANISMO INTERNACIONAL União, Estado, DF ou Território Estado estrangeiro X ou Organismo inter. Município ou pessoa • Estado estrangeiro ou organismo internacional X U, EM, DF ou Território Compet. Originária do STF (art. 102, I, e) 1º grau Município • Est. estr. X ou pessoa 2º grau Juiz Federal (art. 109, II) STJ (art. 105, II, c) DIREITO CONSTITUCIONAL II 1) “Zé Quero Mais” é Governador de Estado e foi acusado de ter praticado delito comum. Porconta disto, imediatamente após ter sido concluído o regular inquérito policial presidido por Delegado da Polícia Federal, entendeu o Ministério Público Federal em denunciá-lo no Superior Tribunal de Justiça pelo cometimento deste crime. O STJ não sem antes ter vivenciado acalorado debate entre seus Ministros decidiu pelo recebimento da denúncia do Ministério Público. Sob o argumento de que a denuncia somente poderia ter sido recebida após autorização da Assembleia de seu Estado, “Zé Quero Mais” impetrou HC com a finalidade de trancar a Ação Penal. Com apoio no Direito constitucional positivo e da jurisprudência do STF responda: estaria correta a tese defendida pelo Governador? PODER JUDICIÁRIO (cont.)– AULA 14 DIREITO CONSTITUCIONAL II 2) Indique a assertiva correta acerca do Órgão judicial competente para julgar crime político praticado por cidadãos brasileiros no território nacional: a) Supremo Tribunal Federal b) Superior Tribunal de Justiça c) Tribunal Regional Federal d) Juízes Federais PODER JUDICIÁRIO (cont.)– AULA 14 DIREITO CONSTITUCIONAL II 1) O entendimento do STF é no sentido de que o Governador desfruta de obstáculo temporário ao curso da ação penal (recebimento de denúncia ou queixa) condicionada a prévia autorização da Assembleia Legislativa de seu Estado. Ressalte-se que a autorização prévia não mais subsiste para o processamento e julgamento de parlamentares por foça da EC n° 35/2001. "A necessidade da autorização prévia da Assembleia Legislativa não traz o risco, quando negadas, de propiciar a impunidade dos delitos dos Governadores: a denegação traduz simples obstáculo temporário ao curso de ação penal, que implica, enquanto durar, a suspensão do fluxo do prazo prescricional. Precedentes do Supremo Tribunal (RE 159.230, Pl, 2831994, Pertence, RTJ 158/280; HC 80.511, Segunda Turma, 2182001, Celso, RTJ 180/235; HC 84.585, Jobim, desp., DJ de 482004). A autorização da Assembleia Legislativa há de preceder à decisão sobre o recebimento ou não da denúncia ou da queixa. Com relação aos governadores de Estado, a orientação do Tribunal não é afetada pela superveniência da EC 35/2001, que aboliu a exigência da licença prévia antes exigida para o processo contra membros do Congresso Nacional, alteração que, por força do art. 27, § 1º, da Constituição alcança, nas unidades federadas, os deputados estaduais ou distritais, mas não os governadores." ( HC 86.015, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1682005, Primeira Turma, DJ de 292005.) PODER JUDICIÁRIO (cont.)– AULA 14 DIREITO CONSTITUCIONAL II 2) letra d). Na ordem legal brasileira o crime político é tipificado na lei 7170/93. É competente para seu julgamento o Juiz Federal, como aponta a constituição brasileira. CF/88 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...)IV os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;”. A competência do Juiz Federal não deve ser confundida com a competência recursal ordinária do STF disposta no art. 102. II. b., nem mesmo com a terminologia “Justiça Federal” da qual o Juiz Federal é parte. PODER JUDICIÁRIO (cont.)– AULA 14
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