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Cópia de autobiografia

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Essa história de vida se inicia em uma tarde, mas ao contrário de todos esses clichês adolescentes, não se inicia em uma tarde chuvosa. Na verdade, era uma tarde bem pacata quando Geysete Vasconcelos Silva Souza, com apenas vinte e cinco anos de idade deu à luz a progênita de José Pereira de Souza. E essa progênita sou eu, e toda a minha trajetória se inicia agora, em um tarde de domingo, se possível ser mais exata, no dia 25 de novembro de 2007.
Meus pais nem sempre usufruíram de uma boa condição financeira, antes mesmo do meu nascimento, eles já passavam por diversos problemas pela falta de dinheiro, tanto que foi decidido que eu iria usar as roupas que já não serviam na minha irmã mais velha, e considerando a situação em que vivíamos, foi a melhor solução, já que meu pai trabalhava levando pessoas de uma cidade para outra, e bom, não era um trabalho exatamente fixo, pelo fato de que nem sempre havia cidadãos precisando fazer essa viagem, e sendo assim, meus primogenitores não tinham sempre a garantia de uns trocados até mesmo para alimentos, “Eu cansei de ver seu pai ir trabalhar e chegar sem dinheiro, e sempre precisávamos comprar o leite da Geísa, então eu acabava pegando fiado na conta da sua vó, e pagava ela depois, só quando arrumasse um dinheiro”, isso sempre foi algo que minha mãe falou, ela sempre deixou claro que por mais que em certo momento da nossa vida, meu pai conseguiu uma boa condição para nossa família, nem sempre foi assim, e isso sempre me fez refletir a forma que ela queria que eu soubesse que posso alcançar meus sonhos, assim como eles alcançaram.
No dia do meu nascimento, meu pai afirma ter ficado totalmente maravilhado com minha beleza, e diz ter tirado diversas fotos que infelizmente ficaram perdidas no meu passado. Deste modo se passou os meu primeiros meses de vida, eles foram bem calmos e, de acordo com minha mãe, nunca cheguei realmente a dar um trabalho enorme para ela durante esse período, ela cita que eu basicamente me alimentava e adormecia, e que era raro alguma doença me atingir. 
Essa foi sendo a minha vida até os meus três anos de idade, quando minha genetriz decidiu que era a hora de iniciar minha jornada de estudante. Ocorreram diversos problemas que voltavam somente para uma situação: como qualquer criança normal, eu sentia medo de que não voltassem para me buscar, e portanto recusava ir para escola, chegando até mesmo a espernear enquanto promovia uma crise de choro, e de certa forma, tais atos sempre atingiam o meu pai, o mesmo sempre ficava receoso em me deixar na escola, porém minha mãe sempre afirmava que uma hora eu teria que me acostumar, em vista disso meu pai acabava cedendo e concordando com a ideia de me fazer permanecer na escola.
Com quatro anos de idade, exatamente um ano depois do meu primeiro dia de aula, eu realmente tinha me adaptado com a rotina escolar, exatamente como minha mãe afirmou que aconteceria, e no decorrer dos anos me tornei uma aluna impecável, minhas notas sempre eram boas, sempre conseguia participação durante as aulas, nos trabalhos eu sempre conseguia me destacar, mas nem tudo é um mar de rosas, como todo ser humano normal, eu sempre tive um defeito: A conversa. “Ela é uma ótima aluna, mas conversa demais”, minha mãe ouviu isso de praticamente todos os meus professores, a mesma sempre reclamava comigo e pedia para reduzir um pouco a conversa, eu até tentava, mas era mais forte que o meu autocontrole, sendo assim, sempre que era o dia de receber as provas, já havia em mente que iria receber um grande sermão de minha mãe.
Já em meados de 2011, meu pai cansado de não conseguir uma renda mensal fixa, com o apoio de minha mãe decidiu vender seu único carro, e então começar a investir em compra e venda de automóveis. Surpreendentemente ele teve um sucesso total em sua primeira venda, lucrando em média 12 mil reais, logo ele comprou um gol vermelho e trocou por um mais antigo, recebendo 13 mil de volta. Sem muita demora, meu pai negociou o gol antigo, vendendo pelo mesmo valor do mais atualizado na época. Entretanto, ele não parou por aí, sempre continuou o mesmo processo de comprar e revender, sem nunca deixar de receber um bom lucro durante seus negócios.
Ainda em 2011, minha avó paterna veio a falecer e causou um impacto muito forte no meu pai, eu não conseguia me sentir afetada, talvez por ela não gostar de mim apenas pelo fato de ser uma mulher, ou talvez por minha mente querendo ou não ainda era de uma criança, e ela não conseguia compreender o que estava acontecendo no momento.
Passamos a levar uma vida com mais privilégios desde desse período. Com essa melhoria na nossa condição financeira, conseguimos promover em novembro de 2012, minha formatura, que de certa forma fechou (mesmo sem eu perceber) um ciclo da minha vida. Se tem algo que você ainda não deve ter percebido durante essa leitura, é a minha crença nos ciclos da vida, e isso é realmente algo importante pra mim, pois em certo momento da minha vida que eu não sei identificar quando, tudo se resumiu nisso, em fases se fechando e novas se abrindo, em períodos passados que mesmo já tendo os concluído ainda continuavam afetando minha mente, e desde então vivi assim, acreditando fielmente que temos que aproveitar os momentos sempre que possível, antes que tudo desapareça e reste somente lamentações por não ter aproveitado aquilo ao máximo.
Talvez eu não tenha esclarecido direito o motivo da minha formatura ter concluído uma fase importante da minha vida, e bom, depois de um ano após minha formatura, meus pais tomam a escolha de me trocar de escola, e então eu sou forçada a me adaptar as novas pessoas, ao novo local, e até as novas situações. O primeiro mês foi bem complicado para mim, eu não conseguia me adaptar e sentia dificuldade em me comunicar com os meus colegas, até que eu comecei a conhecer aquelas novas crianças, entre elas haviam duas pessoas extremamente importantes, e que eu não fazia ideia da forma que mudariam minha vida futuramente.
Aos meus sete anos de idade, descobrimos por meios de várias noites mal dormidas, que havia algo errado com a minha saúde, com base nisso, juntamente à minha mãe, realizo uma viagem para Teresina, com uma meta estabelecida, descobrir a razão das minhas tosses e espirros durante as madrugadas. Chegando na pensão após umas quatro horas de viagem, conseguimos um quarto e descansamos até o dia amanhecer. Saímos da pensão bem cedo, chegando ao hospital antes das 07:00h da manhã, porém só fomos atendidas após uma hora de espera. Ao entrarmos na sala do médico, ele foi bem gentil e realizou diversos exames, com um pouco mais de demora que o normal, fui diagnosticada com rinite antialérgica. A boa notícia é que aos treze anos de idade a doença tendia a desaparecer, a má notícia era que teria que iniciar um tratamento o mais rápido possível, e que infelizmente me limitava de fazer diversas coisas que eu amava, como entrar na piscina. No mesmo dia do diagnóstico nós voltamos para casa, mas minha mãe comprou diversos remédios antes de mais algumas horas de viagem, se fosse para fazer uma base, diria que ela gastou no mínimo quatrocentos reais, me senti péssima com isso, mais uma vez fiz minha família gastar um absurdo comigo, e isso me fez voltar para casa pensando se realmente valia a pena todos esses gastos que estavam tendo por minha causa.
Os anos foram se passando, e por causa dos medicamentos acabei engordando bastante, possivelmente pela minha idade, isso acabou não me afetando psicologicamente, eu ainda me sentia bonita, mas mesmo assim não me sentia feliz. Um sentimento de vazio sempre invadia meu corpo, e era como se toda a minha felicidade fosse sugada de mim, em referências cinematográficas, era como receber um beijo de um dementador.
Mesmo com esses sentimentos, eu tentava continuar sorrindo, algo me dizia que tudo iria mudar se descobrissem como eu realmente me sentia. Me tornei uma profissional em mentir, mentia na escola e em casa, e ninguém parecia perceber o quão vazia aquela garotinha de nove anos se sentia, outalvez simplesmente não ligassem, talvez ninguém quisesse realmente enxergar que o sorriso dela desaparecia cada vez mais, e que a única coisa que restava no final, era o sentimento de solidão.
Certo dia, enquanto tomava meu remédio, meus pais apareceram e minha mãe me pede para não tomar o remédio novamente. Acontece que o remédio continha certo antidepressivos que poderiam causar mudanças de humor e todos os sentimentos que se passavam dentro de mim e que não conseguia explicar para absolutamente ninguém e desde então parei de tomar o remédio.
No final do meu quarto ano, minha mãe ofereceu nos ofereceu a chance de voltarmos para nossa antiga escola, Geísa negava fielmente a oferta, já eu, por um motivo que antes não entendia, insistia que seria uma boa oportunidade. A verdade é que eu queria me encontrar novamente, queria meu sorriso de volta, e pensava que talvez uma mudança de cenário me faria recuperá-lo novamente.
Simplesmente aconteceu, não consigo lembrar como, mas acabamos voltando para o antigo colégio, onde mais uma fase se iniciava, com novas pessoas, e possivelmente novos amigos. Logo no primeiro dia fiz amizade com uma garota de cabelos castanhos ondulados e olhos da cor avelã, retomei o contato com alguns dos meus antigos colegas que ainda estudavam lá, e no meio do ano acabei formando um grupo de amigos juntamente a garota de olhos aveludados.
Nosso grupo original consistia em cinco pessoas, três meninas e dois meninos, tendo entre eles um primo meu, e um antigo amigo de longa data. A outra menina havia entrado um pouco depois, ela tinha um grande cabelo cacheado que chamava atenção com o tamanho da beleza do mesmo.
Tudo ia bem, não havia problemas e eu após muito tempo, me sentia bem. Mas essa paz não durou muito, um novo ano chegou, e a menina de cabelos ondulados havia discutido comigo durante as ferias de fim de ano, e desde então não conversávamos. O primeiro dia de volta às aulas foi bem estranho pra mim, as meninas não falavam comigo, e os meninos estavam distantes, até tentava puxar assunto porém era cortada rapidamente por eles. Isso me magoou, mas eu não sabia disso, não tinha percebido isso. Talvez o fato de conseguir esconder meus sentimentos passou dos limites, tanto que eu nem conseguia mais entender tudo que se passava na minha cabeça
O sexto ano, o que posso falar sobre ele? Todos dizem que 2019 foi o melhor ano de nossas vidas, mas eu tenho uma opinião diferente. A única coisa que consigo pensar quando citam esse ano, é em purgatório, ali foi o meu purgatório. Onde eu me queimei por um ano inteiro, para então iniciar meu processo de purificação.
O que aconteceu de tão ruim? Muita coisa se passou nesse período da minha vida. Foi quando eu tive minha autoestima destruída. Foi o ano em que parei de confiar em pessoas que se diziam amigos. Foi quando minha ansiedade começou a se desenvolver. E também foi onde comecei a me fechar (novamente) para todos ao meu redor.
Eu gostaria de dizer que vivi uma farsa, mas a verdade é que eu apenas sobrevivi em uma. Uma farsa de uma garota perfeita que está sempre rodeada de amigos, e que não se importa com nada ao seu redor. Bom, essa máscara se despedaçou no exato momento que percebi que tudo era mentira, meus amigos não gostavam de mim, ao menos não todos. O primeiro que me fez perceber isso? O primo, ele me fez perceber que tudo aquilo era mentira, e ele só precisou promover uma situação que provou que ele guardava rancor de coisas antigas que fazíamos em momentos de diversão. O segundo, ou melhor dizendo, a segunda, ela se mostrou uma amiga falsa, que por trás nos xingava de todas as formas possíveis, e na frente forçava amizade. E por fim, o terceiro, essa foi a traição que mais me afetou, talvez pelo fato que de alguma forma, eu achava gostar dele amorosamente falando. O amigo de longa data, foi ele que acabou com toda a minha sanidade e autoestima, me ofendeu de diversas formas para minhas amigas e bom, como nada realmente fica escondido nessa cidade, aquele segredo também não ficou.
A menina de longos cabelos cacheados e uma nova integrante do grupo resolveram me dizer toda a verdade, o que eu fiz? Mais uma vez fingi que não me afetava, mas a diferença é que dessa vez eu senti, me afetou, e chegando em casa depois daquele dia de aula, a única coisa que fiz foi chorar, de raiva, de nojo, e de tristeza por mais uma traição.
As mesmas situações continuaram ocorrendo sempre, e tudo que eu fiz foi esquecer, até que eu desabei, cansada de toda aquela situação, me sentei no fundo da sala e chorei tudo que estava guardado durante todos aqueles anos. Foi desconcertante, me sentia quebrada, e só conseguia pensar em sair daquela escola novamente. O que era para ser um começo de algo bom, terminou com o fim de uma época incrível.
No final do ano ocorreram vários problemas com a coordenação da escola, ato que fez minha mãe colocar-nos novamente na minha, até então, antiga escola. No fim do ano todos já havíamos nos perdoado por tudo que tinha acontecido, mas se tem uma coisa que tenho em mente é que perdoar não é esquecer. Perdoei e não me arrependo, mas isso não significa que eu ainda gostaria de manter contato.
Voltando para minha ex-antiga escola, me reaproximei delas, as duas pessoas que mudaram minha vida, seus nomes? Maria Luiza de Sousa Pires e Laura Helloar Lima Vital. “O trio queimada dura”, por nenhum motivo em especial nos chamamos assim, mas acontece que antes de sermos um trio, éramos um quinteto, mas após algumas desavenças, as outras duas amigas acabaram se afastando.
No metade de março desse mesmo ano, se deu início a uma pandemia cujo a causa foi um vírus conhecido como COVID-19. Esse vírus fez toda a população se isolar em suas casas, podendo se comunicar com as pessoas de fora apenas com o uso do celular. As aulas eram complicadas, eram feitas por meio de um aplicativo chamado “Google Meet” onde o professor iniciava uma chamada com os alunos, e então começava a explicação da aula.
Exatamente nesse período minha ansiedade piorou. Eu chorava todos os dias esperando o sol brilhar, elas fizeram brilhar enquanto eu chorava. Elas salvaram minha vida.
Meu pior momento foi quando minha mãe descobriu que estava com o vírus que estava matando milhares de pessoas, eu não sentia fome, eu apenas queria chorar o dia inteiro, mas a Pires e a Laura estavam lá, e enquanto estávamos juntas (mesmo que por ligação) eu sentia que nada poderia me afetar, era como se tudo ao meu redor parasse apenas para nos distrairmos durante uma tarde lotada de atividades e trabalhos. Mas isso não era o suficiente, quando eu não estava com elas tudo que eu fazia era chorar. Eu tinha parado de comer, eu não conseguia me alimentar, não sentia fome. Meu sono estava prejudicado, e minha alimentação não estava melhor. Isso durou um mês inteiro, até que minha mãe se recuperou e voltou a sair do quarto. Foram cinco dias perfeitos, mas nada que é bom dura muito. Meu pai foi diagnosticado com a mesma doença, e então ele começou seu isolamento. Felizmente, o distanciamento do meu pai durou menos, mas mesmo assim me prejudicou bastante.
Mas o pior é que não me arrependo de nada que aconteceu durante esse ano, todos dizem que foi o pior ano, mas foi quando me conheci de verdade, foi como consegui descobri meu amor pela psicologia, e minha fascinação por ler.
Já em 2021, as coisas finalmente pareciam que estavam voltando ao normal, as aulas presenciais já ocorriam normalmente e a maioria começou a frequentar a escola novamente. E tudo foi se passando, até que a escola foi forçada em março a fechar novamente suas portas e voltar ao ensino remoto, mas isso durou menos de um mês e logo quase todos os alunos voltaram as aulas presenciais. Mas não eu, meus pais acharam melhor que eu permanecesse em casa por mais um tempo.
As aulas remotas infelizmente não estavam funcionando para mim, eu não entendia a explicação e sempre acabava tendo dificuldade para compreender o assunto. Pensando nisso, minha mãe juntamente ao meu pai me enviaram novamente para a escola. Na semanaem que voltei tive várias complicações pra acompanhar mas com a ajuda dos professores consegui voltar para os trilhos novamente. Sei que já está cansativo isso que de alguma forma sempre acabo parando de ir pra escola, mas dessa vez foi diferente, dessa vez não foi por conta dos meus pais. Eu fiquei extremamente doente, minha garganta doía, me sentia inchada, estava gripada e para piorar minha febre estava tão grande que eu mal conseguia andar direito.
Passei alguns dias passando mal, mas durante esses dias, teve um que foi o pior. Minha irmã acredita tive uma crise de ansiedade e isso causou tudo que ocorreu nesse dia, e talvez ela esteja certa, mas acho que nunca saberemos exatamente. Era uma noite de quarta-feira, e eu já me sentia melhor daquela febre, porém meu corpo simplesmente começou a tremer, eu não tinha controle sobre ele, tentei chamar minha mãe que estava dormindo no meu quarto até então, mas eu estava sem ar, conseguia apenas murmurar coisas desconexas em uma tentativa desesperada de chama-la novamente, porém ela apenas me escutou chamando seu nome, e então finalmente consegui falar em um bom tom, o fato de que não conseguia parar de tremer. A matriarca da minha família logo gritou meu pai desesperadamente e ao perceber que ele não escutaria, ela correu para chamá-lo, durante esse meio tempo, eu continuava tremendo, e então comecei a chorar em um ato de desespero. Meu pai logo entra no meu quarto correndo e me abraça em uma tentativa de me fazer para de tremer, minha mãe entra logo atrás, com sal para colocar na minha boca. Eu continuava chorando e tremendo, minha progenitora parecia sentir meu desespero e tentava conversar comigo em mais uma tentativa de me distrair.
Dois dias após esse ocorrido eu já estava bem, porém não estava pronta para voltar pra escola. Eu me sentia uma pilha de nervos, e quando as provas chegaram tudo isso só piorou, eu estudava o dia todo, não sentia fome mas mesmo assim tentava me forçar a comer algo, e no dia da aplicação foi a pior parte, eu tremia igual naquela noite, e simplesmente esqueci de tudo que havia estudado. Isso me deixou extremamente chateada e pra baixo, pensando nisso, comecei a estudar ainda mais, nem descansava, e tudo que eu pensava se voltava para as provas. As provas se passaram e infelizmente fiquei em terceiro lugar, mas estava extremamente feliz pela conquista das minhas melhores amigas, sei que elas se esforçaram e que mereceram seu lugar.
Vou falar de algo recente agora, minhas metas, eu sempre refleti muito sobre isso, e esse ano cheguei a conclusão de que sempre soube quais elas são, apenas mantive segredo de mim mesma durante os anos. Eu quero cursar psicologia, e espalhar meu conhecimento para adolescentes que assim como eu, estão perdidos pelo mundo, quero lançar um livro sobre minha história e outro sobre ansiedade, quero viajar ao mundo, e explorar cada cultura que ele pode me oferecer, e finalmente, quero dublar um filme ao menos uma vez na vida. 
E esta foi a minha história até agora, mas isso não significa que ela acaba por aqui, quem sabe tudo que pode acontecer alguns anos após a escrita desta autobiografia? Talvez minha história seja divulgada em um livro, ou talvez eu caia no completo esquecimento antes mesmo de qualquer sucesso, mas quem liga? Não é para isso que estamos aqui? Digo, uma hora irá acontecer, pode até mesmo demorar, mas não serei lembrada para sempre, ninguém vai. Não posso afirmar que sei como minha história acaba, e nem mesmo a continuação de tudo isso, porém afirmo com total certeza que não irei desistir, nem do meu futuro e nem do mundo, e por mais distante que essa ideia possa parecer, eu acredito que posso mudar algo, sei que posso fazer a diferença, e mesmo que não consiga, ficarei feliz apenas em saber que nunca renunciei aos meus sonhos. 
Sei que falei que esse texto seria diferente de um clichê, mas à vezes precisamos de um pouco disso na nossa vida.

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