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IZABELLA F. REIS - 1° PERÍODO 2021/01 - PROFESSORA: PRISCILA M. D. TEORIA DA NORMA JURÍDICA O direito como norma de conduta. O ponto de vista acolhido é o ponto de vista normativo, logo o direito é como um conjunto de normas ou regras de conduta, obtendo-se a afirmação geral de que a experiência jurídica é uma experiência normativa. Variedade e multiplicidade das normas. As normas jurídicas não passam de uma parte da experiência normativa, pois, além delas existem preceitos religiosos, regras morais, sociais, costumeiras, regras de etiqueta, regras da boa educação etc. Portanto, todo indivíduo pertencente a grupos sociais (Igreja, Estado, família, associações com fins econômicos, culturais, políticos ou recreativos) está posto a normas que regulam suas relações consigo e para com o próximo. Sendo assim, todas essas regras são muito diversas pelas finalidades que perseguem, pelo conteúdo, pelo tipo de obrigação que fazem surgir, pelo âmbito de suas validades, pelos sujeitos a quem se dirigem. Mas todas têm em comum um elemento característico: ser preposições que têm a finalidade de influenciar o comportamento dos indivíduos e dos grupos, de dirigir a ação dos mesmos rumo a certos objetivos em vez de rumo a outros. Em resumo, o número de regras cotidianamente encontradas é incalculável, demonstrando assim a variedade e multiplicidade de normas existentes. Teoria do instituto e estatista do Direito. Existem duas grandes correntes que visam discutir acerca da normativa, que são distintas a esta trazida neste estudo: teoria do direito como instituto e teoria estatista do direito. ● Teoria do direito como instituto: Elaborada na Itália por Santi Romano pelo livro “O ordenamento jurídico” em 1946. Romano, em sua polêmica obra, lamenta a insuficiência e os equívocos da teoria normativa (direito como norma) e contrapõe a concepção do direito como instituição. Sendo assim, para ele o conceito de direito deve conter os seguintes elementos essenciais: a) Retomada do conceito de sociedade, servindo como base de existência (ubi societas ibi ius); b) Deve conter a ideia de ordem social, ou seja, o fim a que tende o direito; c) Por fim, deve haver organização como meio para realizar a ordem. Em síntese, para Romano existe direito quando há uma organização de uma sociedade ordenada ou uma ordem social organizada. IZABELLA F. REIS - 1° PERÍODO 2021/01 - PROFESSORA: PRISCILA M. D. Portanto, para Romano o direito nasce no momento em que um grupo social passa de uma fase inorgânica (grupo social não organizado) para uma fase orgânica (grupo social organizado), ou seja sofre o fenômeno da institucionalização. Porém, há incongruências, sendo a primeira a aceitação da institucionalização de uma associação de delinquentes e a admissão de que toda sociedade pode ser produto da vida social, mas que nem todas podem ser sociedades jurídicas. ● Teoria estatista do direito: Produto histórico da formação dos grandes Estados modernos, formados sobre a dissolução da sociedade medieval, ou seja, uma sociedade pluralista em que houve o processo de monopolização da produção jurídica. Assim, a formação do Estado moderno utilizou-se de seu poder coativo para que houvesse maior centralização, o que gerou como consequência a eliminação de todo centro de produção jurídica que não fosse o próprio Estado. A teoria normativa afirma que o fenômeno originário da experiência jurídica é a regra de conduta, enquanto a teoria estatista afirma que o direito é um conjunto de regras, que têm características particulares (por exemplo, serem coativas) e, como tais, distinguem-se de qualquer outro tipo de regra de conduta. A teoria estatista é uma teoria normativa restrita. Teoria da relação intersubjetiva do direito. O elemento característico da experiência jurídica é a relação intersubjetiva, ela nasce da ideia de que o direito tem origem na sociedade. A vinculação entre duas pessoas tem uma função categorial por distinguir-se da moral e da economia que relaciona o ser humano com coisas. Entretanto, existe a dúvida se esta relação passa a ser jurídica por ser regulada, ou, em função de uma norma que a regule. Além do mais, os institucionalistas, em geral, refutam esta relação por considerar que uma simples associação entre dois sujeitos que procuram estabelecer interesses mútuos não pode constituir direito. A doutrina da instituição observa o direito como um produto da sociedade no seu todo, não do indivíduo. Assim, a relação jurídica é uma relação entre um sujeito titular e o outro devedor, portanto, a atribuição de papéis indica a presença de uma regra. Portanto, regulada por uma norma jurídica e assim como a teoria da instituição inclui a teoria normativa, a teoria da relação também. Nesse sentido, as três teorias evidenciam um aspecto diferente da experiência jurídica: a teoria da relação, a intersubjetividade; a teoria da instituição, o aspecto da organização social; a teoria normativa, o aspecto da regra. BIBLIOGRAFIA: BOBBIO, NORBERTO; TEORIA DA NORMA JURÍDICA. 6 ed. : edipro, 2016
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