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Resumo indicativo - Famílias multiespécies

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
 
VALENTINE KALLAS BACON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO INDICATIVO DA MATÉRIA “AMIGO É COISA PARA SE GUARDAR” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ 
2021 
VALENTINE KALLAS BACON 
RA: 125957 
T2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO INDICATIVO DA MATÉRIA “AMIGO É COISA PARA SE GUARDAR” 
 
 
 
 
Resumo indicativo apresentado à disciplina de Pesquisa 
Jurídica, do curso de Direito da Universidade Estadual de 
Maringá como requisito para avaliação do primeiro 
bimestre. 
 
Professora: Dra. Valéria Silva Galdino Cardin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ 
2021 
GONÇALVES, Thomas Nosch. Amigo é coisa para se guardar. Entrevista concedida a revista 
IBDFAM. REVISTA IBDFAM. Ed. 53, p. 13, out. / nov. 2020. 
 
As famílias multiespécies estão em destaque na 53º edição da revista IBDFAM, instigada pela 
presença e relevância acentuada dos animais nas contemporâneidade. O texto trabalha a ideia 
dos animais de estimação, que são tratados como integrantes das famílias, mas ainda estão 
distantes da proteção ideal e de uma abordagem justa pelo ordenamento jurídico brasileiro. Esse 
trata os animais como objeto de posse, ignorando sua sensciência. Nesse sentido, à medida que 
novas normas e projetos de leis se idealizam, identifica-se o progresso do debate e do tratamento 
do assunto pela Justiça. Em setembro, por exemplo, foi sancionada a norma que modifica a Lei 
de Crimes Ambientais (n. 9.605/1998) para aumentar a pena para maus-tratos contra animais, 
propondo pena de 2 à 5 anos de reclusão, além disso, registro de antecedente criminal, e o 
infrator poderá ser levado à prisão em caso de flagrante. O tabelião de notas e registrador civil 
Thomas Nosch Gonçalves, membro do IBDFAM, exalta as mudanças legislativas recentes em 
prol dos animais, ressaltando que, em um primeiro momento, essas se referem somente aos cães 
e gatos. Isso leva à indagação sobre os outros animais sencientes serem ou não tutelados. No 
texto é apontado a necessidade do rompimento com o aspecto antropocentrista, ficando evidente 
para Nosch outro passo no ordenamento jurídico para a ruptura entre animais e coisas, como 
são nomeados pelo Código Civil. O tabelião destaca outros projetos de lei que estão sendo 
analisados, como o PL n. 27/2018 que classifica os animais não humanos como sujeitos de 
direitos despersonificados, ressalta que avanços como esse surgem com a consciência nascida 
das últimas décadas. Pontua que a causa dos direitos dos animais é semelhante à dos direitos 
humanos. Dessa maneira, diversos países se preocupam com a causa e já a normatizaram. No 
Brasil, entretanto, a jurisprudência e a doutrina se dividem em três correntes. A primeira que se 
destina à elevação dos animais ao status de pessoa, atribuindo-se à eles direitos de 
personalidade. A segunda se aplica à nova lei e não atribuí-lhes uma personalidade 
propriamente dita. Já a terceira, defende a visão atual de classificá-los como “coisa”. Com essas 
exposições, ele salienta que o Código Civil da Alemanha foi inovador em diferenciar as 
“coisas” dos “animais”, e que esse entendimento, a ser aplicado em parte no Brasil, é um grande 
avanço. Porém, apesar de ser vista por muitos como um avanço, há quem mencione a 
desproporcionalidade na Lei n. 14.064/2020, já que alguns crimes contra humanos têm punição 
mais branda. Por esse motivo, no ponto de vista da realidade não haverá reclusão, pois entra na 
hipótese da negociação punitiva do acordo de não persecução pena. Nosch conclui que há a 
existência de uma incompatibilidade axiológica do bem jurídico protegido, contudo, diversas 
vezes, um problema social pede uma resposta penal para fins educativos. Assim, há total 
proporcionalidade dentro do sistema nesse aumento de proteção aos animais, até por sua 
hipervulnerabilidade, já que eles não possuem a capacidade de falarem e serem ouvidos. 
 
Palavras-chaves: Animais não humanos; Sensciência; Maus-tratos. 
 
Biblioteca: Profª. Dra. Valéria Silva Galdino Cardin

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