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E SUAS ALTERAÇÕES ➢ A vida psíquica é a dimensão que da cor, brilho e calor a todas as vivências humanas. ➢ A afetividade é um termo genérico, que compreende várias modalidades de vivências afetivas, como o humor, as emoções e os sentimentos. ➢ Quanto mais estímulos os estímulos e os fatos ambientais afetam o indivíduo, mais nele aumenta a alteração e diminui a objetividade. ➢ Quanto menor a distância (real ou virtual) entre quem percebe e o que é percebido, mais o objeto da percepção se confunde com quem o percebe. ➢ “a fronteira entre a percepção e a afeição, entre a sensação e o sentimento, entre o saber e o sentir é a mesma fronteira entre o Eu e o não-eu” ➢ Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências afetivas ➢ Humor ou estado de ânimo: O humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus (estado normal de elasticidade) afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em determinado momento. o É a disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica, a lente afetiva que dá às vivências do sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiências reais e, muitas vezes, modificando a natureza e o sentido das experiências vivenciadas. o Há uma confluência entre a vertente somática e a vertente psíquica, que se unem de maneira indissolúvel para fornecer um colorido especial a vida psíquica momentânea. o Um dos transfundos essenciais da vida psíquica ➢ Emoções: Reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos. o Um estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como a reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. 1. Humor ou estado de ânimo 2. Emoções 3. Sentimentos 4. Afetos 5. Paixões o O humor e as emoções são, ao mesmo tempo, experiências psíquicas e somáticas, e revelam sempre a unidade psicossomática básica do ser humano. o Emoções positivas: Alegria, Felicidade, Surpresa o Emoções negativas: Tristeza, Medo, Raiva o São frequentemente acompanhadas de reações somáticas, mais ou menos específicas. ➢ Sentimentos: Os sentimentos são estados e configurações afetivas estáveis; em relação às emoções, são mais atenuados em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. o Os sentimentos dependem da existência, na língua e na cultura de cada povo, de palavras que possam codificar este ou aquele estado afetivo. o São vivenciados, de modo geral, em dois polos: agradável e desagradável, prazeroso e desprazível. o Sentimentos na esfera da tristeza: melancolia, saudade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, aflição, culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, sentimento de inferioridade, infelicidade, tédio, desesperança etc. o Sentimentos na esfera da alegria: euforia, júbilo, contentamento, satisfação, confiança, gratificação, esperança, expectativa. o Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança, repúdio, nojo, desprezo etc. o o Sentimentos relacionados à atração pelo outro: amor, atração, tesão, estima, carinho, gratidão, amizade, apego, apreço, respeito, consideração, admiração etc. o Sentimentos associados ao perigo: temor, receio, desamparo, abandono, rejeição etc. o Sentimento de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arrogância, onipotência, superioridade, empáfia, prepotência etc. ➢ Afetos: Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental. o Os afetos acoplam-se a ideias, anexando a elas um colorido afetivo. Seriam, assim, o componente emocional de uma ideia. o Em acepção mais ampla, usa-se também o termo afeto para designar, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, sentimento ou emoção. o Todos os sentimentos acima são relacionados aos afetos ➢ Paixões: A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os demais interesses. o A paixão intensa impede o exercício de uma lógica imparcial. o Para Darwin, emoções e sentimentos como medo, raiva, ciúmes, amor materno seriam universais, presentes em todos os homens e em muitas espécies animais. Além disso, para ele, a manifestação dos sentimentos por certas expressões faciais e corporais foi sendo lentamente adquirida na evolução da espécie homo sapiens, tornando-se estas também comuns a homens e animais. o Vários autores propõem a existência de emoções básicas, universais, semelhantes em todas as culturas ➢ Emoção X Razão: segundo a tradição do pensamento ocidental, a emoção cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez. o o Essa concepção considera a emoção (e a vida afetiva de modo geral), como inferior à razão. o A emoção turva a razão, distancia o homem da verdade e da conduta correta. Além disso, corresponde a uma dimensão inferior do homem, seria o “resquício animalesco de um suposto homem primitivo dentro do homem maduro”. o contrária a essa concepção, vários autores defendem que a dimensão emocional pode contribuir, e não atrapalhar, no contato do homem com a realidade. Nesse sentido, o homem seria dotado “de um certo tipo de compreensão afetiva que se faz por uma sintonização empática. O homem compreenderia também se emocionando, sentindo afetivamente os fenômenos da realidade. o “há razões que a razão desconhece” “A emoção pode ter um efeito paralisante, tanto para o pensamento como para a ação. A emoção intensa cria um vácuo no espírito; não encontramos mais o que dizer ou fazer, não podemos mais pensar, já não vemos com clareza na situação concreta, não compreendemos mais as palavras... o aspecto do homem emocionado é, muitas vezes, o de um imbecil, dá impressão de impotência mental.” ➢ Catatimia: importante influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os sentimentos e as paixões exercem sobre as demais funções psíquicas. o a memória é altamente detalhada ou muito pobre dependendo do significado afetivo dos fatos ocorridos, a sensopercepção pode se alterar em função de estados afetivos intensos, e assim por diante ➢ Reação afetiva: sempre ocorre em um contexto do eu com o mundo e com as pessoas variando de um momento para o outro à medida que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem o Caracteriza-se particularmente por sua dimensão de reatividade o Há duas importantes dimensões da resposta ou reação afetiva de um indivíduo. Denomina-se sintonização afetiva, que é a capacidade de um indivíduo ser influenciado afetivamente por estímulos externos, por exemplo, rir com uma piada ou se entristece ser com eventos dolorosos. Ele entra em sintonia com o ambiente. o A irradiação afetiva é a capacidade que o indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo. Por meio da irradiação afetiva, faz com que outros entre em sintonia com ele. o o Já na rigidez afetiva, o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou impossibilidade tanto de sintonização como de irradiação afetiva. Ele não produz reações afetivas nos outros nem reage afetivamente diante da situação existencial cambiante TEORIAS E DIMENSÕES DA AFETIVIDADE ➢ Teoria de James-Lange: segundo essa teoria a base das emoções deveria ser encontrada na periferia do corpo, principalmente nas reações do sistema nervoso autônomo periférico. o Aqui, a emoção é concebida como a tomada de consciência das modificações fisiológicas produzidas por determinadoseventos o “Após as mudanças corpóreas, segue-se imediatamente a percepção do fato excitante, e a emoção é o que sentimos dessas mudanças corpóreas” o Verificou-se que, em várias situações fisiológicas, há alterações viscerais e autonómicas sim qualquer concomitante emocional ou mental. Os indivíduos com lesões medulares, as quais impedem as sensações proprioceptivas, alterações da qualidade das emoções. ASPECTOS CEREBRAIS E NEUROPSICOLÓGICOS DAS EMOÇÕES ➢ Teoria de Papez-MacLean: o sistema límbico e as emoções: uma base cerebral para as emoções o as estruturas e o circuito cerebral das emoções incluiriam estruturas na face medial dos lobos temporais e frontais o Circuito cerebral das emoções ASPECTOS PSICODINÂMICOS DA AFETIVIDADE ➢ Concepção Freudiana: angústia tem importância central na teoria freudiana dos efeitos. Freud concebe angústia como um afeto básico emergindo do eterno conflito entre o indivíduo, seus impulsos instintivos primordiais, seus desejos e suas necessidades, por um lado, e, por outro, as exigências de comportamento civilizado, restrições que a cultura em ponha o indivíduo. o Devido a tais restrições, a pessoa experimenta irremediável “mal estar na cultura” o Angústia seria uma transformação da libido não descarregada, ou seja, a energia sexual que, por algum motivo, não fosse adequadamente descarregada ficaria retida, represada no aparelho psíquico, gerando angústia como subproduto. o Mais tarde, Freud postulou que angústia seria um sinal de perigo enviado pelo eu, no sentido de evitar o surgimento de algo muito mais ameaçador o indivíduo, algo que poderia gerar angústia muito mais intensa. Ela funcionaria então como um sinal de desprazer que suscitaria da parte do eu uma reação de defesa passiva ou ativa, ativando o recalque ou outros mecanismos de defesa, a fim de evitar uma situação de perigo mais importante e, consequentemente, um angústia muito maior. o A depressão o melancolia relaciona-se ao modo particular de elaboração inconsciente de perdas reais ou simbólicas. Para Freud, quando perde um objeto significativo, o sujeito tende, para não o perder totalmente, a identificar-se narcisicamente com ele e a introjetá- lo ao próprio eu. ➢ Concepção de Melanie Klein: em sua teoria, os afetos seriam centrais para toda a psicopatologia estariam intimamente associados às fantasias primitivas e as chamadas relações de objeto. o Haveria afetos primários, ou primitivos, como o ódio, a inveja, o medo de ser retaliado e outros o que indicaria uma maior maturidade psíquica do indivíduo, como a gratidão, a reparação e o amor. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE ➢ Alterações do humor o Distimia: alteração básica do humor (inibição ou exaltação) o Transtorno distimia: transtorno depressivo leve e crônico o Distimia hipotímica: depressão = tristeza patológica o Distimia hipertímica: quadros maníacos = exaltação patológica o A ideação suicida deve ser sempre investigada cuidadosamente em pacientes com humor triste. o Disforia: distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de depressão ou de mania acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade o Hipotimia refere-se à base afetiva de todo transtorno depressivo, enquanto hipertimia refere-se a humor patologicamente alterado no sentido da exaltação e da alegria. o Euforia - humor morbidamente exagerado, no qual predomina um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. o Elação - além da alegria patológica, a expansão do Eu, uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O Eu vai além dos seus limites, ganhando o mundo. o Puerilidade - alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. o Moria: é uma forma de alegria muito pueril, ingênua, boba, que ocorre principalmente em pacientes com lesões extensas dos lobos frontais, em deficientes mentais e em indivíduos com quadros demenciais acentuados. o Estado de êxtase: há uma experiência de beatitude, uma sensação de dissolução do Eu no Todo; de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo. Presente em experiências circunscritas ao contexto religioso ou mítico, por isso não é considerado um fenômeno psicopatológico, mais cultural. Entretanto, também está presente em condições psicopatológicas, como do transe histérico, na esquizofrenia ou na mania. o Irritabilidade patológica: hiper-reatividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer estímulo é sentido como perturbador e o indivíduo reage prontamente e de forma disfórica. A irritabilidade é um sintoma bastante frequente e inespecífico, indicando, não raramente, quadro de natureza orgânica. o A ansiedade é definida como estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisiológicas e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreensão, desconforto mental etc.). o O termo angústia relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, sufocamento. Assemelha-se muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada ao passado. Do ponto de vista existencial, a angústia tem significado mais marcante, é algo que define a condição humana, é um tipo de vivência mais “pesada”, mas fundamental que a experiência da ansiedade. o Medo, caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo). ▪ Ansiedade de castração: medo de perder ou ferir seus genitais, ser castrado, no contexto do complexo de Édipo ▪ Angústia da morte ou do aniquilamento: sensação intensa de angústia perante perigo ou situação, seja real fantasiada, que indiquem ao sujeito a proximidade ou a possibilidade iminente da morte ou do aniquilamento ▪ Ansiedade depressiva: vivida por um sujeito que teme perder seus objetos bons sejam destruídos ou desintegrados e, juntamente com eles, seu próprio eu ▪ Ansiedade persecutória ou paranoide: vivida como temor de retaliação feroz aos ataques imaginários, fantasmáticos, que o sujeito, em sua fantasia, perpetrou contra seus objetos internos ou externos ▪ Angústia de separação: reações emocionais vividas pela criança quando separada da mãe, manifestando os seus afetos com choro, desespero e grande aflição ▪ Angústia existencial: se articula ao fato de o homem estar condenado a ser livre, a não poder de forma alguma abdicar de seu livre arbítrio, em oposição todos os determinismos históricos e sociais. ▪ Ansiedade de desempenho: temores em relação à execução de uma tarefa, à possibilidade de ser avaliado criticamente por pessoas importantes ou significativas. ▪ Ansiedade antecipatória: vivenciada antes da ocorrência de uma situação estressante, experimentada na imaginação do indivíduo que fica remoendo como será a sua futura situação desconfortável. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS ➢ Apatia: é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva, os pacientes queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada... Na apatia, o indivíduo, apesar de saber da importância afetiva que determinada experiência deveria ter para ele, não consegue sentir nada. O paciente torna-se hiper-reativo, é um “tanto faz quanto tanto fez” para tudo na vida. ➢ Hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente demodular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo. ➢ Inadequação do afeto ou paratimia: Reação completamente incongruente a situações existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda da vida psíquica (ataxia intrapsíquica), contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva. ➢ Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo:
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