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Universidade São Francisco
Disciplina de Processos Psicológicos Básicos
Aprendizagem
Prof. Dr. Felipe Valentini
No contexto da psicologia, o que significa “aprendizagem”?
Aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento acarretada pela experiência.
Exemplos de aprendizagem no dia-a-dia
“E depois que minha vó me falou aquilo, eu nunca mais fiz isso.”
Ignorar coisas que pararam de fornecer novas informações
Como aprendemos?
Depende muito da teoria
Mas alguns elementos básicos
Tempo de exposição ao estímulo
Motivação e interesse
Características pessoais cognitivas e de personalidade
Modelo generalista
Modelo de J. B. Carroll (1963)
=
Quantidade de tempo engajado
Quantidade de tempo necessário
Aprendizagem
Quantidade de tempo necessário
Quantidade de tempo engajado
Oportunidade
(Escola, Família, Região, País, SES)
+
Características pessoais (como motivação, autogestão, determinção, abertura, etc)
Competências prévias
Conhecimento / Raciocínio / Inteligência fluida / Funções Executivas / Memória de Trabalho 
Qualidade do ensino
+
Watson e Skinner
Psicologia é o estudo científico do comportamento observado
Não é possível observar o sentimento, a sensação ou o pensamento...
Estudar como os organismos reagem a estímulos, com o objetivo de antecipar e controlar comportamentos
Confere cientificidade ao estudo da psicologia
	
Comportamentalismo 
Behaviorismo
Aprendizagem por associação... Condicionamento
Ver um pão recém assado, sentir o aroma... Satisfação
Próxima vez que vir ou sentir o aroma de um pão fresco, essa experiência irá gerar a expectativa de que comê-lo será novamente satisfatório.
Comportamentos ficam associados aos contexto
Modificação do comportamento é mais difícil se não houver mudança do contexto 
	
Reintrodução no habitat natural de animais criados em cativeiro
Ex. Lobos mexicanos aprenderam à caçar, mas não a fugir de caçadores. 
	
Playlist
Pense na sua playlist preferida ou CD preferido
Você é capaz de dizer a ordem das músicas?
Se ouvir o final de uma faixa terá uma pista (por associação) da faixa seguinte
Influência de Pavlov
Fisiologista Russo
Condicionamento Clássico
	
Condicionamento clássico
Tipo de aprendizagem em que um estímulo neutro elicia uma resposta após ser associado a um estímulo que naturalmente elicia essa reação
Estímulo Incondicionado (EI) ou não-condicionado
Estímulo que desencadeia incondicionalmente (natural e automaticamente) uma resposta. Ex. comida.
Resposta Incondicionada (RI) ou não-condicionado
Resposta natural ao estímulo incondicionado / resposta não apreendida. Ex. Salivação natural
Estímulo Condicionado (EC)
Estímulo inicialmente irrelevante que, depois de associado a um estímulo incondicionado (EI), passa a desencadear uma resposta condicionada. Ex. Campainha
Resposta Condicionada (RC)
Resposta aprendida a uma estímulo originalmente neutro (mas agora condicionado - EI). Ex. Salivação após campainha
Vamos tentar???
Dentro de um laboratório, ascende uma luz laranja imediatamente antes de tocar a música de pisadinha. Obviamente, a música produz uma sensação ruim/ desconforto e enjoo. Após várias repetições, você passa a sentir desconforto com a luz laranja (sem a música).
RI : 
EI: 
RC: 
EC: 
Enjoo após ouvir música
Música pisadinha
Luz laranja
Enjoo após visualizar a luz laranja
Outros exemplos:
Associação dos efeitos colaterais da quimioterapia com o ambiente hospitalar
Som da broca do consultório odontológico
Perfume
Extinção X Recuperação espontânea
Generalização X discriminação
Dessensibilização sistemática 
Extinção. Descontinuação ou desaparecimento de uma resposta condicionada devido à falta de pareamento com um estímulo não-condicionado
Recuperação espontânea. Reaparecimento de uma resposta condicionada extinta após um período de descanso sem novo condicionamento
Extinção X Recuperação espontânea
Generalização X discriminação
Dessensibilização sistemática 
Generalização. Uma resposta condicionada se segue a um estímulo que guarda algum tipo de semelhança com o estímulo condicionado original
Discriminação. Resposta ocorre apenas a um conjunto específico de estímulos condicionados, e não a outros, mesmo que guardem semelhança com esses estímulos
Extinção X Recuperação espontânea
Generalização X discriminação
Dessensibilização sistemática 
Dessensibilização. Extinção de uma associação por meio da exposição sistemática ao estímulo condicionado. Ex. medo de andar de avião.
Condicionamento clássico & subestimação dos processos cognitivos
Pensamento: ex. drogas que administradas com o álcool produzem enjoo. 
Predisposição biológica: estudo de Garcia e colaboradores. Ofereceram sabor, som/visão e droga que os deixava enjoado (após algumas horas). Ratos desenvolveram aversão ao sabor, mas não ao som! 
Burhus Frederic Skinner
Condicionamento Operante
	
Organismos associam sua próprias ações às consequências. Ações seguidas de um reforçador aumentam; as seguidas de punição diminuem. 
Lei do efeito – comportamentos apresentam repetição mais provável
Depois de treinados, pombos conseguiam até discriminar as músicas de Bach e Stravisnky 
Reforço Positivo x Reforço Negativo
Punição Positiva x Punição Negativa
Reforço continuo x reforço parcial
Júnior: Você pode amarra o meu sapato?
 Pai: continua lendo o jornal.
Júnior: Papai, preciso que amarrem o meu sapato. 
 Pai: Ah, sim, só um minuto.
Júnior: PAAIII! AMARRA O MEU SAPATO!
 Pai: Quantas vezes eu já lhe disse para não berrar?
	... Então, qual sapato você quer que eu amarre primeiro. 
“Reforçamento” versus “reforçador” ou “reforço”
Reforçamento: o processo pelo qual um estímulo aumenta a probabilidade de um comportamento anterior ocorrer novamente (frequência de ocorrência) 
Reforçador ou reforço: o estímulo que faz com que aumente a probabilidade de um comportamento anterior ocorrer novamente (frequência de ocorrência) 
Júnior: Você pode amarra o meu sapato?
 Pai: continua lendo o jornal.
Júnior: Papai, preciso que amarrem o meu sapato. 
 Pai: Ah, sim, só um minuto.
Júnior: PAAIII! AMARRA O MEU SAPATO!
 Pai: Quantas vezes eu já lhe disse para não berrar?
	... Então, qual sapato você quer que eu amarre primeiro. 
Reforço positivo para a criança: consegue atenção do pai...
Reforço negativo para o pai: alivia o desconforto do grito...
Exemplo...
Punição
Um estímulo que reduz a probabilidade de que um comportamento ocorra novamente
Punição
Punição positiva: um estímulo desagradável é adicionado ao ambiente, fazendo com que um comportamento ocorra com menos frequência
Punição negativa: um estímulo agradável é subtraído do ambiente, fazendo com que um comportamento ocorra com menos frequência
Esquemas de reforçamento
Contínuo: o reforçador ocorre após cada resposta
Parcial ou intermitente: o reforçador ocorre após cada n respostas
Esquemas de reforçamento
Esquemas de razão: reforço é administrado em determinada frequência de ocorrência do comportamento alvo. 
Esquema de razão fixa: reforçador é apresentado a cada n ocorrências do comportamento operante discriminado (ex. reforço ocorre a cada 5 vezes que o rato pressiona a barra)
Esquema de razão variável: o número de respostas entre cada reforçador é variável
Esquemas de reforçamento
Esquema de intervalo: enfocam no tempo decorrido desde a apresentação do último reforçador
Intervalo fixo: o reforçador ocorre com uma frequência regular
Intervalo variável: o reforçador ocorre com uma frequência variável
Questões sobre o reforço e punição...
Podem ‘moldar’ comportamentos de maneira razoavelmente eficiente...
Recompensas ou punições excessivas podem minar o desenvolvimento de motivação intrínseca... 
Experimento: 
	-grupo 1 – oferece reforço (pagamento) para o grupo de crianças brincarem com algum brinquedo específico
	-grupo 2- oferece o mesmo brinquedo, mas sem o ‘pagamento’...
	De imediato, crianças do G1 tendem a brincar mais. Mas apósum período de tempo o g2 passa mais tempo com o brinquedo do que o g1. 
Vejam o filme Laranja Mecânica...
Mas aprendizagens complexas?
São um conjunto de condicionamentos? 
Psicologia Cognitiva
Estímulo
Resposta
Organismo
Movimento Cognitivista
Edward Tolman
Mapas mentais
Aprendizagem latente
Novo conhecimento/comportamento é adquirido sem intenção (ou reforço)
Tolman mostrou que ratos aprendiam a rota de saída de um labirinto mesmo quando não eram reforçados na saída – formavam mapas mentais
Exemplos: aquisição de vocabulário lendo textos (tempo de exposição); aprendizagem de como usar aparelhos eletrônicos observando outras pessoas. 
Aprendizagem por observação ou aprendizagem vicária
Chimpanzés, por exemplo, aprendem a buscar alimento, utilizar ferramentas etc por observação e transmitem o conhecimento.
Aprendizagem por observação ou aprendizagem vicária
Albert Bandura
Aprendizagem por observação ou aprendizagem vicária
Comportamentos são aprendidos por imitação
Experimento com João Bobo
-https://www.youtube.com/watch?v=3nh58Hwnl0E
-https://www.youtube.com/watch?v=3mFyq7A8DwI
-https://www.youtube.com/watch?v=_NCItMQKF-g
- https://www.youtube.com/watch?v=uMwOexrV6fM
Nosso mundo... É uma criação subjetiva da mente que pode transmitir uma semelhança, mas nunca produzir uma réplica.
Fotografia
Pintura
História no word.
Cognição refere-se a todo processamento de informação associada ao pensamento, conhecimento, memória e comunicação
Piaget – Criança não é um adulto em miniatura, mas pensa de maneira diferente
Jean Piaget
Cognição se desenvolve em uma série de estágios
Luta para dar sentido as coisas
Esquemas – construção de conceitos
Assimilação – novas experiências são processadas em função dos esquemas já existentes
Acomodação – quando os esquemas existentes não dão conta das novas experiências, os esquemas incorporam/acomodam as características das novas experiências 
Equilibração – processo de assimilação e acomodação – motor do desenvolvimento cognitivo – busca de adaptação à realidade...
Estágio Sensório-Motor
Bebê vivencia o mundo por meio dos sentidos e ações
Bebês parecem viver no presente: longe do campo visual/auditivo também não existe!
Criança a partir dos 6 meses desenvolve o esquema de permanência do objeto 
Piaget escondia um objeto com o chapéu, e as crianças com 6 meses agiam como se o objeto não existisse.
Com 8 meses o bebê irá procurar o objeto.
http://www.youtube.com/watch?v=PNeoUGcVfmM
http://www.youtube.com/watch?v=ToOZu0sG9o4
Bom... Nem tudo parece assim...
Experiência de Wynn. 
Mostrou, dentro de uma caixa, um ou dois objetos e fechou com um anteparo
Visivelmente retirou ou adicionou um objeto
Após abrir o anteparo os bebês de 5 meses mostravam surpresa (olhavam por mais tempo) quando o número de objetos estava errado
Estágio Pré-Operatório
Representação com palavras
Uso da intuição em vez do raciocínio lógico
Ausência do princípio da conservação
http://www.youtube.com/watch?v=JANEjNpqMOM
http://www.youtube.com/watch?v=cKdEz7ISmQA
Egocentrismo – não conseguem perceber as coisas do ponto de vista das outras pessoas
http://www.youtube.com/watch?v=pQiuTDgXbw0
http://www.youtube.com/watch?v=yor1yzVO03E
Você tem um irmão?
Tenho, o Mário!
Ok. E o Mário tem algum irmão?
Não!!!
Teoria da mente – Empatia – interpretar intenções/emoções alheias. 
Experiência com a boneca Sally
Sally coloca a bola no armário cinza e vai embora
Ana passa a bola para o armário branco
Quando Sally voltar, onde ela irá procurar a bola? 
Autismo – déficit teoria da mente
Estágio Operações Concretas (6-7 anos)
Pensamento lógico, operações aritméticas
Princípio da conservação
Mudança na forma não significa mudança da quantidade
O senhor Jones foi a um restaurante e pediu uma pizza para jantar. Quando o garçom lhe perguntou se queria que cortasse a pizza em seis ou oito pedaços, o senhor Jones disse: ‘é melhor em seis, pois eu nunca poderia comer oito pedaços’.
		6 anos	8 anos
	8 + 4 = ?	5 segundos	
	12 – 4 = ?	5 segundos	Instantânea
			
Estágio Operações Formais (12 anos)
Raciocínio abstrato/ sistemático 
 (e não mais puramente concreto)
Lógica – se, então...
	Se John está na escola, então Mary também está na escola. Agora, John está na escola. O que você pode dizer sobre a Mary? 
Em suma... O que sabemos...
Evidências de experimentos e pesquisas posteriores sustentam que a cognição humana se desenvolve na sequência que Piaget pensou
Crianças não são tábulas rasas à espera do conhecimento
Não tanto em saltos, mas um desenvolvimento contínuo...
Autismo
Teoria da mente deficiente
Não percebem que as demais pessoas podem ver/pensar coisas diferentes 
Menor ativação das áreas do cérebro envolvidas no espelhamento das ações
Sinais emocionais não-verbais
Diversos graus
Estimulação precoce 
Diferenças na capacidade cognitiva
Questões genéticas X Questões parentais
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