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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo: Aluno: Marcelo M. T. R. Rocha Turma: 0221-1_5 Tarefa: Atividade Individual Introdução O objetivo desta atividade é fazer uma análise econômico-financeira da empresa Natura nos anos 2017/2018. Conforme informações do site da própria empresa, a Natura é uma organização de Indústria e Comércio de Cosméticos que no ano de 2004 abriu seu capital na bolsa de valores de São Paulo. Atualmente é a maior multinacional de cosméticos do Brasil e depois da aquisição de algumas empresas, se tornou o quarto maior grupo do mundo no segmento de beleza. As análises a serem feitas dessa organização serão a análise horizontal, responsável pela avaliação da evolução dos resultados de uma empresa durante um determinado período; a análise vertical, responsável pela exposição do percentual de representatividade dos setores de uma empresa; além da apresentação dos cálculos dos índices de liquidez, estrutura de capital, lucratividade e rentabilidade. Análise horizontal A análise horizontal tem como finalidade observar e comparar a evolução/desempenho dos itens do balanço patrimonial de um determinado período para o outro. Segundo Perez Junior e Begalli (1999:195), “a análise horizontal enfatiza as modificações ou evoluções em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim de caracterizar tendencias”. Essas modificações nas contas do balanço patrimonial podem ser feitas através de comparações com os seguintes pontos: a) Variações históricas da própria empresa; b) Taxas de crescimento da economia; c) Taxas de crescimento do setor a que pertence à empresa; d) Taca de variação da inflação oficial; e) Variações nas contas idênticas das demonstrações contábeis de concorrentes. O cálculo da análise horizontal é feito através da divisão dos itens do ano atual pelos itens do ano anterior, subtraído 1, multiplicado por 100. Utilizando dessa operação, podemos analisar o balanço patrimonial (BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE) da Natura: 2 Podemos notar que embora nem todos os setores no atual ano (2018), comparado ao ano anterior, tenha dado lucro a empresa, houve um aumento de 5,83% no patrimônio da Natura em relação à 2017. Um percentual que chamou bastante a atenção devido à uma queda significativa são os empréstimos e investimentos, totalizando um total de quase 69%. Por outro lado, um setor que teve uma alta significativa foram as reservas de capital, atingindo um percentual de 111%. 3 Já em relação à DRE da Natura, fazendo uma análise horizontal, podemos observar que a empresa obteve um lucro de 7,96% comparado ao ano de 2017. Outra observação é a de que as receitas financeiras tiveram uma alta significante de 329,41% em relação ao ano anterior enquanto o setor de outras receitas e despesas operacionais teve uma queda de 237,89% em relação ao ano 2017. Análise vertical A análise vertical tem como finalidade detalhar a participação de cada ponto do balanço patrimonial em relação aos ativos e/ou passivos totais, ou seja, mostrar a participação percentual de cada item em relação total do seu grupo. Para Ribeiro (2009b:135), o processo da análise vertical também é conhecido como “análise por coeficientes”, pois permite a identificação percentual dos setores que mais influenciaram no lucro ou prejuízo da empresa. Já para Perez e Begalli (1999:195), “essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para a projeção de uma demonstração de resultados”. O cálculo da análise vertical é feito através da divisão dos itens a serem estudados pelo total dos ativos, multiplicado por 100. Utilizando dessa operação, podemos analisar o balanço patrimonial (BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE) da Natura: 4 Com base no balanço patrimonial da Natura, podemos concluir que as contas mais significativas do ativo são as aplicações financeiras em 2017 com 16,51% em relação a 2018 com 7,40% e os investimentos de 2018 (59,68%) em relação à 2017 (55,95%). Agora tomando o passivo como análise, podemos notar que as contas mais relevantes são os empréstimos e investimentos no passivo circulante que em 2017 era de 29,86% enquanto em 2018 foi de 8,86%. Já no passivo não circulante podemos observar que os empréstimos e investimentos também se sobressaíram passando de 41,80% em 2017 para 56,70% em 2018. 5 Já em relação à DRE da Natura, fazendo uma análise vertical, podemos observar que o custo dos bens e serviços vendidos representam quase 40% do faturamento da empresa enquanto as despesas operacionais representam 43,16%. Outra observação é a que as margens brutas do produto e liquida da empresa representam, respectivamente, 60,47% e 8,66%. Cálculo dos índices de liquidez Os índices de liquidez são aqueles índices que medem a capacidade de pagamento da empresa, se é uma boa ou má pagadora. Ele é dividido em: a) Liquidez imediata (LI): capacidade financeira da empresa em realizar seus pagamentos de curto prazo utilizando apenas de suas disponibilidades (caixa e banco). É calculada pela divisão do valor do disponível pelo valor do passivo circulante. Na imagem abaixo, podemos observar que a Natura apresenta uma melhor LI no ano de 2018 em relação a 2017 pois possui bastante dinheiro aplicado. A empresa pode dispor de R$0,04 de recursos disponíveis para cada R$1,00 de dívidas de curto prazo. 6 b) Liquidez corrente (LC): indica a disposição do capital de giro da empresa para pagar suas dividas circulantes. É calculada pela divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. Conforme pode-se observar, a Natura, por ter um valor maior do que 100 (1,16), pode disponibilizar R$1,16 do capital de giro para pagar R$1,00 de cada divida de curto prazo, coisa que no ano de 2017 poderia disponibilizar somente R$0,74. c) Liquidez seca (LS): diz respeito a disponibilidade do capital de giro da empesa, desconsiderando seus estoques, para pagar suas dividas de curto prazo. É calculado pela subtração do ativo circulante pelo estoque, seguido da divisão pelo passivo circulante. Nota-se que em ambos os anos, 2017 e 2018, a Natura apresenta uma dependência dos seus estoques para pagamento de dívidas de curto prazo. d) Liquidez geral (LG): é a capacidade da empresa em pagar todas suas obrigações, sejam elas de curto ou longo prazo, contando com seus recursos realizáveis em curto e longo prazo. É calculado pela divisão da soma do ativo circulante com o realizável a longo prazo pela soma do passivo circulante com o passivo não circulante. Segundo a tabela abaixo, a Natura apresentou uma leve queda em seu índice de liquidez geral de 2017 para 2018 o que mostra que a empresa tem captado recursos de longo prazo para o financiamento do ativo. Cálculo da estrutura de capital Os índices de estrutura de capital mostram quanto uma empresa é dependente em relação ao de capital de terceiros, ou seja, como ela se financia e o tamanho de suas dividas assim como a capacidade da mesma em pagá-las. Esses índices podem ser divididos em: a) Endividamento geral (EG): identifica se a empresa depende mais de seu capital próprio ou de capital de terceiros no financiamento do ativo. Ele é calculado pela divisão da soma do passivo circulante com o passivo não circulante pelo ativo total. Analisando a imagem abaixo, podemos notar que a Natura no ano de 2017 dependia mais de capital de terceiros (86,10%) em relação ao ano de 2018 (79,40%). Outra coisa a se analisar é que em 2017 a empresa devia, em curto e longo prazo, 86,10% do seu ativo, enquanto em 2018 essa percentagem caiu para 79,40%. 7 b) Composição do endividamento (CE): relação entre asdividas de curto prazo e a dívida total da empresa. É calculado pela divisão do passivo circulante pela soma do passivo circulante com o passivo não circulante. Pode-se notar que a Natura em 2017 apresentava um CE de 47,30%, ou seja, a cada R$100,00 das dividas totais, R$47,30 fica no passivo circulante, elevando o endividamento de curto prazo. Já em relação a 2018 esse valor diminui para 24,80%. c) Imobilização do capital próprio (IPL): responsável pela demonstração do quanto dos recursos da empresa são aplicados no ativo permanente. É calculado pela divisão da subtração do ativo não circulante com o realizável a longo prazo pelo patrimônio líquido. A Natura apresenta um financiamento de 4,76% dos seus ativos de investimentos, imobilizado e intangível da empresa financiado pelo seu patrimônio líquido, enquanto em 2018 esse valor cai para 3,33%. d) Imobilização de recursos não correntes (IRNC): mostra quanto dos recursos não correntes foram revertidos em aplicações em ativos de investimentos, imobilizados e intangíveis. É calculado pela divisão da subtração do ativo não circulante com o realizável a longo prazo pela adição do patrimônio liquido com o passivo não circulante. Observando a situação da Natura, podemos notar que em 2017 a empresa usou mais de capitais de terceiros para completar seus investimentos em relação a 2018. e) Passivo oneroso sobre ativo (POSA): é a totalização dos gastos que possuem algum tipo de encargo financeiro, ou seja, é o conjunto de gastos mensais e obrigatórios de uma empresa. É calculado pela divisão da soma do passivo circulante financeiro com o passivo não circulante pelo ativo total. Pode-se notar que a Natura, em 2017, apresentou 0,77% das aplicações efetuadas no ativo foram financiadas por recursos onerosos de terceiros, enquanto em 2018, esse percentual caiu para 0,70%. Cálculo da lucratividade Os índices de lucratividade são responsáveis pela medição da rentabilidade média das vendas, sendo assim, importantes para comparações entre empresas do mesmo setor. Tais índices são: a) Margem bruta (MB): lucro bruto obtido na venda de uma unidade. É calculado pela divisão do lucro bruto pelas vendas liquidas, multiplicado por 100. Em 2017 a Natura obteve uma lucratividade de 60,29% sobre o produto comercializado enquanto em 2018 esse valor aumentou para 60,47% tendo uma maior sobe para as despesas operacionais e, se possível, ainda obter lucro. 8 b) Margem operacional (MO): lucro operacional obtido na venda de uma unidade. É calculado pela divisão do lucro operacional pelas vendas liquidas, multiplicado por 100. Em 2018 a Natura teve 7,22% de retorno operacional sobre seu faturamento líquido enquanto em 2017 seu retorno foi maior (11,04%). Logo, sua eficiência nos negócios foi melhor em 2017. c) Margem líquida (ML): representatividade do quanto se obtém de lucro liquido na venda de cada unidade. É calculado pela divisão do lucro líquido pelas vendas líquidas, multiplicado por 100. Em 2018 pôde-se observar que a Natura atingiu uma margem líquida de 8,66%, ou seja, seu retorno em cima do faturamento líquido foi baixo, comparado ao ano anterior, que foi de 11,42%. d) Giro do ativo (GA): avalia quantas vezes a empresa recuperou seu montante aplicado no ativo através de vendas em um determinado período. É calculado pela divisão das vendas líquidas pelo ativo total. A Natura teve um giro de 0,51 em 2018, suficiente para recuperar seus investimentos totais efetuados. Já em 2017, esse valor foi de 0,50. Cálculo da rentabilidade Os índices de rentabilidade mostram as pessoas se aquela empresa no qual ela está pensando em investir é ou não rentável. São os índices onde os sócios e gestores mais demonstram interesse por mostrar o retorno dos recursos aplicados em um empreendimento e/ou projeto. São representados por 2 tipos, são eles: a) Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL): mostra o quanto o patrimônio líquido cresceu consequente do resultado do período. É calculado pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido, multiplicado por 100. Observa-se que a Natura, em 2017, obteve uma rentabilidade de 41% do seu patrimônio líquido, enquanto em 2018 essa porcentagem caiu para 21,30%, resultando em uma queda de 48,03% comparado com o ano anterior. Isso mostra que em 2017 era mais vantajoso investir nos recursos da empresa. b) Rentabilidade dos investimentos (RI): mostra o quanto os investidores obtiveram de retorno com o dinheiro investido. É calculado pela divisão do lucro líquido pelo ativo total, multiplicado por 100. Visto que a Natura em 2017 atingiu um valor de retorno de 5,68% sobre seus investimentos, pode-se notar que o payback desse montante se daria em 14 anos. Já em 2018, a mesma teve um retorno de 4,39%, aumentando esse payback para 21 anos. 9 Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa Tendo analisado as informações obtidas através das demonstrações financeiras da Natura, observou-se que tanto os índices de liquidez quanto os de lucratividade da empresa são bons. A Natura tem grande parte de suas vendas obtidas através de consultoras, ou seja, vendas diretas, como pode-se notar na conta de clientes, em seu balanço patrimonial. Comparado os anos apresentados, 2017 e 2018, notou-se que o patrimônio líquido da empresa em 2018 foi superior ao ano de 2017, tendo em vista que os investimentos a longo prazo foram superiores em ambos os anos. Outro ponto a se observar é que o grau de endividamento da empresa não é preocupante pois a organização sempre se destaca dentre as primeiras, como dito, considerada a 4º maior grupo no setor de beleza do mundo. Referências bibliográficas Luís, André Fernandes Limeira. Gestão Contábil Financeira; 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015 Natura, 2021. Disponível em: https://www.natura.com.br/. Acesso em: 26 fev. 2021 https://www.natura.com.br/
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