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Fundamentos Metodologicos do ensino de ginastica ritmica e artistica

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DE 
GINÁSTICA RÍTMICA E ARTÍSTICA 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Unidade 1: 
 
 História da Ginástica: concepções, métodos e escolas .............................................. 
 
Unidade 2: 
 
 História da ginástica ................................................................................................... 
 
Unidade 3: 
 
 Regulamentação básica da ginástica artística ........................................................... 
 
Unidade 4: 
 
 Esportes Ginásticos: teorias, objetivos e prática. ....................................................... 
 
Unidade 5: 
 
 Terminologias aplicadas na ginástica artística. .......................................................... 
 
Unidade 6: 
 
 Segurança na ginástica artística................................................................................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Assumir a postura de um profissional que se apresente como mediador do 
conhecimento é compreender a diversidade e as complexidades que surgem na 
individualidade de cada educando diante de suas necessidades e potencialidades. 
Estudar em EaD não é uma tarefa tão fácil como muitos pensam, os desafios 
são constantes. Vale ressaltar que esta modalidade também permite muitas vantagens 
na aquisição de um curso superior, como a possibilidade da interatividade entre 
colegas, tutores e técnicos administrativos que auxiliam na construção da 
aprendizagem dentro do conforto de sua casa. 
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) disponibiliza uma gama de recursos, 
tecnologias da comunicação e ferramentas de apoio à aprendizagem que permitem a 
interação acima, entre elas estão: fóruns, chats, videoconferências, simulações e 
exercícios on-line. 
Não poderíamos esquecer que muitas pessoas gostam de ler e estudar o 
material de maneira física, fazendo suas anotações, grifos e dialogando com os autores 
a partir de comentários ou apresentando dúvidas para serem sanadas pelo tutor ou 
para serem compartilhada com os colegas. 
 Buscando mais uma alternativa para apoiar os(as) alunos(as) em seus estudos, 
esta coletânea foi elaborada com o objetivo de facilitar a impressão de todos os 
capítulos de livros que estão disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizado 
(AVA) para quem deseja estudar no material físico sem precisar imprimir os arquivos 
separados por unidades. Desta forma, o aluno poderá ter acesso a todos os textos que 
serão fundamentais para as atividades da disciplina em um só material. 
Bom trabalho e aproveite cada instante da oportunidade de construir 
conhecimento, pois este é um pilar fundamental para sua formação. 
Um abraço, 
Equipe Pedagógica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos 
Ginásticos da 
Atividade Física
Rodrigo de Azevedo Franke
História da ginástica: 
concepções, métodos 
e escolas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a construção histórica da ginástica e sua relação com a 
educação física.
 � Elencar as principais escolas europeias de ginástica e suas principais 
características.
 � Enumerar e classificar os diferentes métodos da ginástica.
Introdução
A ginástica como ferramenta para trabalhar o corpo, aperfeiçoar a apti-
dão física ou até mesmo melhorar capacidades cognitivas e comporta-
mentais, com caráter competitivo ou não, data de muitos anos atrás. Na 
antiguidade, a ginástica começou a ser usada como forma de exercitar 
o corpo independentemente de uma necessidade de sobrevivência. 
Essa ideia evoluiu de tal modo dentro da sociedade que a ginástica foi 
inserida dentro das escolas e clubes esportivos, além de espaços criados 
especificamente para ela, passando, assim, a sofrer influência de diversos 
métodos de sistematização oriundos de países europeus.
Neste capítulo, você vai estudar a evolução histórica da ginástica e 
sua relação com a educação física, conhecer e classificar os diferentes 
métodos de ginástica, bem como as principais escolas europeias e suas 
particularidades.
A construção histórica da ginástica e 
sua relação com a educação física
Podemos dizer que a ginástica tem seus primeiros registros na Pré-história, 
período em que as práticas corporais eram usadas para fins de sobrevivência. 
Exercícios como escaladas, arremessos, golpes e saltos eram realizados para 
aperfeiçoar a caça e a pesca, além do cultivo na agricultura. A melhora na 
aptidão física era crucial, já que a necessidade de ataque e defesa era vital e 
diária.
Com a evolução do tempo e da estrutura da sociedade, a ginástica passou 
a ser planejada com o objetivo de exercitar o corpo para diversos fins, e não 
somente visando à sobrevivência. Na Grécia Antiga, o termo “ginástica” é 
criado (gymnastiké: forma de fortalecer o corpo; gymnádzein: treinar nu, 
forma como os gregos se exercitavam), referindo-se à arte de treinar o corpo 
e melhorar as capacidades físicas, com diferentes objetivos: desempenho 
militar, rituais culturais, competições esportivas, atividade estética, dentre 
outros. Era dada grande importância à formação humana dos indivíduos e, 
por isso, muitos professores buscavam aliar formação intelectual e exercícios, 
numa relação de associação entre corpo e mente.
Na Grécia Antiga, com o nascimento dos Jogos Olímpicos, a ginástica passou a ser 
utilizada pela primeira vez como uma atividade esportiva, a fim de atestar qual atleta 
obtinha o melhor desempenho dentro de uma determinada modalidade. Na Figura 1, 
o estádio olímpico de Atenas, local onde eram realizadas as competições.
Figura 1. Estádio olímpico de Atenas.
Fonte: hurricanehank/Shutterstock.com.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas2
Na Roma Antiga, a ginástica era encarada de uma forma bem diferente. 
Seu o objetivo único e exclusivo eram os treinamentos militares. O culto ao 
corpo, as competições e o caráter pedagógico dos exercícios gímnicos per-
deram espaço, já que a intenção era preparar os soldados e a população em 
geral para as guerras, comuns no período e na região, através de exercícios 
que fortalecessem o corpo e simulassem golpes de combate corpo a corpo, 
além do manuseio de armas.
No período histórico seguinte, com a queda do Império Romano e a ins-
tauração da Idade Média, os valores que regiam a sociedade da época estavam 
fortemente ligados à Igreja Católica. Naquele momento, o corpo tinha conotação 
pecaminosa, e por isso o culto à beleza não era aceito. Por essa razão, a prática 
de exercícios estava intimamente ligada ao desenvolvimento de valências 
físicas para a guerra e à consequente conquista de novos territórios (Cruzadas). 
Os Jogos Olímpicos, inclusive, foram proibidos em determinado momento da 
Idade Média e só foram retomados próximo ao século XX.
Após o período da Idade Média surgiu o Renascimento, um movimento 
cultural que substituiu de forma profunda os valores medievais vigentes, 
reincorporando os padrões vigentes na Antiguidade com as sociedades greco-
-romanas, tais como: o culto ao corpo belo, à estética e à beleza, além dos 
procedimentos gímnicos como forma de trabalhar o corpo não somente visando 
a luta e a guerra, mas também o bem-estar e a evolução intelectual.
Avançando nessa linha do tempo, nos séculos XVIII e XIX a ginástica 
passa a ter maior importância dentro da sociedade. O desenvolvimento da 
área na Europa é grande, principalmente em países como França, Suécia e 
Alemanha, centros que seriam referência mundial no que diz respeito à evo-
lução da ginástica e à forma como ela deveria ser ensinada para a população.
O processo de imigração foi fundamental para o crescimento das escolas 
de ginástica europeias. Conforme a sistematização e a implementação da 
ginástica evoluíam muito nos grandes centros europeus, os imigrantes que 
colonizavam outros países, como os do continente americano, influenciavam 
na forma como a ginásticaera vista e vivida nesses lugares antes mesmo da 
prática ganhar relevância mundial.
3História da ginástica: concepções, métodos e escolas
A ginástica foi, portanto, inserida aos poucos no currículo escolar como 
parte da formação intelectual dos cidadãos. No Brasil não foi diferente. 
A reforma Couto Ferraz, realizada em 1851, marcou o início da obrigatoriedade 
do ensino de educação física nas escolas que pertenciam ao município da corte. 
O momento foi delicado, pois os pais não aprovaram a medida por acreditar 
que a disciplina não tinha grande exigência intelectual.
Apesar da resistência, a medida foi mantida e a ginástica passou a fazer 
parte do currículo escolar. Influenciada por diferentes escolas europeias, era 
a base das aulas de educação física, sendo muitas vezes tratada como um 
sinônimo dessa disciplina. O grande objetivo da implementação da ginástica 
era formar indivíduos fortes e capacitados para as mais diferentes atividades, 
fossem elas laborais ou esportivas. Além disso, havia também o desejo de 
desenvolver um padrão moral pautado no perfil europeu, que era baseado na 
disciplina e no trabalho.
Entretanto, com o passar dos anos, a ginástica perdeu força nas aulas de 
educação física, que passaram a ser, cada vez mais, guiadas pela prática de 
esportes, sobretudo os coletivos. Essa mudança ocorreu principalmente por 
causa da expansão e popularização desses esportes, além do fato de as aulas 
de ginástica envolverem muitos exercícios de repetição, o que tornava as aulas 
entediantes e monótonas quando comparadas com o caráter competitivo e 
dinâmico que envolvia a prática de esportes.
Dessa forma, como podemos perceber, a ginástica foi moldada ao longo dos 
diversos períodos históricos, sofrendo mudanças na forma como era encarada 
e nos objetivos que levavam as pessoas a praticá-la. Um ponto de extrema 
importância e que deve ser detalhado é o surgimento das escolas europeias que 
influenciaram a forma como a ginástica foi implantada e funciona no Brasil 
até hoje. No próximo tópico, explicaremos como surgiram essas escolas, quais 
eram os países envolvidos e quais as características de cada uma.
As conquistas da seleção brasileira de futebol em 1958, 1962 e 1970 tiveram grande 
influência na mudança do perfil das aulas de educação física no país, que passaram a 
adotar cada vez mais o perfil desportista, devido ao clamor popular e ao sentimento 
de euforia e patriotismo perante as conquistas da equipe.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas4
As principais escolas europeias e 
suas características
A ginástica, tal qual a conhecemos hoje, com suas diversas variações, surgiu 
na Europa durante o século XIX. Três centros foram mais relevantes no seu 
processo de inserção: a França, com o movimento do oeste; a Alemanha, com 
o movimento do centro; e a Suécia, com o movimento do norte (VIEIRA et al., 
2013). A união dos métodos criados por cada um desses movimentos sustenta, 
até hoje, as bases da ginástica no mundo. Isso porque, apesar de apresentarem 
particularidades e diferenças entre si, também tinham algumas características 
em comum, como almejar o aumento da força, o perfil higiênico e a melhora 
da disposição na vida cotidiana.
A Inglaterra também teve papel importante nesse período; contudo, o perfil 
da escola inglesa era voltado para a prática de esportes e jogos coletivos, tendo 
papel fundamental na implantação e criação das regras de diversos esportes, 
difundidos pelo mundo inteiro e populares até hoje. O diretor da escola de 
rugby na Inglaterra, Thomas Arnold, é considerado o “pai” do esporte por ter 
criado normas para a prática de várias atividades esportivas e formalizado a 
organização de clubes e associações (SCARSI, 2012). Alguns valores eram 
considerados muito importantes, como a colaboração entre companheiros e 
o respeito às normas de cada modalidade e aos adversários. Cabe também 
mencionar também a Dinamarca, que seguiu o movimento do norte juntamente 
com a Suécia, na Escandinávia, já que, graças a Franz Nachtegall, esse país 
foi o primeiro a considerar a ginástica como disciplina integrante do currículo 
escolar.
Como as principais escolas europeias responsáveis pelo desenvolvimento 
da ginástica e sua influência no Brasil foram a alemã, a sueca e a francesa, 
veremos, agora, uma descrição mais detalhada de cada uma delas.
A escola alemã de ginástica
Nascida entre o final do século XVIII e início do século XIX, a escola alemã 
de ginástica tinha como principal objetivo o desejo de formar indivíduos 
fortes e capazes, tomados por um espírito patriótico e nacionalista. Havia a 
crença de que a prática de exercícios físicos estava estritamente relacionada 
com o processo de educação, pois exercia grande influência sobre a mente 
5História da ginástica: concepções, métodos e escolas
e as atitudes dos cidadãos. Pautados nas ciências biológicas como forma de 
embasar a ginástica e formar indivíduos capazes, podemos destacar dois 
criadores do método alemão de ginástica: Johann Christoph Friedrich Guts 
Muths (1759-1839) e Friedrich Ludwig Christoph Jahn (1778-1852).
Guts Muths acreditava que a ginástica deveria ser realizada todos os dias 
e por todos os indivíduos, inclusive mulheres e crianças, uma vez que elas 
representavam, respectivamente, as geradoras dos filhos da pátria e o futuro 
da nação. O governo seria o responsável por organizar a ginástica, como forma 
de educar as pessoas sobre seus corpos e sobre o ambiente em que vivem. Por 
sua vez, Jahn incorpora, além disso, um forte caráter militar à ginástica alemã. 
Seu método, conhecido como “Turnen”, logo ganha a admiração da classe 
governante, justamente por ter caráter patriótico, exigir execuções ordenadas 
e trabalhar com uma forte relação de disciplina e subordinação por parte dos 
praticantes com o responsável por ministrar os exercícios. Por acreditar na 
possibilidade real do acontecimento de uma guerra, Jahn estimulava a prática 
de jogos e lutas, além de implantar equipamentos para a prática dos exercí-
cios, fato que o levou a ser considerado o criador da ginástica com aparelhos 
(SOARES, 2001). Tanto Guts Muths quanto Jahn tinham por objetivo atingir 
grandes massas com sua metodologia de ginástica e, a partir desse ponto, 
formar o caráter e o ideal patriótico dos cidadãos alemães.
Com uma abordagem um pouco distinta, podemos destacar outro importante 
incentivador da ginástica na Alemanha: Karl Adolf Spiess (1810-1858). Spiess 
preocupou-se de forma mais contundente com a inserção da ginástica nas 
escolas. A seu ver, deveria existir um momento próprio para a prática dessas 
atividades, que respeitavam uma sequência lógica e específica: exercícios 
livres, exercícios de suspensão, exercícios de apoio e ginástica coletiva. Para 
Spiess, essas atividades seriam a melhor forma das crianças alcançarem o 
equilíbrio entre aptidão física e suas almas.
No Brasil, a metodologia da ginástica alemã foi uma das primeiras a ser 
reproduzida. Isso ocorreu principalmente por conta do processo de imigração 
na região sul do país, pois, uma vez que os imigrantes tinham a ginástica como 
um hábito de vida, esse hábito foi levado para as regiões em que passaram a 
viver. Além disso, o método alemão norteou as práticas corporais no exército 
brasileiro de 1860 até 1912, quando foi substituído por outra escola europeia 
de ginástica: a francesa. Nas escolas, a ginástica alemã foi incorporada em 
1870 e perdurou até meados de 1920, quando também foi substituída por outra 
metodologia de ensino da ginástica: a sueca.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas6
A escola sueca de ginástica
A escola sueca de ginástica tinha um viés um pouco diferente da escola alemã, 
principalmente pelo fato de envolver um maior caráter pedagógico, e não 
autoritário. As duas escolas tinham pontos em comum, como a formação de 
cidadãos mais capazes (servir à nação) e com boa aptidão física (ameaça de 
guerras), entretanto, a escola sueca tinha como objetivo maiorformar indiví-
duos livres de vícios, como o alcoolismo, que era um problema presente na 
sociedade da época, e trabalhar aspectos mentais e morais. Dessa forma, seria 
possível ter uma população capaz de servir ao país da melhor forma possível, 
o que era fundamental naquele momento, uma vez que a Suécia passava por 
um processo de desenvolvimento industrial e a mão de obra da população era 
a peça-chave para garantir o sucesso dessa fase e a evolução do país.
Pehr Henrik Ling (1776-1839) é o responsável por ditar as ideias por trás 
do método sueco de ginástica. Baseado em um espírito nacionalista, forma-
dor e anatômico, Ling considera que a ginástica sueca pode ser dividida em 
quatro tipos.
 � Ginástica pedagógica ou educativa: considerada a forma mais de-
mocrática da atividade, pois não tinha restrição quanto à idade, sexo, 
capacidade física ou condição social. Seu principal objetivo era formar 
indivíduos livres de vícios, doenças e com bom padrão postural.
 � Ginástica militar: baseada na ginástica pedagógica, visava exercitar 
gestos de luta e combate, como a manipulação de espadas de esgrima 
e o manuseio de armas de fogo, para que os cidadãos fossem capazes 
de combater em uma possível guerra.
 � Ginástica médica ou ortopédica: também era embasada na ginástica 
pedagógica e tinha como objetivo prevenir ou até mesmo curar doenças 
e vícios através de exercícios específicos para cada condição.
 � Ginástica estética: assim como os demais tipos, trabalha o aspecto 
pedagógico de maneira contundente. Nesse tipo de ginástica, eram 
priorizados movimentos leves e a dança, que agregavam beleza e har-
monia aos corpos.
No Brasil, a escola sueca de ginástica foi incorporada por Rui Barbosa, 
que refutou a prática alemã de ginástica em detrimento da sueca. Logo houve 
receptividade positiva por camadas importantes da sociedade, como políticos 
e intelectuais, já que a fundamentação pedagógica dessa escola era conside-
7História da ginástica: concepções, métodos e escolas
rada a mais adequada para a formação das crianças das escolas primárias e 
secundárias. 
A escola francesa de ginástica
Por fim, a escola francesa de ginástica foi idealizada por Francisco Amorós 
y Ondeano (1770-1847) com forte ideal higiênico, a fim de formar pessoas 
saudáveis. O método pedagógico, com forte caráter de organização e disciplina 
(GOELLNER, 1992), se baseava em atividades simples e naturais, como 
nadar, correr e saltar, além da prática de hipismo, ciclismo, dança e exercícios 
calistênicos de repetição.
Um dos principais objetivos do método francês era construir um homem 
idealizado, amplamente evoluído em diversos aspectos de sua formação ética, 
intelectual, social e física. Portanto, o método tinha por base dois alicerces: 
o ideal higiênico e o ideal militar. Aspectos psicológicos ou sociais eram, de 
certa forma, ignorados na condução das aulas.
Dentre outras características dessa escola, podemos ressaltar também a 
intenção de atuar no processo educativo e na potencialização da produtivi-
dade dos cidadãos, formando sujeitos completos (militarmente, moralmente 
e socialmente) e que servissem como uma boa força de trabalho no processo 
de industrialização que se instaurava.
No Brasil, o método francês de ginástica foi amplamente utilizado no 
exército, substituindo o método alemão. Entretanto, por ser considerado um 
método com fundamentação científica, foi defendido por intelectuais como 
uma forma de ensino e como uma influência a ser adotada por professores 
modernos. Sendo assim, o método foi amplamente utilizado na década de 
1940 no ensino primário, secundário e até mesmo superior.
A ginástica francesa foi a primeira metodologia legalmente reconhecida 
e adotada nos currículos escolares brasileiros no ano de 1931, através do 
Regulamento Número 7 da Educação Física, numa tradução do Règlement 
Général d’Éducation Physique.
Além disso, o método tinha forte caráter nacionalista, o que era visto 
como um ponto positivo para a sua aplicação no Brasil. Isso porque alguns 
intelectuais acreditavam que era preciso forjar a identidade do brasileiro, a 
fim de formar uma nação mais coesa e que empregasse maior energia para o 
desenvolvimento econômico.
Como é possível observar, apesar de algumas características peculiares a 
cada uma das escolas europeias de ginástica, um objetivo é claro e comum a 
História da ginástica: concepções, métodos e escolas8
todas elas: a formação de sujeitos fortes e com bom desenvolvimento intelectual, 
capazes de produzir e fomentar a economia do país, bem como defendê-lo frente 
a determinadas situações. Além disso, essas escolas europeias fundamentaram 
o surgimento de diferentes métodos de ginástica e, consequentemente, esportes 
gímnicos que se consolidaram como modalidades esportivas tradicionais e 
que são populares até hoje. Vamos falar sobre eles no próximo tópico.
No vídeo disponível no link a seguir, de autoria de Ronald Turíbio, podemos ter um 
breve resumo sobre o surgimento do método de ginástica europeu.
https://goo.gl/xx2v8b
Os diferentes métodos de ginástica
Com a consolidação da ginástica como uma forma de exercício físico e sua 
consequente popularização, surgiram diferentes métodos de ginástica, com 
diferentes características e objetivos a serem trabalhados. A ginástica passou 
a ser utilizada em programas de condicionamento físico, como ferramenta de 
formação ou como modalidade esportiva.
Dentre as importantes vertentes dessa atividade, podemos destacar as 
seguintes: ginástica de condicionamento físico; ginástica para todos (ginástica 
geral); ginástica natural; e ginástica competitiva. 
Ginástica de condicionamento físico
Mais abrangente e popular, é o método que utiliza a ginástica para o de-
senvolvimento das valências físicas, melhora do condicionamento físico e 
funcionamento adequado do corpo. Engloba exercícios práticos, seja em 
espaços propícios, como academias de ginástica, ou em locais públicos, como 
parques e praças.
Uma de suas principais características é a sistematização do exercício físico 
através do controle de variáveis como repetições, número de séries, intensidade 
do estímulo, frequência de treinos, intervalos de descanso, entre outros.
9História da ginástica: concepções, métodos e escolas
Devido ao diferente perfil das pessoas que buscam se exercitar, surgiram 
diferentes modalidades de ginástica para o condicionamento físico. Muitas se 
tornaram extremamente populares e são realizadas por uma grande parcela 
da população. Dentre elas, podemos destacar:
 � ginástica calistênica: exercícios gímnicos que envolvem o peso do pró-
prio corpo como resistência, como suspensões em barra, por exemplo;
 � ginástica de academia: aulas normalmente desenvolvidas em grupo, 
podendo ter diferentes enfoques, como flexibilidade, condicionamento 
cardiorrespiratório ou reforço muscular;
 � ginástica local: exercícios de resistência que trabalham segmentos 
específicos do corpo, de acordo com a condução do professor;
 � ginástica em meio aquático: exercícios resistidos conduzidos em piscinas, 
com menor grau de impacto, como jogging aquático e hidroginástica.
Como exemplo de atividade de ginástica de condicionamento, temos: aulas 
em grupo ministradas em academia (spinning, jump, funcional, crossfit, alon-
gamento, grupo de corrida), musculação, aulas de treino resistido localizado, 
exercícios com peso do corpo e natação.
Ginástica para todos (ginástica geral)
A ginástica para todos, conhecida antigamente como ginástica geral, é um 
método extremamente democrático e abrangente, pois envolve elementos de 
diversas vertentes da ginástica: artística, rítmica e de trampolim, além de 
dança, expressões rítmicas e atividades livres e espontâneas dos participantes.
Respeitando a individualidade e o limite de cada um, esse método não 
possui contraindicação, visto que não é preciso grande capacidade técnica 
para executar os gestos e nem uma grande aparelhagem para realizar a aula.
Como exemplo de ginástica paratodos, basta pensarmos em uma aula que 
englobe diversas influências dos métodos competitivos de ginástica, expressões 
de dança e folclore, presença (ou não) de música, que envolva a utilização de 
materiais e uma coreografia.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas10
Ginástica natural
A ginástica natural envolve atividades consideradas básicas e que podem ser 
realizadas com qualquer habilidade motora elementar e em qualquer ambiente. 
Como exemplo, podemos citar jogos lúdicos. Além disso, esse tipo de ginástica 
pode ter uma relação entre prática corporal e o meio no qual o sujeito está 
inserido, com técnicas de relaxamento e respiração. É um bom método para 
ser trabalhado com crianças e adolescentes, em escolas ou parques, ou, ainda, 
uma forma de realizar práticas que exijam autocontrole, autoconhecimento 
e concentração.
Alguns elementos de lutas orientais, como o judô e o jiu-jitsu, bem como 
atividades de meditação e autoconhecimento, são bons exemplos de atividades 
de ginástica natural.
Atividades com elementos da ioga ou tai chi chuan, em contato com a natureza, são 
bons exemplos de prática de ginástica natural.
Ginástica competitiva
A ginástica competitiva é um método seletivo, que tem como objetivo atestar, 
por meio de eventos esportivos e campeonatos, aqueles indivíduos que conse-
guem apresentar melhor desempenho dentro de uma determinada modalidade.
Não se trata de um método democrático como a ginástica para todos, já 
que normalmente é utilizado em clubes que visam o bom desempenho em 
competições. Por conta do insucesso, algumas pessoas não evoluem dentro 
de uma determinada modalidade.
Como formas de ginástica competitiva, podemos citar:
 � ginástica artística: engloba exercícios com diferentes aparelhos (argolas, 
barras e cavalo) ou apresentação no solo;
 � ginástica rítmica: trabalha com diferentes artefatos (arco, bola, bastão 
ou corda) em uma coreografia;
11História da ginástica: concepções, métodos e escolas
 � ginástica acrobática: envolve a realização de exercícios de agilidade, 
força e equilíbrio ritmados por uma música;
 � ginástica de trampolim: envolve a realização de uma série de saltos 
com o implemento de um trampolim;
 � ginástica aeróbica: combina elementos de ginástica clássica com dança 
e resistência.
O site da Confederação Brasileira de Ginástica reúne informações sobre eventos e 
regulamento de cada uma das modalidades competitivas da ginástica, além de infor-
mações sobre as seleções das modalidades artística, rítmica e de trampolim. Confira!
http://www.cbginastica.com.br/
Neste capítulo, foi possível ter uma visão mais abrangente sobre a evolução 
histórica da ginástica, desde os seus primórdios até os dias atuais. É difícil 
precisar quando essa modalidade de fato “nasceu”; contudo, sua evolução a 
partir da Antiguidade já pode ser mais bem analisada. A Europa foi onde os 
métodos foram criados e difundidos em outras regiões do mundo, não sendo 
diferente no Brasil. Esse processo foi muito forte no início do século XX e 
abriu as portas para a implantação da ginástica nas escolas através das aulas 
de educação física. Posteriormente, surgiram diferentes métodos de ginás-
tica, inclusive os competitivos, que se tornaram mais populares. Cabe, então, 
salientar a importância de conhecer o processo histórico do nascimento de 
uma modalidade de exercício para que seja possível compreender melhor a 
forma como esse mesmo método funciona nos dias atuais.
GOELLNER, S. V. O método francês e a educação física no Brasil: da caserna à escola. 1992. 
223 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano)– Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1992. Disponível em: <http://www.lume.
ufrgs.br/handle/10183/1322>. Acesso em: 15 jun. 2018.
História da ginástica: concepções, métodos e escolas12
SCARSI, D. Ginástica escolar: a prática da ginástica escolar nas aulas de Educação 
Física. 2012. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura no Curso de Educa-
ção Física)–Universidade do Extemo Sul Catarinense, Criciúma, 2012. Disponível em: 
<http://repositorio.unesc.net/handle/1/1119>. Acesso em: 15 jun. 2018.
SOARES, C. Educação física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 
2001. 143 p.
VIEIRA, M. B. et al. A importância da ginástica enquanto conteúdo da Educação Física 
escolar. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, año 18, n. 180, mayo 2013. 
Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd180/a-importancia-da-ginastica.
htm>. Acesso em: 15 jun. 2018.
Leitura recomendada
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da ginástica. 3. ed. São Paulo: Ícone, 2008. 232 p. 
(Coleção educação física escolar: no princípio da totalidade e na concepção histórico- 
crítico-social, 2).
13História da ginástica: concepções, métodos e escolas
METODOLOGIA 
DA GINÁSTICA
Vanessa Dias Possamai
História da ginástica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Analisar a evolução histórica da ginástica: terminologia, conceituação 
de movimento, descrição de exercício e classificações.
 � Discutir a origem e a evolução histórica da ginástica e a teoria e a 
prática das diversas formas de ginástica.
 � Identificar as principais escolas ou métodos de ginástica, sua influência 
na atualidade e suas dimensões pedagógicas. 
Introdução
Desde o fim do século XIV até os dias de hoje, todos os sistemas e as 
escolas de ginástica que se difundiram pelo mundo ocidental tiveram 
objetivos específicos similares, que orientaram e caracterizaram essa 
atividade física. Esses objetivos se definiram e fixaram-se com vistas a 
assegurar a educação do homem sob a perspectiva da saúde, pelo ajuste 
do desenvolvimento e da coordenação dos movimentos corporais. 
A ginástica moderna encontrou nos fundamentos racionais e positivos 
o caminho para sua evolução, preconizando, assim, uma visão do exercício 
físico controlada, racional para os aclamados objetivos sanitários, militares, 
obreiros-laborais, competitivos e estéticos. Como consequência dessa 
evolução anunciada, a ginástica passa a ser um modelo a ser seguido pelo 
esporte de rendimento ou como recurso de formação corporal e moral. 
Neste capítulo, você vai estudar sobre a evolução da história da gi-
nástica, as diferentes formas de ginásticas, além das principais escolas 
que influenciaram e ainda influenciam na atualidade.
Terminologia da ginástica
Terminologia é a nomenclatura oficial e a técnica utilizada na educação física 
e na ginástica, de acordo com autores especializados em anatomia, biomecâ-
nica, ginástica e treinamento desportivo. Sabotta (2000), em seu atlas sobre 
anatomia, define o seguinte.
 � Posição anatômica: posição ereta com todas as partes corporais vol-
tadas para a frente, inclusive as palmas das mãos. Usada como ponto 
de partida para os movimentos dos segmentos corporais. A partir da 
posição anatômica, os planos e os eixos de movimento são base para 
compreensão dos movimentos articulares.
 � Planos anatômicos: planos cardinais são três planos imaginários de 
referência que dividem o corpo em metades da mesma massa ou peso:
 ■ plano sagital (Figura 1a) – ou plano cardinal anteroposterior) divide 
o corpo verticalmente em metades direita e esquerda, com cada 
metade tendo o mesmo peso;
 ■ plano frontal (Figura 1b) – divide o corpo verticalmente em metades 
anterior e posterior com pesos iguais;
 ■ plano transverso ou horizontal (Figura 1c) – divide o corpo em me-
tades superior e inferior de mesmo peso.
 � Eixos anatômicos: quando um segmento corporal se move, ele sofre 
um deslocamento angular em torno de um eixo imaginário de rotação 
que passa por meio da articulação à qual este segmento está ligado. São 
três eixos de referência para a descrição do movimento humano, a cada 
um é orientado perpendicularmente um dos três planos de movimento:
 ■ eixo anteroposterior ou sagital – perpendicular ao plano frontal;
 ■ eixo transverso ou frontal ou lateromedial– perpendicular ao plano 
sagital;
 ■ eixo longitudinal ou vertical – é perpendicular ao plano transverso.
 � Movimento: a partir da posição anatômica – movimentos primários 
que ocorrem nos planos:
 ■ plano sagital – flexão, extensão e hiperextensão;
 ■ plano frontal – abdução e adução;
 ■ plano transverso – rotação.
História da ginástica2
Figura 1. Posição anatômica mais os eixos para base dos exercícios de movimento: (a) plano 
sagital, (b) plano frontal e (c) plano transverso.
Fonte: Adaptada de Sebastian Kaulitzki/Shutterstock.com.
(a) (b) (c)
Os movimentos nas articulações também são descritos por termos espe-
cíficos. A partir da posição anatômica, os movimentos para frente de uma 
parte em relação ao restante do corpo são chamados flexão. Quando esse 
movimento ocorre no plano frontal é chamado de flexão lateral ou inclinação 
(para movimentos do tronco e coluna). 
O movimento da mesma parte do corpo para trás é chamado extensão. 
Na abdução, as estruturas se movem lateralmente para longe do plano sagital 
mediano enquanto na adução se movem em direção ao plano sagital mediano. 
Para os dedos das mãos e dos pés, os termos adução e abdução são usados 
referencialmente a um plano frontal que passa ao longo do dedo médio da 
mão, ou do segundo dedo do pé, respectivamente. O movimento ao redor de 
um eixo longitudinal de uma parte do corpo é chamado rotação. Na rotação 
medial (ou interna), a superfície anterior do membro roda medialmente en-
quanto a rotação lateral (ou externa) gira a superfície anterior lateralmente. Os 
movimentos que combinam flexão, extensão, adução, abdução rotação medial 
e lateral (por exemplo, o movimento de pás de ventilador feito na articulação 
do ombro) são chamados de circundução. 
3História da ginástica
Algumas articulações realizam movimentos específicos. Na região das 
vértebras cervicais, ocorre um deslizamento mínimo das vértebras em direção 
ao plano anterior que chamamos de movimento de translação. Quando as 
vértebras cervicais deslizam em direção ao plano posterior, eliminando sua 
curvatura natural, ocorre o movimento de retração.
Ocorre uma flexão lateral na região das vértebras cervicais e lombares 
quando o segmento corporal se desloca no plano sagital. Os ossos do ombro 
são mantidos juntos por meio de três articulações: esternoclavicular (clavícula 
e manúbio esternal), acromioclavicular (clavícula e escápula) e glenoumeral 
(úmero e escápula), que formam o que chamamos de cintura escapular. Assim, 
quando ocorre uma elevação da cintura escapular, a articulação acromiocla-
vicular desloca-se para cima ao mesmo tempo em que a escápula realiza uma 
rotação medial em que a fossa glenoide olha para cima e o ângulo inferior da 
escápula desliza lateral e anteriormente sobre o tórax.
Quando ocorre uma depressão da cintura escapular, a articulação acromio-
clavicular dirige-se para baixo e simultaneamente a escápula faz uma rotação 
lateral ou inferior, que é o movimento da fossa glenoide que a faz olhar para 
baixo deslizando medial e posteriormente sobre o tórax. 
Na posição anatômica, a articulação rádio-ulnar está em supinação (palma 
da mão voltada para o plano anterior), e no momento que ela se volta para o 
plano posterior ocorre a pronação. Quando os cotovelos estão posicionados 
a 90° e as palmas das mãos estão voltados para cima, ocorre a supinação, e 
quando as palmas das mãos estão voltadas para o solo, ocorre a pronação. 
Alguns autores falam em prono-supinação, porque o que ocorre durante esse 
movimento é o cruzamento do rádio e da ulna na sua parte medial, o que só é 
possível pela concavidade existente nesses dois ossos. Isso permite um perfeito 
encaixe. A pelve realiza dois movimentos: a anteversão ou báscula anterior e a 
retroversão ou báscula posterior. O ponto tomado como referência é a espinha 
ilíaca anterossuperior. Quando ela se dirige para o plano anterior, temos uma 
anteversão, e quando o sentido for o plano posterior, teremos uma retroversão. 
Na articulação do tornozelo, ocorrem outros dois movimentos específicos: 
a eversão e a inversão. Na eversão ocorre uma elevação da borda lateral do 
pé, enquanto que na inversão ocorre uma elevação da borda medial do pé.
Natureza do movimento e sua classificação
Para Dallo (2007), o movimento corporal é a expressão de vida do ser humano 
e sua forma de comportamento mais primitiva. Constitui o dado e a expressão 
fundamental de sua existência e de sua conduta global. É o meio essencial de 
História da ginástica4
subsistência no mundo físico e de integração no meio sociocultural: toda a 
atividade humana associa-se, de um modo ou de outro, ao movimento. Aqui 
nos referimos especialmente ao movimento como manifestação motora que 
se concretiza nas mudanças de posição e/ou deslocamentos globais ou parciais 
do corpo, seus segmentos ou componentes, ou seja: o movimento corporal 
observável no exterior. Todavia, levamos em conta outros fatores, mesmo que 
esses movimentos se expressem de forma externa, como: gênese, caráter, forma 
de realização, aspectos biológicos e aspectos psicossociais (SACRAMENTO; 
CASTRO, 2001).
O movimento pode apresentar, igualmente, ação e manifestação física, meio 
de ação para a satisfação de necessidades e para o cumprimento de tarefas, 
obrigações ou outras formas de atividade, em cumprimento de funções ou de 
objetivos materiais e concretos ou simbólicos de diferentes índoles (trabalho, 
jogo, esporte, guerra, dança, teatro, passeio, cuidado pessoal, vida cívica, 
vida social e relação interpessoal – saudação, aplauso, abraço, etc.). Podemos 
descrever os exercícios da seguinte forma.
1. Fases do exercício:
 � Posição de partida/posição inicial.
 � Movimento ou exercício propriamente dito/execução.
 � Posição final.
 � Repetições.
2. Dosagem do exercício:
 � Partir do exercício simples ao complexo.
 � Respeitar as faixas etárias e os níveis de desenvolvimento.
 � Diversificar o maior número de segmentos corporais, ou seja, os grupos 
musculares.
3. Formação:
 � Indica o modo de disposição dos alunos no espaço físico de realização 
da atividade física.
 � Deve ser definida no início da aula ou a cada atividade proposta:
 ■ formações lineares – em uma única fileira, em coluna, em corredor 
e em zigue-zague;
5História da ginástica
 ■ formação circulares – círculo de direita e de esquerda, círculo de 
costas para o centro, círculo de frente para o centro concêntrico no 
mesmo sentido ou contrários, semicírculo e círculo concêntrico;
 ■ formações geométricas – trapézio e losango;
 ■ formação livre.
4. Deslocamentos (locomoções):
 � Em reta, zigue-zague, triângulo, retângulo, losango, quadrado, círculo, 
elipse, serpentina, espiral, arcos, laços e oito.
5. Descrição de exercício:
 � Exercício deve ser descrito em três momentos principais.
 ■ Posição inicial: os exercícios podem ser iniciados em várias posições, 
e as posições iniciais podem ser classificadas em principais (funda-
mentais) e derivadas. Veja a seguir as posições básicas principais.
 – Em pé: pés em contato com o solo unidos, joelhos estendidos, 
coluna ereta, membros superiores ao longo do corpo, cabeça ali-
nhada à coluna e olhar na linha do horizonte.
 – Sentado: glúteos apoiados sobre uma superfície, membros infe-
riores estendidos em contato ao solo.
 – Ajoelhado: joelhos fletidos apoiados sobre uma superfície.
 – Decúbito: todo o corpo apoiado sobre uma superfície – dorsal (de 
costas), de frente (ventral) e de lado (lateral).
 – Apoio: mãos em contato ao solo – frontal (de frente para o solo), 
dorsal (de costa) e lateral (de lado).
 ■ Desenvolvimento (trajetória do segmento corporal): descrição 
do movimento que será realizado pelo segmento corporal. Essa 
descrição pode incluir a direção, o ritmo e o número de repetições.
 ■ Posição final: posição que o corpo deverá estar ao final de cada 
exercício, que pode, ou não, ser a mesma que a posição inicial.
Esses movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, 
quando analisados etransformados, visam ao aprimoramento da perfor-
mance do movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos, como: 
economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do 
movimento, entre outros. Eles passam a ser considerados como movimentos 
História da ginástica6
construídos (exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exem-
plo, um movimento próprio do homem, como o saltar, foi sendo estudado, 
transformado e aperfeiçoado ao longo dos tempos, para alcançar os objetivos 
de cada um dos esportes em que ele aparece: salto em altura, em distância 
e triplo no atletismo, cortada e bloqueio no voleibol, salto sobre o cavalo na 
ginástica artística, salto “jeté” na ginástica rítmica desportiva, entre outros. 
Os movimentos gímnicos (exercícios) constituem o conteúdo específico da 
ginástica e podem ser classificados conforme a seguir.
 � Elementos corporais: passos, corridas, saltos, saltitos, giros, equilí-
brios, ondas, poses, marcações, balanceamentos e circunduções.
 � Exercícios de condicionamento físico: para o desenvolvimento de 
força, resistência, flexibilidade, etc. (exercícios localizados).
 � Exercícios acrobáticos: rotações – no solo, em aparelhos; reversões – 
no solo, em aparelhos; suspensões – em aparelhos; e pré-acrobáticos.
O Discóbolo (lançador de discos), famosa estátua do escultor grego Míron (455 a.C.), 
é uma representação de um atleta momentos antes de lançar um disco. Essa imagem 
demonstra o corpo em seu momento de máxima tensão e harmonia, balanceamento e 
simetria das proporções corporais. Essa imagem virou o símbolo do curso de educação 
física. 
História da ginástica
Conceituar ginástica nos dias atuais torna-se uma tarefa um tanto quanto difícil, 
sem nos remetermos à história, pois ela se caracteriza como um conteúdo 
que teve seu conceito, suas características e seu entendimento marcados por 
contextos que vão da expressão do corpo como arte até a busca da autossu-
peração. A palavra em grego gymnastiké significa “arte ou ato de exercitar o 
corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade”. O prefixo grego gímnos significa 
“nu, despido”, “arte de exercitar o corpo nu”. Exercitar o corpo nu, livre de 
qualquer vestimenta ou acessório, trouxe na origem da palavra ginástica uma 
enorme possibilidade para as práticas corporais (LORENZINI, 2005). 
7História da ginástica
A história da ginástica confunde-se com a história do homem. No homem 
pré-historico, a atividade física tinha papel relevante para a sua sobrevivên-
cia, expressa principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O 
exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era 
transmitido por meio das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades. 
Na Antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem 
nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar 
com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na 
preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia, nasceu o ideal da beleza 
humana, o qual pode ser observado nas obras de arte espalhadas pelos museus 
em todo o mundo, em que a prática do exercício físico era altamente valori-
zada como educação corporal em Atenas e como preparação para a guerra 
em Esparta. Em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal a 
preparação militar. Num segundo plano, a prática de atividades desportivas 
como as corridas de carros e os combates de gladiadores estavam sempre 
ligados às questões bélicas.
Na Idade Média, os exercícios físicos foram a base da preparação militar 
dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas 
empreendidas pela Igreja. Entre os nobres, eram valorizadas a esgrima e a 
equitação como requisitos para a participação em Justas e Torneios, jogos que 
tinha como objetivo “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto”. Há ainda 
registros de outras atividades praticadas nesse período, como o manejo de 
arco e flecha, a luta, a escalada, a macha, a corrida, o salto, a caça e a pesca 
e os jogos simples e de pelota, um tipo específico de futebol, e de raquete.
O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir de 
1453, quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente 
valorizado como agente de educação. Vários estudiosos da época, dentre eles 
inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da edu-
cação física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia 
e à técnica. A partir daí surgiu um grande movimento de sistematização da 
ginástica (PAOLIELLO, 2008).
A Idade Contemporânea (início da segunda metade do século XVIII) é o 
período em que surgem as primeiras sistematizações dos exercícios físicos/
ginástica, e com elas as bases fundamentais da educação física atual e também 
da educação pública estatal, principalmente a educação francesa, que mais 
tarde irá influenciar a organização escolar pública no Brasil.
História da ginástica8
Escolas de ginásticas e dimensões pedagógicas
A ginástica foi uma das primeiras formas de encarar o exercício físico de forma 
diferenciada. O período entre 1800 e 1900 marcou o surgimento de quatro 
específicas formas de encarar os exercícios físicos. Antes disso, alguns autores 
relatam que as formas comuns de exercício físico eram os jogos populares, 
as danças folclóricas e regionais e o atletismo – a origem da atual ginástica 
começa a partir daí.
Fenômeno urbano, a ginástica, a ‘‘redescoberta’’ dos exercícios físicos 
nesse período está intimamente relacionada ao advento de uma sociedade 
que se afasta do mundo natural, se industrializa, se aglomera em centros em 
que a circulação das pessoas, dos humores, dos ‘‘miasmas’’ encontra os mais 
diferentes obstáculos: casas mal arejadas, ruas estreitas e roupas excessivas e 
apertadas. Ela se desenvolve, portanto, como resposta a uma sociedade vista 
por médicos e pedagogos como decadente, fraca, degenerada e imóvel. Em 
um momento em que a população e, principalmente, a saúde da população 
passam a ser vistas como um requisito básico para o bom governo e para o 
desenvolvimento de um Estado forte. Os exercícios físicos regrados apare-
cem, portanto, como uma resposta aos males derivados dos novos modos de 
vida em ascensão na sociedade europeia e como reflexo de novas políticas 
que passarão a entender esse corpo também como um espaço de sua atuação 
(QUITZAU, 2015).
Foram quatro “escolas” de origem europeia que, no século XVIII, desen-
volveram e disseminaram seus métodos e especificidades práticas. Apesar 
de cada escola apresentar suas particularidades, tinham algumas finalidades 
idênticas, como regenerar a raça (não nos esqueçamos do grande número de 
mortes e doenças), promover a saúde (sem alterar as condições de vida) e 
desenvolver a vontade, a coragem, a força, a energia de viver (para servir à 
pátria nas guerras e na indústria) e, finalmente, a moral (que nada mais é do 
que uma intervenção nas tradições e nos costumes dos povos). A seguir, veja 
as principais características das escolas.
 � Alemã: 
 ■ Corridas, saltos, arremessos e lutas semelhantes aos da Antiga Grécia.
 ■ Exercícios ginásticos, trabalhos manuais e jogos sociais – ginástica 
natural.
 ■ Movimentos rítmicos.
 ■ Jogos e exercícios: correr, saltar, arremessar e lutar. Utilização de 
aparatos utilizados como barras para suspensão.
9História da ginástica
 ■ Exercícios militares com fins pedagógicos integrados ao currículo 
escolar: eficiência corporal.
 � Sueca:
 ■ Ginástica e literatura: instigar a força e a coragem do povo para a 
defesa da pátria.
 ■ Ginástica dividida em quatro partes, com objetivos interdependentes: 
médica, militar, pedagógica e estética.
 ■ Tem como base o uso de aparelhos (exemplo: espaldar e banco sueco).
 � Francesa:
 ■ Exercícios militares, que objetivam aumentar as potencialidades dos 
jovens, e uso dos aros, da escada de cordas, da máquina para testar 
força e do trapézio.■ Exercícios físicos de caráter médico-higienista.
 ■ Medir, experimentar e comparar – economizar energias – bases 
fisiológicas. 
 � Inglesa:
 ■ Ginástica pouco difundida. O esporte foi considerado o grande meio 
para promover a educação, por meio de jogos esportivos: organização, 
regras, técnicas e padrões de conduta.
No Brasil, a educação física sofreu grande influência das escolas de gi-
nástica. Rui Barbosa considerou, na época, o método sueco o mais apropriado 
para ser implantado nas escolas, em razão do seu caráter educacional. Porém, 
foi o método francês que mais se destacou, sendo oficialmente implantado 
nas escolas. 
Dimensões pedagógicas da ginástica 
e a influência na atualidade
O termo método estabelece uma forma de organizar e empregar formas e 
meios, com a finalidade principal de atingir os objetivos propostos. Em nosso 
caso específico, de métodos para aplicação de exercícios ginásticos, é condição 
fundamental que sejam estabelecidos procedimentos de aplicação do método 
(SCHIAVON; NISTA-PICCOLO, 2001). 
História da ginástica10
Os principais procedimentos são os seguintes.
 � Organização: parte do princípio de que para toda aplicação de um 
método existe um processo organizacional de conteúdos.
 � Explicação: embasado no fato de transmitir ao aluno de forma precisa 
e progressiva os conteúdos inerentes aos exercícios ginásticos a serem 
executados durante uma aula ou sessão.
 � Demonstração: procedimento fundamental para as aulas de ginástica, 
pois certamente potencializará o procedimento anterior, o da explicação. 
Este procedimento é dividido nas seguintes etapas:
 ■ repetição – para que o movimento seja realizado com a técnica correta 
mínima necessária;
 ■ correção – para que o movimento tenha grande eficiência e mínimo 
de gasto energético;
 ■ progressão – para que o aluno venha a executar movimentos mais 
complexos no decurso natural do tempo destinado às aulas. 
Os métodos ginásticos podem ser entendidos como um primeiro esboço 
de sistematização científica da atividade física, pois apresentam um conjunto 
sofisticado de prescrições e justificativas desenvolvidas por meio do conhe-
cimento científico do corpo e do movimento. Historicamente, a partir de 
propostas pedagógicas diversas, se desenvolveram vários grandes métodos 
relacionados a uma sistematização científica das atividades físicas no mundo 
ocidental. Esses métodos foram fundamentados a partir de relações cotidianas, 
divertimentos, festas culturais e espetáculos corporais, agregando ordem e 
disciplina (DARIDO; RANGEL, 2005). 
Os métodos apresentavam particularidades de seus países de origem, porém 
acentuavam finalidades e semelhanças, tais como regenerar as populações, 
promover a saúde, combater vícios gerais e posturais e acentuar a eficiência 
dos gestos executados. Tinham como principais propostas transformar e 
desenvolver nos indivíduos a vontade, a coragem, a força e a energia de viver.
11História da ginástica
Para saber mais sobre a história, a evolução, os campos de atuação e outros assuntos 
ligados à ginástica, acesse os links a seguir. 
www.ginasticas.com 
www.cbginastica.com.br
Evolução da ginástica: após escolas de 
ginástica até os dias atuais
As primeiras sistematizações de aulas de ginásticas em toda a Europa se 
caracterizam segundo os métodos propostos pelas “Escolas de Ginástica” a 
que está inserida. Outras ginásticas surgiram quase que na mesma época que 
os métodos europeus. 
Após a Segunda Guerra Mundial, começa a ser incentivada a pesquisa e a 
prática corporal acarretada pela grande influência do desporto na educação 
física e a ginástica se incluiu nesse processo. A ginástica se constituiu com 
códigos e características específicas: vinculada a um regulamento e às Fede-
rações, que regem esses regulamentos, organizam campeonatos, dentre outras 
funções, e tem finalidade competitiva, como qualquer outro desporto. Duas 
ginásticas foram resultados desse processo de “desportivização” da ginástica, 
sendo elas a ginástica artística e a ginástica rítmica. O movimento de despor-
tivização da ginástica continuou surgindo com outras duas denominações da 
ginástica desportiva: ginástica acrobática e ginástica aeróbica,
As manifestações das ginásticas desportivas, ao invés de competitivas, 
têm normas e códigos muito específicos, mas não necessariamente são exe-
cutadas exclusivamente em competições, além disso, podem ter um caráter de 
apresentação, principalmente no ambiente escolar ou na iniciação esportiva 
em clubes e associações. Os tipos de ginásticas existentes são regularizados 
pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), que é a organização mais 
antiga e mais abrangente na área da ginástica. São algumas delas: ginástica 
artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática, ginástica aeróbica, ginástica 
de trampolim e ginástica para todos.
Contudo, nos dias atuais, com a grande preocupação do ser humano em 
relação à vida mais saudável, à qualidade de vida, ao prolongamento da ex-
História da ginástica12
pectativa de vida e à beleza, juntamente com outros fatores socioeconômicos, 
começou a se observar um aumento das chamadas “academias de ginásticas”, 
porém, elas surgem aproximadamente na década de 30, só chegando no Brasil 
em meados da década de 60. Algumas são definidas na literatura, porém, outras 
surgiram há aproximadamente uma década no Brasil e não se encontram em 
registros catalográficos, somente em catálogos de academias ou de cursos:
 � ginástica localizada;
 � ginástica step;
 � ginástica de alongamento;
 � G.A.P. (glúteo, abdominal e perna);
 � hidroginástica;
 � pilates.
Campos de atuação da ginástica 
Em razão da grande abrangência da ginástica, o estabelecimento de um con-
ceito único para ela restringiria a compreensão desse imenso universo que 
a caracteriza como um dos conteúdos da educação física. Essa modalidade, 
no decorrer dos tempos, tem sido direcionada para objetivos diversificados, 
ampliando cada vez mais as possibilidades de sua utilização. Portanto, a fim 
de facilitar o seu entendimento, foram organizados cinco grandes grupos 
com o intuito de apresentar os seus principais campos de atuação (Figura 2).
 � Ginásticas de condicionamento físico: englobam todas as modalidades 
que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física 
do indivíduo normal e/ou do atleta. Exemplo: ginástica de academia.
 � Ginásticas de competição: reúnem todas as modalidades competitivas. 
Exemplos: ginástica artística, ginástica rítmica e outras.
 � Ginásticas fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício 
físico na prevenção ou no tratamento de doenças. Exemplos: reeducação 
postural global (RPG) e pilates.
 � Ginásticas de conscientização corporal: reúnem as novas propostas 
de abordagem do corpo, também conhecidas por técnicas alternativas 
ou ginásticas suaves, que foram introduzidas no Brasil a partir da 
década de 1970, tendo como pioneira a antiginástica. A grande maioria 
desses trabalhos teve origem na busca da solução de problemas físicos 
e posturais. Exemplo: ioga.
13História da ginástica
 � Ginásticas de demonstração: é representante desse grupo a ginástica 
geral, cuja principal característica é a não competitividade, tendo como 
função principal a interação social entre os participantes.
Figura 2. Campos de atuação da ginástica e as respectivas modalidades.
Fonte: Souza (1997, p. 26). 
GINÁSTICA
DE CONDICIONAMENTO
FÍSICO
DE COMPETIÇÃO FISIOTERÁPICA
DE DEMONSTRAÇÃODE CONSCIENTIZAÇÃO 
CORPORAL
Localizada
Aeróbida
Musculação
Step
etc.
Artística
Rítmica desportiva
Acrobática
Aeróbica
Roda ginástica
Trampolim acrobático
Tumbling
Minitrampolim
etc.
Ginástica geral
(engloba qualquer 
modalidade gímnica 
com objetivo
demonstrativo)
Antiginástica
Eutonia
Feldenkrais
Bioenergética
etc.
Reeduc. postural global
Cinesioterapia
Isostrechting
etc.
DALLO, A. R. A ginástica como ferramenta pedagógica: o movimento como agente de 
formação. São Paulo: Universidade de São Paulo,2007. 
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. (Coord.). Educação Física na escola: implicações para a 
prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
LORENZINI, A. R. O conteúdo ginástica em aulas de educação física escolar. In: SOUZA 
JÚNIOR, M. (Org.). Educação física escolar: teoria e política curricular, saberes escolares 
e proposta pedagógica. Recife: EDUPE, 2005.
PAOLIELLO, E. Ginástica geral: experiências e reflexões. São Paulo: Phorte, 2008.
História da ginástica14
QUITZAU, E. A. Da ‘Ginástica para a juventude’ a ‘A ginástica alemã’: observações acerca 
dos primeiros manuais alemães de ginástica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 
v. 37, n. 2, p. 111-118, 2015.
SACRAMENTO, A.; CASTRO, L. Anatomia básica: aplicado à educação física. Canoas, 
RS: Editora Ulbra, 2001.
SCHIAVON, L.; NISTA-PICCOLO, V. l. A ginástica vai à escola. Movimento, v. 13, n. 3, p. 
131-150, set./dez. 2007.
SOUZA, E. P. M. de. Ginástica geral: uma área do conhecimento da educação física. 1997. 
Tese (Doutorado em Educação Física)- Faculdade de Educação Física, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas, 1997.
Leituras recomendadas
ALMEIDA, R. S. A ginástica na escola e na formação de professores. 2005. Tese (Doutorado 
em Educação)- Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.
AYOUB, E. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Unicamp, 2004.
BRAUNER, V. L. P. Novos sistemas de aulas de ginástica: procedimentos didáticos (?) 
na formação dos professores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 28, n. 2, p. 211-
219, jan. 2007.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da ginástica: livro do professor e do aluno. 2. ed. 
São Paulo: Ícone, 2006. 
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. [2018]. Disponível em: <www.cbginastica.
com.br>. Acesso em: 27 out. 2018.
FEDERAÇÃO DE GINÁSTICA ARTÍSTICA, RÍTMICA, TRAMPOLIM, AERÓBICA E ACRO-
BÁTICA DO RIO GRANDE DO SUL. [2018]. Disponível em: <www.ginasticars.com.br>. 
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15História da ginástica
Conteúdo:
Esportes ginásticos: teorias, 
objetivos e prática
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer as modalidades gímnicas de solo.
 � Descrever as ginásticas de aparelho, suas características e modalidades.
 � Identificar as modalidades que compõem o grupo de ginástica não 
competitiva.
Introdução
As modalidades gímnicas se manifestam de diferentes formas, seja no 
âmbito lúdico, de prática ou no alto rendimento. Em seu processo de 
desenvolvimento histórico, a ginástica evoluiu até a dimensão que co-
nhecemos hoje, com esportes e atividades amplamente realizadas em 
academias e espaços específicos para práticas corporais diversas.
Os exercícios físicos que envolvem práticas ou esportes ginásticos 
abrangem um grande leque de possibilidades de movimentos e trabalho 
de valências físicas, desde força e potência até coordenação e equilíbrio. 
Além disso, podem ou não utilizar diversos tipos de aparelhos (as moda-
lidades que não fazem uso são as atividades de solo). Vale observar que, 
além das modalidades competitivas de ginástica, que realizam campeo-
natos mundiais e integram os Jogos Olímpicos, também são reconhecidas 
pelo órgão internacional as práticas de caráter não competitivo, a exemplo 
da Ginástica Para Todos (GPT), de grande importância no processo de 
popularização e difusão da ginástica pelo mundo. 
Neste capítulo vamos descrever as modalidades ginásticas de solo e as 
modalidades ginásticas de aparelho, com suas características e exemplos, 
além de apresentar as modalidades não competitivas.
Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática2
Modalidades gímnicas de solo
A ginástica é reconhecida como um esporte extremamente abrangente, envol-
vendo os mais diversos movimentos, valências físicas, elementos e aparelhos 
em suas distintas modalidades. Entre elas, é muito comum a prática de co-
reografias no solo. A seguir, vamos abordar cada uma delas, com um breve 
relato histórico, além da apresentação dos seus principais objetivos e das suas 
características mais peculiares.
Ginástica artística
A ginástica artística é caracterizada como uma modalidade gímnica que en-
globa diversos aparelhos (NUNOMURA; PIRES; CARRARA, 2009), sendo 
que uma de suas vertentes é o solo. O solo consiste na execução de acrobacias 
e movimentos gímnicos realizados por meio de uma coreografia ditada por 
uma música. Os movimentos empregados consistem basicamente em deslo-
camentos, saltos, rodantes, rolinhos, execução de elementos de dança, entre 
outros. Além do solo, também trabalha com os seguintes aparelhos: cavalo com 
alças, barra fixa, barras paralelas, barras assimétricas, argolas, trave e mesa.
A forma de realizar o aquecimento na ginástica artística varia conforme 
a modalidade específica. As que envolvem maior participação dos membros 
superiores normalmente demandam alongamentos e exercícios de mobilidade 
para essas articulações. O mesmo conceito se aplica às modalidades que 
exigem mais dos membros inferiores. Além disso, são realizados exercícios 
de aquecimento (corridas, saltos, etc) para aumentar a frequência cardíaca e 
o aporte sanguíneo para os músculos. 
A ginástica artística integra os Jogos Olímpicos desde o ano de 1900, em 
Paris, como parte da rotina geral; desde o ano de 1932, em Los Angeles, como 
modalidade individual para os homens e desde o ano de 1952, em Helsinque, 
para as mulheres. O Campeonato Mundial de Ginástica Artística, realizado 
desde 1903, também é um evento de extrema importância na modalidade. As 
competições podem ser disputadas de forma individual ou por equipes, com 
julgamento das notas sob responsabilidade de comissões de arbitragem que 
avaliam as atletas através de um código de pontos. Os árbitros consideram 
o valor da série e a execução da série. A nota final será a soma desses dois 
critérios.
3Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática
Algum tempo atrás a Ginástica Artística era conhecida como Ginástica Olímpica. 
Confira nesse artigo de Myriam Nunomura, Vilma Leni Nista-Piccolo e Grupo Eunegi, 
na Revista Brasileira de Ciência e Movimento, uma análise das definições e algumas 
peculiaridades sobre cada uma delas.
https://goo.gl/8mG9sG
Ginástica rítmica
A ginástica rítmica é uma das modalidades de solo mais difundidas e co-
nhecidas no mundo. É praticada somente por mulheres, apesar de existir um 
movimento propondo implantar a ginástica rítmica masculina. Essa modalidade 
é caracterizada pela execução de movimentos de beleza, elasticidade, equilíbrio 
e desenvoltura, combinando elementos de ginástica e dança, podendo utilizar 
aparatos como fitas, arcos, bolas, cordas e maças (LANARO; BÖHME, 2001).
O aquecimento envolve basicamente exercícios de alongamento muscular, 
corridas, saltos e movimentos específicos com cada um dos aparelhos a serem 
utilizados. 
É esporte olímpico desde o ano de 1984, em Los Angeles, e tem seu cam-
peonato mundial realizado desde o ano de 1963. Também a ginástica rítmica 
pode ser disputada por equipes ou individualmente, julgada por duas equipes 
de arbitragem, os árbitros de dificuldade e os árbitros de execução, com a nota 
final correspondendo à soma desses dois critérios.
Ginásticaacrobática
A ginástica acrobática envolve a realização de diversos movimentos acrobá-
ticos, como saltos, giros, rodantes, além de movimentos de sustentação. É 
sempre realizada com algum parceiro, não usa aparelhos e envolve valências 
fundamentais na ginástica, como força, equilíbrio e coordenação.
Os aquecimentos são semelhantes àqueles executados na modalidade 
de solo da ginástica artística, com alongamentos, exercícios de resistência, 
mobilidade e aquecimento geral. 
https://goo.gl/8mG9sG
Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática4
É uma das modalidades de solo que não integra o calendário olímpico, mas 
realiza seu campeonato mundial, organizado pela Federação Internacional 
de Ginástica (FIG), desde 1974. As provas são executadas em um tablado 
de doze metros quadrados e a comissão de arbitragem avalia a execução de 
séries estáticas, dinâmicas e mistas, com a realização de figuras, lançamentos 
e diagonais.
Ginástica de trampolim
Criada em 1936, nos Estados Unidos da América, por George Nissen, a ginástica 
de trampolim consiste na realização de uma série de saltos acrobáticos de alto 
grau de dificuldade, com movimentos envolvendo giros nos eixos longitudinal, 
laterolateral e anteroposterior. No Brasil, a modalidade foi promovida pelo 
professor José Filho, a partir de 1975. 
O aquecimento envolve exercícios de alongamento e uma sequência de 
saltos menos complexos.
Foi integrada aos Jogos Olímpicos recentemente, no ano de 2000, nas 
Olimpíadas de Sydney, na Austrália, enquanto o campeonato mundial da mo-
dalidade é realizado desde 1964. Utiliza como aparelho somente o trampolim 
(também conhecido como cama elástica), que consiste em uma tela de nylon 
com área de 5 m x 3 m. Os árbitros julgam elementos da série livre e da série 
obrigatória, com nota final resultante desses dois critérios. Os ginastas podem 
se apresentar individualmente ou na forma sincronizada, em que os atletas 
realizam uma mesma série de saltos ao mesmo tempo, mas em trampolins 
diferentes.
A ginástica de trampolim (Figura 1) é uma das modalidades mais apreciadas pelo 
público. Isso porque as apresentações envolvem movimentos de grande comple-
xidade e o atleta atinge alturas consideráveis devido à capacidade de propulsão 
do trampolim. 
5Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática
Ginástica circense
As modalidades de origem circense integram a categoria de exercícios de 
Educação Física relacionados a atividades expressivas e artísticas. Datam de 
muitos anos mas sofrem preconceito, marginalizadas por parte da população, 
que considera seus praticantes como desocupados, pessoas de baixo nível, 
pedintes, vagabundos, entre outros adjetivos pejorativos. Esse cenário está 
mudando. Países da Europa tem atletas reconhecidos em grupos de ginástica 
circense que realizam excursões por todo o mundo. Além disso, algumas 
escolas vêm implantando a prática circense nos currículos escolares. No Brasil, 
embora a mudança seja mais lenta e recente, também há escolas que começam a 
incorporar essa prática aos seus programas pedagógicos (BORTOLETO, 2003).
Essa modalidade aproveita uma extensa variedade de movimentos influen-
ciados por diferentes práticas corporais (GONÇALVES; LAVOURA, 2011). 
Existem as práticas que envolvem o equilíbrio, como as pernas de pau e o 
monociclo; as que envolvem os malabarismos, com a utilização de bastões 
e arcos, por exemplo; as acrobáticas de solo, com a execução de pirâmides 
humanas e paradas de mão; e as acrobáticas aéreas, com movimentos no 
trapézio e no tecido.
Figura 1. Ginástica de trampolim.
Fonte: Eugene Onischenko/Shutterstock.com.
Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática6
A ginástica circense não é uma modalidade olímpica e nem mesmo de ginástica reco-
nhecida pela FIG. No entanto, sem dúvida, é uma prática muito rica em possibilidades 
de variação e criação de movimentos com implementos externos.
Dentre as atividades circenses mais conhecidas e que mais despertam a curiosidade 
do público, as pernas de pau têm grande destaque. Confira nesse artigo, publicado 
por Marco Antonio Coelho Bortoleto, na Revista Motriz, um pouco sobre a definição, 
as possibilidades de aplicação e as consequências da prática dessa modalidade de 
origem circense.
https://goo.gl/TgRmkt
Duas práticas de origem circense vem se tornando cada vez mais popu-
lares em academias ou espaços de apresentação. Estamos falando do Tecido 
Circense e da Lira Circense. 
O Tecido Circense consiste na realização de acrobacias em suspensão 
em um tecido, com giros, inversões do corpo ou mesmo saltos (SOARES; 
BORTOLETO, 2011). O tecido fica preso pelas suas extremidades e o artista 
realiza movimentos atrelado ao mesmo, sem equipamentos de segurança 
(alguns utilizam resina para aumentar a aderência com o tecido), dependendo 
exclusivamente de sua capacidade e habilidade para evitar possíveis acidentes. 
Já a lira circense consiste na execução de movimentos acrobáticos com a 
utilização de um arco suspenso. O atleta realiza movimentos de suspensão 
no arco, o que exige muito da força muscular e do equilíbrio. Assim como no 
Tecido Circense, não existe um aparato de segurança que mantenha o executor 
preso ao arco em caso de uma eventual queda.
Além do tecido e da lira, podemos citar outros aparelhos comumente uti-
lizados na ginástica circense: monociclo, trapézio, perna de pau e malabares.
https://goo.gl/TgRmkt
7Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática
 � Monociclo — caracteriza-se por ter apenas uma roda e exigir muito do 
equilíbrio do praticante. Seu surgimento tem relação com os primeiros 
modelos de bicicleta, em que havia uma grande diferença no diâmetro 
da roda traseira em relação à dianteira. O condutor fica sentado em um 
banco ligado à única roda, com os pés apoiados nos pedais. É necessário 
movimento constante para se manter equilibrado. As apresentações 
costumam ser enriquecidas pela realização simultânea de exercícios 
de malabares ou ainda pelo equilíbrio em bases reduzidas.
 � Trapézio — consiste em uma barra de ferro acoplada em duas cordas 
suspensas no teto ou no alto de uma estrutura metálica. O atleta se 
mantém suspenso utilizando as mãos ou os membros inferiores enquanto 
realiza movimentos pendulares com o trapézio. A partir dos movimentos 
pendulares, realiza transições de um trapézio para outro, com ou sem 
o auxílio de um companheiro. Para fins de segurança, há uma tela de 
nylon que faz o papel de trampolim, caso um dos atletas caia do trapézio.
 � Perna de pau — caracteriza-se pelo uso de um aparato que aumenta a 
estatura do atleta circense, exigindo muito do equilíbrio para se manter 
em pé. A perna de pau pode ser utilizada de duas formas distintas: com 
apoio somente para os pés ou com apoio para os pés e para as mãos 
(maior comprimento). A segunda forma é de mais fácil execução mas 
é pouco comum nos circos.
 � Malabares — consiste na manipulação de alguns objetos (pinos, bolas, 
argolas, etc) que são arremessados para o ar, de uma mão para outra, 
sem que o executante os deixe cair. Essa modalidade exige muito da 
coordenação motora e da habilidade em equilibrar objetos por parte do 
atleta circense. O nível de dificuldade varia de acordo com o número de 
objetos manipulados ou com a destreza que exigem como, por exemplo, 
no uso de objetos em chamas. 
As formas de aquecimento empregadas na ginástica circense não diferem 
tanto daquelas utilizadas nas demais modalidades de ginástica. Normalmente 
desenvolvem-se exercícios de alongamento, mobilidade e aquecimento espe-
cíficos (movimentos presentes em cada prática). Com relação ao processo de 
aprendizagem, é importante que os atletas possam começar experimentando 
formas mais simples de execução, como por exemplo, a utilização de uma 
perna de pau menor ou, ainda, com uma base maior, para que o equilíbrio seja 
mais fácil. Com o tempo, o atleta é capaz de avançar, passando dos processos 
mais simples para os mais complexos.
Esportes ginásticos: teorias, objetivose prática8
Modalidades de ginástica de aparelhos
Vimos que existem diversas formas de praticar ginástica sem o uso de apa-
relhos específicos. Contudo, cabe ressaltar que as modalidades que exigem 
esses aparatos são muito populares e tem importância gigantesca na Educação 
Física e no meio esportivo. Vamos abordar agora essas modalidades e suas 
particularidades, conhecendo as principais características e como os atletas 
ou alunos interagem com os aparelhos.
Seu uso em exercícios de ginástica, exigindo movimentos específicos e 
coordenados dos executantes, foi implementado pelo alemão Friedrich Ludwig 
Christoph Jahn (1778-1852), um dos maiores influenciadores da escola alemã 
de ginástica, considerado o pai dos aparelhos de ginástica. Com o tempo, se 
tornou cada vez mais popular e passou a realizar competições específicas 
para cada aparelho.
As modalidades de ginástica que necessitam de aparelhos envolvem di-
ferentes categorias de ginástica artística, exceto o solo, sendo elas: o cavalo 
com alças, as argolas, as barras paralelas, a barra fixa, as barras assimétricas, 
a trave olímpica e o salto sobre o cavalo. Vamos abordar a seguir a principais 
características de cada um, dimensões, principais atletas e principais movi-
mentos realizados numa rotina de exercícios.
Cavalo com alças
O cavalo com alças consiste em um corpo estreito, com duas alças acopladas 
em sua parte superior. Fica a 1,5 metro do chão, tem 1,6 metro de comprimento 
e 35 centímetros de largura. As alças estão a 12 centímetros do corpo do apa-
relho e estão separadas entre si por uma distância de 45 centímetros. É de uso 
exclusivo da categoria masculina, sendo um esporte olímpico desde a primeira 
edição dos jogos, no ano de 1896, em Atenas. A característica fundamental 
dessa modalidade é que, ao longo de toda a série, somente as mãos do atleta 
podem tocar o aparelho. Portanto, a exigência de força e resistência muscular 
é enorme, bem como coordenação para realizar os complexos movimentos 
exigidos. São realizados movimentos de giros, tesouras, volteios, parada de 
mãos e saltos (saída do aparelho), sendo que diversos atletas acreditam que esse 
é o aparelho da ginástica artística com maior grau de dificuldade entre todos. 
Descontos ao longo da série são computados em caso de falta dos movimentos 
obrigatórios, toques de pernas no cavalo, perda de postura de pernas e perda 
de contato com o aparelho. O chinês Xiao Qin e o húngaro Zoltan Magyar 
são dois dos principais nomes do esporte.
9Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática
Argolas
Esse aparelho consiste em duas argolas suspensas em uma grande estrutura de 
ferro, situadas a 2,75 metros do solo e distanciadas entre si por 50 centímetros. 
A estrutura de ferro tem 5,8 metros de altura. Assim como o cavalo com alças, 
é de uso exclusivo da categoria masculina e é um esporte olímpico desde o 
ano de 1896 nos jogos de Atenas. As argolas são de execução extremamente 
difícil e exigem altos níveis de força e potência muscular, bem como de con-
trole, já que não pode haver movimento excessivo das argolas, o que gera 
descontos na nota final do ginasta. Outro critério importante de desconto é 
o tempo mínimo de sustentação em posições estáticas, que deve ser de dois 
segundos. Tempos inferiores caracterizam a posição como não mantida. O 
atleta alcança a posição inicial nas argolas com auxílio do treinador, e durante 
a rotina, executa movimentos como crucifixo, vela e parada de mãos, além de 
saltos, que caracterizam a saída do atleta. Dentre os nomes mais importantes 
do esporte, podemos citar o italiano Yuri Cechi, o chinês Yibing Chen e o 
brasileiro Arthur Zanetti, campeões mundiais e olímpicos na modalidade.
Barras paralelas
Esse aparelho consiste em dois barrotes em paralelo, fixados a dois suportes de 
metal. As barras possuem 3,5 metros de comprimento e estão situadas a 1,75 
metro do solo. Ainda, a distância que separa as barras é de aproximadamente 
50 centímetros, mas passível de alteração, considerando-se dimensões físicas 
do atleta. Assim como os dois aparelhos citados anteriormente, teve sua pri-
meira aparição nas olimpíadas de Atenas em 1896 e é de execução exclusiva 
dos homens. Também exige muito da força e equilíbrio do atleta, que executa 
movimentos como giros, parada de mãos, elementos de sustentação e saltos. 
Caso não percorra toda a extensão das barras, o competidor será penalizado 
com perda de pontos. Dentre os atletas reconhecidos na modalidade, podemos 
citar o chinês Li Xiaopeng e o japonês Sawao Kato.
Barra fixa
Também essa modalidade teve início já na primeira edição dos jogos olímpicos 
e é executada somente por homens. Consiste em barra fixa numa estrutura 
metálica, a 2,8 metros do solo, com 2,4 metros de comprimento. Exige muita 
velocidade do atleta na execução dos movimentos, com o corpo em movimento 
constante durante toda a série. Alguns elementos básicos presentes na rotina de 
Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática10
exercícios de barra fixa são os giros ao redor da barra, as trocas nas pegadas, 
as largadas e as retomadas da barra. Os movimentos são executados tanto no 
sentido anterior quanto no sentido posterior, sendo as séries curtas, com tempo 
limite de 30 segundos. Podemos citar, como grandes nomes da modalidade, 
os japoneses Takashi Ono e Mitsuo Tsukahara.
Barras assimétricas
As barras assimétricas consistem em duas barras fixadas em uma estrutura 
de metal, em diferentes alturas. Essas alturas podem variar, mas a primeira 
costuma ficar a 2,36 metros do solo e a segunda a 1,57 metro. O compri-
mento de ambas é sempre de 2,4 metros. É uma modalidade olímpica desde 
os Jogos Olímpicos de Berlin, no ano de 1936, e pode ser executada somente 
por mulheres, criada como variação das barras paralelas masculinas. Exige 
muito da velocidade, força e coordenação da executante, tendo implementos 
de segurança para possíveis quedas, como colchões. Dentre os movimentos 
e elementos que compõe uma rotina nas barras assimétricas, podemos citar a 
transferência do corpo da barra superior para a inferior, a transferência do corpo 
da barra inferior para a superior, giros e movimentos de largada e retomada 
de uma mesma barra. A atleta pode sofrer descontos em sua pontuação em 
caso de quedas, postura desalinhada do corpo e pausas entre os exercícios. 
Algumas das atletas de maior destaque nessa modalidade são as romenas 
Nadia Comaneci e Daniela Silivas.
Nadia Comaneci foi uma das maiores ginastas da história do esporte. Ela é mundial-
mente reconhecida por diversos feitos ao longo de sua carreira e talvez um dos mais 
marcantes, tenha sido em Montreal, no Canadá, no ano de 1976, quando pela primeira 
vez na história, uma ginasta conseguiu a marca de uma nota perfeita, uma nota dez.
Confira no vídeo disponível no link a seguir o desempenho da romena nas barras 
assimétricas.
https://goo.gl/obycxT
https://goo.gl/obycxT
11Esportes ginásticos: teorias, objetivos e prática
Trave olímpica
A trave consiste em uma barra com 5 metros de comprimento e apenas 10 
centímetros de largura, situada a 1,25 metro do chão. Teve sua estreia em Jogos 
Olímpicos no ano de 1952, em Helsinque, na Finlândia. Modalidade exclusiva 
da categoria feminina, se caracteriza pela imensa exigência de equilíbrio e 
coordenação por parte da ginasta. Alguns dos elementos que compõe a série 
na trave são os giros de 360 graus, os saltos na trave, giros e saltos para sair e 
entrar na trave. No caso de desequilíbrios exagerados, queda da trave ou ainda 
a falta de elementos obrigatórios, a atleta sofrerá descontos na sua pontuação 
final. O tempo limite para a atleta realizar a sua série é de um minuto e meio. 
Dentre os grandes nomes do esporte que podemos citar, temos a romena Nadia 
Comaneci e a holandesa Sanne Wevers.
Salto sobre o cavalo
Essa modalidade da ginástica artística apareceu pela primeira vez nos Jogos 
Olímpicos de Atenas, em 1896, para os homens, e nos Jogos Olímpicos de 
Helsinque, em 1952, para as mulheres.

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