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1 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Hemorragia Digestiva Aguda ▪ Definição: sangramento originário em qualquer lugar do trato gastrointestinal. Acima do ângulo de Treitz (HDA) e abaixo (HDB) ▪ Há autores que subdividem: hemorragia intestinal média (entre o ângulo de Treitz e o íleo terminal) e hemorragia intestinal baixa. ▪ Conceitos: • Hemorragia oculta = não é aparente, até que se manifeste sintomas relacionados a anemia. • Hemorragia obscura = hemorragia que persiste ou recorre após investigação endoscópica negativa. Introdução Para as Causas Altas ▪ Fatores de risco (aumentam a incidência): • AINEs – anti-inflamatórios não- esteroidais • ISRS – inibidores seletivos da recaptação da serotonina • Idade ▪ Fatores de proteção (diminuem a incidência): • IBP – inibidores da bomba de prótons • H.pylori: agentes que erradicam Helicobacter pylori Abordagem Inicial ▪ Cenário clínico: (...) Vômitos incoercíveis e sequenciais, com a presença de sangue em moderada quantidade. Encaminhado ao hospital mais próximo. ▪ Hipocorado +/4+ PA 110 x 50mmHg FC 96 bpm e enchimento capilar satisfatório. ▪ Na internação, uma avaliação inicial rápida possibilita a determinação da urgência da situação. 2 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 ▪ A reanimação é iniciada com a estabilização das condições hemodinâmicas do paciente e o estabelecimento de um meio para a monitoração da perda sanguínea ativa. ▪ Uma história cuidadosa e um exame físico minucioso devem fornecer pistas para a causa e a origem do sangramento e identificar quaisquer condições ou medicações que possam atuar como complicadoras. ▪A investigação específica deve prosseguir para definir o diagnóstico. • Medidas terapêuticas são então iniciadas, o sangramento é controlado, e a possibilidade de recorrência da hemorragia é prevenida. Hemorragia Digestiva Alta ▪ Causas (etiologias): • 1ª úlcera péptica • 2ª varizes esofágicas • 3ª laceração de Mallory-Weiss ▪ As causas de sangramento GI alto são melhor categorizadas em não varicosas e nos sangramentos relacionados com hipertensão portal. • As causas não varicosas são responsáveis por cerca de 80% deste sangramento, com a doença da úlcera péptica sendo a mais comum HDA – Doença Ulcerosa Péptica ▪ A úlcera péptica é a causa mais frequente de HDA (40%) e tem 3 complicações clássicas: • Perfuração • Obstrução • Sangramento o Mais comum (15%) o Maior mortalidade o Maior incidência de cirurgias Conduta ▪ Conduta = terapêutica clínica + endoscópica • Terapêutica clínica: • Suspender AINE • Introduzir IBP • Tratar H.pylori • Terapêutica endoscópica: classificação de Forrest 3 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Classificação de Forrest ▪ A classificação de Forrest foi desenvolvida em uma tentativa de avaliar esse risco com base nos achados endoscópicos, e para estratificar os pacientes nos grupos de baixo, intermediário e alto risco ▪ A terapia endoscópica é recomendada na vigência de sangramento ativo e em casos de um vaso visível (Forrest I a IIa). ▪ Conduta (I / IIa / IIb): • IBP intravenoso + endoscopia (epinefrina + eletrocoagulação) • Injeção de epinefrina: em todos os quatro quadrantes da lesão é recomendada para o controle da hemorragia. Cirurgia ▪ Indicações • Falha endoscópica (2 tentativas) • Choque refratário (>6UI hemácias) ou hemorragia recorrente • Sangramento pequeno e contínuo: transfusão >3UI/dia ➔ Qual cirurgias?? ▪ Se úlcera duodenal (4 etapas, se tudo correr bem) • Pilorotomia • Úlcerorrafia: não precisa retirar a úlcera, porque raramente é câncer ▪ Se o paciente estiver bem, deve-se dar continuidade aos outros tempos: • Vagotomia troncular: interrompe o estímulo de acetilcolina na produção de ácido, porém, existe perda do tônus do piloro • Piloroplastia ▪ Se úlcera gástrica: ressecção indicada devido a uma incidência de 10% de malignidade. Se não houver boas condições clínicas, abre e tira em cunha, mas se houver: • Gastrectomia + B1, B2 ou Y de Roux ▪ Vagotomia: interrupção atividade células parietais pela acetilcolina. ▪ Antrectomia: interrupção atividade células parietais pela gastrina. Retira o antro e o piloro. • Cuidado com a úlcera na anastomose. • Vagotomias: para jovens, magros, com baixo risco e sem instabilidade hemodinâmica • Troncular • Seletiva • Superseletiva • Procedimentos cirúrgicos: • Vagotomia troncular + piloroplastia: gastrite alcalina e dumping. • Vagotomia troncular + antrectomia: menor taxa de recidiva, mais eficaz, indicada para gastrite alcalina e dumping. • Vagotomia superseletiva: altas taxas de recidiva; sem dumping e gastrite alcalina. 4 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Varizes Esofágicas – HDA ▪ Se desenvolvem em resposta à hipertensão portal, produzindo uma via colateral para a descompressão do sistema porta na circulação venosa sistêmica. ▪ Mais comum: no esôfago distal e podem alcançar tamanhos de 1 a 2 cm. • Como elas aumentam, a mucosa sobrejacente se torna cada vez mais tênue, ocasionando uma lesão na presença de trauma mínimo ▪ Risco de ruptura: pressão portal > 12 mmHg • Iniciada a formação com Pp > 10mmHg ▪ Tratamento: controle da hemorragia aguda e redução do risco de ressangramento. • Não se esqueçam: estabilização hemodinâmica ▪ Tratamento clínico: fármacos que produzam vasoconstrição esplâncnica IV • Terlipressina, octreotide ou somatostatina • Se é sabidamente portador de varizes esofágica, pode iniciar antes da EDA ▪ Tratamento endoscópico (EDA): ligadura ou escleroterapia ➔ Refratários: ▪ Balão: balão de Sengstaken-Blakemore consiste em uma sonda gástrica com dois balões, um esofagiano e um gástrico. • O balão gástrico é insuflado e tracionado contra a junção gastroesofágica. • Caso essa manobra não seja suficiente para controlar a hemorragia, o balão esofagiano é também insuflado, comprimindo o plexo venoso entre eles. • A cânula de Minnesota inclui uma luz esofagiana proximal para aspirar as secreções deglutidas. ▪ TIPS: shunt transjugular intra-hepático portossistêmico • O controle costuma ser alcançado por meio do TIPS percutâneo, especialmente em um paciente instável. • O procedimento de TIPS pode salvar vidas em pacientes hemodinamicamente instáveis por sangramento varicoso refratário e está associado à morbidade e mortalidade significativamente menores que a descompressão cirúrgica ▪ Cirurgia: em pacientes para os quais o TIPS não estiver disponível ou fracassar, a intervenção cirúrgica de emergência é indicada, embora isso raramente seja necessário atualmente. 5 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Prevenção do Ressangramento ▪ Profilaxia primária: paciente que nunca sangrou e não quero que sangre da primeira vez • Betabloqueador ou ligadura ▪ Profilaxia secundária: paciente já sangrou e não quero que sangre. • Betabloqueador e ligadura Laceração de Mallory-Weiss – HDA ▪ São lacerações mucosas e submucosas que ocorrem próximas à junção gastroesofágica. Geralmente se desenvolvem em pacientes alcoólatras após um período de náuseas e vômitos intensos e seguidos de consumo excessivo de álcool. • Podem ocorrer em qualquer paciente que tem uma história de vômitos repetidos. ▪ Fisiopatologia: mecânica ▪ Diagnóstico: endoscopia • Laceração na junção esofagogástrica: maioria das lacerações ocorre ao longo da pequenacurvatura e, menos comumente, na curvatura maior. ▪ Tratamento: terapia de suporte com frequência é suficiente, pois 90% dos episódios de sangramento são autolimitados HDA – Outras Causas Hemobilia ▪ Extrusão de sangue através da via biliar/ampola de Vater ▪ História de: trauma hepático, cirrose hepatobiliar, neoplasia hepática. Fístula entre o vaso e o ducto biliar ▪ Clínica: Tríade de Sandblom • Hemorragia • Dor em hipocôndrio direito • Icterícia ▪ Diagnóstico e tratamento: a endoscopia pode ser útil para demonstrar a existência de sangue na papila duodenal, embora não seja o padrão ouro. • A angiografia é o procedimento diagnóstico de escolha. • Caso o diagnóstico seja confirmado: embolização angiográfica será o tratamento de escolha Ectasia Vascular ▪ Também conhecida como “estômago em melancia”. ▪ Caracterizada por uma coleção de vênulas dilatadas, com aparência de estrias vermelhas lineares convergindo para o antro longitudinalmente. ▪ História: mulher, idoso, cirrose, colagenose (ex: esclerodermia) ▪ Clínica: anemia ferropriva A/e ▪ Diagnóstico e tratamento: EDA com coagulação. • Ferro ou transfusão. Dieulafoy ▪ Malformações vasculares encontradas primariamente ao longo da curvatura menor do estômago, a até 6 cm da junção esofagogástrica. ▪ História/clínica: homem, sangramento maciço, indolor e recorrente ▪ Diagnóstico e tratamento: EDA com coagulação 6 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Hemorragia Digestiva Baixa ▪ Definição: sangramento originário no trato gastrointestinal, abaixo do ângulo de Treitz. ➔ Abordagem Inicial Epidemiologia • Incidência ▪ 20% das hemorragias do trato gastrointestinal (menos frequente que HDA) ▪ Mais frequente em indivíduos idosos ▪ Localização: • 95-97% cólon • 3-5% delgado ▪ Taxa de mortalidade = 3-5% Causas ▪ 1º divertículo ▪ 2ª angiodisplasia ▪ 3º câncer colorretal Manifestação Clínica ▪ Sangue oculto: baixo custo e caráter não invasivo • Detectado por pesquisa de sangue oculto ou anemia persistente ▪ Hematoquezia: sangue vermelho vivo entorno das fezes • Fonte: ânus, reto ou cólon esquerdo ▪ Enterorragia: sangue vermelho-vivo em maior volume • 10% das vezes ocorrem hemorragias maciças (>1.000mL) frequentemente com instabilidade hemodinâmica ▪ Melena: fezes escuras, pastosas e de odor fétido • Fonte no cólon proximal ou delgado ▪ A propedêutica busca estimar o volume de sangue perdido, local do sangramento e causa (etiologia). ▪ HDA manifesta sintomas de HDB em 10-15% dos casos ▪ Maioria autolimitada (80-90%) ▪ Alguns pacientes podem cursar com anemia e/ou instabilidade hemodinâmica: • Hipotensão postural • Síncope • Choque hemorrágico. 7 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Divertículo Colônico – HDB ▪ Pequenas herniações de mucosa intestinal nos pontos de fragilidade da parede do órgão, formando pequenas bolsas. ▪ Desequilíbrio nas pressões intestinais + dieta pobre em fibras ▪ Principal causa de HBD significativa em pacientes com mais de 50 anos ▪ Responsável por 30 a 50% dos casos de HDB em adultos ▪ Considerados “pseudodivertículos”, pois somente a mucosa e a submucosa intestinal estão presentes na herniação. ▪ Diverticulose intestinal:15% cursam com HDB • Cólon direito: local mais comum. o Divertículos maiores e com base mais larga o Adelgaçamento da camada média e maior exposição da artéria penetrante em sua extensão à erosão. ▪ Geralmente há um único divertículo em sangramento sem diverticulite associada. • Maior risco: HAS e uso de AINEs • Quadro clínico: hematoquezia autolimitada (80-85%), indolor e sem sinais de proctite. • Alguns pacientes apresentam enterorragia (especialmente entre 50 e 70 anos de idade). • 25% de risco de ressangramento após o primeiro episódio; 50% após os demais. Divertículo de Meckel – HBD ▪ Jovens <30 anos ▪ Divertículo verdadeiro: formação sacular composta por todas as camadas da parede intestinal (ao contrário da doença diverticular) ▪ Possui mucosa ectópica gástrica e células indiferenciadas. Produz ácido clorídrico que lesa a mucosa intestinal, causando sangramento digestivo. ▪ O sangramento do divertículo de Meckel em geral é originado por lesão ulcerativa na parede do íleo oposta ao divertículo. ▪ Diagnóstico: cintilografia ▪ Tratamento cirúrgico: geralmente requer uma ressecção segmentar, incorporando a mucosa ileal oposta, que costuma ser o local de origem do sangramento. Angiodisplasia Colônica – HDB ▪ Malformação vascular: originada durante a embriogênese gerando uma ectasia venosa na submucosa. ▪ Habitualmente tem origem venosa: os sangramentos tendem a ser menos intensos que os da doença diverticular (origem em um vaso arterial). • Algumas angiodisplasias se associam a fístulas arteriovenosas, o que pode gerar um sangramento de grande monta. 8 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 ▪ Responsável por 20 a 30% de HDB em adultos ▪ A hemorragia tende a surgir do lado direito do cólon, com o ceco sendo o local mais comum, embora possa ocorrer no restante do cólon e intestino delgado. ▪ Angiodisplasia que cursam com sangramento ocorrem principalmente em paciente > de 65 anos ▪ Fatores de risco: • Estenose aórtica • Doença de von Willebrand – FvW • Síndrome urêmica crônica • Síndrome de Osler-Weber-Rendu (telangectasias) ➔ Quadro Clínico ▪ Na maior parte das vezes, a angiodisplasia cursa com uma hematoquezia indolor e autolimitada ▪ Os que apresentam associação com fístulas arteriovenosas podem se manifestar como hemorragia maciça. ➔ Diagnóstico: • Colonoscopia • Cápsula endoscópica ➔ Tratamento • Colonoscopia • Inibidor de VEGF • Embolização • Cirurgia: ressecção segmentar, mais comumente a colectomia direita. Câncer Colorretal – HDB ▪ 10% dos casos de HDB, devendo ser um importante diagnóstico diferencial a ser considerado. ▪ Terceira causa de HDB em paciente com mais de 50 anos • Perdendo apenas para a doença diverticular e a angiodisplasia ▪ A hemorragia é mais comum nos cânceres de cólon direito e de caráter indolor, intermitente e de baixo fluxo ▪ Quadro clínico: hematoquezia associada ou não à constipação, tenesmo e eliminação de muco. Outas Causas – HDB ➔ Hemorroidas ▪ Hemorroida interna: localizadas acima da linha pectínea (plexo hemorroidário superior) • Manifesta-se como prurido e sangramento indolor: sangue ao final da defecação, fezes recobertas por sangue, sangue no vaso sanitário, ou ainda, sangramento oculto com anemia ferropriva. ▪ Hemorroida externa: localizadas abaixo da linha pectínea (plexo hemorroidário inferior) e recobertas por tecido escamoso com grande quantidade de terminações nervosas sensitivas. • Cursa com desconforto anorretal, dificuldade de higiene e dor (especialmente se houver trombose). ➔ Pólipos Intestinais ▪ Sangramento derivado dos pólipos (adenomatosos ou hamartomatosos) ▪ Sangramento pós-polipectomia (incidência entre 2-8%) • Primeiros 14 dias pós-polipectomia • Maior risco em pólipos grandes (> 2cm, base larga, cólon direito) 9 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 ➔ Lesão de Dielafoy ▪ Vaso arterial submucoso visível ▪ Embora seja mais comum no estômago, pode ocorrer também no cólon, reto e intestino delgado ▪ Quadro clínico: HDB de vulto ➔ Fissura anal ▪ Quadro clínico: sangramento vermelho- vivo, de pequena monta, observados na toalha ou papel higiênico. ➔ Colite ▪ O sangramento originário de lesão inflamatória da mucosaintestinal (colite) pode ter origem: • Infecciosa: E.coli, CMV, Salmonella, Shigella, Clostridium difficile • Isquêmica, nas doenças inflamatórias intestinais: retocolite ulcerativa ou doença de Crohn • Actínica: irradiação pélvica ▪ Quadro clínico geral: hematoquezia + dor abdominal + diarreia + febre HDB – Conduta Inicial ▪ Paciente com sangramento importante com repercussões hemodinâmicas ➔ Iniciar estabilização hemodinâmica • Fazer acesso venoso periférico calibroso • Colher sangue: tipagem • Reposição com cristalóides • Transfusão de sangue • Cateter vesical de demora • SNG - HDA duvidosa → líquido bilioso sem sangue → HDB • Sangramento significativo e com instabilidade hemodinâmica →U.T.I • Após estabilização hemodinâmica → investigação diagnóstica e tratamento específico. Diagnóstico ▪ Anamnese e exame físico: manifestações clínicas ▪ EDA: descartar HDA ▪ Identifica-se mais de uma fonte potencial de hemorragia em até 40% dos pacientes com HDB, o que torna os exames diagnósticos não tão sensíveis nem específicos como a EDA na HDA. ▪ Em 25% dos pacientes a origem do sangramento não é definida com precisão. Algoritmo Para Diagnóstico e Tratamento – HDB Métodos Diagnósticos ➔ Exame Retal ▪ Inspeção, palpação, toque retal, anuscopia e retossigmoidoscopia • Diagnóstico de fissuras, fístulas e doença hemorroidária e varizes de reto ▪ Tratamento direcionado 10 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Colonoscopia ▪ Procedimento de escolha para a avaliação da HDB ▪ Após estabilização hemodinâmica ▪ Método diagnóstico e terapêutico ▪ Mais adequada em casos de sangramento mínimo a moderado. ▪ Opção de preparo: manitol 10% 750ml, VO ou por SNG ▪ Exemplos de achados: sítio de sangramento ativo; coágulo aderido a um foco na mucosa ou a um divertículo; ectasia vascular sangrante. ➔ Preparo do Paciente ▪ Na véspera do exame: • 2 comprimidos de bisacodil 5mg no almoço • 2 comprimidos no jantar; • 500ml de manitol + 500ml de suco de laranja: entre 21h às 22h; • De 22h às 02h: tomar somente água, chá e soro; • A partir de 02h: jejum absoluto ▪ Uma hora antes do exame: • Fazer um fleet enema (posição de sims) Cintilografia com Radionuclídeo ▪ Eritrócitos do próprio paciente são marcados com Tc99m. • O sangue marcado é extravasado para a luz do TGI, criando um foco que pode ser detectado por cintilografia ▪ As imagens são coletadas até 24 horas após a injeção ▪ Preparo desnecessário ▪ Somente diagnóstico • É um guia para a utilidade de arteriografias: se a cintilografia for negativa ou somente positiva após várias horas, a angiografia provavelmente não será reveladora, não sendo necessária sua realização. ▪ Maior sensibilidade na detecção do sangramento (90%): 0,1mL/min ▪ Menor precisão na localização do foco hemorrágico (40-60%) Arteriografia/Angiografia por TC ▪ Seletiva ▪ Exame invasivo ▪ Cateterização transfemoral das artérias mesentéricas superior e inferior. ▪ Sangramento maciço e ativo ▪ Permite avaliar os principais troncos arteriais ▪ Extravasamento do meio de contraste ▪ Identificação de malformação arteriovenosa/angiodisplasias e divertículos com sangramento ativo ▪ Métodos terapêuticos paliativos: • Vasopressina (59-90% sucesso) • Embolização ▪ Menor sensibilidade na detecção de sangramento: 0,5mL—1,0/min ▪ Maior precisão na localização do foco hemorrágico. ▪ Risco de complicações: hematomas, trombose e reações ao contraste/IRA 11 CIRURGIA GERAL E SUAS ESPECIALIDADES HEMORRAGIA DIGESTIVA | MARIA RITA KAPRITCHKOFF-T3 Capsula Endoscópica ▪ Hemorragia digestiva de origem indeterminada ou obscura • Fonte de sangramento geralmente é o intestino delgado. ▪ Cápsula endoscópica: com 11 x 30mm, abriga sistema miniaturizado de captura de imagem, bateria, fonte de luz e transmissor. • Um receptor utilizado pelo paciente armazena as imagens. Tratamento Cirúrgico – HDB ▪ Necessário para cerca de 10 a 25% dos pacientes com HDB. ▪ Indicações mais frequentes: • Instabilidade hemodinâmica não reversível; • Necessidade de mais de 2000ml de hemoderivados em 24 horas • Indisponibilidade de arteriografia ou recidiva hemorrágica pós-tratamento não-cirúrgico • Sangramento contínuo por 72 horas • Tipo sanguíneo de difícil obtenção • Pacientes com graves comorbidades. ▪ Local do sangramento identificado • Colectomia segmentar com anastomose primária ▪ Origem não descoberta • Colectomia total ▪ Colectomia Laparoscópica: • Minimamente invasiva • Múltiplos trocateres: pinças e câmera • CO2 para inflar o abdome • Sítios de trocáteres conforme a tática cirúrgica • Retirada da peça
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