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Princípio gerais do pré e pós operatório Diagnóstico → preparo → internação/cirurgia → recuperação → cicatrização → alta hospitalar → cura ou melhora Pré operatório Pós operatório - é necessário conhecer a patologia, as opções terapêuticas, o prognóstico (da doença/cirurgia; balança risco benefício); ** saber o paciente que não deve operar - procedimento (preparo do paciente e da equipe); - preparo da equipe e do paciente; - burocracia (tempo necessário para preencher esses documentos, solicitação de autorização para a realização do procedimento, evidências da real indicação que podem ser solicitadas pelo plano de saúde); - recuperação, retorno ao trabalho, complicações (pensar e esclarecer para o paciente como será essa recuperação, as possíveis complicações, quanto tempo precisará até voltar ao trabalho; estar preparado para as possíveis complicações – pode ser necessário que haja algum especialista para garantir a ocorrência correta do procedimento; medidas para evitar essas complicações). Aspectos gerais: compreende uma boa abordagem clínica (anamnese e exame físico), exames pré-operatórios básicos, quando indicados, e cuidados que antecedem a cirurgia. Dados da história clínica (importantes para minimizar a ocorrência de complicações “evitáveis”): • Doença cardiopulmonar ativa; • Fatores de risco para infecções (se for mexer no TGI, maior risco de infecções); • Alergias (risco de choque anafilático); • Infecção (não fazer cirurgia eletiva em vigência de infecção, tratar antes); • Fatores de risco de doença cardíaca; • Uso de tabaco ou álcool; • Fatores de risco para sangramento; • Antecedentes de hipertensão, diabetes, asma e DPOC; • Medicamentos atuais (suspensão ou não); • Fatores de risco para trombose venosa profunda (TVP); • Cirurgia prévia ou anestesia com complicações; • Histórico de apneia do sono. Exame físico: exame físico completo + exame segmentar completo (do órgão em questão). - uso racional desses exames (indicação), mais comuns: • Hemograma (eritrócitos, plaquetas), deve ser solicitado em: - intervenções de grande porte; - suspeita clínica de anemia ou Policitemia; - insuficiência renal; - neoplasias; - pacientes com esplenomegalia; - uso de anticoagulantes; - presença de infecção ativa (avaliação do nível de leucócitos); - radio ou quimioterapias recentes (avaliação das células sanguíneas). • Coagulograma (DTP, DTPa; pode ser solicitado a depender de qual anestesia vai ser utilizada, por exemplo; na raquianestesia sempre pedem), solicitado quando: - história de sangramentos anormais; - operações vasculares; - operações oftalmológicas; - operações neurológicas; - operações com circulação extracorpórea; - hepatopatias (fatores de coagulação são produzidos pelo fígado); - síndrome de mal absorção (desnutrição pode interferir na síntese desses fatores de coagulação); - neoplasias avançadas; - esplenomegalia. • Creatinina (função renal), solicitado: - > 40 anos; - história pessoal ou familiar de nefropatias; - hipertensão; - diabetes. • Glicemia, solicitação ocorre: - pacientes > 40 anos; - história familiar ou pessoal de diabetes; - uso de hiperglicemiantes (corticoide ou tiazídicos); - pancreatopatias; - nutrição parenteral. • Eletrólitos (sódio, potássio) - pacientes em uso de diuréticos ou corticoides; - nefropatias; - hiperaldosteronismo secundário; - cardio ou hepatopatia com síndrome edemigênica (edema de membros inferiores). • Raio X de tórax - paciente > 60 anos; - operações torácicas ou abdome superior; - cardiopatias (análise da área cardíaca); - pneumopatias; - portadores de neoplasia (principalmente para avaliação de comprometimento pulmonar/metástases pulmonares); - tabagismo de mais de 20 cigarros ao dia. • Urocultura - pacientes com indicação de cateterismo vesical durante a operação ou - que façam parte do grupo de risco de bacteriúria assintomática (idosos, diabéticos, infecção urinária de repetição, litíase urinária, bexiga neurogênica, malformações de vias urinárias, gravidez, AIDS). • ECG: - homens com mais de 40 anos; - mulheres com mais de 50 anos; - cardiopatas, coronariopatas ou com sintomas de angina; - diabéticos; - hipertensos; ** fatores de risco para aterosclerose (diabetes e hipertensão) - portadores de outras doenças com repercussão cardiovascular; - pacientes em uso de drogas cardiotóxicas. • Tipagem sanguínea - apenas procedimentos cirúrgicos de grande porte com possibilidade de perda sanguínea elevada (podem precisar de hemotransfusão no perioperatório); - deve ser acompanhada de reserva de sangue. • Parasitológico de fezes: - intervenção sobre o tubo digestivo. - é preciso saber diferencias exames pré- op/eratórios de exames diagnósticos e/ou estadiamento. ** cirurgias de pequeno/médio porte em pacientes com menos de 40 anos e hígidos normalmente não necessitam de exames pré-operatórios. Exames pré-operatórios x exames diagnósticos e/ou estadiamento - de acordo com as características clínicas do paciente, ex.: paciente ictérico, hipertireoidismo, estenose pilórica, diabético, sindorme de Cushin, feocromocitoma. Paciente ictérico: • morbimortalidade elevada; • possibilidade de lesão do hepatócito que leva a possibilidade de insuficiência hepática; • maior susceptibilidade a translocação bacteriana (sepse); • pacientes que podem estar imunossuprimidos; • susceptíveis a absorção de endotoxinas; • susceptíveis a lesão tubular renal, insuficiência renal. - conduta: • hidratação venosa mais rigorosa para evitar lesão renal; • drenagem da via biliar sempre que possível; • reposição sais biliares por via oral (pode ser necessário); • colestiramina (caso os pacientes apresentem prurido intenso, ela pode ser utilizada para diminuição do mesmo); • vitamina K (eventuais correções de produção de fatores de coagulação); • dieta hipoproteica; • antibioticoprofilaxia. Estenose pilórica (distensão gástrica, vômitos, pode ter perda importante de eletrólitos podendo desenvolver distúrbio ácido-base no perioperatório) • aspiração gástrica com sonda de Fouchet por 3 dias; • reposição hidroeletrolítica e ácida-básica; • reposição de albumina e/ou plasma (para correção de distúrbios); • avaliação e suporte nutricional (sonda enteral se possível ou nutrição parenteral); • antibioticoprofilaxia. Diabético • glicemia deve ser mantida entre 100 e 200 mg/dL; • cirurgia deve ser realizada preferencialmente pela manhã para reduzir risco de hipoglicemia; • substituir hipoglicemiante oral por insulina regular dois dias antes (também para reduzir risco de hipoglicemia); ** análise a cada 6 horas e correção com a insulina regular de ação rápida. • monitorar glicemia e fazer insulina regular sempre que necessário. Hipertireoidismo • manter as drogas antitiroidianas até a véspera do procedimento; • usar beta bloqueadores quando FC elevada – iniciar uma semana antes e manter no perioperatório; • sedação com BZDs por via oral nos 3 dias que antecedem a operação (se necessário). Feocromocitoma (neoplasia da adrenal que leva a liberação de catecolaminas) • pode ser necessário uso de bloqueador alfa adrenérgico durante 2 semanas antes da cirurgia; • se taquicardia persistente, entrar com beta bloqueador; • hidratação venosa com solução salina (1500 ml) na véspera da operação. Síndrome de Cushing • tem bloqueio da produção endógena de cortisol, então não tem a mesma resposta metabólica ao trauma cirúrgico; • utilizar cetoconazol para bloqueio do citocromo P450 (faz parte do metabolismo do cortisol). ** escala mais utilizada ** risco V só será operado em caso de urgência/emergência** olhar as outras escalas no livro Relação entre classificação ASA e a mortalidade perioperatória ** cada cirurgia tem um risco de mortalidade próprio, por isso os intervalos são grandes ** ASA III já é alta - prognóstico do paciente (risco da cirurgia não pode ser maior do que o risco da doença); - anestesista (preparo do ato anestésico) – risco anestésico (somado aos demais deve ser menor do que o de ficar sem operar). Morbimortalidade perioperatória: sofre influência direta da nutrição e da antibioticoprofilaxia que foi empregada. → Ao imaginar pacientes desnutridos, emagrecidos, candidatos ao tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, cirurgias que afetem a capacidade de absorção do TGI, doentes com perdas por fistulas, vômitos, diarreias ou infecções → nutrição (podem aumentar a morbimortalidade) → desfecho desfavorável. - fornecer ao doente energia necessária para restaurar as condições mínimas e garantir a resposta adequada no processo de coagulação, inflamação, combate a infecção e cicatrização (metas da nutrição pré-operatória); ** cirurgia em que é necessário pensar em um cuidado nutricional antes de realizar o procedimento: cirurgia de neoplasia de esôfago (esfogectomia, gastrectomia), visto que essa patologia normalmente está associada a disfagia → sindorme disruptiva severa → desnutrição severa o que levaria a um desfecho ruim. - avaliação do estado nutricional: visa estabelecer o grau de desnutrição do enfermo. Ferramentas: • dados antropométricos; • composição corpores; • exame fisico; • analise bioquimica de marcadores de nutrição do paciente (proteinas totais, albumina); • exames funcionais; • medidas de consumo alimentar; • Avaliação Subjetiva Global. - planejamento nutricional: • Diagnostico da doença; • Intervenção cirúrgica proposta (tem anastomose/ressecção do TGI?); • Tempo previsto para realimentação (jejum pós operatório); • Necessidades energéticas (do paciente e da agressão metabólica que foi feita); • Definir quantidade de nutrientes; • Melhor via de acesso para oferta de nutrientes (TGI? VO? VE? VP?). - quando manter, alterar ou suspender a medicação de uso habitual do paciente? Suspensos ** suspensos de maneira geral, mas cada procedimento tem suas especificidades. Anticoagulantes orais - substituir por heparina cerca de 5 dias antes da cirurgia (varfarina); - anticoagulantes mais novos (inibidores do fator X; ex.: rivaroxabana) podem ser suspensos 24-48 antes; - heparina: suspender 6 horas antes do procedimento e reiniciada 24 a 48 horas depois da cirurgia; - nas operações de urgência transferir plasma fresco (15 a 20 ml/kg) para garantir níveis adequados dos fatores de coagulação. ** há condutas específicas em cada tipo de cirurgia. Antiaderentes/antiagregantes plaquetários: o AAS deve ser suspenso 10 dias antes da intervenção. ** na cirurgia vascular não são suspensos (normalmente faz-se dupla antiagregação – AAS + clopidogrel e heparina no pós operatório para evitar trombose arterial) Anitinflamatórios não esteroides: alteram a função plaquetária e devem ser suspensos 24 a 48 horas antes da operação. Antidepressivos: especialmente iMAO devem ser retirados 3 a 5 dias antes do ato operatório. Hipoglicemiantes orais: - devem ser substituídos por insulina regular na véspera do ato cirúrgico, para melhor controle da glicemia e evitar a hipoglicemia; - aqueles em uso de insulina NPH (ação prolongada) devem receber apenas um terço da dose pela manhã da operação, seguido da infusão de soro glicosado 5% (evitar hipoglicemia). ** paciente anestesiado/sedado → não é possível observar os sinais de hipoglicemia, paciente pode sofrer injuria cerebral. Mantidos - mantidos mesmo no dia da cirurgia mas com ingesta mínima de água para degluti-los. Como será? TGI, CV? Quando o paciente deve se sentar, levantar, entre outros? Quando deve se alimentar? Como será a dor e como faremos para amenizá- la? Haverá cateteres, sondas e/ou drenos? Haverá estomas (estomia = derivação do TGI/TU para o meio externo [ex.: colostomia])? Como será a fisioterapia no pós operatório? (quando começar, tem equipe pra isso) Por que colaborar é importante? Quando ocorrerá a alta hospitalar (necessidade de jejum pós-operatório, medicamentos IV)? - essas informações serão passadas para o próprio paciente a fim de que ele esteja ciente sobre como será o procedimento, possíveis complicações e etc. Termo de consentimento informado (recomendação CFM nº 1/2016 – dispõe sobre o processo de obtenção de consentimento livre e esclarecido na assistência médica) - deve constar todas as informações sobre o procedimento; - em resumo, as seguintes recomendações são apresentadas neste documento: • Esclarecimento claro, pertinente e suficiente sobre justificativas, objetivos esperados, benefícios, riscos, efeitos colaterais, complicações, duração, cuidados e outros aspectos específicos inerentes à execução tem o objetivo de obter o consentimento livre e a decisão segura do paciente para a realização de procedimentos médicos. Portanto, não se enquadra na pratica da denominada medicina defensiva. ** medicina defensiva → não é uma arma para o médico; trata-se um documento que visa garantir o conhecimento do paciente sobre tudo que pode ocorrer na operação. Tricotomia - não é feita com lâmina, seu uso é contraindicado pelo risco de infecção de ferida operatória; - preconizado: aparação dos pelos apenas na área da incisão. Preparo da pele - boa higiene e banho utilizando soluções degermantes antissépticas; - na sala operatória: degermação com soluções antissépticas seguida da antissepsia apropriada. Cateterismo - cateterismo vesical só deve ser feito quando há necessidade absoluta de monitorização da perfusão tecidual (pacientes com muitas comorbidades ou em situação de urgencia ou situação instavel) e em operações pelvicas ou de vias urinárias; - assepsia e antissepsia rigorosa na passagem da sonda; - deverá ser retirada o mais breve possível. ** normalmente necessário apenas em grandes cirurgias, cirurgias de emergência ** porta de entrada para infecção, por isso deve ser retirada o mais precocemente possível - visita anestésica; - diminuir ansiedade/medo; - administração de BZDs nos dias que antecipam a operação; - sedação com midazolam sublingual 30 minutos antes de ir para a sala operatória (diminui ansiedade/medo, pode interferir positivamente na resposta metabólica ao trauma). - prevenir a infecção de sítio cirúrgico (ISC); - sua indicação deve ser restrita a procedimentos em que: • Há risco significativo de ocorrência de ISC; • O risco é baixo, mas a morbimortalidade da ISC é elevada. - deve ser administrado na indução anestésica, dentro dos 60 minutos que antecedem a incisão cirúrgica, devido necessidade de um nível tecidual desse ATB no início da cirurgia (adm 30/60 min antes); - conceitos gerais da antibioticoprofilaxia: • Nível tecidual no início da cirurgia; • Duração do uso (dose vai precisar ser repetida); • Tipos de cirurgia em que se indica o uso. - classificação das cirurgias quanto ao potencial de contaminação: • Cirurgia limpa: não se usa profilaxia; • Cirurgia potencialmente contaminada: usa profilaxia; • Cirurgia contaminada: exigem antibioticoterapia; • Cirurgia infectada: exigem antibioticoterapia. - escolha do antimicrobiano: deve ter espectro para a maior parte dos patógenos causadores da ISC, de acordo com o tipo de procedimento e com dados de cada instituição (infecções/germes mais prevalentes). - deve haver uma preocupação em manter a Hb próxima a 10g/100ml a fim de garantir a perfusão, especialmente em idosos; - anemia das doenças crônicaspode cursar com volemia normal; ** hoje em dia, considera-se todo o contexto do paciente para avaliar a necessidade da transfusão (Hb < 10g/100 ml não determina diretamente a hemotransfusão). Fatores de risco: - idade; - obesidade; - uso de anticoncepcional; - cardiopatia (ICC e FA); - câncer; - trauma de MMII; - imobilização prolongada; - operações pélvicas e quadril (risco de embolia gordurosa; ficam mais restritos ao leito no pós operatório); - passado de TVP/TEP (índices que preveem o risco [scores]). ** deve-se avaliar os fatores de risco para determinar a necessidade da profilaxia. Risco baixo → meias elásticas e deambulação precoce (terapia mecânica) . Risco moderado ou alto → heparina profilática (terapia farmacológica). No intraoperatório → utilizar compressão pneumática das panturrilhas (botas; ajudam/aceleram o retorno venoso [cirurgia plástica, bariátrica]). - check list da “cirurgia segura” (relatório/documento para conferir as coisas – membro a ser operado, exemplo); - profilaxia antimicrobiana (tem indicação? Qual usar? Por quanto tempo manter?); - anestesia regional ou combinada; - hidratação endovenosa restrita (tem que evitar excessos?); - uso restrito de sonda nasogástrica (SNG), cateter urinário e drenos; - videocirurgia ou incisões obliquas; - profilaxia de náuseas e vômitos; - analgesia pós operatória (como vai ser? Quanto de dor esse paciente provavelmente vai sentir? Qual analgésico usar?). Preceitos da cirurgia e do manejo pós operatório - mobilização ultraprecoce: estimular a deambulação o mais rápido possível (estimula o peristaltismo, movimento do TGI; diminui risco de TVP); - hidratação venosa restrita; - controle da dor por opiáceos; - uso de procinéticos (normalmente antieméticos; ajuda no retorno do TGI - estimula); - retorno precoce à dieta; - terapia nutricional no pós operatório (necessita de algum cuidado especial, qual via será usada [enteral, parenteral]); - alta hospitalar (o que pode ser feito para que esse paciente vá, o mais rápido possível para casa - onde terá acesso apenas a microrganismos da comunidade e não aos hospitalares). - dor; - jejum prolongado; - perda sanguínea (principalmente em pacientes que desenvolvem instabilidade hemodinâmica); - redução da perfusão tissular por lesão extensa (hoje se preconiza cirurgias minimamente invasivas – apenas o suficiente para corrigir o distúrbio do paciente); - distúrbios funcionais de órgão vitais geram alterações orgânicas e humorais que visam restabelecer a hemostasia. ** evitar essas alterações para que seja possível restabelecer a hemostasia do paciente o mais rápido possível. - fazer o exame físico completo, ficando atento ao que está no quadro; - débito urinário dá ideia sobre a volemia, se há necessidade de reposição ou não; - aspecto da drenagem (se está drenando algum liquido além do comum); - panturrilha (empastamento, edema assimétrico podem sinalizar para uma TVP; avaliar diariamente). A maioria dos doentes cirúrgicos não necessita de exames complementares de rotina no periodo pós-operatório, a não ser quando o exame clínico evolutivo sugere anormalidades que demandam investigação (pacientes com internação superior a 48 horas). Nos casos mais graves, por outro lado, podem requerer controles diarios os quais, por sua vez, são dependentes do tipo de paciente, das doenças de base, tipo de operação e eventuais complicações. ** medicações que serão reintroduzidas. Dieta - específica para cada paciente no contexto de suas comorbidades de base e tipo de cirurgia (previsão de tempo de jejum); - exemplos: • DM – dieta para DM; • HAS – dieta hipossódica; • IRC – dieta restrita em proteínas e K+. - a evolução da dieta VO no pós operatório de cirurgias digestivas vai depender das condições clínicas do paciente e do tipo de cirurgia realizada (ex.: gastrectomia [anastomose/sutura reconstruindo o transito] – não quer que nas primeiras 24/48 horas passe alimento por ali [após isso pensar na dieta enteral ou parenteral para dar o suporte nutricional pro paciente). Reposição hidroeletrolítica - depende do porte da cirurgia, do tempo de jejum pós operatório; - em caso de cirurgia eletiva fazer balanço hídrico diário para avaliar as necessidades diárias do paciente e as por perdas pela própria cirurgia - quando for necessária hidratação venosa no pós- operatório, buscar não ultrapassar a norma de 30 ml/kg em 24 horas, salvo necessidades extras. Requisitos para fluidoterapia no pós operatório - conhecimento dos fenômenos da síndrome metabólica pós operatória; - balanço rigoroso da perda diária e desvios hidroeletrolíticos (necessidades e perdas individuais e aquelas associadas a cirurgia – ex.: vômito, perda no dreno); - conhecimento das necessidades diárias; - conhecimento da composição de líquidos perdidos (cada secreção tem sua composição específica [quadro]); - conhecimento da composição das soluções utilizadas na fluidoterapia. Balanço hídrico diário normal no adulto ** ex.: não pode deglutir e toda a saliva que está sendo produzida está sendo eliminada, logo, está perdendo 1500 ml diário, por exemplo. ** perda pode ocorrer também por sondas. Necessidades hidroeletrolíticas no pós operatório comum (sem outras perdas) - paciente comum (que não está tendo outras perdas) – é o que precisamos saber; - água: oferta de 2000 a 2500 ml/dia; - sódio: 100 a 150 mEq/dia (necessidades diárias incluindo perdas habituais e pequenas espoliações no pós operatório); ** soro de manutenção → 2000 ml de água - potássio: 50 a 75 mEq/dia (necessidade diária), a partir do 2º dia de pós operatório; ** reposição em pacientes que ficam menos de 48 horas muitas vezes não necessitam dessa reposição. - calorias: 400 a 600 kcal/dia (glicose) → SG 5% ou 10% (100 g de glicose). ** soro fisiológico 0,9% → em 2000 ml há ~100 a 150 mEq de sódio ** SG 5% → 2000 mL há 100 g de glicose; + 1 ampola de sódio (glicofisiológico) ** ampola do potássio (25mEq) → uma ampola em cada 1000 ml de soro; ampola de sódio (50mEq) → uma ampola em 1000 ml de soro. - soro de manutenção é feito de acordo com essas necessidades basais. ** disse que é importante!!! Inconveniente da dor no pós operatório - dificulta a mobilização; - limita o esforço da tosse; - abate física e psiquicamente o paciente. Inconvenientes da sedação da dor (usar apenas o necessário) - mascarar as complicações pós-operatórias graves; - inibir o reflexo da tosse; - interferir no mecanismo de respiração; - interferir na possibilidade de comunicação do paciente. ** ter cuidado ao usar analgésicos por tempo prolongado, porque pode mascarar complicações ** cuidado especial após 48 horas pois pode mascara febre, por exemplo, mascarando uma infecção (complicação pós operatória); uso prolongado de opioides pode interferir no íleo adinâmico do paciente (diminui o movimento peristáltico → quadro de constipação) – não é bom em caso de pacientes com anastomose do TGI, ex. Analgesia convencional - analgésicos narcóticos (morfina); - analgésicos não narcóticos (analgésicos [dipirona, paracetamol] e AINES). Analgesia por bloqueio epidural (manutenção do cateter) - morfina em doses 4 a 10 mg para um efeito de 4 a 24 horas; - infusão continua (bomba de infusão); - risco de depressão respiratória (atenção!). → quando a dor permanece mesmo em uso de paracetamol, acrescenta-se um opioide fraco, sem suspender o AINEs; na retirada a escadinha de suspensão é do opioide mais forte para o AINEs. Tríade de Virchow 1. Lesão endotelial 2. Estase sanguínea 3. Hipercoagulabilidade ** presença de um deles sinaliza para risco de TVP Pacientes susceptíveis- necessidade de imobilização (estase sanguínea); - história anterior de doença tromboembólica (estase + fator predisponente [hipercoagulabilidade]); - uso de anticoncepcionais e estrogênios (fator de hipercoagulabilidade); - idade > 40 anos (paciente geralmente menos ativo – estase venosa; hipercoagulabilida maior nessa idade); - presença de varizes (estase venosa por mal funcionamento das valvas das veias); - gravidade e duração da cirurgia (maior duração, maior estase venosa; maior cirurgia, maior o impacto da resposta metabólica ao trauma nos fatores de coagulação - hipercoagualbilidade); - obesidade (estase); - neoplasia (hipercoagulabilidade); - infecção (hipercoagulabilidade – cascata de inflamação interfere na de coagulação) - tipo de anestesia (estase); - trombofilias hereditárias. Quadro clínico da TVP → dor, edema e empastamento muscular, principalmente se assimétrico é TVP até q se prove o contrário. → sinal de Homans: dor à dorsiflexão. ** não precisa gravar tudo Mais de 90% dos êmbolos pulmonares se originam de trombos nas veias profundas dos membros inferiores. Eventualmente, origina-se de trombos proveniente do AD do coração ou de veias do membro superior. ** anastomose alta → adm de azul de metileno → se insuficiencia, sai azul de metileno no dreno (por isso bastante utilizado na esofagectomia e gastrectomia total) Em cirurgias abdominais: - posição de Fowler (diminui a tensão da parede abdominal; favorece a drenagem venosa dos membros inferiores); - limitação ao leito prolongada exige fisioterapia motora; - fisioterapia respiratória previsse pneumonias e atelectasias. Síntese primária (sutura): reepitelização ocorre em 24 horas se tornando impermeável. - o curativo realizado na sala operatória deve permanecer por 24 horas, depois disso a ferida pode ficar exposta e a partir daí utiliza-se antissépticos. Incisões deixadas abertas (fechamento por segunda intenção): limpeza, desbridamento, oclusão (mantém a ferida fechada). Atrasam a recuperação - ansiedade, medo; - disfunção orgânica; - resposta orgânica ao trauma; - íleo pós-operatório; - náuseas e vômitos; - jejum prolongado; - hipoxemia; - drenos, tubos e cateteres. Aceleram a recuperação - informação; - nutrição perioperatória; - bloqueio neuroaxial; - cirurgia mini-invasiva; - normotermia; - prevenção de náuseas e vômitos; - prevenção de íleo; - abreviação de jejum pré-operatório; - retorno precoce a dieta; - evitar uso de opioides; - sono adequado, deambulação precoce. - paciente alimentando-se sem punção endovenosa; - paciente sem dor ou com dor controlada com analgésico por via oral; - paciente deambula sozinho ou com pouca ajuda; - desejo de alta (fascies de alta). Princípios para redução da resposta orgânica ao trauma - cirurgia minimamente invasiva; - prevenção de hipotermia perioperatória; - ingestão de carboidratos 2 horas antes da operação; - nutrição perioperatória; - otimização de líquidos por via endovenosa; - analgesia endovenosa; - antieméticos; - anestesia com bloqueio regional. ** menor agressão → menor resposta metabólica ao trauma → recuperação mais rápida. Vantagens dos protocolos multimodais - redução da duração do íleo pós-operatório; - melhora da força muscular no pós-operatório; - melhora da ingestão calórica-proteica e menor perda de massa magra; - redução de complicações cardiorrespiratórias e cirúrgicas; - redução da internação hospitalar (tempo); - redução do período de convalescença; - redução de custos. - atelectasia, pneumonia, edema pulmonar (infusão de muito líquido), aspiração, broncoespasmo, embolia pulmonar; - fatores de risco: idade, obesidade, tabagismo associado a DPOC, drogas anestésicas, dor (cirurgia no andar superior; deprime o SR), imobilidade; - fatores que contribuem: diminuição da tosse, microbiota hospitalar, tubagem das vias aéreas, sobrecarga volêmica (edema pulmonar), distensão abdominal, hemorragia (aumento do espaço morto – meio de cultura [fazer hemostasia de maneira adequada]). - medidas gerais no tratamento dessas complicações: • Retirada precoce do leito ou mudança frequente de decúbito; • Toalete brônquica rigorosa (= aspiração e limpeza das vias aéreas); • Fisioterapia respiratória (cirurgias grandes; anestesia geral); • Drogas broncodilatadoras e esteroides; • Inalação com mucolíticos e broncodilatadores; • Antibioticoterapia; • Tratamento de flebites, fraturas e movimentação dos membros. Embolia pulmonar - formas de apresentação clínica: • Embolia maciça: colapso circulatório (falência do VD → morte); • Embolia submaciça: dispneia não explicada; • Infarto pulmonar: dor torácica tipo “pleurítica”; Preventivas - heparina profilática; - mobilização precoce; - elevação dos MMII; - uso de meias elásticas; - fisioterapia. Manifestação clínica - oligúria ou anúria; - retenção urinária; - insuficiência renal aguda (atenção a pré-renal [baixo fluxo] que pode evoluir para NTA [necrose tubular aguda]). Complicações renais - insuficiência pré-renal: pode ser causada por hipovolemia, síndrome de baixo débito cardíaco; - insuficiência renal (NTA), fatores de risco: • idade (RN e lactentes jovens); • função renal alterada pré-operatória; • duração de CEC (circulação extracorpórea); • tempo total da cirurgia; • uso de drogas nefrotóxicas no perioperatório.
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