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Ortodontia (Apostila)

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CRESCIMENTO CRANIOFACIAL PÓS NATAL 
 
É importante entender o crescimento crânio facial 
pós natal porque ele está diretamente relacionado 
com o desenvolvimento da maxila e mandíbula e 
com o estabelecimento da oclusão normal ou 
maloclusões. É fundamental também entender 
como é o crescimento da maxila e mandíbula. 
 
• Conceitos: 
REMODELAÇÃO: FUNDAMENTAL QUANDO 
FALAMOS DE CRESCIMENTO. 
Processo de aposição e reabsorção que acontece 
de uma forma generalizada em toda a superfície 
do osso. É através desse equilíbrio entre áreas 
de aposição e reabsorção que mantemos a 
configuração anatômica, as características 
morfológicas e a dimensão correta do osso que 
está crescendo. 
 
Ì TECIDO ÓSSEO: 
é um tecido duro adaptado a tensão (significa que 
se colocar força sobre um tecido ósseo podemos 
alterar seu crescimento). É envolto por membranas 
- endosteo e periósteo e cresce através da 
deposição de camadas de cálcio. 
 
Ì TECIDO CARTILAGINOSO: 
Tecido firme e rígido, porém não calcificado. 
Tolerante a pressão, ou seja, se tiver um osso com 
cartilagem em sua composição, podemos colocar 
bastante pressão que ele continuara crescendo a 
despeito da pressão que se é colocada. É 
avascular. 
Local de crescimento 
 
• OSTEOGÊNESE: 
(Ossificação ou formação óssea) tem dois tipos: 
- endocondral 
- intramembranosa 
 
FORMAÇÃO ÓSSEA ENDOCONDRAL: 
É a mesma coisa que cartilaginosa, ou seja, é uma 
formação óssea que acontece onde tem cartilagem. 
Presente no côndilo e articulações, algumas partes 
da base do crânio e locais submetidos a pressão. 
 
 
As células cartilaginosas se hipertrofiam a partir de 
um estímulo 
↓ 
 
Suas matrizes se calcificam 
↓ 
 
Elas sofrem degeneração 
↓ 
 
As células cartilaginosas são substituídas por 
tecido ósseo 
 
FORMAÇÃO ÓSSEA INTRAMEMBRANOSA: 
Acontece num tecido ósseo que não tem cartilagem 
– a maior parte do nosso esqueleto facial e 
abobada craniana. Maior parte da maxila e parte da 
mandíbula. 
 
Tecido conjuntivo na medula óssea 
↓ 
Possui células mesenquimais indiferenciadas 
↓ 
Essas células formam osteoblastos 
↓ 
Os osteoblastos vão fazer deposição da matriz 
fibrosa (osteóide) 
↓ 
A matriz será calcificada formando osso 
 
• Áreas de crescimento da maxila: 
MAXILA 
Sofre a osteogênese intramembranosa, ou seja: a 
partir das células mesenquimais indiferenciadas. 
Crescimento sutural. A remodelação acontece 
muito, e como resultado desse crescimento 
posterior e superior ela sofre um deslocamento 
para baixo e para frente 
 
TUBEROSIDADE 
Deposição posterior e graças a ela, cria-se um 
espaço para a erupção dos 3°s molares 
permanentes e todos os molares superiores 
(aumento do comprimento do arco). 
Crescimento anteroposterior 
Crescimento transverso (baseado no princípio do V) 
 
PROCESSO ALVEOLAR 
Para crescer depende da presença dos dentes. 
Responsável por 40% do crescimento vertical da 
maxila. 
Também cresce no sentido transverso e antero 
posterior. 
 
PRÉ MAXILA 
Remodelação 
Aposição anteroposterior de osso e reabsorção 
anteroinferior, mas isso depende muito da posição 
e inclinação dos incisivos. 
 
PALATO 
O assoalho da cavidade nasal está diretamente 
relacionado com o palato. 
• Crescimento vertical 
• Aposição inferior 
• Reabsorção superior 
• Crescimento transverso 
• (princípio do V) 
 
 
SUTURAS PALATINAS 
A maxila possui muitas suturas. No palato 
existem duas: 
 
Palatina mediana (em vermelho) – crescimento 
no sentido transverso 
 
Palatina transversa (em azul) – crescimento no 
sentido anteroposterior 
(mais difícil de intervir nessa área) 
 
 
SUTURAS COM A BASE DO CRÂNIO/FACE 
SÃO PRINCIPALMENTE 4: 
• Zigomático-maxilar 
• Fronto-maxilar 
• Zigomático-temporal 
• Pterigopalatina (impossível de ver na 
imagem) 
São suturas que unem a maxila. Permitem um 
crescimento anteroposterior e vertical, e um 
deslocamento para frente e para baixo. 
 
A maioria dos locais de crescimento da maxila 
obedecem ao princípio do V. 
 
• ÁREAS DE CRESCIMENTO DA MANDÍBULA: 
A mandíbula sofre tanto ossificação/osteogênese 
intramembranosa quanto endocondral, porque na 
ponta do côndilo tem uma área de cartilagem, 
então ali vai sofrer ossificação endocondral, e em 
todo o restante do osso não tem cartilagem, então 
a formação óssea é intramembranosa. 
Remodelação (processo de aposição e reabsorção 
de cálcio generalizado em todo o osso). Importante 
para manter a configuração morfológica, 
características anatômicas durante o crescimento 
do osso. 
Assim como na maxila, o crescimento é mais 
posterior e superior, mas o deslocamento é para 
baixo e para frente. 
Diferente da maxila, não tem suturas. A única é 
uma sutura na linha média que se funde até 1 ano 
de vida na linha média, e a ATM é pouco definida 
(os movimentos mandibulares de um RN são 
restritos a sucção). 
 
 
 
RAMO 
Sofre aposição posterior e reabsorção 
anteroposterior (através disso cria espaço para os 
molares). Crescimento transverso (princípio do V) 
 
PROCESSO ALVEOLAR 
Crescimento vertical. Depende da erupção dentaria 
para acontecer. Também segue o princípio do V. 
 
BORDO INFERIOR 
Sofre aposição óssea, contribuindo para o 
crescimento vertical. 
 
Chanfradura antigoníaca Sofre reabsorção óssea. 
 
SÍNFISE 
Correspondente a região de pré maxila. 
Remodelação 
aposição antero inferior (característica muito 
individual) 
Reabsorção antero superior 
 
PROCESSO CORONOIDE 
Remodelação 
Aposição posterior superior e medial 
 
CÔNDILO 
Princípio do V 
Aposição na cabeça 
Absorção no colo 
Crescimento anteroposterior transverso e vertical 
 
PRINCÍPIO DO V: 
Tanto a maxila quanto a mandíbula tem esse 
formato em V. o chamado crescimento em V é 
porque, a medida que a mandíbula vai crescendo 
na região posterior, ela vai aumentando a largura 
entre as duas hastes do V. ela vai crescendo pra 
trás (antero posterior), também há um aumento no 
sentido transverso e também há um crescimento 
em altura. 
 
RESUMINDO: 
Ocorre um aumento nos sentidos: 
- anteroposterior 
- transverso 
- vertical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE É ORTODONTIA?
É a especialidade da odontologia relacionada com o estudo do crescimento do complexo craniofacial, com o 
desenvolvimento da oclusão e com o tratamento das anomalias dento-faciais.
Os problemas do desenvolvimento e correção oclusais são de responsabilidade e cuidado tanto do clínico como do 
ortodontista; portanto, o conhecimento básico referente ao desenvolvimento oclusal, ao crescimento facial, e a 
correção da maloclusão deve fazer parte do treinamento de todo dentista.
Problemas ortodônticos mais brandos podem ser tratados por um cirurgião dentista não especialista ou mesmo por 
um odontopediatra, que devem ter discernimento para encaminhar ao especialista se o caso for mais complexo.
Ortodontia é dividida didaticamente em 3 classes:
Ortodontia preventiva:
- manter espaço para o dente permanente (casos de perda precoce do decíduo) 
- controle de espaço (preservar espaço para os dentes permanentes)
- remover hábitos (chupeta, sucção digital, fonação atípica)
Ortodontia interceptativa: 
- mordida cruzada
- mordida aberta (hábitos)
- recuperar espaço
- extração seriada
- desgastes em dentes decíduos
Ortodontia corretiva:
Feita quando a maloclusão está plenamente estabelecida (normalmente complexas), que requerem 
um tratamento mais complexo. Normalmente essa atuação recai sobre um especialista.
 COMO SER UM ESPECIALISTA?
Após a graduação, para ter a especialidade reconhecida e poder atuar com competência na área, o dentista deve 
cursar regularmente a especialização, nível lato sensu e/ou mestrado e doutorado nível strito sensu.
Na ortodontia, existem diversas técnicas de tratamento, que incluem dispositivos fixos (braquetes e bandas) e 
moveis (aparelhos removíveis).
O especialista é quem está habilitado para diagnosticar, planejar e executar o tratamento ortodôntico, indicando o 
melhor aparelhopara cada caso.
O aparelho é apenas o instrumento usado para alcançar os objetivos e resultados pré determinados pelo 
ortodontista.
• APARELHAGEM FIXA CORRETIVA: 
Componentes:
Anéis 
Acessórios 
Fios 
Ligaduras 
Molas 
Elásticos 
NOÇÕES DE APARELHAGEM ORTODÔNTICA 
- anéis (ou banda):
 
Servem para prender o acessório, geralmente nos dentes posteriores porque 
com a força da mastigação, o aparelho pode descolar. Antes de colocar esse anel, 
o dente é separado com um fio de latão ou elástico ortodôntico, que fica ali por 
uma semana.
Os anéis antigamente eram pinçados (confeccionados dente a dente), e hoje, 
são pré fabricados com vários tamanhos. O anel tem que ficar bem justo no 
dente, para não dissolver o cimento.
- acessórios:
O acessório mais conhecido é o bracket. Ele une o fio ortodôntico (responsável pela 
movimentação) ao dente. É o agente de união do fio com o dente. Existe uma variedade 
imensa de tamanhos, formatos, prescrições... existe o unitário, duplo (mais usado), de 
metal, de porcelana, de porcelana com slot metálico (fio desliza mais fácil), de ouro, 
autoligado...
Os brackets linguais não vingaram tanto por machucarem a língua, e acabaram por serem 
substituídos pelos alinhadores estéticos.
Os tubos têm a mesma função do brackets: prender o fio ao dente, com a diferença que 
ele fica no último dente para que a ponta do fio não machuque o paciente. Pode ser de 
colagem ou de soldagem, pode ser simples, pode ser duplo...
Os botões e ganchos também ajudam a movimentar um dente. 
Pode ser para soldagem ou colagem.
Ganchos ‘’bola’’: prendidos no arco, serve para prender elásticos.
A colagem desses acessórios é feita devido a união da microretenção do esmalte através 
do condicionamento acido e a base do bracket. É feita a limpeza com pedra pomes e água 
(não usar pasta profilática), faz o ataque acido na face onde vai o bracket, marca-se o dente, 
põe o adesivo, põe a resina na base do dente e cola o brackets. Checar o posicionamento e 
remover o excesso de resina
- fios:
Eles quem movimentam os dentes. 
Existem vários tipos: trançados, redondos, quadrados, de aço, superelasticos...
 
- molas:
Podem ser abertas para afastar dentes, fechadas para aproximar dentes 
ambas comprimidas entre os elementos, também é possível fazer alças 
com essas molas para fechar espaço, colocar os dentes em posição...
- ligaduras:
É o que prende o fio ao bracket. Podem ser metálicas e podem ser 
elásticas. (é aquela parte colorida).
- Elásticos:
Em cadeia: servem para auxiliar o movimento. É necessário calcular a 
força desse elástico (90 g de força é o suficiente)
Elásticos intermaxilares: servem para movimentar a arcada inteira. 
DESCOLAGEM DE ACESSÓRIOS: 
- do bracket: pegar com um alicate e puxar. Pode vir com a resina ou não. Remove-se o resto de 
resina com brocas multilaminadas em baixa rotação, que não arranham o esmalte.
APARELHOS DE CONTENÇÃO:
Geralmente na arcada superior usa-se um aparelho removível: placa de howley ou wraparound. 
- placa de Howley – grampo que termina na distal dos caninos.
- Wraparound – quando abraça todos os dentes
- Barras intercaninos – usada na arcada inferior. A placa removível incomoda muito e foi 
colocada em desuso. Pode ser colada em todos os dentes ou só nos caninos.
APARELHOS AUXILIARES: 
Geralmente utilizados no início do tratamento para apoiar alguma coisa.
- disjuntor de HASS – abre a arcada – rompe a sutura palatina 
- Hyrax
- barra transpalatina – usada para ancoragem, 
para corrigir giros..
- botão de nance – mantenedor de espaço ou serve 
de apoio de ancoragem usado para arcada superior
- arco lingual – mantenedor de espaço para arcada inferior
- mini implantes – usados para intruir 
- miniplacas
APARELHOS EXTRA ORAIS: 
Utilizados principalmente para controle de crescimento. Pode ter puxada cervical, puxada alta ou puxada combinada. 
Sua força é calculada com dinamômetro.
A máscara facial é utilizada para trazer a mandíbula do paciente para frente:
APARELHO FIXO X APARELHO REMOVÍVEL 
O aparelho removível não dá controle rotacional. Com o aparelho fixo, dá para trazer o dente na mesma direção.
CARACTERÍSTICAS DO RECÉM NASCIDO 
Gengivas firmes e rosadas/sadias (pode haver pigmentos)
Roletes ou abaulamentos gengivais (locais onde os germes dentários já estão se desenvolvendo)
Maxila 3 a 4 mm a frente da mandíbula
Arco superior bem arredondado, e arco inferior em formato de U Rebordos alveolares se tocam nas laterais
Pode existir um espaço na região anterior.
Inicio das funções neuromusculares vitais:
O recém nascido já consegue realizar varias, como: - deglutição
- respiração
- sucção
- grito e tosse
ATM pouco definida.
OCLUSÃO NORMAL NA DENTIÇÃO DECÍDUA: 
A dentição decídua é considerada desde o primeiro dente de leite até que a dentição esteja completa (10 dentes 
superiores e inferiores), por volta dos 2 anos e meio, permanecendo desta forma até os 6 anos de idade, quando 
normalmente inicia a dentição mista com o 1o molar permanente.
Erupção:
Movimento do dente em direção ao plano oclusal, iniciado 
com a formação radicular (1/3 de raiz formada). Ou seja, ele 
depende muito da formação desse dente. Podem ocorrer 
pequenas variações nesses períodos de erupção.
A mandíbula sempre é mais adiantada que a maxila. Os
primeiros dentes são IC e IL inferior por volta de 6, 7
meses.
Depois, aparecem na arcada superior, seguindo a mesma ordem, o IC e o IL superior, por volta dos 7 meses e meio 
a 9 meses.
Após isso, volta para a arcada superior, que está sempre adiantada. Por volta de um ano, aparece o primeiro molar 
decíduo
Em seguida, o primeiro molar superior, por volta de 1 ano e 2 meses.
Só após os primeiros molares decíduos, aparecem os caninos primeiro o inferior aos 16 meses e o superior aos 18
E por volta dos 2 anos de idade aparecem o segundo molar inferior e o superior logo após. Alterações entre 4 a 6 
meses são consideradas normais.
EVOLUÇÃO DA OCLUSÃO NORMAL 
Evolução funcional da oclusão decídua
- primeira fase – incisivos:
Ocorre a primeira relação oclusal da criança (antes era só sucção – mandíbula desliza para frente) 
Movimentos de abertura e fechamento
Postura lingual mais retraída devido ao anteparo anterior (dentes)
Aprendizado da mastigação
Inicio da remodelação da ATM – condilo fica mais definido, etc.
Guia incisal inicia
Sobremordida exagerada – normal, vai se alterando.
- segunda fase – primeiros molares:
Primeiro levante de mordida (primeira informação da DVO) 
Diminuição da sobremordida (devido a dvo)
Definição da ATM
Movimentos mastigatórios mais maduros
Aprendizado deglutição madura – menos instintiva
- terceira fase – caninos:
Estabelecimento e manutenção dos espaços primatas 
Guia de caninos decíduos
Movimentos de lateralidade da mandíbula
- quarta fase – segundos molares: 
Chave de oclusão
Definição do padrão mastigatório
Tamanho e forma dos dentes decíduos: 10 dentes por arcada.
Anomalias:
Anomalias de forma (conoide, micro, macro) são raras. 
Ausências congênitas podem ocorrer em 1% dos casos.
Características de normalidade da dentição decídua: 
> Diastemas fisiológicos 
> Sobremordida e Espaços primatas sobressaliência
> Plano terminal reto
Diastemas fisiológicos:
São espaços fisiológicos normais na região anterior decídua, entre os incisivos. 
Os diastemas fisiológicos servem para compensar o pouco crescimento dos 
maxilares no sentido transversal na fase da dentição decídua e também 
compensam a diferença do tamanho dos dentes decíduos para os permanentes.
Classificação: BAUME tipo I e tipo II.
 A classificação de Baume é exclusiva para dentição decídua (esfoliou o primeiro permanente, já não se pode usa-
la). É feita através da presença de diastemas fisiológicos entre os incisivos – tipo I, ou ausência de diastemas ente 
os incisivos – tipo II.
> Dentes verticais 
> Forma dos arcos
Espaços primatas:
Espaços mais amplos do que os diastemas fisiológicos 
(normalmente), e que obrigatoriamente estão localizados nas mesiais 
dos caninos superiores e distaisdos caninos inferiores. Assim como 
os diastemas fisiológicos, são importantes para compensar a 
diferença de tamanho dentário dos dentes decíduos para os dentes 
permanentes, e também vão compensar o pouco crescimento dos 
maxilares no sentido transversal nessa fase da dentição decídua.
Sobremordida e sobressalência:
Sobremordida é o quanto um dente superior cobre o 
inferior no sentido vertical. Sobressaliencia, é o quanto o 
dente superior está distante do inferior visto do sentido 
horizontal. No caso da dentição decídua, considera-se 
normal, quando a dentição está completa, uma 
sobremordida suave, pequena, ou quase de topo.
Plano terminal reto:
É uma relação oclusal típica da dentição decídua. Onde as distais dos segundos 
molares decíduos superiores e segundos molares decíduos inferiores estão na 
mesma direção quando em MIH, em 76% dos pacientes com dentição decídua.
Sua função é guiar a erupção dos primeiros molares permanentes.
Quando o plano terminal reto não está presente,
encontramos em 14% dos casos um
degrau mesial: Ou em 10% dos casos, degrau distal:
misto – tipo II superior e tipo I inferiorArco tipo IIArco tipo I
Molar e canino em classe I:
Canino inferior articula a frente (mais mesial) do superior. 
Cúspide ML do segundo molar decíduo superior oclui na fossa 
central do 2o molar decíduo inferior (maior diâmetro M-D).
Dentes verticais:
Dentes (muito) verticalmente implantados na base óssea. 
Ausência de inclinações axiais.
Curva de spee e Wilson inexistentes (normalmente).
Forma do arco: 
Arco em C.
Conceito:
Fase entre o aparecimento do primeiro molar permanente e a esfoliação dos últimos dentes decíduos 
(aproximadamente entre 6 a 12 anos).
• Nomenclatura:
- dentes sucessores: dentes que vão ser trocados. Incisivos, caninos e pré molares.
- dentes adicionais: molares.
• Tabela de nolla:
estágios de calcificação dos dentes permanentes.
Fase 6: coroa totalmente formada
Fase 8: quando o dente está com 2/3 de raiz formada, que é quando ele inicia o movimento eruptivo. Antes 
disso, ele não erupciona.
A partir dessa fase, o dente decíduo vai promover a reabsorção ou absorção da raiz, começando a perder sua 
sustentação, fica mais mole e cai para o permanente erupcionar.
Estágio 2 – calcificação inicial
Estágio 6 – coroa completa – início dos movimentos eruptivos 
Estágio 8 – 2/3 de raiz formada – perfuração da crista alveolar 
Estágio 9 – 3⁄4 de raiz formada – perfuração da margem gengival.
Erupção:
Depois que erupciona, o dente ainda leva de 2 a 5 anos para alcançar o nível de oclusão. 
E as raízes só ficam fecham completamente quando o dente entra em oclusão.
A – formação radicular do permanente 
B – reabsorção do decíduo
C – movimento do dente permanente 
D – crescimento do processo alveolar 
E – crescimento da mandíbula ou maxila
Sequência favorável:
- superior – 6 1 2 4 5 3 7
- inferior – 6 1 2 3 4 5 7
O primeiro dente permanente que erupcionar é o primeiro molar.
Depois a sequência: IC superior e inferior, IL superior e inferior, a partir disso, na arcada
inferior a sequência é direta: canino, primeiro pré e segundo pré.
Na arcada superior, a sequência dá um pulo: após os incisivos, vêm o primeiro pré, o
segundo pré e o canino será o último dente a erupcionar na arcada superior.
Por isso, normalmente algumas pessoas quando sorriem tem o canino superior ou o 
segundo pré inferior mal erupcionado, porque são os últimos dentes a erupcionar.
OCLUSÃO NORMAL NA DENTIÇÃO MISTA 
• CRONOLOGIA:
1ºs molares aos 6 anos
Incisivos centrais aos 7 anos
Incisivos laterais aos 8 anos
Canino inferior, 1º pré inferior e 1º pré superior aos 10 
2ºs pré molares aos 11
Canino superior e 2º molares permanentes aos 12
3ºs molares aos 18.
Padrão de erupção do 1º molar permanente:
São guiados pela face distal do 2o molar decíduo (plano terminal reto).
Chave de oclusão vai ser obtida com mesialização para espaços fisiológicos posteriores 
(Leeway Space)
Inicia formação da curva de spee
Corresponde ao segundo levante da dimensão vertical.
 
Plano terminal reto:
Relação oclusal típica
Guia a erupção dos primeiros molares permanentes
Degrau mesial:
vai para classe III ou fica normal.
Essa migração ocorre por conta do Leeway Space, que é a diferença entre a soma dos diâmetros mesiodistais 
dos caninos e molares decíduos e a soma dos diâmetros mesiodistais dos caninos permanentes e pré molares.
Importância clínica:
Alinhamento dos dentes permanentes 
Chave de molar.
Padrão de erupção dos incisivos inferiores:
Possui o eixo de erupção mais lingual. É comum crescer atrás dos decíduos e 
depois a língua posiciona corretamente o permanente.
Espaço para incisivos inferiores
- diastema entre incisivos
- movimento distal do canino decíduo - fechamento do espaço primata
- aumento da distância bicanina
- crescimento do processo alveolar
degrau distal: vai para classe II.
Padrão de erupção dos incisivos superiores: 
- inclinações axiais distais
- coroas divergentes
- diastemas
- inclinação labial exagerada
- erupcionam 1 mm a frente dos decíduos
Espaço para incisivos superiores:
- diastemas entre incisivos
- aumento da distância bicanina
- erupção mais vestibular dos incisivos 
- aproveitamento do espaço primata
Padrão de erupção dos caninos e pré molares: Não há problema de espaço com:
- sequência favorável de erupção
- relação tamanho dentário x espaço disponível normal 
- chave de molar com uso mínimo do LeeWay Space
- relação VL favorável do processo alveolar
São os últimos a erupcionarem em cada arcada: 2o pré molares inferiores e caninos superiores. Maior risco de 
ficarem impactados ou ectópicos.
• Sobremordida:
 (aumenta) início da dentição decídua 
 (diminui) final da dentição decídua
 (aumenta) dentição mista 
 (diminui) dentição permanente
Os 2ºs pré molares inferiores e os caninos superiores são o levante final da sobremordida.
Fase do patinho feio: O paciente tem o dente do tamanho que ele deve ser em sua fase adulta, mas com um 
rosto de criança. - inclinação labial exagerada dos incisivos superiores
- inclinação distal das coroas dos incisivos
- diastemas entre os incisivos
- sobremordida exagerada
Mecanismos de autocorreção:
Erupção dos caninos permanentes – diminuição da inclinação distal e fechamento dos diastemas
Erupção dos dentes posteriores – sobremordida exagerada e inclinação vestibular exagerada
• CONCLUSÃO:
Requisitos para uma boa oclusão:
- sequência favorável de erupção
- relato favorável do tamanho dente x osso
- boa relação dos primeiros molares (sempre desejar que o paciente tenha o plano terminal reto para fechar a 
oclusão em classe I).
Por que não chamar de ‘’irregularidades’’?
‘’irregularidades dos dentes’’ não expressa o verdadeiro significado das enfermidades.
‘’maloclusão’’ é um termo mais expressivo, por ser mais abrangente (envolve cúspides, coroas, raízes, arcadas 
entre si, músculos, lábios, harmonia facial.
Os objetivos da classificação são:
- reunir um grande número de casos de maloclusão em um número pequeno de grupos, onde cada grupo 
contém casos caracterizados por um ou mais fatores comuns e de grande significado fundamental.
- Ao classificar, já conseguimos saber como tratar o paciente, ou seja, a classificação permite indicar claramente os 
procedimentos adequados ao tratamento.
- facilitar conclusões mais exatas quanto a etiologia, prognostico, contenção e prevenção da maloclusão
- facilitar a comunicação
Classificações mais comuns: de Lischer, de Angle e de Simon.
A classificação de lischer é uma classificação individual de posicionamento dentário: junta-se a direção do desvio 
que esse elemento dentário pode apresentar + versão ou oclusão.
Mesioversão: dente que está mais para a mesial do 
que deveria. Ex: 2 e 3° molares permanentes na foto
Distoversão: quando o dente está mais para a distal 
do que deveria: ex pré molares e molares da foto
Labioversão/vestibuloversão: dente mais 
para a vestibular/labial que o normal.
Linguoversão: ou palatoversão.
Supraversão: ou supraoclusão. É quando o dente 
ultrapassao plano oclusal do paciente. Ex: dente por trás 
do incisivo central está mais baixo (foto)
Infraversão: o dente não atinge o 
plano oclusal.
CLASSIFICAÇÃO DAS MALOCLUSÕES 
Axioversão: quando um dente está girado em 
relação ao longo eixo dele. Ex: 2ºs pré molares
Transversão: ou transposição – quando um dente 
troca de lugar com o outro no arco. Ex: incisivo 
central a esquerda, incisivo lateral e incisivo central 
(foto)
Perversão: quando o dente está de cabeça para baixo. Geralmente não erupciona, só se 
encontra na radiografia, e geralmente é causado por um trauma no dente decíduo que 
intrui, a raiz toca na coroa do permanente sendo formado e gira a coroa dele dentro do 
alvéolo.
A nomenclatura de lischer ainda permite juntar 
prefixos.
Ex: infra-mesio-vestíbulo + versão. Exemplo da 
foto: o canino está infra mesiovestíbuloversão, 
porque não atingiu o plano oclusal, está mais 
mesial do que deveria e está para a vestibular.
• Dr. Edward Hartley Angle
1° especialista em ortodontia (especialidade mais antiga). Primeiro professor de curso de ortodontia
Fundador da 1° sociedade especializada em ortodontia Fundador da 1° revista especializada em ortodontia 
‘’classification of maloclusion’’
Dental cosmos – 1899
Princípios da classificação de Angle:
- O corpo da mandíbula e seu correspondente arco dentário devem ocupar, na anatomia craniana, uma 
posição normal mesio-distal ou ântero-posterior.
Não existia radiografia, então todos os achados de Angle foram clínicos. Ele achava que toda alteração que 
ocorresse na face era causada pela mandíbula, porque era o único osso móvel.
- Os primeiros molares permanentes superiores ocupam uma posição fixa e definida em relação a anatomia 
craniana.
Ou seja, uma vez que ele erupcionassem, não se movimentariam mais.
- Se houver modificação na posição dos primeiros molares permanentes superiores, esta se evidenciara pela 
mudança das inclinações axiais da arcada superior, principalmente nos caninos.
Tudo isso já caiu em desuso, mas como a classificação dele foi tão bem elaborada, ela é utilizada até hoje. 
Ele pegou todos os casos de maloclusão que estudou e dividiu em 3 classes: 1, 2 e 3.
Ele avaliou mil casos e encontrou na maioria, a classe 1 (70%). A classe 2 (27%) ele encontrou em segundo 
grau de incidência, e a classe 3 encontrou em 3%
Classe I:
o corpo da mandíbula e seu correspondente arco dentário estão em uma correta 
relação mesio-distal com a estrutura craniana. 1° molares permanentes: chave de 
oclusão – a cúspide mesiovestibular do 1° molar superior oclui no sulco 
mesiovestibular do 1° molar inferior.
Se um paciente tem dos dois lados essa relação de chave de oclusão, 
independentemente se ele tem dentes em toda a nomenclatura de lischer, ele será 
classe I de Angle.
Classe II:
Casos de maloclusão onde o corpo da mandíbula e correspondente arco 
dentário estão em uma relação distal com a estrutura craniana. Ou seja, a 
mandíbula está mais atrás que a maxila. Ou porque a maxila cresceu mais do 
que deveria, ou porque a mandíbula cresceu menos que deveria.
Nesses casos, a relação de molar está da seguinte forma: a cúspide 
mesiovestibular do superior está à frente do sulco mesiovestibular do inferior.
No entanto, a classe II se divide.
Divisão 1: os incisivos superiores apresentam-se com inclinação 
axial vestibular. Clinicamente, o classe II divisão 1 é o paciente 
‘’dentuço’’. Ex: Ronaldinho gaúcho.
Divisão 2: os incisivos superiores apresentam-se com inclinação axial 
vertical ou lingual. Clinicamente, o classe II divisão 2 não apresenta 
alteração facial tão marcante, porque como os incisivos centrais estão 
mais para trás, o lábio acaba acomodando melhor. Ex: Leo Veiga.
A classe II ainda pode apresentar outra subdivisão: direita ou esquerda.
Casos de maloclusão nos quais o corpo da mandíbula e correspondente arco dentário estão em relação distal 
com a estrutura craniana apenas de um lado. Ou seja, casos onde em um lado temos a relação de classe II, e em 
outro lado temos a chave de molar.
Então denominamos os casos como Classe II, divisão 1 ou 2, subdivisão do lado que ele está em classe dois: 
direita ou esquerda. Exemplo: (fotos)
Classe III:
Casos de maloclusão nos quais o corpo da mandibula e 
correspondente arco dentario estão em relação mesial com a 
estrutura craniana.
E assim como a classe II, a classe III também 
apresenta subdivisão em direita e esquerda.
Classe III – subdivisão (direita e esquerda): casos de maloclusão nos quais o corpo da mandíbula e 
correspondente arco dentário estão em relação mesial com a estrutura craniana apenas de um lado.
Classe III (prognata) – classe I – classe II (retrognata)
Angle só classificou as maloclusões em um sentido: o anteroposterior. O Simon achava que era necessário 
avaliar isso nas três dimensões de espaço.
• Classificação de Simon:
‘’a dentadura humana é um objeto localizado em uma cavidade da cabeça e, se 
quisermos determinar a sua localização, devemos medi-la em três dimensões’’.
Planos de oclusão:
- horizontal de Frankfort
 - Orbital
- Sagital mediano
- Desvios com o plano sagital mediano:
Arcada mais próxima ao plano sagital mediano: distração 
Se ela estiver mais afastada: contração
- Desvios com o plano horizontal de frankfort:
Atração se estiver mais próxima e abstração se estiver afastada.
- Desvios com o plano orbital: Prostração ou retração.
Essa nomenclatura é utilizada para complementar a de Angle: protração da mandíbula, retração da mandíbula etc.
• Conclusões:
Um bom método para a classificação das maloclusões deve ter 
- simplicidade
- clareza
- praticidade
- precisão
- ser completa
Não tem nenhum método com todas essas características, então pegamos o método de Angle que é o mais 
simples e complementamos com a de Simon ou lischer.
• FREIO LABIAL ANORMAL:
Feixe de tecido fibroso que se insere na mucosa da face interna do lábio superior e se estende por cima da crista 
alveolar até a papila palatina.
Ao puxar o lábio superior do paciente ocorre uma isquemia ou as vezes até a movimentação da papila.
Consequências: estética (diastema), fonética (fala assobiada) e funcional porque as vezes a guia canina não 
ocorre corretamente.
Diagnostico: exame clínico – teste isquêmico ou branco. 
Ou radiografias – tecido grosso entre os incisivos.
Conduta clínica:
- fechar o espaço depois da erupção do canino
- frenectomia depois do fechamento do espaço.
NUNCA usar elásticos livres ao redor dos colos dos dentes.
• Perda precoce (decíduos)
Causas: carie, trauma, reabsorção anormal da raiz (ex.: incisivo central muito grande erupcionando e acaba 
reabsorvendo a raiz do central e lateral decíduo).
Verificar:
- estágio de desenvolvimento do permanente
- quantidade de tecido ósseo sobre o permanente a erupcionar – se o dente já tiver começado os movimentos 
eruptivos do estágio 6, 7, 8 de Nolla, ocorre uma aceleração dessa erupção. Se não, ocorre um atraso.
Consequências:
- estética
- hábitos viciosos
- migração dos dentes adjacentes
- extrusão do antagonista
- erupção retardada dos dentes permanentes
Conduta clínica: sempre será a manutenção do espaço
• Retenção prolongada de dentes decíduos
Causas: anquilose, hereditariedade, problemas endócrinos e reabsorção radicular atípica
As maiores incidências são em caninos superiores e em 2º molares inferiores.
Diagnostico – exame radiográfico. Avaliar:
- posição do sucessor
- ausência do sucessor
- reabsorção da raiz do decíduo
- estágio de formação da raiz do permanente
ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES - FATORES LOCAIS
Conduta clínica:
- Acompanhamento radiográfico 
- exodontia
- exodontia e exposição cirúrgica 
- exodontia e tracionamento
• Diastemas interincisais:
Podem ser localizados ou generalizados.
Localizados: espaçamento excessivo em um ponto de contato 
Generalizados: espaçamento excessivo em vários pontos de contato
Incidência: 
Idade:
6
6-7
10-11 
12-18
% de casos 
97%
88% 
49%
7%
Consequências: Estética, fonética e função.
Causas:
Durante desenvolvimento normal – fase do patinhofeio
Deficiência de material dentário no arco – arco muito grande para dentes pequenos 
Impedimentos físicos - supranumerário
Artificiais – hábitos de morder objetos, colocar algo entre os dentes...
Durante desenvolvimento normal:
Dentição decídua: possibilidade do diastema tipo 1 de 
Dentição mista: normal – fase do patinho feio 
Dentição permanente – anormal.
Deficiência de material dentário no arco:
- discrepância de tamanho dentário 
- microdontias 
- dentes ausentes
- dentes ectópicos
- dentes extraídos
- apinhamento
Impedimentos físicos:
- extranumerários
- freio labial anormal
- fusão imperfeita da pré maxila 
- presença de cistos
- sobremordida exagerada
- perda dos dentes posteriores 
- presença de hábitos
Tratamento e contenção:
Ortodôntico: móvel (hawley ou placas modificadas), fixo ou fio colado (contenção) 
Cirúrgico: frenectomia ou frenotomia
A manutenção de espaço nada mais é que manter o perímetro do arco, ou seja, o espaço que existe no arco para o 
dente que ainda vai erupcionar.
A necessidade da manutenção de espaço acontece normalmente ou por lesão cariosa, ou por trauma. Quando há a 
indicação de remover um dente ou quando há a perda de um dente. É importante avaliar essa perda, o momento 
em que ela aconteceu, para não deixar esse espaço fechar.
Existem muitas formas de manutenção de espaço:
Sejam preventivas propriamente ditas, que são simplesmente manter os dentes decíduos hígidos (consciência que 
devemos criar nos pais de que os decíduos são muito importantes) até a época certa de sua esfoliação; caso seja 
necessário, fazer restaurações adequadas; e por último, quando nenhuma dessas possibilidades existe e o dente 
realmente é perdido, manter o espaço das perdas o mais rápido possível a partir do momento em que o dente é 
perdido.
• Manutenção de espaço – indicações
Perda de um ou mais dentes decíduos – desde que:
- não haja perda do perímetro/comprimento do arco ou diminuição do espaço.
- sucessor permanente presente e se desenvolvendo normalmente – importante o exame radiográfico para avaliar.
- análise da dentição mista favorável
• Manutenção de espaço – contra indicações
- quando não existe osso alveolar cobrindo o sucessor permanente - avaliar na radiografia a quantidade de osso 
que cobre o dente prestes a erupcionar, porque normalmente o dente leva mais ou menos 6 meses para percorrer 
1 mm dentro do osso. Se não tiver mais nenhum osso, ele aparecerá na cavidade oral rapidamente, então não será 
necessário manter o espaço
- se já existe falta de espaço em ambos os arcos – se já houve perda do espaço por que manter um espaço que não 
é permanente?
- se o sucessor permanente está ausente – quando não tem o germe do permanente, faz-se avaliação da oclusão e 
pode-se decidir pelo fechamento do espaço
- se existem espaços generalizados
Manter espaço ≠ recuperar espaço ≠ obter espaço
Manter espaço = tem o espaço necessário para o sucessor permanente e iremos manter esse espaço até a chegada 
do dente sucessor permanente
Recuperar espaço = recuperar um espaço que já existiu, mas foi perdido. Ex: paciente perdeu o 2° molar decíduo 
precocemente por conta de lesão cariosa extensa em janeiro e só nos procurou em setembro. Verificou-se a perda 
de 1,5 mm de espaço.
Obter espaço = quando o espaço não existe.
MANTENEDORES DE ESPAÇO:
Requisitos de um mantenedor:
- manter o espaço para o sucessor permanente 
– precisa ter uma rigidez, uma estrutura que mantenha o espaço
- não interferir no desenvolvimento e erupção do permanente 
– precisa ser um aparelho passivo.
- reestabelecer a função – tanto a mastigatória quando a estética
PLANEJAMENTO:
- evitar a extrusão dos antagonistas 
– recupere o contato oclusal com os antagonistas e 
impeça a extrusão deles
- ser de fácil confecção e higienização
- baixo custo
- não lesar tecidos adjacentes
- não depender da colaboração do paciente
MANUTENÇÃO DO ESPAÇO 
- tempo decorrido após a perda – ideal é que planejamento seja feito antes da extração ou que leve em consideração 
quanto tempo passou desde que o elemento decíduo foi perdido (os primeiros 6 meses após uma perda dentaria 
decídua é quando acontecem os maiores movimentos e consequentemente a maior perda de espaço).
- idade dental do sucessor permanente – qual o estágio de Nolla esse dente está.
- quantidade de osso sobre o permanente – dependendo da quantidade de osso que o cobre, é possível fazer um 
cálculo de quanto tempo esse dente vai demorar para chegar à cavidade oral. A cada 1 mm de osso, mais ou menos 6 
meses para o dentre intraósseo percorrer.
- sequência de erupção e erupção retardada – existe uma sequência mais favorável, e quando ela é quebrada por 
algum motivo, podemos ter algumas perdas ou impacções.
- ausências congênitas e impacções
- orientação aos pais – salientar a importância da manutenção da higidez dos decíduos.
CONHECIMENTOS 
Para fazer manutenção de espaço precisamos saber: 
- desenvolvimento da oclusão normal
- análise da dentição mista favorável
FUNÇÃO 
Normalmente temos mantenedores diferentes para a região anterior e para a posterior, porque as 
demandas são um pouco diferentes.
Região anterior:
- recuperar a estética e a função (a ausência de dentes anteriores afeta a fala, a deglutição)
- manter o perímetro
- evitar hábitos que podem se estabelecer por conta da falta desses dentes (sucção de língua, projeção 
de língua, interposição de lábio)
Região posterior:
- evitar migrações de dentes vizinhos e a extrusão do antagonista 
- recuperar a função mastigatória se possível
- manter o perímetro do arco
CLASSIFICAÇÃO DOS MANTENEDORES DE ESPAÇO 
Fixos ou removíveis: com (fixos) ou sem (removíveis) bandas ortodônticas.
Fixo: arco lingual. Tem bandas (anéis) cimentados normalmente nos primeiros 
molares permanentes e um fio de aço 0.9 que percorre todo o desenho e é soldado 
no arco.
Removível: mantenedor em acrílico com dentes de estoque e grampos ortodônticos 
de retenção.
- Mantenedores de espaço fixos:
Vantagens – maior vida útil; independe da colaboração do paciente; boa compatibilidade. 
Desvantagens – difícil confecção.
Os mantenedores fixos mais utilizados são:
Alça e banda, arco lingual e a barra transpalatina, mas, além desses, ainda tem mais dois que já não são mais tão 
utilizados: coroa de aço e banda, e as coroas ou bandas com extensão intra-gengival.
Indicações do mantenedor fixo de alça e banda:
Perdas unitárias e unilaterais – fácil confecção (fio 0,9), baixo custo, rápida 
confecção, porém, não restaura a função e não impede a extrusão do antagonista.
Indicações do mantenedor fixo de arco lingual:
Perdas múltiplas e/ou bilaterais inferiores – efetivo (fio 0.9), baixo custo, fácil 
higiene, porém não restaura a função e não impede a extrusão do antagonista
Indicações do mantenedor fixo Barra transpalatina:
Perdas múltiplas e/ou bilaterais superiores – efetivo (fio 0.9), baixo custo, fácil 
higiene, porém não restaura a função nem impede a extrusão do antagonista
Arco palatino de Nance (à direita): modificação da barra transpalatina, onde faz-se um contorno mais anterior e 
coloca-se uma resina na região anterior. Tem a mesma função, mas interfere um pouco na fala.
*Mantenedor estético fixo: indicado para perdas anteriores sem 
possibilidade de utilização de mantenedor removível.
- Mantenedores de espaço removíveis:
Vantagens – fácil confecção e limpeza; divisão da carga oclusal; 
pode recuperar a estética.
Desvantagens – depende da cooperação do paciente; facilidade de 
perda e quebra; problemas alérgicos.
Os mantenedores de espaço removíveis mais utilizados são:
- Placa de acrílico com dente de estoque e/ou batente em acrílico
Indicação: perdas múltiplas na região posterior ou anterior.
O planejamento da manutenção de espaço deve ser feito antes do dente ser extraído.
A remoção do mantenedor de espaço deve ser feita imediatamente antes ou assim que o dente 
permanente erupciona.
Etiologia = estudo da causa Maloclusão = variações do normal
• Equação ortodôntica de dockrell:
Causas > atuam em épocas> sobre tecidos > reproduzindo resultados - MOYERS, R.E. Ortodontia. 4 ed.
• Sistema de classificação
O sistema usado até hoje foi criado por Graber, na década de 60.
Divide-se os fatores etiológicos entre fatores intrínsecos (locais) e fatores extrínsecos (gerais).
Fatores extrínsecos:
- fatores externos
- atuam indiretamente sobre os dentes
- formação do individuo
- atuação restrita do ortodontista – não cabe ao ortodontista controlar um fator genético, por exemplo.
Dentre os fatores extrínsecos estão:
- hereditariedade – consiste em importante fator na etiologia 
da maloclusão! E pouco se sabe sobre sua precisa 
aplicabilidade clínica.
- anomalias congênitas
- meio ambiente pré e pós natal
- fatores sistêmicos
- hábitos de pressões anormais
- anormalidades dos tecidos peribucais - postura
- traumatismos
Fatores intrínsecos:
Já os fatores intrínsecos, são os fatores internos ou locais, que atuam diretamente sobre os dentes e são sobre 
esses fatores que o ortodontista atua mais fortemente.
Dentre os fatores intrínsecos, estão:
- anomalia de número, forma, tamanho, posição 
- perda precoce de dente decíduo
- carie e restaurações inadequadas
- retenção prolongada de decíduos
- erupção tardia de permanentes
- anquilose
- cistos e tumores
- diastemas entre incisivos - freio labial
Anomalia de número:
Aumento ou diminuição do número de dentes do paciente. - dentes extranumerários e 
agenesias.
O normal são 20 decíduos e 28 a 32 permanentes.
Dentes supranumerários
Causas:
- hiperatividade da lâmina dentaria
- dicotomia de germes – o germe dentário se divide - hereditariedade
- doenças (disostose cleidocraniana)
O supranumerário mais comum é o mesiodente. É um dente que se forma entre os IC superiores, 
geralmente vem em formato conoide e não de incisivo. Pode estar inclusive de cabeça pra baixo.
Descobrimos como?
ETIOLOGIA DAS MALOCLUÕES
Geralmente o paciente tem um diastema, normalmente grande, e 
ao radiografar, o paciente tem o mesiodente ali.
O diagnóstico do mesiodente é clínico e radiográfico.
A primeira coisa a se fazer é contar os dentes. Exemplo da foto abaixo: central, lateral, lateral, 
canino, etc.
Como identificamos esse extranumerário? 
Normalmente observando aspectos como: 
- a forma do dente (pode ser cônico)
- manchas e/ou carie
- posição da raiz
- posição do dente no arco (normalmente é o mais fora da posição normal do dente – sempre mais para a distal)
Quais as consequências que um extranumerário pode trazer?
- atrasar, impedir ou desviar a erupção dos dentes permanentes
 - alterar as relações oclusais – chave de canino, sobremordida...
- formar cistos – dentes que ficam inclusos podem formar cistos! 
- separar ou reabsorver raízes
- diastemas
*obs: extranumerários são mais comuns na dentição permanente. Na decídua são raros, mas podem acontecer, 
e assim como todo dente permanente é formado a partir de um decíduo, havendo um supranumerário 
decíduo, obrigatoriamente haverá um permanente também.
 agenesias:
não formação congênita de alguns elementos dentários. Funciona diferente do supranumerário: pode-se ter um 
decíduo e ter uma agenesia de um permanente, porem se não tiver um dente decíduo, não haverá um permanente.
Causas:
- evolução da espécie
- hereditariedade
- doenças (displasia ectodérmica)
O diagnostico é feito basicamente como o supranumerário, ou seja, clínico e radiográfico.
Os dentes mais comumente envolvidos com a agenesia são: - terceiros molares
- 12 e 22
- 35 e 45
- Incisivos inferiores - 15 e 15
Ou seja, geralmente dentes fim de série. Pode sim haver um canino com agenesia, mas é mais difícil.
Quais as consequências que a agenesia pode trazer? 
- causa perda do espaço no arco
- extrusão do antagonista
- perda de contato oclusal e proximal
- diastemas – muito comum na região anterior na falta dos laterais.
Anomalias de forma:
Alterações na forma da raiz e/ou coroa dos dentes decíduos e permanentes.
- dentes conoides
- cúspide em garra ou extra - geminação
- fusão
- dilaceração
- taurodontia
- molar em amora - dens in dente
- concrescência
As que mais atrapalham em orto são dentes conoides (pode causar diastema, migração), geminação, fusão, 
dilaceração em casos de movimentação do dente, assim como a concrescência.
Anomalias de tamanho:
Relacionado a alteração na forma dos dentes.
Macrodontia – Microdontia
As alterações possíveis em casos de macrodontia são alterações oclusais 
(impedir outro dente de erupcionar por já estar ocupando aquele espaço).
As alterações que um microdente pode causar são diastemas, alteração de 
relações oclusais... porem, é muito mais fácil corrigir problemas com 
microdentes, já macrodentes não.
Anomalia de posição:
Ectopia: alteração ou desvio no eixo de erupção 
normal dos dentes.
Transposição: quando o dente troca de posição 
com outro dente adjacente no mesmo arco.
Carie dental e restaurações inadequadas:
Ocasionam perda de pontos de contato, podendo levar a perda do elemento dentário e/ou encurtamento do 
perímetro do arco.
Consequências:
- inclinação indesejada dos dentes adjacentes 
- falta de espaço para dentes permanentes 
- impacções dentais ou desvios de erupção
- perda de perímetro do arco
Anquilose:
Fusão do cemento diretamente ao osso alveolar. É mais comum em dentes decíduos, principalmente inferiores, 
mas também pode ocorrer em permanentes. Pode ser causada por um trauma ou pode ser idiopática.
Consequências:
- inclinação indesejável dos dentes adjacentes 
- falta de espaço para dentes permanentes
- impacções dentais ou desvios de erupção
- perda de perímetro do arco
- extrusão do dente antagonista
- mordida aberta
Diagnostico:
basicamente clínico – dente submerso (infraoclusão).
Possui som a percussão e obtemos falha na tentativa de movimentação. Algumas vezes é possível ver na 
radiografia
Tratamento – decíduo:
- com sucessor permanente: remove-se o decíduo e coloca-se um mantenedor de espaço.
- sem o sucessor permanente: reconstruir os contatos proximais e oclusal (proteticamente); extrair + 
mantenedor de espaço; extrair + fechar o espaço ortodonticamente.
Tratamento – permanente:
Avaliar a época em que ocorreu a anquilose.
Se a anquilose for diagnosticada tendo pouco ou nenhum crescimento, o dente deve ser luxado. Sem êxito e 
não submersão, devem ser construídos os contatos proximais e oclusal.
Se a anquilose for diagnosticada ainda na fase de crescimento, o dente deve ser luxado. Após repetidas 
luxações sem êxito, o dente deve ser extraído.
Cistos e tumores:
Podem impedir a formação e erupção normal dos elementos dentários. Devem ser diagnosticados e tratados 
precocemente.
- cisto dentigero
- odontoma
A mordida cruzada nada mais é do que quando há um relacionamento vestibulolingual anormal entre um ou 
mais dentes em relação aos seus antagonistas.
• CLASSIFICAÇÃO:
Podemos classificar a mordida cruzada de duas formas:
- Quanto a localização:
Mordida cruzada anterior – quando envolve 
incisivos e muitas vezes os caninos.
Mordida cruzada posterior – quando envolve a 
região posterior. Molares e/ou pré molares. 
Muitas vezes o canino também se envolve.
- Quanto a origem/etiologia:
Dentaria – problema 
exclusivamente dentário
Esquelética – problema de 
crescimento
Funcional – problema muscular
Para descobrir a origem da mordida cruzada, já que para o tratamento é importante que essa informação seja 
determinada, a primeira coisa a se fazer é o exame clínico em relação cêntrica, observar também em MIH e 
observaremos uma serie de coisas para tentar fazer esse diagnostico diferencial.
1- Exame clínico criterioso – observar:
- desenvolvimento da dentição
- hábitos – sucção? Respiração bucal? Pode 
influenciar no estabelecimento da mordida cruzada 
- respiração (amigdalas, adenoides)
- linhas medias
- padrão de fechamento
- forma das arcadas
- padrão de crescimento – tanto facial 
(observar a face para avaliar se tem 
hipoplasia da maxila, avanço de mandíbula, 
avanço lateral de mandíbula – chamada 
assimetria)
Observa-se:
- Local da anomalia e quantosdentes isso envolve – dependendo do local e número de dentes, já sabemos se é 
dentário, funcional e esquelético. Normalmente quando temos mordidas cruzadas unitárias, estamos diante de 
um problema dentário. Quando temos muitos dentes envolvidos, normalmente é funcional ou esquelético.
- Quando temos um problema esquelético, temos uma discrepância do crescimento das bases ósseas, e isso 
pode acontecer tanto no sentido anteroposterior (problema de mordida cruzada anterior) ou transverso 
(comprometimento de mordida cruzada posterior).
2- Modelos de estudo:
Hoje em dia é feito muito o modelo de estudo digital. Observar a forma dos arcos, inclinações 
axiais, forma do palato (profundo, atrésicos), falta de espaço...
MORDIDA CRUZADA ANTERIOR 
3- Radiografias cefalometricas:
Normalmente para diagnosticar mordida cruzada anterior utilizamos 
a radiografia cefalometrica de perfil, e a frontal/posterior anterior, 
para identificar a mordida cruzada anterior em casos de assimetria.
4- Fotografias extra orais – observar mandíbula em repouso.
Frontal e sorrindo. Observar o grau de assimetria facial.
Fotografias intraorais:
Oclusal superior e inferior, lateral direita em oclusão, lateral esquerda em oclusão e frontal.
• Mordida cruzada anterior
Um ou mais dentes anteriores superiores apresentam-se posicionados lingualmente em 
relação aos inferiores quando em oclusão.
• Mordida cruzada anterior dentaria:
- Envolve somente a inclinação localizada de um ou mais dentes. 
- Assimetria dentoalveolar
- Não afeta o tamanho e forma do arco basal.
As causas mais comuns são:
- trauma na dentição decídua
- perda precoce dos incisivos decíduos 
- dentes supranumerários
- falta de espaço no arco
Trauma na dentição decídua:
O trauma pode levar a alguma consequência no germe do 
dente permanente, por exemplo, mudar o eixo de erupção.
Perda precoce dos incisivos decíduos:
Muitas vezes o germe do permanente atrasa um pouco a erupção, e ao erupcionar, erupciona mais para a 
palatina.
Dentes supranumerários:
Normalmente os supranumerários estão fora de 
posição, eles diminuem o tamanho no arco para um 
correto alinhamento dos dentes.
Falta de espaço no arco
Consequências da maloclusão de mordida cruzada anterior dentária:
Perda no comprimento do arco – perda do espaço, 
do perímetro do arco.
Oclusão traumática – retração gengival
Desgaste anormal da face incisal e 
vestibular dos dentes
Problemas psicológicos – 
relacionados a questão estética
 
Deslocamento mandibular – pode ser tão desconfortável que o paciente pode projetar a mandíbula para 
frente para conseguir uma posição de repouso mais confortável.
Tratamento da mordida cruzada anterior – dentaria:
Pré requisitos necessários para o tratamento:
- precisa ter espaço na arcada
- transpasse vertical suficiente
- oclusão classe I de Angle
- cooperação do paciente
Métodos e aparelhos de correção da mordida cruzada anterior dentária:
- espátula de madeira – palito: indicado para descruzar um dente cruzado em início 
de erupção. Pedir o paciente para fazer esse movimento de pêndulo de duas a três 
vezes por dia, por um intervalo curto. O paciente precisa ser muito colaborador.
- plano inclinador fixo:
aparelho feito em acrílico indicado para um ou (no máximo) dois dentes cruzados na região anterior.
 Indicações:
Incisivo superior totalmente erupcionado, paciente colaborador, 
espaço no arco, sobremordida e é muito indicado quando há 
comprometimento do periodonto do II.
Contra indicações:
Grande overjet (distância entre os vestibulares dos incisivos
exagerada), mordida aberta ou topo a topo (tendência do plano de permitir extrusão posterior, 
aumentando a mordida aberta), sobremordida exagerada, classe II e III de Angle, falta de espaço no 
arco, caninos e dentes posteriores
PIF – plano inclinado fixo:
transpasse vertical maior com comprometimento periodontal:
Existem algumas normas para a confecção do PIF:
Inclinação do batente de 45º
Altura do batente 4mm
Largura do batente igual ao diâmetro MD do dente superior cruzado (o dente que se quer descruzar). 
O batente a medida em que o dente desliza, não deve bater em nenhum outro dente.
Desoclusão posterior de até 4 mm.
A=N+2
A = ancoragem ou no de dentes para suportar o aparelho N = no de 
dentes a serem descruzados
Vantagens do PIF: muito fácil e rápido de confeccionar, ausência de dor e mobilidade, costuma descruzar 
rápido e raramente ocorre recidiva e independe da colaboração do paciente.
Desvantagens do PIF: dificuldade na alimentação, indica-se uma alimentação mais pastosa (mas fica de 2 a 3 
semanas na boca só); defeito temporário na fala; tendência a criar mordida aberta em decorrência da extrusão dos 
dentes posteriores; alinhamento irregular dos dentes; componente extrusivo (extrusão dos posteriores).
Fatores que devem ser observados: 
- consulta semanal do paciente
- dieta e fonação
- desoclusão posterior
- tempo de uso máximo: 2 a 3 semanas
- placa de acrílico com mola digital (com ou sem batente posterior)
Indicada para:
- um ou dois dentes anteriores cruzados
- pouco transpasse vertical
- sem comprometimento periodontal do II
Placa com mola digital 
Transpasse vertical suave
- Arco palatino ativo:
Indicado para mais de dois dentes cruzados
Caso abaixo: os dentes foram descruzados, mas isso não garante que os 
permanentes virão descruzados. Então, as vezes o paciente troca a dentição e os 
dentes vem cruzados, então é necessário o uso de outros aparelhos.
- Brackets com fio ortodôntico:
Também chamado de aparelho ortodôntico parcial. 
Indicado para mais de dois dentes cruzados.
• Mordida cruzada anterior funcional
É uma mordida cruzada na região anterior provocada por adaptação funcional as interferências dentarias ou 
pré maturidades dentarias. Não há inclinação incorreta dos dentes, mas sim alguma interferência e isso faz 
com que ocorra uma adaptação a essa interferência, que é a mordida cruzada.
Os dentes não estão inclinados. 
Dentro do processo alveolar.
Diagnostico diferencial: análise funcional.
O paciente bate os topos dos incisivos e joga a mandíbula para trás, procurando por uma 
posição mais confortável.
Tratamento da mordida cruzada anterior – funcional: 
(envolve mais de dois dentes anteriores)
Métodos:
- arco palatino ativo
- brackets com fio ortodôntico
Caso:
Obs: não se cola brackets em dentes decíduos.
• Mordida cruzada anterior – esquelética
Significa que o problema não é interferência ou maturidade dentaria, mas 
sim uma discrepância/desequilíbrio no crescimento da maxila ou mandíbula. 
O problema é de base óssea, não mais localizado em dente/musculatura.
Normalmente a mordida cruzada anterior esquelética envolve vários dentes 
(mais de dois dentes anteriores), é causada por um desequilíbrio no 
crescimento ântero-posterior da maxila e mandíbula.
Tratamentos indicados para a mordida cruzada anterior esquelética:
- Disjunção maxilar + tração reversa com máscara – funciona muito bem dos 
6 aos 9 anos.
- Tratamento ortodôntico fixo
- Tratamento orto-cirúrgico
Os dois últimos acima são indicados para dentição completa e com crescimento já controlado, ou 
ausência total de crescimento, que é o caso do tratamento orto-cirúrgico.
Características:
Crescimento desequilibrado da maxila ou mandíbula
Falta de harmonia entre maxila e mandíbula (contração maxilar)
É um tratamento em conjunto. O ortodontista 
faz um preparo ortodôntico do caso, e 
geralmente quando o paciente está preparado 
fica pior do que estava no começo:
E entra um cirurgião bucomaxilofacial 
Pré cirurgia:
- Tratamento corretivo com aparelho fixo (elásticos e/ou exodontias):
- Tratamento orto-cirúrgico:
O paciente usa a máscara para dormir 
(geralmente 10 horas por dia)
- Disjunção associada a tração reversa da maxila:
Pós cirurgia:
Conceito: Desvio na relação vertical dos arcos maxilar e mandibular. Quando há uma definida falta de contato 
em direção vertical, entre os dentes de um arco e do segmento oposto.
Enquanto a mordida cruzada é uma alteração no sentidovestibulolingual, a mordida aberta é uma alteração no 
sentido vertical. O paciente fecha a boca e não consegue encostar o dente inferior no superior.
A mordida aberta se divide em relação a frequência (em que idade ocorre mais) e em qual oclusão de Angle é 
mais presente.
Ocorre mais em idades precoces: 
4,2% aos 6 anos
2,5% aos 14 anos
Frequência relacionada a classificação de Angle: 
Classe I – 60%
Classe III – 83%
Na classe II, como a mandíbula está atrás da maxila, o que acontece na região anterior é uma extrusão dos 
dentes anteriores, que vai aumentar a sobremordida.
Já na classe I e na classe III principalmente, à medida que a mandíbula cresce para frente, ela cresce também 
para baixo, aumentando mais essa distância entre incisivos superiores e inferiores.
• Classificação quanto a localização:
1. Anterior – de canino a canino
2. Posterior – de canino para trás
3. Combinada – abrange a região anterior e a posterior
• Classificação quanto a etiologia:
1. distúrbios na erupção dos dentes e crescimento alveolar
2. interferências mecânicas na erupção e crescimento alveolar
3. displasias esqueléticas verticais.
1. Distúrbios na erupção dos dentes e crescimento alveolar:
Ocorre falta de erupção dos dentes por interferências na erupção normal ou anormalidades no 
ligamento periodontal que afetam o mecanismo de erupção.
A anormalidade de ligamento periodontal que mais pode afetar um dente é a anquilose*.
*Anquilose: fusão do cemento diretamente ao osso alveolar. 
- dentes decíduos (mais inferiores)
- dentes permanentes
Dentes em infraoclusão sempre são suspeitos de anquilose.
1 2 3
MORDIDA ABERTA 
Consequências da anquilose:
- deslocamento do germe permanente – ele vai erupcionar ectópico
- supraerupção do antagonista – já que ele vai procurar contato
- problemas oclusais
- mordida aberta posterior
- desenvolvimento vertical alternado – se não tem a esfoliação desse dente para a erupção, o osso alveolar continua 
baixo
- impossibilidade de movimentação ortodôntica – principalmente se for permanente
Supraerupção dos dentes posteriores:
Significa que o crescimento alveolar na região posterior no sentido vertical foi um pouco maior do que o normal, 
e com isso ocorre a falta de contato na região anterior.
Causas:
- processo anormal de desenvolvimento alveolar
- respiração bucal – pacientes respiradores bucais tem essa tendência porque como estão de boca aberta, os 
dentes posteriores tendem a extruir
Consequências:
- displasias esqueléticas verticais – porque o osso cresceu ali 
- mordida aberta anterior
2. Interferências mecânicas na erupção e no crescimento alveolar:
Nesse grupo entram, especificamente, os hábitos viciosos, que afeta adultos ou crianças.
Para que um hábito cause uma interferência mecânica ele precisa de intensidade, frequência e duração.
Sucção de dedo:
O mais complicado hábito. Pode ter várias causas: fome, erupção dentaria (coça), liberação das tensões 
emocionais...
Consequências:
vestibularização dos incisivos superiores, lingualização dos incisivos inferiores, alteração no formato do palato 
em alguns casos já que o dedo faz pressão nessa região.
Sucção de chupeta ou mamadeira:
Não tão danoso quanto o dedo, mas ainda assim, causa muitos danos.
Alteram a posição lingual, prejudicam a deglutição, prejudicam o fechamento mandibular, alteram o 
desenvolvimento da musculatura...
- Eliminar o hábito o mais rápido possível. Utilizar bicos ortodônticos.
Deglutição:
Tem duas fases: deglutição infantil ou visceral ou deglutição adulta.
A deglutição infantil ou visceral é a que a criança usa para sucção do seio materno. Exige muita atividade perioral 
do lábio e a língua também sai da cavidade oral para ajudar a pressionar o bico do seio.
À medida que a criança vai crescendo e mudando a alimentação, a deglutição muda, então ao invés de usar 
a musculatura perioral e a língua, ela fecha a boca, coloca a língua na papila palatina, promove o 
movimento angulatório para trás e joga o alimento para trás após ter mastigado.
O problema da deglutição atípica é que ela nunca vem isolada, sempre está associada a um outro fator. 
Pode ser hábitos de sucção, problemas nasorespiratorios, amigdalite ou faringite...
Consequências da deglutição atípica:
Estreitamento do arco superior
Alargamento da arcada inferior – acaba que a língua força a arcada 
inferior para os lados e ocorre o alargamento
Mordida cruzada posterior
Diastemas – já que a língua força também esses dentes
Falta de equilíbrio muscular
Fonação atípica:
Ocorre a projeção lingual na pronúncia de sons sibilantes. Também pode causar mordida aberta porque o 
paciente joga a língua quando fala.
Pode estar associada a distúrbios neurológicos (paciente não tem muito controle da língua) e doenças 
congênitas.
Postura de língua em repouso:
Quando o paciente para de falar, a língua toma uma posição mais anterior, 
forçando essa região.
Pode estar associada a: distúrbios neurológicos, respiração bucal, hábito, 
macroglossia...
Respiração bucal:
Paciente que pode ter desvio de septo, hipertrofia de adenoides, hipertrofia de tonsilas, inflamação 
nos cornetos, hábito vicioso... não consegue respirar pelo nariz e acaba respirando só pela boca.
Os dentes posteriores tendem a extruir, já que o paciente está sempre de boca aberta, se tocando um 
dia deixando a região anterior sem contato.
O paciente respirador bucal tem aspectos característicos na face: lábios hipotônicos, aspecto de cansado, 
olheira, geralmente tem dificuldade de aprendizado na escola...
Consequências bucais: mordida aberta anterior, extrusão dos dentes posteriores, atresia do palato, mordida 
cruzada posterior, caries (ressecamento maior na cavidade bucal, maior tendência a desmineralização), face 
mais longa (o crescimento da face acaba sendo direcionado para baixo, porque ele está sempre de boca 
aberta).
Sucção e mordida do lábio inferior:
Consequências: vestibuloversão dos dentes superiores anteriores, Linguoversão dos dentes incisivos 
inferiores e mordida aberta.
*pacientes com mordida aberta mantêm o serrilhado das bordas 
incisais por muitos anos
3. Displasias esqueléticas verticais:
Não são normalmente reconhecidas em crianças pequenas, o 
que torna o tratamento mais difícil posteriormente, 
principalmente quando terminado o período de crescimento.
O paciente cresce normalmente, e a partir do estirão, ele cresce 
na direção errada.
Geralmente esse paciente acaba sendo indicado para uma cirurgia ortognatica.
Essa alteração é muito mais comum em pacientes dolicofaciais, até por questões de musculatura.
Causas:
- Crescimento vertical posterior da mandíbula maior que a anterior – se por acaso o côndilo não tiver uma boa 
quantidade de crescimento, ele cresce pouco mas a mandíbula vai continuar crescendo para frente, então ela 
vai ter esse giro e cresce para baixo.
- Deficiência no crescimento vertical na região anterior da maxila – como observar isso? Onde tem o 
apinhamento. Se o paciente tem uma mordida aberta, um crescimento mais vertical, e a região anterior 
superior está com apinhamento, as chances de o problema ter sido maxilar são muito maiores. Porem, só temos 
a certeza após a cefalometria.
- Hábitos viciosos
Mordida aberta esqueletal - características clínicas:
Hipotonicidade muscular: lábios hipotônicos, grossos e ressecados. Selamento labial com contração do 
mentalis. 
Protuberância mental ausente (queixo pequeno), retrusão mandibular
Palato alto e estreito
Perfil convexo
Características radiográficas:
- altura facial posterior menor que a anterior
- altura facial inferior maior que a superior
- ramo mandibular curto
- depressão antigoníaca aumentada
- sínfise estreita
- planos divergentes: sela nasio, palatal, oclusal, mandibular (aumentada)
Diagnostico de mordida aberta:
Usa-se todo o protocolo de ortodontia.
- Anamnese clara e objetiva
- Localização da mordida aberta
- Uso de fotografias faciais, modelos de estudo e radiografias
- Observação da presença de hábitos se necessário e encaminhar para o tratamento 
- Estudoa respiração do paciente
Radiograficamente:
- Plano mandibular e eixo Y aumentados
- Divergência dos planos: sela-nasio, palatal, oclusal e mandibular
- Altura facial inferior anterior aumentada e posterior diminuída
Todos esses planos cefalométricos tem uma medida, nos avaliamos se eles estão alterados (aumentados).
Tratamento da mordida aberta:
A primeira coisa a se fazer é determinar o que está causando, ou seja, o fator etiológico.
Anquilose em decíduo:
Sem sucessor permanente:
- reconstrução de contatos proximais e oclusais
- exodontia e manutenção de espaço para prótese 
- exodontia e tratamento ortodôntico
Com sucessor permanente
- exodontia e manutenção de espaço até a erupção do sucessor permanente
Anquilose em permanente:
depois da erupção total interfere no tratamento ortodôntico. antes da 
erupção total gera infraoclusão e migrações indesejáveis - Tratamento: 
luxação, luxação e extrusão, exodontia.
• Mordida aberta dentoalveolar:
É aquela que é causada pela barreira mecânica (hábitos viciosos).
O tratamento de crianças consiste na maioria das vezes, no controle do hábito. A maioria dos autores cita 
que até os 4 anos de idade, a autocorreção pode ocorrer, mas se o hábito persistir até a época da erupção 
dos dentes permanentes o problema necessitará tratamento.
Avaliar o que está causando e ver qual a ordem do tratamento. Exemplo: sucção, encaminhar para o 
tratamento psicológico e depois fonoaudiológico.
- Tratamento psicológico
- Tratamento com otorrino
- Tratamento com fonoaudiólogo
- Tratamento ortodôntico: em último caso, se nada der certo.
Os aparelhos que podem ser utilizados são: 
- grades fixas ou removíveis (mais comum)
O paciente não consegue nem colocar a língua para fora e se colocar o dedo, vai incomodar.
- aparelhagem extra oral – se o problema for causado por supraerupção dos dentes posteriores. 
Geralmente é colocado o aparelho extraoral de puxada alta, para intruir esses dentes.
- aparelhagem fixa – se a mordida aberta não for muito acentuada, pode-se usar aparelhagem fixa com 
elásticos.
• Mordida aberta esquelética:
Deve ser diagnosticada precocemente, pois não é uma condição autocorretiva e piora com o tempo.
O tratamento ortodôntico normalmente exige aparelhagem fixa total e durante o crescimento pode obter 
sucesso, caso contrário a opção de tratamento pode ser orto-cirúrgica. Esse tratamento tem o objetivo de 
controlar o crescimento.
O tratamento orto-cirúrgico só pode ser feito no fim do crescimento (18, 19 anos).
Recursos na terapia ortodôntica fixa:
- uso de elásticos verticais
- aparelho extra oral de thurow
- exodontias – remover os primeiros pré molares e fazer com que os dentes posteriores caminhem para a 
anterior.
• Contenção
Estabilidade X recidiva
Após tirar o aparelho, se a língua continuar projetando, ocorrerá a recidiva do caso.
Contenção:
- longo prazo
- placas com grade – uso noturno
- placas com posicionadores linguais – uso diurno.
Periodonto de inserção:
É formado por cemento, ligamento periodontal e o osso alveolar.
Possui aprox. 0,5 mm de espessura e é formado por uma serie de elementos que permitem a articulação do 
dente ao alvéolo (é através dele que temos a fixação do dente no alvéolo de forma que esse dente tenha alguma 
maleabilidade, mas ao mesmo tempo seja firme).
Ele é composto não só de fibras colágenas, mas também vasos sanguíneos, elementos celulares, terminações 
nervosas e fluido intersticial.
O osso alveolar é dividido em duas porções no alvéolo:
- lâmina dura: é a porção fascicular que envolve a parte externa do osso, é onde as fibras do ligamento se inserem.
- porção lamelar: parte mais interna do osso. (osso esponjoso).
Existe uma diferença entre movimento dentário fisiológico e ortodôntico. Os dentes não são estáticos, eles estão 
no alvéolo ligados ao ligamento periodontal, que é um tecido mole, que permite uma maleabilidade do dente.
Movimento dentário fisiológico:
É aquele promovido por forças fisiológicas (mastigatórias, pressões naturais funcionais – deglutição, fonação). 
São forças de curta ligação, o ligamento se recompõe rapidamente. O ligamento serve como um 
amortecedor, resistência hidráulica.
Movimento dentário ortodôntico:
Quando passa a ser uma força prolongada. Para que aconteça esse movimento, é 
necessário uma força aplicada sobre um ou vários dentes, de forma prolongada. 
Aquele ligamento periodontal que antes voltava ao normal, acaba tendo uma 
serie de alterações celulares que promovem o movimento ortodôntico.
O dente sai do repouso e se desloca para onde a força está sendo aplicada. Essa 
aproximação do dente com a parede do alvéolo acaba promovendo um processo 
inflamatório dentro do ligamento periodontal, e esse processo é gerado para 
que haja uma remodelação óssea, ou seja, para que existam áreas que será 
induzida a reabsorção de osso e outras a reposição.
A partir desse princípio do movimento dentário, é possível conseguir os movimentos ortodônticos mais 
complexos possíveis.
• Força:
Uma carga aplicada a um objeto, tenderá a movimenta-lo a uma posição diferente no espaço. É comumente 
medida em Newtons e convertida a unidades de peso, gramas ou onças. (1N = 0,1 kgf/1 onça = aprox.. 28 g).
Em ortodontia a medida mais utilizada é o grama ou a onça. A força é medida com um instrumento chamado 
tensiômetro. Também existem medidores digitais.
A força pode ser classificada quando a magnitude e quantidade:
1. Inócua – incapaz de gerar movimento
2. Leve–de60a100g
3. Média–de100a200g
4. Pesada – acima de 200 g – utilizada de uma forma geral, para movimentos ortopédicos.
 Outra forma de classificar a força é de acordo com a duração ou ritmo de aplicação.
MOVIMENTO DENTÁRIO 
1. Forças contínuas – não se alteram com o tempo
Aparelhos fixos – fios e molas elásticas. O paciente vai ficar com a mesma mola e ela vai liberar a mesma 
força até a próxima consulta
2. Força interrompida – volta a zero com a remoção do aparelho Aparelhos moveis ou removíveis
3. Forças intermitentes – redução gradativa da força sem remoção do aparelho.
Aparelhos fixos – fios rígidos, ligaduras elásticas e em cadeia.
Atuam durante um período e depois reduzem, mesmo sem o aparelho ter sido removido da boca.
• Reações tissulares do movimento ortodôntico 
- aplicação de força leve
- aplicação de força pesada
Teoria da pressão e tensão:
Força aplicada altera o fluxo sanguíneo, ocorrem mudanças no ambiente químico, gerando os mecanismos 
de diferenciação celular.
É a teoria levada em consideração.
Ao aplicar uma força sobre um dente, sempre haverá uma área de tensão e outra de pressão.
força leve:
Área de pressão: ocorre a compressão do ligamento periodontal, e o fluido intersticial drena para os tecidos
vizinhos. A raiz se aproxima da parede do alvéolo. Ocorre uma compressão do ligamento do lado da pressão
Ocorrerá uma serie de reações (compressão dos feixes nervosos, líquido intersticial escapulindo) para que o 
tamanho normal do ligamento seja recomposto. A partir do momento que o fluxo sanguíneo é alterado, 
ocorrem as mudanças metabólicas, que se assemelham a um processo inflamatório, ocorrendo a liberação de 
histamina, cininas e prostaglandinas. Há a saída de monócitos do interior dos vasos sanguíneos formando os 
osteoclastos (especializados em reabsorção óssea) resultando na reabsorção da cortical alveolar e movimento 
dentário em 7 a 14 dias.
Área de pressão:
O fluxo sanguíneo é alterado
⬇
Mudanças metabólicas
⬇
Resposta tecidual assemelha-se
ao processo inflamatório
⬇
Liberação de histamina, cininas e prostaglandinas 
⬇
Saída de monócitos do interior dos vasos
⬇
Osteoclastos
Reabsorção da cortical alveolar e movimento dentário em 7 a 14 dias
A força considerada ideal em ortodontia é uma força leve (mais leve possível desde que ocorra movimento) e 
continua (que dure todo o período de tempo enquanto o dente está movimentando).
Produz movimento dental mais efetivo, ou seja, aquela que proporciona uma movimentação dentaria rápida, 
sem desconforto para o paciente e não écapaz de causar danos tissulares.
Os períodos entre as reativações não devem ser menores que 14 dias, para ter certeza que esse processo 
inflamatório já ocorreu por completo.
*reabsorção óssea frontal ou direta é o resultado esperado na área de pressão.
Área de tensão: há a distensão dos ligamentos. Se a força for leve, as células indiferenciadas se transformam 
em osteoblastos e fibroblastos (formadoras de osso e fibras) e naquela área onde o ligamento está mais largo, 
ele irá gradativamente voltando a largura normal com a formação óssea e de fibras colágenas.
Área de tensão:
Há distensão dos ligamentos 
⬇
As células indiferenciadas se diferenciam em:
⬇
Osteoblastos e fibroblastos 
⬇
Formam tecido ósseo
e fibras colágenas
Quando falamos em movimento ortodôntico sempre queremos força leve, quanto mais continua melhor, 
porque o movimento ocorrerá de forma mais rápida e previsível. O paciente sente um desconforto, dor suave 
nos dois primeiros dias e vai diminuindo, no final da primeira semana já não há mais desconforto.
O objetivo da força leve é ter reabsorção óssea frontal sem danos tissulares.
*aposição óssea é o resultado esperado na área de tensão
força pesada:
Ao contrário do que se pensa, gera o atraso do movimento ortodôntico, entre outras consequências graves.
Área de pressão: nos dois primeiros dias, ocorre - vasos ocluídos (hipóxia no ligamento periodontal) por 
conta de o ligamento estar tão pequeno. Em decorrência disso, o fluxo sanguíneo é interrompido e ocorre a 
morte celular (necrose), a chamada hialinização do ligamento periodontal.
Área de hialinização do ligamento periodontal: área de necrose estéril das células e fibras 
periodontais por excesso de compressão ligamentar, ou seja, aplicação de força pesada.
Enquanto houver a área de necrose, enquanto ela não for absorvida, eliminada, não há movimentação. 
Maior é o atraso do movimento e maior é a dor do paciente.
Entre o 3° e o 5° dia ocorre:
- diferenciação celular nos pequenos espaços adjacentes.
- reabsorção solapante – reabsorção óssea a distância. É a reabsorção a 
distância provocada por aplicação de força pesada. A reabsorção óssea 
para recompor o espaço do ligamento e a remoção da área de 
hialinização ocorre do osso esponjoso em direção a cortical óssea até 
chegar no ligamento. A remoção óssea é maior e o dente se 
movimenta mais abruptamente.
- atraso no movimento.
Entre o 21° e o 30° dia:
- osteoclastos promovem a reabsorção da cortical óssea a distância. 
- remoção da área de hialinização
- deslocamento abrupto do dente após vários dias de estagnação
Só com 21 a 30 dias temos a recomposição completa da área de ligamento.
Clinicamente, ao aplicar a força leve, o dente movimenta um pouco, a reabsorção ocorre, ele movimenta mais 
um pouco...
Ao aplicar a força pesada, o dente movimenta rápido (dá um pulo), mas o ligamento fica tão prejudicado que o 
dente fica com uma mobilidade grande. A reabsorção óssea promovida é muito maior do que o necessário.
Área de tensão: onde há distensão e rompimento das fibras do ligamento. Pode haver áreas hialinizadas. As 
células indiferenciadas se transformam em osteoblastos e fibroblastos
Formam respectivamente tecido ósseo e fibras colágenas. Movimento dentário atrasado.
A força pesada é usada apenas em forças ortopédicas. Por exemplo, aparelho extraoral, disjuntor palatino... o 
efeito tem que ser esquelético. O osso suporta forças mais pesadas, o ligamento não.
Clinicamente as forças pesadas vão ocasionar os seguintes distúrbios:
- dor acentuada
- mobilidade acentuada 
- reações pulpares
- alterações radiculares
- alterações na crista alveolar
- atraso no movimento dentário
• Tipos de movimento
- inclinação
- extrusão
- verticalização - translação
- torque 
- rotação 
- intrusão
• Conceitos básicos
- Centro de resistência: é um ponto imaginário localizado nos dentes uniradiculares a 1/3 de distância da área 
cervical, e nos multirradiculares, na área de furca. Isso significa que para movimentar o dente inteiro na mesma 
proporção, é necessário aplicar a força exatamente onde essa força está.
Mas, o local onde essa força se encontra fica dentro do alvéolo, então por isso o aparelho fixo é necessário.
O deslocamento do dente depende do ponto de aplicação da força. Quanto maior a distância do ponto de 
aplicação da força para o centro de resistência maior o movimento de angulação.
O movimento de inclinação é justamente o movimento feito pelo aparelho móvel.
Para compensar a força e não deixar o dente inclinar, mesmo aplicando a força apenas na coroa, fazemos o 
chamado momento de força (cálculo):
- Inclinação:
É um movimento coronário ao redor de um eixo que se encontra próximo ao ápice 
radicular. Uma força exercida sobre a coroa do dente fará com que ela se desloque para 
o lado oposto ao da aplicação da força. É um movimento simples e de fácil obtenção.
M = força x distância
Antes e depois:
O movimento de inclinação pode acontecer tanto no sentido MD quanto VL.
- Translação:
É o movimento paralelo ao longo eixo do dente, onde a coroa e a raiz se movem 
na mesma direção e ao mesmo tempo, não ocorrendo inclinação axial do dente.
Necessita - do momento de força.
O dente não pode fazer nenhum tipo de inclinação.
Como criar esse momento de força? Aparelho fixo de fios espessos.
No bracket tem uma canaleta onde é inserido o fio, então ao mesmo tempo que o fio controla a posição do 
dente ele pode fazer uma força para manter coroa e raiz paralelas e deslocar o dente.
- intrusão:
É a translação vertical do dente em direção apical, ao seu longo eixo.
É o movimento que exige a força mais leve que existe, porque se 
usar a força pesada, ao invés dele intruir, ele fratura a raiz.
O que acontece no ligamento durante esse movimento é a distensão 
nas laterais ao redor da raiz, e uma pressão no ápice.
- Extrusão:
É a translação vertical em direção coronária, ao longo eixo do dente, 
sendo deslocado de corpo sem translação horizontal.
É possível conseguir esse movimento através da colocação de fios 
ortodônticos elásticos, do uso de elásticos acionados ao aparelho...
No ligamento ocorrerão apenas áreas de tensão e a formação óssea no 
ápice, para que o dente extrua e não volte aquela posição de origem.
- Verticalização: 
É um movimento no qual a coroa permanece estática enquanto o 
ápice se desloca. Necessita da aplicação de uma força simples + 
momento de força. Só conseguimos esse movimento com aparelho 
fixo, porque precisa de momento de força.
- Rotação:
Movimento ao redor do eixo vertical do dente, sem movimento lateral ou 
antero- posterior. Muito sujeito a recivida, porque as fibras gengivais livres 
permanecem estiradas e deslocadas por mais de 232 dias.
É feito através de binários de força = colar uma peça na vestivular, colar uma 
na lingual/palatina e colar acessórios nos dentes vizinhos. Puxar a vestibular 
e a lingual em sentidos opostos.
- Torque:
Deslocamento da porção radicular do dente em direção vestibular ou língual, porem, com uma tendência 
a porção coronária de se mover em direção oposta. Necessita de um momento de força.
Bracket + fio retangular ou quadrado.
Todas as vezes que precisamos movimentar vários dentes ao mesmo tempo, ter bom controle de posição de 
raiz, aparelhos removíveis não terão bom controle de fixação. Os mais indicados são os aparelhos fixos.
A mordida cruzada posterior possui alguns fatores etiológicos específicos:
- fator genético de crescimento – genético 
- síndromes
- extra numerários
- falta de espaço
- retenção prolongada de dentes decíduos
- hábitos – sucção, deglutição, postura, respiração...
- Síndromes:
Síndrome de Crouzon
- Fenda palatina ou labial:
- Retenção prolongada de dentes decíduos
- Falta de espaço
O germe dentário do dente permanente tenta outro caminho para erupcionar.
MORDIDA CRUZADA POSTERIOR 
- Hábitos:
Esses hábitos promovem atrésia da maxila na região posterior
Diagnostico:
Importante fazer o diagnostico diferencial entre dentaria, esquelética e funcional, da mesma

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