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HABILIDADES OBSTÉTRICAS º A consulta pré-natal, assim como uma consulta clínica, é composta de ANAMNESE, EXAME FÍSICO e avaliação dos EXAMES COMPLEMENTARES. As consultas são divididas em primeira consulta e de seguimento •A primeira consulta tem como objetivos principais: →Definir a condição de saúde da mãe e do concepto. →Estimar a idade gestacional. →Iniciar o planejamento do acompanhamento pré- natal. ANAMNESE OBSTÉTRICA: principais queixas na gestação: ▪ Náuseas e vômitos ▪ Lombalgia: atividade física ▪ Varizes: meia elástica para ↑ retorno venoso ▪ Doença hemorroidária ▪ Pirose ▪ Pica (vontade de se alimentar de coisas grotescas e não habituais): comer terra, chupar gelo ▪ Sialorréia ▪ Obstipação ▪ Fadiga e sonolência ▪ Cefaleia ▪ Candidíase vaginal: ↓ imunidade, ph vaginal EXAME FÍSICO 1ª CONSULTA: Exame físico completo: inspeção geral da pele, verificação de mucosas, temperatura, peso, estatura, exame do coração, ausculta respiratória, palpação do pescoço e abdominal e exame das extremidades. Exame obstétrico: medida da altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais com o sonar Doppler. Exame ginecológico de vulva e vagina: inclui inspeção, exame especular com visualização do colo uterino e toque vaginal. Exame das mamas VULVOVAGINITES: CANDIDÍASE: corrimento branco, grumoso, sem odor, ardência, hiperemia, ph ácido, sem complicações obstétricas, não é necessário tratar parceiro pois não é transmitido sexualmente TRICOMONÍASE: corrimento amarelo, branco ou acizentado, fluido, odor de peixe podre, ph básico, trata parceiro pois é transmitido sexualmente, é diferenciado com o Whiff teste (com solução de KOH) VAGINOSE BACTERIANA:... CONSULTAS DE SEGUIMENTO: Peso materno, Pressão arterial, Altura uterina, ausculta dos batimentos cardíacos fetais. •IMC: HABILIDADES OBSTÉTRICAS •PA: ↓ Resistência vascular periférica = ↓ PA No início a PA cai, no meio estabiliza e no final sobe >130x80mmHg = HAS gestacional crônica EXAMES COMPLEMENTARES 1ª CONSULTA OU 1º TRIMESTRE *nem todos os serviços de saúde fazem No acompanhamento do pré-natal são solicitados os seguintes exames: • Mensalmente: - Pesquisa de anticorpos irregulares (ou Coombs indireto): é repetida mensalmente para as gestantes RhD-negalivo com parceiro RhD-positivo. - Sorologia para toxoplasmose no caso de a ges1ante apresentar imunoglobulinas M (lgM) e C (lgC) negativas. • Entre 24 e 28 semanas de gestação: - Teste de tolerância oral à glicose de 75 g se a glicemia em jejum na primeira consulta for inferior a 92 mg/dL - Ecocardiografia fetal nas pacientes com indicação • No terceiro trimestre: - Sorologia para sífilis e para HN. - No caso de a gestante apresentar fatores de risco para hepatite, a sorologia de hepatites B e C é repetida. - Pesquisa de colonização vaginal e perianal por Streptococcus agalactiae entre a 35 e 37ª semana. PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES (PAI) (COOMBS INDIRETO) A caracterização do tipo sanguíneo e do fator RhD faz parte do rastreamento da doença hemolítica perinatal. A incompatibilidade ABO não tem repercussão na vida intrauterina, podendo ser causa de icterícia neonatal de resolução, em geral, rápida. →Se a gestante for RhD-negativo, é imprescindível identificar o tipo sanguíneo do parceiro. •Se o parceiro também for RhD-negativo, a pesquisa é encerrada. •Se o parceiro for RhD-positivo, é imprescindível a realização da pesquisa de anticorpos irregulares maternos para avaliar possível sensibilização da gestante. ○ Diante do resultado negativo, o exame é repetido mensalmente. ○ Se a pesquisa desses anticorpos se mostrar positiva, é seguido o protocolo de aloimunização RhD (ver na Doença Hemolítica Perinatal) Quando o tipo sanguíneo do parceiro é desconhecido, a propedêutica é a mesma realizada em caso de parceiro RhO-positivo. Sabe-se atualmente que é possível ocorrer sensibilização materna a antígenos eritrocitários outros que não os do sistema RhD. Embora a maioria desses casos se correlacione com o antecedente de transfusão sanguínea ou uso de hemoderivados, é possível ocorrer sensibilização espontânea em gestação pregressa. Por isso, recomenda· ·se a realização da pesquisa de anticorpos irregulares na primeira consulta pré-natal até para pacientes sabidamente RhD-positivo. Para essas mulheres, diferentemente das pacientes RhD-negativo, quando não sensibilizadas a estes outros antígenos, não é necessário repetir o exame na gestação em curso, reservando-o novamente para o início de uma eventual futura gravidez. OBS: DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL: Quando uma gestante RhD-negativo l exposta a sangue com células RhD·positivo, frequentemente por conta de hemorragia feto-materna, ela desenvolve: anticorpos anti-D que atravessam a placenta, resultando na destruição de eritrócitos fetais HABILIDADES OBSTÉTRICAS •Manifestações clínicas: variam de anemia fetal leve assintomática, hidropsia fetal com anemia grave e icterícia até óbito fetal. •ETIOLOGIA: A etiologia da aloimunização RhD é decorrente da exposição a antígenos eritrocitários não compatíveis, como na transfusão de sangue incompatível, uso de drogas intravenosas e transplante. Porém, a principal causa é a ocorrência de hemorragia feto-materna em gestação de feto RhD- positivo com mãe RhD-negativo. →O teste de Kleihauer (identificar e quantificar a hemorragia feto-materna) consiste na adição de solução ácida (pH = 3 a 3,5) a uma amostra de sangue materno, o que faz com que essas células maternas sofram desnaturação, enquanto as células fetais se mantêm intactas. Esse teste permite diferenciar as hemácias fetais das adultas, possibilitando então o diagnóstico da hemorragia feto-materna. •FISIOPATOLOGIA: Após exposição primária aos antígenos eritrocitários desconhecidos, ocorre sensibilização por meio da produção inicial de imunoglobulina M (lgM), que não atravessa a barreira placentária por causa de seu grande peso molecular. Posteriormente em uma segunda exposição ao antígeno desconhecido, ocorre a produção de imunoglobulina G (lgG), que ultrapassa a barreira placentária, aderindo-se à membrana dos eritrócitos e ativando o sistema reticulo endotelial, principalmente no baço, onde acontecem a hemólise e a fagocitose. Os produtos da hemólise fetal são metabolizados no fígado materno. A idade gestacional exata em que esse processo se inicia ainda não é conhecida, porém, sabe- se que pode ocorrer a partir de 10 semanas de gestação →Por razões desconhecidas, a avidez dos anticorpos lgG tende a aumentar quando o intervalo entre as exposições é prolongado. Quanto maior for o intervalo entre as gestações, mais grave tende a ser a doença →A anemia fetal leva à eritropoese medular e extramedular (principalmente no fígado, no baço e na parede intestinal), que é mediada pela eritropoetina fetal, Nesse momento, a presença de eritrócitos jovens na circulação periférica fetal é grande, originando, então, o termo eritroblastose fetal. →A anemia crescente intensifica a eritropoese, sobretudo no fígado do feto, o que leva a um aumento das ilhotas de células eritropoéticas que se coalescem, ocupando a maior parte da estrutura hepática →A hidropsia fetal, o aumento da espessura e a alteração da ecotextura placentária podem ser decorrentes da sobrecarga cardíaca, que é exacerbada pela elevação da pressão hidrostática nos capilares venosos, ou ainda da dilatação arteriolar e do aumento da permeabilidade capilar em resposta à hipoxia. No recém-nascido, a hidropsia acarreta acidose metabólica, edema tissular, alterações ventiJat6rias, imaturidade pulmonar, diminuição da complacência da parede torácica e instabilidade da função cardíaca •INCOMPATIBILIDADE ABO: A incompatibilidadeABO é relativamente comum, atingindo cerca de 30% das gestações. A hemólise decorrente dessa forma de incompatibilidade é rara (menor do que 2%) e quando ocorre é leve, nunca causando anemia fetal grave. Isso se deve à capacidade da placenta de retirar a bilirrubina sérica fetal, transportando-a para a mãe. Essa função é perdida após o parto, podendo assim ocorrer hemólise no recém-nasàdo por incompatibilidade ABO. A gravidade observada na doença Rh não ocorre na incompatibilidade ABO, porque há menor número de sítios antigênicos A e B na membrana da hemácia fetal, a maioria dos anti-A e anti-B é lgM e não atravessa a placenta e pequenas quantidades de lgG anti-A e anti- B que atravessam a placenta se ligam a outros sítios antigênicos •ANTICORPOS IRREGULARES: são formados diante da presença de antígenos eritrocitários não RhD, que também podem ser responsáveis pela aloimunização materno-fetal. A sensibilização por anticorpos atípicos é rara, sendo que na maioria dos casos existe história prévia de transfusão ou uso de drogas injetáveis. Os anticorpos atípicos geralmente são lgM, e não provocam doença hemolítica no feto (por exemplo, anti-P ou raramente o fazem (por exemplo, anti-M, anti-N e anti-S). Contudo, alguns desses anticorpos (por exemplo, anti-C, anti-E e anti-Kell) podem provocar doença hemolítica grave, com óbito intrauterino. Portanto gestações em que se verifica a presença de anticorpos irregulares devem ser conduzidas da mesma forma que aquelas com anticorpos anti-D, com exceção do anti-Kell, em que se considera risco de anemia fetal títulos maior ou igual a 8 •Caso a gestante seja RhD-negativo e o parceiro for RhD-positivo: PAI e titulação devem ser solicitados na HABILIDADES OBSTÉTRICAS primeira consulta, repetidos entre 16 e 18 semanas de gestação e depois mensalmente até o termo. →Deve-se lembrar que a paciente RhD-negativo na ausência de anti-D (mesmo que apresente anticorpo atípico na PAI) deve receber profilaxia contra aloimunização •PARÂMETROS ULTRASSONOGRÁFICOS: →Alteração da ecotextura placentária: placenta hiperecoica (sinal mais precoce); o aumento da espessura (sinal mais tardio – feto com anemia moderada a grave ou feto hidrópico) →Derrame pericárdico →Volume de líquido amniótico aumentado →Ascite fetal: hipertensão do sistema porta •ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL • Nas gestantes não sensibilizadas, deve-se realizar a PAI mensalmente e a profilaxia com imunoglobulina anti-D (Para prevenir a aloimunização RhD, administra- se imunoglobulina anti-D para as gestantes RhD- negativo; entretanto. a imunoglobulina não terá efeito se a gestante já for sensibilizada) • Nas gestantes sensibilizadas, sem histórico de DHPN (Doença Hemolítica Perinatal), e com títulos anti·D < 16, realiza-se a determinação mensal dos títulos de anticorpos. • Nas gestantes com título de anti·D > 16 ou antecedente de DHPN (independente do título de anticorpos), são encaminhadas para setor especializado para pesquisa de anemia fetal. • Na ausência de suspeita de anemia fetal, o retomo é realizado a cada 3 a 4 semanas nos casos sem antecedente ou com história leve. As gestantes com antecedente moderado ou são reavaliadas a cada 1 a 2 semanas. HABILIDADES OBSTÉTRICAS HEMOGRAMA Fornece a concentração de hemoglobina, o hematócrito, as características de volume e forma das hemácias, os números absoluto e diferencial dos leucócitos e o número total de plaquetas. Na gravidez, valores menores que 11 g/dl de hemoglobina são considerados indicativos de ANEMIA, que deverá ser pesquisada e tratada de acordo com sua etiologia. → A queda dos níveis de hemoglobina durante a gravidez pode ser explicada pela expansão relativamente maior do volume plasmático comparada com o aumento do volume das hemácias. Essa desproporção é significativamente maior no segundo trimestre. No final da gravidez, a expansão plasmática cessa, enquanto a massa de hemoglobina continua a aumentar. A contagem leucocitária deve ser interpretada de acordo com os dados clínicos da gestante. Leucogramas seriados são necessários para avaliar corretamente quaisquer achados laboratoriais de leucocitose ou leucopenia, sem correspondência clínica. →Na gestação, é esperada leucocitose à custa do aumento dos neutrófilos, com a contagem total de leucócitos não excedendo 14.000/mm3. O número absoluto de plaquetas é utilizado para o rastreamento de alterações plaquetárias subclínicas ou que ainda não tiveram diagnóstico. É esperada uma queda discreta no número de plaquetas como consequência da hemodiluição da gestação. GLICEMIA EM JEJUM Valores de glicemia em jejum abaixo de 92 mg/dL são considerados normais. Nesse caso, recomenda-se a aplicação universal do teste de tolerância à glicose oral de 75 g entre 24 e 28 semanas. Os valores de normalidade da curva glicêmica são: • Jejum: < 92 mg/dL • 1 hora após sobrecarga:< 180 mg/dL • 2 horas após sobrecarga: < 153 mg/dl. →Se a gestante apresentar alteração em pelo menos um valor da curva, é considerada diabética gestacional. →Valores de glicemia em jejum entre 92 e 125 mg/dL definem o diagnóstico de diabetes mellitus gestacional →Valores de 126 mg/dL ou maiores são considerados alterados e determinam o diagnóstico de diabetes não diagnosticado previamente à gravidez (overt diabetes), sendo as gestantes abordadas de maneira semelhante àquelas com diabetes prévio à gestação. →Nessa situação, solicita-se a hemoglobina glicada (HbA1C) com os objetivos de avaliar o risco de malformação fetal e confirmar o diagnóstico de diabetes mellitus. →Caso a HbA1C apresente valores superiores a 6,5%, confirma-se o diagnóstico. →Na discordância entre esses exames (glicemia em jejum e HbA1C), após o parto, a paciente deverá realizar o teste de tolerância oral à glicose para estabelecimento de diagnóstico definitivo HABILIDADES OBSTÉTRICAS •DIABETES MELLITUS NA GESTAÇÃO: descreve um grupo de doenças com metabolismo anormal de carboidratos, caracterizado por hiperglicemia. Essa alteração usualmente decorre de defeitos na secreção e/ou na ação da insulina. A gestação é caracterizada por ↑ na resistência periférica à insulina e por incremento na produção de insulina pelas células-beta do pâncreas. →A resistência à insulina aumenta durante a gestação em virtude da secreção placentária de alguns hormônios considerados diabetogênicos, como hormônio do crescimento, cortisol e hormônio lactogênico placentário. Na gestação, o metabolismo energético pode ser dividido em duas fases distintas: • A primeira é conhecida como FASE ANABÓLICA, na qual a glicemia das gestantes tende a diminuir, em especial quando ocorre jejum prolongado. • A segunda é a FASE CATABÓLICA, com crescente consumo de nutrientes maternos pelo feto. Nela, toma-se evidente o aumento da resistência periférica à insulina •DIABETES MELLITUS TIPO 1: →destruição das células-beta pancreática = deficiência completa de insulina →se manifesta antes dos 30 anos de idade e mais frequentemente durante a adolescência. •DIABETES MELLITUS TIPO 2: →é a forma mais comum da doença, →caracterizado por deficiência na secreção e na ação da insulina →ocorre com maior frequência após os 40 anos de idade →caracteriza-se pelo predomínio da resistência à insulina, com deficiência relativa da sua secreção. TSH E T4 LIVRE*: *Realiza-se só se tiver antecedentes A função tireoidiana é regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise, por meio de retroalimentação negativa. Os hormônios tireoidianos agem inibindo o homônio hipotalâmico estimulador da tireotrofina (TRH) e o TSH, este último produzido nahipófise anterior A tireoide, como outros órgãos endócrinos, sofre profundas mudanças durante o ciclo-gravídico. Precocemente, nas primeiras semanas de gestação, o aumento dos níveis circulantes de estrógenos resulta na diminuição da metabolização hepática da proteína transportadora de hormônios da tireoide (TBG, do inglês thyroid binding-globulin), causando aumento de sua concentração sérica e, consequentemente aumento relativo das formas ligadas dos hormônios tireoidianos (T3 total e T4 total) em comparação às formas livres, que se mantêm pouco ou nada alteradas. A hCG possui a propriedade de estimular os receptores de TSH em razão da semelhança estrutural de suas moléculas. Esse fato aumenta a produção de hormônios tireoidianos e, por meio de retroalimentação negativa, leva a uma diminuição dos níveis de TSH no início da gestação, os quais retornam seus valores normais a partir do segundo trimestre. Essas alterações fisiológicas da função tireoidiana devem ser consideradas na avaliação laboratorial da glândula. HABILIDADES OBSTÉTRICAS ANTI-HIV Realizado pelo método Elisa, que detecta anticorpos para HIV 1 e 2. Segundo o Ministério da Saúde. o resultado positivo no Elisa exige coleta de segunda amostra. Somente quando novamente positivo na segunda amostra, é realizado o exame de Western Blot para confirmação diagnóstica. →Diante do RESULTADO POSITIVO, a gestante será acompanhada pelo especialista conforme protocolo. O rastreamento por esse fluxograma apresenta especificidade de 99,4% com falso-positivo de 0,001 %. →Diante de RESULTADO NEGATIVO, o exame é repetido obrigatoriamente no terceiro trimestre, independentemente de qualquer situação de risco, visando aos cuidados pré e pós-pano. •PROFILAXIA: uso de terapia antirretroviral combinada em gestantes soropositivas e a manutenção da carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL não só previnem a transmissão vertical, como também evitam o aparecimento de infecções oportunistas, que podem levar a complicações obstétricas, como prematuridade. OBS: O teste rápido de HIV apresenta alta sensibilidade e especificidade e, portanto, altas taxas de falso-positivos em populações de baixa prevalência, como gestantes. Reserva- se para casos em que a gestante não coletou sorologia para HIV durante o pré- natal, nas situações em que não se tem acesso ao resultado do exame ou quando a paciente está sob o risco de exposição constante e não repetiu a sorologia ao fim da gestação HABILIDADES OBSTÉTRICAS SOROLOGIA PARA HEPATITE B (AGHBS E ANTI HBS) →Se vier Anti HBs + = gestante vacinada Curso da doença não alterado pela gestação; Transmissão vertical rara; Transmissão durante o parto por ingestão; Cuidados com RN ao nascer - descontaminação e imunização. A pesquisa de hepatite B é feita para todas as gestantes (exceto as previamente vacinadas) na primeira consulta do pré-natal. O laboratório inicialmente pesquisa o anticorpo contra antígenos do nucleocapsídio (core) do vírus da hepatite B (anti-HBc) (lgG e lgM). O anticorpo anti-HBc surge no início do quadro clínico, nos primeiros 4 meses, sendo de início lgM e posteriormente lgG. →É marcador de infecção presente, cobrindo a janela imunológica entre a negativação do antígeno de superfície do vírus da hepatite B (AgHBs) e a positivação do anticorpo contra AgHBs (anti-HBs). A pesquisa positiva é complementada pela pesquisa de AgHBs, anti-HBs, antígeno e do vírus da hepatite B (AgHBe) e anticorpo contra o AgHBe (anti·HBe) A sorologia de hepatite B é repetida na gestação quando há exposição a risco de infecção. OBS: Após a contaminação, o marcador sérico é o antígeno de superfície do vírus da hepatite B (Ag-HBs). O antígeno E da hepatite B (Ag·HBe) está presente nas formas ativas agudas e crônicas, o que significa que o vírus está se replicando. →Após a infecção aguda, cerca de 90% dos casos evoluem para a cura, apresentando anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus (anti-HBs) e anticorpo contra o antígeno do núcleo (core) (anti-HBc) e ausência do Ag-HBs. →Em 10% dos casos. a doença persiste como hepatite crônica (com Ag-HBs presente). A presença e a permanência de Ag-HBe está associada a maior risco de carcinoma hepatoe:elular. A transmissão via placentária é rara. A infecção do feto ou recém-nascido ocorre por meio da ingestão de material infectado durante o parto ou exposição subsequente ao nascimento pela amamentação. A infecção do recém-nascido ruja mãe é portadora crônica pode ser prevenida pela administração de imunoglobulina e da primeira dose da vacina do vírus recombinante, logo apôs o nascimento. Além disso, estudos recentes demonstraram que a transmissão pelo aleitamento materno diminui se o recém-nascido receber a imunoglobulina e a vacina. Para as pacientes suscetíveis a hepatite B. a vacinação pode e deve ser realizada durante a gestação OBS: HEPATITE C: Curso da doença parece inalterado na gestação; Questionável benefício de pedir sorologia, função hepática materna – serve para a proteção da equipe profissional. Para o diagnóstico de hepatite C, pode ser realizado teste para detecção dos anticorpos totais antivírus da hepatite C (VHC) ou dois testes por Elisa (de diferentes kits) para o VHC. Se a pesquisa for positiva. é recomendada a realização de um teste confirmatório pela técnica de Imuno blot (recombinant immunoblot assay de terceira ge.ração: 3,0) ou pela pesquisa do vírus por técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). A sorologia de hepatite C é repetida na gestação quando há exposição a risco de infecção. RUBÉOLA (SINDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA) •Transmissão vertical em 81% 1º trimestre, 39% 2º trimestre e 53% 3º trimestre. •Virose materna: aborto, OF e alterações congênitas (surdez, catarata, alterações cardiovasculares, persistência do ducto venoso, hepatoesplenomegalia, alterações do SNC) •O rastreamento da rubéola é realizado pela pesquisa de lgG e lgM especificas por meio do método Elisa. →Se a pesquisa da lgM for POSITIVA, a paciente deve ser encaminhada para avaliação de medicina fetal para correta orientação e acompanhamento. HABILIDADES OBSTÉTRICAS →Se a sorologia é NEGATIVA, ela é considerada suscetível e deve ser orientada para que, mediante qualquer exposição suspeita, repita a sorologia quantitativa o mais precocemente possível e seja vacinada no puerpério caso mantenha suscetível. •Os anticorpos lgM surgem, durante a fase aguda da primoinfecção - em geral em um perfodo que varia de 3 a 5 dias após o rash cutâneo-, persistindo por até 4 semanas. •Pacientes com pesquisa de lgG positiva e de lgM negativa são consideradas imunes. •IgM + até 6 semanas (falso + em: mononucleose/ parvovírus, artrite reumatoide). →Teste de Avidez por IgG (pico em 1 a 2 semanas e aumenta por 3 meses). TOXOPLASMOSE CONGÊNITA TRÍADE CLÁSSICA: Coriorretinite, Calcificações intracranianas, Hidrocefalia →90% INFECÇÃO SUB CLÍNICA A investigação laboratorial deve começar pela detecção dos anticorpos lgG e lgM por meio do método Elisa. →Para gestantes suscetíveis (lgG e lgM negativas). o acompanhamento sorológico deve ser mensal até 36 semanas de idade gestacional. →As pacientes suscetíveis devem ser orientadas com medidas higienodietéticas preventivas da infecção. •Gestantes com pesquisa de lgG positiva e lgM negativa são consideradas imunes e não necessitam da repetição do exame. •A infecção aguda é caracterizada pela soroconversão das imunoglobulinas em pacientes suscetíveis, sendo necessário encaminhamento das pacientes para tratamento e acompanhamento em serviço especializado. No HC-FMUSP, quando a lgMfor positiva por método Elisa. realiza-se a confirmação do resultado na mesma amostra por imunofluorescência indireta (IFI). →Nos casos de infecção aguda, a IgG costuma apresentar títulos crescentes nas primeiras semanas após exposição, sendo que os de lgM podem ou não decrescer. •Em paciente com resultado de lgG e lgM positivas no primeiro trimestre, deve ser realizado o teste de avidez para determinar se a infecção ocorreu antes (alta avidez) ou durante a gestação (baixa avidez) Tratar toxoplasmose aguda (IgM +/IgG + ou-) •PROFILAXIA: espiramicina 3g/dia. •Casos confirmados de infecção aguda encaminhar para serviços especializados. Infecção crônica não necessita seguimento (IgM-/IgG+) •TRANSMISSÃO VERTICAL: Em gestantes com imunidade prévia à gestação, o risco de transmissão vertical diante de reinfecção desprezível. Diante de infecção primária em gestantes suscetíveis ocorrem lesões placentárias focais e o parasita pode ser transmitido para o feto, no qual desencadeia lesões inflamatórias que podem culminar em sequelas neurológicas permanentes. O risco de infecção fetal aumenta com a idade gestacional em que ocorre a infecção materna, sendo a chance de transmissão para o feto em tomo de 6% com 13 semanas, e chegando a 72%, com 36 semanas. Já o risco de acometimento é inversamente proporcional à idade gestacional. Infecções que ocorrem durante o primeiro e o segundo trimestres podem ocasionar abortamentos e óbitos fetais. INFECÇÃO URINÁRIA NA GESTAÇÃO URINA TIPO 1: pH, densidade, proteínas, glicose, corpos cetônicos, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito e esterase; HABILIDADES OBSTÉTRICAS Alterações renais/ hepatopatias/ hemólise/ diabetes/ cálculos e ITU; Gestante tem filtração glomerular aumentada; Proteinúria discreta fisiológica; Patógenos na urina: bactérias, leveduras, protozoários. UROCULTURA (BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA) Risco infeccioso: parto prematuro Sempre tratar quando > 100.000 colônias Urocultura com antibiograma •ANTIBIÓTICOS DE ESCOLHA: Cefalosporinas 1ª geração (cefalexina) e nitrofurantoína. PARASITOSES INTESTINAIS Devem ser tratadas após o 1º trimestre (exceções: teníase com hiperêmese – risco de cisticercose/ esquistossomose somente após o parto). •Protozoários não patogênicos: Eschirichia coli, Entamoeba coli, Endolimax nana, Trichomonas hominis e Indamoeba butschii. Ultrassom Obstétrica inicial: a melhor via para avaliação é a transvaginal. - •Espessamento decidual: 3 semanas - •Saco gestacional: 4 a 5 semanas - •Vesícula vitelínica: 5 semanas - •Atividade cardíaca: 6 semanas (embrião de 2 a 5 cm) US morfológica de primeiro trimestre: deve ser realizada de 11 a 13 semanas e 6 dias. HABILIDADES OBSTÉTRICAS TRANSLUCÊNCIA NUCAL E DEMAIS PARÂMETROS ULTRASSONOGRÁFICOS TN aumentada detecta 80% dos anormais e 5 % de falso positivo; Osso nasal ausente; Estudo do ducto venoso com onda A reversa; => encaminhar para o pré-natal de medicina fetal para seguimento PERIODICIDADE DAS CONSULTAS O número de consultas preconizado pela OMS para uma boa assistência pré-natal é de 6 ou mais. FREQUÊNCIA DAS CONSULTAS PRÉ-NATAIS: •Pré natal de baixo risco: Até 28 semanas – mensal Até 36 semanas – a cada 2 semanas À partir de 36 semanas até o nascimento – semanal •Pré natal de alto risco: frequentemente necessitam de retornos a cada uma ou duas semanas. VITAMINAS Sulfato ferroso: recomenda suplementação desde 16 semanas de gestação até 8 semanas após o parto (60 mg/dia de ferro elementar) que corresponde a 300 mg de sulfato ferroso. Ácido fólico: suplementação deve ser iniciada 3 meses antes da gestação e continuar nos 2 primeiros meses (400 µg/dia e, para pacientes com antecedentes, 4 mg/dia). Cálcio: recomendada na dose de 600 mg/dia apenas para gestantes que não consumam produtos lácteos. Vitaminas B12 e D: gestantes vegetarianas radicais necessitam de maiores doses de suplementação. Vitamina B6: recomendada para gestantes com nutrição inadequada (usuárias de drogas, adolescentes e nos casos de gestação múltipla). Vitamina C na gestação é de 80 a 85 mg/dia, e pode ser obtida pela alimentação. IMUNIZAÇÕES Em geral. as vacinas produzidas com vírus vivos atenuados (Sarampo, Caxumba, Rubéola, Poliomielite, Varicela) são contraindicadas na gestação. As pacientes não imunizadas devem ser orientadas a tomar a vacina de rubéola, caxumba e sarampo (trípliceviral) no puerpério. Mulheres não grávidas que receberam alguma dessas vacinas devem esperar um intervalo de 28 dias para uma gestação. Imunizações sem contraindicações na gestação: 1. Tétano e dT •dupla bacteriana ( dT, composta de toxoides contra o tétano e a difteria) no segundo trimestre; •ou a triplice bacteriana (dTpa, contendo toxoides contra o tétano e a difteria e componente pertussis acelular) no terceiro trimestre (preferencialmente entre 27 e 36 semanas) HABILIDADES OBSTÉTRICAS 2. Gripe 3. Hepatites A e B 4. Pneumococo 5. Meningococo 6. Raiva OUTROS ASPECTOS Exercício físico Trabalho Atividade sexual Direção de veículo e cinto de segurança Viagem de avião Uso de cosméticos na gestação
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