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Assistência Pré-Natal no 1º trimestre

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HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
º
A consulta pré-natal, assim como uma consulta clínica, 
é composta de ANAMNESE, EXAME FÍSICO e avaliação 
dos EXAMES COMPLEMENTARES. As consultas são 
divididas em primeira consulta e de seguimento 
•A primeira consulta tem como objetivos principais: 
→Definir a condição de saúde da mãe e do 
concepto. 
→Estimar a idade gestacional. 
→Iniciar o planejamento do acompanhamento pré-
natal. 
ANAMNESE OBSTÉTRICA: principais queixas na 
gestação: 
▪ Náuseas e vômitos 
▪ Lombalgia: atividade física 
▪ Varizes: meia elástica para ↑ retorno venoso 
▪ Doença hemorroidária 
▪ Pirose 
▪ Pica (vontade de se alimentar de coisas grotescas e 
não habituais): comer terra, chupar gelo 
▪ Sialorréia 
▪ Obstipação 
▪ Fadiga e sonolência 
▪ Cefaleia 
▪ Candidíase vaginal: ↓ imunidade, ph vaginal 
EXAME FÍSICO 
1ª CONSULTA: 
 Exame físico completo: inspeção geral da pele, 
verificação de mucosas, temperatura, peso, estatura, 
exame do coração, ausculta respiratória, palpação do 
pescoço e abdominal e exame das extremidades. 
Exame obstétrico: medida da altura uterina e 
ausculta dos batimentos cardíacos fetais com o sonar 
Doppler. 
Exame ginecológico de vulva e vagina: inclui 
inspeção, exame especular com visualização do colo 
uterino e toque vaginal. 
Exame das mamas 
 
 
 
 
 
 
VULVOVAGINITES: 
 
CANDIDÍASE: corrimento branco, grumoso, sem odor, 
ardência, hiperemia, ph ácido, sem complicações 
obstétricas, não é necessário tratar parceiro pois não é 
transmitido sexualmente 
TRICOMONÍASE: corrimento amarelo, branco ou 
acizentado, fluido, odor de peixe podre, ph básico, 
trata parceiro pois é transmitido sexualmente, é 
diferenciado com o Whiff teste (com solução de KOH) 
VAGINOSE BACTERIANA:... 
 
CONSULTAS DE SEGUIMENTO: 
Peso materno, Pressão arterial, Altura uterina, ausculta 
dos batimentos cardíacos fetais. 
•IMC: 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
•PA: ↓ Resistência vascular periférica = ↓ PA 
No início a PA cai, no meio estabiliza e no final sobe 
>130x80mmHg = HAS gestacional crônica 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
1ª CONSULTA OU 1º TRIMESTRE 
*nem todos os serviços de saúde fazem 
 
No acompanhamento do pré-natal são solicitados os 
seguintes exames: 
• Mensalmente: 
- Pesquisa de anticorpos irregulares (ou Coombs 
indireto): é repetida mensalmente para as gestantes 
RhD-negalivo com parceiro RhD-positivo. 
- Sorologia para toxoplasmose no caso de a 
ges1ante apresentar imunoglobulinas M (lgM) e C (lgC) 
negativas. 
• Entre 24 e 28 semanas de gestação: 
- Teste de tolerância oral à glicose de 75 g se a 
glicemia em jejum na primeira consulta for inferior a 92 
mg/dL 
- Ecocardiografia fetal nas pacientes com indicação 
• No terceiro trimestre: 
- Sorologia para sífilis e para HN. 
- No caso de a gestante apresentar fatores de risco 
para hepatite, a sorologia de hepatites B e C é repetida. 
- Pesquisa de colonização vaginal e perianal por 
Streptococcus agalactiae entre a 35 e 37ª semana. 
 
PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES 
(PAI) (COOMBS INDIRETO) 
A caracterização do tipo sanguíneo e do fator RhD 
faz parte do rastreamento da doença hemolítica 
perinatal. A incompatibilidade ABO não tem 
repercussão na vida intrauterina, podendo ser causa de 
icterícia neonatal de resolução, em geral, rápida. 
→Se a gestante for RhD-negativo, é imprescindível 
identificar o tipo sanguíneo do parceiro. 
•Se o parceiro também for RhD-negativo, a 
pesquisa é encerrada. 
•Se o parceiro for RhD-positivo, é imprescindível 
a realização da pesquisa de anticorpos irregulares 
maternos para avaliar possível sensibilização da 
gestante. 
○ Diante do resultado negativo, o exame é 
repetido mensalmente. 
○ Se a pesquisa desses anticorpos se mostrar 
positiva, é seguido o protocolo de aloimunização RhD 
(ver na Doença Hemolítica Perinatal) 
Quando o tipo sanguíneo do parceiro é 
desconhecido, a propedêutica é a mesma realizada em 
caso de parceiro RhO-positivo. 
Sabe-se atualmente que é possível ocorrer 
sensibilização materna a antígenos eritrocitários 
outros que não os do sistema RhD. Embora a maioria 
desses casos se correlacione com o antecedente de 
transfusão sanguínea ou uso de hemoderivados, é 
possível ocorrer sensibilização espontânea em 
gestação pregressa. Por isso, recomenda· ·se a 
realização da pesquisa de anticorpos irregulares na 
primeira consulta pré-natal até para pacientes 
sabidamente RhD-positivo. Para essas mulheres, 
diferentemente das pacientes RhD-negativo, quando 
não sensibilizadas a estes outros antígenos, não é 
necessário repetir o exame na gestação em curso, 
reservando-o novamente para o início de uma eventual 
futura gravidez. 
OBS: DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL: 
Quando uma gestante RhD-negativo l exposta a sangue 
com células RhD·positivo, frequentemente por conta 
de hemorragia feto-materna, ela desenvolve: 
anticorpos anti-D que atravessam a placenta, 
resultando na destruição de eritrócitos fetais 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
•Manifestações clínicas: variam de anemia fetal 
leve assintomática, hidropsia fetal com anemia grave e 
icterícia até óbito fetal. 
•ETIOLOGIA: A etiologia da aloimunização RhD é 
decorrente da exposição a antígenos eritrocitários 
não compatíveis, como na transfusão de sangue 
incompatível, uso de drogas intravenosas e 
transplante. Porém, a principal causa é a ocorrência de 
hemorragia feto-materna em gestação de feto RhD-
positivo com mãe RhD-negativo. 
→O teste de Kleihauer (identificar e quantificar 
a hemorragia feto-materna) consiste na adição de 
solução ácida (pH = 3 a 3,5) a uma amostra de sangue 
materno, o que faz com que essas células maternas 
sofram desnaturação, enquanto as células fetais se 
mantêm intactas. Esse teste permite diferenciar as 
hemácias fetais das adultas, possibilitando então o 
diagnóstico da hemorragia feto-materna. 
 •FISIOPATOLOGIA: Após exposição primária aos 
antígenos eritrocitários desconhecidos, ocorre 
sensibilização por meio da produção inicial de 
imunoglobulina M (lgM), que não atravessa a barreira 
placentária por causa de seu grande peso molecular. 
Posteriormente em uma segunda exposição ao 
antígeno desconhecido, ocorre a produção de 
imunoglobulina G (lgG), que ultrapassa a barreira 
placentária, aderindo-se à membrana dos eritrócitos e 
ativando o sistema reticulo endotelial, principalmente 
no baço, onde acontecem a hemólise e a fagocitose. Os 
produtos da hemólise fetal são metabolizados no 
fígado materno. A idade gestacional exata em que esse 
processo se inicia ainda não é conhecida, porém, sabe-
se que pode ocorrer a partir de 10 semanas de 
gestação 
 →Por razões desconhecidas, a avidez dos 
anticorpos lgG tende a aumentar quando o intervalo 
entre as exposições é prolongado. Quanto maior for o 
intervalo entre as gestações, mais grave tende a ser a 
doença 
→A anemia fetal leva à eritropoese medular e 
extramedular (principalmente no fígado, no baço e na 
parede intestinal), que é mediada pela eritropoetina 
fetal, Nesse momento, a presença de eritrócitos jovens 
na circulação periférica fetal é grande, originando, 
então, o termo eritroblastose fetal. 
→A anemia crescente intensifica a eritropoese, 
sobretudo no fígado do feto, o que leva a um aumento 
das ilhotas de células eritropoéticas que se coalescem, 
ocupando a maior parte da estrutura hepática 
→A hidropsia fetal, o aumento da espessura e a 
alteração da ecotextura placentária podem ser 
decorrentes da sobrecarga cardíaca, que é exacerbada 
pela elevação da pressão hidrostática nos capilares 
venosos, ou ainda da dilatação arteriolar e do aumento 
da permeabilidade capilar em resposta à hipoxia. No 
recém-nascido, a hidropsia acarreta acidose 
metabólica, edema tissular, alterações ventiJat6rias, 
imaturidade pulmonar, diminuição da complacência da 
parede torácica e instabilidade da função cardíaca 
•INCOMPATIBILIDADE ABO: 
A incompatibilidadeABO é relativamente comum, 
atingindo cerca de 30% das gestações. A hemólise 
decorrente dessa forma de incompatibilidade é rara 
(menor do que 2%) e quando ocorre é leve, nunca 
causando anemia fetal grave. Isso se deve à capacidade 
da placenta de retirar a bilirrubina sérica fetal, 
transportando-a para a mãe. Essa função é perdida 
após o parto, podendo assim ocorrer hemólise no 
recém-nasàdo por incompatibilidade ABO. 
A gravidade observada na doença Rh não ocorre na 
incompatibilidade ABO, porque há menor número de 
sítios antigênicos A e B na membrana da hemácia fetal, 
a maioria dos anti-A e anti-B é lgM e não atravessa a 
placenta e pequenas quantidades de lgG anti-A e anti-
B que atravessam a placenta se ligam a outros sítios 
antigênicos 
•ANTICORPOS IRREGULARES: são formados diante 
da presença de antígenos eritrocitários não RhD, que 
também podem ser responsáveis pela aloimunização 
materno-fetal. 
A sensibilização por anticorpos atípicos é rara, 
sendo que na maioria dos casos existe história prévia 
de transfusão ou uso de drogas injetáveis. 
Os anticorpos atípicos geralmente são lgM, e não 
provocam doença hemolítica no feto (por exemplo, 
anti-P ou raramente o fazem (por exemplo, anti-M, 
anti-N e anti-S). Contudo, alguns desses anticorpos 
(por exemplo, anti-C, anti-E e anti-Kell) podem 
provocar doença hemolítica grave, com óbito 
intrauterino. Portanto gestações em que se verifica a 
presença de anticorpos irregulares devem ser 
conduzidas da mesma forma que aquelas com 
anticorpos anti-D, com exceção do anti-Kell, em que se 
considera risco de anemia fetal títulos maior ou igual a 
8 
•Caso a gestante seja RhD-negativo e o parceiro for 
RhD-positivo: PAI e titulação devem ser solicitados na 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
primeira consulta, repetidos entre 16 e 18 semanas de 
gestação e depois mensalmente até o termo. 
→Deve-se lembrar que a paciente RhD-negativo 
na ausência de anti-D (mesmo que apresente anticorpo 
atípico na PAI) deve receber profilaxia contra 
aloimunização 
•PARÂMETROS ULTRASSONOGRÁFICOS: 
→Alteração da ecotextura placentária: placenta 
hiperecoica (sinal mais precoce); o aumento da 
espessura (sinal mais tardio – feto com anemia 
moderada a grave ou feto hidrópico) 
 
 →Derrame pericárdico 
 →Volume de líquido amniótico aumentado 
 →Ascite fetal: hipertensão do sistema porta 
 
 
 
•ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL 
• Nas gestantes não sensibilizadas, deve-se realizar a 
PAI mensalmente e a profilaxia com imunoglobulina 
anti-D (Para prevenir a aloimunização RhD, administra-
se imunoglobulina anti-D para as gestantes RhD-
negativo; entretanto. a imunoglobulina não terá efeito 
se a gestante já for sensibilizada) 
• Nas gestantes sensibilizadas, sem histórico de DHPN 
(Doença Hemolítica Perinatal), e com títulos anti·D < 
16, realiza-se a determinação mensal dos títulos de 
anticorpos. 
• Nas gestantes com título de anti·D > 16 ou 
antecedente de DHPN (independente do título de 
anticorpos), são encaminhadas para setor 
especializado para pesquisa de anemia fetal. 
• Na ausência de suspeita de anemia fetal, o retomo é 
realizado a cada 3 a 4 semanas nos casos sem 
antecedente ou com história leve. As gestantes com 
antecedente moderado ou são reavaliadas a cada 1 a 2 
semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
HEMOGRAMA 
Fornece a concentração de hemoglobina, o 
hematócrito, as características de volume e forma das 
hemácias, os números absoluto e diferencial dos 
leucócitos e o número total de plaquetas. 
Na gravidez, valores menores que 11 g/dl de 
hemoglobina são considerados indicativos de 
ANEMIA, que deverá ser pesquisada e tratada de 
acordo com sua etiologia. 
 → A queda dos níveis de hemoglobina durante a 
gravidez pode ser explicada pela expansão 
relativamente maior do volume plasmático comparada 
com o aumento do volume das hemácias. Essa 
desproporção é significativamente maior no segundo 
trimestre. No final da gravidez, a expansão plasmática 
cessa, enquanto a massa de hemoglobina continua a 
aumentar. 
A contagem leucocitária deve ser interpretada de 
acordo com os dados clínicos da gestante. 
Leucogramas seriados são necessários para avaliar 
corretamente quaisquer achados laboratoriais de 
leucocitose ou leucopenia, sem correspondência 
clínica. 
→Na gestação, é esperada leucocitose à custa 
do aumento dos neutrófilos, com a contagem total de 
leucócitos não excedendo 14.000/mm3. 
O número absoluto de plaquetas é utilizado para o 
rastreamento de alterações plaquetárias subclínicas ou 
que ainda não tiveram diagnóstico. É esperada uma 
queda discreta no número de plaquetas como 
consequência da hemodiluição da gestação. 
 
 
GLICEMIA EM JEJUM 
Valores de glicemia em jejum abaixo de 92 mg/dL são 
considerados normais. Nesse caso, recomenda-se a 
aplicação universal do teste de tolerância à glicose oral 
de 75 g entre 24 e 28 semanas. Os valores de 
normalidade da curva glicêmica são: 
• Jejum: < 92 mg/dL 
• 1 hora após sobrecarga:< 180 mg/dL 
• 2 horas após sobrecarga: < 153 mg/dl. 
→Se a gestante apresentar alteração em pelo menos 
um valor da curva, é considerada diabética gestacional. 
→Valores de glicemia em jejum entre 92 e 125 mg/dL 
definem o diagnóstico de diabetes mellitus gestacional 
→Valores de 126 mg/dL ou maiores são considerados 
alterados e determinam o diagnóstico de diabetes não 
diagnosticado previamente à gravidez (overt diabetes), 
sendo as gestantes abordadas de maneira semelhante 
àquelas com diabetes prévio à gestação. 
→Nessa situação, solicita-se a hemoglobina glicada 
(HbA1C) com os objetivos de avaliar o risco de 
malformação fetal e confirmar o diagnóstico de 
diabetes mellitus. 
→Caso a HbA1C apresente valores superiores a 
6,5%, confirma-se o diagnóstico. 
→Na discordância entre esses exames (glicemia 
em jejum e HbA1C), após o parto, a paciente deverá 
realizar o teste de tolerância oral à glicose para 
estabelecimento de diagnóstico definitivo 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
•DIABETES MELLITUS NA GESTAÇÃO: descreve um 
grupo de doenças com metabolismo anormal de 
carboidratos, caracterizado por hiperglicemia. Essa 
alteração usualmente decorre de defeitos na secreção 
e/ou na ação da insulina. 
A gestação é caracterizada por ↑ na resistência 
periférica à insulina e por incremento na produção de 
insulina pelas células-beta do pâncreas. 
→A resistência à insulina aumenta durante a 
gestação em virtude da secreção placentária de alguns 
hormônios considerados diabetogênicos, como 
hormônio do crescimento, cortisol e hormônio 
lactogênico placentário. Na gestação, o metabolismo 
energético pode ser dividido em duas fases distintas: 
• A primeira é conhecida como FASE ANABÓLICA, na 
qual a glicemia das gestantes tende a diminuir, em 
especial quando ocorre jejum prolongado. 
• A segunda é a FASE CATABÓLICA, com crescente 
consumo de nutrientes maternos pelo feto. Nela, 
toma-se evidente o aumento da resistência periférica à 
insulina 
 •DIABETES MELLITUS TIPO 1: 
→destruição das células-beta pancreática = 
deficiência completa de insulina 
→se manifesta antes dos 30 anos de idade e 
mais frequentemente durante a adolescência. 
•DIABETES MELLITUS TIPO 2: 
→é a forma mais comum da doença, 
→caracterizado por deficiência na secreção e na 
ação da insulina 
→ocorre com maior frequência após os 40 anos 
de idade 
→caracteriza-se pelo predomínio da resistência 
à insulina, com deficiência relativa da sua secreção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TSH E T4 LIVRE*: 
*Realiza-se só se tiver antecedentes 
A função tireoidiana é regulada pelo eixo 
hipotálamo-hipófise, por meio de retroalimentação 
negativa. Os hormônios tireoidianos agem inibindo o 
homônio hipotalâmico estimulador da tireotrofina 
(TRH) e o TSH, este último produzido nahipófise 
anterior 
A tireoide, como outros órgãos endócrinos, sofre 
profundas mudanças durante o ciclo-gravídico. 
Precocemente, nas primeiras semanas de gestação, o 
aumento dos níveis circulantes de estrógenos resulta 
na diminuição da metabolização hepática da proteína 
transportadora de hormônios da tireoide (TBG, do 
inglês thyroid binding-globulin), causando aumento de 
sua concentração sérica e, consequentemente 
aumento relativo das formas ligadas dos hormônios 
tireoidianos (T3 total e T4 total) em comparação às 
formas livres, que se mantêm pouco ou nada alteradas. 
A hCG possui a propriedade de estimular os 
receptores de TSH em razão da semelhança estrutural 
de suas moléculas. Esse fato aumenta a produção de 
hormônios tireoidianos e, por meio de 
retroalimentação negativa, leva a uma diminuição dos 
níveis de TSH no início da gestação, os quais retornam 
seus valores normais a partir do segundo trimestre. 
Essas alterações fisiológicas da função tireoidiana 
devem ser consideradas na avaliação laboratorial da 
glândula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTI-HIV 
Realizado pelo método Elisa, que detecta anticorpos 
para HIV 1 e 2. Segundo o Ministério da Saúde. o 
resultado positivo no Elisa exige coleta de segunda 
amostra. Somente quando novamente positivo na 
segunda amostra, é realizado o exame de Western Blot 
para confirmação diagnóstica. 
→Diante do RESULTADO POSITIVO, a gestante será 
acompanhada pelo especialista conforme protocolo. O 
rastreamento por esse fluxograma apresenta 
especificidade de 99,4% com falso-positivo de 0,001 %. 
→Diante de RESULTADO NEGATIVO, o exame é 
repetido obrigatoriamente no terceiro trimestre, 
independentemente de qualquer situação de risco, 
visando aos cuidados pré e pós-pano. 
•PROFILAXIA: uso de terapia antirretroviral 
combinada em gestantes soropositivas e a 
manutenção da carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL 
não só previnem a transmissão vertical, como também 
evitam o aparecimento de infecções oportunistas, que 
podem levar a complicações obstétricas, como 
prematuridade. 
OBS: O teste rápido de HIV apresenta alta 
sensibilidade e especificidade e, portanto, altas taxas 
de falso-positivos em populações de baixa prevalência, 
como gestantes. Reserva- se para casos em que a 
gestante não coletou sorologia para HIV durante o pré-
natal, nas situações em que não se tem acesso ao 
resultado do exame ou quando a paciente está sob o 
risco de exposição constante e não repetiu a sorologia 
ao fim da gestação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
SOROLOGIA PARA HEPATITE B 
(AGHBS E ANTI HBS) 
 →Se vier Anti HBs + = gestante vacinada 
Curso da doença não alterado pela gestação; 
Transmissão vertical rara; 
Transmissão durante o parto por ingestão; 
Cuidados com RN ao nascer - descontaminação e 
imunização. 
A pesquisa de hepatite B é feita para todas as 
gestantes (exceto as previamente vacinadas) na 
primeira consulta do pré-natal. O laboratório 
inicialmente pesquisa o anticorpo contra antígenos do 
nucleocapsídio (core) do vírus da hepatite B (anti-HBc) 
(lgG e lgM). 
O anticorpo anti-HBc surge no início do quadro 
clínico, nos primeiros 4 meses, sendo de início lgM e 
posteriormente lgG. 
→É marcador de infecção presente, cobrindo a 
janela imunológica entre a negativação do antígeno de 
superfície do vírus da hepatite B (AgHBs) e a 
positivação do anticorpo contra AgHBs (anti-HBs). 
A pesquisa positiva é complementada pela pesquisa 
de AgHBs, anti-HBs, antígeno e do vírus da hepatite B 
(AgHBe) e anticorpo contra o AgHBe (anti·HBe) 
A sorologia de hepatite B é repetida na gestação 
quando há exposição a risco de infecção. 
OBS: Após a contaminação, o marcador sérico é o 
antígeno de superfície do vírus da hepatite B (Ag-HBs). 
O antígeno E da hepatite B (Ag·HBe) está presente nas 
formas ativas agudas e crônicas, o que significa que o 
vírus está se replicando. 
→Após a infecção aguda, cerca de 90% dos casos 
evoluem para a cura, apresentando anticorpo contra o 
antígeno de superfície do vírus (anti-HBs) e anticorpo 
contra o antígeno do núcleo (core) (anti-HBc) e 
ausência do Ag-HBs. 
→Em 10% dos casos. a doença persiste como 
hepatite crônica (com Ag-HBs presente). A presença e 
a permanência de Ag-HBe está associada a maior risco 
de carcinoma hepatoe:elular. 
A transmissão via placentária é rara. A infecção do 
feto ou recém-nascido ocorre por meio da ingestão de 
material infectado durante o parto ou exposição 
subsequente ao nascimento pela amamentação. 
A infecção do recém-nascido ruja mãe é portadora 
crônica pode ser prevenida pela administração de 
imunoglobulina e da primeira dose da vacina do vírus 
recombinante, logo apôs o nascimento. Além disso, 
estudos recentes demonstraram que a transmissão 
pelo aleitamento materno diminui se o recém-nascido 
receber a imunoglobulina e a vacina. 
Para as pacientes suscetíveis a hepatite B. a 
vacinação pode e deve ser realizada durante a gestação 
 
OBS: HEPATITE C: Curso da doença parece 
inalterado na gestação; 
Questionável benefício de pedir sorologia, função 
hepática materna – serve para a proteção da equipe 
profissional. 
Para o diagnóstico de hepatite C, pode ser realizado 
teste para detecção dos anticorpos totais antivírus da 
hepatite C (VHC) ou dois testes por Elisa (de diferentes 
kits) para o VHC. Se a pesquisa for positiva. é 
recomendada a realização de um teste confirmatório 
pela técnica de Imuno blot (recombinant immunoblot 
assay de terceira ge.ração: 3,0) ou pela pesquisa do 
vírus por técnica de reação em cadeia da polimerase 
(PCR). 
A sorologia de hepatite C é repetida na gestação 
quando há exposição a risco de infecção. 
 
RUBÉOLA (SINDROME DA RUBÉOLA 
CONGÊNITA) 
•Transmissão vertical em 81% 1º trimestre, 39% 2º 
trimestre e 53% 3º trimestre. 
•Virose materna: aborto, OF e alterações congênitas 
(surdez, catarata, alterações cardiovasculares, 
persistência do ducto venoso, hepatoesplenomegalia, 
alterações do SNC) 
•O rastreamento da rubéola é realizado pela pesquisa 
de lgG e lgM especificas por meio do método Elisa. 
→Se a pesquisa da lgM for POSITIVA, a paciente 
deve ser encaminhada para avaliação de medicina fetal 
para correta orientação e acompanhamento. 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
→Se a sorologia é NEGATIVA, ela é considerada 
suscetível e deve ser orientada para que, mediante 
qualquer exposição suspeita, repita a sorologia 
quantitativa o mais precocemente possível e seja 
vacinada no puerpério caso mantenha suscetível. 
•Os anticorpos lgM surgem, durante a fase aguda da 
primoinfecção - em geral em um perfodo que varia de 
3 a 5 dias após o rash cutâneo-, persistindo por até 4 
semanas. 
•Pacientes com pesquisa de lgG positiva e de lgM 
negativa são consideradas imunes. 
•IgM + até 6 semanas (falso + em: mononucleose/ 
parvovírus, artrite reumatoide). 
→Teste de Avidez por IgG (pico em 1 a 2 semanas e 
aumenta por 3 meses). 
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA 
TRÍADE CLÁSSICA: Coriorretinite, Calcificações 
intracranianas, Hidrocefalia 
→90% INFECÇÃO SUB CLÍNICA 
A investigação laboratorial deve começar pela 
detecção dos anticorpos lgG e lgM por meio do 
método Elisa. 
→Para gestantes suscetíveis (lgG e lgM negativas). 
o acompanhamento sorológico deve ser mensal até 36 
semanas de idade gestacional. 
→As pacientes suscetíveis devem ser orientadas 
com medidas higienodietéticas preventivas da 
infecção. 
•Gestantes com pesquisa de lgG positiva e lgM 
negativa são consideradas imunes e não necessitam da 
repetição do exame. 
•A infecção aguda é caracterizada pela 
soroconversão das imunoglobulinas em pacientes 
suscetíveis, sendo necessário encaminhamento das 
pacientes para tratamento e acompanhamento em 
serviço especializado. No HC-FMUSP, quando a lgMfor 
positiva por método Elisa. realiza-se a confirmação do 
resultado na mesma amostra por imunofluorescência 
indireta (IFI). 
→Nos casos de infecção aguda, a IgG 
costuma apresentar títulos crescentes nas primeiras 
semanas após exposição, sendo que os de lgM podem 
ou não decrescer. 
•Em paciente com resultado de lgG e lgM 
positivas no primeiro trimestre, deve ser realizado o 
teste de avidez para determinar se a infecção ocorreu 
antes (alta avidez) ou durante a gestação (baixa avidez) 
 
 
Tratar toxoplasmose aguda (IgM +/IgG + ou-) 
•PROFILAXIA: espiramicina 3g/dia. 
•Casos confirmados de infecção aguda encaminhar 
para serviços especializados. 
Infecção crônica não necessita seguimento (IgM-/IgG+) 
•TRANSMISSÃO VERTICAL: 
Em gestantes com imunidade prévia à gestação, o 
risco de transmissão vertical diante de reinfecção 
desprezível. 
Diante de infecção primária em gestantes 
suscetíveis ocorrem lesões placentárias focais e o 
parasita pode ser transmitido para o feto, no qual 
desencadeia lesões inflamatórias que podem culminar 
em sequelas neurológicas permanentes. 
O risco de infecção fetal aumenta com a idade 
gestacional em que ocorre a infecção materna, sendo 
a chance de transmissão para o feto em tomo de 6% 
com 13 semanas, e chegando a 72%, com 36 semanas. 
Já o risco de acometimento é inversamente 
proporcional à idade gestacional. Infecções que 
ocorrem durante o primeiro e o segundo trimestres 
podem ocasionar abortamentos e óbitos fetais. 
 
INFECÇÃO URINÁRIA NA GESTAÇÃO 
URINA TIPO 1: pH, densidade, proteínas, glicose, 
corpos cetônicos, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, 
nitrito e esterase; 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
Alterações renais/ hepatopatias/ hemólise/ diabetes/ 
cálculos e ITU; 
Gestante tem filtração glomerular aumentada; 
Proteinúria discreta fisiológica; 
Patógenos na urina: bactérias, leveduras, protozoários. 
UROCULTURA (BACTERIÚRIA 
ASSINTOMÁTICA) 
Risco infeccioso: parto prematuro 
Sempre tratar quando > 100.000 colônias 
Urocultura com antibiograma 
•ANTIBIÓTICOS DE ESCOLHA: Cefalosporinas 1ª 
geração (cefalexina) e nitrofurantoína. 
PARASITOSES INTESTINAIS 
Devem ser tratadas após o 1º trimestre (exceções: 
teníase com hiperêmese – risco de cisticercose/ 
esquistossomose somente após o parto). 
•Protozoários não patogênicos: Eschirichia coli, 
Entamoeba coli, Endolimax nana, Trichomonas hominis 
e Indamoeba butschii. 
 
Ultrassom Obstétrica inicial: a melhor via para 
avaliação é a transvaginal. 
- •Espessamento decidual: 3 semanas 
- •Saco gestacional: 4 a 5 semanas 
- •Vesícula vitelínica: 5 semanas 
- •Atividade cardíaca: 6 semanas (embrião de 2 a 
5 cm) 
 
 
US morfológica de primeiro trimestre: deve ser 
realizada de 11 a 13 semanas e 6 dias. 
 
 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
 
 
TRANSLUCÊNCIA NUCAL E DEMAIS 
PARÂMETROS ULTRASSONOGRÁFICOS 
TN aumentada detecta 80% dos anormais e 5 % de 
falso positivo; 
Osso nasal ausente; 
Estudo do ducto venoso com onda A reversa; 
 
=> encaminhar para o pré-natal de medicina fetal para 
seguimento 
 
PERIODICIDADE DAS CONSULTAS 
O número de consultas preconizado pela OMS para 
uma boa assistência pré-natal é de 6 ou mais. 
 
FREQUÊNCIA DAS CONSULTAS PRÉ-NATAIS: 
•Pré natal de baixo risco: 
Até 28 semanas – mensal 
Até 36 semanas – a cada 2 semanas 
À partir de 36 semanas até o nascimento – semanal 
•Pré natal de alto risco: frequentemente necessitam 
de retornos a cada uma ou duas semanas. 
 
VITAMINAS 
 Sulfato ferroso: recomenda suplementação 
desde 16 semanas de gestação até 8 semanas após o 
parto (60 mg/dia de ferro elementar) que corresponde 
a 300 mg de sulfato ferroso. 
 Ácido fólico: suplementação deve ser iniciada 3 
meses antes da gestação e continuar nos 2 primeiros 
meses (400 µg/dia e, para pacientes com 
antecedentes, 4 mg/dia). 
 Cálcio: recomendada na dose de 600 mg/dia 
apenas para gestantes que não consumam produtos 
lácteos. 
 Vitaminas B12 e D: gestantes vegetarianas 
radicais necessitam de maiores doses de 
suplementação. 
 Vitamina B6: recomendada para gestantes com 
nutrição inadequada (usuárias de drogas, adolescentes 
e nos casos de gestação múltipla). 
 Vitamina C na gestação é de 80 a 85 mg/dia, e 
pode ser obtida pela alimentação. 
 
IMUNIZAÇÕES 
 Em geral. as vacinas produzidas com vírus vivos 
atenuados (Sarampo, Caxumba, Rubéola, Poliomielite, 
Varicela) são contraindicadas na gestação. 
 As pacientes não imunizadas devem ser 
orientadas a tomar a vacina de rubéola, caxumba e 
sarampo (trípliceviral) no puerpério. 
 Mulheres não grávidas que receberam 
alguma dessas vacinas devem esperar um intervalo de 
28 dias para uma gestação. 
 Imunizações sem contraindicações na gestação: 
1. Tétano e dT 
•dupla bacteriana ( dT, composta de toxoides 
contra o tétano e a difteria) no segundo trimestre; 
•ou a triplice bacteriana (dTpa, contendo 
toxoides contra o tétano e a difteria e componente 
pertussis acelular) no terceiro trimestre 
(preferencialmente entre 27 e 36 semanas) 
 
 
HABILIDADES OBSTÉTRICAS 
 
2. Gripe 
3. Hepatites A e B 
4. Pneumococo 
5. Meningococo 
6. Raiva 
 
OUTROS ASPECTOS 
 Exercício físico 
 Trabalho 
 Atividade sexual 
 Direção de veículo e cinto de segurança 
 Viagem de avião 
 Uso de cosméticos na gestação

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