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15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 1/35 Unidade 02 Aula 01 Regime de Escoamento Laminar Como já foi apresentado, observamos que, com o número de Reynolds, podemos de�nir o regime do escoamento como laminar, de transição ou turbulento. Para poder abordar o comportamento do escoamento, é preciso realizar um estudo de uma quantidade de �uido com características comuns e realizar um estudo apropriado para cada situação. Assim, é preciso determinar os princípios e as leis da dinâmica e da teoria da turbulência. Existem dois principais tipos de escoamento com comportamento de�nido em função das suas características: laminar e turbulento. Matematicamente, podemos avaliar a velocidade do escoamento laminar em uma direção (unidimensionalmente), já que as características deste se conservam. Isso quer dizer que podemos avaliá-lo apenas no sentido do escoamento, por exemplo eixo X . Já na avaliação da velocidade do escoamento turbulento, as �utuações ocorrem em todas as dimensões, portanto, matematicamente, precisa ser descrito da seguinte forma: Onde o primeiro termo é a soma de uma velocidade média mais uma �utuação da velocidade no sentido x. Os seguintes termos são representações das �utuações no sentido ‘y’ e ‘z’ respetivamente. Esses tipos de comportamento, laminar ou turbulento, também variam devido à viscosidade. A maioria dos escoamentos que ocorrem na natureza são em regime turbulento, entretanto, quando temos um �uido altamente viscoso, é possível ter facilmente um regime laminar. ( )ui =V̄ ¯̄̄ ui = + +V̄ ¯̄̄ ( + )ū̄̄ u′ î w′ȷ̂ z ′ k̂ ( + )ū̄̄ u′ î 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 2/35 As forças viscosas são predominantes num escoamento laminar, que é representado por um deslocamento de massa desprezível. Para um escoamento turbulento, temos um deslocamento transversal de massa predominante, e as forças viscosas são desprezíveis em relação às forças inerciais. Na dinâmica dos �uidos, a viscosidade cinemática, que é uma relação entre a viscosidade dinâmica e a massa especi�ca, é representada matematicamente da seguinte forma: E a viscosidade cinemática será: Onde: SI CGS INGLES Pa Dina/cm Poundals/pie m/s cm/s Pie/s m cm pie Pa.s gm/cm.s=poise Lb/pie.s m /s cm Pie /s ϑ = μ ρ μ = − ⋅ [=] = Pa ⋅ sτxy ( ) dvx dy −1 [(Pa)( )( )]m s m−1 −1 τXY 2 2 vx y μ ϑ 2 2 NA-PRATICA Nesse sentido, um exemplo de um regime laminar será um óleo lubri�cante altamente viscoso à baixa velocidade percorrendo um tubo de pequeno diâmetro e seção constante. Já para um escoamento turbulento, um exemplo claro será um �uido pouco viscoso em alta velocidade, percorrendo um tubo de grande diâmetro e seção constante. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 3/35 As variações do comportamento da viscosidade quando um �uido escoa de�nem o tipo de escoamento: escoamento compressível ou escoamento incompressível. No momento em que temos um escoamento de um �uido cuja massa especí�ca tem variações tão pequenas que se tornam desprezíveis, podemos a�rmar que é um escoamento incompressível. Esse fenômeno se apresenta na maioria dos líquidos e alguns gases. Os escoamentos compressíveis que usualmente se apresentam nos gases possuem uma variação na massa especí�ca quando escoam. SAIBA MAIS Você poderá apreciar o comportamento da viscosidade nas tabelas existentes no seguinte link: Viscosidade cinematica Uma sugestão para que amplie o conhecimento sobre esse tema, você pode procurar o livro Mecânica dos Fluidos, de Frank M. White, editora McGrawHill. Outra opção é a leitura do livro Mecânica dos Fluidos, de Franco Brunetti, presente na sua biblioteca virtual. SAIBA MAIS Saiba um pouco mais dos escoamentos incompressíveis acessando o link a seguir. Escoamento Viscoso Incompreensível SAIBA MAIS Saiba um pouco mais dos escoamentos compressíveis acessando o link a seguir. Escoamento Compressível https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto06_1.pdf https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto07_1.pdf https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto08.pdf 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 4/35 Para veri�car o comportamento do escoamento, é possível utilizar o número de Mach: Onde, é a velocidade do �uido; é a velocidade do som. Portanto este é um número adimensional. Este número de Mach apresenta os valores para cada comportamento do escoamento: Para gases: Se M < 0,3 → escoamento é incompressível. Se M > 0,3 → escoamento é compressível. Se M = 1,0 → escoamento é crítico (exemplo: barreira do som no voo de aeronaves). Se M > 1,0 → escoamento é supersônico. Para líquidos: O escoamento será incompressível, pois a velocidade de som dos líquidos é muito grande. Como já veri�camos, essas características mudam o meu escoamento dependendo da variável. Nesse sentido, podemos apresentar as principais características do escoamento: Vazão volumétrica A vazão volumétrica refere-se à quantidade de volume que atravessa uma determinada seção por unidade de tempo. Isso quer dizer que temos uma relação entre o volume por unidade de tempo. Veja: Vazão mássica ou descarga Será o volume de massa especí�ca que atravessa uma determinada seção por unidade de tempo. Veja: M = V c V → c → : /sQV m3 = ⋅ dQV ∫ A V → A → = → Para seções circulares será → =QV volume tempo QV π ⋅ ⋅ VD2 4 : kg/sQm 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 5/35 Velocidade A velocidade é o comportamento da relação entre o tempo e a distância. Essa característica de�ne os números de Reynolds e Mach para poder determinar o tipo de escoamento. Pressão Nos �uidos que se encontram sob pressão atmosférica, sempre vamos encontrar um equilíbrio nas forças internas e externas. Assim, se temos um reservatório que tem diferentes saídas com forma geométrica diferentes, vamos encontrar que, independente da geometria de cada bocal, temos uma altura em metros de coluna de água igual para todos. = ρ ⋅ ⋅ dQV ∫ A V → A → = → Para seções circulares será → =QV volume tempo QV ρ ⋅ π ⋅ ⋅ VD2 4 V : m/s V = QV A P : Pa.s Figura 1. Fluido sob pressão atmosférica com diferentes vasos comunicantes. ATENÇÃO Essa grandeza é a relação que existe entre uma determinada força e sua área de distribuição. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 6/35 Exemplos e Exercícios Transporte de quantidade de movimento molecular: Calcule a massa especí�ca da quantidade de movimento de um escoamento em estado estacionário, , quando a velocidade da placa inferior da �gura é com direção x positiva; a separação entre as placas, ; e a viscosidade cinemática, . (BIRD et al., 2002) Solução: Para começar o uso das equações, precisamos que as variáveis utilizadas no exercício estejam no mesmo sistema de unidades, ou seja, homogeneidade. Portanto, temos: Agora, para poder entender o comportamento da velocidade, visualizemos como acontece a formação de um per�l de velocidade laminar estacionário para um �uido contido entre duas placas. Lembrando que a de�nição de laminar é quando as camadas adjacentes do �uido (“laminas”) se deslizam uma sobre a outra de maneira ordenada. Para entender a seguinte �gura, precisamos imaginar duas placas com um �uido entre elas. Para nosso volume de controle, temos que o sistema se encontra inicialmente em repouso. No instante em que t=0,a placa superior se encontra �xa e a placa inferior começa o movimento na direção x a uma velocidade constante. À medida que o tempo passa, o �uido adquire uma quantidade de movimento e, �nalmente, estabelece-se um per�l de velocidade lineal no estado estacionário. em [lb/f ]τyx t2 1 [ft/s] y = 0, 001ft μ = 0, 7cp em [lb/f ]τyx t2 μ = 0, 7cp (centipoise) ⋅ 2, 0886 × [ ] = 1, 46 × [lb ⋅ s/f ]10−5 [lb⋅s/f ]t 2 cp 10 −5 t2 y = 0, 001ft 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 7/35 Como a velocidade é constante, podemos veri�car que a relação entre a velocidade e a altura é constante. Lembrando que a lei da viscosidade de Newton estabelece que a tensão cisalhante por unidade de área é proporcional ao negativo do gradiente de velocidade. Então, temos que: Finalmente, ao substituir na equação, temos: Regime laminar em uma tubulação: Qual é a equação que de�ne um escoamento laminar completamente desenvolvido em uma tubulação circular? Solução: Para um escoamento laminar completamente desenvolvido em uma tubulação circular, a velocidade é dada por: Figura 2. Formação do per�l de velocidade laminar estacionário entre duas placas. Fonte: Bird et. al. (2002) = = = −1000 dvx dy Δvx Δy −1, 0ft/s 0, 001ft s−1 = −μ = −(1, 46 × [lb ⋅ ])(−1000 ) = 1, 46 × [ ]τyx dvx dy 10−5 s ft2 s−1 10−2 lb ft2 u = − ( )[1 − ]R 2 4μ ∂P ∂x ( )r R 2 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 8/35 Onde: O gasto volumétrico será: Juntando estas duas equações temos: Desenvolvendo está equação temos que: Para um escoamento completamente desenvolvido o gradiente de pressão é constante, por tanto temos: Substituindo temos: Onde a velocidade média está dada por: é o gradiente de pressão ∂P ∂x = ⋅ dA = u ⋅ 2π ⋅ r ⋅ dr∀̇ ∫ A V̄ ¯̄̄ ∫ R 0 = ( ) [ − ] ⋅ 2π ⋅ r ⋅ dr∀̇ ∫ R 0 1 4μ ∂P ∂x r2 R2 = ( ) [ − r]dr∀̇ ∫ R 0 π 2μ ∂P ∂x r3 R2 = ( )∀̇ π 2μ ∂P ∂x [ − ]r 4 4 R2r2 2 R 0 = ( )[ − ]∀̇ π 2μ ∂P ∂x R4 4 R4 2 = ( )[− ]∀̇ π 2μ ∂P ∂x R4 4 = − ( )∀̇ πR4 8μ ∂P ∂x = = − ∂P ∂x −P2 P1 L ΔP L =∀̇ πR4 8μ ΔP L 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 9/35 Finalmente temos: Para determinar o ponto de velocidade máxima, precisamos derivar a velocidade interna e igualar a zero. Isso deve ser feito na seguinte equação: Quando a�rmamos que a derivada da velocidade é igual a zero, estamos falando que não há mais aceleração (variação ao longo do tempo), temos que a velocidade chegou ao seu máximo valor ( ). Substituindo: =V̄ ¯̄̄ ∀̇ A = − ( )V̄ ¯̄̄ πR 4 8μπR2 ∂P ∂x = − ( )V̄ ¯̄̄ R 2 8μ ∂P ∂x u = − ( )[1 − ]R 2 4μ ∂P ∂x ( )r R 2 u umax = ( )r = 0du dr 1 2μ ∂P ∂x = − ( ) = 2umax R2 4μ ∂P ∂x V̄ ¯̄̄ SAIBA MAIS Para entender ainda mais e tirar algumas dúvidas, acesse os exercícios disponíveis no link a seguir. Lista de Exercícios: Estática de Fluidos https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto09.pdf 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 10/35 Unidade 02 Aula 02 Teorema do Transporte de Reynolds (T.T.R.) Estudos Básicos do Teorema Para avançar com nossos estudos sobre a dinâmica dos �uidos, será de extrema importância compreender e conhecer novas ferramentas capazes de descrever os fenômenos presentes em um escoamento. Na maioria das vezes, o interesse é de estudar o que acontece em uma região especí�ca do volume de controle; em outras situações, o interesse do pesquisador é observar o efeito de interação do escoamento para com outro corpo. Para que isso seja possível, precisamos estudar leis que caracterizam o movimento dos �uidos, considerando a abordagem dos sistemas com uma massa �xa de �uido quanto à abordagem com volumes de controle. O teorema do transporte de Reynolds foi criado justamente para facilitar essa análise de um �uido (gases e líquidos), pois ele é capaz de converter a análise de uma partícula em uma análise de volume de controle. ATENÇÃO Lembre-se que a Física trata apenas de partículas, o que di�cultaria uma análise para uma quantidade alta de partículas, as quais se comportam de maneira diferente umas das outras. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 11/35 Ou seja, saímos do conceito de partícula e vamos para o conceito de volume. Na Figura 3, vemos um �uido se deslocando ao longo de um tubo curvo. Se pensarmos em uma única partícula, poderemos vê-la se chocando na parede desse tubo, criando na parede uma força. No entanto, se pensarmos em diversas partículas atuando de forma aleatória, agindo com uma força na parede, teremos o conceito de pressão. Isso ilustra bem a ideia de sair do conceito microscópicos (partícula) para um conceito macroscópico (volume). Esse teorema é fundamental para a descrição da dinâmica dos �uidos; a�nal, é dele que surgem as leis base: lei da conservação de massa, lei de conservação de energia e lei da conservação de quantidade de movimento. Assim como todas as leis da Física, devemos formular o teorema estudado em função de parâmetros físicos. Como, por exemplo, a massa, velocidade, temperatura e aceleração; isso se de�nirmos B como um parâmetro físico e b a quantidade desse parâmetro por unidade de massa. Ou seja: Onde m é a massa de �uido que estamos analisando. Para facilitar o raciocínio, podemos dizer que B é a massa de uma laranja, então b é a massa de uma laranja dívida pela sua própria massa, ou seja, b seria igual a 1. E se agora B fosse a suculência da laranja? Teríamos, então, que b seria a suculência pela massa da laranja. Pode parecer estranho, mas é comum analisar alguns parâmetros de um �uido pela unidade de massa. Com esse conceito, podemos entender agora B como uma propriedade extensiva, uma propriedade comum a toda aquela massa de �uido. Enquanto b é denominada como uma propriedade intensiva (vista anteriormente), que não depende da massa. Figura 3. Volume de controle Fonte : http://tinyurl.com/hblx8tl B = b.m http://tinyurl.com/hblx8tl 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 12/35 Portanto, agora é possível escrever o Teorema do Transporte de Reynolds na sua forma geral: Nele, é possível perceber nossa propriedade intensiva e extensiva , o tempo , o volume de controle , a superfície de controle , o volume, é a área, é o vetor normal ao elemento de área e a velocidade do �uido. Com o objetivo de facilitar a vida do estudante, construímos uma tabela que facilita relacionar as propriedades intensivas e extensivas que devemos utilizar no teorema do transporte para garantir a variação certa entre propriedades: B b Tabela 2. Relação entre as propriedades intensivas e extensivas Onde m é a massa, é a quantidade de movimento linear é a quantidade de movimento angular, E a energia cinética, e energia cinética por unidade de massa, S a entropia e s a entropia por unidade de massa. = (ρb)d + bρ . dA DBsist Dt ∫ vc ∂ ∂t V ⃗ ∫ sc v ⃗ n̂ b B t vc sc V ⃗ A n̂ → m 1 p ⃗ v ⃗ H⃗ ×p ⃗ v ⃗ E e S s p ⃗ H⃗ SAIBA MAIS Para entender ainda mais o conceito e tirar dúvidas, acesse o link a seguir. Propriedades intensivas e extensivas https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-intensivas-extensivas.htm 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 13/35 Vamos interpretar agora a equação do transporte, começando com o termo à esquerda do sinal de igual. Esse termo caracteriza a variação do comportamento do nosso parâmetrofísico a ser estudado em questão, nas três direções (tridimensional x, y e z), em função do tempo. Ou seja, temos apenas a pergunta: Como nosso parâmetro se comporta em função do tempo? No lado direito da equação, temos as “respostas”. Iniciando da esquerda para direita, temos que a primeira integral signi�ca a taxa de variação, ou seja, a quantidade da propriedade que passa no volume de controle. A segunda integral representa o quanto dessa propriedade está saindo (escoando) pela superfície de controle. Lembrando que o sistema é tudo aquilo que passa pelo volume de controle no tempo analisado. Descrição Lagrangeana e Euleriana A mecânica dos �uidos pode ser analisada de dois modos. O primeiro usa o conceito de que o �uido é descrito por todos os seus paramentos necessários, como a velocidade, massa e massa especí�ca em função do espaço e tempo. Essa descrição é conhecida como euleriana. Podemos exempli�car a descrição euleriana pela medição da velocidade do vento por um tubo de Pitot, pois temos todos os parâmetros disponíveis ao longo do tempo para uma certa posição em que o tubo de Pitot foi �xado. O outro método tem o conceito de acompanhar uma única partícula �uida e determinar como e quanto as propriedades dessa partícula variam em função de um tempo determinado. Exempli�cando, imagine que eu conheço a posição que uma partícula de fumaça percorre ao longo de uma chaminé e posiciono diversos termômetros ao longo dessa chaminé para calcular a temperatura daquela partícula onde o tempo e a posição são variáveis do problema. Cálculos com o Teorema de Transporte de Reynolds 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 14/35 Então, como �cariam aquelas formulações entre sistema e volume de controle no princípio da conservação de massa? Se lembrarmos que a conservação da massa diz que a massa no sistema permanece constante, de acordo com a formulação, temos: Sabemos também que a massa do sistema pode ser obtida pela integral da massa especí�ca ( ) vezes o diferencial de volume. Basta lembrarmos daquela velha ideia que a massa especí�ca é uma função da massa total sobre o volume. Arbitrando que nosso volume possa variar devido a algum fenômeno. Se trabalharmos com a massa no teorema do transporte de Reynolds, teremos que nossa propriedade intensiva, b, será igual a 1, e minha propriedade extensiva, B, é a massa, conforme a tabela apresentada anteriormente para as propriedades intensivas e extensivas. Então, o Teorema do Transporte de Reynolds vai �car: Quando isolarmos os termos, um de cada lado da equação, teremos a seguinte fórmula: O primeiro termo (esquerda) representa a taxa de aumento ou diminuição da massa dentro do volume de controle em relação ao tempo. Enquanto o outro termo representa taxa líquida de massa que está entrando ou saindo da superfície. Note que o sinal negativo depende apenas do referencial, pois dada uma área A o produto escalar pode ser positivo ou negativo, dependendo apenas para onde apontarem os vetores. É necessário que todos os alunos lembrem que o produto escalar é dado pela fórmula: Portanto, se os dois vetores apontarem na mesma direção, o cosseno de teta zero será igual a 1. Caso os vetores forem opostos, o teta será igual a 180º, e o valor do cosseno será -1. A �gura a seguir ilustra quando os vetores são opostos (vermelho) teremos um produto escalar negativo, = 0 dm dt ρ ρ = → = ρdV ms V ms ∫ v 0 = ρd + ρ . dA∫ vc ∂ ∂t V ⃗ ∫ sc → n̂ ρd = − ρ .d ∂ ∂t ∫ vc V ⃗ ∫ sc → A ⃗ .d→ A ⃗ .d = v.A. cosθ→ A ⃗ 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 15/35 quando os vetores forem na mesma direção o produto escalar será positivo. Por �m, se o meu �uido for incompressível, como nos �uidos com massa especí�ca constante, como �caria o Teorema do Transporte de Reynolds para o caso da conservação de massa? Simples! Colocamos a massa especí�ca em evidência, fora da integral. Dividindo os dois lados pela massa especí�ca, temos: Como a integral de volume para um diferencial de controle é o próprio volume de controle, temos: Se o volume de controle permanece constante no tempo, temos que a derivada do volume de controle é igual a zero, sobrando apenas a integral da superfície de controle do produto escalar entre a velocidade e a área: Figura 4 - Volume de controle e a direção dos vetores. ρ d + ρ .d = 0 ∂ ∂t ∫ vc V ⃗ ∫ sc v ⃗ A ⃗ d + .d = 0 ∂ ∂t ∫ vc V ⃗ ∫ sc v ⃗ A ⃗ + .d = 0 ∂ ∂t V ⃗ ∫ sc v ⃗ A ⃗ SAIBA MAIS Para relembrar mais sobre o produto escalar, leia sobre o assunto no site disponível no link a seguir. Produto Escalar https://pt.wikipedia.org/wiki/Produto_escalar 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 16/35 Se minha velocidade for constante na seção de área, temos, por �m, que essa integral representa um somatório dos produtos escalares das superfícies de controle é igual a zero: .d = 0∫ sc v ⃗ A ⃗ . = 0∑ v ⃗ A ⃗ SAIBA MAIS Você pode encontrar exercícios resolvidos para conservação de massa para um volume de controle acessando o link a seguir: Lista de Exercícios Resolvidos: Equação da Conservação da Quantidade de Movimento VÍDEO Assista o vídeo a seguir: http://wbraga.usuarios.rdc.puc-rio.br/fentran/mecflu/resolvidos/cap5/quinta.htm 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 17/35 Unidade 02 Aula 03 Fator de Atrito e Perda de Carga Fator de Atrito e Perda de Carga Quando analisamos um escoamento con�nado, ou seja, um escoamento com limites espaciais devido a uma barreira física, devemos levar em conta as propriedades da parede ou contorno no qual o �uido está escoando em seu con�namento. Facilitando o raciocínio, vamos pensar em uma tubulação predial, na qual corre água (�uido) da base de um prédio para o seu topo, como mostra a �gura a seguir. É de senso comum que precisamos que exista uma bomba trabalhando para que a água chegue até a caixa d’água no terraço do edifício. Mas como saberemos dimensionar essa bomba, ou melhor, quanta pressão seria necessária gerar para que esse �uido fosse capaz de subir andares e mais andares até a caixa de água? Figura 5. Bombeio de água até caixa d'água Fonte: http://tinyurl.com/jgo6z6z 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 18/35 Bom, para entendermos esse fenômeno, devemos estudar os escoamentos viscosos em condutos. Viscosos porque sabemos que todos os �uidos possuem viscosidade. Para facilitar o processo de aprendizagem, vamos considerar que o transporte de �uidos em um conduto fechado será dado apenas em condutos de seção transversal circular. Isso porque a maioria dos dutos que existem podem ser aproximados para uma seção transversal circular, como, por exemplo, os canos de um edifício, dutos de saneamento, mangueiras hidráulicas e veias do corpo humano, entre outros. Todos esses condutos exempli�cados, geralmente, são feitos para suportar uma grande quantidade de pressão. Para efeito de cálculos, os tubos estarão sempre preenchidos com �uido e o mecanismo principal para realizar o deslocamento do escoamento é o gradiente de pressão mostrada pela fórmula a seguir: Os condutos têm também grande representatividade nessa diferença de pressão causada no escoamento. Podemos pensar no caso de uma placa de vidro e uma de madeira lixada, o �uido tende a escoar mais rápido por cima de uma superfície lisa do que sobre uma superfície rugosa, ou seja, o escoamento na madeira tende a ser mais lento do que sobre o vidro. Entenda que até as superfícies mais lisas possuem rugosidade, ou seja, mesmo aquelas que a olho nu parecem totalmente lisaspossuem alguma rugosidade. Esse tipo de fenômeno acontece devido a rugosidade do material. A rugosidade é uma quantidade adimensional que mede o quão retilíneo é um plano, isso quando olhamos microscopicamente. A rugosidade está intrinsecamente ligada ao fator de atrito ( ). Este é baseado na distribuição da tensão de cisalhamento no escoamento do tubo, seja ele laminar ou turbulento. O fator de atrito ( ) é um parâmetro básico para calcular a perda de carga. △p = −p1 p2 f f SAIBA MAIS Caso o conceito de viscosidade ainda não esteja sólido para o aluno, leia mais sobre o assunto acessando o link a seguir. Viscosidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Viscosidade 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 19/35 A perda de carga está associada ao cisalhamento que o �uido tem com a parede das tubulações e, geralmente, está associada a uma perda de pressão, provocada pelos caminhos nos quais o �uido escoa. Existem duas categorias gerais de perda de carga, as perdas distribuídas e as perdas localizadas. As perdas distribuídas são aquelas que tem sua ocorrência em trechos lineares da tubulação, ou seja, ao longo de uma extensão de tubo retilíneo. As perdas localizadas, por sua vez, são aquelas perdas características de elementos individuais, como os joelhos da tubulação, as bifurcações, entre outras. A perda de carga total é a soma entre as duas perdas de carga. Vale ressaltar que, na maioria das vezes, as perdas de carga distribuídas são muito maiores do que as perdas localizadas. A �gura a seguir ilustra, no retângulo verde, onde ocorrem as perdas distribuídas e, em vermelho, onde ocorrem as perdas localizadas. Figura 6. Material e sua rugosidade Fonte: http://tinyurl.com/h8yvwf3 Figura 7. Tubulação e perdas de carga Fonte: http://tinyurl.com/gqcebcg SAIBA MAIS Caso queira uma explicação mais profunda sobre rugosidade, leia o texto disponível no link a seguir. Rugosidade Super�cial http://tinyurl.com/h8yvwf3 http://tinyurl.com/gqcebcg https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto03_1.pdf 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 20/35 Cálculo do Fator de Átrio O cálculo do fator de atrito está associado à perda de carga distribuída e é um problema muito comum no estudo do transporte de �uidos. Existem duas formas mais difundidas para se calcular o fator de atrito. Uma utiliza formulações matemáticas para o cálculo de (fator de atrito). Essas equações mudam para cada regime do escoamento e são dependentes de diversos parâmetros, como o número de Reynolds. O relembrando que o número de Reynolds é a relação entre as forças viscosas e as forças de inércia de um escoamento. Esse número pode ser de�nido com a seguinte equação: Onde é a massa especi�ca do �uido, o diâmetro do tubo, é a viscosidade dinâmica do �uido e é a velocidade média do escoamento. Para sabermos com qual regime de escoamento estamos trabalhando e calcularmos o fator de atrito, basta calcularmos o número de Reynolds. A tabela a seguir explica como calcular o fator de atrito com as fórmulas. Regime Coe�ciente de Atrito Laminar (Re > 2000) Transição f Re = ρvD μ ρ D μ u f f = 64 Re = − 2 ( )1 f −−√ log10 2,51 Re f −−√ SAIBA MAIS Caso necessite relembrar sobre massa especí�ca, leia o texto disponível no link a seguir. Densidade Caso o conceito de viscosidade dinâmica seja estranho a você, leia esse outro texto disponível no link a seguir. Viscosidade Dinâmica e Cinamática https://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-cinematica.html 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 21/35 Turbulento Rugoso Tabela 3. Tabela para calcular o fator de atrito Onde , signi�ca a rugosidade relativa do material, ou seja, a rugosidade dividida pelo diâmetro do tubo. Para obtermos o cálculo do fator de atrito pela segunda forma, utilizaremos o diagrama de Moody. Esse grá�co apresenta o fator de atrito em uma escala logarítmica em função do número de Reynolds e da rugosidade relativa. Basta seguir a linha da rugosidade relativa e marcar no ponto onde ela cruza com o número de Reynolds. Depois traçamos uma paralela até o fator de atrito na esquerda. É possível ver na Figura 8 que, com os dois parâmetros citados, temos o coe�ciente de fricção, ou coe�ciente de atrito (no grá�co aparece como ), tornando possível o cálculo da perda de carga. = − 2 ( + )1 f −−√ log10 ϵr 3,7D 2,51 Re f −−√ ϵr Figura 8. Diagrama de Moody Fonte: http://tinyurl.com/h46fs7u f λ SAIBA MAIS Alguns exercícios estão disponíveis no site a seguir. Exercícios Resolvidos de Mecânica dos Fluidos http://tinyurl.com/h46fs7u http://www.tudoengcivil.com.br/2014/05/exercicio-resolvido-de-mecanica-dos.html 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 22/35 Cálculo da Perda de Carga Total Agora que temos todas as variáveis necessárias para calcular a perda de carga, vamos apresentar as formulações necessárias para o cálculo da perda de carga total. A perda de carga total depende da perda de carga distribuída e da perda de carga localizada, conceitos apresentados anteriormente. Portanto, basta somar as duas perdas de carga para determinar a perda total. A perda de carga distribuída pode ser calculada com a fórmula, e ela só é calculada para seções de tubulação retilínea (reta), como antes abordado. Para esse cálculo, é necessário também considerar o fator de atrito calculado pelas fórmulas ou usando o diagrama de Moody. Onde é a perda de carga distribuída, é o comprimento do tubo em metros, é o fator de atrito, o diâmetro do tubo em metros, é a velocidade em metros por segundo quadrado e a gravidade. A perda de carga localizada é aquela que acontece em conexões nas tubulações. Para nós, na maioria das vezes, é a perda de carga que encontramos nos ‘’joelhos’’ e válvulas das tubulações. Podemos calcular essa perda pela seguinte formulação: Onde K é um coe�ciente adimensional dado para cada tipo de conexão e válvula. Isso signi�ca que aplicaremos a fórmula para cada conexão/válvula e somaremos todos para obter a perda localizada total. Por �m, então, a perda de carga total é obtida pela fórmula: = f. .hd L D v2 2g hd L f D v g = K.hl ∑ v2 2g = f. . + K.Htotal L D v2 2g ∑ v 2 2g 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 23/35 Unidade 02 Aula 04 As Leis da Conservação na Abordagem Macroscópica (Parte 1) Conservação das Equações Quando estudamos o Teorema do Transporte de Reynolds (TTR), vimos que este era responsável por transformar equações inicialmente concebidas para sistemas, com massa �xa, em equações para volumes de controle, com volume �xo. Lembrem também que é possível aplicar o TTR para alguns tipos de grandezas físicas e obter equações que caracterizavam o transporte daquela grandeza pelo escoamento. Note que, quando dizemos transporte, segue a ideia de como o fenômeno se movimenta e se comporta pelo escoamento. SAIBA MAIS Para ver uma lista de exercícios resolvidos sobre perda de carga, acesse o link disponível a seguir. Perda de Carga http://wbraga.usuarios.rdc.puc-rio.br/fentran/mecflu/resolvidos/cap8/oitava.htm 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 24/35 Pois bem, as equações adequadas para realizar a análise nos volumes de controle estabelecidos são montadas partindo das leis mais elementares aplicadas aos sistemas (massa �xa). No entanto, na mecânica dos �uidos, é comum resolvermos problemasque envolvem volumes de controle com uma descrição euleriana. Para encontrar equações para o volume de controle, o aluno deve entender o que é um sistema e um volume de controle que ocupa uma determinada região no espaço em um instante t; além de, claramente, entender o Teorema do Transporte de Reynolds. Estudo de Processos Estacionários (Permanentes) e Transitórios (Variáveis) Dentro desses estudos, temos que destacar algumas simpli�cações de extrema importância, como os processos que caracterizam um tipo de escoamento. Analisar o escoamento é necessário para entender como o escoamento se comporta em relação a algumas variáveis. Assim, podemos realizar simpli�cações que nos permitem o cálculo das equações de balanço de massa, entre outras. Os regimes estacionários ou como preferimos chamar na mecânica dos �uidos, os regimes permanentes, são aqueles que, em um determinado ponto, não variam com o tempo. Entendendo de uma forma mais analítica, a derivada da velocidade não varia no tempo; portanto, é nula. O que foge um pouco da realidade, a�nal a maioria dos escoamentos tem um campo de velocidade que varia com o tempo, ainda que pequeno. No entanto, é razoável que, para alguns casos, seja considerado o regime permanente do escoamento, pois é muito difícil analisar escoamentos transitórios tanto analiticamente quanto experimentalmente. Quando o escoamento é considerado permanente, temos uma análise bem simpli�cada do problema. = 0 ∂ ∂t SAIBA MAIS Relembre as diferenças das descrições eulerianas e lagrangeanas acessando o link a seguir. Cinemática https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto04_1.pdf 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 25/35 Se essa simpli�cação não for possível, teremos que caracterizá-lo entre algum tipo de escoamento transitório: os transitórios periódicos, não periódicos e os verdadeiramente aleatórios. Identi�car qual tipo de escoamento transitório se está abordando geralmente não é uma tarefa muito fácil. Balanço de Massa Podemos de�nir um sistema por uma quantidade �xa e pela identi�cação de material. Portanto, um conceito pode ser estabelecido, o princípio da conservação da massa. Ele exprime que a massa, em um sistema, se conserva ou se mantém ao longo de todo o sistema. Sua formulação diferencial é apresentada descrevendo que a taxa de variação temporal da massa é igual a zero, ou seja, no tempo, a massa não varia, conforme apresentada na equação vista anteriormente: Onde é a massa do sistema e pode ser representada, de maneira geral, por: Figura 9: Escoamentos: (a) permanente e (b) transitório = 0 DMsist Dt Msist SAIBA MAIS Caso tenha di�culdades de entender o assunto, leia o texto disponível no link a seguir. Sistemas abertosEquações de conservação https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/EADG610/nova_novo/documents/texto05_1.pdf 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 26/35 Onde representa o diferencial de todo o volume do sistema. As formulações integrais que estou apresentando até aqui servem para que o aluno entenda a tentativa de abordar o problema da forma mais geral possível, levando em conta todo o volume de controle. No caso da equação da massa, podemos entender que a massa de todo o sistema corresponde ao somatório das massas distribuídas pelo volume do sistema. Se relembrarmos sobre o Teorema do Transporte de Reynolds, já �zemos a aplicação considerando a conservação da massa para um sistema em um volume de controle. Se aplicarmos novamente o teorema do transporte de Reynolds para a massa, teremos a seguinte equação: Se formos interpretar essa equação �sicamente, podemos dizer que é a taxa de variação no tempo da massa do sistema é igual a taxa de variação temporal da massa no volume de controle, mais a vazão líquida de massa que passa pela superfície de controle. Se olharmos atentamente para equação, veremos que o primeiro termo antes da igualdade se parece muito com as de�nições de conservação de massa e descrição da massa do sistema. Se você não enxergou, isso tudo bem vou esquematizar para que melhore o entendimento. Que é exatamente o primeiro termo da nossa equação do transporte de Reynolds, utilizando a massa. Então, �camos com apenas os termos do lado direito da igualdade, certo?! Sim, só com as duas integrais: Agora, nos restou apenas os termos que expressam a taxa de variação temporal da massa no volume de controle e a vazão líquida de massa na superfície de controle respectivamente. Entram, então, as considerações do escoamento. Se dissermos que o escoamento já está totalmente desenvolvido e se encontra em regime permanente, o que isso implica? Bom, quando o regime é permanente, as propriedades do escoamento, em qualquer ponto, permanecem constantes. = ρdVMsist ∫ dV ρdV = ρdV + ρ . dA D Dt ∫ sist ∂ ∂t ∫ vc ∫ sc v ⃗ n̂ = 0 e = ρdV → ρdV DMsist Dt Msist ∫ D Dt ∫ sist 0 = ρdV + ρ . dA ∂ ∂t ∫ vc ∫ sc v ⃗ n̂ 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 27/35 No caso da nossa equação da continuidade, a massa especí�ca ( ) será constante, ou seja, como a massa especi�ca é constante ao longo do tempo, a taxa de variação temporal da massa no volume de controle será nula. Traduzindo na equação: Sobrando apenas o termo da vazão líquida de massa que passa pela superfície de controle: Como abordado anteriormente, o termo dentro da integral representa o produto escalar do vetor velocidade perpendicular à superfície de controle e uma área in�nitesimal (diferencial) . Então é a vazão de massa que passa através da área. No entanto, vale lembrar que, quando o vetor velocidade aponta em uma direção diferente do vetor de área, o termo é negativo, quando apontam na mesma direção, temos uma vazão líquida de massa positiva. Geralmente, para simpli�car, autores abordam que o balanço de massa é representado pela vazão mássica que sai menos a vazão mássica que entra em quilograma por segundo (Kg/s). A conservação de massa da massa em um volume de controle também é conhecida como Equação da Continuidade. Agora que conhecemos uma forma simples de realizar o balanço de massa para um volume de controle, como iremos expressar a vazão em massa para resolver nosso problema? Uma expressão muito comum utilizada para quanti�car a vazão mássica, m, em uma seção da superfície de controle de área A, é dada por: Ou seja dependendo apenas da massa especi�ca , da vazão dada em [m_/s], da velocidade e da área . Finalmente, se formos aplicar isso em forma de um exemplo, basta pensar em um tubo no qual nosso escoamento é permanente. Queremos descobrir com qual velocidade o �uido sai da tubulação, uma vez que sabemos a velocidade de entrada. O que fazer?! ρ ρdV = 0 ∂ ∂t ∫ vc 0 = ρ . dA∫ sc → n̂ . dAv ⃗ n̂ dA ρ . dAv ⃗ n̂ ρ . dA = −∫ sc v ⃗ n̂ ∑ ṁsai ∑ ṁentra = ρQ = ρAṁ ρ Q A 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 28/35 Primeiramente, devemos analisar qual seria nosso volume de controle. Após estabelecer os limites do nosso volume de controle, iriamos observar como se comporta o �uido que passa por ele, tomando nota por onde o �uido entra e por onde o �uido sai. Por último, bastaria fazer o balanço de massa: Pronto, esse é um exemplo como seria simples realizar o cálculo de um balanço de massa em um volume de controle. − = 0∑ ṁsai ∑ ṁentra Figura 10: Balanço de massa em um volume de controle. VÍDEO Seguem alguns exercícios resolvidos em forma de vídeos para a �xação do assunto. Acesse o link a seguir. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/229/35 Unidade 02 Aula 05 As leis da conservação na abordagem macroscópica (Parte 2) Balanço de Quantidade de Movimento Linear Na aula passada, discutimos sobre a conservação de uma propriedade no escoamento em um regime permanente. O foco daquela aula, no entanto, foi realizar o balanço de massa e entender como quanti�car o �uxo massa que entrava e saía do sistema, partindo da premissa de que o �uxo de massa não varia no tempo! Mas será que é possível determinar apenas o balanço de massa, como quanti�camos a força ou a energia de um sistema? Sabe-se que, em problemas de engenharia, geralmente é necessário calcular as reações em uma estrutura sólida devido à ação que algum corpo �uido exerce sobre esse sistema. Para isso, temos que saber calcular a força por meio da Equação de Quantidade de Movimento. Podemos observar a imagem e entender que essa é uma questão muito importante na engenharia moderna. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 30/35 Imagine que o �uido que chega no carrinho, com a velocidade representada pela seta 1 e sai com a velocidade da seta 2. Pelos tamanhos das setas, é perceptível que o �uido não sai com a mesma velocidade que entrou. Por isso, devemos entender como se dá essa interação entre o �uido e a estrutura. Na �gura, a estrutura é móvel, mas nossos cálculos poderiam ser utilizados para calcular como se comporta um mancal de escora de uma tubulação de usina hidroelétrica. Os exemplos no caso dos sólidos geralmente são de duas bolinhas que se chocam com massas diferentes e o objetivo é descobrir a velocidade depois do choque. A ideia é muito semelhante no caso dos �uidos: qual é a velocidade ou a força que sobra na estrutura após a passagem de um escoamento? Para realizar esse cálculo, partiremos da segunda lei de Newton e utilizaremos nossos conhecimentos de transporte de Reynolds. Dessa forma, chegaremos à equação da quantidade de movimento. Inicialmente, vamos escrever a equação da força de forma diferencial, em função da Figura 11 - Fluido atuando em uma superfície. Fonte: http://wbraga.usuarios.rdc.puc-rio.br/fentran/mec�u/resolvidos/cap5/quinta.htm ATENÇÃO A equação da conservação da quantidade de movimento é baseada na segunda lei de Newton, que aprendemos estudando a dinâmica de corpos. Todos devem lembrar que essa é a lei que de�ne que a força é oriunda da aceleração de um corpo com massa .m SAIBA MAIS Para revisar tanto a segunda lei de Newton como o conceito de quantidade de movimento linear, acessem os links a seguir. Resumo de Física - Quantidade de Movimento, Impulso e Colisões Segunda Lei de Newton http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/fisica/resumo-fisica-quantidade-movimento-impulso-colisoes-698027.shtml http://brasilescola.uol.com.br/fisica/segunda-lei-newton.htm 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 31/35 velocidade: Onde é a aceleração, a massa, a força e a velocidade. Deve-se atentar que essa equação tem de estar na forma vetorial; a�nal, se a velocidade variar seu módulo, direção ou sentido, a força também irá variar, o que faz total diferença para os cálculos que devemos realizar. Considerando ainda que a massa do sistema como m, pensando que na maioria das vezes estamos lidando com casos permanentes, podemos reescrever a equação na forma: O interessante é que massa vezes a velocidade, por de�nição, é a quantidade de movimento linear, entendendo que a força que atua no sistema é igual à variação da quantidade de movimento linear no tempo. Portando, a força resultante é dada por: Se utilizarmos essa equação da força para nosso volume de controle, aplicando o teorema do transporte de Reynolds, utilizando a abordagem adequada, com nossos raciocínios anteriores, termos a segunda lei de Newton para um volume de controle. Veja a seguinte equação: Aí vemos que a derivada material no tempo da quantidade de movimento no volume de controle representa o mesmo que a resultante (somatório) das forças no volume de controle. A análise anterior também é usada para a equação da continuidade: o que entra menos o que sai é o �uxo líquido de quantidade de movimento e a variação dentro do volume de controle. = m = mF ⃗ a ⃗ dv dt −→ a m F v = (m )F ⃗ d dt v ⃗ = = ( dm)F ⃗ dP ⃗ dt d dt ∫ sist v ⃗ ∑ = = ρ ⋅ dAF → conteúdo do vc DP → Dt ∂ ∂t ∫ vc v → v → n̂ 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 32/35 Aplicações para Fluidos nos Casos Incompressível e Permanente As forças que queremos calcular na mecânica dos �uidos são geralmente separadas em dois grupos: forças de campo e forças de superfície. Portanto, a equação pode ser reescrita em função desses dois grupos de forças. Veja: Tanto as forças de campo como as forças de superfície podem aparecer nas três direções, já que essa equação é uma equação vetorial, ou seja, as componentes da velocidade podem estar nas três direções e o vetor velocidade pode ser representado da seguinte forma: As equações, por sua vez, também serão divididas em três componentes, se voltarmos a pensar na força resultantes, teremos três equações: + = ρdV + ρ . dAF ⃗ campo F ⃗ superficie ∂ ∂t ∫ vc v ⃗ ∫ sc v ⃗ v ⃗ n̂ = ( , , )v ⃗ vx vy vz = ρ . dAFx −→ ∫ sc vx v ⃗ n̂ = ρ . dAFy −→ ∫ sc vy v ⃗ n̂ = ρ . dAFz −→ ∫ sc vz v ⃗ n̂ ATENÇÃO As forças de campo são aquelas forças distribuídas que atuam sob o meio �uido e que atuam em um corpo quando não estão em contato direto com este. Os exemplos mais clássicos são a força magnética, a força elétrica e a aceleração da gravidade. Já as forças de superfície são aquelas que atuam na superfície do elemento analisado com contato direto. Exemplos das forças de contato são a força normal aplicada, a força de atrito e a força de tensão dentro de um corpo. 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 33/35 Comparando com nossa equação da conservação de quantidade de movimento, houve diversas mudanças, mas não se assustem, a�nal, tudo que apareceu de novo já foi explicado. Inicialmente, vou comentar sobre o primeiro termo com integral, que sumiu. Analogamente, o que foi feito na equação da conservação da massa, quando dizemos que o regime é permanente, é que o primeiro termo que contém uma integral some (é igual a zero), pois não existe variação temporal da quantidade de movimento, pois o escoamento tem vazão constante. Outra coisa que mudou foi que, para cada direção da força, foi colocado seu respectivo componente de velocidade ( e assim sucessivamente). Entretanto, não estranhem! A outra velocidade continuou como o vetor , basta lembrarmos que o produto escalar é dado entre vetores, ou seja, devemos aplicar o produto escalar entre o vetor velocidade (todo) com o vetor normal (completo também). Finalmente, o cálculo de cada componente de força se torna fácil, ao �nal, basta somá-los apropriadamente e obter a resultante total de forças aplicadas. Cálculo das Forças Agora, possuímos todas as ferramentas para realizar o cálculo das forças pela equação da conservação de quantidade de movimento. Vale ressaltar que esse cálculo nem sempre é simples. Ele pode envolver diversas forças não facilmente quanti�cáveis. Como nosso intuito é simpli�car e obter uma resultante dessas forças, vamos mostrar um caso mais simples para �xar melhor. em teremos Fx vx v ⃗ n̂ SAIBA MAIS Caso não lembre como funciona os cálculos vetoriais, acessem os links a seguir. Cálculo de Vetores – Cálculo Vetorial http://www.coladaweb.com/matematica/calculo-de-vetores-calculo-vetorial 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 34/35 Digamos que eu falepara você que eu tenho um canal trapezoidal no qual passa um �uido incompressível, em um escoamento unidirecional e permanente. A água vem da esquerda para a direita. Existe uma diferença de pressão devido a uma alteração na seção transversal, resultando em uma força. No entanto, eu vou colocar um porto no canal e gostaria que você calculasse a resultante de força dentro canal, sabendo que a velocidade é dada pelos vetores: Vemos que, nesse caso simpli�cado, só existe velocidade no eixo x, ou seja, as forças resultantes nas outras direções são nulas. Portanto, utilizaremos apenas a equação para resultante no eixo das abcissas. Como o escoamento é incompressível, a massa especí�ca é constante, então, podemos retirá-la da integral, fazendo o somatório para a entrada e saída. Como o escoamento é uniforme por seção, ou seja, o módulo sentido e direção são constantes na seção. Se rearmarmos a equação, teremos: Como a integral da área é a própria área, temos: Mas atenção! Lembre que o produto escalar de dois vetores opostos é negativo, e o produto escalar de dois vetores de mesmo sentido é positivo: Figura 12 - Canal e volume de controle. = (u1, 0, 0)v → entrada = (u2, 0, 0)v → saida = ρ( . d + . d )Fx −→ ∫ A1 u1u1 n̂1 A1 ∫ A2 u2u2 n̂2 A2 = ρ( . d + . d )Fx −→ u1u1 n̂1 ∫ A1 A1 u2u2 n̂2 ∫ A2 A2 = ρ ( . + . )Fx −→ u1u1 n̂1A1 u2u2 n̂2A2 = ρ (− + )Fx −→ u1u1A1 u2u2A2 15/06/2021 IESB https://iesb.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Ead/_disciplinas/template/new_template/#/EADG610/impressao/2 35/35 Pronto, agora vamos substituir os valores e calcular. Mas não tenha tanta pressa, se observarmos um pouco melhor, lembrando que a vazão é mantida ao longo do canal, veremos que o termo da vazão aparece duas vezes: Finalmente, podemos escrever a equação da conservação de quantidade de movimento para o caso mais simples (uma entrada e uma saída) da forma: Onde é a massa especi�ca, é a vazão e é a velocidade (ou de entrada ou de saída). = ρ − +F → x ⎛ ⎝ ⎜ u1u1A1 Q u2u2A2 Q ⎞ ⎠ ⎟ = ρQ (− + )Fx −→ u1 u2 ρ Q u VÍDEO Existem casos em que teremos que determinar ângulos e sistemas de coordenadas. Um caso mais complexo para dar segmento aos estudos é o caso de uma bifurcação. Para entender como funciona esse caso especí�co, veja o vídeo disponível no link a seguir.