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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Etiologias e quadro clínico ...................................... 5 3. Avaliação e diagnóstico .........................................10 4. Tratamento .................................................................14 Referências bibliográficas ........................................17 3CERVICALGIA E LOMBALGIA 1. INTRODUÇÃO A cervicalgia tem uma prevalência de cerca de 10 a 20% da população adulta; por outro lado, estima-se que até 84% dos adultos apresentem lombalgia em algum momento da vida. Por isso, ambas são queixas co- muns nos consultórios. A cervicalgia e a lombalgia podem ser classificadas quanto à sua duração em aguda (<1 mês), que são na sua maioria autoli- mitadas e se resolvem mesmo sem tratamento; crônica (>3 meses), que normalmente necessitam de aborda- gem especializada; e subaguda (en- tre 1 mês e 3 meses de evolução). A maioria dos pacientes apresenta a causa musculoesquelética para o aparecimento dos sintomas, como uma contratura muscular e alteração de ligamento. Antes de iniciarmos a avaliação e manejo da cervicalgia e lombalgia, é importante relembrar aspectos im- portantes sobre a anatomia dessas regiões, para melhor compreensão das possíveis etiologias. Região cervical A coluna cervical é composta por 7 vértebras, separadas entre si por discos intervertebrais, que garantem suporte e mobilidade. Os locais mais comuns que apresentam alterações degenerativas estão entre C4 e C7, por onde passam as raízes nervosas C5, C6 e C7 pelo forame interverte- bral. A coluna cervical possui uma lor- dose superficial, que pode ser dimi- nuída (ou até revertida) em pacientes com alterações degenerativas. Vértebras cervicais Nervo espinhal Face articular Figura 1. Anatomia da região cervical. Fonte: UptoDate, 2019. 4CERVICALGIA E LOMBALGIA Entre C3 e C7 há articulações não- -vertebrais, localizadas na borda posterolateral do disco intervertebral e na porção anteromedial do fora- me intervertebral. Essas articulações podem sofrer hipertrofia e em asso- ciação com a degeneração do dis- co, resulta no estreitamento do fora- me, causa comum de radiculopatia cervical. O músculo cervical e trapézio têm a função de apoiar e fornecer movi- mento e alinhamento da cabeça e pescoço, além de proteger a medula espinhal e os nervos espinhais do es- tresse mecânico. Existem 8 nervos espinhais, cada um composto por uma raiz ventral e ou- tra dorsal; a raiz ventral contém fibras eferentes dos neurônios motores no corno ventral da medula; já a raiz dor- sal contém fibras aferentes sensoriais primárias das células no gânglio da raiz dorsal. Após a junção das raízes, o nervo espinhal se divide em 2 ra- mos: ramo dorsal, que inerva mús- culos, pele e articulações do pescoço posterior; e o ramo ventral, que inerva os músculos pré-vertebrais e para- vertebrais e forma o plexo braquial. Raiz nervosa dorsal (posterior) Raiz nervosa ventral (anterior) Nervo espinhal Comissura anterior Canal central Substância branca Substância cinzenta Corno dorsal Corno ventral Figura 2. Corte transversal da medula espinhal. Fonte: UptoDate, 2019. Região lombar A região lombar possui 5 vértebras (L1 – L5), com articulações que con- centram as foças dos impactos trau- máticos. Possui uma ligeira curvatura, formando a lordose lombar. O sacro é composto por 5 níveis vertebrais com fusão no desenvolvimento, seguidos de uma proeminência óssea terminal, o cóccix. A medula espinhal termina no cone medular dentro do canal espinhal lombar, ao nível de T12 e L2. Todas as raízes dos nervos espinhais lombares 5CERVICALGIA E LOMBALGIA formando a cauda equina, até que saiam por seus respectivos forames neurais. e sacrais são constituídas no nível vertebral T10 a L1; essas raízes en- tão percorrem o canal intraespinhal, MAPA MENTAL - INTRODUÇÃO ALTA PREVALÊNCIA CERVICALGIA E LOMBALGIA QUEIXA COMUM NOS CONSULTÓRIOS ANATOMIA CERVICAL ANATOMIA LOMBAR 7 VÉRTEBRAS 5 VÉRTEBRAS LOMBARES + SACRO + CÓCCIX RAÍZES E NERVOS ESPINHAIS CAUDA EQUINA 2. ETIOLOGIAS E QUADRO CLÍNICO A lombalgia apresenta alguns fatores de risco, como tabagismo, obesidade, idade avançada, sexo feminino, tra- balho físico extenuante, trabalho se- dentário, além de fatores psicológicos como desordem de somatização, an- siedade e depressão. A possibilidade de diagnósticos dife- renciais de cervicalgia e lombalgia em adultos é ampla, porém a maioria dos casos é secundário a problemas mus- culoesqueléticos, como tensão mus- cular, espondilose e dor discogênica. O segundo grupo mais frequente é de causas neurológicas, como as ra- diculopatias, seguido de causas não espinhais, como infecção, malignida- de e doença reumatológica. 6CERVICALGIA E LOMBALGIA Diante de tantas possibilidades, nem sempre é possível identificar uma causa clara e, frequentemente, várias condi- ções são encontradas simultaneamen- te, como radiculopatia e degeneração do disco vertebral, por exemplo. A forma de apresentação clínica da cervicalgia e lombalgia depende es- sencialmente da sua causa. Algumas das causas principais, sua forma de apresentação e diagnóstico são: Causas musculoesqueléticas: • Tensão muscular: apresenta-se com dor e/ou rigidez no movimen- to; pode não ter um fator precipi- tante claro, mas muitas vezes está relacionada à postura e posição do sono; ao exame físico, apresenta desconforto à palpação dos mús- culos do pescoço e trapézio. Pode persistir até 6 semanas e seu diag- nóstico é clínico, sendo a imagem desnecessária. • Espondilose vertebral: corresponde a alterações degenerativas da co- luna, com aparecimento de osteó- fitos (“bico de papagaio”) ao longo dos corpos vertebrais, que podem comprimir ou não estruturas ner- vosas (ou seja, podem levar à radi- culopatia); porém, normalmente as alterações degenerativas são acha- das em pacientes assintomáticos. • Lesões cervicais: ocorrem mais frequentemente após colisões de veículos; apresentam dor e/ou ri- gidez no movimento do pescoço após lesão abrupta do tipo exten- são-flexão; pode estar associada a outros sintomas como cefaleia, dor no ombro, tonturas, parestesias e fadiga; ao exame físico, apresenta diminuição da amplitude de movi- mento associada ao espasmo do pescoço; seu diagnóstico é clíni- co e a maior parte apresenta dor persistente e de baixa intensidade, não necessitando de imagens. • Discopatia degenerativa: proemi- nência do disco intervertebral, po- dendo comprimir o canal medular, mas está presente em muitos in- divíduos assintomáticos; apresen- ta dor e/ou rigidez no movimento e é exacerbada por posições con- tínuas como dirigir, ler e sentar; sintomas radiculares podem estar presentes; apresenta dor e redu- ção de amplitude ao movimento; o diagnóstico é clínico, mas pode ter suporte da RM mostrando hi- pohidratação do disco e fissura do ângulo fibroso, por exemplo. • Síndrome de dor miofascial: qua- dro muscular peculiar, com dor profunda associada a queimação, geralmente localizada (um lado do pescoço); apresenta sensibilidade à pressão e podem haver cordões de tensão (espessamentos mus- culares), com pontos gatilhos (tri- gger points). 7CERVICALGIA E LOMBALGIA Radiculopatia/ mielopatia: • Radiculopatia: consiste na disfun- ção da raiz do nervo espinhal, na maioria das vezes (70-90%) cau- sadas por alterações degenera- tivas da coluna, como a esteno- se do forame cervical e hérnia de disco; apresenta dor, dormência e/ ou formigamento com uma distri- buição dermatomal e/ou fraqueza no membro superior ou inferior (se cervical ou lombar, respectivamen- te); consiste numa dor irradiada – quando no membro inferior, cha- mada de dor “ciática”; ao exame físico, encontra-se sensibilidade alterada, reflexos motores diminu- ídos e/ou força reduzida no mem- bro; a ressonância magnética da coluna vertebral (ou mielograma pela TC) demonstra a compressãoda raiz nervosa, porém o diagnós- tico pode ser feito clinicamente. SAIBA MAIS! As radiografias simples da coluna cervical e lombar raramente têm valor diagnóstico no ce- nário da radiculopatias não traumáticas. Isso porque os sintomas radiculares geralmente se devem ao impacto de partes moles em uma raiz nervosa, e o tecido mole não é bem visuali- zado pela radiografia. Figura 3. Dermátomos cervicais. Fonte: UptoDate, 2019. 8CERVICALGIA E LOMBALGIA superior e/ou inferior; o diagnósti- co deve ser confirmado com a res- sonância magnética evidenciando estreitamento do canal medular cervical e anormalidade do sinal. Figura 4. RM sagital em T2 com estreitamento do canal espinhal pelos complexos disco-osteófitos (mielopatia espondilótica cervical). Fonte: UptoDate, 2019. SE LIGA! A dor irradiante e parestesias no membro superior secundário à neu- ropatia de aprisionamento dos nervos mediano, ulnar ou de outros nervos são diagnósticos diferenciais da radiculopa- tia cervical. Cervicalgia ou sintomas que piorem com o movimento do pescoço são importantes indicadores de que o diagnóstico mais provável não é neuro- patia por aprisionamento. • Mielopatia espondilótica: disfun- ção medular causada por altera- ções degenerativas que estreitam o canal espinhal, mas pode ter origem um massas tumorais ou abscessos; os pacientes podem apresentar fraqueza nos membros inferiores, dificuldades na marcha ou coordenação e disfunção intes- tinal ou da bexiga; ao exame físi- co, podem estar presentes sinais neurológicos forais em membros SAIBA MAIS! A síndrome da cauda equina é causada por uma lesão intra-espinhal ao cone, lesando 2 ou mais raízes nervosas que constituem a cauda equina. Está associada a importante incapa- cidade neurológica, com fraqueza bilateral das pernas, além de poder apresentar sintomas sensoriais perineais, disfunção intestinal, de bexiga e sexual (pelo envolvimento das raízes nervosas espinhais de S2 a S4). Causas não espinhais: • Doença arterial coronariana: pre- cordialgia com irradiação no pes- coço, com piora aos esforços; apresenta exame físico do pesco- ço sem alterações. • Infecção (osteomielite, abscesso faríngeo, meningite): devem ser 9CERVICALGIA E LOMBALGIA suspeitados se o paciente apre- sentar clínica de infecção, associa- da a alterações laboratoriais como leucocitose e elevação dos marca- dores inflamatórios; nesses casos, se meningite for considerada uma suspeita, realizar a punção lombar para estudo do LCR; apresenta-se com associação de febre e outros sinais que variam conforme a na- tureza da infecção. • Malignidade (doença metastática da coluna cervical): perda ponde- ral, história prévia de câncer; ao exame físico, sensibilidade locali- zada à palpação da coluna. • Cefaleia tensional: cefaleia asso- ciada à dor cervical, sem outros sintomas neurológicos; ao exame, apresenta sensibilidade à palpação do couro cabeludo e/ou pescoço. • Polimialgia reumática: dor e rigidez matinal nos ombros, quadril, pesco- ço e tronco; ao exame, diminuição da amplitude de movimentos, com força muscular normal. • Fibromialgia: dor musculoesque- lética difusa, associada a fadiga; apresenta múltiplos pontos sen- síveis em tecidos moles, sem evi- dência de inflamação articular ou muscular. • Condições vasculares (dissecção de artéria vertebral, carótida ou aorta): sintomas de isquemia ce- rebral, como déficits motores e/ou sensoriais agudos. • Etiologias viscerais: no caso da lombalgia, alguns diagnósticos diferenciais devem ser conside- rados, como pancreatite, nefroli- tíase, pielonefrite, aneurisma da aorta abdominal ou herpes zoster, porém nesses casos os pacien- tes apresentam outros sintomas associados. 10CERVICALGIA E LOMBALGIA 3. AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO A avaliação do paciente com cervical- gia inicia-se na exclusão de condições graves, que podem exigir interven- ção. Dessa forma, deve-se pesquisar os sinais de alerta, que guiarão a ava- liação diagnóstica. São sinais de alerta em paciente com cervicalgia: trauma cervical grave re- cente (possibilidade de fratura); sinais ou sintomas neurológicos que suge- rem origem medular (fraqueza, difi- culdade de marcha, disfunção intesti- nal ou de bexiga); sinais neurológicos focais; parestesia tipo choque; febre ou calafrios; história de uso de dro- gas injetáveis; imunossupressão; uso MAPA MENTAL – ETIOLOGIAS CERVICALGIA E LOMBALGIA CAUSAS MUSCULOESQUELÉTICAS CAUSAS NEUROLÓGICAS CAUSAS EXTRA-ESPINHAIS TENSÃO MUSCULAR RADICULOPATIA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ESPONDILOSE VERTEBRAL MIELOPATIA ESPONDILÓTICA INFECÇÃO LESÕES CERVICAIS SÍNDROME DA CAUDA EQUINA MALIGNIDADE DISCOPATIA DEGENERATIVA CEFALEIA TENSIONAL SÍNDROME DE DOR MIOFASCIAL POLIMIALGIA REUMÁTICA FIBROMIALGIA CONDIÇÕES VASCULARES/ VISCERAIS 11CERVICALGIA E LOMBALGIA crônico de glicocorticoide (atentar para possibilidade de fraturas verte- brais, principalmente em idosos); sinal de Lhermitte (sensação de choque na coluna ao fletir o pescoço); perda de peso inexplicável; história de câncer; dor em pescoço anterior (sugestivo de causa não espinhal); e dor que se prolonga por mais de 6 semanas. Paciente com sinais de alerta geral- mente necessitam de avaliação ur- gente, com exames de imagem e/ou testes com base na suspeita clínica (como exames laboratoriais, culturas e eletrocardiograma). Em pacientes sem sinais de aler- ta, a avaliação deve incluir a história detalhada, exame físico, avaliação neurológica e a avaliação de sinais ou sintomas radiculares (utilizando as manobras provocantes). A dife- renciação entre as condições osteo- musculares é de menor importância, principalmente quando os sintomas desaparecem com o tratamento sintomático. A história deve incluir as caracterís- ticas da dor, como início, duração, ir- radiação, fatores de melhora ou piora, sintomas associados, além do grau de limitação da atividade por conta da dor. O exame físico deve incluir ob- servação do movimento, verificando a amplitude da movimentação para flexão, extensão e lateralização; ins- peção da postura; palpação dos mús- culos trapézio e paravertebrais para determinar o grau de sensibilidade e espasmo. Figura 5. Palpação do músculo trapézio. Fonte: Upto- Date, 2019. O exame neurológico deve ser feito em todos os pacientes com cervical- gia recente, trauma, sintomas mode- rados ou persistentes e associado a dor no ombro ou braço. Inclui avalia- ção da força muscular, testes senso- riais, reflexos e marcha. Um exame neurológico negativo indica baixa probabilidade de radiculopatia, po- rém achados positivos não têm boa especificidade para a compressão radicular. Devem ser realizadas as chamadas manobras provocantes, que são úteis em pacientes com sinais ou sintomas de radiculopatia cervical ou lombar. São elas: Manobra de Spurling: realizada man- tendo a cabeça em posição neutra 12CERVICALGIA E LOMBALGIA e tocando ou pressionando a parte superior da cabeça; caso não repro- duza a dor do paciente, é realizada novamente com a cabeça estendida, girada e inclinada para o lado afeta- do (manobra de Spurling modificada). A manobra provoca sintomas geral- mente em pacientes com estenose do forame, estenose central ou hérnia de disco envolvendo o forame. Um teste positivo é útil para identificação, mas um negativo não exclui a presença de radiculopatia. Figura 6. Manobra de Spurling modificada. Fonte: UptoDate, 2019. Teste de tensão no membro superior de Elvey: representa um sinal de ten- são da raiz da extremidade superior; é realizada com a cabeça girada con- tralateralmente e o braço abduzido com o cotovelo estendido. A reprodu- ção dos sintomas do braço é conside- rada positiva. Teste manual de distração do pesco- ço: realizada com tração vertical em sentido superior aplicada simultane- amente sob a mandíbula e occipital; o teste é positivo se a dor diminuir quando a cabeça é levantada, indi- cando que a pressão sobre as raízesnervosas foi aliviada. Figura 7. Teste manual de distração do pescoço. Fonte: UptoDate, 2019. Teste de elevação da perna reta: re- alizado com o paciente em decúbito dorsal, com o examinador levantan- do a perna estendida do paciente, do lado sintomático, com o pé flexiona- do. Essa manobra aumenta a tensão nos níveis lombar baixo e sacral alto; se houver presença ou piora da dor radicular com a manobra, denomina- -se Sinal de Lasègue. 13CERVICALGIA E LOMBALGIA A avaliação da gravidade da dor é um dos aspectos importantes que ajuda na tomada de decisões sobre a neces- sidade de geração de imagens e/ou tratamento. A necessidade de exame de imagem é justificada em pequena parte dos casos quando a cervicalgia ou lombalgia é atraumática. Algumas indicações são: achados neurológicos progressivos (sugerindo compressão medular); sintomas constitucionais; risco infeccioso (imunossupressão, uso de drogas injetáveis) em asso- ciação a sinais de infecção; história de malignidade; e cervicalgia/ lom- balgia moderada a grave persistente (que afeta a qualidade de vida, por exemplo). Quando a imagem é indicada, deve- -se realizar primeiramente a radio- grafia da coluna; se houverem outras alterações além das esperadas para a idade, a ressonância magnética deve ser solicitada. A TC e a mielograma por TC costumam ser realizadas ape- nas quando a RM não está disponível ou é contraindicada; o uso do con- traste é reservado para suspeita de infecção ou neoplasia. A eletroneuro- miografia pode ajudar no diagnóstico das radiculopatias para melhor topo- grafia da lesão. Na ausência de sinais de alarme, a imagem não é necessá- ria em pacientes com cervicalgia ou lombalgia aguda ou crônica leve que não interfere nas atividades diárias. Os exames laboratoriais são úteis quando há suspeita de causas não espinhais, como causa reumatológi- ca, infecciosa ou oncológica. Como exemplos, pode-se solicitar marcado- res inflamatórios, hemograma, tropo- ninas e eletrocardiograma. 14CERVICALGIA E LOMBALGIA 4. TRATAMENTO Causas osteomusculares na maior parte das vezes são resolvidas com tratamento clínico e de suporte, as- sim como a maioria dos pacientes com radiculopatia, que merecem te- rapia conservadora como tratamento inicial. Pacientes com déficits neu- rológicos não-progressivos também podem iniciar de forma conservado- ra, mas devem ser acompanhados de perto para evidências de progressão. A terapia conservadora consiste em analgésicos orais; breve curso de corticoides orais; orientar evitar ativi- dades provocativas; imobilização do pescoço a curto prazo com colar cer- vical; fisioterapia com exercícios e mo- bilização gradual; educação postural (com técnicas de RPG, por exemplo); e tração cervical (para casos resisten- tes e refratários). Alguns pacientes podem persistir com o sintoma de lombalgia por mais e 12 semanas, evoluindo para qua- dros crônicos. Para esses pacientes, MAPA MENTAL – AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO RADIOGRAFIA E RM ALTERNATIVA: TC EXAMES DE LABORATÓRIO: SITUAÇÕES ESPECÍFICAS SINAIS DE ALERTA: IMAGEM? AVALIAÇÃO HISTÓRIAGRAVIDADE DA DOR MANOBRAS PROVOCANTES (RADICULOPATIAS) EXAME FÍSICO Teste de elevação da perna reta – Sinal de Lasègue Teste de tensão no MMSS de Elvey Manobra de Spurling Observação do movimento, palpação dos músculos Exame neurológico 15CERVICALGIA E LOMBALGIA pode-se orientar manter a ativida- de física conforme tolerância indivi- dual; uso de calor local por cerca de 20 minutos seguido de alongamento muscular; terapias psicológicas; acu- puntura; massagem e outras medidas não-farmacológicas. Para quadros mais intensos, pode-se utilizar os AI- NEs como primeira linha de tratamen- to (com atenção às contraindicações e uso em idosos); duloxetina (inibidor seletivo da recaptação de serotoni- na-noradrenalina); opiáceos, como codeína e tramadol; antidepressivos tricíclicos; e relaxantes musculares, como a ciclobenzaprina. Pacientes com radiculopatia confir- mada que apresentam dor intensa ou incapacitante, sem déficits neurológi- cos, apesar do tratamento conserva- dor, podem ser submetidos a injeções epidurais de glicocorticoide ao invés de cirurgia. Já o tratamento cirúrgico deve ser indicado apenas para os ca- sos de radiculopatia que tenham com- pressão da raiz do nervo comprovada por RM ou mielografia por TC, com fraqueza motora progressiva. Pacientes com mielopatia compressi- va devem ser submetidos à avaliação cirúrgica de urgência, assim como in- divíduos com compressão importante das raízes lombares, com neoplasias ou abscessos. MAPA MENTAL - TRATAMENTO TRATAMENTO CONSERVADOR CIRÚRGICO: QUANDO? ANALGÉSICOS COMUNS RADICULOPATIA COM FRAQUEZA PROGRESSIVA CURSO BREVE DE CORTICOIDES COMPRESSÃO IMPORTANTE DAS RAÍZES LOMBARES FISIOTERAPIA MIELOPATIA COMPRESSIVA EDUCAÇÃO POSTURAL NEOPLASIAS OU ABSCESSOS CURTO PRAZO DE IMOBILIZAÇÃO QUADRO CRÔNICO: AJUDA MULTIPROFISSIONAL 16CERVICALGIA E LOMBALGIA MAPA MENTAL – CERVICALGIA E LOMBALGIA CERVICALGIA E LOMBALGIA DIAGNÓSTICO PRINCIPAIS ETIOLOGIAS TRATAMENTO MAIORIA DOS CASOS: CLÍNICO SUPORTE DE IMAGEM EM CASOS GRAVES ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS: HÉRNIA DISCAL TENSÕES MUSCULARES RADICULOPATIAS SINAIS DE ALERTA MUSCULOESQUELÉTICAS: SUPORTE E SINTOMÁTICOS RADICULOPATIAS GRAVES, MIELOPATIAS COMPRESSIVAS, NEOPLASIAS: AVALIAÇÃO CIRÚRGICA 17CERVICALGIA E LOMBALGIA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Zacharia Isaac. Avaliação do paciente adulto com dor no pescoço. Publicado no UpToDa- te em janeiro, 2019. Jenice Robinson, Milind J Kothari. Características clínicas e diagnóstico de radiculopatia cervical. Publicado no UpToDate em julho, 2018. Jenice Robinson, Milind J Kothari. Tratamento e prognóstico da radiculopatia cervical. Publicado no UpToDate em março, 2020. Stephanie G Wheeler, Joyce E Wipf, Thomas O Staiger, Richard A Deyo e Jeffrey G Jarvik. Avaliação da lombalgia em adultos. Publicado no UpToDate em junho, 2019. Philip Hsu, Carmel Armon e Kerry Levin. Radiculopatia lombossacra aguda: fisiopatolo- gia, características clínicas e diagnóstico. Publicado no UpToDate em março, 2020. Christopher Knight, Richard A Deyo, Thomas O Staiger e Joyce E Wipf. Tratamento da dor lombar aguda. Publicado no UpToDate em março, 2020. Roger Chou. Lombalgia subaguda e crônica: tratamento não farmacológico e farmaco- lógico. Publicado no UpToDate em outubro, 2019. Kerry Levin. Estenose da coluna vertebral lombar: fisiopatologia, características clínicas e diagnóstico. Publicado no UpToDate em dezembro, 2019. 18CERVICALGIA E LOMBALGIA
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