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CERVICALGIA e lombalgia

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Etiologias e quadro clínico ...................................... 5
3. Avaliação e diagnóstico .........................................10
4. Tratamento .................................................................14
Referências bibliográficas ........................................17
3CERVICALGIA E LOMBALGIA
1. INTRODUÇÃO
A cervicalgia tem uma prevalência 
de cerca de 10 a 20% da população 
adulta; por outro lado, estima-se que 
até 84% dos adultos apresentem 
lombalgia em algum momento da 
vida. Por isso, ambas são queixas co-
muns nos consultórios. A cervicalgia 
e a lombalgia podem ser classificadas 
quanto à sua duração em aguda (<1 
mês), que são na sua maioria autoli-
mitadas e se resolvem mesmo sem 
tratamento; crônica (>3 meses), que 
normalmente necessitam de aborda-
gem especializada; e subaguda (en-
tre 1 mês e 3 meses de evolução). 
A maioria dos pacientes apresenta 
a causa musculoesquelética para o 
aparecimento dos sintomas, como 
uma contratura muscular e alteração 
de ligamento. 
Antes de iniciarmos a avaliação e 
manejo da cervicalgia e lombalgia, é 
importante relembrar aspectos im-
portantes sobre a anatomia dessas 
regiões, para melhor compreensão 
das possíveis etiologias. 
Região cervical
A coluna cervical é composta por 
7 vértebras, separadas entre si por 
discos intervertebrais, que garantem 
suporte e mobilidade. Os locais mais 
comuns que apresentam alterações 
degenerativas estão entre C4 e C7, 
por onde passam as raízes nervosas 
C5, C6 e C7 pelo forame interverte-
bral. A coluna cervical possui uma lor-
dose superficial, que pode ser dimi-
nuída (ou até revertida) em pacientes 
com alterações degenerativas. 
Vértebras cervicais
Nervo 
espinhal
Face 
articular
Figura 1. Anatomia da região cervical. Fonte: UptoDate, 2019.
4CERVICALGIA E LOMBALGIA
Entre C3 e C7 há articulações não-
-vertebrais, localizadas na borda 
posterolateral do disco intervertebral 
e na porção anteromedial do fora-
me intervertebral. Essas articulações 
podem sofrer hipertrofia e em asso-
ciação com a degeneração do dis-
co, resulta no estreitamento do fora-
me, causa comum de radiculopatia 
cervical. 
O músculo cervical e trapézio têm 
a função de apoiar e fornecer movi-
mento e alinhamento da cabeça e 
pescoço, além de proteger a medula 
espinhal e os nervos espinhais do es-
tresse mecânico. 
Existem 8 nervos espinhais, cada um 
composto por uma raiz ventral e ou-
tra dorsal; a raiz ventral contém fibras 
eferentes dos neurônios motores no 
corno ventral da medula; já a raiz dor-
sal contém fibras aferentes sensoriais 
primárias das células no gânglio da 
raiz dorsal. Após a junção das raízes, 
o nervo espinhal se divide em 2 ra-
mos: ramo dorsal, que inerva mús-
culos, pele e articulações do pescoço 
posterior; e o ramo ventral, que inerva 
os músculos pré-vertebrais e para-
vertebrais e forma o plexo braquial. 
Raiz nervosa 
dorsal (posterior)
Raiz nervosa 
ventral (anterior) Nervo espinhal
Comissura anterior
Canal central
Substância branca 
Substância cinzenta 
Corno dorsal
Corno ventral
Figura 2. Corte transversal da medula espinhal. Fonte: UptoDate, 2019.
Região lombar
A região lombar possui 5 vértebras 
(L1 – L5), com articulações que con-
centram as foças dos impactos trau-
máticos. Possui uma ligeira curvatura, 
formando a lordose lombar. O sacro é 
composto por 5 níveis vertebrais com 
fusão no desenvolvimento, seguidos 
de uma proeminência óssea terminal, 
o cóccix. 
A medula espinhal termina no cone 
medular dentro do canal espinhal 
lombar, ao nível de T12 e L2. Todas as 
raízes dos nervos espinhais lombares 
5CERVICALGIA E LOMBALGIA
formando a cauda equina, até que 
saiam por seus respectivos forames 
neurais.
e sacrais são constituídas no nível 
vertebral T10 a L1; essas raízes en-
tão percorrem o canal intraespinhal, 
MAPA MENTAL - INTRODUÇÃO
ALTA PREVALÊNCIA
CERVICALGIA 
E LOMBALGIA
QUEIXA COMUM 
NOS CONSULTÓRIOS
ANATOMIA CERVICAL ANATOMIA LOMBAR
7 VÉRTEBRAS 5 VÉRTEBRAS LOMBARES + SACRO + CÓCCIX
RAÍZES E NERVOS ESPINHAIS CAUDA EQUINA
2. ETIOLOGIAS E QUADRO 
CLÍNICO
A lombalgia apresenta alguns fatores 
de risco, como tabagismo, obesidade, 
idade avançada, sexo feminino, tra-
balho físico extenuante, trabalho se-
dentário, além de fatores psicológicos 
como desordem de somatização, an-
siedade e depressão. 
A possibilidade de diagnósticos dife-
renciais de cervicalgia e lombalgia em 
adultos é ampla, porém a maioria dos 
casos é secundário a problemas mus-
culoesqueléticos, como tensão mus-
cular, espondilose e dor discogênica. 
O segundo grupo mais frequente é 
de causas neurológicas, como as ra-
diculopatias, seguido de causas não 
espinhais, como infecção, malignida-
de e doença reumatológica. 
6CERVICALGIA E LOMBALGIA
Diante de tantas possibilidades, nem 
sempre é possível identificar uma causa 
clara e, frequentemente, várias condi-
ções são encontradas simultaneamen-
te, como radiculopatia e degeneração 
do disco vertebral, por exemplo. 
A forma de apresentação clínica da 
cervicalgia e lombalgia depende es-
sencialmente da sua causa. Algumas 
das causas principais, sua forma de 
apresentação e diagnóstico são:
Causas musculoesqueléticas:
• Tensão muscular: apresenta-se 
com dor e/ou rigidez no movimen-
to; pode não ter um fator precipi-
tante claro, mas muitas vezes está 
relacionada à postura e posição do 
sono; ao exame físico, apresenta 
desconforto à palpação dos mús-
culos do pescoço e trapézio. Pode 
persistir até 6 semanas e seu diag-
nóstico é clínico, sendo a imagem 
desnecessária. 
• Espondilose vertebral: corresponde 
a alterações degenerativas da co-
luna, com aparecimento de osteó-
fitos (“bico de papagaio”) ao longo 
dos corpos vertebrais, que podem 
comprimir ou não estruturas ner-
vosas (ou seja, podem levar à radi-
culopatia); porém, normalmente as 
alterações degenerativas são acha-
das em pacientes assintomáticos.
• Lesões cervicais: ocorrem mais 
frequentemente após colisões de 
veículos; apresentam dor e/ou ri-
gidez no movimento do pescoço 
após lesão abrupta do tipo exten-
são-flexão; pode estar associada a 
outros sintomas como cefaleia, dor 
no ombro, tonturas, parestesias e 
fadiga; ao exame físico, apresenta 
diminuição da amplitude de movi-
mento associada ao espasmo do 
pescoço; seu diagnóstico é clíni-
co e a maior parte apresenta dor 
persistente e de baixa intensidade, 
não necessitando de imagens. 
• Discopatia degenerativa: proemi-
nência do disco intervertebral, po-
dendo comprimir o canal medular, 
mas está presente em muitos in-
divíduos assintomáticos; apresen-
ta dor e/ou rigidez no movimento 
e é exacerbada por posições con-
tínuas como dirigir, ler e sentar; 
sintomas radiculares podem estar 
presentes; apresenta dor e redu-
ção de amplitude ao movimento; 
o diagnóstico é clínico, mas pode 
ter suporte da RM mostrando hi-
pohidratação do disco e fissura do 
ângulo fibroso, por exemplo.
• Síndrome de dor miofascial: qua-
dro muscular peculiar, com dor 
profunda associada a queimação, 
geralmente localizada (um lado do 
pescoço); apresenta sensibilidade 
à pressão e podem haver cordões 
de tensão (espessamentos mus-
culares), com pontos gatilhos (tri-
gger points).
7CERVICALGIA E LOMBALGIA
Radiculopatia/ mielopatia: 
• Radiculopatia: consiste na disfun-
ção da raiz do nervo espinhal, na 
maioria das vezes (70-90%) cau-
sadas por alterações degenera-
tivas da coluna, como a esteno-
se do forame cervical e hérnia de 
disco; apresenta dor, dormência e/
ou formigamento com uma distri-
buição dermatomal e/ou fraqueza 
no membro superior ou inferior (se 
cervical ou lombar, respectivamen-
te); consiste numa dor irradiada – 
quando no membro inferior, cha-
mada de dor “ciática”; ao exame 
físico, encontra-se sensibilidade 
alterada, reflexos motores diminu-
ídos e/ou força reduzida no mem-
bro; a ressonância magnética da 
coluna vertebral (ou mielograma 
pela TC) demonstra a compressãoda raiz nervosa, porém o diagnós-
tico pode ser feito clinicamente. 
SAIBA MAIS! 
As radiografias simples da coluna cervical e lombar raramente têm valor diagnóstico no ce-
nário da radiculopatias não traumáticas. Isso porque os sintomas radiculares geralmente se 
devem ao impacto de partes moles em uma raiz nervosa, e o tecido mole não é bem visuali-
zado pela radiografia.
Figura 3. Dermátomos cervicais. Fonte: UptoDate, 2019.
8CERVICALGIA E LOMBALGIA
superior e/ou inferior; o diagnósti-
co deve ser confirmado com a res-
sonância magnética evidenciando 
estreitamento do canal medular 
cervical e anormalidade do sinal. 
Figura 4. RM sagital em T2 com estreitamento do canal 
espinhal pelos complexos disco-osteófitos (mielopatia 
espondilótica cervical). Fonte: UptoDate, 2019.
SE LIGA! A dor irradiante e parestesias 
no membro superior secundário à neu-
ropatia de aprisionamento dos nervos 
mediano, ulnar ou de outros nervos são 
diagnósticos diferenciais da radiculopa-
tia cervical. Cervicalgia ou sintomas que 
piorem com o movimento do pescoço 
são importantes indicadores de que o 
diagnóstico mais provável não é neuro-
patia por aprisionamento.
• Mielopatia espondilótica: disfun-
ção medular causada por altera-
ções degenerativas que estreitam 
o canal espinhal, mas pode ter 
origem um massas tumorais ou 
abscessos; os pacientes podem 
apresentar fraqueza nos membros 
inferiores, dificuldades na marcha 
ou coordenação e disfunção intes-
tinal ou da bexiga; ao exame físi-
co, podem estar presentes sinais 
neurológicos forais em membros 
SAIBA MAIS! 
A síndrome da cauda equina é causada por uma lesão intra-espinhal ao cone, lesando 2 ou 
mais raízes nervosas que constituem a cauda equina. Está associada a importante incapa-
cidade neurológica, com fraqueza bilateral das pernas, além de poder apresentar sintomas 
sensoriais perineais, disfunção intestinal, de bexiga e sexual (pelo envolvimento das raízes 
nervosas espinhais de S2 a S4).
Causas não espinhais: 
• Doença arterial coronariana: pre-
cordialgia com irradiação no pes-
coço, com piora aos esforços; 
apresenta exame físico do pesco-
ço sem alterações.
• Infecção (osteomielite, abscesso 
faríngeo, meningite): devem ser 
9CERVICALGIA E LOMBALGIA
suspeitados se o paciente apre-
sentar clínica de infecção, associa-
da a alterações laboratoriais como 
leucocitose e elevação dos marca-
dores inflamatórios; nesses casos, 
se meningite for considerada uma 
suspeita, realizar a punção lombar 
para estudo do LCR; apresenta-se 
com associação de febre e outros 
sinais que variam conforme a na-
tureza da infecção. 
• Malignidade (doença metastática 
da coluna cervical): perda ponde-
ral, história prévia de câncer; ao 
exame físico, sensibilidade locali-
zada à palpação da coluna. 
• Cefaleia tensional: cefaleia asso-
ciada à dor cervical, sem outros 
sintomas neurológicos; ao exame, 
apresenta sensibilidade à palpação 
do couro cabeludo e/ou pescoço. 
• Polimialgia reumática: dor e rigidez 
matinal nos ombros, quadril, pesco-
ço e tronco; ao exame, diminuição 
da amplitude de movimentos, com 
força muscular normal.
• Fibromialgia: dor musculoesque-
lética difusa, associada a fadiga; 
apresenta múltiplos pontos sen-
síveis em tecidos moles, sem evi-
dência de inflamação articular ou 
muscular. 
• Condições vasculares (dissecção 
de artéria vertebral, carótida ou 
aorta): sintomas de isquemia ce-
rebral, como déficits motores e/ou 
sensoriais agudos. 
• Etiologias viscerais: no caso da 
lombalgia, alguns diagnósticos 
diferenciais devem ser conside-
rados, como pancreatite, nefroli-
tíase, pielonefrite, aneurisma da 
aorta abdominal ou herpes zoster, 
porém nesses casos os pacien-
tes apresentam outros sintomas 
associados.
10CERVICALGIA E LOMBALGIA
3. AVALIAÇÃO E 
DIAGNÓSTICO
A avaliação do paciente com cervical-
gia inicia-se na exclusão de condições 
graves, que podem exigir interven-
ção. Dessa forma, deve-se pesquisar 
os sinais de alerta, que guiarão a ava-
liação diagnóstica. 
São sinais de alerta em paciente com 
cervicalgia: trauma cervical grave re-
cente (possibilidade de fratura); sinais 
ou sintomas neurológicos que suge-
rem origem medular (fraqueza, difi-
culdade de marcha, disfunção intesti-
nal ou de bexiga); sinais neurológicos 
focais; parestesia tipo choque; febre 
ou calafrios; história de uso de dro-
gas injetáveis; imunossupressão; uso 
MAPA MENTAL – ETIOLOGIAS
CERVICALGIA 
E LOMBALGIA
CAUSAS 
MUSCULOESQUELÉTICAS CAUSAS NEUROLÓGICAS CAUSAS EXTRA-ESPINHAIS
TENSÃO MUSCULAR RADICULOPATIA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
ESPONDILOSE VERTEBRAL MIELOPATIA ESPONDILÓTICA INFECÇÃO
LESÕES CERVICAIS SÍNDROME DA CAUDA EQUINA MALIGNIDADE
DISCOPATIA DEGENERATIVA CEFALEIA TENSIONAL
SÍNDROME DE 
DOR MIOFASCIAL POLIMIALGIA REUMÁTICA
FIBROMIALGIA
CONDIÇÕES VASCULARES/ 
VISCERAIS
11CERVICALGIA E LOMBALGIA
crônico de glicocorticoide (atentar 
para possibilidade de fraturas verte-
brais, principalmente em idosos); sinal 
de Lhermitte (sensação de choque na 
coluna ao fletir o pescoço); perda de 
peso inexplicável; história de câncer; 
dor em pescoço anterior (sugestivo 
de causa não espinhal); e dor que se 
prolonga por mais de 6 semanas.
Paciente com sinais de alerta geral-
mente necessitam de avaliação ur-
gente, com exames de imagem e/ou 
testes com base na suspeita clínica 
(como exames laboratoriais, culturas 
e eletrocardiograma). 
Em pacientes sem sinais de aler-
ta, a avaliação deve incluir a história 
detalhada, exame físico, avaliação 
neurológica e a avaliação de sinais 
ou sintomas radiculares (utilizando 
as manobras provocantes). A dife-
renciação entre as condições osteo-
musculares é de menor importância, 
principalmente quando os sintomas 
desaparecem com o tratamento 
sintomático.
A história deve incluir as caracterís-
ticas da dor, como início, duração, ir-
radiação, fatores de melhora ou piora, 
sintomas associados, além do grau 
de limitação da atividade por conta da 
dor. O exame físico deve incluir ob-
servação do movimento, verificando 
a amplitude da movimentação para 
flexão, extensão e lateralização; ins-
peção da postura; palpação dos mús-
culos trapézio e paravertebrais para 
determinar o grau de sensibilidade e 
espasmo. 
Figura 5. Palpação do músculo trapézio. Fonte: Upto-
Date, 2019.
O exame neurológico deve ser feito 
em todos os pacientes com cervical-
gia recente, trauma, sintomas mode-
rados ou persistentes e associado a 
dor no ombro ou braço. Inclui avalia-
ção da força muscular, testes senso-
riais, reflexos e marcha. Um exame 
neurológico negativo indica baixa 
probabilidade de radiculopatia, po-
rém achados positivos não têm boa 
especificidade para a compressão 
radicular. 
Devem ser realizadas as chamadas 
manobras provocantes, que são úteis 
em pacientes com sinais ou sintomas 
de radiculopatia cervical ou lombar. 
São elas: 
Manobra de Spurling: realizada man-
tendo a cabeça em posição neutra 
12CERVICALGIA E LOMBALGIA
e tocando ou pressionando a parte 
superior da cabeça; caso não repro-
duza a dor do paciente, é realizada 
novamente com a cabeça estendida, 
girada e inclinada para o lado afeta-
do (manobra de Spurling modificada). 
A manobra provoca sintomas geral-
mente em pacientes com estenose do 
forame, estenose central ou hérnia de 
disco envolvendo o forame. Um teste 
positivo é útil para identificação, mas 
um negativo não exclui a presença de 
radiculopatia.
Figura 6. Manobra de Spurling modificada. Fonte: 
UptoDate, 2019.
Teste de tensão no membro superior 
de Elvey: representa um sinal de ten-
são da raiz da extremidade superior; 
é realizada com a cabeça girada con-
tralateralmente e o braço abduzido 
com o cotovelo estendido. A reprodu-
ção dos sintomas do braço é conside-
rada positiva. 
Teste manual de distração do pesco-
ço: realizada com tração vertical em 
sentido superior aplicada simultane-
amente sob a mandíbula e occipital; 
o teste é positivo se a dor diminuir 
quando a cabeça é levantada, indi-
cando que a pressão sobre as raízesnervosas foi aliviada.
Figura 7. Teste manual de distração 
do pescoço. Fonte: UptoDate, 2019.
Teste de elevação da perna reta: re-
alizado com o paciente em decúbito 
dorsal, com o examinador levantan-
do a perna estendida do paciente, do 
lado sintomático, com o pé flexiona-
do. Essa manobra aumenta a tensão 
nos níveis lombar baixo e sacral alto; 
se houver presença ou piora da dor 
radicular com a manobra, denomina-
-se Sinal de Lasègue. 
13CERVICALGIA E LOMBALGIA
A avaliação da gravidade da dor é um 
dos aspectos importantes que ajuda 
na tomada de decisões sobre a neces-
sidade de geração de imagens e/ou 
tratamento. A necessidade de exame 
de imagem é justificada em pequena 
parte dos casos quando a cervicalgia 
ou lombalgia é atraumática. Algumas 
indicações são: achados neurológicos 
progressivos (sugerindo compressão 
medular); sintomas constitucionais; 
risco infeccioso (imunossupressão, 
uso de drogas injetáveis) em asso-
ciação a sinais de infecção; história 
de malignidade; e cervicalgia/ lom-
balgia moderada a grave persistente 
(que afeta a qualidade de vida, por 
exemplo). 
Quando a imagem é indicada, deve-
-se realizar primeiramente a radio-
grafia da coluna; se houverem outras 
alterações além das esperadas para a 
idade, a ressonância magnética deve 
ser solicitada. A TC e a mielograma 
por TC costumam ser realizadas ape-
nas quando a RM não está disponível 
ou é contraindicada; o uso do con-
traste é reservado para suspeita de 
infecção ou neoplasia. A eletroneuro-
miografia pode ajudar no diagnóstico 
das radiculopatias para melhor topo-
grafia da lesão. Na ausência de sinais 
de alarme, a imagem não é necessá-
ria em pacientes com cervicalgia ou 
lombalgia aguda ou crônica leve que 
não interfere nas atividades diárias. 
Os exames laboratoriais são úteis 
quando há suspeita de causas não 
espinhais, como causa reumatológi-
ca, infecciosa ou oncológica. Como 
exemplos, pode-se solicitar marcado-
res inflamatórios, hemograma, tropo-
ninas e eletrocardiograma. 
14CERVICALGIA E LOMBALGIA
4. TRATAMENTO
Causas osteomusculares na maior 
parte das vezes são resolvidas com 
tratamento clínico e de suporte, as-
sim como a maioria dos pacientes 
com radiculopatia, que merecem te-
rapia conservadora como tratamento 
inicial. Pacientes com déficits neu-
rológicos não-progressivos também 
podem iniciar de forma conservado-
ra, mas devem ser acompanhados de 
perto para evidências de progressão. 
A terapia conservadora consiste em 
analgésicos orais; breve curso de 
corticoides orais; orientar evitar ativi-
dades provocativas; imobilização do 
pescoço a curto prazo com colar cer-
vical; fisioterapia com exercícios e mo-
bilização gradual; educação postural 
(com técnicas de RPG, por exemplo); 
e tração cervical (para casos resisten-
tes e refratários). 
Alguns pacientes podem persistir 
com o sintoma de lombalgia por mais 
e 12 semanas, evoluindo para qua-
dros crônicos. Para esses pacientes, 
MAPA MENTAL – AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
RADIOGRAFIA E RM
ALTERNATIVA: TC
EXAMES DE LABORATÓRIO: 
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS
SINAIS DE ALERTA: 
IMAGEM?
AVALIAÇÃO HISTÓRIAGRAVIDADE DA DOR
MANOBRAS 
PROVOCANTES 
(RADICULOPATIAS)
EXAME FÍSICO
Teste de elevação da perna 
reta – Sinal de Lasègue
Teste de tensão no 
MMSS de Elvey
Manobra de Spurling
Observação do movimento, 
palpação dos músculos
Exame neurológico
15CERVICALGIA E LOMBALGIA
pode-se orientar manter a ativida-
de física conforme tolerância indivi-
dual; uso de calor local por cerca de 
20 minutos seguido de alongamento 
muscular; terapias psicológicas; acu-
puntura; massagem e outras medidas 
não-farmacológicas. Para quadros 
mais intensos, pode-se utilizar os AI-
NEs como primeira linha de tratamen-
to (com atenção às contraindicações 
e uso em idosos); duloxetina (inibidor 
seletivo da recaptação de serotoni-
na-noradrenalina); opiáceos, como 
codeína e tramadol; antidepressivos 
tricíclicos; e relaxantes musculares, 
como a ciclobenzaprina.
Pacientes com radiculopatia confir-
mada que apresentam dor intensa ou 
incapacitante, sem déficits neurológi-
cos, apesar do tratamento conserva-
dor, podem ser submetidos a injeções 
epidurais de glicocorticoide ao invés 
de cirurgia. Já o tratamento cirúrgico 
deve ser indicado apenas para os ca-
sos de radiculopatia que tenham com-
pressão da raiz do nervo comprovada 
por RM ou mielografia por TC, com 
fraqueza motora progressiva.
Pacientes com mielopatia compressi-
va devem ser submetidos à avaliação 
cirúrgica de urgência, assim como in-
divíduos com compressão importante 
das raízes lombares, com neoplasias 
ou abscessos.
MAPA MENTAL - TRATAMENTO
TRATAMENTO
CONSERVADOR CIRÚRGICO: QUANDO?
ANALGÉSICOS COMUNS RADICULOPATIA COM FRAQUEZA PROGRESSIVA
CURSO BREVE DE CORTICOIDES COMPRESSÃO IMPORTANTE DAS RAÍZES LOMBARES
FISIOTERAPIA MIELOPATIA COMPRESSIVA
EDUCAÇÃO POSTURAL NEOPLASIAS OU ABSCESSOS
CURTO PRAZO DE IMOBILIZAÇÃO
QUADRO CRÔNICO: 
AJUDA MULTIPROFISSIONAL
16CERVICALGIA E LOMBALGIA
MAPA MENTAL – CERVICALGIA E LOMBALGIA
CERVICALGIA 
E LOMBALGIA
DIAGNÓSTICO PRINCIPAIS ETIOLOGIAS TRATAMENTO
MAIORIA DOS CASOS: 
CLÍNICO
SUPORTE DE IMAGEM 
EM CASOS GRAVES
ALTERAÇÕES 
DEGENERATIVAS: 
HÉRNIA DISCAL
TENSÕES MUSCULARES
RADICULOPATIAS
SINAIS DE ALERTA
MUSCULOESQUELÉTICAS: 
SUPORTE E 
SINTOMÁTICOS
RADICULOPATIAS 
GRAVES, MIELOPATIAS 
COMPRESSIVAS, 
NEOPLASIAS: 
AVALIAÇÃO CIRÚRGICA
17CERVICALGIA E LOMBALGIA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Zacharia Isaac. Avaliação do paciente adulto com dor no pescoço. Publicado no UpToDa-
te em janeiro, 2019. 
Jenice Robinson, Milind J Kothari. Características clínicas e diagnóstico de radiculopatia 
cervical. Publicado no UpToDate em julho, 2018. 
Jenice Robinson, Milind J Kothari. Tratamento e prognóstico da radiculopatia cervical. 
Publicado no UpToDate em março, 2020. 
Stephanie G Wheeler, Joyce E Wipf, Thomas O Staiger, Richard A Deyo e Jeffrey G Jarvik. 
Avaliação da lombalgia em adultos. Publicado no UpToDate em junho, 2019. 
Philip Hsu, Carmel Armon e Kerry Levin. Radiculopatia lombossacra aguda: fisiopatolo-
gia, características clínicas e diagnóstico. Publicado no UpToDate em março, 2020. 
Christopher Knight, Richard A Deyo, Thomas O Staiger e Joyce E Wipf. Tratamento da dor 
lombar aguda. Publicado no UpToDate em março, 2020.
Roger Chou. Lombalgia subaguda e crônica: tratamento não farmacológico e farmaco-
lógico. Publicado no UpToDate em outubro, 2019.
Kerry Levin. Estenose da coluna vertebral lombar: fisiopatologia, características clínicas 
e diagnóstico. Publicado no UpToDate em dezembro, 2019.
18CERVICALGIA E LOMBALGIA

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